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TUCTORJURIS Jurisprudência dos Tribunais Superiores Sintetizada e Sistematizada - 2010 Superior Tribunal de Justiça http://novo.tuctor.com/ Reunião Organizada de Textos Publicados no Blog do Prof. Rogério Neiva NNovo Tuctor 2.0 Mais eficiente Mais rendimento Mais simples Acesse: http://novo.tuctor.com/ Cara leitora, caro leitor, Este trabalho consiste numa modesta e tímida tentativa de colaborar com o seu processo de preparação para o concurso público. Trata-se da reunião de forma ordenada e sistematizada dos textos que abordam a síntese da jurisprudência dos Tribunais Superiores, publicados no Blog ao longo do ano de 2010, organizados por matérias e temas. A importância do estudo do presente conteúdo decorre da efetiva possibilidade de que seja objeto de cobrança em provas de concursos públicos, sendo também relevante para facilitar a fixação e compreensão de conceitos jurídicos, bem como da legislação constitucional e infraconstitucional. Venho produzindo os mencionados textos periodicamente, conforme as publicações dos informativos do STF e STJ, bem como das notícias do TST. Esta produção intelectual conta com uma técnica própria e específica que desenvolvi, exatamente para facilitar a compreensão, de forma pragmática e didática. A referida técnica envolve a extração dos seguintes elementos, em relação às decisões constantes nos informativos e eleitas como relevantes: Tema, Extrato da Tese e Síntese da Fundamentação. Muitas vezes a compreensão dos referidos elementos, constantes num precedente jurisprudencialmente importante, na forma veiculada nos acórdãos ou textos dos informativos, impõe razoável custo cognitivo e de tempo. Com o formato de texto adotado, observando a mencionada técnica própria que desenvolvi, busca-se minimizar os mencionados custos, facilitando a compreensão de maneira mais ágil. Esclareço ainda que se trata de um trabalho individual e solitário, de caráter não profissional e não comercial, impulsionado pela necessidade de constante atualização, bem como pela intenção colaborativa, o que implica em duplo benefício. Espero que este material alcance o objetivo de contribuição com seu processo de preparação para o concurso público. Agradeço à Dra Tânia Faga, responsável por relevante e obrigatória obra para o estudo da jurisprudência, que proporcionou grande colaboração na organização deste PDF. Boa leitura e bons estudos! Rogério Neiva Tuctorjuris Acesse: http://novo.tuctor.com/ Novo Tuctor 2.0 Mais eficiente Mais rendimento Mais simples Acesse: http://novo.tuctor.com/ Tuctorjuris ÍNDICE: 1 - DIREITO ADMINISTRATIVO.................................... 01 2 - DIREITO TRIBUTÁRIO............................................... 09 3 - DIREITO AMBIENTAL................................................ 15 4 - DIREITO DO CONSUMIDOR..................................... 16 5 - DIREITO CIVIL.............................................................. 20 6 - DIREITO PROCESSUAL CIVIL................................. 29 7 - DIREITO PENAL........................................................... 38 8 - DIREITO PROCESSO PENAL.................................... 40 Novo Tuctor 2.0 Mais eficiente Mais rendimento Mais simples Acesse: http://novo.tuctor.com/ 01 Tuctorjuris 1- DIREITO ADMINISTRATIVO 1.1 Responsabilidade Administrativa : Tema: PAD. NULIDADES. CONFIGURAÇÃO Tese não há nulidade de processo administrativo disciplinar (PAD) em função da utilização de prova emprestada obtida em ação penal em curso. Fundamentação: (1) considerou-se que o STF admite a migração da prova criminal excepcional para procedimentos cíveis (art. 5º, X e XII, da CF/1988); (2) a jurisprudência tem entendido que no PAD as nulidades somente deverão ser reconhecidas quando houver prejuízo à defesa do acusado (princípio “pas de nullité sans grief”). Órgão: 3ª Seção Relator : Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho Processo: MS 14.405-DF Tema: PENA DE DEMISSÃO DE SERVIDOR. ATO DE IMPROBIDADE. PRESCRIÇÃO Tese: o prazo prescricional da pretensão punitiva da Administração Federal começa a ser contado da data em que se torna conhecido o fato desabonador, mas a instauração do processo administrativo disciplinar (PAD), mediante a publicação da respectiva portaria, interrompe a prescrição, sendo que contagem desta volta a correr por inteiro após transcorridos 140 dias, prazo máximo para a conclusão do PAD. Fundamentação: a Lei n. 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa) não revogou os dispositivos da Lei n. 8.112/1990, tendo apenas definido atos de improbidade administrativa e lhes cominando penas, permanecendo incólume a independência entre as esferas penal, civil e administrativa; (2) diante da referida independência, a Administração pode impor pena de demissão ao servidor nos casos de improbidade administrativa. Órgão: 2ª Seção Relator : Min. Og Fernandes Processo: MS 12.735 Tema: PAD. INSTAURAÇÃO POR INVESTIGADOS E TESTEMUNHA SEM COMPROMISSO Tese é nulo resultado do processo administrativo disciplinar (PAD) que resulta na punição do servidor público, tendo sido instaurado por um dos investigados ou contando com testemunha também investigada, ouvida sem prestar compromisso de dizer a verdade. Fundamentação: entendeu-se que o referido cenário configura ofensa aos princípios da impessoalidade, previsto no caput do art. 37, Constituição Federal, e da imparcialidade, previsto no art. 18 da Lei n. 9.784/1999, a qual trata do processo administrativo. Órgão: 3ª Seção Relator : Min. Napoleão Nunes Maia Filho Processo: MS 14.233-DF Novo Tuctor 2.0 Mais eficiente Mais rendimento Mais simples Acesse: http://novo.tuctor.com/ 02 Tuctorjuris Tema: EXECUÇÃO DE MULTA DE TCE. LEGITIMIDADE Tese subsiste legitimidade para o Estado propor execução de multa imposta por Tribunal de Contas estadual (TCE). Fundamentação: partindo da distinção entre a multa por ressarcimento e a multa punitiva em matéria administrativa, no referido caso, a sanção imposta não se refere a ressarcimento, e sim a uma multa eminentemente punitiva, comportando, portanto a promoção de execução. Órgão: Segunda Turma Relator : Min. Mauro Campbell Marques Processo: AgRg no REsp 1.181.122-RS Tema: IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. ELEMENTO SUBJETIVO. CONFIGURAÇÃO Tese no caso de contratação de servidores sem o devido concurso público, ausente o dano ao patrimônio e o enriquecimento ilícito dos agentes públicos acusados, configura desproporcionalidade a imposição de sanção correspondente à suspensão dos direitos políticos juntamente com o pagamento de multa. Fundamentação: para a configuração da improbidade administrativa a existência de má-fé consiste em premissa do ato ilegal e ímprobo, ou seja, a ilegalidade só adquire o status de improbidade quando a conduta antijurídica ferir os princípios constitucionais da Administração Pública e se somar à má intenção do administrador. Assim, a improbidade administrativa consiste em imoralidade qualificada pelo dano ao erário e correspondente vantagem ao ímprobo ou a outrem. Assim, não cabe a análise do ilícito apenas pelo ângulo objetivo, ignorando o aspecto subjetivo da conduta praticada pelo agente público. Órgão: Primeira Turma Relator: Min Luiz Fux Processo: REsp 909.446-RN Tema: AÇÃO DE IMPROBIDADE. DECISÃO DELIBATÓRIA. CABIMENTO Tese: somente é devida a notificação prévia e decisão delibatória sobre o recebimento da petição inicial, enquanto atos processuais obrigatórios, nas ações de improbidade administrativa que sustentem a prática de ilícitos administrativos típicos, assim previstos na Lei n. 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa). Fundamentação: o referido procedimento, previsto no art. 17, §7º,somente é aplicável nas ações de improbidade administrativa típicas, vez que estas não se confundem com a simples ação de ressarcimento de danos ao erário, a qual não contém pedido de aplicação ao infrator de sanções de natureza político- civis, com caráter punitivo, havendo, portanto, apenas o pedido de anulação de atos danosos e ressarcimento desses danos. Órgão: Primeira Seção Relator: Min Teori Albino Zavascki Processo: REsp 1.163.643-SP Novo Tuctor 2.0 Mais eficiente Mais rendimento Mais simples Acesse: http://novo.tuctor.com/ 03 Tuctorjuris Tema: IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. TIPIFICAÇÃO DA AÇÃO Tese: na ação civil pública por ato de improbidade administrativa o Juiz não fica limitado aos pedidos formulados pelo autor, podendo impor condenações com base em outras tipificações. Fundamentação: segundo a jurisprudência, basta que o autor faça uma descrição genérica dos fatos e imputação dos réus, sem necessidade de descrever, em minúcias, os comportamentos e as sanções devidas de cada agente. Órgão: STJ – Segunda Turma Relator: Min. Eliana Calmon Processo: REsp 1.134.461-SP Tema: IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. RESPONSABILIDADE DE PARTICULARES Tese: o particular ou empresa beneficiários do ilícito administrativo não devem figurar no pólo passivo de ação civil pública (ACP) por improbidade administrativa. Fundamentação: (1) a lei de improbidade (Lei n. 8.429/1992) não impõe a formação de litisconsórcio; (2) a responsabilização do agente público, decorrente dos deveres inerentes à sua função pública, não se confunde com a responsabilidade do particular beneficiário do ilícito administrativo. Órgão: STJ – 2ª Turma Relator: Min. Herman Benjamin Processo: REsp 896.044-PA Tema: PENA DE DEMISSÃO. ATO DE IMPROBIDADE. PRESCRIÇÃO Tese o prazo prescricional da pretensão punitiva da Administração Federal começa a ser contado da data em que se torna conhecido o fato desabonador, mas a instauração do processo administrativo disciplinar (PAD), mediante a publicação da respectiva portaria, interrompe a prescrição, sendo que contagem desta volta a correr por inteiro após transcorridos 140 dias, prazo máximo para a conclusão do PAD. Fundamentação: a Lei n. 