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patologias construção civil

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO TECNOLÓGICO
FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO
TECNOLOGIA DA EDIFICAÇÃO
PROFESSOR ANDERSON CLARO
PATOLOGIAS 
DAS 
EDIFICAÇÕES
ACADÊMICAS: BRUNA MAIDEL 
 FRANCIELLE ALMEIDA
 JULIA LIDANI
 SANDRA REGINA FLACH
Florianópolis, junho de 2009.
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Introdução 
 Definindo Patologia: É todas as manifestações cuja ocorrência no ciclo de vida 
da edificação, venha prejudicar o desempenho esperado do edifício e suas 
partes (subsistemas, elementos e componentes). Assim a patologia pode 
ocorrer na estrutura, na vedação, nos componentes de abastecimento (dutos 
elétricos, hidráulicos).
 Então a patologia estuda: Manifestação, mecanismo de ocorrência, causa, 
natureza, origens e conseqüências. 
Assim se busca peças que tenha durabilidade (aumentando o custo-benefício 
do produto usado): produto com vida útil a cima do esperado, mas com a 
manutenção recomendada pelo fabricante. Assim para se ter durabilidade 
alguns fatores são relevantes: 
• à durabilidade dos materiais e componentes utilizados;
• às condições de exposição a que está submetido (ao entorno);
• às condições de uso;
• às ações de manutenção realizadas.
 A utilização da estrutura estará naturalmente sujeita ao “desgaste”, devido à 
ação de cargas e sobrecargas, estáticas, dinâmicas, vibrações, impactos, 
assim como a recalques diferenciados em pontos da fundação com o decorrer 
dos anos e erosão e cavitação por ação de agentes sólidos e líquidos em 
reservatórios, canais, tanques.
 A utilização da estrutura estará naturalmente sujeita ao “desgaste”, devido à 
ação de cargas e sobrecargas, estáticas, dinâmicas, vibrações, impactos, 
assim como a recalques diferenciados em pontos da fundação com o decorrer 
dos anos e erosão e cavitação por ação de agentes sólidos e líquidos em 
reservatórios, canais, tanques.
Causas de Patologia 
• Mau projeto;
• Erro de execução; 
• Uso inadequado (usado para fins diferentes dos calculados em 
projeto);
• Falta de manutenção.
Agentes causadores
• Mecânicos: Abalos sísmicos, alterações no terreno, sobrecarga 
na estrutura.
• Químicos: Ação do sal do mar, poluição do ar, água na estrutura, 
variação de temperatura, umidade relativa do ar,radiação solar 
incidente, chuva.
• Biológicos:Fungos, bactérias, fungos.
• Físicos (do material): escolha errada, incorreto dimensionamento.
Como detectar problemas patológicos
Etapa de levantamento de subsídios
• Vistoria do local;
• Determinação da existência e da gravidade do problema 
patológico;
• Caracterização do “objeto” sujeito à manifestação patológica;
• Definição e comparação com o desempenho esperado;
• Definição de medidas de segurança;
 Investigação com pessoas envolvidas (processo produção, vizinhos, usuários);
• Exames complementares;
• Ensaios laboratoriais;
• Ensaios no local (destrutivos ou não).
 
Pesquisa
• Bibliográfica, tecnológica ou científica.
• Geração de hipóteses efetivas que visam esclarecer as origens, 
causas e mecanismos de ocorrência que estejam promovendo 
uma queda, de desempenho de um dado elemento, componente 
ou subsistema;
• Necessidade ou não de intervir no problema patológico;
• Alternativas de intervenção e definição da terapia a ser indicada. 
Através do prognóstico levantam-se as alternativas de 
intervenção, que são escolhidas;
• Grau de incerteza sobre os efeitos.
*As patologias geralmente apresentam manifestações externas 
características.* 
 
PATOLOGIAS NO CONCRETO
 Mau projeto
Os causadores de patologia em um mau projeto são normalmente o uso 
inadequado 
Dos materiais para o lugar ou para a função, como por exemplo a 
utilização de madeira em um terreno de grande umidade, causando o 
apodrecimento do material.
Existe ainda o uso do material em lugar inadequado, ou seja sem o 
raciocínio correto das possíveis intempéries que podem levar o material a se 
deteriorar antes de seu prazo natural, exemplo: uma parede de tijolos 
diretamente exposta ao sol durante um grande período do ano sem tecnologia 
para suportar essa característica.
Não se deve esquecer ainda dos erros de desenho, que acabam por 
confundir os executores, muitas vezes pela falta de informações, ou ate mesmo 
por especificações erradas em plantas, como exemplo disso esta a 
impermeabilização incorreta de lajes de cobertura que resultam em absorção 
de água pela estrutura. 
Execução
 Má impermeabilização: ocorre mais tarde a infiltração de água da chuva 
ou outros elementos que acabam por reduzir a resistência do concreto. Se 
forem tomadas algumas providencias no inicio do processo de degradação 
ainda é possível inverter a situação, o que se deve fazer é secar o concreto 
afetado e passar mais uma camada de impermeabilizante.
 Concreto permeável (muita areia)- Pouca pega (liga): Se o concreto não 
estiver em sua composição correta, o concreto pode, por exemplo, esfarelar no 
uso de muita areia. Nestes casos a medida a se tomar é trocar todo o concreto 
já que não existe medida de inversão na composição do concreto, essa medida 
de segurança é de extrema importância já que o concreto de baixa pega se 
esfarela e em pouco tempo não tem mais resistência e rompe. Podendo causar 
risco a vida dos usuários. 
 Pouco cobrimento de armaduras: essa patologia pode acontecer 
devido a vários problemas do concreto, porem se ocorrer descascamento ate a 
armadura a possibilidade do ferro enferrujar ou receber alguma outra patologia 
é muito grande. Alem disso a redução da área de atuação do concreto pode 
prejudicar a resistência dos sistemas sustentados. A ação correta a ser 
adotada é repor com alguma argamassa a parte corroída do concreto, porem 
sabe-se que dificilmente esta reposição atendera ao requisito de sustentação 
da parte retira.
 Recalque das fundações: em alguns casos a fundação pode ter sido 
feita em um terreno de pouca resistência, de areia ou argila por exemplo, 
causando danos em toda a estrutura do prédio, já que um rebaixamento na 
sustentação do prédio causa uma serie de danos, como rachaduras nas juntas 
de vigas e pilares e também trincas de vedações. Existem alguns possíveis 
métodos de solucionar esse problema inferior mas eles demandam uma grande 
quantidade de trabalho em manutenção e também custo, como é o caso da 
injeção de água congelada para fixar os pilares, contudo a inversão nas 
estruturas já prejudicadas é inviável, o que se pode nesse caso fazer é tentar 
esconder as rachaduras superficiais com revestimentos em argamassa ou 
outros materiais.
Flechas excessivas das peças estruturais: quando existem fissuras 
visíveis em pecas estruturais, como vigas e pilares, causados por vibrações no 
terreno, na estrutura ou ainda outros fatores de excussão ou dimensionamento 
de estruturas, nesse caso dependendo das causas e da dimensão da fissura 
(flecha), o edifício não corre riscos, contudo ainda assim merecem atenção e 
controle permanente por parte da manutenção. 
 Rigidez Inadequada: Ocorre em situações onde o material 
utilizado não consegue chegar a parâmetros mínimos de desempenho a rigidez 
das estruturas, como é o caso do edifício Palace 2 que utilizou Areia 
salinificada, ocorrendo uma expansão da mesma na presença de água, com 
isso deixando o concreto com pouca resistência a compressão e suscetível a 
rompimentos. Aqui, a inversão do processo também é dificultosa,visto que não 
se pode modificar a composição química dos agentes estruturais do edifício, a 
não ser pela sua completa substituição. 
Edifício Palace 2, construído pela empresa do deputado Sérgio Naya, que desabou em 1998 
por ter sido construído com areia de praia.
Uso de material inadequado
 Esse erro pode acontecer tanto na fase de projetação ou ainda de 
execução, como o material adequado a função não foi utilizado a estrutura não 
consegue ser eficaz, sendo necessário a sua substituição para a correção da 
patologia.
 
Manutenção
 O que se pode colocar aqui é que todos os materiais tem um período de 
utilidade, assim, se deixar-se de fazer a correta manutenção e utilização dos 
mesmos, e ainda não se utilizar as corretas cargas dimensionadas na estrutura 
os erros de utilização e manutenção, podem sobrecarregar as estruturas, 
diminuir a sua resistência, e certamente deixarão o edifício com um aspecto de 
velho e mal cuidado, visto que as patologias normalmente são visíveis ou 
deixam alguns sinais de seu aparecimento. Porem, o descaso com a 
manutenção do ambiente construído é um fator constante em nossas cidades, 
assim deixando-as com uma aparência indesejada aos olhos humanos.
Infiltração: o edifício tem material de baixa resistência e então que o 
revestimento (inadequação da argamassa de revestimento) com a presença de 
água aumente o volume e provoque tensões inadequadas que fazem-na cair.
