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Aula 05 – Citologia, Microbiologia Básica e Química Clínica O objetivo desta aula foi falar de noções de conteúdo celular, bem como apresentar as diferenças básicas de uma célula procarionte da eucarionte, além da composição química das células; Citologia é a ciência que estuda as células e o funcionamento de suas estruturas. Uma célula é a menor unidade morfofuncional de um organismos, é a composição estrutural básica e a unidade fundamental da vida. Existem basicamente dois tipos de células: procarióticas ou procariota/procarionte e eucarióticas ou eucariotas/eucariontes; Uma Célula Procariótica é uma célula simples, que não contém um sistema de membranas, com exceção da própria membrana plasmática, a qual separa o meio interno da célula do meio extracelular. Já uma Célula Eucariótica é uma célula complexa, dotada de organelas que são estruturas especializadas que constituem o meio citoplasmático que desempenham uma função específica, além disso, possui o material genética albergado pelo núcleo que tem um envoltório nuclear; Então, só relembrando, um célula procariótica constituem-se por ser células simples, que não contém um sistema de membranas que apresente material para desempenho de função complexa. Suas principais características são: ausência de carioteca que é a membrana que envolveria o núcleo, apresentar o material genético (DNA) na maioria das vezes em forma de anel e livre, não associado a proteínas, além de serem desprovidas de organelas. Lembrando que uma célula procariótica constitui em si uma célula bacteriana. Uma célula eucariótica constitui-se por serem células complexas que possuem unidades funcionais que são as organelas. Suas principais características são: possuírem uma membrana nuclear individualizada (carioteca) e também as organelas, lembrando que, as células eucarióticas são as células de fungos, protozoários e animais, incluindo os seres humanos, além de também caracterizar células de plantas; Quanto a composição químicas das células, têm-se os compostos orgânicos que são elementos derivados de organismos vivos e que tem o carbono como elemento principal em seu arranjo, sendo estes: proteínas, carboidratos, lipídios, vitaminas e ácidos nucleicos e, também os compostos inorgânicos, ou seja, oriundos de matéria inanimada, sendo: cálcio, sódio, magnésio, zinco, potássio e manganês; Uma célula viva é um compartimento microscópico, isolado do ambiente por pelo menos uma barreira: a membrana plasmática. Esta é uma película extremamente fina e delicada, que exerce severa “fiscalização” sobre todas as substâncias e partículas que entram e saem da célula. O transporte de substâncias através da membrana plasmática sempre ocorre pelo maior gradiente de concentração em direção ao menor gradiente de concentração, de forma que, a passagem aleatória de partículas sempre ocorre de um local de maior concentração para outro de concentração menor (a favor do gradiente de concentração). Isso se dá até que a distribuição das partículas seja uniforme. Assim, os mecanismos de transporte da membrana, são: transporte passivo, que pode ser por osmose, difusão simples ou difusão facilitada; transporte ativo, que é mediado pela chamada bomba Na – K (sódio – potássio), a qual envolve gasto de energia pela célula e por fim, Endocitose e Exocitose, envolvendo os processos de fagocitose e pinocitose. O transporte passivo de substâncias nas células é a favor do gradiente de concentração, não envolvendo gasto de energia. Pode ocorrer pelo mecanismo de Osmose, o qual se responsabiliza pela passagem livre da água através da membrana celular, sempre do local de menor concentração de soluto para o de maior concentração. Lembrando que, o meio pode ser hipertônico, quando a quantidade de soluto (sai minerais) é maior do lado de fora da membrana e por isso, “puxa” a água, deixando a célula mais murcha; o meio pode estar isotônico, quando os sais se encontram na mesma quantidade dentro e fora e da célula e, portanto, há fluxo da água em ambos os lados de forma proporcional; e ainda, o meio pode estar hipertônico, quando a quantidade de soluto (sais minerais) se encontra maior dentro