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa) não revogou os dispositivos da Lei n. 8.112/1990, tendo apenas definido atos de improbidade administrativa e lhes cominando penas, permanecendo incólume a independência entre as esferas penal, civil e administrativa; (2) diante da referida independência, a Administração pode impor pena de demissão ao servidor nos casos de improbidade administrativa. Órgão: 2ª Seção Relator: Min. Og Fernandes Processo: MS 12.735 Tema: LEGITIMIDADE DO MP. EXECUÇÃO DE CONDENAÇÃO AO RESSARCIMENTO DO ERÁRIO Tese: o Ministério Público tem não apenas legitimidade para ajuizar ação civil pública voltada ao ressarcimento do erário, na forma da Súmula 329, mas também é co-legitimado para propor a execução, não sendo esta exclusiva da Advocacia Pública, mormente diante da inércia de tal instituição. Novo Tuctor 2.0 Mais eficiente Mais rendimento Mais simples Acesse: http://novo.tuctor.com/ 04 Tuctorjuris Fundamentação: entendeu-se que não há como admitir a outorga de atribuições e competências institucionais, desacompanhada de mecanismos voltados ao alcance efetivo de seus objetivos, sob pena de inviabilizar o papel reconhecido, principalmente em se tratando da defesa do patrimônio público.. Órgão: Segunda Turma Relator: Min Castro Meira Processo: REsp 1.162.074-MG 1.2 Servidor Público Tema: TETO REMUNERATÓRIO. TRIBUNAL DE CONTAS ESTADUAL Tese o teto remuneratório dos servidores dos Tribunais de Contas Estaduais tem como parâmetro mais apropriado para a sua definição o Poder Judiciário. FUNDAMENTOS: (1) segundo a jurisprudência do STF, com base no art. 44 da CF/1988, o TCU atua paralelamente ao Congresso, mas sem compor o referido órgão; (2) o § 3º do art. 73 da CF prevê expressamente que os ministros do TCU têm as mesmas prerrogativas dos ministros do STJ, sendo que no art. 75, determina que as normas estabelecidas para o TCU aplicam-se no nível estadual; (3) observância do princípio da simetria, que envolve a repetição aos Estados da Federação de preceitos estabelecidos para a União. Órgão: 5ª Turma Relator: Min Felix Fischer Processo: RMS 30.878-CE Tema: APOSENTADORIA INTEGRAL. DOENÇA GRAVE. ROL EXEMPLIFICATIVO Tese Cabe a conversão em aposentadoria por invalidez com proventos integrais, no caso de doença incurável, mesmo que esta não esteja especificada no rol do art. 186, I, § 1º, da Lei n. 8.112/1990. Fundamentação: Apesar do reconhecimento de precedentes da Corte em sentido diverso, considerou-se, por um lado, que o art. 40, I, da CF prevê a doença grave ou incurável como causa de aposentadoria por invalidez com proventos integrais, sendo que, por outro, o rol de doenças previsto na Lei n. 8.112/1990 deveria ser considerado apenas exemplificativo. Considerou-se ainda como fundamento o princípio da isonomia. Órgão: 5ª Turma Processo: REsp 942.530-RS Tema: PENSÃO POR MORTE. ANTERIOR APOSENTADORIA DO FALECIDO. APLICAÇÃO DA LEI NO TEMPO Tese para a definição do benefício correspondente à pensão por morte, se falecido o servidor na vigência da EC n. 41/2003 e da Lei n. 10.887/2004, mesmo aposentado antes das referidas inovações normativas, a pensão devida ao cônjuge supérstite está sujeito aos novos regramentos. Fundamentação: (1) conforme o princípio “tempus regit actum”, a lei que disciplina a concessão de benefício previdenciário é a que vige quando se implementam os requisitos necessários para sua obtenção (Súm. n. 340-STJ), Novo Tuctor 2.0 Mais eficiente Mais rendimento Mais simples Acesse: http://novo.tuctor.com/ 05 Tuctorjuris ocorrendo o mesmo com a pensão por morte de servidor público; (2) o falecimento do servidor é o requisito necessário à obtenção do referido benefício, sendo que a data de implemento desse requisito não pode ser confundida com a data de sua aposentadoria; (3) antes do falecimento, há apenas expectativa de direito, e não direito subjetivo desde logo exigível (direito adquirido), hipótese em que se permite a incidência de novel legislação se alteradas as normas que regem esse benefício (Súm. n. 359-STF). Órgão: Corte Especial Relator : Min. Teori Albino Zavascki Processo: MS 14.743-DF 1.3 Poder de polícia- Limitações à Propriedade Tema: LIMITAÇÕES ADMINISTRATIVAS PRÉ-EXISTENTES À AQUISIÇÃO DO IMÓVEL. INDENIZAÇÃO. NÃO CABIMENTO Tese é indevida indenização em favor de proprietários de imóvel atingido por ato administrativo, salvo se comprovada limitação mais extensa que as já existentes na ocasião de aquisição do imóvel. Fundamentação: as limitações administrativas preexistentes à aquisição do imóvel não geram indenização pelo esvaziamento do direito de propriedade, principalmente quando o gravame narrativo é antecedente à alienação e à ciência do adquirente. Órgão: 1ª Turma Relator : Min. Luiz Fux Processo: REsp 1.168.632-SP Tema: CESSÃO DE IMÓIVEL PRECÁRIA E IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA Tese não configura improbidade administrativa o ato que permite o uso de imóvel público a título precário, sem previsão legal que autorize, caso o imóvel seja destinado a abrigar, sob a orientação de servidora municipal em trabalho voluntário, crianças sujeitas a abusos e maus-tratos, durante a noite e fins de semana. Fundamentação: (1) a situação mencionada na tese não viola os art. 10 e 11 da Lei n. 8.429/1992, pois não há dano ao erário ou atentado a princípios administrativos; (2) o ato foi praticado com o intuito de assegurar direito fundamental, absoluto e prioritário de as crianças e adolescentes obterem proteção especial, conforme apregoado no art. 227 da CF/1988, sendoque a eventual ilegalidade na formalização do ato é insuficiente para caracterizar a improbidade administrativa, vez que não há imoralidade, desídia, desvio ético ou desonestidade na conduta do agente público. Órgão: Segunda Turma Relator : Min. Herman Benjamin Processo: REsp 1.129.277-RS Novo Tuctor 2.0 Mais eficiente Mais rendimento Mais simples Acesse: http://novo.tuctor.com/ 06 Tuctorjuris Tema: DESAPROPRIAÇÃO. REFORMA AGRÁRIA. CÁLCULO DE INDENIZAÇÃO. ÁREA NÃO APROVEITÁVEL Tese na desapropriação para fins de reforma agrária, a área não aproveitável integra o cálculo (módulo fiscal) em que se define a classificação da propriedade rural como pequena, média ou grande. Fundamentação: (1) o Estatuto da Terra (Lei n. 4.504/1964) conceituou módulo rural como unidade de medida familiar, posteriormente alterado pela Lei n. 6.746/1979, que alterou disposições desse estatuto, criando o conceito de módulo fiscal, estabelecendo um critério técnico destinado a aferir a área do imóvel rural para cálculo de imposto sobre a propriedade territorial rural (ITR), sendo que, por outro lado, a Lei n. 8.629/1993, ao regulamentar o art. 185 da CF/1988, optou pelo uso do módulo fiscal, mais afeiçoado ao direito tributário que ao agrário, para estabelecer a classificação de pequeno, médio e grande pela extensão da área do imóvel rural, mas deixou de explicar a forma de sua aferição; (2) assim, a classificação da propriedade rural como pequena, média ou grande deve ser aferida pelo número de módulos fiscais obtidos, dividindo- se a área aproveitável do imóvel rural pelo módulo fiscal do município, de modo que é imprópria a idéia de tripartir o cálculo do tamanho da propriedade, diferenciando-o de acordo com o fim almejado, seja para efeito de indivisibilidade seja para efeito de desapropriação para reforma agrária ou, ainda, para cálculo do ITR. Órgão: 2ª Turma Relator : Rel. Min. Humberto Martins Processo: REsp 1.161.624-GO Tema: MULTA ADMINISTRATIVA. DANO AMBIENTAL. PRESCRIÇÃO Tese o prazo prescricional para a cobrança de multa administrativa por infração à Lei Federal n. 9.873/1999, no âmbito da execução fiscal ajuizada pelo Ibama, voltada à cobrança de débito inscrito em dívida ativa, corresponde a cinco anos. Tal prazo envolve lapso para que, no exercício do poder de polícia, a Administração Pública Federal (direta ou indireta) apure o cometimento da infração à legislação do meio ambiente, sendo contado da data da prática do ato ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que houver cessado a infração. Fundamentação: entendeu-se aplicável analogicamente o art. 1º do Dec. n. 20.910/1932, bem como adotou-se o entendimento de que a jurisprudência já consolidou no sentido de que, por se tratar de multa administrativa, não é aplicável a regra geral de prescrição do Código Civil. Órgão: Primeira Seção Relator: Min Castro Meira Processo: REsp 1.115.078-RS Tema: LIMITES DE ATUAÇÃO DOS CONSELHOS PROFISSIONAIS E LIBERDADE DE TRABALHO Tese É indevida considerar inserida no conceito de educação física, para fins de submissão a conselho profissional, as atividades desvinculadas da educação do corpo especificamente, tais como artes marciais e dança, sendo ilegítmo ato do Conselho Federal de Educação Física (Confef) no sentido da referida regulação. Novo Tuctor 2.0 Mais eficiente Mais rendimento Mais simples Acesse: http://novo.tuctor.com/ 07 Tuctorjuris Fundamentação: Considerou-se como fundamento a regra do livre exercício profissional, prevista no art. 5o, XIII, da CF/1988. Órgão: 2ª Turma Processo: REsp 1.170.165-RJ 1.4 Serviços Públicos e Responsabilidade Civil do Estado Tema: DOENÇA CRÔNICA. MEDICAMENTO NÃO PREVISTO PELO MS Tese O portador de doença crônica tem direito líquido e certo à obtenção junto ao Estado, gratuitamente, de medicamentos