(ARGAMASSA)
Corrosão de armadura: Fenômeno de natureza eletroquímica, que acelera na 
presença de agentes internos ou externos do concreto. (ex: Íons de Cloreto- do 
mar, afetam a película protetora da armadura-- diminui a alcalinidade do 
concreto, afetam na carbonatação do concreto, esse que depende de como o 
concreto foi lançado, adensado e curado, bem como a condição do ambiente e 
sua umidade), se o grau de corrosão das armaduras e superior a 13% existe 
perda da ductibilidade do material
FAU- USP, imagens internas do Edifício e da imensa cobertura onde as infiltrações pingam, 
formando estalactites no teto, e manchas horrorosas no piso. Essas infiltrações são causadas 
pela má conservação do prédio, assim os materiais tiveram seu desempenho durante seu 
período de uso, e após, necessitavam de uma manutenção que possivelmente impedisse a 
infiltração de água na estrutura. Contudo, com a sua não execução o problema se agravou e 
agora possivelmente a ação mais adequada seja substituir os materiais afetados, já que 
reverter tal situação torna-se impossível.
Principais elementos da construção onde cada patologia ocorre: 
Infiltração: Impermeabilização de lajes teto de garagem e de reservatório de água;
Paredes que não conseguem resistir a deformação das estruturas;
Fissuras longitudinais em pilares( pela corrosão da armadura);
Maneiras de determinar quando o concreto não esta adequado na sua fase de 
preparação(Mole): 
• Agregados separados dos segregados, e da massa do concreto;
• Em uma linha horizontal o concreto na fica parelho naturalmente;
• Borbulhamento de água e acumulo de água próximo a superfície das 
estacas (exsudação).
Fase de Endurecimento: 
• No topo se tem agregado de baixa resistência, com pouco agregado 
grosso (segregação);
• Na superfície do corpo de teste se observa grande numero de poros;
• Caminhos laterais (provavelmente p a subida de água no concreto mole)
(efeito parede- o agregado grosso não fica nas superfícies- formando 
nas laterais que cobrem a ferragem uma argamassa de baixa resistência 
e porosa).
Excesso de fator agregante: 
A causa vital do problema é o excesso de água no traço do concreto, 
sendo viável apenas p fins de manuseio, mas não para a curva granulométrica, 
agregação e densidade do concreto.
 Má qualidade do concreto: 
Por que os fabricantes deixam? Pois a norma tolera o concreto de baixa 
qualidade então a tecnologia colocada sobre o concreto não tem tão grande 
valor de melhoramento. Com isso o Brasil tem uma grande defasagem na 
tecnologia do concreto em relação à Europa.
 Fase de uso:
A baixa aderência do concreto (descasque) se da principalmente em 
áreas de grande abrasão, causadas pelo trafico intenso de veículos, Como 
garagens, em se nota a consumição do concreto, isso se da devido ao uso de 
proporções incorretas dos elementos no traço do concreto, 
As principais causas são exsudação no concreto, onde parte da água 
utilizada na mistura migra para a superfície- implicando nesta região elevado 
fator água/cimento e, conseqüentemente, menor resistência à abrasão, baixo 
teor de cimento, areia contaminada com matéria orgânica que inibe a 
hidratação do cimento, excesso de água de amassamento, falta de cura, 
aplicação do concreto vencido, excesso de desempeno (falta de prumagem), 
aplicação do concreto sobre base absorvente ou ressecada, água de 
amassamento contaminada inibindo as reações do cimento e excesso de 
vibração.
E para se evitar que o problema continue a causar transtornos basta que 
se sigam as instruções de correto uso, como preparação da superfície, que 
deve estar limpa e regularizada, não pode estar muito quente, de preferência 
levemente umedecida e deve ser uma base sólida e firme; correta preparação 
do concreto, sem uso de cimento de baixa aderência ou agregados com alto 
teor de dejetos orgânicos (hidratam o concreto em excesso). 
Foram colhidas uma serie de pesquisas que demonstram quais são as 
principais causas de Patologias na Construção Civil, contudo, elas variam 
significativamente de acordo com o local em analise. Desta maneira a pesquisa 
feita na França detecta como principal causador de Patologias o mau Projeto, 
que resulta em malefícios ao edifício quando ele já tem algum tempo de uso( a 
partir de quatro anos), já em João Pessoa- PA, a principal causa acontece na 
fase de execução do projeto, que muitas vezes não recebe o tratamento 
adequado a cada situação ou que ainda não se respeita o tempo necessário 
para a secagem, ou cura, dos materiais. Ainda se encontra uma pesquisa de 
caráter mais genérico que faz uma media de todas as ocorrências mais 
freqüentes no Brasil, chegando a resultados próximos dos encontrados nos 
edifícios de João Pessoa. Contudo, esses dados são apenas estatísticos, 
assim não podendo ser levados com certezas absolutas, já que os edifícios 
analisados podem ser apenas de uma determinada classe social, ou ainda 
levar em consideração padrões diferentes entre si.
 Manifestações patológicas
(empreendimentos acima US$200.000,00)
França (1992-1995)
1) Principais responsáveis 
• Construtoras: 50% direta e 35% indiretamente (as construtoras fazem 
projeto)
• Projetistas: 46%
• Empreendedor: 18%
• Fabricantes de materiais: 13%
2) Época em que ocorrem
• 5% durante a obra
• 22% no primeiro ano
• 59% até o quarto ano
3) Principais manifestações
• 22% no revestimento exterior
• (46% na cerâmica)
• 18% na estrutura (43% em lajes sobre aterro)
• 15% nas fachadas (dos quais 22% em isolantes e outros 22% em 
fachadas cortinas)
 4) Origem da disfunção que levou ao aparecimento da patologia
• Projeto: 55%
• Execução: 31%
• Materiais: 11%
Análise feita em edifícios com patologias aparentes em edifícios de João 
Pessoa- PA.
Principais Patologias do Concreto
Corrosão do concreto
Pode-se definir corrosão como a interação destrutiva de um material 
com o ambiente, seja por reação química, ou eletroquímica. Basicamente, são 
dois os processos principais de corrosão que podem sofrer as armaduras deaço para concreto armado: a oxidação e a corrosão propriamente dita. 
Por oxidação entende-se o ataque provocado por uma reação gás-metal, 
com formação de uma película de óxido. Este tipo de corrosão é extremamente 
lento à temperatura ambiente e não provoca deterioração substancial das 
superfícies metálicas, salvo se existirem gases extremamente agressivos na 
atmosfera.
Por corrosão entende-se o ataque eletroquímico que ocorre em meio 
aquoso. A corrosão acontece quando é formada uma película de eletrólito 
sobre a superfície dos fios ou barras de aço. Esta película é causada pela 
presença de umidade no concreto, salvo situações especiais e muito raras, tais 
como dentro de estufas ou sob ação de elevadas temperaturas (> 80°C) e em 
ambientes de baixa umidade relativa (U.R.< 50%). Este tipo de corrosão é 
também responsável pelo ataque que sofrem as armaduras quando ainda 
armazenadas no canteiro. É melhor e mais simples preveni-la do que tentar 
saná-la depois de iniciado o processo. 
Uma das grandes vantagens do concreto armado é que ele pode, por 
natureza e desde que bem executado, proteger a armadura da corrosão. Essa 
proteção baseia-se no impedimento da formação de células eletroquímicas, 
através de proteção física e proteção química. 
Assim, apenas se o concreto for de má qualidade e ma 
impermeabilização é que o processo de corrosão cria condições de aumento 
da taxa de ataque. O fenômeno é relacionado ao fato dos produtos da corrosão 
do ferro e do aço terem um volume específico maior do que o próprio aço. O 
aumento do volume dos produtos da corrosão causa tensões que podem 
resultar na fissura do concreto.
As fissuras do concreto facilitam o acesso do meio corrosivo a aceleram 
o processo. 
Quando as fissuras atingem a superfície externa do concreto, os produtos da 
corrosão podem ser removidos. Mais graves são os ataques em concreto 
protendido. Neste caso o processo de corrosão pode levar a perda da 
resistência e eventualmente colapso.
Causas: A presença de íons de cloro é uma das principais causas da 
corrosão do aço no concreto. 
Os íons são provenientes de contaminantes externos ou dissolução de sais, 
bem como a maresia pode provocar o excesso de sal no ar e 
conseqüentemente a sua penetração no concreto.
Outra causa pouco conhecida de íons que levam o concreto a se romper 
é a poluição do ar por meio da contaminação de CO2 de grandes cidades, 
assim se acumulado em locais fechados por um determinado período de 
tempo, o gás presente no escapamento dos carros pode prejudica a vida útil do 
concreto.
Medidas Preventivas
As tentativas de proteção são em geral dirigidas para os revestimentos 
do aço (galvanização, pintura, etc...). Outras medidas preventivas como a 
redução da permeabilidade do concreto, o aumento da profundidade de 
cobertura de concreto ou a eliminação dos íons de cloro pelo uso de seladores 
são aplicáveis. As medidas preventivas tem algum grau de sucesso, mas não 
comparável à proteção catódica. A proteção catódica é um 
método de combate a corrosão que consiste na transformação da estrutura 
para proteger o catodo de uma célula eletroquímica ou eletrolítica, que é de 
dificil execussão.
Corrosão de armaduras – É o fenômeno mais típico de estruturas de 
concreto expostas à maresia. Trata-se de um processo eletroquímico no qual 
há um ânodo e um cátodo. A água presente no concreto serve de eletrólito. 
Assim, qualquer diferença de potencial entre pontos pode gerar uma corrente, 
iniciando a corrosão. Geralmente o problema manifesta-se pela diminuição da 
seção de armadura e fissuração do concreto, mas, eventualmente, podem 
surgir manchas avermelhadas produzidas pelos óxidos de ferro. As causas são 
variadas, entre as quais destacam-se insuficiência do cobrimento da armadura 
ou má qualidade do concreto e presença de cloretos. A partir das tensões 
provocadas pelo aumento da corrosão, outros problemas podem surgir. 
