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Economia do Setor Público Aula 00

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CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES 
 ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO PARA ECONOMISTA 
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 
1
Aula Demonstrativa 
Prezados (as) Economistas, 
Trata-se do curso de Economia do Setor Público voltado à preparação 
para a prova de profissional básico do BNDES. 
Inicio me apresentando a vocês. Sou Analista do BACEN. Leciono em 
cursos preparatórios para concursos desde 2005, já tendo dado aulas em 
diversos cursos preparatórios presenciais e, em especial, neste único Ponto 
dos Concursos. Dentre alguns cursos já oferecidos, destaco os de Finanças, 
Economia, Análise de Projetos e matérias afins para concursos como FINEP, 
BNDES (Engenheiro), BACEN, CVM, SUSEP e diversos outros concursos. 
Em relação ao curso, gostaria de informá-los que, para que vocês 
tenham o melhor rendimento possível, a cada aula abordaremos de forma 
pormenorizada cada item componente do conteúdo programático, sendo que 
ao final de cada uma delas serão propostas questões cobradas em provas 
elaboradas especialmente pela CESGRANRIO, mas também das demais bancas 
organizadoras de concursos com provas objetivas de múltipla escolha (ESAF, 
FCC, etc.). No caso específico desta disciplina, é pequena a quantidade de 
questões elaboradas pela CESGRANRIO, motivo pelo qual lançaremos mão de 
questões das demais bancas. 
As aulas seguirão as datas e itens do conteúdo programático descritos 
abaixo. 
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 ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO PARA ECONOMISTA 
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2
Aula Demonstrativa 
Introdução à Economia do Setor 
Público – Funções Governamentais
Aula 1 – dia 20 de outubro de 
2011 
Classificação de bens: público, 
semipúblico e privado. Bens 
públicos e externalidades. Funções 
governamentais. Princípios gerais 
de tributação. 
Aula 2 – dia 27 de outubro de 
2011 
Tendências gerais da evolução do 
gasto público no mundo. O cálculo 
do déficit público: as Necessidades 
de Financiamento do Setor Público 
(NFSP) nos conceitos primário, 
nominal e operacional. 
Informo a vocês que poderão ocorrer pequenas alterações nos pontos do 
conteúdo programático a serem abordados em cada uma das aulas. Qualquer 
mudança neste sentido objetiva tornar as aulas as mais didáticas possíveis. 
Coloco-me à disposição de vocês para qualquer esclarecimento através 
do e-mail franciscomariotti@pontodosconcursos.com.br. 
Um grande abraço e bem vindo ao curso, 
Mariotti 
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 ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO PARA ECONOMISTA 
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3
1. Economia do Setor Público 
A disciplina de Economia do Setor Público, ou Finanças Públicas, estuda o 
processo de intervenção governamental na atividade econômica do país. De 
acordo com Musgrave1, “Finanças Públicas é a terminologia que tem sido 
tradicionalmente aplicada ao conjunto de problemas da política econômica que 
envolvem o uso de medidas de tributação e de dispêndios públicos”. 
Esta definição baseia-se no fato de que a necessidade da atuação 
econômica do poder público prende-se na constatação de que a simples 
existência do sistema de mercado (consumidores versus produtores) não 
consegue cumprir adequadamente algumas tarefas e funções que visam o 
bem-estar da população. A maneira pela qual o Estado intervém no processo 
econômico é dependente da série de instrumentos que este dispõe, inclusive 
em termos do financiamento de suas atividades. 
Sendo assim, podemos dizer que o estudo das Finanças Públicas abrange 
a emissão de moeda e títulos públicos, a captação de recursos pelo Estado, sua 
gestão e seu gasto, para atender às necessidades da coletividade e do próprio 
Estado. Na captação dos recursos são estudadas as diversas formas de 
receitas, obtidas em decorrência do patrimônio do Estado, do seu 
endividamento ou por força do seu poder tributário. Uma vez captados os 
recursos impõe-se a sua administração até o efetivo dispêndio. 
 
 As fontes geradoras de receitas são a tributação, classificada como 
receita derivada do poder coercitivo do Estado e o endividamento público, 
representado pela emissão e resgate de títulos da dívida pública. 