de alto custo, ainda que não atendam requisitos previstos no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Ministério da Saúde. Fundamentação: (1) a saúde é um direito de todos e um dever do Estado, conforme estabelece o art. 196 da CF/88, sendo que na aplicação das normas constitucionais, a exegese deve partir dos princípios fundamentais para os setoriais, merecendo destaque a proteção à dignidade humana, valor influente sobre todas as demais questões; (2) o Estado deverá propiciar aos necessitados não qualquer tratamento, mas o tratamento mais adequado e eficaz, capaz de ofertar ao enfermo maior dignidade e menor sofrimento, de modo que nas situações limítrofes, nas quais há risco para a saúde humana e uma alegada ineficiência do medicamento, a resposta judicial não pode deixar a vida humana ao desabrigo, devendo prevalecer a valorização da dignidade da vida humana; (3) embora a Portaria n. 863/2002 do Ministério da Saúde trace critérios objetivos para o fornecimento gratuito de medicamentos, este ato não pode se sobrepor ao direito constitucional à saúde. Órgão: Primeira Turma Relator : Min. Luiz Fux Processo: RMS 24.197-PR Tema: TEORIA DA RESERVA DO POSSÍVEL. LIMITES E DEFINIÇÃO Tese o acolhimento da teoria da reserva do possível – segundo a qual a efetivação de direitos sociais, de caráter positivos e prestacionistas, depende das condições orçamentárias do poder público, pressupõe a demonstração de real insuficiência de recursos, não sendo admitido que a referida tese seja utilizada como uma desculpa genérica para a omissão estatal no campo da efetivação dos direitos fundamentais, principalmente os de cunho social. Fundamentação: (1) a reserva do possível não pode ser oposta à efetivação dos direitos fundamentais, já que não cabe ao administrador público preteri-la, pois não se trata de opção do governante, não sendo resultado de juízo discricionário, nem pode ser encarada como tema que depende unicamente da vontade política; (2) aqueles direitos que estão intimamente ligados à dignidade humana não podem ser limitados em razão da escassez, quando ela é fruto das escolhas do administrador; (3) a referida teoria não pode ser oponível à realização do mínimo existencial. Órgão: 2ª Turma Relator: Min Humberto Martins Processo: REsp 1.185.474-SC Novo Tuctor 2.0 Mais eficiente Mais rendimento Mais simples Acesse: http://novo.tuctor.com/ Novo Tuctor 2.0 Mais eficiente Mais rendimento Mais simples Acesse: http://novo.tuctor.com/ 08 Tuctorjuris Tema: RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. INCÊNDIO EM SHOW. MORTE Tese havendo incêndio em estabelecimento destinado a shows, o qual ocasiona a morte dos presentes, a responsabilidade civil do Estado é de natureza subjetiva. Fundamentação: (1) diante da alegação de falta de fiscalização efetiva por parte do ente estatal, por não ter obstado a realização do evento sem as devidas medidas preventivas, tratando-se de conduta omissiva do Estado, a responsabilidade é subjetiva, devendo ser discutida a culpa estatal; (2) é imprescindível comprovar a inércia na prestação do serviço público, bem como demonstrar o mau funcionamento do serviço, para que seja configurada tal responsabilidade. Órgão: 1ª Turma Relator : Min. Luiz Fux Processo: REsp 1.040.895-MG 1.5 Licitações e Contratos: Tema: LEGALIGALIDADE DE EDITAL DE LICITAÇÃO EXCLUDENTE Tese: no edital de licitação, voltado à contratação para fornecimento de mão de obra à Administração Pública, não há ilegalidade na exclusão de entidade cooperativa. Fundamentação: Entendeu-se que, considerando os rigores da legislação trabalhista e previdenciária, a referida exclusão é compatível com a preservação do interesse público primário e secundário. Órgão: 2ª Turma Relator : Min. Eliana Calmaon Processo: REsp 1.141.763-RS Tema: MULTA EM CONTRATO ADMINISTRATIVO E MANDADO DE SEGURANÇA Tese: não cabe mandado de segurança para atacar decisão queimpõe multa no âmbito de contratação administrativa, mesmo tendo sido o contrato precedido de procedimento licitatório, pois não se trata de ato de autoridade, mas ato de gestão (art. 1º, §2º da Lei 12.016/2009). Fundamentação: Entendeu-se ainda que a referida matéria exige dilação probatória, o que também inviabiliza o mandado de segurança. Órgão: 1ª Turma Relator : Min. Luiz Fux Processo: REsp 1.078.342-PR Novo Tuctor 2.0 Mais eficiente Mais rendimento Mais simples Acesse: http://novo.tuctor.com/ 09 Tuctorjuris 2- DIREITO TRIBUTÁRIO 2.1 Processo Tributário e Execução Fiscal Tema: EXECUÇÃO FISCAL HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. ADESÃO. PARCELAMENTO Tese Descabe a condenação em honorários advocatícios nos casos de desistência de embargos à execução fiscal de créditos da Fazenda Nacional, determinada pela adesão do contribuinte a programa de parcelamento fiscal. Fundamentação: Os honorários já estão incluídos no débito consolidado, por força do encargo de 20% determinado pelo art. 1º do DL n. 1.025/1969, que os abrange (art. 3º da Lei n. 7.711/1988). Órgão: Primeira Seção Relator : Rel. Min. Luiz Fux Processo: REsp 1.143.320-RS Tema: CESSÃO DE PRECATÓRIOS E COMPENSAÇÃO DE DÉBITO TRIBUTÁRIO Tese: não cabe a compensação do crédito fiscal com o título de crédito de precatório, adquirido pelo devedor perante terceiros. Fundamentação: a penhora de crédito transforma-se em pagamento apenas de dois modos: pela sub-rogação ou alienação em hasta pública (art. 673 do CPC), sendo que nessa última modalidade é indispensável a avaliação, não cabendo a aquisição em hasta pública de crédito de precatório por seu valor nominal, em troca de futuro recebimento da mesma quantia em data incerta. Ademais, no caso, o executado não é o credor original do precatório, tendo se tornado titular do referido crédito por escritura de cessão e obtenção de deságio. Órgão: Primeira Turma Relator : Min. Teori Albino Zavascki Processo: REsp 1.059.881-RS Tema: RESPONSABILIDADE DE SÓCIOS. SEGURIDADE SOCIAL Tese: os sócios de sociedades empresárias por cotas de responsabilidade limitada não respondem pessoalmente pelos débitos da sociedade junto à seguridade social. Fundamentação: entendimento firmado pelo STF, em decisão na qual foi declarada a inconstitucionalidade do art. 13 da Lei n. 8.620/1993, posteriormente revogado pelo art. 79, VII, da Lei 11.941/2009. Órgão: STJ – 1ª SEÇÃO Relator : Min. Teori Albino Zavascki Processo: REsp 1.153.119-MG Tema: EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃO. LANÇAMENTO. HOMOLOGAÇÃO. Tese: O prazo prescricional quinquenal para o Fisco exercer a pretensão da cobrança judicial do crédito tributário conta-se da data estipulada como vencimento da obrigação tributária declarada, nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação, em que o contribuinte cumpriu o dever instrumental Novo Tuctor 2.0 Mais eficiente Mais rendimento Mais simples Acesse: http://novo.tuctor.com/ 10 Tuctorjuris de declarar a exação mediante declaração de débitos e créditos tributários federais (DCTF) ou guia de informação de apuração do ICMS (GIA), entre outros, mas não adimpliu a obrigação principal, de pagamento antecipado, nem sobreveio qualquer causa interruptiva da prescrição ou impeditiva da exigibilidade do crédito. Fundamentação: Segundo o art. 219, § 1º, do CPC, a interrupção da prescrição pela citação retroage à propositura da ação, o que, após as alterações promovidas pela LC n. 118/2005, justifica, no Direito Tributário, interpretar que o marco interruptivo da prolação do despacho que ordena a citação do executado retroage à data do ajuizamento da ação executiva, que deve respeitar o prazo prescricional. Dessa forma, a propositura da ação é o termo final do prazo prescricional e o termo inicial de sua recontagem (sujeita às causas interruptivas do art. 174, parágrafo único, do CTN). Órgão: Primeira Seção Relator : Rel. Min. Luiz Fux Processo: REsp 1.120.295-SP Tema: CRÉDITO TRIBUTÁRIO POR RECOLHIMENTO INDEVIDO E EFEITOS: Tese: a sentença que declara crédito tributário em favor do contribuinte, decorrente recolhimento indevido, conta com juízo de certeza e exigibilidade, autorizando tanto a compensação tributária, quanto o recebimento por meio de precatório ou requisição de pequeno valor. Órgão: 1ª Turma Relator : Min. Teori Albino Zavascki Processo: REsp 1.120.295-SP 2.2 Obrigação e Responsabilidade Tributária Tema: RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. MULTAS. SUCESSÃO Tese: a responsabilidade tributária da empresa sucessora abrange, além dos tributos devidos pela empresa sucedida, as multas moratórias ou punitivas, representativas de dívida de valor e acompanhando o passivo do patrimônio adquirido pela empresa sucessora, desde que o fato gerador tenha ocorrido até a data da sucessão. Fundamentação: (1) segundo dispõe o art. 113, § 3º, do CTN, o descumprimento de obrigação acessória faz surgir, imediatamente, nova obrigação consistente no pagamento da multa tributária; (2) a responsabilidade da sucessora abrange, nos termos do art. 129 do CTN, os créditos definitivamente constituídos, em curso de constituição ou constituídos posteriormente aos mesmos atos, desde que relativos a obrigações tributárias surgidas até a data da sucessão. Órgão: 1ª Seção Relator : Min. Luiz Fux Processo: REsp 923.012-MG Novo Tuctor 2.0 Mais eficiente Mais rendimento Mais simples Acesse: http://novo.tuctor.com/ 11 Tuctorjuris Tema: TAXA. CONFIGURAÇÃO DE NOTIFICAÇÃO Tese: O envio ao endereço do contribuinte da guia de cobrança (carnê) da taxa de licença para funcionamento configura notificação presumida do lançamento do tributo, que pode ser elidida pelo contribuinte, a quem cabe a prova de que não recebeu a