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CLT e Previdência Social

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Legislação Trabalhista e Previdenciária
Sumário
Legislação Trabalhista e Previdenciária......................................................................................1
1. História da legalização e Legislação do trabalho(mundo e Brasil).........................................3
2. Organização da Justiça do Trabalho no Brasil........................................................................5
3. Apanhado geral das Leis trabalhistas no Brasil e no Mundo..................................................5
4. Consolidação das Leis Trabalhistas........................................................................................8
5. A CLT.....................................................................................................................................9
6. A Previdência Social.............................................................................................................18
7. Referências Bibliográficas....................................................................................................37
1. História da legalização e Legislação do trabalho(mundo e 
Brasil)
A preocupação em estabelecer normas legais de proteção ao trabalhador se concretizou 
na Constituição mexicana de 1917, que dedicou 30 artigos aos direitos sociais e do 
trabalhador.
Constava também no Tratado de Versalhes, de 1919, do qual se originou a 
Organização Internacional do Trabalho (OIT), como órgão da antiga Liga das Nações, hoje 
Organização das Nações Unidas (ONU).
A Constituição alemã de Weimar, de 1919, modelo clássico de organização de um 
Estado social-democrata, também procurou garantir direitos básicos ao trabalhador.
As origens de órgãos especializados em resolver divergências nas relações de trabalho 
podem ser encontradas nos Conseils de Proud' Hommes - literalmente, conselhos de homens 
prudentes -, da época napoleônica (1806). A bem sucedida experiência desse Conselho 
estimulou outros países europeus a seguir o exemplo francês, instituindo organismos 
independentes do Poder Judiciário para apreciação de causas trabalhistas, basicamente pela 
via da conciliação entre as partes.
1.1 OIT
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) é uma agência multilateral ligada à 
Organização das Nações Unidas (ONU), especializada nas questões do trabalho. Tem 
representação partidária de governos dos 180 Estados-Membros e de organizações de 
empregadores e de trabalhadores. Com sede em Genebra, Suíça desde a data da fundação, a 
OIT tem uma rede de escritórios em todos os continentes. O seu orçamento regular provém de 
contribuições dos seus Estados Membros, que é suplementado por contribuições de países 
industrializados para programas e projetos especiais específicos
A OIT foi criada pela Conferência de Paz após a Primeira Guerra Mundial. A sua 
Constituição converteu-se na Parte XIII do Tratado de Versalhes. A idéia de uma legislação 
trabalhista internacional surgiu como resultado das reflexões éticas e econômicas sobre o 
custo humano da revolução industrial. As raízes da OIT estão no início do século XIX, 
quando os líderes industriais Robert Owen e Daniel le Grand apoiaram o desenvolvimento e 
harmonização de legislação trabalhista e melhorias nas relações de trabalho.
A criação de uma organização internacional para as questões do trabalho baseou-se em 
argumentos:
• Humanitários: condições injustas, difíceis e degradantes de muitos trabalhadores.
• Políticos: risco de conflitos sociais ameaçando a paz.
• Econômicos: países que não adotassem condições humanas de trabalho seriam um 
obstáculo para a obtenção de melhores condições em outros países.
1.2 Breve Histórico
Em 1944, à luz dos efeitos da Grande Depressão a da Segunda Guerra Mundial, a OIT 
adotou a Declaração da Filadélfia como anexo da sua Constituição. A Declaração antecipou e 
serviu de modelo para a Carta das Nações Unidas e para a Declaração Universal dos Direitos 
Humanos.
Em 1969, em seu 50º aniversário, a Organização foi agraciada com o Prêmio Nobel da 
Paz. Em seu discurso, o presidente do Comitê do Prêmio Nobel afirmou que a OIT era "uma 
das raras criações institucionais das quais a raça humana podia orgulhar-se".
Em 1998, após o fim da Guerra Fria, foi adotada a Declaração da OIT sobre os 
Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho e seu Seguimento. O documento é uma 
reafirmação universal da obrigação de respeitar, promover e tornar realidade os princípios 
refletidos nas Convenções fundamentais da OIT, ainda que não tenham sido ratificados pelos 
Estados Membros.
Desde 1999, a OIT trabalha pela manutenção de seus valores e objetivos em prol de 
uma agenda social que viabilize a continuidade do processo de globalização através de um 
equilíbrio entre objetivos de eficiência econômica e de equidade social.
A OIT funda-se no princípio de que a paz universal e permanente só pode basear-se na 
justiça social. Fonte de importantes conquistas sociais que caracterizam a sociedade industrial, 
a OIT é a estrutura internacional que torna possível abordar estas questões e buscar soluções 
que permitam a melhoria das condições de trabalho no mundo.
1.3 Organização da OIT
Fig. Organização da OIT
 A OIT é a única agência do sistema das Nações Unidas que tem uma estrutura 
tripartida onde participam em situação de igualdade representantes do estado, entidades 
patronais e trabalhadores. A OIT é composta pelo Conselho de Administração, Conferência 
Internacional do Trabalho (CIT) e Repartição Internacional do Trabalho (BIT).
Conselho de Administração
A OIT é dirigida pelo Conselho de Administração que se reúne uma vez por ano 
(Junho) em Genebra, na Conferência Internacional do Trabalho. O Conselho é constituído 
por 28 membros governamentais, 14 membros em representação dos empregadores e 14 em 
representação dos trabalhadores. O Conselho é responsável pela coordenação das atividades 
da OIT, pela elaboração e controle de execução das políticas e programas da OIT, pela eleição 
do Diretor Geral e pela elaboração de uma proposta de programa e orçamento bienal. O 
Conselho dirige também as atividades da Repartição Internacional do Trabalho (BIT). 
Conferência Internacional do Trabalho
A Conferência é a Assembléia dos Estados Membros da OIT. Na Conferência 
Internacional do Trabalho anual são abordados diversos temas do trabalho, adotadas e revistas 
normas internacionais do trabalho, e aprovadas as políticas gerais e o programa e orçamento 
da OIT, financiado pelos seus Estados-Membros. 
Bureau Internacional do Trabalho
O Bureau Internacional do Trabalho, é o secretariado permanente da OIT. Este 
organismo da OIT centra a gestão da maioria das atividades administrativas, produção de 
documentação, disponibilização de informação e pesquisa e elaboração de estudos. Este é 
dirigido pelo Diretor-Geral, nomeado pelo Conselho de Administração.
2. Organização da Justiça do Trabalho no Brasil
Coube a Francisco Barbosa de Resende, quinto presidente do Conselho Nacional do 
Trabalho, presidir a Comissão Especial incumbida de organizar e instalar a Justiça do 
Trabalho. Ela foi declarada instalada por Getúlio Vargas em ato público realizado no dia 1º de 
maio de 1941, no campo de futebol do Vasco da Gama, Rio de Janeiro.
Ficou estruturada em três instâncias. Na base, as Juntas de Conciliação e Julgamento 
(JCJs), que mantiveram o nome e a composição, com a diferença que seu presidente passava a 
ser um juiz de Direito ou bacharel nomeado pelo Presidente da República para mandato de 
dois anos. Os vogais (classistas) continuavam sendo indicados pelos sindicatos, para mandato 
também de dois anos.
Em nível intermediário, os Conselhos Regionais do Trabalho,para deliberação sobre 
recursos. E em nível superior, o Conselho Nacional do Trabalho, integrado por 19 membros, 
nomeados pelo Presidente da República para mandato de dois anos, permitida a recondução, e 
assim distribuídos: quatro representantes de empregados, quatro de empregadores, quatro 
funcionários do Ministério do Trabalho e das instituições de seguro social, e sete pessoas de 
reconhecido saber, das quais quatro formadas em Direito.
3. Apanhado geral das Leis trabalhistas no Brasil e no Mundo
A argumentação sobre a flexibilização das leis trabalhistas usa muitas vezes o exemplo 
dos Estados Unidos como ideal nas relações entre empregador e trabalhador. Os Estados 
Unidos são o país onde os direitos trabalhistas são mais neoliberais. A constatação salta de 
uma pesquisa elaborada pelas universidades de Harvard (EUA) e McGill (Canadá) e 
publicada no começo de fevereiro, a partir de dados da Organização Internacional do 
Trabalho (OIT) e de outras fontes. A OIT tem o maior banco de dados sobre o assunto, com a 
legislação de mais de 170 países. 
O estudo mostra que lei americana é uma das mais duras com o trabalhador em relação 
a licença-maternidade, férias remuneradas, descanso semanal, auxílio-doença e adicional 
noturno. Por outro lado, pela pesquisa, se percebe que a lei brasileira está em sintonia com a 
maioria dos países desenvolvidos. Apesar de não haver um ranking, a pesquisa aponta a 
Suíça, Finlândia e Suécia como os países em que os trabalhadores têm mais direitos. 
A tendência mundial, já indicada pela própria OIT, é de um sistema de direitos 
trabalhistas mínimos, já que as empresas, com a concorrência global, não são mais capazes de 
pagar os altos custos trabalhistas, assim, o meio termo entre os dois sistemas vigentes, 
umentando as garantias de um e cortando os excessos do outro seria ideal.
 3.1 Licença-maternidade
Segundo o estudo, de 173 países pesquisados, apenas cinco não dão licença 
maternidade. São eles, Estados Unidos, Libéria, Suazilândia, Papua-Nova Guiné e Lesoto. 
Mais de 98 concedem pelo menos 14 semanas de descanso. No Brasil, a trabalhadora pode 
entrar de licença por 4 semanas antes do parto e retornar somente após 12 semanas, como em 
outros 40 países.