 
1 MUSGRAVE, R. A. Teoria das Finanças Públicas. São Paulo. Atlas, 1974. 
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 A capacidade do Estado de tomar empréstimos está substancialmente 
determinada pelo potencial de recursos compulsórios que, ano a ano, ele tem 
condições de mobilizar da sociedade. Deste ponto, ressalta-se o porquê da 
tributação constituir um dos principais condicionantes do endividamento 
público. 
1.1 Falhas de Mercado – Bens Públicos e Externalidades 
Ao abordarmos os conceitos de Bens Públicos e Externalidades, busca-se 
destacar o que a literatura econômica define por “falhas de mercado”. 
 
Podemos interpretar como “falha” tudo aquilo que acontece de modo 
ineficiente. No mesmo sentido, podemos interpretar “mercado” como sendo o 
local onde indivíduos e empresas transacionam bens e serviços com o objetivo 
de atingir, respectivamente, o maior bem-estar possível, derivado da sua 
renda de trabalhador, e a maximização do lucro, obtido pela produção e venda 
dos mesmos bens e serviços. 
 Temos a seguinte definição dada pela Organização para Cooperação 
Econômica e Desenvolvimento (OCDE) para as Falhas de Mercado: 
"Pode ser definida como a incapacidade de o mercado levar o processo 
econômico a uma situação social ótima. Um aspecto importante disto é que se 
deixa de incluir, nos custos e nos preços, os efeitos externos (externalidades) 
ou a redução dos lucros de outros agentes que não aqueles diretamente 
envolvidos nas transações de mercado e atividades afins. Com relação aos 
bens e serviços ambientais, podem-se destacar as externalidades referentes à 
poluição, à exploração dos recursos e à degradação de ecossistemas. Assim, as 
falhas de mercado impedem o mercado de alocar os recursos no mais alto 
interesse da sociedade" (OECD, 1994). 
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As Falhas de Mercado são representadas por toda alocação ineficiente de 
recursos econômicos, derivada das transações ocorridas entre todos os 
componentes da sociedade, destacando-se, entre estas as externalidades e os 
bens públicos. 
A chamada teoria do bem-estar econômico, conhecida como welfare 
economics, afirma que os mercados perfeitamente competitivos, sem 
interferência governamental, promovem a alocação eficiente de recursos entre 
os agentes econômicos, de tal forma que qualquer realocação em benefício de 
um agente prejudicará os demais agentes. Este conceito é comumente 
conhecido como “Ótimo de Pareto”. 
1.1.1 Externalidades 
 As externalidades representam a forma como as ações de determinado 
indivíduo ou empresa impactam os demais indivíduos ou mesmo empresas. A 
existência de externalidades implica que os chamados custos e benefícios 
privados – ocorridos em função da ação da iniciativa privada – sejam 
diferentes dos custos e benefícios sociais destas mesmas ações. 
O que estamos dizendo é que os preços negociados entre consumidores 
e produtoresrefletem apenas a negociação privada, sendo necessária a 
presença do Estado imputando, por exemplo, a tributação ou subsídios fiscais 
como forma de corrigir as externalidades ocorridas. 
As externalidades se subdividem em positivas e negativas. Um bom 
exemplo de externalidade positiva, e que nos dias de hoje é tão importante, 
seria o caso da realização de uma limpeza geral da casa por parte de um 
indivíduo que visasse à eliminação de possíveis focos de reprodução dos 
mosquitos transmissores da dengue. Nesta situação, o benefício privado será 
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superior ao custo privado, da mesma forma que o consequente benefício social 
será muito maior do que o custo social de adoção da medida. 
 
 De forma contrária, as externalidades negativas são representadas 
por determinadas ações que de forma direta ou indireta prejudicam os demais 
indivíduos participantes da sociedade. Um caso clássico de externalidade 
negativa é representado pelo despejo por parte de empresas, de produtos 
poluentes nos rios. Esta ação tende a tornar o custo social superior ao custo 
privado, especialmente pelo fato de que as comunidades ribeirinhas às 
margens do rio serão diretamente atingidas. 