Primeiramente fissuras, que ocorrem porque os produtos da corrosão ocupam 
espaço maior que o aço original. Depois, outras patologias também podem 
afetar a estrutura, como as desagregações.
Flecha no concreto
Existem dois tipos principais de flecha em vigas de concreto, são elas: a 
causada por oscilações na estrutura do edifício, na sua fundação; e a causada 
pelo excesso de peso na estrutura ou a má qualidade do material utilizado. 
Assim, a visibilidade de cada uma dessas fissuras é diferente, porem a medida 
de recuperação para isso é o reforço de tal peça estrutural, o que em alguns 
casos não é possível, bem refazer o revestimento sobre a rachadura muitas 
vezes não esconde a marca de rachadura.
No primeiro caso, o de vibrações, como as de tremores de terra, devem 
ser especificadas soluções já no período de projeto das estruturas, já que é 
possível prever alguns movimentos de terra em determinadas regiões, porem 
se acontecer rebaixamento de parte do terreno por sua baixa resistência, a 
dificuldade de prever é maior, porem as normas técnicas determinam que se 
calcule fundações com um coeficiente de menor capacidade a compressão do 
que o encontrado para o terreno. Com isso se previne grande parte das 
possíveis flechas e fissuras em vigas. Contudo, vale lembrar que as estruturas 
e também vedações devem, em parte, trabalhar, assim gerando pequenas 
fissuras em suas peças. O que determina o grau de risco causado por essa 
fissura é o seu tamanho e o seu posicionamento na estrutura. As ocasionadas 
na vedação são meras decorrências do movimento das estruturas.
No segundo caso, o de grandes flechas das vigas, devidas à 
deformação lenta (fluência) do concreto na zona comprimida pela flexão. No 
início da obra, essa deformação exagerada ainda não aconteceu.
Com o passar do tempo, a flecha da viga do piso vai aumentando até 
que as portas sobre as vigas soltem do trilho superior e caiam. Para evitar a 
“flecha lenta”, usar armadura de compressão (armadura dupla Sugestão):
• Se for usada uma armadura de compressão igual à armadura de tração, fica 
eliminada a deformação lenta. Essa deformação lenta ocorreria no concreto da 
zona comprimida pela flexão.
• Limitar a tensão no aço, em serviço, para as cargas permanentes.
Fissuras e desagregações – A NBR 6118 determina valores máximos 
para fissuração. Em ambientes onde se enquadram os expostos à maresia, a 
abertura das fissuras na superfície de estruturas de concreto armado não deve 
passar de 0,3 mm. Já em locais com respingos de maré (CAA IV) a abertura 
máxima aceitável é de 0,2 mm. Associada à fissuração está a desagregação, 
que é a própria separação física de placas de concreto armado não deve 
passar de 0,3 mm.
Já em locais com respingos de maré (CAA IV) a abertura máxima 
aceitável é de 0,2 mm. Associada à fissuração está a desagregação, que é a 
própria separação física de placas de concreto. A conseqüência principal é a 
perda da capacidade de resistência aos esforços solicitados.
Fungos e excesso de água
Esses problemas acontecem devido à má impermeabilização da 
estrutura, rompimentos de tubulações hidráulicas, ou uso de materiais 
inadequados em áreas de grande umidade, pouca ventilação ou falta de sol. 
Dessa maneira a umidificação do concreto e mais tarde o aparecimento de 
fungos pode vir a ocasionar o rompimento do material, com sua perda de 
capacidade resistiva. Se a infiltração for descoberta em sua fase inicial é 
possível reverter a situação, por meio da secagem do materiale refazendo sua 
impermeabilização. Como essa patologia causa incômodos e desconforto aos 
usuários, podendo ate chegar a causar doenças ao homem. Assim, ela 
normalmente é combatida e solucionada assim que visível.
As características dessa doença tem semelhança com as ocasionadas 
pelo mesmo motivo em outros materiais, como madeira e tijolo.
Carbonatação – Com o tempo, a alta alcalinidade nas superfícies 
expostas das estruturas de concreto pode ser reduzida, o que ocorre 
principalmente pela ação de gases ácidos, como CO2, o SO2 e o H2S, 
encontrados na atmosfera. O processo ocorre lentamente, segundo a reação 
principal Ca(OH)2 + C02 →CaCO3 + H20. O pH de precipitação do CaCO3 é 
cerca de 9,4 (em temperatura ambiente), o que altera as condições de 
estabilidade química da película passivadora do aço. É, portanto, um fenômeno 
ligado à permeabilidade aos gases e, por isso, demanda cuidado quanto à 
composição do concreto.
Expansão – Na fabricação do cimento, o gesso utilizado reage com 
parte do aluminato tricálcico formando etringita. Outra parte do aluminato fica 
livre para reagir caso, posteriormente, encontre sulfatos, presentes em 
agregados e na água do mar, com as quais o concreto vai entrar em contato, 
produzindo mais etringita. Como isso ocorre em uma fase em que o concreto já 
está endurecido, efeitos patológicos aparecerão na forma de rachaduras, 
fissuras e, posterior desintegração do concreto. Observa-se a formação e 
cristalização em um poro do concreto de trissulfoaluminato de cálcio (etringita 
expansiva).
Anexos
Vale lembrar que todos os materiais usados na construção civil são 
possíveis receptores para problemas patológicos, assim vários materiais aqui 
não citados podem causar sérios danos a construção se não mantidos com 
uma manutenção periódica, dentre eles estão os materiais elétricos, 
hidráulicos, dentre outros.
Classes de agressividade na estrutura de concreto
Em vigor desde março deste ano, a última revisão da NBR 6118:2003, 
que determina requisitos de projeto de estruturas de concreto, traz como 
principal inovação a introdução de classes de agressividade ambiental (CAA). 
Ao todo são quatro níveis, que vão de ambientes menos agressivos para locais 
com agressividade muito alta, em uma escala de I a IV. São esses graus de 
agressividade que irão determinar, por exemplo, qual a classe de concreto a 
ser utilizada, a relação água–cimento adotada, o cobrimento nominal, além de 
exigências relativas à fissuração. As estruturas expostas à maresia 
enquadram-se nas classes III, de forma indireta, ou IV, quando chegam a 
receber respingos de maré.
1. Pode-se admitir um microclima com classe de agressividade um nível mais 
brando para ambientes internos secos (salas, dormitórios, banheiros, cozinhas 
ou áreas de serviço de apartamentos residenciais e conjuntos comerciais ou 
ambientes com concreto revestido com argamassa e pintura).
2. Pode-se admitir um nível de agressividade mais branda em: obras em 
regiões de clima seco, com umidade relativa do ar menor ou igual a 65%, 
partes da estrutura protegidas de chuvas em ambientes predominantemente 
secos ou em regiões onde chove raramente.
3. Ambientes quimicamente agressivos, tanques industriais, galvanoplastia, 
branqueamento em indústrias de celulose e papel, armazéns de fertilizantes, 
indústrias químicas.
PATOLOGIAS DAS CONSTRUÇÕES METÁLICAS
 Projetar uma estrutura significa resolver integralmente os seguintes 
aspectos: segurança, funcionalidade e durabilidade, todos eles igualmente 
prioritários. As falhas ou acidentes estruturais podem ter suas origens em 
qualquer uma das atividades inerentes ao processo de construção. 
 Na construção metálica podem se definir as seguintes etapas: concepção 
estrutural (projeto, detalhamento e dimensionamento), fabricação, montagem, 
utilização e manutenção.
 Pode-se visualizar as falhas como uma conseqüência de ações humanas, 
como: a falta de capacitação técnica do pessoal envolvido no processo de 
construção, em todas suas etapas, utilização de materiais de baixa qualidade, 
de causas naturais ligadas ao envelhecimento dos materiais componentes das 
estruturas (por exemplo, corrosão) e de ações externas ambientais. 
 Nas estruturas metálicas pode-se citar como causas e conseqüências 
principais as seguintes:
• Falhas de projeto e de detalhamento, que podem causar danos e 
deterioração da estrutura até o comprometimento precoce e alto risco de 
colapso da estrutura em serviço.
• Falhas nos processos e detalhes construtivos, podendo originar desde 
redução da durabilidade da obra até risco de colapso durante a construção.
• Qualidade ou utilização inadequada dos materiais, originando desde 
deterioração precoce até redução na vida útil da estrutura.
• Falhas de manutenção ou ausência de manutenção preventiva, derivando 
numa possível degradação acelerada da estrutura, podendo comprometer a 
sua segurança.
• Utilização indevida da estrutura, originado danos e redução da vida útil, com 
comprometimento da segurança estrutural.
 Em cada etapa de uma obra, pode-se verificar a existência de ocorrências 
de falhas, porém a etapa de projeto ainda é a maior fonte delas. Em geral, as 
falhas no projeto (considerando dentro do projeto: o cálculo, detalhamento, as 
plantas executivas e construtivas, e as plantas de montagem) são as principais 
responsáveis pelos danos localizados e pela degradação precoce de uma 
estrutura. 