Ao menos 107 países protegem os direitos das mulheres de amamentarem os filhos 
durante a lactação, como no Brasil. Em 73 nações, as pausas são pagas. A pesquisa lembra 
que a amamentação nos primeiros meses de vida reduz a mortalidade infantil. A licença 
maternidade é um dos motivos pelos quais as mulheres recebem em média, salários menores 
do que os homens. O direito a maternidade tem como resultado uma menor vontade do 
empresário em contratar mulheres. 
Tab.1: Máximo de semanas de licença maternidade paga
Número de 
Semanas
Número de 
países
4-7 4
8-11 22
12-13 43
14-16 40
17-19 16
20-39 10
40-51 2
52-103 14
104-155 5
156 ou mais 10
 3.2 Licença-paternidade
 Quanto ao beneficio da licença-paternidade, o número cai drasticamente. Dos 173 
países, apenas 65 garantem o direito em lei. Desses, 31 concedem ao menos 14 semanas. 
Como em outros 11 países, a Consolidação das Leis do Trabalho brasileira dá ao pai menos de 
uma semana de descanso. Os Estados Unidos não oferecem o direito.
É bom lembrar que um dos pontos positivos dos EUA nas relações do trabalho, 
segundo a pesquisa, é o fato de o país ser uma dos pioneiros no combate à discriminação e na 
promoção da igualdade salarial entre sexos, raças e portadores de deficiências físicas.
Tab.2: Máximo de semanas de licença paternidade paga
Número de 
Semanas
Número de 
países
Menos de 1 11
1-6 19
7-11 1
12-13 1
14-16 2
17-19 0
20-39 6
40-51 3
52-103 9
104-155 10
156 ou mais 1
 3.3 Férias pagas
137 países cadastrados na OIT, dão férias anuais pagas. Destes, 121 garantem mais de 
duas semanas de descanso. No Brasil, a lei concede quatro semanas. Os EUA não têm lei que 
regulamenta este direito. 
Tab.3: Férias anuais pagas
Número de 
Semanas
Número de 
países
1 2
Entre 1 e 2 18
Entre 2 e 3 43
Entre 3 e 4 33
Mais de 4 36
 3.4 Horas de trabalho
Pelo menos 134 nações possuem leis que fixam o máximo de horas de trabalho 
permitidas por semana. No Brasil, o trabalhador deve receber hora extra se trabalhar mais de 
44 horas por semana. Na França, o tempo é de 35 horas. Por lei, os EUA não fixam nenhum 
limite. No entanto, o país é um dos 117 que garantem o pagamento da hora-extra. Apenas 28 
países restringem ou proíbem o trabalho noturno, enquanto 50 oferecem um prêmio para 
quem trabalha durante a noite. O trabalhador que dá expediente à noite recebe 20% de 
adicional no salário no Brasil. Pelo menos 126 países garantem um descanso semanal pago de 
um dia. 
 3.5 Auxílio doença
 Em 145 países, o trabalhador que fica doente recebe mesmo que não possa trabalhar. 
Em casos mais graves, 127 permitem uma semana ou mais de descanso anualmente. Mais de 
79 nações permitem benefícios de pelo menos 26 semanas ou até a recuperação. Em 49 casos, 
o trabalhador pode faltar para ir a um funeral ou um casamento. 
Tab.4:Duração do auxilio doença
Número 
de dias
Número de 
países
1-6 3
7-10 1
11-30 28
31 ou 
mais 98
Tab. 5:Porcentagem paga do salário enquanto o trabalhador está doente
Porcentagem
Número de 
países
100% 31
75-99% 20
50-74% 74
25-49% 8
4. Consolidação das Leis Trabalhistas
A CLT surgiu pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1 de maio de 1943, sancionada pelo então 
presidente Getúlio Vargas, unificando toda legislação trabalhista então existente no Brasil.
Seu principal objetivo é a regulamentação das relações individuais e coletivas do 
trabalho, nela previstas. A CLT é o resultado de 13 anos de trabalho - desde o início do 
Estado Novo até 1943 - de destacados juristas, que se empenharam em criar uma legislação 
trabalhista que atendesse à necessidade de proteção do trabalhador, dentro de um contexto de 
"estado regulamentador".
A Consolidação das Leis do Trabalho, cuja sigla é CLT, regulamenta as relações 
trabalhistas, tanto do trabalho urbano quanto do rural. Desde sua publicação já sofreu várias 
alterações, visando adaptar o texto às nuances da modernidade. Apesar disso, ela continua 
sendo o principal instrumento para regulamentar as relações de trabalho e proteger os 
trabalhadores.
Seus principais assuntos são:
• Registro do Trabalhador/Carteira de Trabalho 
• Jornada de Trabalho 
• Período de Descanso 
• Férias 
• Medicina do Trabalho 
• Categorias Especiais de Trabalhadores 
• Proteção do Trabalho da Mulher 
• Contratos Individuais de Trabalho 
• Organização Sindical 
• Convenções Coletivas 
• Fiscalização 
• Justiça do Trabalho e Processo Trabalhista 
Apesar das críticas que vem sofrendo, a CLT cumpre seu papel, especialmente na 
proteção dos direitos do trabalhador. Entretanto, pelos seus aspectos burocráticos e 
excessivamente regulamentador, carece de uma atualização, especialmente para simplificação 
de normas aplicáveis a pequenas e médias empresas.
5. A CLT
A legislação trabalhista, instituída pelo presidente Getúlio, tem exatamente o objetivo 
de defender o trabalhador contra “negociações” em que o mais poderoso impõe termos 
leoninos ao mais desprotegido. Ou seja, trata-se de garantir um mínimo de direitos que não 
podem ser desrespeitados, para que haja, aí sim, uma negociação verdadeira, mais justa entre 
patrões e empregados.
Ao contrário do que muitos pensam, a CLT não é rígida, ela tem sido modernizada 
freqüentemente. Um bom exemplo é o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, que 
modificou radicalmente o tratamento dado ao vínculo empregatício, anteriormenteprotegido 
pela estabilidade. Para corroborar esta tese, o próprio posicionamento do TST tem atenuado 
determinadas regras trabalhistas em prol de interesses sociais mais relevantes, como a 
admissão mais ampla da terceirização de serviços a fim de garantir a competitividade das 
empresas que tem negócios no Mercosul. O importante é termos uma visão macropolítica que 
não resulte em fragilização das relações de trabalho.
A seguir, uma série de artigos sobre temas atuais relacionados ao trabalho no Brasil.
Ajuda aos pequenos
Supersimples deve resgatar empresas da informalidade
por Marcos Alencar
O Simples em vigor abrange apenas a simplificação do pagamento de tributos federais 
para micro e pequenas empresas dos setores de indústria e comércio. O Supersimples valerá 
para todo o país e pretende unificar nove impostos e contribuições — seis federais (IRPJ, IPI, 
CSLL, PIS/Pasep, Cofins e INSS patronal), um estadual (ICMS), um municipal (ISS) e a 
contribuição para as entidades privadas de serviço social e de formação profissional 
vinculadas ao sistema sindical.
É sempre bom lembrar que as micro e pequena empresas respondem por 60% dos 
empregos formais e por 20% do Produto Interno Bruto (PIB). As mesmas são responsáveis 
pela sustentação do nível de emprego.
O primeiro reflexo dessa nova lei será resgatar inúmeras empresas da informalidade. 
Em conseqüência, teremos menos trabalhadores clandestinos, pois ao existirem formalmente, 
as empresas passam a ser fiscalizadas, sem contar que a tendência é de organizar-se de forma 
geral.
Outro ponto é o surgimento de novos negócios e empresas, porque ao simplificar o 
custo tributário, o governo facilita e seduz mais empreendedores, que passam a ter mais 
confiança e certeza de que o negócio dará lucros.
A nova lei é uma excelente notícia do ponto de vista da geração de empregos. Passa a 
tratar os desiguais de forma desigual, o que representa justiça social aos micro e pequenos 
empresários. Fazendo uso dessa pequena reforma, seria interessante que empregadores e 
empregados, por meio dos respectivos sindicatos e federações, iniciassem uma discussão 
nacional buscando soluções para abrandar os custos diretos do contrato de trabalho para 
empresas desse porte.
O maior direito do trabalhador é o direito ao emprego. Se tivermos no futuro mais 
empresas, mais ofertas de empregos, naturalmente, pela lei da oferta e da procura, será 
reduzida a elevada taxa de desemprego. E os trabalhadores empregados poderão aí sim exigir 
melhores salários e benefícios contratuais.
Revista Consultor Jurídico, 29 de março de 2007 
Protecionismo exagerado
Número excessivo de direitos trabalhistas engessa o país
por Sylvia Romano
Uma pesquisa conduzida pelas universidades de Harvard (EUA) e de McGill (Canadá) 
aponta os Estados Unidos entre os piores países do mundo em relação a direitos trabalhistas e 
políticas para a família, como licença-maternidade, auxílio-doença, férias e descanso semanal 
remunerados.
Embora o estudo tenha sido divulgado num momento em que as organizações 
sindicais tentam convencer o novo Congresso a reavaliar a legislação para ampliar tais 
direitos, sigo pela contramão desses interesses e questiono: como é que a classe trabalhadora 
norte-americana consegue ser forte e auto-suficiente e, em contrapartida, por que em países 
como o Brasil a classe operária é tão sofrida, principalmente em termos financeiros?
Graças às reivindicações sindicais e a posturas protecionistas da esquerda, o 
funcionário brasileiro é um dos mais privilegiados em termos de benefícios, pois conta com 
13º salário, férias de 30 dias, vale-transporte, vale-refeição, licença-maternidade, planos de 
saúde e de aposentadoria, cestas básicas e por aí afora. Mas mesmo assim, continua vivendo e 
se alimentando mal, sofrendo com a falta de bons serviços de saúde, sem estabilidade no 
emprego e sem a segurança de que conseguirá outro caso perca o que tem e, finalmente, 
quando se aposenta recebe miseravelmente.