da célula e por isso, armazena mais água em seu interior, “arrastada’ por esses sais presentes no citoplasma, deixando a célula mais túrgida. Ressalva-se que, estes processos ocorrem em todas as células cotidianamente e alterando-se a cada milésimos de segundo, de acordo a necessidade da situação imposta, a célula responde imediatamente ao transporte de substância e como exemplificado neste caso, ao transporte da água. Outro mecanismo de transporte passivo é a difusão simples, o qual envolve o transporte de solutos – substâncias hidrofílicas (que possuem afinidade com a água), movimentando- se livremente pela membrana plasmática, sendo esta passagem de substâncias para o interior da célula pela abertura da membrana plasmática. É um processo muito semelhante a osmose, o fato é que na difusão facilitada, ocorre o transporte com substâncias que tem afinidade com água e não é do transporte da água em si. Ainda se tratando de transporte passivo por meio da membrana plasmática de uma célula, tem-se o mecanismo da difusão facilitada, na qual substâncias se movimentam através de enzimas que são acopladas nas membranas plasmáticas de uma célula e são chamadas de permeases; estas enzimas permitem a passagem de substâncias importantes e vitais para o funcionamento da célula e de todo organismo, tais como: glicose (principal obtenção de energia da célula), alguns aminoácidos e vitaminas. O transporte ativo de substâncias através da membrana plasmática é contra o gradiente de concentração de solutos e por isso, envolve o gasto de energia por parte da célula, na garantia que o transporte das substâncias necessárias ocorra sempre pelo maior gradiente de concentração em direção ao menor gradiente de concentração. Nesse tipo de transporte, nós temos o mecanismo conhecido da chamada bomba Na – K (sódio – potássio), pois esta existe em toda célula animal, na tentativa de expulsar o sódio excedente em seu interior e importar o potássio que é necessário para alguns procedimentos. Esta bomba age através de uma “porta giratória”, de forma que, as moléculas a serem transportadas, ou seja, o sódio e o potássio, ligam-se a proteína de membrana (bomba) que é acoplada. Desta forma, a bomba transportadora gira e libera a molécula de sódio e potássio carregada no outro lado da membrana que ela se encontrava. Gira, novamente, voltando à posição inicial, mas esse mecanismo de giro só é possível com gasto de energia vinda de uma molécula chamada ATP que é quebrada para obter o “combustível” para que isso ocorra. O transporte por Endocitose e Exocitose nas células, é contra o gradiente de concentração, envolve o gasto de energia por parte da célula, na garantia que o transporte das substâncias necessárias ocorra sempre pelo maior gradiente de concentração em direção ao menor gradiente de concentração, com o objetivo de transportar grandes moléculas ou até partículas constituídas por agregados moleculares. Nesse processo, ocorre uma extensão da membrana que “abraçam” as partículas que necessitam entrar na célula, sendo este processo denominado de vesículas endocíticas. Tal processo pode ser mediado pelas próprias substâncias que sinalizam a células que estão aptas para serem absorvidas, como por exemplo: hormônico, essa sinalização ocorre por mediação química por meio das proteínas acopladas a membrana; além disso, bactérias e fungos também podem ser destruído por esse processo, através das células do sistema imunológico. O citoplasma é um fluido homogêneoe viscoso, composto por água, proteínas sais minerais e carboidratos (açúcares), além das organelas (eucarióticas), sendo o espaço situado entre a membrana plasmática e o núcleo. Suas funções estão atribuídas na realização de reações químicas vitais, na fabricação das moléculas que irão constituir as estruturas celulares e também no armazenamento de substâncias de reserva, como por exemplo, os adipócitos que são as células que armazenam gordura. Ainda quanto a composição química das células, além dos constituintes citados acima, temos a relação da água com os seres vivos, a qual promove a homeostase no corpo, sendo um processo semelhante a osmose, mas em nível “macro”, a qual garante a condição de relativa