 A falta de um bom detalhamento impede e dificulta a manutenção. Segundo 
MESEGUER (1991), a origem das falhas em edificações é distribuída 
conforme:
Os dados são valores médios de vários países europeus, e demonstram que é na etapa de 
desenvolvimento do projeto onde se geram a maior quantidade de fontes das falhas em 
estruturas metálicas.
A estrutura metálica possui uma metodologia construtiva própria e não 
ter conhecimento dessa tecnologia implica adotar-se uma solução que pode ser 
incompatível com o sistema estrutural. Esse tipo de construção requer 
conhecimento das potencialidades e das limitações de todos os sistemas 
complementares interligados na obra e, além disso, exige uma grande atenção 
no planejamento e na interação de cada uma de suas etapas, desde a 
concepção de projeto até a montagem e finalização da obra (Sales, 2001). A 
interação do projeto estrutural metálico com os demais projetos é um ponto 
extremamente importante, pois a estrutura metálica não se adapta a improvisos 
de última hora, o que pode causar uma série de transtornos durante a 
construção (Castro, 1999). Nesse sistema construtivo, a compatibilização dos 
vários projetos que constituem uma obra civil e a coordenação e o 
planejamento interativos das etapas de projeto e execução são fundamentais 
para o sucesso final do empreendimento.
A viabilidade das estruturas metálicas no mercado está diretamente 
ligada ao sucesso de sua associação com os sistemas de fechamento e à 
filosofia adotada nos processos de projeto e de execução dos edifícios. É a 
partir do bom casamento dos dois sistemas, fechamentos e estrutura, que pode 
se chegar a uma concepção realmente industrializada e eficiente da obra, já 
que todas as outras etapas complementares de uma construção devem se 
basear e se adaptar a essas etapas. 
Os projetos, sua compatibilização, assim como o planejamento dos 
processos de concepçãoe de execução da obra, ganharam importância vital 
na nova filosofia construtiva que se delineia no cenário nacional. A visão 
sistêmica da construção exige uma abordagem multidisciplinar e integrada de 
todos os projetos e etapas constituintes. 
Dessa forma, a construção metálica e industrializada pode ser vista 
como uma promessa de solução racional e viável para as necessidades da 
construção no país, desde que profissionais e mercado se habilitem para a 
modernização necessária.
A estrutura metálica, embora seja mais antiga que o concreto, voltou a 
ser empregada em maior escala, pela construção civil brasileira, apenas em 
meados dos anos 80. Destarte, os investimentos em estruturas metálicas nos 
últimos anos revelam um crescimento de mais de 50% na participação do aço 
na construção civil entre 1999 e 2004, conforme dados do Centro Brasileiro de 
Construção em Aço.
Entretanto, sua utilização continua a ser problemática por vários fatores, 
dentre eles destacam-se a produção nacional em escala insuficiente e custos 
não competitivos para panos, lajes, paredes internas, vedações e juntas.
Patologias em estruturas de aço
Dentre as diversas patologias que podem afetar uma estrutura de aço, a 
mais comum é a corrosão, que se manifesta nos detalhes construtivos e, 
principalmente, nas ligações de solda. A corrosão pode ser evitada com um 
esquema de pintura adequada, executada para evitar que as demais fases da 
obra possam danificá-la.
Nestas estruturas, os detalhes devem ser minuciosamente estudados 
para evitar problemas de acesso, acúmulo de sujeira e umidade. Esquemas de 
pintura englobam o preparo da superfície, a aplicação de uma tinta de fundo 
para aderência das demais camadas, uma camada intermediária responsável 
pelo desempenho do sistema e, se for o caso, uma tinta de acabamento 
utilizada para proteção e/ou identificação dos esquemas de pintura. A maioria 
das patologias em pinturas pode ser relacionada a deficiências no preparo de 
superfície. O estado da superfície determina o método de preparo, que pode 
ser manual, mecânico ou por jateamento.
Escovamento e lixamento podem ser executados manualmente, com 
escovas rotativas ou agulhadeiras. O processo remove o produto de corrosão e 
é muito empregado em áreas menores e de difícil acesso, sendo contra-
indicado para preparo de peças novas, por não formar a rugosidade necessária 
para adesão da tinta de fundo.
Tal rugosidade é obtida com jateamento abrasivo. O uso de areia nesse 
procedimento foi proibido pelo potencial de provocar silicose, doença bonso-
respiratória. Outros abrasivos, como a granalha de aço, esferas de vidro e 
hidróxido de alumínio são muito caros para aplicação em campo, onde se 
perde material. A alternativa mais viável para o jateamento parece ser a 
chamada escória de cobre, rejeito do processo de fundição do cobre.
As patologias mais comuns em estruturas de aço
• Corrosão localizada: causada por deficiência de drenagem das águas pluviais 
e deficiências de detalhes construtivos, permitindo o acúmulo de umidade e de 
agentes agressivos.
• Corrosão generalizada: causada pela ausência de proteção contra o processo 
de corrosão.
• Deformações excessivas: causadas por sobrecargas ou efeitos térmicos não 
previstos no projeto original, ou ainda, deficiências na disposição de 
travejamentos.
• Flambagem local ou global: causadas pelo uso de modelos estruturais 
incorretos para verificação da estabilidade, ou deficiências no enrijecimento 
local de chapas, ou efeitos de imperfeições geométricas não consideradas no 
projeto e cálculo.
• Fratura e propagação de fraturas: Falhas estas iniciadas por concentração de 
tensões, devido a detalhes de projeto inadequados, defeitos de solda, ou 
variações de tensão não previstas no projeto.
Definição de possíveis causas
O sistema de manutenção preventiva, atualmente utilizado, corresponde 
basicamente em limpeza por lixamento e escovação manual com posterior 
aplicação de tinta alquídica de acabamento na estrutura, na cor definida no 
caderno de especificações da empresa.
Outro agravante diz respeito as falhas de projeto e/ou de execução com 
pintura sobre capa de laminação, áreas de solda não preparadas devidamente, 
ou áreas de difícil acesso, para manutenção preventiva.
Apenas o lixamento e aplicação de material não solucionam as 
manifestações patológicas existentes, promovendo, assim, o agravando do 
problema e gerando custos que num curto espaço de tempo se tornam 
maiores, quando comparado com o custo único de uma intervenção correta.
Os produtos químicos, que vem sendo utilizados no sistema de 
tratamento das indústrias, se tornam bastantes nocivos às estruturas metálicas, 
necessitando da aplicação de um acabamento de proteção que resista por 
maior tempo a esse ambiente agressivo, permitindo, futuramente, apenas 
manutenções preventivas em tempos mais longos dos que os executados 
atualmente.
 A manutenção preventiva em estruturas galvanizadas geralmente não se 
executa, a não ser que ocorra a oxidação do aço carbono (oxidação vermelha). 
Normalmente, o que se verifica, com grande freqüência, é o surgimento de 
oxidação branca, proveniente da corrosão natural dos materiais.
 Segundo as normas, esse tipo de corrosão não é critério de reprovação, 
pois se a peça possuir camada de zinco, não haverá problemas. No processo 
de galvanização existe um processo de passivação, que tem a função de evitar 
a corrosão branca por um determinado período de tempo. A deterioração da 
galvanização, seja por retrabalhos na peça, soldas e remoção da camada de 
zinco e outros, causam a corrosão no aço carbono.
 A galvanização em áreas de ambiente agressivo somente é plena com a 
aplicação de um acabamento sobre a peça ou na utilização de aço resistente a 
corrosão, que garantirá a proteção da galvanização ou, na falta desta, terá 
maior vida útil. O acompanhamento da estrutura no aparecimento de 
patologias, a correta especificação de preparo de superfície e recuperação 
contribuirá para a garantia da qualidade da galvanização da peça ao longo do 
tempo.
 As falhas de projeto, execução ou de fabricação (como manchas e 
escamação nas peças) relacionadas com o processo de zincagem, devido ao 
pré-tratamento ineficiente, ou limpeza da peça no processo de decapagem ou 
na fluxagem (Cloreto Duplo), poderá influir na vida útil da peça se a camada de 
zinco não atingir a espessura correta, conforme especificação da NBR 6323.
Análise das patologias
De forma geral, as patologias das estruturas podem ser divididas em três 
categorias, conforme destacado abaixo:
Adquiridas: São patologias estruturais provenientes da ação de 
elementos externos, como a poluição atmosférica, umidade, gases ou líquidos 
corrosivos e vibrações excessivas provocadas pelo uso indevido da estrutura. 
Resultam, em geral, de problemas relacionados com a falta de preparo inicial 
da estrutura ou com a falta de manutenção. A corrosão é a mais visível.
Transmitidas: Originárias de vícios ou desconhecimento técnico do 
pessoal de fabricação ou montagem da estrutura. São, por esse motivo, 
transmitidas de obra para obra. É o caso, por exemplo, de soldadores que não 
se preocupam em retirar a pintura dos pontos de solda, ignorando que a 
carbonização da tinta prejudica a qualidade do serviço. Estão inclusos, 
também, os casos de falta de prumo.
Atávicas: São patologias resultantes de má concepção de projeto, errosde cálculo, escolhas de perfilados ou chapas de espessuras inadequadas ou, 
ainda, do uso de tipos de aço com resistência diferente das consideradas no 
projeto. Não são fáceis de reparar, costumam exigir reforços, adições, 
escoramentos etc.