Tão protegido que é por leis rígidas, este trabalhador não percebe o quão mal 
remunerado é. Ele se contenta com migalhas eleitoreiras, que lhe dão a falsa impressão de 
segurança e que atestam a sua incapacidade de gerar a sua própria vida. Será que não seria 
hora de nos conscientizarmos que o número exacerbado de direitos trabalhistas engessa o 
Brasil, impedindo o seu desenvolvimento e, ainda, a geração de mais empregos para a 
população?
Não há dúvidas de que a informalidade está cada vez maior em função das inúmeras 
garantias legais previstas aos empregados — o que torna a mão-de-obra caríssima — e dos 
onerosos encargos e burocracias impostas aos empregadores, fazendo com que um 
trabalhador custe quase o dobro de seu salário.
Não estou falando em nome de grandes empresários, pois são os pequenos os 
verdadeiramente penalizados, já que não conseguem conceder um salário compatível com a 
função dos seus funcionários, nem tirar para si uma quantia razoável fruto do seu trabalho 
suado. Ou seja, nada mais justo seria para essas duas partes terem reconhecido o seu valor.
Tempos atrás, conversando com um profissional de RH, este defendia veementemente 
todas aquelas benesses concedidas e impostas por uma política oportunista, que impede que 
os nossos trabalhadores tenham o poder de escolha sobre o que fazer com o resultado do seu 
esforço diário. Segundo esse profissional, se as empresas não fornecessem todos aqueles 
benefícios, a família do trabalhador seria fortemente prejudicada, pois o mesmo gastaria seu 
salário com coisas supérfluas e deixaria de dar o sustento aos seus dependentes. Em outras 
palavras, o trabalhador é visto como um incapaz e, por isso, cabe à empresa definir o que o 
mesmo deverá fazer com o seu próprio dinheiro.
Percebe-se com essa política o porquê, em nossa sociedade, a classe média encontra-se 
hoje praticamente inexistente, numericamente falando. Em países como os Estados Unidos, o 
trabalhador ascendeu a classe média com todos os seus recursos, sem a interferência do 
Estado em relação ao que o mesmo deverá fazer com o que é seu de direito e, muito menos, 
sem a intermediação de empresas que vendem planos de saúde, cestas básicas, vales-
transporte e outras “esmolas”.
Democracia pressupõe liberdade. Infelizmente essa postura escravagista permanece 
hoje em países terceiros mundistas, penalizando não somente o trabalhador, mas também o 
empregador, em prol de interesses de poucos, geralmente ligados ao próprio governo.
Revista Consultor Jurídico, 29 de março de 2007 
Veto ao projeto
Super-Receita é retrocesso no combate ao trabalho escravo
por Walter Nunes da Silva Júnior
A Câmara dos Deputados aprovou nesta semana o Projeto de Lei 6.272/05, originário 
do Senado Federal, que cria a chamada Super-Receita. É por todos sabido que a Super-
Receita tem por objetivo maior unificar o trato, a fiscalização e a cobrança das receitas de 
tributos e contribuições federais (a cargo da Receita Federal) com as da receita previdenciária 
(a cargo do Instituto Nacional do Seguro Social — INSS), de modo a otimizar a ação fiscal e 
desburocratizar a relação Fisco-Contribuinte.
Em que pese a sensível evolução que essa unificação traz, quer sob a ótica 
administrativa, fiscal, bem como sob o ponto de vista do cidadão-contribuinte, o projeto de lei 
em questão, já aprovado pelo Congresso Nacional, traz em seu bojo um dispositivo que 
desmerece o seu escopo e, o que é mais grave, traz sérias e profundas repercussões, de todo 
nefastas e negativas ao bem sucedido combate ao trabalho escravo.
A pretexto de evitar-se concentração de poderes nas mãos dosauditores fiscais do 
trabalho, os parlamentares aprovaram a emenda aditiva 3 (de origem nº 94) que diz o 
seguinte: “No exercício das atribuições da autoridade fiscal de que trata esta lei, a 
desconsideração da pessoa, ato ou negócio jurídico que implique reconhecimento de relação 
de trabalho, com ou sem vínculo empregatício, deverá ser sempre precedida de decisão 
judicial.” Em outras palavras, diz o texto aprovado pelo Legislativo que 
servidores públicos concursados, capacitados e treinados para verificar ilegalidades ou 
descumprimento da relação trabalhista, com atribuições de imediatamente tomar as medidas 
cabíveis para a pronta regularização, de modo a resguardar o mínimo respeito aos 
trabalhadores e à legislação trabalhista, não mais poderão exercer esse mister.
Vale dizer, o Ministério do Trabalho (órgão do Poder 
Executivo), por seus auditores fiscais, não poderá mais verificar e punir aqueles que infringem 
a relação de trabalho. Dever-se-á aguardar a manifestação do Poder Judiciário para se concluir 
se há, ou não, violação aos pressupostos basilares da relação de trabalho. Somente após a 
decisão judicial, devidamente transitada em julgado, é que poderão ser tomadas providências 
devidas, sejam trabalhistas, administrativas, fiscais, cíveis ou penais. Tudo isso, muito tempo 
depois dos fatos. Tal dispositivo, inserto no projeto de lei recém-aprovado da 
Super-Receita, não só representa grande retrocesso na fiscalização da relação de trabalho, 
como também pode vir a colocar, novamente, o Brasil em situação de desconforto perante a 
comunidade internacional, tendo em vista que, em razão de acordos assinados, o país assumiu 
o compromisso de reprimir violações aos direitos humanos, bem como reprimir o odioso, 
medieval e inaceitável trabalho escravo que, infelizmente, ainda grassa em certos rincões.
A bem sucedida política de combate ao trabalho 
escravo poderá ruir, depois de tantos avanços ao longo do tempo. Isto porque os fiscais dos 
Grupos Móveis de Fiscalização não mais poderão tomar as medidas necessárias quando 
constatarem situação análoga ao trabalho escravo. Diga-se, aliás, que foi justamente devido à 
atuação dos Grupos Móveis de Fiscalização que o Brasil, no ano de 2005, foi citado como 
referência no relatório global da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Isso compromete a política que o Brasil, com o apoio de 
diversas entidades da sociedade civil – dentre elas a Associação dos Juízes Federais do Brasil 
(Ajufe), vem desenvolvendo, desde 1995, para erradicar o trabalho escravo, embora o País 
fosse signatário das Convenções 29 e 105 da OIT desde os anos 60. Assim, a eficácia e a 
excelência do trabalho desenvolvido pelos Grupos Móveis de Fiscalização — de 1995 até 
2005 foram libertadas 17.983 pessoas — reconhecidas internacionalmente, sofrerão 
inadmissível retrocesso.
Como se não bastasse, há manifesta inconstitucionalidade no dispositivo ora 
aprovado. Com efeito, o Poder Executivo, por intermédio do Ministério do Trabalho, mais 
especificamente dos seus auditores fiscais do trabalho, detém atribuição originária e 
específica para verificar a higidez, a regularidade e a legalidade da relação de trabalho, com 
ou sem vínculo empregatício. Ao se atribuir, ao Poder Judiciário, com exclusividade, a 
competência para verificar eventuais ilegalidades ou irregularidades da relação de trabalho, é 
suprimida atribuição inata e originária do poder de polícia típico do Poder Executivo, que 
possui órgão e quadro de pessoal treinado e capacitado para tal fim.
Em nosso sistema jurídico, ao Poder Judiciário não cabe qualquer competência para 
fiscalizar isso ou aquilo. Cabe-lhe atuar somente em último caso, após esgotadas todas as 
outras possibilidades e instâncias, inclusive administrativas. Ou seja, quando de um concreto 
conflito de interesses instalado e não resolvido, havendo efetiva lesão ou séria ameaça de 
lesão a direito, é que se impõe a sua atuação. Fora dessa hipótese, não.
No Estado Democrático de Direito a Administração Pública constituída tem o dever e 
a obrigação de preservar as instituições, a normalidade: o respeito à ordem jurídica, 
independentemente de qualquer provocação. Esse é o seu dever ínsito e é o que os cidadãos 
esperam. Daí a divisão de tarefas e atividades entre vários órgãos estatais, de modo a melhor 
cumprir esses altos encargos. O Poder Judiciário atua em caráter excepcional, quando falham 
todos os demais controles e instâncias na resolução da questão e na preservação da legalidade.
O texto aprovado não somente promove a desarmonia entre esses Poderes Estatais, ao 
fazer com que um (Judiciário) exorbite as suas funções originárias em detrimento de outro 
(Executivo), de todo indesejável.
Em uma legislação que tem entre seus objetivos a melhoria da arrecadação, o 
dispositivo em questão terá efeito inverso, uma vez que a médio prazo ocasionará queda de 
receita, pela impossibilidade dos auditores fiscais do trabalho proporem, de imediato, a 
penalização dos autores de irregularidades ou ilegalidades na relação de trabalho, visto que 
seria necessário o ajuizamento de ação perante o Poder Judiciário.
Por tudo isso, pelo seu passado e história e pela bem sucedida política de combate ao 
trabalho escravo, espera-se do Presidente da República que vete o dispositivo em foco. A 
Nação agradecerá.
Walter Nunes da Silva Júnior, doutor em teoria constitucional do processo penal e 
professor de direito penal da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, é presidente da 
Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil).