guia. Fundamentação: Aplica-se, por analogia, o entendimento da Primeira Seção firmado em recurso repetitivo referente ao ônus da prova do recebimento do carnê de IPTU (Súm. n. 397-STJ). Órgão: Primeira Seção Relator : Min. Luiz Fux Processo: REsp 1.114.780-SC Tema: OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA ACESSÓRIA. OBRIGAÇÃO PRINCIPAL INEXISTENTE Tese: o ente federado competente pode autuar o contribuinte pelo descumprimento de obrigação acessória, correspondente à exigência de nota fiscal para deslocamento de bens integrantes do ativo imobilizado e de uso e consumo entre estabelecimentos da mesma instituição financeira, o que, em tese, não caracteriza hipótese de incidência do ICMS (Súm. n. 166-STJ), sendo a obrigação acessória autônoma e podendo ser instituída pelo ente legislador no interesse da arrecadação ou da fiscalização tributária, mesmo inexistindo a obrigação principal. Fundamentação: previsão do art. 113, § 2º do Código Tributário Nacional. Órgão: STJ – 1ª SEÇÃO Relator: Min. Luiz Fux Processo: REsp 1.116.792-PB Tema: RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. MULTAS. SUCESSÃO Tese a responsabilidade tributária da empresa sucessora abrange, além dos tributos devidos pela empresa sucedida, as multas moratórias ou punitivas, representativas de dívida de valor e acompanhando o passivo do patrimônio adquirido pela empresa sucessora, desde que o fato gerador tenha ocorrido até a data da sucessão. Fundamentação: (1) segundo dispõe o art. 113, § 3º, do CTN, o descumprimento de obrigação acessória faz surgir, imediatamente, nova obrigação consistente no pagamento da multa tributária; (2) a responsabilidade da sucessora abrange, nos termos do art. 129 do CTN, os créditos definitivamente constituídos, em curso de constituição ou constituídos posteriormente aos mesmos atos, desde que relativos a obrigações tributárias surgidas até a data da sucessão. Órgão: 1ª Seção Relator: Min. Luiz Fux Processo: REsp 923.012-MG Novo Tuctor 2.0 Mais eficiente Mais rendimento Mais simples Acesse: http://novo.tuctor.com/12 Tuctorjuris Tema: CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. RETENÇÃO. RESPONSABILIDADE Tese a responsabilidade pelo recolhimento da contribuição previdenciária retida na fonte incidente sobre a mão de obra utilizada na prestação de serviços contratados é exclusiva do tomador do serviço, inexistindo responsabilidade supletiva da empresa cedente. Fundamentação: previsão do art. 33, § 5º, da Lei n. 8.212/1991. Órgão: STJ – 1ª SEÇÃO Relator : Min. Teori Albino Zavascki Processo: REsp 1.131.047-MA 2.3 Administração Tributária: Tema: CERTIDÃO NEGATIVA DE DÉBITO TRIBUTÁRIO. RECUSA. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA Tese Cabe a recusa em fornecer certidão negativa de débito (CND) por descumprimento da a obrigação acessória de entregar a guia de recolhimento do FGTS e informações à Previdência Social (GFIP). Fundamentação: Previsão do art. 32, IV e § 10, da Lei n. 8.212/1991 (na redação que lhe deu a Lei n. 9.528/1997), sendo que afastar a referida lei violaria a Súmula Vinculante n. 10 do STF (cláusula de reserva de planário). Órgão: Primeira Seção Relator : Min. Luiz Fux Processo: REsp 1.042.585-RJ Tema: RECURSO REPETITIVO. EXCLUSÃO DO SIMPLES. CAUSA IMPEDITIVA. RETROATIVIDADE. Tese no caso de exclusão de sociedade empresária do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Micro e Pequenas Empresas (Simples), na circunstância que a lei prevê como impeditiva ao ingresso ou permanência nesse sistema (art. 9º, III a XIV e XVII a XIX, da Lei n. 9.317/1996), os seus efeitos serão produzidos a partir do mês seguinte à data de ocorrência da situação excludente. Fundamentação: ocorrendo uma das circunstâncias impeditivas de ingresso ou de permanência no sistema, a pessoa jurídica sabedora do impedimento deve comunicar sua exclusão do regime. Porém, se não o fizer, é dado ao Fisco o direito de proceder à sua exclusão de ofício, no momento em que detectar a ocorrência da situação excludente, sendo que tal ato é meramente declaratório e permite a retroatividade de seus efeitos à data da ocorrência da situação que originou a exclusão. Órgão: Primeira Seção Relator : Min. Benedito Gonçalves Processo: REsp 1.124.507-MG Novo Tuctor 2.0 Mais eficiente Mais rendimento Mais simples Acesse: http://novo.tuctor.com/ 13 Tuctorjuris Tema: DEMANDA JUDICIAL E REGISTRO NO CADIN Tese a mera existência de demanda judicial não autoriza, por si só, a suspensão do registro do devedor no Cadin. FUNDAMENTO: entendeu-se que a exigência do art. 7º da Lei n. 10.522/2002 condiciona a referida eficácia suspensiva a dois requisitos comprováveis pelo devedor: (1) que ele tenha ajuizado ação com o objetivo de discutir a natureza da obrigação ou seu valor, com o oferecimento de garantia idônea e suficiente ao juízo, na forma da lei; (2) suspensão da exigibilidade do crédito objeto do registro nos termos da lei. Órgão: Primeira Seção Relator: Min Luiz Fux Processo: REsp 1.137.497-CE 2.4 Imposto de Renda Tema: DEPÓSITOS JUDICIAIS. DEDUÇÃO DA BASE DO IR. NÃO CABIMENTO. Tese os depósitos judiciais não podem ser considerados despesas dedutíveis do lucro real apurado para fins de Imposto de Renda. Fundamentação: os arts. 7º e 8º da Lei n. 8.541/1992– que impedem a dedução de provisões designadas para pagamento de impostos e contribuições como despesas, para fins de apuração do lucro real e do imposto de renda (IR) devido – compatibilizam-se com o ordenamento jurídico de regência, devendo ser aplicada a mesma lógica aos depósitos judiciais. Órgão: 1a Seção Relator : Min. Eliana Calmon Processo: REsp 1.168.038-SP Tema: DANO MORAL E IMPOSTO DE RENDA Tese não há incidência de imposto de renda sobre os valores recebidos a título de indenização por danos morais. Fundamentação: considerou-se que no caso não ocorre acréscimo patrimonial, sendo que os valores recebidos contam com natureza indenizatória, voltados à reparação da dor ou do sofrimento experimentado pela vítima, beneficiária da indenização. Órgão: 1ª Seção Relator : Min. Luiz Fux Processo: REsp 1.152.764-CE Tema: IMPOSTO DE RENDA. REINTEGRAÇÃO NO EMPREGO. INDENIZAÇÃO Tese os valores a serem pagos em razão de decisão judicial trabalhista que determina a reintegração do ex-empregado contam com natureza salarial, atraindo a incidência de imposto de renda. Fundamentação: (1) os referidos valores são percebidos a título de salários vencidos, como se o empregado estivesse no pleno exercício de seu vínculo empregatício; (2) caso houvesse comprovação de que os valores recebidos tivessem decorrido da inviabilidade da reintegração, na forma dos arts. 493, 495 e Novo Tuctor 2.0 Mais eficiente Mais rendimento Mais simples Acesse: http://novo.tuctor.com/ 14 Tuctorjuris 497 da CLT, os valores a serem percebidos pelo empregado seriam enquadrados na indenização prevista no art. 7º, I, da CF/1988, tendo natureza eminentemente indenizatória e não caracterizando acréscimo patrimonial ou geração de renda. Órgão: STJ – 1ª Seção Relator: Min. Luiz Fux Processo: REsp 1.142.177-RS 2.5 Espécies Tributárias: Tema: IMPUTAÇÃO TRIBUTÁRIA. COFINS. NÃO CABIMENTO (Recurso Repetitivo) Tese não cabe o reconhecimento de inexigibilidade da Cofins, com o reconhecimento do direito à compensação dos valores recolhidos indevidamente a esse título, corrigidos monetariamente, nos moldes da ampliação da base de cálculo e majoração da alíquota previstas nos arts. 3º, §§ 1º e 8º, da Lei n. 9.718/1998, em favor da pessoa jurídica optante pela tributação do imposto de renda com base no lucro presumido. Fundamentação: (1) a regra de imputação de pagamentos estabelecida nos arts. 354 e 379 do CC/2002 é inaplicável aos débitos de natureza tributária, visto que a compensação tributária rege-se por normas próprias e específicas, não sendo possível aplicar subsidiariamente as regras do CC/2002; (2) não há lacuna na legislação tributária, em matéria de imputação de créditos nas compensações tributárias, que autorize a sua integração pela aplicação da lei civil. Órgão: 1a Seção Relator : Min. Luiz Fux Processo: REsp 960.239-SC Tema: CRÉDITO DE ICMS. ADQUIRENTE DE BOA FÉ. NOTA FISCAL INIDONEA Tese o comerciante de boa-fé que adquire mercadoria cuja nota fiscal, emitida pela empresa vendedora, seja declarada inidônea, pode aproveitar o crédito do ICMS pelo princípio da não cumulatividade, uma vez que demonstrada a veracidade da compra e venda, sendo que o ato declaratório de inidoneidade somente produz efeitos a partir de sua publicação. Fundamentação: entendeu-se que a responsabilidade do adquirente de boa-fé reside na exigência, no momento da celebração do negócio jurídico, da documentação pertinente à assunção da regularidade do alienante, cuja verificação de idoneidade cabe ao Fisco, razão pela qual não incide o art. 136 do CTN, aplicável ao alienante. Órgão: Primeira Seção Relator: Min Luiz Fux Processo: REsp 1.148.444-MG Tema: SALÁRIO EDUCAÇÃO. SUJEITO PASSIVO Tese o sujeito passivo da contribuição correspondente ao salário-educação é a empresa, assim considerada em sentido amplo, ou seja, firma individual ou Novo Tuctor 2.0 Mais eficiente Mais rendimento Mais simples Acesse: http://novo.tuctor.com/ 15 Tuctorjuris sociedade empresária, que assume os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço, bem como qualquer entidade pública ou privada vinculada à Previdência Social, com ou sem fins lucrativos, salvo no caso dos entes da administração direta. Fundamentação: art. 15 da Lei n. 9.424/1996, regulamentado pelo Decreto 6.003/2006, e arts. 1º, § 5º, do DL 1.422/1975, 2º da CLT e 4º da Lei n. 3.807/1960, com redação dada pela Lei 5.890/1973. Órgão: STJ – 1ª SEÇÃO Relator : Min. Luiz Fux Processo: REsp 1.162.307-RJ 3-DIREITO AMBIENTAL Tema: DANO AMBIENTAL. REPARAÇÃO E INDENIZAÇÃO Tese no caso de dano ambiental, é possível a cumulação de indenização pecuniária e obrigações de fazer, voltadas à recomposição do objeto da lesão. Fundamentação: a obrigação de recuperar o meio ambiente degradado é compatível com a indenização pecuniária por eventuais prejuízos, até sua restauração plena, sendo que, havendo a restauração imediata e completa do bem lesado, mesmo não subsistindo obrigação de reparação, pode haver a obrigação de reverter à coletividade os benefícios econômicos auferidos com a exploração ilegal do meio ambiente. Órgão: Segunda Turma Relator: Min Herman Benjamin Processo: REsp 1.114.893-MG Tema: DANO AMBIENTAL. LEGITIMIDADE PASSIVA DE ESTADO MEMBRO Tese o Estado da federação é legítimo para figurar no pólo passivo de ação voltada à responsabilização pela degradação do meio ambiente, diante de conduta omissiva quanto ao dever de fiscalização. Fundamentação: o art. 23, VI, da CF/1988 estabelece a competência comum da União, Estados, Distrito Federal e Municípios para a proteção ao meio ambiente e combate à poluição em qualquer de suas formas, sendo que, por outro lado, o art. 225, caput, da CF/1988 prevê o direito de todos a um meio ambiente ecologicamente equilibrado, impondo ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo em benefício das presentes e futuras gerações. Órgão: Segunda Turma Relator: Min Mauro Campbell Marques Processo: AgRg no REsp 958.766-MS Novo Tuctor 2.0 Mais eficiente Mais rendimento Mais simples Acesse: http://novo.tuctor.com/ 16 Tuctorjuris 4- DIREITO DO CONSUMIDOR 4.1 Plano de Saúde Tema: PLANO DE SAÚDE. RESPONSABILIDADE POR DANO CAUSADO POR MÉDICO CONVENIADO Tese a seguradora do plano de saúde responde solidariamente pelo dever de indenizar, juntamente com o médico conveniado, pelos danos por ele causados. Fundamentação: quem se compromete a prestar assistência médica é responsável pelos serviços dos profissionais indicados. Órgão: 4ª Turma Relator : Min. Honildo Amaral de Mello Castro Processo: REsp 1.133.386-RS Tema: PLANO DE SAÚDE. CARENCIA. RECUSA DE ATENDIMENTO DE URGÊNCIA. DANO MORAL Tese: cabe a condenação ao pagamento de indenização por danos morais contra empresa de plano de saúde que se nega a custear serviços médicos emergenciais durante período de carência, bem como a ressarcir diversos procedimentos cirúrgicos, ambulatoriais e medicamentos. Fundamentação: a quebra de carência é exceção prevista no art. 35-C da Lei n. 9.656/1998 (redação dada pela Lei n. 11.935/2009), sendo que a jurisprudência do STJ entende que o prazo de carência, apesar de válido, não prevalece quando se tratar de casos excepcionais como a internação de urgência, de modo que cabe à empresa responsável pelo plano honrar seu compromisso contratual de amparo médico hospitalar. Órgão: 4ª Turma Relator : Min. Honildo Amaral de Mello Castro Processo: REsp 1.067.719-CE Tema: PLANO DE SAÚDE E GARANTIA DE CIRURGIA BARIÁTRICA E PLÁSTICA Tese: As entidades de planos de saúde devem assegurar a realização de cirurgia bariátrica (voltada à redução de estômago) e plástica. Fundamentação: Tratar-se de procedimentos inerentes ao tratamento da obesidade mórbida, a qual encontra-se acobertada pelo art. 10 da Lei n. 9.656/1998. Órgão: 3ª Turma Processo: REsp 1.136.475-RS Novo Tuctor 2.0 Mais eficiente Mais rendimento Mais simples Acesse: http://novo.tuctor.com/ 17 Tuctorjuris Tema: PLANO DE SAÚDE E GARANTIA DE CIRURGIA BARIÁTRICA E PLÁSTICA Tese: As entidades de planos de saúde devem assegurar a realização de cirurgia bariátrica (voltada à redução de estômago) e plástica. Fundamentação: Tratar-se de procedimentos inerentes ao tratamento da obesidade mórbida, a qual encontra-se acobertada pelo art. 10 da Lei n. 9.656/1998. Órgão: 3ª Turma Processo: REsp 1.136.475-RS Tema: PLANO DE SAÚDE. RECUSA À RENOVAÇÃO. INVALIDADE Tese não cabe a recusa da renovação de apólice coletiva de plano de saúde, por parte de seguradora, sob a alegação de elevado índice de sinistros, decorrente de concentração de segurados em faixas etárias mais avançadas, ou imposição de aumento de cerca de 100%. Fundamentação: (1) a Lei n. 9.656/1998 define que no plano privado de assistência à saúde a sua natureza jurídica corresponde à de contrato de trato sucessivo, por prazo indeterminado, com transferência onerosa de riscos que possam afetar futuramente a saúde do consumidor e seus dependentes; (2) os serviços prestados por seguradora de saúde contam com importância na sociedade de consumo, pois o consumidor tem como objetivo principal garantir, no futuro, quando ele e sua família necessitarem, que será dada a cobertura do seguro nos termos do contrato, sendo que a operadora pode ser acionada a qualquer momento, desde que receba mensalmente o valor estipulado. Órgão: STJ- 3ª Turma Relator: Min. Nancy Andrighi Processo: REsp 1.106.557-SP 4.1 Relação de Consumo: Tema: CONFIGURAÇÃO DE RELAÇÃO DE CONSUMO Tese não relação de consumo entre revendedora de máquinas e equipamentos e transportadora. Fundamentação: o Superior Tribunal de Justiça adota como critério a teoria finalista, segundo a qual se considera consumidor aquele que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. Órgão: 3ª Turma Relator: Min. Sidnei Beneti Processo: REsp 836.823-PR Novo Tuctor 2.0 Mais eficiente Mais rendimento Mais simples Acesse: http://novo.tuctor.com/ 18 Tuctorjuris Tema: APLICAÇÃO DO CDC. MOCROEMPRESÁRIO. Tese cabe a aplicação das regras de proteção ao consumidor, como a restrição à imposição da cláusula de eleição de foro que dificulta o livre acesso do ao Poder Judiciário, no caso de contrato para a aquisição de máquina de bordar, entabulado entre a empresa fabricante e a pessoa física que utiliza o bem para sua sobrevivência e de sua família, desde que demonstrada a sua vulnerabilidade econômica. Fundamentação: conforme estabelecido pela jurisprudência do STJ, apesar do conceito subjetivo ou finalista de consumidor estar restrito à pessoa física ou jurídica que adquire o produto no mercado a fim de consumi-lo, tal teoria (finalista) pode ser abrandada, de modo a autorizar a aplicação das regras do CDC para resguardar como consumidores determinados profissionais (microempresas e empresários individuais) que adquirem bens para usá-lo no exercício de sua profissão, o que exige a demonstração da vulnerabilidade técnica, jurídica ou econômica (hipossuficiência). Órgão: STJ – Terceira Turma Relator: Min. Nancy Andrighi Processo: REsp 1.010.834-GO 4.2 Atuação da Fiscalização: Tema: LESÃO A CONSUMIDORES. DUPLA PUNIÇÃO. ÓRGÃOS FEDERAIS E ESTADUAIS Tese não é devida a aplicação de mais de uma multa, imposta por distintos órgãos de defesa do consumidor (um federal e outro estadual), em função de uma mesma lesão a direitos de consumidores. Fundamentação: apesar de existir órgãos federais e estaduais de defesa dos consumidores, com atribuições e papéis concorrentes, não se admite que, pela mesma infração, todas as autoridades possam impor sanções à mesma empresa, pois significaria admitir que a quantidade de punições seria em função do número de órgãos de defesa do consumidor existentes no país e não em função do número de violações. Órgão: 1ª Turma Relator : Min. Benedito Gonçalves Processo: REsp 1.087.892-SP Tema: MULTA APLICADA POR PROCON. COMPOSIÇÃO JUDICIAL POSTERIOR Tese: No caso de violação a direito do consumidor, havendo imposição de sanção administrativa pelo Procon, a composição judicial entre o fornecedor- infrator e o consumidor não desconstitui a referida penalidade imposta, não afastando a cobrança e exigibilidadeda multa. Fundamentação: A multa prevista no art. 56 do CDC não tem por finalidade reparar o dano sofrido pelo consumidor, mas punir o infrator e desestimular outras condutas semelhantes. Órgão: 1ª Turma Processo: REsp 1.164.146-SP Novo Tuctor 2.0 Mais eficiente Mais rendimento Mais simples Acesse: http://novo.tuctor.com/ 19 Tuctorjuris Tema: MULTA APLICADA POR PROCON. COMPOSIÇÃO JUDICIAL POSTERIOR Tese:No caso de violação a direito do consumidor, havendo imposição de sanção administrativa pelo Procon, a composição judicial entre o fornecedor- infrator e o consumidor não desconstitui a referida penalidade imposta, não afastando a cobrança e exigibilidade da multa. Fundamentação: A multa prevista no art. 56 do CDC não tem por finalidade reparar o dano sofrido pelo consumidor, mas punir o infrator e desestimular outras condutas semelhantes. Órgão: 1ª Turma Processo: REsp 1.164.146-SP Novo Tuctor 2.0 Mais eficiente Mais rendimento Mais simples Acesse: http://novo.tuctor.com/ 20 Tuctorjuris 5 - DIREITO CIVIL 5.1 Direito de Família Tema: DESTITUIÇÃO DO PÁTRIO PODER DO PAI BIOLÓGICO POR PADASTRO. LEGITIMIDADE Tese o padrasto detém legitimidade ativa e interesse de agir para propor a destituição do poder familiar do pai biológico, em caráter preparatório à adoção de menor. Fundamentação: (1) o art. 155 do ECA dispõe que o procedimento para a perda do poder familiar terá início por provocação do MP ou de pessoa dotada de legítimo interesse, mas o art. 41, § 1º, do referido diploma permite que um dos cônjuges adote o filho do outro, autorizando ao padrasto invocar o legítimo interesse para a destituição do poder familiar do pai biológico, devido à convivência familiar, ligada essencialmente à paternidade social ou socioafetividade, a qual seria o convívio de carinho e participação no desenvolvimento e formação da criança sem a concorrência do vínculo biológico; (2) o padrasto tem legítimo interesse amparado na socioafetividade, para postular destituição do