estabilidade da qual o organismo necessita para realizar suas funções de modo adequado e permitindo assim o equilíbrio do corpo. Ocorre pelo equilíbrio salino da água com os sais minerais e a falta de água promove a diminuição da desidratação celular e isso afeta as funções gerais, principalmente as atribuídas as funções do citoplasma. A importância da água está relacionada pelo fato dela intrinsecamente ser o solvente universal dos líquidos orgânicos (sangue, líquido intersticial entre as células, linfa, urina etc.), faz parte em abundância do citoplasma de cada célula, atua no transporte de substâncias e contribui para manutenção da temperatura. Na microbiologia básica, apresentamos uma caracterização geral das bactérias, fungos, vírus e dos protozoários que são parasitas. Lembrando que os parasitas multicelulares e macroscópicos, serão abordados na aula de parasitologia. O microrganismos constituem alguma forma de vida que não pode ser visualizada sem auxílio de um microscópio e são caracterizados em procarióticos, eucarióticos e vírus. Existe uma infinidade de microrganismos na natureza, desde seres autotróficos fotossintetizantes, ou seja, sintetizam seu próprio alimento a partir de energia luminosa, seres eutróficos que vivem em ambiente com alimentos em abundância, seres simbiontes que realizam trocas de nutrientes por meio de parcerias, ex.: plantas que se associam a bactérias para obtenção de nitrogênio, até os seres que são parasitas e podem desencadear alguma patogenia (doença) em seres humanos e outros animais. Ressalvando que a escala de microrganismos causadores de doenças é muito pequena, considerando o número de microrganismos conhecidos de vida livre no meio ambiente, até aqueles utilizam no nosso dia-a-dia como os fermentadores de pão, iogurtes, medicamentos e etc., Portanto, lembrem- se que nem todo microrganismo é sinônimo de causador de doença! Microbiologia é a ciência que estuda e compreende os microrganismos, foi introduzida como ciência no século XIX, quando classificou-se e diferenciou-se os primeiros microrganismos e começou-se a controlar e combater os primeiros microrganismos patógenos conhecidos; esta ciência caracteriza os microrganismos como celular e acelular (os vírus). As bactérias são microrganismos procariotos, unicelulares e que apresentam formas e tamanho variados (cocos, bacilos e espirilos), além disso, podem apresentar estruturas como: flagelos que ajudam no mecanismo de locomoção celular e pili que serve para transferência de material genético. A classificação bacteriana para observação destas formas ai descritas é feita pela fixação de corantes em um esfregaço de amostra da bactéria que ser quer observar, sendo a mais conhecida: a coloração de Gram, a qual promove uma ação na parede celular da bactéria. Outras classificações se referem a observação de sobrevivência na ausência de oxigênio, ao modo de vida que elas se encontram, pois podem vivem em colônias e aos locais que podem ser encontrados, chegando a conclusão que apresentam uma representação em quase 100% dos ambientes conhecidos, haja vista que sobrevivem também em lugares considerados inóspitos para outros organismos vivos. Essa grande representação microbiana, se referem a resistência em sobreviver a diferentes situações impostas pela natureza de onde habitam e uma adaptação considerável em relação a outros organismos vivos conhecidos, tais como: variação nutricional, de temperatura, pH, oxigênio e outros fatores ambientais. Os vírus são organismos acelulares simples, pois eles não apresentam a estrutura básica conhecida de uma célula viva e também não possuem a capacidade de sobreviverem sozinhos se não dentro de uma célula hospedeira, utilizando de sua maquinaria (núcleo, proteínas, organelas se eucarióticas) para poder se multiplicar, por isso, são considerados parasitas intracelulares obrigatórios e não visualizados ao microscópio óptico. A estrutura viral básica é formada por: uma cápsula de proteínas e um material genético dentro que pode ser RNA ou DNA: O mecanismo de ação de um vírus ocorre da seguinte forma: inserção do material genético numa célula hospedeira de interesse, por exemplo: vírus HIV tem atração