Revista Consultor Jurídico, 23 de fevereiro de 2007 
Alteração necessária
Complexidade de ação trabalhista tornou CLT ultrapassada
por Alexandre Lauria Dutra
Tema pouco discutido em razão da maior controvérsia que as inovações no direito 
material fomentam, mas de relevância igualmente inconteste, é a absoluta necessidade de 
alteração da Consolidação das Leis do Trabalho no que pertine ao processo e, em especial, 
quanto ao prazo e aos procedimentos que esta “velha” consolidação confere aos litigantes para 
preparação de suas defesas e para a prática de atos processuais ligados a esta questão.
Como se sabe, a Consolidação das Leis do Trabalho é de 1943, reservando ao tema 
“processo do trabalho” o Título “X”, que tem a denominação “Do Processo Judiciário do 
Trabalho”. É antiga e tem sido objeto de várias reformas ao longo das décadas que nos 
separam de sua incorporação ao ordenamento jurídico.
Contudo, deixando de lado questões absolutamente relevantes, além das 
nomenclaturas ultrapassadas (há menções a “Juntas”, “Presidente” e “Reclamação” por todas 
as partes), o legislador reformista parece ter privilegiado temas como o das custas processuais, 
honorários periciais, justiça gratuita e seus requisitos, etc. (Lei 10.537/02). É verdade que 
durante certo período inovou com as Comissões de Conciliação Prévia (Lei 9.958/2000) e o 
Procedimento Sumaríssimo (Lei 9.957/2000), mas as alterações mais pareceram uma tentativa 
de acabar com a dramática lentidão do Judiciário pela via inadequada.
Alterações importantes parecem ser mais necessárias e úteis aos advogados, 
jurisdicionados e magistrados. Dentre tantas, uma que considero importante é a alteração do 
caput artigo 841 da Consolidação das Leis do Trabalho, que estabelece:
“Artigo 841 — Recebida e protocolada a reclamação, o escrivão ou chefe de 
secretaria, dentro de 48 horas, remeterá a segunda via da petição, ou do termo, ao reclamado, 
notificando-o ao mesmo tempo, para comparecer à audiência de julgamento, que será a 
primeira desimpedida, depois de cinco dias”.
A norma é entendida como previsão de prazomínimo de cinco dias entre a citação do 
réu (tratado como “reclamado” pelo artigo) e a realização da audiência de conciliação, 
instrução e julgamento (tratada como audiência de julgamento pelo artigo).
Mesmo que deixemos de lado a necessária alteração das nomenclaturas “reclamação”, 
“reclamado” e outras que se tornaram ultrapassadas em razão da incorporação para a Justiça 
do Trabalho de matérias anteriormente afetas à Justiça comum (Emenda Constitucional 45), é 
preciso ponderar sobre alterações mais profundas no conteúdo da lei.
A reformulação do artigo 841, caput, da Consolidação das Leis do Trabalho, é 
necessária a fim de permitir aos réus um prazo razoável à preparação de suas defesas, sem que 
isto importe em qualquer prejuízo para o princípio da celeridade.
Não vejo como compatibilizar o “minúsculo” prazo de cinco dias contemplado pela 
atual redação do artigo 841 da CLT com a realidade dos dias de hoje, que confirmam não 
apenas a crescente discussão no âmbito da Justiça do Trabalho de ações complexas 
envolvendo relações emprego (altos executivos demandam na Justiça do Trabalho), como 
também complexas relações de trabalho, conflitos de representação sindical, ações de 
cumprimento, ações civis públicas, ações relativas às penalidades administrativas, etc..
Aliás, além do artigo 841 da CLT não se compatibilizar com a atualidade, não se 
harmoniza com o fundamental direito constitucional da ampla defesa e do contraditório. Sim, 
porque conferir ao réu o direito de receber a citação cinco dias antes da audiência de 
conciliação, instrução e julgamento, por exemplo, em uma Ação Civil Pública, que pode 
envolver o direito de toda uma categoria profissional, é o mesmo que negar-lhe a “ampla” 
defesa e conferir-lhe a “restrita” defesa, a defesa “possível”.
Como juntar documentos (todos devidamente autenticados, pois este formalismo ainda 
é exigido pela CLT), identificar e convocar as melhores testemunhas (estas, ainda limitadas a 
três, mesmo nas causas mais complexas), verificar os autos e a documentação produzida pelo 
autor, investigar os fatos, redigir a defesa, preparar-se para a instrução, estudar o caso e 
definir as estratégias? Como? Em cinco dias?
É verdade que em estados como São Paulo e Rio de Janeiro o acúmulo de ações faz 
gerar espontaneamente prazos mais confortáveis para os réus, mas em outras localidades, 
como Minas Gerais, Pará, Amazonas e outras este prazo de cinco dias é comum.
A conclusão é que devemos aproveitar o fortalecimento que a EC 45 trouxe à Justiça 
do Trabalho, a ela incorporando a competência para julgar ações sobre as várias modalidades 
que envolvem o tema “relação de trabalho”, além de matérias anteriormente discutidas na 
Justiça comum, para fomentar a discussão sobre o necessário alargamento do prazo conferido 
pela Consolidação das Leis do Trabalho para o réu se defender, em prestígio ao direito 
constitucional da ampla defesa.
Revista Consultor Jurídico, 28 de dezembro de 2006 
Não à escravidão
Brasil serve de exemplo no combate ao trabalho escravo 
por Patrícia Audi
O Brasil é o melhor exemplo no combate ao trabalho escravo em todo o mundo, 
reconhecido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) em seu relatório “Uma 
Aliança Global contra o Trabalho Forçado em 2005”. O trabalho coordenado da Conatrae, 
comissão responsável pela implementação dessa política, é a grande responsável por esse 
sucesso.
Além do trabalho incansável dessa comissão, o Brasil vem demonstrando inovação, 
coragem e determinação de seu setor produtivo, ou de pelo menos parte dele, quando 
anunciamos as melhores práticas empresariais conhecidas internacionalmente em busca de 
soluções para a erradicação desse grave problema.
Baseado em estudos da cadeia produtiva do trabalho escravo, a OIT, a ONG Repórter 
Brasil e o Instituto Ethos coordenaram a elaboração de dois pactos nacionais contra o trabalho 
escravo. O primeiro firmado pelo setor siderúrgico em agosto de 2004 e o segundo assinado 
em maio de 2005 por mais de 80 grandes empresas nacionais e multinacionais que, dentre as 
inúmeras cláusulas, comprometem-se a não adquirir produtos oriundos de fazendas que 
praticam esse crime.
Queremos destacar então a exitosa experiência da Associação das Siderúrgicas de 
Carajás (Asica), que assinou o primeiro acordo. A Associação criou em 2004 o Instituto 
Carvão Cidadão (ICC), uma ONG cujo objetivo principal é erradicar o trabalho escravo em 
sua cadeia produtiva. Já foram feitas 945 fiscalizações independentes nas carvoarias que 
alimentam os fornos das siderúrgicas e cancelados 253 contratos de fornecimento de carvão 
por não cumprirem as normas trabalhistas e as orientações determinadas pelo instituto.
Não satisfeito apenas em inibir a prática criminosa no setor, o ICC foi mais além: vem 
promovendo a integração de trabalhadores libertados pelo Grupo Móvel de Fiscalização do 
MTE, identificando, qualificando e estimulando que as empresas da Asica empregassem 53 
pessoas resgatadas em condições de escravos, dando-lhes, pela primeira vez, a oportunidade 
de uma vida digna e livre. O ICC vem dando inúmeros passos à frente como exemplo de uma 
política pública que deveria ser instituída nacionalmente.
Presente em Imperatriz (MA) e Marabá (PA), a ONG ainda encontra resistências 
internas. Não falamos que problemas não existem e que há consenso de todas as siderúrgicas 
quanto à importância do papel do instituto nesse contexto. Até mesmo porque vem tratando o 
assunto com a transparência e o conhecimento total da Conatrae. Ressaltamos, entretanto, que 
apesar das dificuldades, o ICC vem exercendo a melhor prática mundial de responsabilidade 
social no combate ao trabalho escravo conhecida pela OIT.
Tal exemplo deveria ser seguido por outros setores, principalmente aqueles ligados à 
produção agropecuária, não importa se por motivações sociais ou até mesmo comerciais. A 
gravidade do problema do trabalho escravo no Brasil e o descaso de poucos pode de maneira 
substantiva prejudicar toda uma atividade econômica do país, que emprega legalmente seus 
funcionários, paga impostos, gera divisas e utiliza-se de práticas leais de concorrência perante 
seus pares.
 Revista Consultor Jurídico, 19 de dezembro de 2006
6. A Previdência Social
CONCEITO – Previdência vem do latim pre videre , ver com antecipação as 
contingências sociais e procurar compô-las, ou de praevidencia, prever, antever. 
No dizer de Wladimir Novaes Martinez previdência social é : a técnica de proteção 
social que visa propiciar os meios indispensáveis à subsistência da pessoa humana – quando 
esta não pode obtê-los ou não é socialmente desejável que os aufira pessoalmente através do 
trabalho, por motivo de maternidade, nascimento, incapacidade, invalidez, desemprego, 
prisão, idade avançada, tempo de serviço ou morte – mediante contribuição compulsória 
distinta, proveniente da sociedade e de cada um dos participantes”.
Segundo Nair Lemos Gonçalves, é o “evidente propósito de, 
antecipadamente, reunir recursos dos interessados e organizar mecanismos que pudessem e 
possam atender a contingências sociais prováveis e futuras. É isso a previdência social”.
Em síntese, a Previdência Social é o segmento da Seguridade Social, 
composta de um conjunto de princípios, de regras e de instituições destinado a estabelecer um 
sistema de proteção social, mediante contribuição, que tem por objetivo proporcionar meios 
indispensáveis de subsistência ao segurado e à sua família contra contingências de perda ou 
redução de sua remuneração, de forma temporária ou permanente, de acordo com a previsão 
da lei.