poder familiar do pai biológico da criança. Órgão: 3ª Turma Relator : Min. Nancy Andrighi Processo: REsp 1.106.637-SP Tema: RECONHECIMENTO DE RELAÇÃO AVOENGA. CARENCIA DE AÇÃO Tese: subsiste viabilidade jurídica do pedido dos netos buscarem o reconhecimento de relação avoenga, inexistindo carência de ação, quanto à falta de interesse de agir. Fundamentação: entendeu-se que os direitos da personalidade, entre eles o direito ao nome e ao conhecimento da origem genética, são inalienáveis, vitalícios, intransmissíveis, extrapatrimoniais, irrenunciáveis, imprescritíveis e oponíveis erga omnes, de modo que os netos e filhos possuem direito de agir próprio e personalíssimo, voltado à busca de provimento declaratório de relação de parentesco em face do avô ou dos herdeiros, vez que o direito ao nome, à identidade e à origem genética está intimamente ligado ao conceito de dignidade da pessoa humana. Órgão: Segunda Seção Relator: Min Nancy Andrighi Processo: REsp 807.849-RJ Novo Tuctor 2.0 Mais eficiente Mais rendimento Mais simples Acesse: http://novo.tuctor.com/ 21 Tuctorjuris Tema: PENSÃO ALIMENTÍCIA. OBRIGAÇÃO DIRETA DOS AVÓS. INEXISTENTE Tese: não cabe o ajuizamento de ação buscando o pagamento de pensão alimentícia diretamente contra os avós. Fundamentação: a obrigação dos avós em pagarem a pensão alimentícia aos netos é subsidiária e complementar, sendo que primeiro os pais respondem pelo alimentando. Conseqüentemente, só quando os pais não podem prestá- los integralmente ou parcialmente cabe a obrigação aos avós. Órgão: 4ª Turma Relator : Min. Aldir Passarinho Junior Processo: REsp 576.152-ES Tema: UNIIÃO HOMOAFETIVA E DIREITO À PENSÃO POR MORTE Tese: subsiste o direito à percepção de pensão por morte, devida no âmbito de regime de previdência privada, em favor de companheiro no caso de união homoafetiva Fundamentação: Foram adotados os seguintes fundamentos: aplicação de analogia e isonomia, de modo a entender a união homoafetiva como entidade familiar; a subordinação dos planos de previdência privada “aos ditames genéricos do plano básico estatal”; incidência igualitária do direito social previdenciário, ainda que de caráter privado complementar, sobre todos aqueles que se colocam sob seu manto protetor Órgão:3ª Turma Relator : Min. Nancy Andrighi Processo: STJ-REsp 1.026.981-RJ Tema: LIMITES À DOAÇÃO UNIVERSAL. ACORDO DE SEPARAÇÃO Tese a proibição de doação universal de bens, prevista no art. 548 do CC, incide no acordo da separação consensual do casal. Fundamentação: (1) a referida limitação se destina à proteção do autor da liberalidade, ao impedi-lo de, em um momento de impulso ou de depressão psicológica, promover ato de desfazimento de todos seus bens, o que o colocaria em estado de pobreza; (2) a dissipação completa do patrimônio atenta contra o princípio da dignidade da pessoa humana (art. 1º, II, da CF/1988); (3) os acordos realizados nas separações judiciais são transações de alta complexidade, haja vista os interesses a serem ajustados (guarda dos filhos, visitas, alimentos etc.), sendo por esse motivo corriqueira a prática de acordos a transigir com o patrimônio a fim de compor ajustes para resolver questões que não seriam solucionadas sem a condescendência econômica de uma das partes Órgão: Terceira Turma Relator : Des Convocado Vasco Della Giustina Processo: REsp 285.421-SP Novo Tuctor 2.0 Mais eficiente Mais rendimento Mais simples Acesse: http://novo.tuctor.com/ 22 Tuctorjuris 5.2 Responsabilidade Civil Tema: MATÉRIA JORNALÍSTICA. AUSÊNCIA DE DANO MORAL Tese se o veículo de comunicação publica matéria jornalística com o título “Motorista Bêbado Bate Carro da Câmara”, não configura extrapolação ao seu direito de informar, nem ofensa à honra da pessoa objeto da notícia, se há prova de que o próprio motorista e algumas testemunhas teriam confirmado a ocorrência da ingestão de álcool. Fundamentação: (1) a liberdade de informação, sobretudo a amparada na liberdade de imprensa, assume um caráter dúplice, ou seja, há direito tanto de informar quanto de ser informado, sendo que, se de um lado não se permite a leviandade por parte da imprensa, publicando matérias inverídicas que possam ofender a honra das pessoas, de outro lado também não se exigem, na atividade jornalística, verdades absolutas provadas previamente em investigação administrativa, policial ou judicial; (2) se houvesse a referida exigência, iria colidir com a celeridade exigida nos meios de comunicação para noticiar os fatos; (3) a veracidade dos fatos noticiados na imprensa não deve consubstanciar dogma absoluto ou condição indispensavelmente necessária à liberdade de imprensa, mas um compromisso ético com a informação verossímil, o que pode eventualmente abarcar informações não totalmente precisas, havendo, portanto, margem tolerável de inexatidão por legítimo juízo de aparência dos fatos e interesse público. Órgão: 4ª Turma Relator : Min. Luis Felipe Salomão Processo: REsp 680.794-PR Tema: INDÚSTRIA TABAGISTA. RESPONSABILIDADE CIVIL Tese não há responsabilidade civil por parte da indústria tabagista, diante do falecimento de consumidor de cigarro em função de câncer. Fundamentação: (1) o cigarro classifica-se como produto de periculosidade inerente (art. 9º do CDC) , tal como o álcool, sendo ator de risco de diversas enfermidades; (2)o caso não envolve produto defeituoso (art. 12, § 1º, do mesmo código) ou de alto grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou segurança, esse último de comercialização proibida, (art. 10 do mesmo diploma); (3) o art. 220, § 4º, da CF/1988 chancela a comercialização do cigarro, apenas lhe restringindo a propaganda, ciente o legislador constituinte dos riscos de seu consumo;(4) segundo o CDC, considera-se defeito a falha que se desvia da normalidade, capaz de gerar frustração no consumidor, que passa a não experimentar a segurança que se espera do produto ou serviço; (5) aplicação da teoria do dano direto e imediato, acolhida no direito civil brasileiro (art. 403 do CC/2002 e art. 1.060 do CC/1916), sendo que ainda não está comprovada pela Medicina a causalidade necessária, direta e exclusiva entre o tabaco e câncer, pois ela se limita a afirmar a existência de fator de risco entre eles, tal como outros fatores, como a alimentação, o álcool e o modo de vida sedentário ou estressante. Órgão: Quarta Turma Relator : Min. Luis Felipe Salomão Processo: REsp 1.113.804-RS Novo Tuctor 2.0 Mais eficiente Mais rendimento Mais simples Acesse: http://novo.tuctor.com/ 23 Tuctorjuris Tema: RESPONSABILIDADE CIVIL. DENUNCIAÇÃO DA LIDE Tese no caso de acidente rodoviário, sendo ajuizada ação pelo consumidor para a reparação de danos, não cabe a denunciação da lide por parte da sociedade empresária operadora de pacotes de viagens de turismo em face da proprietária do ônibus. Fundamentação: o art. 88 do CDC não dá margens à aplicação do referido instituto. Destaca-se ainda que o contrato é celebrado entre a sociedade e o autor da ação, sendo que a discussão sobre a responsabilidade de um terceiro contratado pela denunciante é estranho ao direito discutido e retardaria a própria marcha do processo em desfavor do autor. Contudo, considerou-se ressalvado eventual direito de regresso contra a proprietária do ônibus. Órgão: Quarta Turma Relator : Min. Aldir Passarinho Junior Processo: REsp 605.120-SP Tema: POSTE DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA. COLISÃO DE VEÍCULO. RESPONSABILIDADE Tema: Poste de Iluminação Pública. Colisão de Veículo. Responsabilidade Tese no caso de colisão de veículo em poste de iluminação pública, presume- se responsável pela colisão o condutor do veículo. Fundamentação: (1) o poste de iluminação instalado na via pública constitui obstáculo imóvel, impossível, por si só, de causar acidente; (2) havendo colisão que causadora de danos, cabe ao condutor do veículo demonstrar o fato excludente de sua responsabilidade, ou seja, a eventual inadequação do local onde se encontrava o poste. Órgão: STJ – Quarta Turma Relator: Min. Aldir Passarinho Junior Processo: REsp 895.419-DF Tema: ANÚNCIO EM CLASSIFICADOS. RESPONSABILIDADE DE JORNAL Tese não há responsabilidade por parte de empresa jornalística que promove anúncio de venda de veículos nos classificados de jornal, na situação em que o anunciante promove a prática de estelionato contra o comprador. Fundamentação: (1) não se aplica ao caso o Código de Defesa do Consumidor, pois a empresa jornalística não conta com participação do contrato celebrado entre o anunciante e o consumidor, não podendo a primeira ser enquadrada no conceito de fornecedora, nos termos do art. 3º do CDC; (2) o dano experimentado pelo consumidor decorre do pagamento efetuado ao anunciante, e não da compra do jornal no qual o anúncio foi veiculado; (3) não cabe à empresa de comunicação responder por eventuais abusos ou enganos praticados por seus anunciantes. Órgão: 3ª Turma Relator: Min. Nancy Andrighi Processo: REsp 1.046.241-SC Novo Tuctor 2.0 Mais eficiente Mais rendimento Mais simples Acesse: http://novo.tuctor.com/ 24 Tuctorjuris Tema: NEGATIVAÇÃO POR AJUIZAMENTO DE AÇÃO. AUSENCIA DE DANO MORAL Tese (1) não há responsabilidade civil, tampouco obrigação de pagar indenização, por parte do responsável por negativação realizada por órgão de proteção ao crédito, no caso desta negativação ter decorrido de ação de execução, ainda que indevidamente ajuizada. Fundamentação: (1) o exercício do direito de ação não pode ser interpretado como gerador de dano moral, pois faz parte dos direitos constitucionalmente garantidos; (2) somente no caso de comprovada má-fé em provocar a prestação jurisdicional do Estado ou em litígio de