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Economia do Setor Público Aula 02

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CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES 
 ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO PARA ECONOMISTA 
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 
1
Aula Dois 
Prezados (as) Alunos (as), 
Como foram os estudos da aula um? Tudo tranquilo? Espero que sim. 
Relembro que estou à disposição por meio do fórum de dúvidas. 
Nesta segunda e última aula do curso serão abordados os seguintes itens 
do conteúdo programático: 
O cálculo do déficit público: as Necessidades de Financiamento do Setor 
Público (NFSP) nos conceitos primário, nominal e operacional. Tendências 
gerais da evolução do gasto público no mundo. 
Praticamente inexistem questões elaboradas pela CESGRANRIO sobre os 
temas abordados nesta aula. Sendo assim, para que não ficássemos sem 
opção de questões de provas anteriores, acabei adicionando uma série de 
questões de outras bancas. 
Um grande abraço e bons estudos, 
Mariotti 
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 ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO PARA ECONOMISTA 
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2
1. O cálculo do déficit público 
De forma genérica podemos definir o déficit público como sendo o 
excesso de gastos públicos sobre as receitas públicas. 
Segundo o Manual de Finanças Públicas do Banco Central, o conceito de 
setor público utilizado para mensuração da dívida líquida e do déficit público é 
o de setor público não-financeiro adicionado do Banco Central. Considera-se 
como setor público não-financeiro as administrações diretas federal, estaduais 
e municipais, as administrações indiretas, o sistema público de previdência 
social e as empresas estatais não-financeiras federais, estaduais e municipais, 
além da Itaipu Binacional. Ainda segundo o mesmo Manual, o Banco Central é 
incluído na apuração da dívida líquida pelo fato de transferir seu lucro/prejuízo 
automaticamente para o Tesouro Nacional. 
O déficit público ou estritamente falando, o resultado das contas 
públicas, é medido durante determinado período de tempo (normalmente um 
ano). É chamado de variável fluxo, dado que seu resultado, um fluxo, é 
incorporado à variável estoque dívida pública, formada pelos sucessivos 
déficits das contas públicas. Não obstante à análise do déficit e da dívida 
pública, merece atenção o desenvolvimento de alguns conceitos pertinentes ao 
assunto. 
O somatório das receitas fiscais arrecadadas pelo governo é chamado de 
carga fiscal bruta. Desta carga tributária devem ser excluídas as chamadas 
transferências realizadas pelo próprio governo (lato sensu), tais como o 
pagamento dos juros sobre a dívida pública, os subsídios concedidos a setores 
da economia bem como os gastos para a manutenção dos regimes de 
assistência e previdência social. 
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3
O que sobra da carga tributária, agora chamada de líquida, é utilizada 
pelo governo inicialmente para administrar a máquina pública, ou seja, realizar 
o pagamento das chamadas despesas correntes. O resultado da receita líquida 
do governo menos o pagamento de pessoal e custeio é o que chamamos de 
poupança (ou saldo) do governo em conta-corrente. 
O resultado do governo em conta corrente, uma vez positivo, deve ser 
utilizado para fazer frente às chamadas despesas de capital, divididas em 
investimento, inversões financeiras e amortização da dívida. De forma ampla, 
chamaremos as despesas de capital de Investimento Público (ou 
governamental). Dessa maneira, pode-se afirmar que, caso o volume de 
investimentos públicos seja superior a poupança do governo em conta 
corrente, teremos o chamado Déficit Público. 
Déficit Público = Investimento Público - Poupança 
Pública 
No caso de o governo apresentar um déficit na relação entre saldo em 
conta corrente e investimento público, este deverá buscar recursos para 
honrar seus compromissos, tendo as seguintes opções: 
• Realizar a venda de títulos públicos aos bancos1, com o objetivo de 
auferir recursos financeiros para realizar o pagamento de suas contas; 
• Vender títulos públicos ao Banco Central2, o que caracteriza a emissão 
de moeda, recebendo os recursos para fazer frente aos seus 
compromissos. 
 