O direito à Previdência Social é um direitofundamental, pois previsto como Direito 
Social no art. 6º. da CF/88.
Tem previsão legal na Lei 8213/91 e Decreto Regulamentador No. 3.048/99. O art. 1º. 
da Lei dispõe: que a Previdência Social, mediante contribuição, tem por fim assegurar a seus 
beneficiários meios indispensáveis de manutenção, por motivo de incapacidade, desemprego 
involuntário, idade avançada, tempo de serviço, encargos familiares e prisão ou morte 
daqueles de quem dependiam economicamente. Além dos arts. 201 e 202 da CF/88.
A vigente lei dispõe sobre seus princípios regras e benefícios. Não se confunde com 
assistência social e seguridade social.
 A Previdência Social é um dos segmentos, das partes do Direito da Seguridade Social. 
Este é o gênero, que abrange a Previdência Social como espécie. Art. 194 da Constituição.
Nas palavras do mesmo Wladimir, “assistência social é o conjunto de atividades 
particulares e estatais direcionadas para o atendimento dos hipossuficientes, consistindo os 
bens oferecidos em pequenos benefícios em dinheiro, assistência à saúde, fornecimento de 
alimentos e outras pequenas prestações. Não só complementa os serviços da Previdência 
Social, como a amplia, em razão da natureza da clientela e das necessidades providas. Sua 
definição legal está no art. 4º. da lei 8212/91 que dispõe: “A Assistência Social é a política 
social que provê o atendimento das necessidades básicas, traduzidas em proteção à família, à 
maternidade, à adolescência, à velhice e à pessoa portadora de deficiência, 
independentemente de contribuição à Seguridade Social”. 
Também não se pode confundir Previdência Social com Seguridade Social. Esta é o 
conjunto de políticas públicas no âmbito da Previdência Social, Saúde e Assistência Social, 
conforme previsto no art. 194 e seguintes da CF/88. O direito à segurança social é direito 
fundamental, insculpido no art. 6º. da CF/88 : “ São direitos sociais a educação, a saúde, o 
trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à 
infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição”.
Portanto, Seguridade Social abrange Previdência Social e Assistência Social. A idéia 
essencial da Seguridade Social é dar aos indivíduos e suas famílias tranqüilidade no sentido 
de que, na ocorrência de uma contingência (invalidez, morte etc), a qualidade de vida não seja 
significativamente diminuída, proporcionando meios para a manutenção das necessidades 
básicas dessas pessoas. Logo, a Seguridade Social deve garantir os meios de subsistência 
básicos do indivíduo, não só mas principalmente para o futurro, inclusive para o presente, 
independentemente de contribuições para tanto. Verifica-se, assim, que é uma forma de 
distribuição de renda aos mais necessitados, que não tenham condições de manter a própria 
subsistência.
O conceito moderno de Seguridade Social é antigo. A família romana, através do pater 
famílias, tinha a obrigação de prestar assistência aos servos e clientes, em uma forma de 
associação, mediante contribuição de seus membros, de modo a ajudar aos mais necessitados. 
Em 1344 surge a preocupação do homen em relação ao infortúnio. Em 1601 a Inglaterra 
editou a Poor Relief Act (lei de amparo aos pobres), que instituía a contribuição obrigatória 
para fins sociais, consolidando outras leis sobre assistência pública. Em 1883, na Alemanha, 
Otto von Bismarck introduziu uma série de seguros sociais para atenuar a tensão existente 
entre as classes trabalhadoras. Os anos seguintes foram também de intensa produção 
legislativa a respeito do mesmo tema. A igreja sempre esteve preocupada com o trabalhador. 
As Encíclicas Rerum Novarum, de Leão XIII (de 1891) e a Quadragesimo Ano, de Pio XI (de 
1931) constituem-se em provas desta preocupação. Em 1898 a França promulgou norma 
criando a assistência à velhice e aos acidentes de trabalho. Em 1897, na Inglaterra, foi 
instituído o Workmen’s Compensation Act, que criou o seguro obrigatório contra acidentes do 
trabalho.Em 1907 foi estabelecido o sistema à velhice e acidentes de trabalho.em 1908, o Old 
Pensions Act concedeu pensão aos maiores de 70 anos, independentemente de contribuição. 
Em 1911, foi estabelecido o National Insurance Act que determinou a aplicação de um 
sistema compulsório de contribuições sociais.
Mas no começo do século passado, começou a surgir uma nova fase no direito 
mundial. O denominado constitucionalismo social, em que as constituições dos países 
começaram a tratar de direitos sociais, trabalhistas e econômicos, inclusive direitos 
previdenciários.
A Constituição Mexicana de 1917 foi a 1ª, do mundo a incluir o seguro social em seu 
bojo. A Soviética de 1918 incluiu direitos previdenciários. A Constituição de Weimar de 1919 
determinou que ao Estado incumbe prover a subsistência do cidadão alemão, caso não possa 
proporcionar-lhe a oportunidade de ganhar a vida com um trabalho produtivo (art. 163). A 
criação da OIT em 1919 teve grande influência nas constituições do mundo. Esse órgão 
passou a evidenciar a necessidade de um programa sobre previdência social em suas 
convenções. Nos Estados Unidos foi instituído o New Deal, com a doutrina do Wellfare State 
( Estado do bem-estar social). Em 1935 o Congresso americano aprovou o Social Security Act 
para ajudar os idosos e estimular o consumo, instituindo também o seguro-desemprego. A 
Nova Zelândia, em 1938, instituiu lei sobre proteção a toda a população, implantando o 
seguro social, acabando com o seguro privado. A Carta Universal dos Direitos do Homem de 
1948 diz que a proteção previdenciária é um direito fundamental da pessoa humana, dentre 
outros. A partir daí a elaboração de programas de seguridade social mundo afora vem 
sempre crescendo.
E no Brasil. Como tudo começou?
O Decreto no. 4.682/23 foi a 1ª. norma a tratar de previdência social, estabelecendo 
um sistema de benefícios para os ferroviários. A segunda norma a ser ressaltada foi a Lei no. 
3.807/60 que estabeleceu a organização da Previdência Social, instituindo benefícios, sendo 
chamada de Lei Orgânica da Previdência Social.
 A evolução da Previdência Social no Brasil se deu da seguinte forma. A Constituição 
de 1891 consagrou as primeiras regras sobre aposentadorias, as quais tinham caráter 
corporativo. Em 1919 e 1923 surgiram as Lei de Acidentes de Trabalho e Lei Eloi Chaves, 
respectivamente. Pode-se dizer que foram as normas precursoras. A partir de então o sistema 
foi evoluindo quando formaram-se as Caixas de Aposentadorias e Pensões e os IAP’s. Em 
1960 houve uma unificação legislativa com a promulgação da Lei Orgânica da Previdência 
Social. Em 1966 houve a unificação dos Institutos, com a criação do Instituto Nacional de 
Previdência Social. Mas esta unificação não foi suficiente, pois algumas categorias ainda 
permaneceram desamparadas, tais como os agentes públicos, apesar de possuírem direito à 
aposentadoria porque tinham estatuto próprio. Na década de 70 um grande avanço aconteceu. 
Os trabalhadores rurais e os domésticos passaram a ter proteção previdenciária. Mas foi com a 
atual Carta Política Brasileira de 1988 que o povo brasileiro conheceu um maior rol de 
proteção. Surgiu a noção de Seguridade Social, houve a unificação dos regimes de 
previdência, salvo os dos agentes públicos ocupantes de cargos efetivos e vitalícios na esfera 
da Adminsitração (art 39 da CF/88). Para estes há o Regime Jurídico Único. Há também 
regras diferenciadas previstas nos arts. 40 e 201 da Constituição.
6.1CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA PREVIDENCIÁRIO NO BRASIL
O sistema previdenciário adotado pelo Brasil é o chamado sistema contributivo 
lastreado em um Pacto de Gerações,mas que tende a um Sistema de Capitalização (Emendas 
Constitucionais Nos. 20/1998 e 41/2003 da Reforma da Previdência), uma poupança 
individual. Pelo primeiro, para o trabalhador fazer jus a benefícios, tem que contribuir com as 
contribuições sociais que são a base do Sistema de Seguridade Social no Brasil. É o chamado 
Custeio da Seguridade Social. Essa contribuições têm dupla finalidade: o custeio do sistema e 
apuração do tempo de atividade e do valor que serve de cálculo para os benefícios da 
Previdência Social.Detêm natureza tributária e são a principal fonte de financiamento da 
Seguridade Social no nosso país. Art. 195 da CF/88 e art. 154, I.
O que se entende como fonte de custeio? São os meios econômicos e, principalmente, 
financeiros obtidos e destinados à concessão e à manutenção das prestações da seguridade 
social. Podem ser fontes diretas e indiretas. As primeiras são contribuições previstas para o 
sistema. As segundas são os impostos, que serão utilizados nas insufici6encias financeiras do 
sistema. Logo, o custeio da seguridade social é feito diretamente por contribuições da empresa 
e dos trabalhadores e o financiamento indireto é realizado por meio de toda a sociedade, por 
intermédios de impostos. São fontes de custeio da previdência social: a – dos empregadores, 
incidentes sobre a folha de salários, o faturamento e o lucro; b- dos trabalhadores; c – sobre a 
receita de concursos de prognósticos; d – do importador de bens ou serviços do exterior, ou de 
quem a ele a lei equiparar (Lei 10.865/04). Além dessas, a Constituição prevê outras no parág. 
4º. do art. 195, que se reporta ao inciso I do art. 154.