natureza temerária, caberia reconhecer a existência de danos morais; (3) em função do princípio da publicidade, os bancos de dados autonomamente procedem à inscrição de devedores, sendo que envolve informação constante do cartório de distribuição de feitos judiciais, contando com ampla publicidade. Órgão: STJ-Quarta Turma Relator: Min. Aldir Passarinho Junior Processo: REsp 780.583-DF Tema: RESPONSABILIDADE CIVIL. EXPLORAÇÃO DE TRANSPORTE Tese havendo responsabilidade civil por parte de empresa exploradora de transporte público e assumindo outra empresa a referida atividade, inexiste transmissão de pagar indenização em relação à segunda. Fundamentação: sendo a exploração do serviço assumido por meio de investidura originária (licitação), inexiste sucessão empresarial, salvo por previsão contratual expressa, o que afasta a transmissão da obrigação de reparar o dano, antes imposto à antiga titular da exploração do serviço. Órgão: STJ – 4ª Turma Relator: Min. João Otávio de Noronha Processo: REsp 1.095.447-RJ Tema: USO INDEVIDO DE IMAGEM. PUBLICAÇÃO JORNALÍSTICA Tese é devida indenização por danos morais pelo uso de imagem decorrente de publicação jornalística sem autorização, correspondente à fotografia da vítima de acidente automobilístico. Fundamentação: (1) o direito à imagem constitui um dos elementos integrantes do direito à personalidade (art. 11 do CC/2002) e o conferiu proteção à imagem e à honra; (2) configura ofensa o simples uso da imagem sem autorização, ainda que tal utilização não tenha conteúdo vexatório, pois o direito à imagem se integra de forma irrestrita na personalidade; (3) a utilização indevida da imagem gera, autonomamente, indenização por perdas e danos (art. 12 do CC/2002), sendo que Súm. n. 403-STJ estabelece que a indenização pela publicação de imagens com fins econômicos independe da prova do prejuízo. Órgão: STJ-Quarta Turma Relator : Min. Luis Felipe Salomão Processo: REsp 1.005.278-SE Novo Tuctor 2.0 Mais eficiente Mais rendimento Mais simples Acesse: http://novo.tuctor.com/ 25 Tuctorjuris Tema: DANO MORAL. IMUNIDADE PROFISSIONAL. ADVOGADO Tese a imunidade profissional garantida ao advogado pelo Estatuto da OAB não abarca os excessos cometidos pelo profissional em afronta à honra de quaisquer das pessoas envolvidas no processo, seja o magistrado, a parte, o membro do Ministério Público, o serventuário ou o advogado da parte contrária. Fundamentação: somente estão resguardadas pela imunidade profissional do advogado as supostas ofensas que guardem pertinência com a discussão da causa em julgamento, contudo sem degenerar em abuso ou ofensas pessoais aos envolvidos, pois a imunidade profissional não poderia abranger os excessos configuradores de delito de calúnia nem de desacato. Órgão: STJ-Quarta Turma Relator : Min. Maria Isabel Gallotti Processo: REsp 919.656-DF Tema: NEGATIVAÇÃO. SISTEMA DO BANCO CENTRAL Tese: o Sistema de Informação do Banco Central (Sisbacen) se equipara às instituições restritivas ao crédito, como o Serasa e o SPC, para efeito de negativação de devedores. Fundamentação: (1) o Sisbacen, conforme seu regulamento (Circular n. 3.232/2004 do Bacen), consiste no conjunto de recursos de tecnologia de informação interligados em rede utilizado pela instituição na condução de seus processos de trabalho, de modo que para possibilitar sua finalidade regulamentar, ocorre o desmembramento em outros sistemas de informação ou cadastros de menor porte, tais como o Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF), o Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal (Cadin) e o Sistema de Informações de Crédito do Banco Central (SCR); (2) o banco de dados mantido pelo Bacen distingue-se de outros, pois é alimentado tanto por informações positivas quanto negativas,o que o caracteriza como um sistema múltiplo, enquanto a maioria dos demais somente armazenam informações negativas; (3) o cadastro de negativação no Sisbacen, no âmbito das instituições bancárias, tem o mesmo efeito que os demais órgãos restritivos de crédito, figurando como central de risco, com o fim de avaliar o risco de crédito e a idoneidade financeira dos consumidores; (4) conforme jurisprudência já firmada na Segunda Seção do STJ, a proibição de realizar inscrições em órgãos de proteção ao crédito tem caráter mandamental, se sobrepondo a ordens contidas em portarias e circulares do Poder Executivo que obrigam as instituições financeiras a prestar informações mensalmente sobre os clientes. Órgão: STJ-3ª Turma Relator: Min. Nancy Andrighi Processo: REsp 1.099.527-MG Novo Tuctor 2.0 Mais eficiente Mais rendimento Mais simples Acesse: http://novo.tuctor.com/ 26 Tuctorjuris Tema: AUSENCIA DE DANO MORAL. CORTE DE ENERGIA. INSTITUIÇÃO Tese: Apesar de reconhecer a existência de tese da 2ª Seção considerando indevido corte de energia elétrica de instituições hospitalares, ante a supremacia do interesse da coletividade, no caso não seria devida indenização por dano moral em função da interrupção do fornecimento de energia, por se tratar de sociedade empresarial, exploradora de atividade hospitalar, bem como pela existência de notificações prévias. Órgão: 2ª Turma Relator : Min. Elana Calmon Processo: STJ- REsp 771.853-MT 5.3 Obrigações, Contratos e Empresarial Tema: SUICÍDIO E INDENIZAÇÃO POR SEGURO DE VIDA Tese havendo suicídio, mesmo dentro do período de carência de dois anos da contratação do seguro de vida, não há a presunção de que se trata de ato premeditado e fraudulento, não se afastando, portanto, o direito ao recebimento de indenização por parte dos beneficiários. Fundamentação: (1) a boa-fé deve ser sempre presumida, enquanto a má-fé, ao contrário, necessita de prova clara da sua existência, de modo que o fato do suicídio ter ocorrido no período de carência de dois anos do contrato de seguro, previsto no Código Civil, por si só, não implica na exclusão do dever da seguradora indenizar; (2) o art. 798, caput, do Código Civil não afastou a necessidade da comprovação da premeditação do suicídio, sendo que a interpretação do mencionado artigo deve ser compatível com os preceitos de ordem pública estabelecidos pelo Código de Defesa do Consumidor, pois se trata de uma típica relação de consumo; (3) não se confunde a premeditação ao suicídio por ocasião da contratação do seguro com premeditação ao próprio ato, pois uma coisa é a contratação causada pela premeditação ao suicídio e outra, diferente, é a preparação do ato suicida, sendo que a exclusão de cobertura ocorre apenas na primeira hipótese. Órgão: 3ª Turma Relator : Rel. Min. Massami Uyeda Processo: REsp 1.077.342-MG Tema: BILHETE DE LOTERIA. DATA DA APOSTA E DATA DO REGISTRO Tese: no caso de aposta em loteria, com bilhete não nominativo, é irrelevante a intenção do apostador quanto à aposta pretendida, bem como a consideração da data de realização da aposta, pois o que deve nortear o pagamento de prêmios de loterias federais, em casos tais, é a literalidade do bilhete. Fundamentação: o bilhete não nominativo ostenta características de título ao portador, veiculando direito autônomo cuja obrigação incorpora-se no próprio documento, inclusive podendo ser transferido por simples tradição, característica que torna irrelevante a discussão acerca das circunstâncias em que se aperfeiçoou a aposta ou mesmo da intenção do apostador. Órgão: 4ª Turma Relator: Min Luis Felipe Salomão Processo: REsp 902.158-RJ Novo Tuctor 2.0 Mais eficiente Mais rendimento Mais simples Acesse: http://novo.tuctor.com/ 27 Tuctorjuris Tema: TAXA DE DESCONTO EM OPERAÇÕES COM CARTÃO DE CREDITO. LIMITE Tese: não cabe o estabelecimento de “taxa de desconto” superior a 1% ao mês, cobrada por rede de cartão de crédito, em operações de antecipação de pagamento de valores referentes a transações realizadas com cartões de crédito em estabelecimento comerciais. Fundamentação: (1) apesar de não incidir nas referidas situações as normas do Código de Defesa do Consumidor, considerando a adoção da teoria finalista para a definição de consumidor, a qual leva em consideração o destinatário final econômico do bem ou serviço adquirido, bem como considerando que a mencionada modalidade de contrato é estabelecida com a intenção de fomentar as atividades comerciais, os juros caracterizam-se como o “preço do dinheiro”, a compensação ou indenização à parte que dispõe seu capital a outro, por tempo determinado; (2) assim, a “taxa de desconto” cobrada – juros incidentes sobre o capital emprestado em adiantamento a partir da data em que é disponibilizado até o momento em que ocorre a quitação do mútuo, a compensação entre o valor que foi emprestado e o que a sociedade tem a receber do mutuante – nada mais é do que juros compensatórios, limitados a 1% ao mês. Órgão: STJ – Terceira Turma Relator: Rel. Min. Sidnei Beneti Processo: REsp 910.799-RS Tema: ROUBO DE CARGA. CONTRATO DE SEGURO. RESPONSABILIDADE DA TRANSPORTADORA Tese: não há obrigação de empresa transportadora pagar indenizaçãoà empresa seguradora, no caso da mercadoria transportada não chegar ao seu destino em decorrência de roubo com arma de fogo ocorrido durante o trajeto. Fundamentação: na conformidade da jurisprudência do STJ, trata-se de hipótese de força maior, excludente de responsabilidade da empresa de transportes. Órgão: STJ – 4ª Turma Relator: Min. Luis Felipe Processo: REsp 663.356-SP Tema: DESCONSIDERAÇÃO INVERSA DA PERSONALIDADE JURÍDICA. CABIMENTO Tese: o art. 50 do Código Civil autoriza a desconsideração da personalidade jurídica inversa, a qual consiste no afastamento da autonomia patrimonial da sociedade, para, contrariamente ao que ocorre na desconsideração da personalidade tradicional, atingir