por células do sistema imunológico do homem. Isso ocorre por meio de mediação química por meio de ligação das proteínas da capsula do vírus com as proteínas da membrana da célula imunológica: O vírus estão associados com as principais doenças infectocontagiosas de grande associação com as epidemias da história, pois não existe medicação para o vírus devido ao seu mecanismo de ação e portanto, o único meio de evitar a infecção viral é pela vacinação que simula para o corpo humano uma infecção pelo vírus e grande proteção. Algumas doenças são: gripe, febre amarela, dengue, AIDS, herpes, meningite viral, caxumba, rubéola, catapora, zika, poliomielite (paralisia infantil), sarampo, dentre outras. Os fungos são organismos multicelulares Eucariotos, que desenvolve-se em ambiente úmido, apresentam um núcleo típico, sendo a maioria multinucleados e que tem o mecanismo de ação por liberação de enzimas digestivas para fora de seus corpos, que atuam imediatamente no meio orgânico no qual eles se instalam, degradando-o à moléculas simples, que são absorvidas pelo fungo como uma solução aquosa, sua estrutura básica são as hifas que forma os micélios. Os protozoários são organismos unicelulares eucariontes que apresentam distintas características de acordo a espécie, apresentam nutrição heterotrófica, ou seja, se alimentam de outros organismos vivos, mas também podem ser parasitas. Sua classificação é baseada principalmente na locomoção, pois alguns apresentam emissão de Pseudópodes que são projeções de suas membranas para o arraste e obtenção de alimentos com formação de vesículas ou ainda por membrana ondulantes. Algumas das principais doenças causadas por protozoários são: malária, amebíase, giardíase, leishmaniose e toxoplasmose. A química clínica para o curso de ALAC é voltada para compreensão do uso da água para laboratórios e outros fins especiais, sendo fundamental entender os objetivos da aplicação, bem como da preparação da água como grau reagente (Água Pura) e da eficiência desse uso no laboratório. A água do laboratório deve ser uma água de grau reagente, ou seja, uma água pura, livre de contaminação por microrganismos e de metais que podem afetar os procedimentos e exames envolvidos no processo de trabalho. Os principais processos de purificação envolvem a destilação (a mais usual) ou a Deionização. Aplica-se a água a diferentes procedimentos, haja vista que é o solvente universal e a caracterização simplificada da água de grau reagente envolve diferentes Tipos: a do tipo I é para testes precisos e uso em vidrarias precisas, tal como o balão volumétrico; a do tipo II para testes gerais; a do tipo III para preparação de corantes; e a do tipo IV para lavagem de vidrarias,preparação de meios de culturas e processos qualitativos (análise microbiológica nos procedimentos). Observem que, quanto maior o tipo, maior é considerada a purificação da água. Na filtração, há utilização de pré-filtro com remoção 98% de partículas e é considerada água tipo I. Na obtenção por filtro de carvão ativado, há remoção de matéria orgânica e Cloro, bem como remoção de microrganismos e é considerada água Tipo II. Na destilação, há no equipamentos, a remoção de impurezas não voláteis por meio da vaporização e condensação (processo semelhante a formação de chuva) com formação de água Tipo III, é o processo mais comum usado em laboratórios de análises clínicas, sendo também utilizada para os processos que envolvem a água tipo IV, pelo baixo custo do equipamento e mais difundindo nos estabelecimentos. Na deionização, há remoção de sais ionizados por meio de troca iônica de agentes químicos e também é feito com auxílio de equipamento específico e a água obtida é do Tipo IV. Ainda tem-se o aparelho que realiza obtenção de água pura por meio de osmose reversa, com a passagem de água por uma membrana que funciona como um filtro molecular, removendo de 97% de substâncias orgânicas e bactérias e também é considerada água tipo IV. Para que se tem eficiência para uso da água em laboratório, a água reagente não deve ser estocada, devendo ser realizado o controle de qualidade com periodicidade. Bons estudos!
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