Pode ser dito que o Sistema Brasileiro de Previdência Social é um modelo de 
repartição simples (pay as you go system). Os ativos contribuem para o benefício dos 
inativos. Existe um contrato entre gerações : a geração atual financia a geração anterior.
Logo, o regime previdenciário depende da contribuição por parte do próprio segurado, 
ao contrário do regime de assistência social, em que o segurado não precisa ter contribuído 
para ter direito ao benefício. Há necessidade de pagamento da contribuição para ter direito ao 
benefício.O sistema é baseado na solidariedade humana, em que a população ativa deve 
sustentar a inatividade, os aposentados. A relação previdenciária é sinalagmática, pois há 
direitos e obrigações. O segurado só tem direito ao benefício do INSS se tiver contribuído 
para o sistema, ou seja, se tiver havido custeio. O INSS, sujeito passivo da relação, recebe as 
contribuições para pagar os benefícios. Nesta relação previdenciária, os sujeitos ativos são o 
segurado ou o dependente, que recebem o benefício. Esse último só existe se tiver existido o 
primeiro. Não existe dependente se nunca tiver havido em primeiro lugar o segurado. Os 
dependentes para fins previdenciários diferem daqueles para fins de imposto de renda. 
Dividem-se em três classes: 1 – cônjuge, companheiro(a) e o filho não emancipado de 
qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido; 2 – os pais; 3 – o irmão, não emancipado 
de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido. O rol é taxativo. Cabe à norma legal 
incluir ou excluir pessoas na condição de dependente. Os dependentes de uma mesma classe 
concorrem em igualdade de condições para efeitos de dependência. A existência de 
dependente de qualquer das classes mencionadas exclui do direito às prestações os das classes 
seguintes. A norma vigente também prevê a perda da qualidade de dependente. Exemplos: o 
cônjuge perde a qualidade de dependente pela separação judicial ou divórcio, pela anulação 
do casamento ou sentença judicial transitada em julgado. Mas assegurada a prestação de 
alimentos, ele volta a ser dependente; o companheiro (a), pela cessação da união estável com 
o segurado(a), enquanto não lhe for assegurada a prestação de alimentos;para o filho e 
equiparado e irmão, de qualquer condição, aos 21 anos de idade, salvo se inválidos, ou pela 
emancipação, no caso dos primeiros.; para os dependentes em geral, pela cessação da 
invalidez e pelo falecimento.
Há vários tipos de regimes previdenciários no Brasil: 1 – O Regime Geral da 
Previdência Social – RGPS, que é obrigatório, público e contributivo, art. 201 da CF/88, 
gerido pelo INSS, dirigido aos particulares; 2 – Regimes Próprio de Previdência dos 
Servidores Públicos – RPPS, destinado aos servidores públicos detentores de cargos públicos 
efetivos e vitalícios da Administração Pública Direta, autarquias e fundações públicas, art. 40 
da CF/88 (União, Estados, DF e Municípios); esses dois baseados na forma de repartição, pois 
de caráter contributivo, apesar de quanto a esse último o dito caráter só foi instituído com a 
emenda 3 em 1993 3- Regime de Previdência Complementar – RPC de entidades de 
Previdência Privada Aberta e Fechada e Fundos de Pensão Públicos, baseado na forma de 
capitalização, de caráter facultativo, art. 202 da CF/88, regime de natureza privada que visa 
complementar o regime geral; 4 – Regime dos Militares das Forças Armadas.
Os funcionários públicos federais são atualmente regidos pela Lei 8.112/90, que 
também trata de questões previdenciárias. Contudo, esses funcionários têm regime próprio, 
não sendo beneficiados no regime da Seguridade Social descrito nas Leis 8.212 e 8.213, tendo 
também sistema próprio de Previdência Social.
O Regime Geral da Previdência Social abrange os: trabalhadores urbanos e rurais; os 
autônomos de qualquer espécie (profissionais liberais, eventuais etc); empresários; produtores 
rurais e artesãos; empregados domésticos; trabalhadores avulsos; ocupantes de cargo de 
provimento em comissão da Administração Direta, autarquias e fundações públicas de 
qualquer esfera da Administração.
Os Regimes dos Agentes Públicos abrangem: Magistrados; Membros do Ministério 
Público; Servidores ocupantes de cargo de provimento efetivo (os estatutários); Militares nos 
Estados e no DF(art. 142 da CF/88). Não existindo no ente da Federação regime diferenciado 
instituído, passam a ser segurados do Regime Geral. São esses os segurados da Previdência 
Social, os quais são ao mesmo tempo beneficiários e contribuintes do sistema. 
Os beneficiários da Previdência social são os segurados e dependentes. O segurado é 
tanto o que exerceu ou exerceu atividade remunerada efetiva ou eventual, como aquele que 
não exerce atividade remunerada (desempregado) ou que não tem remuneração por sua 
atividade (dona-de-casa, estudante, desempregado), com ou sem vínculo empregatício. 
Sempre pessoa física. A pessoa jurídica não é segurada, mas tão somente contribuinte. Essa 
definição compreende tanto os que ainda exercem atividade remunerada (que estão na ativa) 
como os que já estão aposentados. É segurado toda a pessoa que usufrui ou pode usufruir de 
benefícios. Mas não é apenas quem recebe benefício, mas também quem paga a contribuição.
Não existem apenas segurados obrigatórios comuns ao sistema (empregado, 
empregado doméstico, trabalhador avulso), mas também segurados que podem filiar-se 
facultativamente ao sistema, como a dona-de-casa, o síndico de condomínio, o estudante e o 
desempregado. Segurados facultativos. Art. 201 da CF/88.há ainda os segurados obrigatórios 
individuais ou contribuintes individuais (autônomos, equiparados a autônomo, eventuais, 
empresários) e segurados obrigatórios especiais (produtor rural).
6.2 CARACTERÍSITICAS GERAIS DO REGIME GERAL DA 
PREVIDÊNCIA SOCIAL QUE O DISTRINGUE DOS DEMAIS 
(resumo)
A fonte de custeio vem dos recursos orçamentários da União, de Contribuições 
Sociais, dos Empregadores e das Empresas,dos beneficiários (não incidindo sobre 
aposentadorias e pensões).
A contribuição dos segurados incidem no máximo sobre um teto, hoje R$ 2.508,00. 
Não há contribuições de aposentados e pensionistas.
As contribuições patronais incidem sobre a folha, o faturamento e o lucro líquido, sem 
limite.
Há hipóteses de isenção de contribuição. Ex. entidades filantrópicas.
O cálculo da aposentadoria é a média de 4/5 dos salários-de-contribuição, desde 
07/1994, corrigidos, com a aplicação do “fator previdenciário”.
A aposentadoria voluntária é requerida por idade ou por tempo de serviço. Obedecem 
ao valor “teto”, ou seja, o valor máximo atual é de R$ 2.508,00. São corrigidos anualmente 
( 1º. de junho) por índice fixado pelo MPS.
A pensão por morte equivale ao valor da aposentadoria por invalidez que seria devida 
ao segurado falecido, ou igual ao valor da aposentadoria que já vinha recebendo, com teto de 
R$ 2.508,00.
As Emendas Constitucionais 41 e 47 trouxeram muitas mudanças quanto à 
aposentadoria voluntária. Há várias situações a serem consideradas, dependendo da época dos 
ingressantes. O que se pode concluir dos textos dessas duas emendas é que a tendência da 
política previdenciária para os agentes públicos é a sua uniformização com os trabalhadores 
da iniciativa privada. É a preocupação com a criação de fundos de previd6encia 
complementar, em relação aos novos agentes públicos que vieram a ingressar após.
COMO SE DÁ A INSCRIÇÃO DO SEGURADO NA PREVIDÊNCIA?
Inicialmente é preciso dizer que inscrição não se confunde com filiação. A “filiação é 
o momento em que o segurado passa a integrar como beneficiário o sistema de previdência”. 
Inscrição é o ato administrativo no qual o segurado procede sue registro e de seus dependentes 
perante o INSS. Só as pessoas físicas são filiadas.
O segurado será considerado inscrito quando cadastrado no Regime Geral de 
Previd6encia Social, mediante comprovação dos dados pessoais e de outros elementos 
necessários e úteis à sua caracterização. Ex. o contrato de trabalho do empregado prova a sua 
inscrição. Já o trabalhador avulso será considerado inscrito pelo preenchimento dos 
documentos que o habilitem ao exercício de sua atividade, formalizados pelo sindicato de 
classe ou órgão gestor de mão de obra, que o arregimenta, recolhe os valores recebidos das 
empresas pela prestação de serviços e faz o rateio entre os que participam da operação. O 
empregado doméstico está inscrito com a apresentação de documento que comprove a 
existência de contrato de trabalho. O contribuinte individual é considerado inscrito pela 
apresentação de documento que comprove a sua condição ou o exercício de atividade 
profissional, liberal ou não, como ocorre com o registro no CRC, na OAB, no CREA, no 
CRM etc. E assim por diante. Cada tipo de segurado ( autônomo ou equiparado, o especial, o 
facultativo), deve comprovar a sua condição para sua inscrição.
A filiação à Previdência Social decorre automaticamente do exercício de atividade 
remunerada para os segurados obrigatórios. Em relação aos segurados facultativos, a inscrição 
é realizada com o pagamento da 1ª. contribuição.
Quanto ao dependente, será considerado inscrito quando o segurado o qualificar 
perante a Previdência Social e apresentar os documentos necessários para tanto. Sua inscrição 
deve ser feita de preferência no ato da inscrição do segurado.
COMO SE DÁ A CONTRIBUIÇÃO PARA O CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL?