o ente empresarial e seu patrimônio social, de modo a responsabilizar a pessoa jurídica por dívidas de seus sócios ou administradores. Fundamentação: (1) apesar da existência de divergências doutrinárias, o STJ firmou entendimento de que cabe a desconstituição da personalidade jurídica no processo de execução ou falimentar, independentemente de ação própria; (2) da análise do art. 50 do Civil, constata-se a adoção da teoria maior da desconsideração, segundo a qual se exige, além da prova de insolvência, a demonstração de desvio de finalidade (teoria subjetiva da desconsideração) ou de Novo Tuctor 2.0 Mais eficiente Mais rendimento Mais simples Acesse: http://novo.tuctor.com/ 28 Tuctorjuris confusão patrimonial (teoria objetiva da desconsideração); (3) apesar da literalidade do texto legal, sob a ótica de uma interpretação teleológica, o art. 50 do Código Civil autoriza a conclusão de possibilidade da teoria da desconsideração da personalidade jurídica na forma inversa, a qual encontra justificativa nos princípios éticos e jurídicos inerentes ao próprio mecanismo, de modo a vedar o abuso de direito e a fraude contra credores, considerando inclusive que a finalidade maior consiste em combater a utilização indevida do entidade societária por seus sócios, exigindo, portanto, o atendimento dos requisitos relacionados à fraude ou abuso de direito. Órgão: 3ª Turma Relator : Min. Nancy Andrighi Processo: REsp 948.117-MS Tema: JUROS. DESAPROPRIAÇÃO Tese: no caso de desapropriação decorrente do caráter improdutivo do imóvel, a improdutividade não afasta o direito aos juros compensatórios, sendo que, no entanto, estes são indevidos caso a propriedade se mostre não passível de qualquer espécie de exploração econômica, atual ou futura, em decorrência de limitações legais ou da situação geográfica ou topográficado local. Fundamentação: entendeu-se que os juros restituem não só o que o expropriado deixou de ganhar com a perda antecipada, mas também a expectativa de renda, considerando a possibilidade de o imóvel ser aproveitado a qualquer momento de forma racional e adequada, ou até ser vendido com o recebimento do seu valor à vista. Órgão: 1ª Seção Relator : Rel. Min. Castro Meira Processo: REsp 1.116.364-PI Tema: AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO A COISA JULGADA. JUROS DE MORA. NOVO CÓDIGO CIVIL (Recurso Repetitivo) Tese: não viola a coisa julgada a situação na qual o título judicial exeqüendo, proferido antes do advento do Código Civil de 2002, fixa os juros de mora em 0,5% ao mês e, na execução da decisão, determina-se a incidência de juros de 1% ao mês a partir da lei nova. Fundamentação: (1) com o advento do CC/2002, o dispositivo de lei anterior tratando da matéria, que estabelecia os juros de 0,5% deixou de existir, passando o Tema a ser disciplinado pelo art. 406 do novo Código; (2) os juros são consectários legais da obrigação principal, razão por que devem ser regulados pela lei vigente à época de sua incidência; (3) na formação do título judicial, deve especificá-los conforme a legislação vigente, sendo que havendo superveniência de outra norma, o título a ela deve se adequar. Órgão: Corte Especial Relator : Min. Mauro Campbell Marques Processo: REsp 1.111.117-PR Novo Tuctor 2.0 Mais eficiente Mais rendimento Mais simples Acesse: http://novo.tuctor.com/ 29 Tuctorjuris 6- DIREITO PROCESSUAL CIVIL 6.1 Atuação e Legitimidade do Ministério Público Tema: AÇÃO POPULAR. JUNTADA DE DOCUMENTOS PELO MP. LEGITIMIDADE Tese: no âmbito da tramitação de ação popular é cabível o cumprimento, por parte do Ministério Público, de determinações impostas às partes, dentre as quais se inclui a juntada de documentos. Fundamentação: conforme a lógica do art. 6º, § 4º, da Lei n. 4.717/1965, cabe ao MP, ao acompanhar a ação popular, entre outras atribuições, apressar a produção de prova, tendo, portanto, legitimidade para requerer e produzir as provas que entender necessárias ao deslinde da demanda; (2) ao requisitar documentos, o MP não atua como autor, mas apenas cumpre seu dever de intervir obrigatoriamente na ação popular, em razão da flagrante indisponibilidade dos interesses em jogo, agilizando produção de prova essencial para o prosseguimento do feito. Órgão: 1ª Turma Relator : Min. Teori Albino Zavascki Processo: REsp 826.613-SP Tema: AÇÕES INDENIZATÓRIAS CONTRA O ESTADO E ATUAÇÃO DO MP Tese: nas ações de caráter indenizatório, ajuizadas em face da Fazenda Pública, não cabe a atuação do Ministério Público como custus legis (art. 82,III do CPC). Fundamentação: Partindo da distinção entre o interesse público primário e secundário, sendo o primeiro de caráter amplo e coincidente com a preservação do Estado e da sociedade, e o segundo de caráter patrimonial envolvendo a Administração Pública, considerou-se que o interesse público a exigir a atuação do MP corresponde somente ao primário. Órgão: 1ª Turma Processo: REsp 1.149.416-RS Tema: AÇÕES INDENIZATÓRIAS CONTRA O ESTADO E ATUAÇÃO DO MP Tese: nas ações de caráter indenizatório, ajuizadas em face da Fazenda Pública, não cabe a atuação do Ministério Público como custus legis (art. 82,III do CPC). Fundamento: Partindo da distinção entre o interesse público primário e secundário, sendo o primeiro de caráter amplo e coincidente com a preservação do Estado e da sociedade, e o segundo de caráter patrimonial envolvendo a Administração Pública, considerou-se que o interesse público a exigir a atuação do MP corresponde somente ao primário. Órgão: 1ª Turma Processo: REsp 1.149.416-RS Novo Tuctor 2.0 Mais eficiente Mais rendimento Mais simples Acesse: http://novo.tuctor.com/ 30 Tuctorjuris Tema: LEGITIMIDADE DO MP. EXECUÇÃO DE CONDENAÇÃO AO RESSARCIMENTO DO ERÁRIO Tese: o Ministério Público tem não apenas legitimidade para ajuizar ação civil pública voltada ao ressarcimento do erário, na forma da Súmula 329, mas também é co-legitimado para propor a execução, não sendo esta exclusiva da Advocacia Pública, mormente diante da inércia de tal instituição. Fundamentação: entendeu-se que não há como admitir a outorga de atribuições e competências institucionais, desacompanhada de mecanismos voltados ao alcance efetivo de seus objetivos, sob pena de inviabilizar o papel reconhecido, principalmente em se tratando da defesa do patrimônio público. Órgão: Segunda Turma Relator: Min Castro Meira Processo: REsp 1.162.074-MG Tema: LEGITIMIDADE DO MP. CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA Tese: o Ministério Público conta com legitimidade para o ajuizamento de ação civil pública, no âmbito da defesa de direitos transindividuais, no caso de emissão de faturas de consumo de energia elétrica que contenham com dois códigos de leitura ótica, com a informação clara e ostensiva dos valores devidos a título de contribuição de iluminação pública e à tarifa de energia elétrica, Fundamentação: (1) a mencionada pretensão não se confunde com hipótese de pretensão tributária, pois o que se busca consiste no resguardo de interesses dos consumidores e não contribuintes, insurgindo-se contra a forma pela qual a concessionária cobra os serviços de energia elétrica e a contribuição de iluminação pública; (2) configura-se a existência de interesse transindividual nas situações nas quais se busca alcançar uma coletividade, representada por um grupo determinável, ligado pela mesma relação jurídica com a concessionária, sendo que o Ministério Público, conforme o art. 129, III, da CF/1988, os arts. 81 e 82 do CDC e do art. 1º da Lei n. 7.347/1985, conta com legitimidade para promover ação civil pública, inclusive na defesa de direitos dos consumidores de energia elétrica. Órgão: STJ- Primeira Turma Relator : Min. Luiz Fux Processo: REsp 1.010.130-MG Tema: INTERESSES INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS E LEGITIMAÇÃO DO MP Tese: cabe a atuação do Ministério Público, por meio do ajuizamento de ação civil pública, na condição de legitimado extraordinário, na tutela de interesses individuais homogêneos (art. 81 do CDC), ainda que sejam disponíveis. Fundamentação: considerou-se que a legitimação do MP decorreria da condição dos titulares dos direitos lesados, os quais seriam “pessoas de pouca instrução e baixo poder aquisitivo que, mesmo lesadas, mantêm-se inertes, pois tolhidas por barreiras econômicas e sociais”. Órgão: 3ª Turma Relator : Min. Nancy Andrighi Processo: STJ-REsp 910.192-MG Novo Tuctor 2.0 Mais eficiente Mais rendimento Mais simples Acesse: http://novo.tuctor.com/ 31 Tuctorjuris 6.2 Tutelas Coletivas: Tema: AÇÕES COLETIVAS E EXECUÇÃO NO DOMICÍLIO DO BENEFICIÁRIO Tese: na forma do art. 98, I do CDC, nas ações de natureza coletiva seria possível a liquidação e a execução de sentença no domicílio do autor, o que também estaria em sintonia com o o art. 101, I, do mesmo código. Fundamentação: permitir a execução no domicílio do titular do direito reconhecido seria medida de facilitação do acesso à justiça. Órgão: 3ª Seção Relator : Min. Arnaldo Esteves Lima Processo: .STJ-CC 96.682-RJ 6.3 Fazenda Pública em Juízo Tema: SENTENÇA ILÍQUIDA E REMESSA NECESSÁRIA Tese: as sentenças ilíquidas proferidas contra a União, Distrito Federal, estados, municípios, bem como suas autarquias e fundações de direito público estão sujeitas ao reexame necessário (duplo grau de jurisdição). Fundamentação: entendeu-se que na hipótese não incide a exceção prevista no § 2º do art. 475 do CPC. Órgão: Corte Especial Relator: Min Fernando Gonçalves Processo: EREsp 701.306-RS Tema: APLICAÇÃO DO ART. 739, § 5º DO CPC À FAZENDA PÚBLICA Tese: o art. 739, § 5º do CPC se aplica à Fazenda Publica, devendo
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