Patologias provenientes de sais solúveis
Para limpeza de estruturas contaminadas com sais solúveis torna-se 
necessário:
• Reduzir o pH da superfície metálica para valores inferiores a 7, de 
modo a facilitar a quebra das ligações químicas;
• A limpeza química deve ser feita com produtos passíveis de serem 
diluídos em água que, por si só, contém cerca de 600 ppm de cloretos, 
neutralizando-os de imediato;
• Impedir a presença de qualquer tipo resíduo na superfície, que interfira 
com a adesão das tintas/revestimentos;
• É desejável que, após o hidrojateamento com areia, se faça outro 
hidrojateamento, com produto químico removedor de sais específico, 
utilizando energia mecânica superior a 20 MPa de modo a penetrar 
profundamente nos vales e cumes (visão ao microscópio) existentes na 
superfície do aço. A água e a areia utilizados na primeira limpeza 
deverão ser checadas contra presença de cloretos.
Patologias em aço carbono e aços galvanizados
Neste caso, tanto para uma nova aplicação, como para recuperação de 
estruturas corroídas, a inspeção deve analisar:
• O estado da estrutura em relação à intensidade da corrosão e a 
aparência da pintura aplicada;
• A análise da agressividade do meio de exposição vai fornecer 
diretrizes necessárias para escolha do sistema de 
recuperação/proteção;
A eficiência da pintura depende de três fatores importantes:
• Qualidade da tinta;
• Preparo adequado da superfície;
• Aplicação dos produtos.
 Tão logo a superfície esteja limpa e o perfil de rugosidade concluído, 
deve ser feita a aplicação da tinta de fundo. O primer tem de ser adequado ao 
substrato e ao método de preparo da superfície. O acabamento será realizado 
quando a peça for instalada no local definitivo de uso. É importante observar 
que os lados dos perfis podem ficar expostos, encobertos ou protegidos pela 
alvenaria e voltados para o lado interno da construção.
 A exposição às variações climáticas dá guarida para a cobertura com 
tinta de poliuretano, resistente aos raios ultravioletas. As peças localizadas no 
interior da construção, desde que livres de agressividades significativas, podem 
ser protegidas apenas com esmalte sintético (tintas alquídicas).
 Em qualquer caso, é recomendável atentar para infiltração de água e 
vazamentos de tubulações. Ao recuperar uma estrutura é interessante checar 
vedações das junções de alvenaria com as peças metálicas. Nenhum 
componente está livre de sofrer cortes, pancadas, riscos ou soldagens, nesses 
casos, e para constatar falhas de execução, as manutenções periódicas 
facilitam e tornam menos onerosas as correções, que devem, sempre que 
possível, repetir o sistema de pintura.
 A má execução dessas etapas acarreta patologias, toda tinta, em maior 
ou menor intensidade, absorve água. Então, se a limpeza não for bem-feita, a 
absorção de água resultará em inchamento da sujeira aderida e ocorrerá 
empolamento – formação de bolhas na pintura. 
 Outros tipos de sujeira, como óleos, impedem a aderência completa e, 
assim, ocorre em certos trechos o destacamento da tinta. Em ambos os casos 
são necessários repetir o trabalho. Ensaios de aderência e medições da 
espessura das camadas são procedimentos que permitem o acompanhamento 
da execução, é recomendável que as camadas tenham cores diferentes para 
facilitar a identificação das tintas aplicadas.
 
Nas estruturas com manifestações patológicas, a recuperação deve ser 
feita consoante procedimentos listados abaixo:
• Lavar com água e tensoativo (detergente biodegradáveis) usando 
escova de náilon ou manta não tecida;
• Enxaguar com água limpa;
• Deixar secar naturalmente ou usar ar comprimido;
• Limpar com escova de arame de aço ou com lixadeira (disco de 
escova);
• Remover a poeira, utilizando-se escovas de pêlo ou ar 
comprimido;
• Aplicar a tinta de fundo;
• Aplicar a tinta de acabamento (poliuretânica ou epóxi).
Pintura sobre aço galvanizado
Por serem fáceis de achar, as tintas alquídicas ou primers sintéticos são 
muito freqüentemente especificados para aplicação em estruturas de aço 
galvanizado. É comum que, meses após a aplicação, comecem a apresentar 
destacamento.
Os óleos vegetais que compõem as resinas contêm ácidos graxos. Os 
ácidos reagem em contato com os produtos de corrosão do zinco, que tem 
caráter alcalino. Assim, é formado sabão de zinco (reação de saponificação). 
Com alta permeabilidade, após algum tempo, a tinta está aderida não ao 
substrato, mas sobre os produtos de corrosão – óxidos, hidróxidos e sabões de 
zinco. Como são solúveis, esses produtos ocasionam o surgimento de bolhas, 
agravando ainda mais o destacamento.
O envelhecimento precoce da camada alquídica é outro efeito negativo 
da má utilização dessas tintas sobre o zinco. Ao perder aderência e 
flexibilidade, ocorre o fissuramento, aumentando ainda mais a penetração de 
água na interface metal-tinta.
O uso de tinta epóxi-isocianato, epóxi amina evita tais patologias. Além 
de se ligar quimicamente ao metal, é insaponificável e oferece base de 
aderência para sistemas de pintura alquídicos, acrílicos, a linha do epóxi e 
poliuretanos, dentre outros.
Há obras (nesse sistema) com mais de 20 anos sem destacamento de 
pintura. A manutenção do aço zincado depende do estado evolutivo da 
corrosão. Aquele que apresenta apenas corrosão leve pode ser recuperado 
com lavagem com água e tensoativo, escovação e aplicação de tinta epóxi-
isocianato.
Casos de Estudo
Falha no gabarito de Furação
Apresenta-se problemas de ajuste nos parafusos, a furação da viga principal foi feita conforme 
plantas executivas, enquanto na viga secundária um dos furos foi deslocado para cima 12 mm. 
 Foi constatado, neste caso, que o erro foi de fabricação, já que nas dimensões e detalhes de 
projeto, o gabarito de furação das vigas era coincidente.
 Este tipo de falha poderia ser evitada com um maior controle dimensional de produção na 
fábrica.
Furos não previstos nos projetos
Tais aberturas foram executadas para permitir a 
passagem de tubulações elétricas, não previstas no 
projeto original. 
Neste caso deveria ser avaliada a influência dessas 
aberturas na resistência do perfil da coluna, 
principalmente, sendo que tais aberturas reduzem as abas 
das mesas do perfil.
Falta de Parafusos nas conexões
Neste caso, as furações foram conferidas conforme plantas, e constatou-se um erro de projeto, 
pois os gabaritos de furação da viga e da coluna não coincidiam. 
 Uma revisão das plantas na fábrica poderia ter evitado a falha. 
 Porém a falha foi produzida no detalhamento do projeto.
Sub-dimensionamento de Elementos
Pode-se afirmar que no dimensionamento desse elemento não foram consideradas todas as 
possibilidades de carregamento, e não foi realizada uma revisão de flambagem no elemento 
global e seus componentes. O uso correto de normas ou especificações reconhecidas, além da 
consideração de todos os estados limites possíveis, teria permitido na etapa de projeto evitar 
este tipo de falha.
Incompatibilidade de projetos estruturais de concreto e metal
Este é um dos problemas mais comuns na execução de projetos de estrutura metálica: a 
incompatibilidade dos projetos de estrutura metálica com os de concreto (emgalpões, esta 
falha acontece nas bases de colunas). A solução dada foi complementar o apoio de concreto. 
 É evidente que deve existir uma interação entre os projetistas de obras metálicas e de obras 
de concreto, ou ao menos quem projeta as bases de acordo com os dados do projeto metálico 
deveria se ajustar às dimensões fornecidas no projeto da estrutura metálica.
Falta de Concordância em emendas
Este tipo de falha gera excentricidades na transmissão de esforços, no caso de tais esforços 
serem de compressão a redução na capacidade resistente do banzo é evidente, já que 
aparecem esforços adicionais de flexão. 
 Esta falha ocorreu durante a produção das peças componentes da treliça. Uma operação de 
pré-montagem, poderia ter evitado a falha, assim como, um controle dimensional. 
 Em alguns casos, faz-se necessária uma verificação de concordância entre as peças a serem 
montadas no canteiro de obra. 
Detalhamentos Incompatíveis
É bom lembrar que as conexões são pontos críticos no desempenho de um sistema estrutural, 
e as modificações realizadas no canteiro para ajustar as coincidências entre elementos e 
ligações podem gerar pontos indesejáveis de fontes de falhas súbitas.
Manchas de ferrugem na fachada
Imagens de patologias na ponte Hercílio Luz
Ferrugem no olhal dos cabos tensores
Corrosão no tabuleiro da ponte
 Alguns cuidados que visam evitar ou minimizar a ocorrência das anomalias 
constatadas:
• Avaliar se a proposta do projeto contempla as normas vigentes, se o 
escritório tem conhecimento técnico no porte da obra e se já executou 
projetos anteriores, se cumpre prazos e se pode arcar com falhas e 
atrasos possíveis na entrega do projeto, e não se fixar somente no 
preço.
• Analisar previamente a habilidade tecnológica do fornecedor, 
capacidade de equipamentos, organização e adequação pessoal.
• Para escolha do fornecedor, não se fixar apenas no preço e sim na 
qualidade e importância das obras anteriores realizadas. Também é 
prudente inspecionar suas instalações industriais.
• Cuidar da orientação e eficiência da manutenção, verificando se 
contemplam garantias pós-entrega dos serviços.