A existência destas falhas justifica a atuação do governo que deve coibir 
a externalidade negativa através da aplicação de uma tributação 
desestimuladora da poluição, da mesma forma que deve oferecer subsídios às 
atividades geradoras de externalidades positivas. 
 1.1.2 Bens Públicos 
 Os bens públicos são aqueles normalmente oferecidos pelo governo, 
tendo a caracterização de que o seu consumo por um indivíduo ou por um 
grupo de indivíduos não prejudica o consumo pelos demais indivíduos. 
Destaca-se que, mesmo que alguns se beneficiem mais do que outros, todos 
podem desfrutar do bem. 
De outra forma, pode-se afirmar que os bens públicos são aqueles em 
que o seu consumo é indivisível ou mesmo “não rival”, dado que não existe 
rivalidade quanto a quem consumirá mais de um ou outro bem. 
São exemplos de bens públicos tangíveis (que podem ser tocados), as 
praças e as ruas. Como bens públicos intangíveis, temos a segurança pública, 
a justiça e a defesa nacional. 
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Uma questão importante sobre os bens públicos é que o seu consumo 
não pode estar passivo de exclusão – princípio da não-exclusão -, de tal forma 
que, por exemplo, quando colocado à disposição da população de um 
determinado bairro o policiamento extensivo, todos serão beneficiados pela 
decisão governamental. Em outras palavras, pode-se dizer que o custo de 
exclusão do consumo de um bem público é alto, dada a quase impossibilidade 
de se medir a utilização deste por cada indivíduo. 
A existência do princípio da não-exclusão no consumo dos bens públicos 
é que leva a existência das Falhas de Mercado. Isto ocorre pelo fato de que 
como o governo não consegue mensurar o “quantum” do bem público está 
sendo consumindo por cada indivíduo, ele não conseguirá repartir o ônus 
imposto à sociedade na forma da tributação, que é justamente a fonte de 
recursos para o oferecimento de bens públicos. Com este conceito é possível 
afirmar que o custo marginal de provisão de bens públicos é igual a zero, já 
que o custo por si só já é dado. 
Devido ainda ao princípio da não-exclusão, passam a existir na economia 
os chamados “free riders” ou também chamados de caronas, que se 
beneficiam dos bens públicos sem pagar nada por isso, alegando que não 
precisam do bem oferecido ou simplesmente por não pagarem a tributação 
imposta aos mesmos. 
Assim sendo, podemos afirmar que, para que o mercado possa funcionar 
adequadamente, um dos quesitos será a validade do princípio da exclusão, 
podendo o consumo ser mensurado para cada um dos consumidores. 
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Destaque: O Bem Privado (Não caracterizado como uma Falha de 
Mercado) 
 Considerando as informações descritas acima, podemos conceituar o 
chamado bem privado, que seria aquele cujo consumo não pode ser 
compartilhado simultaneamente por quaisquer dois ou mais usuários, em 
função dos direitos de propriedade bem demarcados. De outra forma, passa 
a ser válido o princípio da exclusão. Da mesma forma, o bem privado é 
considerado como um bem rival, uma vez que o consumo por parte de um 
agente econômico reduz o consumo pelos demais agentes. 
 Um bom exemplo de um bem privado seria a contratação de uma 
empresa de vigilância privada que atenderia a determinado condomínio de 
moradores. Considerando que a segurança deve atender somente um círculo 
restrito de moradores, caso ocorra assaltos na redondeza do condomínio, mas 
sem impactos para este, de nada se poderá cobrar da empresa de vigilância. 
 
É aquele velho ditado, só desfruta quem paga! 
 
 1.4 Bens Semipúblicos ou Meritórios 
Os chamados bens semipúblicos são aqueles bens que possuem 
associados a si o princípio da exclusão. 
Nas palavras de Viceconti e Neves (2007, pág. 412) encontramos outra 
definição para os bens semipúblicos: 
“São os bens que, embora possam ser explorados economicamente pelo setor 
privado, devem ou podem ser produzidos pelo governo para evitar que a 
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população de baixa renda seja excluída de seu consumo, por não poder pagar 
o preço correspondente: é o caso de educação e saúde”. 