A contribuição da União é constituída de recursos adicionais do Orçamento Fiscal, 
fixados obrigatoriamente na Lei Orçamentária Anual (art. 16 da Lei 8.212/91). Para assegurar 
recursos para o pagamento dos benefícios concedidos pelo Regime Geral de Previdência 
Social, em adição aos recursos de sua arrecadação, a União poderá constituir fundo integrado 
por bens, direitos e ativos de qualquer natureza, mediante lei que disporá sobre a natureza e a 
administração desse fundo (art. 250 da CF/88).
A contribuição do trabalhador e dos demais segurados da Previdência Social está 
prevista no inciso II do art. 195 da CF/88, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e 
pensão concedidas pelo RGPS de que trata o at. 201 da Lei maior. A redação constitucional 
ampliou a possibilidade da exigência de contribuições. A contribuição previdenciária incidirá 
sobre as verbas de natureza salarial ou sobre remuneração. Incidirá sobre as gorjetas, 
adicionais habituais, abonos, sobre o aviso prévio trabalhado, as etapas (dos marítimos), a 
remuneração relativa a repouso semanal e a feriados civis e religiosos, o pagamento dos 1os 
15 dias de afastamento do emprego por motivo de doença ou acidente de trabalho, a 
remuneração recebida pelo empregado quando no exercício de mandato sindical, a 
remuneração paga pelo sindicato a dirigente sindical. Não há incidência de contribuição 
quando do pagamento de valores de natureza não remuneratória.
A contribuição do segurado empregado e trabalhador avulso varia conforme o valor do 
salário-de-contribuição, apurado mês a mês e limitado ao valor “teto”de contribuição.
A contribuição do tomador de serviço urbano incide sobre a totalidade da remuneração 
de todos os empregados e trabalhadores avulsos ( 20% mais 1%, 2% ou 3% relativos ao 
seguro de acidentes de trabalho), e em alguns casos, contribuição adicional para custeio de 
aposentadorias especiais, sem aplicação do valor-teto.
Para o empregado doméstico, o seu salário-de-contribuição será a remuneração 
registrada na CTPS. É de 20% sobre esse valor, dos quais 12 a cargo do empregador e 8, do 
empregado. O empregador doméstico recolhe com o carnê GPS (Guia de Previdência Social) , 
no código 1600.
Entenda-se como empregado doméstico aquele que presta serviços de natureza 
contínua e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas. Art. 
1º. da Lei 5859/72. A este empregado são assegurados os direitos constitucionais elencados 
no parágrafo único do inciso XXXIX, art. 7º e mais os dispostos na legislação ordinária 
própria, a lei acima citada. Pela sua integração à previdência social, tem direito a grande parte 
das prestações previdenciárias. 
Exercendo o empregado mais de um emprego, está sujeito ao salário-de-contribuição 
em cada um deles, proporcionalmente.
O contribuinte individual e facultativo contribui com uma alíquota de 20% sobre o 
respectivo salário-de-contribuição. Art. 21 da Lei 8.212 de acordo com a redação da Lei 
9.876. o percentual para membros de cooperativa é 15%.
O segurado empregador rural pessoa física deverá recolher obrigatoriamente as 
contribuições com a alíquota de 20%.
O segurado especial se enquadrará como facultativo. Se quiser ter direito a benefício, 
deverá recolher a contribuição previdenciária na condição de segurado facultativo.
O aposentado por idade ou tempo de serviço pelo RGPS que voltar a exercer atividade 
por este abrangida é segurado obrigatório em relação a essa atividade, ficando sujeito às 
contribuições previstas na legislação regente, para finda de custeio da Seguridade Social.
O inciso I do art. 195 prevê várias contribuições da empresa. Dispõe sobre a 
contribuição social “do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da 
lei, incidentes sobre: a) a folha de salário e demais rendimentos do trabalho pagos ou 
creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo 
empregatício”. As contribuições sociais ali previstas poderão ter alíquotas ou bases de cálculo 
diferenciadas em razão da atividade econômica ou da utilização intensiva de mão-de-obra. Há 
também contribuição social sobreo faturamento, sobre o lucro, sobre a receita de concursos 
de prognósticos.
O autônomo se equipara à empresa. Se remunerar outro autônomo, inscrito ou não 
perante a Previdência, terá que pagar o encargo de 20%.
O empregador doméstico contribui com a alíquota de 12% e o empregado com 8% do 
salário de contribuição.
Contribuem também para o custeio o produtor rural, o segurado especial, o 
empregador rural pessoa física, a cooperativa rural, os clubes de futebol, Senac, Sesc, Sesi, 
Senai e outros terceiros, Sebrae tudo nos termos legais vigentes e pertinentes a cada tipo.
A Seguridade Social tem ainda outras receitas: multas, atualização monetária, juros 
moratórios, remuneração recebida por serviços de arrecadação, fiscalização e cobrança 
prestados a terceiros, receitas provenientes de prestação de outros serviços e de fornecimento 
ou arrendamento de bens etc.
Há também contribuições obre o faturamento (COFINS) e sobre o lucro líquido 
(CSLL), e contribuições sociais não destinadas à Seguridade Social (como as do chamado 
sistema S, salário-educação, etc).
A contribuição do empregador rural, pessoa física ou jurídica, incide sobre o valor da 
comercialização de sua produção, sem valor-teto, e não sobre o total das remunerações pagas 
ou creditadas.
O não recolhimento das contribuições sociais por quem de direito incorrerá em crime 
contra a Seguridade Social.
6.3 AS PRESTAÇÕES DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
As prestações (gênero) compreendidas pelo RGPS são expressas em benefícios e 
serviços (espécies).
Benefícios são valores pagos em dinheiro aos segurados e dependentes. Serviços são 
bens imateriais postos à disposição do segurado, como habilitação e reabilitação profissional, 
serviço social, assistência médica etc.
As prestações podem ser divididas quanto ao segurado (aposentadoria por invalidez, 
aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de contribuição, aposentadoria especial, 
auxílio-doença, salário-família, salário-maternidade, auxílio-acidente); ao dependente (pensão 
por morte e auxílio-reclusão) e a ambos (serviço social e reabilitação profissional). Não se 
exclui do RGPS as prestações por acidente do trabalho (auxílio-acidente, aposentadoria por 
invalidez, acidentária,auxílio-doença acidentário, pensão por morte acidentária).
O que vem a ser período de carência? É o tempo correspondente ao número mínimo 
de contribuições mensais indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício. É 
observado a partir do transcurso do 1º. dia dos meses de suas competências. “É o lapso de 
tempo durante o qual os beneficiários não têm direito a determinadas prestações, em razão de 
ainda não haver sido pago o número mínimo de contribuições exigidas”em lei. Mas há 
prestações que independem de carência . Exemplos: pensão por morte, auxílio-reclusão, 
salário-família e auxílio-acidente, auxílio-doença e aposentadoria por invalidez decorrentes de 
acidente de qualquer natureza ou causa, aposentadoria por idade ou por invalidez, auxílio-
doença, auxílio-reclusão ou pensão por morte aos segurados especiais, salário-maternidade 
para as seguradas empregada, trabalhadora avulsa e a empregada doméstica, serviço social, 
reabilitação profissional.
O valor do benefício previdenciário está vinculado ao que se chama de salário-
benefício, conceituando-se este como a média aritmétrica de um certo número de 
contribuições utilizada para o cálculo da renda mensal inicial do benefício.É o valor básico 
utilizado para o cálculo da renda mensal dos benefícios de prestação continuada, inclusive os 
regidos por normas especiais, com exceção do salário-maternidade, salário-família, pensão 
por morte e os demais benefícios da legislação especial. O cálculo do salário-benefício deve 
obedecer à legislação de regência. Parágrafo 3º. do art. 201 da CF/88. Os benefícios serão 
reajustados para a preservação de seu valor real na data de sua concessão. Parág. 4º. do art. 
201 da CF/88 .Ex. quem ganha benefício à razão de um salário mínimo por mês terá a referida 
prestação corrigida quando for alterado o salário mínimo. Nenhum benefício que substitua o 
salário-de-contribuição ou rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao 
salário mínimo. Parág. 2º. do art. 201 da CF/88. e o teto máximo é aproximadamente 10 
salários mínimos. 
6.4 OS REAJUSTAMENTOS DOS BENEFÍCIOS
Os benefícios serão reajustados para a preservação do seu valor real na data de sua 
concessão. Previsão constitucional no art. 201, parág. 4º. O reajustamento é conforme 
critérios definidos em lei.
Quem ganha benefício à razão de um salário mínimo por mês terá a referida prestação 
corrigida quando for alterado esse salário.
Nenhum benefício reajustado pode ser superior ao limite máximo do salário-de-
contribuição, respeitados, evidentemente, os direitos adquiridos. Não poderá ser também 
inferior ao salário mínimo, salvo em relação ao auxílio-acidente e do salário-família.
Quando da apuração para fixação do porcentual do reajuste do benefício, poderão ser 
utilizados índices que representem a variação dos preços divulgados pelo IBGE ou de 
instituição congênere de reconhecida notoriedade, na forma do regulamento. Não é mais 
especificado o índice de correção do benefício. O governo pode utilizar qualquer índice que 
lhe convenha.
6.5 CUMULAÇÃO DE BENEFÍCIOS 
Cumulação ou acumulação de benefícios é receber mais de um benefício 
concomitantemente. Ou seja, é auferir mais de um benefício pago pelo INSS.
Isso é proibido em muitos casos, tais como: Não pode ACUMULAR
• aposentadoria por invalidez com auxílio-doença ou auxílio-acidente.
• mais de uma aposentadoria, nem mesmo as acidentárias.