• Observar os testes de proteção superficial e das soldas.
• Certificar-se da existência e presença do engenheiro e 
acompanhamento da produção e montagem.
Os casos de falhas localizadas ou globais em estruturas metálicas podem 
levar estas ao colapso ao atingir algum dos estados limites de resistência, ou 
ainda, estado limite de utilização, provocando perdas humanas ou perdas 
econômicas importantes. 
 O sucesso de uma obra em estrutura metálica inicia-se na sua concepção e 
no desenvolver de seu projeto detalhado para fabricação e montagem. As 
empresas que trabalham em estruturas metálicas sejam estas de projeto, 
fabricação ou montagem, devem prever revisões de projetos conscientes e 
minuciosas no que diz respeito aos detalhes e conjuntos, em geral. 
 Já, especificamente nas fábricas, devem existir controles rigorosos das 
plantas executivas, assim como, controle dimensional, sendo recomendável 
efetuar pré-montagens para assegurar o mínimo de falhas possíveis na 
montagem definitiva. 
PATOLOGIA DA MADEIRA
O uso da madeira pelo homem como sistema construtor remete às 
origens da edificação, tanto como elemento estrutural e como acabamento. A 
madeira é constituída por uma estrutura tubular de condutas paralelas 
formadas com base na lenhina e celulosa, o que lhe confere uma reação 
mecânica ótima no sentido das fibras.
Oferece ainda boa resistência à compressão e excelente resistência à 
tração, é um material flexível, pode ser cortado e moldada de varias formas, 
com fácil união por colagem ou embutido. Porém possui algumas 
desvantagens já que é uma material anisotrópico,ou seja suas propriedades 
mecânicas dependem da disposição de suas fibras, tem composição irregular, 
e é vulnerável a agentes bióticos e abióticos causadores das principais 
patologias.
Após a Segunda Guerra Mundial começaram a desenvolver-se as 
técnicas mais exatas de avaliação das patologias estruturais, através de um 
trabalho de investigação nos fenômenos que induzem à degradação da 
madeira, condicionam a sua reação perante o fogo e perante determinados 
esforços mecânicos.No período compreendido entre 1930-1950, com o 
desenvolvimento das resinas sintéticas, inicia-se o uso da madeira laminada 
prensada que hoje é já uma das variantes construções mais comuns.
O tempo por si só , não produz depreciação das características da 
madeira. Embora seja comum encontrar peças de madeira em serviço com 
maior ou menor grau de deterioração, são igualmente conhecidos numerosos 
exemplos de estruturas ou artefatos de madeira em bom estado, apesar de 
contarem várias centenas ou mesmo milhares de anos, em consequência de 
uma exposição a condições ambientais particulares que não favoreceram a sua 
deterioração.
Portanto , a degradação de elementos de madeira resulta da ação de 
agentes físicos, químicos, mecânicos ou biológicos aos quais este material é 
sujeito ao longo da sua vida.
Importa, no entanto, salientar que são os agentes biológicos a causa 
mais freqüente de deterioração das estruturas de madeira, sendo mesmo os 
responsáveis pela maioria das situações de rotura parcial ou total das 
estruturas. Destacam-se, pela sua importância (em meio terrestre), os 
seguintes: fungos de podridão, térmitas e carunchos – sobretudo o caruncho 
grande.
Patologias geradas por agentes abióticos
• Danos causados pela água
A água, em contacto com a madeira penetra através das fibras, 
saturando os poros tubulares e quando alcança graus de umidade entre 25-
35% produz o empolamento da mesma. Afeta o cerne e só em algumas 
ocasiões o borne, criando as condições propícias para o aparecimento de 
fungos de apodrecimento e para manter as condições de habitat de insetos 
xilófagos, fundamentalmente térmitas e carcoma. A perda por secagem desta 
umidade produz quebras na madeira com o conseqüente aparecimento de 
brechas, fendilhamento e fissuras.
• Danos causados pela umidade
Uma habitual fonte de problemas para a madeira reside no contato com a 
água ou umidade ambiente elevada. No entanto somente a retenção da 
umidade, não degrada a madeira mas potencializa o risco de degradação deste 
material por determinados agentes biológicos, já que estes só atacam a 
madeira quando o seu teor em água atinge determinados valores. 
Especificamente, quando a madeira permanece em condições de umidade 
elevada por períodos longos, pode ser atacada por fungos ou por térmitas 
subterrâneas que dela se alimentam.
Apesar das variações de umidade ambiente, e a conseqüente alteração do 
teor em água da madeira, provocarem variações dimensionais e de resistência 
mecânica das peças (as dimensões aumentam e a resistência diminui para um 
acréscimo de teor em água), trata-se de um efeito reversível. Ou seja, embora 
os ciclos de secagem e umedecimento poderem conduzir ao desenvolvimento 
de fendas e empenos, geralmente sem implicações para a resistência 
mecânica, a madeira recupera as dimensões e a resistência inicial quando o 
seu teor em água volta ao valor inicial. Porém a umidade elevada também 
amplia os fenômenos de fluência da madeira, provocando grandes e graves 
deformações sob a ação de cargas.
• Danos causados pelo carregamento
Também as condiçõesde carga afetam a estrutura. Pois elementos 
estruturais que tenham estado sujeitos a esforços muito elevados (próximos da 
respectiva tensão de ruptura), poderão sofrer danos internos capazes de 
reduzir a sua capacidade de carga. A introdução de esforços inadequados 
devidos a modificações intencionais (adaptações, alteração de áreas) ou 
acidentais (cedência de apoios, etc) do funcionamento estrutural tem sido uma 
freqüente causa de danos.
• Danos produzidos pelo sol 
Este tipo de ataque é causado pela ação dos raios ultravioletas sobre a 
lignina, atacando a madeira mais branda do borne e produzindo o 
desfibramento superficial com o conseqüente aparecimento de crista (período 
de Outono/Inverno), vales (Primavera) e manchas de tons cinzentos causadas 
pela foto/degradação. Estes danos afetam elementos vistos e só têm 
transcendência estética.
• Danos produzidos por variações de temperatura.
A madeira suporta bem as mudanças de temperatura sempre e quando sejam 
lentas e progressivas, já que se assim não for poderiam causar fendas ou 
fissuras, dando origem a vias de entrada de umidade favorecendo o 
aparecimento de fungos e insetos xilófagos.
Patologias geradas por agentes Bióticos
• Danos causados por fungos.
Os fungos, só por si mesmo não atacam diretamente a madeira, mas geram 
umas substâncias fibrosas “hifas”, que se introduzem pelas fissuras da madeira 
degradando-a. Dentro da classe dos fungos distinguimos os cromógenos, que 
embora possam afetam ligeiramente a capacidade resistente da madeira, mas 
o principal efeito é o aparecimento de manchas azuladas que atuam nas 
madeiras submetidas a temperaturas baixas. Outros tipos de fungos mais 
perigosos são os do apodrecimento/putrefação, que afetam as capacidades 
mecânicas da madeira, destruindo a estrutura das fibras. O seu excelente 
desenvolvimento dá-se com graus de umidade entre 35 e 60% e ambiente 
ácido.A ainda putrefação branca (frondosas) ou castanha (coníferas) 
dependendo da lesão causada, distinguiremos entre fibrosas, corrosivas e 
cúbicas, sendo estas últimas as mais danosas.
• Danos produzidos por insetos xilófagos.
Os insetos xilófagos constituem os agentes bióticos mais freqüentes nas 
madeiras de edificação afetadas pela degradação. Estes atacam a madeira na 
sua fase de larva, enquanto decorre o seu desenvolvimento e crescimento, 
habitualmente quando chegam à idade adulta perfuram a madeira e saem para 
o exterior, não voltando à madeira até porem ovos que iniciam um novo ciclo 
vital.
Os isópteros (térmitas, conhecidas como cupim) constituem um caso 
excepcional, já que não têm fase larva ao chegar a adultos não abandonam a 
madeira, tornando-se mais difícil a sua detecção.
De seguida, destacamos as principais espécies de xilófagos:
Térmitas (Cupim) 
O cupim nas construções é motivo de grande preocupação e de 
prejuízos importantes. Madeira preservada é uma solução 
inteligente para evitá-lo – e a outros organismos xilófagos – com a 
melhor relação custo/benefício do mercado. 
Em outros países, são chamados de térmita, espécime dos isópteros. 
Quer dizer, inseto de quatro asas membranosas iguais e um poderoso aparelho 
bucal para mastigar, do tipo social, organizado.Existem cerca de duas mil 
espécies de cupins , que são insetos biodegradores,
Dessa variedade enorme de espécies, poucas causam prejuízos ao 
homem infestando suas casas, devorando móveis e livros.Destacam-se os 
cupins de madeira seca e os cupins subterrâneos os mais terríveis. Sua 
crescente proliferação nas cidade são conseqüência dos desequilíbrios 
ecológicos causados pelo homem, o qual elimina os predadores naturais 
desse insento, e o oferecem alimento abundante com técnicas de construção 
que não prevêem tratamento de madeiras.
Os cupins de madeira seca formam seus ninhos dentro de uma única 
peça de madeira. Um móvel, por exemplo. Ali o casal real e os outros cupins e 
permanecem até acabar o alimento. Dentre as peças mais comumente 
atacadas pelo cupim de madeira seca, destacamos o batente de portas e 
janelas (que ficam fixo, sem movimento, em contato com a parede), móveis e 
armários embutidos, rodapés e forros de madeira. 