Os bens semipúblicos são também chamados de meritórios pelo fato de 
serem disponibilizados (oferecido) às pessoas que adquirem mérito para tal. 
Um bom exemplo é a Universidade Pública. Somente aqueles que possuem o 
mérito de passar no vestibular é que terão a si concedidos o mérito de cursar 
gratuitamente o ensino superior. 
 Importante considerar, conforme vemos no dia-a-dia que o ensino 
superior também é oferecido pela iniciativa privada, sendo, no entanto, 
passível de cobrança, ficando assim garantido o princípio da exclusão. 
Outrossim, o objetivo lógico do governo é o de garantir o direito ao ensino 
público gratuito à população, exigindo, em contrapartida, o mérito de passar 
no vestibular. 
 
Box de Comentários: 
As definições de bens públicos e semipúblicos são variáveis em 
decorrência do uso dos bens e do mercado no qual este é ofertado. 
Bens Públicos: 
Em decorrência da impossibilidade de exclusão, que implica que os 
indivíduos não podem ser privados dos benefícios do bem ou serviço, 
mesmo se não tiverem contribuído para o seu financiamento, geram 
algumas conclusões. 
Um exemplo de bem que apresenta essa característica é um espetáculo 
pirotécnico, que pode ser visto pelas pessoas de quintais, jardins e praças 
públicas. Isto dificulta a provisão privada desse tipo de evento porque a 
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impossibilidade de exclusão impede que sejam cobrados ingressos para 
financiar os custos, incluindo-se aí os lucros do organizador.Afinal, porque 
pagaríamos por esse show, se podemos vê-lo gratuitamente? 
Portanto, nenhum empresário privado se interessaria pela sua produção e, 
então, apesar da forte demanda, o espetáculo poderia não ser produzido. 
A impossibilidade de exclusão, ao inviabilizar o uso do sistema de preço 
para racionar o consumo, reduz os incentivos para o pagamento 
voluntário dos bens públicos. Essa relutância em contribuir, 
voluntariamente, para financiar esses bens é conhecida como o problema 
do “carona” (free rider). 
A não rivalidade no consumo é outra característica do bem público. Isto 
implica que uma vez que o bem está disponível, o custo marginal de 
provê-lo, para um indivíduo adicional, é nulo. Considere, por exemplo, o 
caso do espetáculo pirotécnico. O custo do espetáculo, uma vez 
determinado, não é alterado pelo fato de um grupo adicional de turistas 
decidir vê-lo. Ademais, essa decisão dos turistas em nada reduz o 
usufruto do evento pelos habitantes locais. Portanto, o custo marginal de 
provisão do espetáculo para esses espectadores adicionais é zero. Isso 
representa um franco contraste com os bens privados, que se 
caracterizam por níveis elevados de rivalidade no consumo. De fato, 
quando ocupamos um lugar, por exemplo, no cinema ou no teatro, este 
lugar deixa de estar disponível para outras pessoas. 
Bens Semipúblicos
A definição de bem público, anteriormente discutida, não é absoluta, mas 
varia com as condições de uso, de mercado e com o estado da tecnologia. 
Esse serviço, quando usado nos domicílios privados, é um bem 
eminentemente privado: caso a conta de energia não seja paga, o serviço 
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é suspenso e, portanto, os usuários são excluídos do seu consumo. Por 
outro lado, trata-se de um bem cujo consumo é rival. Quando eu consumo 
uma determinada quantidade de quilowatts, ela já não mais está 
disponível para os demais consumidores. 
Por outro lado, quando essa energia é usada para iluminar os locais 
públicos, ela torna-se um bem público puro. Isto porque é impossível 
excluir alguém do benefício da iluminação pública, além de desnecessário; 
o custo de prover esse serviço para passantes adicionais é zero. 