• aposentadoria e abono de permanência em serviço (quando este último existia)
• salário-maternidade e auxílio-doença
• mais de um auxílio-acidente
• mais de uma pensão deixada por cônjuge ou companheiro, ressalvado o direito de 
opção pela mais vantajosa.
• auxílio-doença comum com auxílio-doença acidentário, prevalecendo a situação 
mais favorável
• auxílio-acidente com auxílio-doença ou qualquer aposentadoria
• aposentadoria por invalidez comum com aposentadoria por invalidez acidentária
Etc.
Também não pode haver cumulação de seguro-desemprego com qualquer benefício de 
prestação continuada da Previdência Social, exceto pensão por morte ou auxílio-acidente.
Há casos de possibilidade de acumulação de benefícios. A pensão pode ser acumulada 
com a aposentadoria
Mas os serviços podem ser cumulados com benefícios.
Os dependentes podem ter dois ou mais benefícios decorrentes de sua situaçao, bem 
como pode haver cumulação com benefícios que são inerentes a sua condição de segurado, 
caso os tenham.
Salvo no caso de invalidez, o retorno ou a permanência na atividade do aposentado 
não prejudica a sua aposentadoria, que será mantida no seu valor integral.
6.6 ALGUNS BENEFÍCIOS EM ESPÉCIE
6.6.1– AUXÍLIO-DOENÇA 
Benefício previsto nos arts 59 a 64 da Lei no. 8213/91. é benefício previdenciário de 
curta duração e renovável a cada oportunidade em que o segurado dele necessite. É um 
benefício pago em decorrência de incapacidade temporária superior a 15 dias consecutivos, 
com a suspensão do contrato de trabalho. Mas se a incapacidade for total, será concedido o 
benefício da aposentadoria por invalidez. A empresa não tem obrigação de contar o tempo de 
serviço, nem de pagar salário a partir do 16º. dia de afastamento, quando se inicia o direito ao 
benefício. Nos 1ºs quinze dias de afastamento da atividade por motivo de doença, caberá à 
empresa pagar o salário integral do empregado. Seu contrato fica interrompido, com 
contagem do tempo de serviço Para seu recebimento há necessidadede cumprimento de 
período de carência de 12 contribuições mensais, salvo nos casos previstos em lei.
Para o empregado doméstico inicia-se no 1º. Dia de incapacidade, não tendo o 
empregador doméstico de pagar os 15 1º s dias.
Quanto aos demais segurados, o início do benefício dar-se-á a contar da data do início 
da incapacidade e enquanto esta durar. Logo, é possível dizer que esse benefício não é devido 
apenas quando o segurado se encontra empregado. Basta ele ser segurado, ainda que 
desempregado.
É a perícia médica do INSS quem avalia a incapacidade do segurado.
Se o segurado, após receber auxílio-doença, voltar ao trabalho na mesma empresa, e, 
menos de 60 dias depois,requer e obtém novo auxílio pela mesma doença, a empresa fica 
desobrigada do pagamento dos 15 primeiros dias de afastamento, prorrogando-se o benefício 
anterior e descontando-se os dias trabalhados, se for o caso. Mas a legislação previdenciária 
não esclarece o caso de afastamentos sucessivos do empregado por interregnos inferiores a 15 
dias. Portanto, se um empregado se afasta várias vezes por períodos menores a 15 dias e a 
soma de todos eles ultrapassa 15 dias, ele tem que esperar o 16º dia após o último afastamento 
para requerer o auxílio-doença, pois o auxílio-doença só é devido para o segurado que se 
afastar por mais de 15 dias consecutivos. O empregador deve pagar esses períodos de 
afastamento inferiores a 15 dias. 
O valor do benefício consiste em uma renda mensal de 91% do salário-de-benefício. 
Atualmente o porcentual da renda mensal é um só.
O auxílio-doença cessará quando houver recuperação da capacidade do trabalho, pela 
transformação em aposentadoria por invalidez, com a morte do segurado, ou auxílio-acidente 
de qualquer natureza. Não há um prazo máximo para a concessão desse benefício.
6.6.2 - APOSENTADORIA POR INVALIDEZ 
É aquele benefício devido ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-
doença, for considerado incapaz para o trabalho e insusceptível de reabilitação para o 
exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, sendo o benefício pago enquanto 
permanecer nessa condição . É, portanto, um benefício temporário.
Se o empregado estiver em gozo de auxílio-doença, insusceptível de recuperação para 
sua atividade habitual, deverá submeter-se a processo de reabilitação profissional para o 
exercício de outra atividade, não cessando o benefício até que seja dado como habilitado para 
o desempenho de nova atividade que lhe garanta a subsistência. Caso seja considerado 
irrecuperável, será aposentado por invalidez. Mas há necessidade do cumprimento do período 
de carência de 12 contribuições mensais, salvo em decorrência de acidente ou para os casos 
dos segurados especiais e algumas doenças infecciosas.
A concessão desse tipo de aposentadoria dependerá da verificação da condição de 
incapacidade, mediante exame pericial médico a cargo da Previdência Social. Concluindo 
essa perícia pela existência de incapacidade total e definitiva para o trabalho, a aposentadoria 
será devida a) ao segurado empregado, a contar do 16º. dia do afastamento da atividade ou a 
partir da data de entrada do requerimento, se entre o afastamento e a entrada do requerimento 
decorrerem mais de 30 dias; b) ao segurado empregado doméstico, contribuinte individual, 
trabalhador avulso, segurado especial e facultativo, a contar da data do início da incapacidade 
ou da data de entrada do requerimento, se entre essas datas decorrerem mais de 30 dias.
A renda mensal é de 100% do salário-de-benefício, com percentual único.É devida a 
contar do dia imediato ao da cessação do auxílio-doença.
A legislação atual considera a aposentadoria por invalidez do tipo provisória, pois o 
segurado pode, em certos casos, recuperar-se e deve se submeter constantemente a exame 
médico a cargo da Previdência Social. Poderá tornar-se definitiva se o médico assim entender.
Julgando-se o aposentado por invalidez apto a retornar à atividade, deverá submeter-se 
a nova avaliação médico-pericial. Caso a perícia conclua pelo retorno à atividade, a 
aposentadoria cessará.
6.6.3 - APOSENTADORIA POR IDADE (VELHICE) 
É o tipo de benefício que só é adquirido quando se atinge a idade especificada na lei.
É direito consagrado na Constituição Federal. Art. 201, I.. O inciso II do parágrafo 7º. 
Do mesmo artigo determina aposentadoria aos 65 anos de idade, para o homem, e aos 60, para 
a mulher, reduzido em 05 anos o limite de idade para os trabalhadores rurais de ambos os 
sexos, empregado, eventual, avulso e segurado especial e para os que exercem suas atividades 
em regime de economia familiar, neste incluído o produtor rural, o garimpeiro e o pescador 
artesanal.
Mas não é só a idade o credenciamento para aquisição dessa aposentadoria. Tem que 
cumular idade com tempo de contribuição.art. 201, parágrafo 7º. Da CF/88.: 35 anos de tempo 
de contribuição , para o homem, e 30 anos de tempo de contribuição para a mulher. Esses 
requisitos são cumulativos e não alternativos. É preciso cumular a idade com o tempo de 
contribuição. Há necessidade se de cumprir o período de car6encia de 180 contribuições 
mensais.
O segurado empregado, inclusive o doméstico, terá direito à aposentadoria por idade: a 
) a partir da data do desligamento do emprego, quando requerida até 90 dias depois dela; b) a 
partir da data do requerimento, quando não houver desligamento do emprego ou quando for 
requerida após o prazo da alínea anterior; c) os demais segurados terão direito a 
aposentadoria por idade a partir da data de entrada do requerimento.
A renda mensal da aposentadoria por idade será de 70% do salário-de-benefício, mais 
1% deste por grupo de 12 contribuições mensais, até o máximo de 30%.
A aposentadoria por idade pode ser requerida pela empresa, desde que o segurado 
empregado tenha cumprido o período de car6encia e completado 70 anos de idade, se do sexo 
masculino, ou 65 anos, se do sexo feminino, ocasião em que será compulsória. 
A aposentadoria por idade poderá ser decorrente da transformação de aposentadoria 
por invalidez ou auxílio-doença, desde que requerida pelo segurado, observada a carência 
exigida.
6.6.4 - APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO 
Era anteriormente denominada de “aposentadoria ordinária”. Antes da Emenda 
Constitucional no. 20/98 era denominada aposentadoria por tempo de serviço. Após a referida 
emenda a denominação passou a ser aposentadoria por tempo de contribuição.
É aquele tipo de aposentadoria adquirida após uma quantidade determinada de 
contribuições.
Está regulamentada na CF/88, art. 201, parágrafo 7º. inciso I : 35 anos de contribuição 
se homem e aos 30 anos de contribuição , se mulher. O professor aposenta-se com 30 anos de 
contribuição e a professora, com 25 , desde que haja comprovação exclusiva de tempo de 
efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e 
médio
O segurado pode se aposentar por tempo de serviço proporcional ou integralmente.
A aposentadoria por tempo de contribuição será devida: a) ao empregado segurado, 
inclusive o doméstico: a.1 a partir da data do desligamento do serviço quando requerida até 
90 dias depois dela; a.2 a partir da data do requerimento quando não houver desligamento do 
emprego ou quando for requerida após o prazo do item anterior; b) para os demais segurados, 
a partir da data da entrada do requerimento.
E o que é tempo de contribuição, anteriormente chamado tempo de serviço? É o 
período, contado data a data, desde o início até a data do requerimento ou desligamento de 
atividade abrangida pela Previdência Social, descontados os períodos legalmente 
estabelecidos, como de suspensão do contrato

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