Já o cupim subterrâneo esconde seu ninho debaixo da terra,criando 
túneis enormes por onde se deslocam os operários que vão buscar comida 
longe, às vezes até mais de cem metros de distância do ninho. Atacam sempre 
no sentido das fibras, mediante galerias de secção constante, deixando finas 
lâminas entre elas. Atacam todo o tipo de madeiras, exceto o teixo.
O pó granulado, geralmente encontrado próximo as peças atingidas é o 
excremento do cupim, e sinal da infestação. Atraves dele pode-se diferenciá- 
lo da broca, um outro inseto que também degrada madeira. O pó bem fino, 
como talco, geralmente é de broca. Aquele mais granulado é, geralmente, do 
cupim de madeira seca. Já o pó do cupim subterrâneo mal aparece. Cupim 
subterrâneo recicla as próprias fezes, fazendo as paredes dos túneis por onde 
se deslocam sendo difícil de notar sua proliferação.
Os cupins são insetos sociais utilizam um sistema hormonal – os 
chamados feromônios – para dizer se há muito ou pouco alimento, ataques 
sofridos, etc. Logo para elimina-los é preciso atingir o casal real,ou ocorrerá 
uma nova infestação virá com toda a força. A melhor resposta é informação, 
madeira preservada e tratada.
 
Relógio a morte (Xestobium rufovillosum):
O seu âmbito geográfico localiza-se nas regiões nórdicas. O seu ataque 
está associado à existência de fungos xilófagos. Necessita de bastante 
umidade e temperaturas baixas e só ataca madeiras mediante o tracejado de 
galerias irregulares de secção circular.
 Ergates faber L: 
Cerambicido de tamanho grande que necessita de umidade em altas 
temperaturas (50 a 75%) e a temperatura (25%) para proliferar. Ataca as 
coníferas especialmente situadas no exterior (postes e vigas isentas), sendo 
resistente aos tratamentos com que se impregnam habitualmente estes 
compartimentos.
Técnicas de proteção, intervenção e reparação
Os tratamentos preventivos e curativos utilizados mais freqüentemente 
para prevenir ou evitar os ataques dos agentes destruidores da madeira.Estes 
produtos são denominados de forma comum velaturas cuja característica 
principal é a de proteger a madeira contra diversos tipos de ataques que 
possam sofrer sem formar película sobre a superfície tratada.Entre os produtos 
mais utilizados são:
Protetores naturais: São substâncias que provêm da dilatação da hulha. Entre 
as vantagens mais importantes destacamos a sua grande capacidade de 
fixação e proteção perante agentes xilófagos. O seu maior inconveniente é o 
mau cheiro destas substâncias e a dificuldade na sua aplicação, sendo 
recomendável o uso de autoclave.
Protetores hidrossolúveis: Substâncias a partir de sais de diferentes metais 
(zinco, cobre, cromo, etc.) com funções fungicidas e fixadoras na madeira. São 
a melhor solução protetora perante elementos de madeira em contacto com os 
solos ou elementos temporariamente úmidos. A sua principal vantagem está no 
fato permitir a posterior pintura da madeira ainda que provoquem 
empolamentos e retrações no momento da aplicação, e posteriormente na 
secagem devido ao uso de água enquanto dissolvente.
Protetores orgânicos ou oleosos: São formulações complexas nas que se 
dão matérias ativa sintéticas e dissolventes orgânicos.Dependendo do uso que 
lhe for dado, podem-se classificar-se em:
• Preventivos curativos: Também conhecidos como fundos protetores. 
Aplicam-se em madeiras novas e têm uma função principalmente 
fungicida e um pouco menos inseticida. A sua aplicação pode ser 
mediante pincelado ou imersão.
• Preventivos decorativos: São produtos oleosos para acabamento de 
madeiras a poro aberto. A sua ação fungicida e inseticida é menor que a 
dos fundos protetores, mas incorpora pigmentos minerais resistentes à 
foto degradação.
• Protetores curativos: Usa-se para combater os ataques de organismos 
xilófagos. Estes são de fácil aplicação e grande capacidade de 
penetração, mas um pouco mais caros que os anteriores dependendo 
do tipo de tratamento.
Tratamentos específicos perante diferentes agentes
Tratamento perante a umidade: Em janelas, portas exteriores maciças, 
marcos, cortinas:Impregnação por imersão, pintada com soluções oleosas 
repelentes à umidade, antes de proceder à aplicação de pinturas e vernizes. 
Em soalhos e revestimentos, aplica-se uma película de parafinas, ceras 
ou produtos impermeabilizantes, antes de proceder ao lustre das superfícies. 
Em caso de soalhos de madeira colocados sobre argamassa é fundamental 
esperar que a mistura esteja adequadamente seca, para evitar o re-
umedecimento da madeira. 
 Em estruturas de coberturas, tabiques e teto, bem como a madeira serrada 
(dentada) com superfícies transversais expostas ao meio: Impregnação similar 
das janelas e portas exteriores, com aplicação de produtos selantes nos 
extremos (cabeçais), devido a que a perda e absorção da umidade é máxima 
no sentido das fibras.
Tratamento perante a ação do fogo: Para poder conseguir uma proteção 
eficaz e intrínseca contra o fogo na madeira, a solução mais utilizada é a 
aplicação de vernizes à base de resinas especiais e borracha c/ cloro, bem 
como pinturas com agentes ativo que na presença da chama empolam/ 
incham, formando uma espuma carbonizada que isola a superfície coberta.
Tratamento perante a ação do sol: Os mais eficazes são os que incorporam 
óxidos metálicos que refletem a radiação ultravioleta do sol, responsável pelo 
aparecimento de fissuras na madeira
Tratamento perante o ataque de xilófagos: No caso de térmitas e carcomas 
freqüentemente utilizam-se produtos a base de aldrín, heptacloro, ou 
compostos de sais de pentaclorofenol, com inseticida de contacto (DDT, 
dieldrin.) que se aplicam, mediante impregnação e injeção entre o elemento de 
madeira e a parede, bem como nas cabeças das vigas e perímetro de 
pavimento.
PATOLOGIAS EM CERÂMICA
O uso de revestimentos cerâmicos no Brasil passa por uma fase de 
rápido crescimento. De acordo com os dados da Associação Nacional de 
Fabricantes de Cerâmica (2004), o Brasil é segundo colocado em consumo 
mundial, perdendo apenas para China. Consumiu aproximadamente 1,6 
bilhões de metros quadrados de placas cerâmicas, assim superando países 
economicamente fortes, como os EUA, e países tradicionais no uso destes 
revestimentos, como Espanha e Itália. Já como produtor, o Brasil também 
ocupa papel de destaque mundial, é o quarto colocado em volume produzido.
A qualidade das placas cerâmicas produzidas no Brasil está associada à 
normalização brasileira em exercício desde 1997, ao custo relativamente 
acessível, aos avanços tecnológicos nos estudos dos materiais e técnicas 
construtivas e pelo interesse dos fabricantes em colocar no mercado uma 
maior variedade de possibilidades no uso dos revestimentos cerâmicos. 
Esses componentes possuem cada vez mais variedade de formatos, 
cores e texturas que possibilitam uma gama de composições estéticas, dessa 
forma elevando a qualidade dos edifícios.
Segundo PEIXOTO(1992), não existe outro material que seja usado em 
fachada que possa apresentar a riqueza de composições e durabilidade do 
revestimento cerâmico, com um custo tão acessível.
Contudo, observa-se que mesmo com os avanços tecnológicos na 
fabricação e as inúmeras vantagens no uso de placas cerâmicas, e incidência 
de patologias em sistemas de revestimentos cerâmicos não são raras.
Dentre as patologias mais encontradas estão os destacamentos de 
placas cerâmicas, que geram alto custo na recuperação, degradação do imóvel 
e riscos de acidentes; Eflorescência que é caracterizada pelo feito de lixiviação, 
que transporta os sais solúveis até a superfície, provocando deteriorização do 
sistema; Trincas e Fissuras, de acordo com SABBATINI, BARROS(1990) trinca 
é a ruptura total do corpo cerâmicos em duas ou mais partes após a sua 
fixação, cuja abertura possui dimensões superiores a 0,05mm. O gretamento 
por sua vez, é definido como sendo a fissuração (abertura de 0,05 a 0,1mm da 
camada de esmalte superficial da placa cerâmica, entretanto o gretamento 
pode ocorrer no momento da fabricação da placa cerâmica e neste caso é 
considerado um defeito de fabricação e não uma patologia. 
Cerâmica na atualidade 
A cerâmica, que é praticamente tão antiga quanto a descoberta do fogo, 
mesmo utilizando os antigos métodos artesanais, pode produzir artigos de 
excelente qualidade. Nos últimos anos, acompanhando a evolução industrial, a 
indústria cerâmica adotou a produção em massa, garantida pela indústria de 
equipamentos, e a introdução de técnicas de gestão, incluindo o controle de 
matérias-primas, dos processos e dos produtos fabricados. 
A Indústria Cerâmica na atualidade pode ser subdivida em setores que 
possuem características bastante individualizadas e com níveis de avanço 
tecnológico distintos. 
Cerâmica Vermelha 
Compreende aqueles materiais com coloração avermelhada 
empregados na construção civil (tijolos, blocos, telhas, elementos vazados, 
lajes, tubos cerâmicos e argilas expandidas) e também utensílios de uso 
doméstico e de adorno. As lajotas muitas vezes são enquadradas neste grupo, 
porém o mais correto é em Materiais de Revestimento. 