Outro exemplo menos extremo é o caso das estradas de rodagem. Assim, 
o uso de uma estrada vicinal, semideserta, pode ser não rival na medida 
em que, nela, o tráfego é muito inferior a sua capacidade e, portanto, o 
custo marginal de utilização por um veículo adicional é muito baixo. Por 
outro lado, embora seja possível excluir os veículos de seu uso por meio 
da introdução de um pedágio, provavelmente os custos de instalação e de 
manutenção desse pedágio serão superiores à arrecadação e, por 
conseguinte, não valerá a pena introduzi-lo. Porém, quando a estrada é, 
por exemplo, a Via Dutra, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro, além do 
custo de exclusão ser compensatório, a rivalidade no consumo se 
expressa por meio do congestionamento. Nesse caso, essa rodovia pode 
ser vista como um bem privado. 
Podemos, assim, pensar que grande parte dos bens satisfaz, apenas 
parcialmente, as condições de impossibilidade de exclusão e não-
rivalidade no consumo. Os bens que atendem parcial ou totalmente a pelo 
menos uma dessas características são chamados de bens públicos 
impuros ou bens quase-públicos. 
Os serviços de saúde pública são bens semipúblicos, tais como vacina 
contra doenças infecto-contagiosas, que beneficiam não somente as 
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pessoas vacinadas, mas a população como um todo, já que previnem o 
surgimento de epidemias. Adiciona-se o custo marginal da vacinação é 
positivo e a exclusão de não pagantes é possível. Porém, não é possível 
excluir dos benefícios aliados à redução das epidemias (nem cobrar por 
tais benefícios) aqueles que não se vacinaram. Isso torna esses serviços 
bens públicos impuros e por essa razão, muitos governos mantêm 
programas gratuitos de vacinação para encorajar, e até mesmo obrigar, a 
imunização maciça da população. 
1.5 Bens ou Recursos Comuns e Naturais 
Os bens comuns são considerados bens não-exclusivos, mas, 
entretanto, rivais, pois muito embora não seja possível excluir o consumo por 
parte de um agente, o próprio consumo do bem impede o consumo do mesmo 
bem por outro agente. 
O exemplo mais claro de um bem comum são os recursos ambientais, e 
que inexiste a possibilidade de se excluir os consumidores, uma vez que não 
existe direito de propriedade sobre os bens, mas, entretanto, o consumo de 
um causa externalidades para outros, a exemplo da poluição ambiental e a 
extinção de espécies animais, pela caça por exemplo. 
Uma expressão comumente utilizada para os bens comuns é a 
denominada "tragédia dos bens comuns", caracterizada pela utilização 
desordenada e competitiva dos recursos naturais que, ao mesmo tempo em 
que pertencem a todos, não pertencem a ninguém privativamente. Com 
exceção dos recursos naturais do subsolo que, constitucionalmente pertencem 
à União, os recursos naturais como o ar pertence a todos nós. Por conta disto, 
não se pode cobrar pelo ar que se respira. O uso desse recurso em si nunca 
poderá ser impedido. 
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Se poluirmos o ar com gases e partículas, a exemplo de automóveis 
desregulados, os proprietários de automóveis não poluidores terão direito de 
reclamar. Percebe-se assim que o uso indevido de bens comuns leva a uma 
privatização (por parte dos poluidores) sem uma contrapartida para os não 
poluidores. 
 E com base nos assuntos ora tratados, podemos dar por encerrada a 
aula demonstrativa. De todo modo, deixo a seguir alguns exercícios para fins 
de consolidação da matéria. 
Um grande abraço, 
 Mariotti 
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Questões Propostas 1: 
1 – (ECONOMISTA/ELETROBRÁS – CESGRANRIO/2010) Uma das 
diferenças dos bens privados, em relação aos bens públicos, é que 
são 
a) produzidos por empresas privadas. 
b) produzidos para um grupo privado e específico de consumidores. 
c) rivais, isto é, quando uma pessoa consome o bem impede que outra o 
faça. 
d) geradores de benefícios privados, apenas. 
e) superiores, isto é, o custo de excluir uma pessoa de seu consumo é 
baixo. 
2 – (ECONOMISTA/PETROBRÁS – CESGRANRIO/2010) Analise as 
possíveis características de um certo bem. 
I - O público em geral tem acesso a ele. 
II - O custo de excluir pessoas de usá-lo é muito elevado. 
III - Ele é produzido por uma empresa do setor público. 
IV - Uma pessoa pode consumi-lo sem que isto impeça outra pessoa 
de fazê-lo também. 
V - Traz benefícios para o público em geral. 
Para ser considerado um bem público, deve atender APENAS às 
características 
a) I e II. 
b) I e V. 
c) II e III. 
d) II e IV. 
e) III e V. 
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3 - (AFC/STN – ESAF/2008) Sob determinadascondições, os 
mercados privados não asseguram uma alocação eficiente de 
recursos. Em particular, na presença de externalidades e de bens 
públicos, os preços de mercado não refletem, de forma adequada, o 
problema da escolha em condições de escassez que permeia a 
questão econômica, abrindo espaço para a intervenção do governo 
na economia, de forma a restaurar as condições de eficiência no 
sentido de Pareto. Nesse contexto, é incorreto afirmar: 
a) externalidades ocorrem quando o consumo e/ou a produção de um 
determinado bem afetam os consumidores e/ou produtores, em outros 
mercados, e esses impactos não são considerados no preço de mercado do 
bem em questão. 
b) consumidores podem causar externalidades sobre produtores e vice-
versa. 
c) a correção de externalidades, pelo governo, pode ser feita mediante 
tributação corretiva, no caso de externalidades positivas, ou aplicação de 
subsídios, no caso de externalidades negativas. 
d) um exemplo de bem público puro é o sistema de defesa nacional, cujo 
consumo se caracteriza por ser não-excludente e não-rival. 
e) falhas de mercado são fenômenos que impedem que a economia alcance 
o estado de bem-estar social, por meio do livre mercado, sem interferência 
do governo. 
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Gabarito Comentado: 
1 – (ECONOMISTA/ELETROBRÁS – CESGRANRIO/2010) Uma das 
diferenças dos bens privados, em relação aos bens públicos, é que 
são 
a) produzidos por empresas privadas. 
b) produzidos para um grupo privado e específico de consumidores. 
c) rivais, isto é, quando uma pessoa consome o bem impede que outra o 
faça. 
d) geradores de benefícios privados, apenas. 
e) superiores, isto é, o custo de excluir uma pessoa de seu consumo é 
baixo. 
Comentários: 
Conforme verificado, um bem privado além de ser excludente, ele é rival, no 
sentido de que o seu consumo por parte de um agente impeça o consumo por 
parte dos demais agentes. 
Gabarito: letra “c”.
2 – (ECONOMISTA/PETROBRÁS – CESGRANRIO/2010) Analise as 
possíveis características de um certo bem. 
I - O público em geral tem acesso a ele. 
II - O custo de excluir pessoas de usá-lo é muito elevado. 
III - Ele é produzido por uma empresa do setor público. 
IV - Uma pessoa pode consumi-lo sem que isto impeça outra pessoa 
de fazê-lo também. 
V - Traz benefícios para o público em geral. 
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Para ser considerado um bem público, deve atender APENAS às 
características 
a) I e II. 
b) I e V. 
c) II e III. 
d) II e IV. 
e) III e V. 
Comentários: 
I - Tanto no caso de um bem público quanto de um bem privado, todos 
têm acesso, dependendo apenas a sua capacidade financeira de cada um. 
Caso ele seja excludente, automaticamente ele deixa de ser um bem 
público puro. 
II – Trata-se de uma das características do bem público, conforme descrito 
no item 1.2, quinto parágrafo: 
“Uma questão importante sobre os bens públicos é que o seu consumo não 
pode estar passivo de exclusão – princípio da não-exclusão -, de tal forma que, 
por exemplo, quando colocado à disposição da população de um determinado 
bairro o policiamento extensivo, todos serão beneficiados pela decisão 
governamental. Em outras palavras, pode-se dizer que o custo de exclusão do 
consumo de um bem público é alto, dada a quase impossibilidade de se medir 
a utilização deste por cada indivíduo.” 
III – Empresas do setor público produzem bens privados, a exemplo de 
empresas como Itaipu, geradora de energia elétrica consumida pelos 
agentes econômicos por meio de pagamento. 
IV – É novamente uma característica de um bem público. 
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V – Bens privados podem também trazer benefícios em geral para a 
população, a exemplo de automóveis pouco poluentes do meio-ambiente. 