Cerâmica Branca 
Este grupo é bastante diversificado, compreendendo materiais 
constituídos por um corpo branco e em geral recobertos por uma camada vítrea 
transparente e incolor e que eram assim agrupados pela cor branca da massa, 
necessária por razões estéticas e/ou técnicas. Com o advento dos vidrados 
opacificados, muitos dos produtos enquadrados neste grupo passaram a ser 
fabricados, sem prejuízo das características para uma dada aplicação, com 
matérias-primas com certo grau de impurezas, responsáveis pela coloração. 
Dessa forma é mais adequado subdividir este grupo em: 
• louça sanitária 
• louça de mesa 
• isoladores elétricos para alta e baixa tensão 
• cerâmica artística (decorativa e utilitária). 
• cerâmica técnica para fins diversos, tais como: químico, elétrico, térmico e 
mecânico. 
Materiais Refratários 
Este grupo compreende uma diversidade de produtos, que têm como 
finalidade suportar temperaturas elevadas nas condições específicas de 
processo e de operação dos equipamentos industriais, que em geral envolvem 
esforços mecânicos, ataques químicos, variações bruscas de temperatura e 
outras solicitações. Para suportar estas solicitações e em função da natureza 
das mesmas, foram desenvolvidos inúmeros tipos de produtos, a partir de 
diferentes matérias-primas ou mistura destas. Dessa forma, podemos 
classificar os produtos refratários quanto à matéria-prima ou componente 
químicoprincipal em: sílica, sílico-aluminoso, aluminoso, mulita, 
magnesianocromítico, cromítico-magnesiano, carbeto de silício, grafita, 
carbono, zircônia, zirconita, espinélio e outros. 
Isolantes Térmicos 
Os produtos deste segmento podem ser classificados em: 
• refratários isolantes que se enquadram no segmento de refratários, 
isolantes térmicos não refratários, compreendendo produtos como 
vermiculita 
• expandida, sílica diatomácea, diatomito, silicato de cálcio, lã de vidro e lã 
de rocha, que são obtidos por processos distintos ao do item a) e que 
podem ser utilizados, dependendo do tipo de produto até 1100ºC. 
• fibras ou lãs cerâmicas que apresentam características físicas 
semelhantes às citadas no item b), porém apresentam composições tais 
como sílica, sílica-alumina, alumina e zircônia, que dependendo do tipo, 
podem chegar a temperaturas de utilização de 2000º C ou mais. 
Fritas e Corantes 
 Estes dois produtos são importantes matérias-primas para diversos 
segmentos cerâmicos que requerem determinados acabamentos. 
 Frita (ou vidrado fritado) é um vidro moído, fabricado por indústrias 
especializadas a partir da fusão da mistura de diferentes matérias-primas. É 
aplicado na superfície do corpo cerâmico que, após a queima, adquire aspecto 
vítreo. Este acabamento tem por finalidade aprimorar a estética, tornar a peça 
impermeável, aumentar a resistência mecânica e melhorar ou proporcionar 
outras características. 
 Corantes constituem-se de óxidos puros ou pigmentos inorgânicos 
sintéticos obtidos a partir da mistura de óxidos ou de seus compostos. Os 
pigmentos são fabricados por empresas especializadas, inclusive por muitas 
das que produzem fritas, cuja obtenção envolve a mistura das matérias-primas, 
calcinação e moagem. Os corantes são adicionados aos esmaltes 
(vidrados) ou aos corpos cerâmicos para conferir-lhes colorações das mais 
diversas tonalidades e efeitos especiais. 
Abrasivos 
 Parte da indústria de abrasivos, por utilizarem matérias-primas e processos 
semelhantes aos da cerâmica, constituem-se num segmento cerâmico. Entre 
os produtos mais conhecidos podemos citar o óxido de alumínio eletrofundido e 
o carbeto de silício. 
Vidro, Cimento e Cal 
 São três importantes segmentos cerâmicos e que, por suas 
particularidades, são muitas vezes considerados à parte da cerâmica. 
Cerâmica de Alta Tecnologia/Cerâmica Avançada 
 O aprofundamento dos conhecimentos da ciência dos materiais 
proporcionou ao homem o desenvolvimento de novas tecnologias e 
aprimoramento das existentes nas mais diferentes áreas, como aeroespacial, 
eletrônica, nuclear e muitas outras e que passaram a exigir materiais com 
qualidade excepcionalmente elevada. Tais materiais passaram a ser 
desenvolvidos a partir de matérias-primas sintéticas de altíssima pureza e por 
meio de processos rigorosamente controlados. Estes produtos, que podem 
apresentar os mais diferentes formatos, são fabricados pelo chamado 
segmento cerâmico de alta tecnologia ou cerâmica avançada. Eles são 
classificados, de acordo com suas funções, em: eletroeletrônicos, magnéticos, 
ópticos, químicos, térmicos, mecânicos, biológicos e nucleares. Os produtos 
deste segmento são de uso intenso e a cada dia tende a se ampliar. Como 
alguns exemplos, podemos citar: naves espaciais, satélites, usinas nucleares, 
materiais para implantes em seres humanos, aparelhos de som e de vídeo, 
suporte de catalisadores para automóveis, sensores (umidade, gases e outros), 
ferramentas de corte, brinquedos, acendedor de fogão, etc. 
Conceitos básicos sobre patologias 
O conhecimento sobre as patologias das edificações é indispensável em 
maior ou menor grau, para todos que trabalham na construção (VERÇOZA, 
1991). Procura-se hoje construir cada vez mais com o máximo de economia, 
mas mantendo a qualidade do produto a ser usado, para realmente saber até 
onde um determinado material é confiável. De acordo com Edward Grunau, os 
problemas patológicos podem estar distribuídos em relação à origem do 
processo construtivo, de acordo com a tabela 7. 
Principais causas de patologias (VERÇOZA, 1991)
Segundo os pesquisadores Antonio Carmona e Artur Marega as patologias em 
edifícios tem causas específicas e podem ser classificadas segundo a tabela:
Defeitos que causam patologias (VERÇOZA, 1991)
Os problemas patológicos ocasionados por manutenção inadequada, ou 
mesmo por ausência total de manutenção, têm sua origem no 
desconhecimento técnico, incompetência ou desleixos dos responsáveis 
(SOUZA; RIPPER,1998).
 Existem problemas que ocorrem nas fachadas, dentre eles os que estão 
relacionados à patologia nos destacamentos de placas cerâmicas, onde é feito 
o seu assentamento para proteger o local de agentes que possam causar 
danos às fachadas, mas em alguns casos ocorrem deteriorações nas placas ou 
a sua vida útil já esgotou, necessitando de uma manutenção. Em alguns casos 
pode-se encontrar danos causados por problemas de umidade e infiltrações 
nas fachadas, ocorrendo o aparecimento de manchas e bolor entre outros 
problemas a serem citados no decorrer do trabalho. A causa mais freqüente 
para o aparecimento desta patologia é a capilaridade, onde a umidade sobe 
pelo solo, passa pelo interior da alvenaria e atinge a pintura da fachada 
(VERÇOZA, 1991).
Patologias freqüentes em cerâmica
• Patologias quanto as eflorescências
Nota-se já a algum tempo que o quadro patológico da eflorescência tem 
como elemento determinante a presença e a ação da água. Não é exagero 
afirmar que sem água não haveria eflorescência (FIORITO, A.J.S.I 1984).
No caso de revestimentos cerâmicos assentados em situações onde não 
tomaram medidas preventivas quanto à impermeabilização pode ocorrer a 
passagem de água provocada pela absorção ou facilitada por uma maior 
permeabilidade, ou pela soma dos dois fatores, tal fluxo de água poderá 
introduzir substâncias agressivas do solo na rede capilar do concreto e 
argamassa, ou dissolver e tranportar certos sais solúveis que podem estar 
presentes no concreto, na argamassa ou no próprio material cerâmico, trazidos 
à superficie, tais sais podem se apresentar como depósitos esbranquiçados 
nos poros abertos mais superficiais do revestimento, caso as condições 
cerâmicas proporcionem excelente evaporação. Caso o fluxo tenha vazão 
superior à capacidade de evaporação , notar-se-ão bolsas de solução 
concentrada de sais que apresentarão alta viscosidade, este é o caso notado 
em revestimentos esmaltados.(FIORITO, A.J.S.I 1984).
Uemoto (1988) distingue três tipos de eflorescência, as de Tipo I, II e III. 
O Tipo I é o mais comum e caracteriza-se por um depósito de sal branco, 
pulverulento, muito solúvel em água. Pode ocorrer em superfícies de alvenaria 
aparente, revestimentos de argamassa, juntas de assentamentos, regiões 
próximas a esquadrias mal vedadas, ladrilhos cerâmicos, juntas de ladrilhos 
cerâmicos e azulejos. Tipo II caracteriza-se pela aparição de um depósito de 
cor branca com aspecto de escorrimento, muito aderente e pouco solúvel em 
água. Esse depósito, quando em contato com o ácido clorídrico, apresenta 
efervescência. Esses sais formam-se em regiões próximas a elementos de 
concreto ou sobre sua superfície e, às vezes, sobre superfícies de alvenaria. A 
eflorescência do Tipo III manifesta-se

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