Gabarito: letra “d”.
3 - (AFC/STN – ESAF/2008) Sob determinadas condições, os 
mercados privados não asseguram uma alocação eficiente de 
recursos. Em particular, na presença de externalidades e de bens 
públicos, os preços de mercado não refletem, de forma adequada, o 
problema da escolha em condições de escassez que permeia a 
questão econômica, abrindo espaço para a intervenção do governo 
na economia, de forma a restaurar as condições de eficiência no 
sentido de Pareto. Nesse contexto, é incorreto afirmar: 
a) externalidades ocorrem quando o consumo e/ou a produção de um 
determinado bem afetam os consumidores e/ou produtores, em outros 
mercados, e esses impactos não são considerados no preço de mercado do 
bem em questão. 
b) consumidores podem causar externalidades sobre produtores e vice-
versa. 
c) a correção de externalidades, pelo governo, pode ser feita mediante 
tributação corretiva, no caso de externalidades positivas, ou aplicação de 
subsídios, no caso de externalidades negativas. 
d) um exemplo de bem público puro é o sistema de defesa nacional, cujo 
consumo se caracteriza por ser não-excludente e não-rival. 
e) falhas de mercado são fenômenos que impedem que a economia alcance 
o estado de bem-estar social, por meio do livre mercado, sem interferência 
do governo. 
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Comentários: 
Antes de começarmos a analisar as assertivas da questão, cabem alguns 
comentários a respeito do conceito de “Ótimo de Pareto”. 
Este conceito está associado à chamada teoria do bem-estar econômico, 
conhecida como welfare economics, que afirma que os mercados 
perfeitamente competitivos, ou seja, que não possuem qualquer 
interferência governamental, promovem a alocação eficiente de recursos 
entre os agentes econômicos, de tal maneira que é impossível melhorar a 
situação de um indivíduo sem piorar a de outro. Naturalmente que se trata 
de um entendimento meramente teórico, mas que reflete adequadamente a 
alocação dos escassos recursos econômicos. 
De volta à análise da questão, temos que: 
a) Os detritos derivados da produção de uma indústria que são jogados 
diretamente em um rio não são mensurados no preço do bem vendido a 
posteriori. A poluição causada nas águas pode gerar malefícios à população 
ribeirinha, fazendo com que estas busquem tratamento junto à rede de 
saúde do Município. Naturalmente, em decorrência desta externalidade, 
seria importante a imposição de tributação corretiva por parte do Governo 
no sentido de cobrir o custo social imposto à população, não mensurado 
nos custo de produção da indústria. 
Assertiva Correta 
b) De fato consumidores podem causar externalidade sobre produtores. 
Motoristas de automóveis (considerados consumidores de serviços de 
transporte), que utilizam as filas exclusivas de ônibus nas grandes cidades 
tendem a gerar externalidades sobre os produtores do próprio serviço de 
transporte, seja para as empresas transportadoras que tendem a ter um 
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aumento no tempo de viageme no custo de transporte dos ônibus, seja da 
empresa responsável pela fiscalização do trânsito, que terá que realizar a 
contratação de novos profissionais que ficarão responsáveis pela 
fiscalização da externalidade gerada pelos motoristas de automóveis. 
Assertiva Correta 
c) na verdade a correção de externalidades, pelo governo, deve ser feita 
mediante tributação corretiva, no caso de externalidades negativas, 
como no caso da poluição das águas do rio por parte da indústria, ou pela 
aplicação de subsídios, no caso de externalidades positivas, como no 
caso da preservação e limpeza feitos diretamente por moradores de um 
bairro turístico de uma cidade. 
Assertiva Incorreta 
d) A defesa nacional é considerada um bem público puro, dado o fato de 
que esta defesa não exclui qualquer habitante do país e tão quanto rivaliza 
com qualquer outro tipo de defesa nacional, exercida de forma exclusiva 
pelas forças armadas. 
Assertiva Correta 
e) A definição dada na assertiva reflete exatamente o de “Falhas de 
Mercado”. 
Assertiva Correta 
Gabarito: letra “c”.

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