1 Dizemos bancos e não setor privado pois grande parte dos títulos públicos são adquiridos por Instituições Financeiras 
Públicas, tais como o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e o BNDES. 
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4
A venda de títulos públicos aos bancos provoca a diminuição da 
poupança do setor privado, dado que parte dos recursos antes administrados 
pelas instituições financeiras é agora destinado ao pagamento dos 
compromissos do poder público, trazendo ainda a diminuição da capacidade de 
fornecimento de crédito à população em geral. 
Já a venda de títulos ao BACEN é condição não recorrente, em especial 
porque conforme dispõe a Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF3, o BACEN 
somente poderá refinanciar o Tesouro se este financiamento for derivado de 
dívida do Tesouro (títulos públicos) vincendos na carteira da Autoridade 
Monetária. 
Nas duas situações acima, o Tesouro Nacional, em nome do governo, 
estará promovendo o crescimento da Dívida Pública. 
A conseqüência natural do crescimento da dívida, partindo-se do 
pressuposto de que ela é um resultado de déficits passados, é a necessidade 
da ampliação dos gastos do governo com o pagamento de juros, o que torna 
ainda menor a capacidade de geração de poupança corrente do governo, já 
que verificamos que esta é obtida diminuindo-se da carga tributária líquida, as 
despesas correntes, sendo que nesta última encontram-se os pagamentos de 
juros da dívida do período passado. 
Ainda do resultado da formação da dívida pública, existe a necessidade 
de quitação do seu principal (amortização), que se enquadra como despesa de 
capital, item também já traduzido por nós como Investimento Público, o que 
tenderá a aumentar ainda mais o Déficit Público do período de seu pagamento. 
 
2 Cabe-nos destacar que conforme a Lei de Responsabilidade Fiscal, em seu art. 39, § 2º, o Banco Central só pode 
adquirir títulos diretamente do Tesouro Nacional se for com o objetivo de refinanciar a dívida mobiliária federal que 
estiver vencendo em sua carteira. 
3 § 2o do art. 39 da LRF. 
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A dívida pública que ora fazemos menção é representada não somente 
pela dívida pública interna do país, mas também a dívida pública externa, já 
que o governo financia-se via emissão de títulos no mercado internacional. São 
os conhecidos Bonds do governo brasileiro. 
1.1 Mensuração do Déficit Público 
Conceituamos o déficit público a partir da chamada identidade 
macroeconômica fundamental, a qual diz que o investimento da economia 
(privado e público) será financiado pelas poupanças privada, pública e externa. 
IPRIVADO + IPÚBLICO = SPRIVADA + SPÚBLICA (ou do governo) + SEXTERNA 
 
Da mesma forma, o resultado do déficit público será obtidoconforme 
descrito no tópico anterior, ou seja, verificando-se o excesso de investimento 
público sobre a poupança pública. 
 IPÚBLICO - SPÚBLICA (ou do governo) = SPRIVADA - IPRIVADO + SEXTERNA 
 Déficit Público = SPRIVADA - IPRIVADO + SEXTERNA 
O governo possui um instrumento eficaz para verificar os motivos que 
estão levando ao surgimento de constantes déficits. É o chamado critério 
“acima da linha”, que mede como se comportam as suas contas de receitas e 
de despesas. Esta medição capacita o governo (Secretaria do Tesouro 
Nacional) a verificar quais são as contas governamentais que são responsáveis 
pelo excesso de gastos frente aos recursos arrecadados. 
O primeiro conceito do critério “acima da linha” é a mensuração do 
excesso de investimento público sobre a poupança pública, chamado de 
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déficit primário. Seu resultado é calculado pela diferença entre as despesas 
operacionais ou primárias (ou despesas não-financeiras), menos as receitas 
operacionais ou primárias (ou não-financeiras). Perceba que como estamos 
falando de déficit, utilizamos primeiramente as despesas no cálculo e só depois 
as receita, sendo logicamente as despesas maiores do que as receitas 
primárias. Caso estivéssemos falando em superávit teríamos que colocar no 
cálculo primeiramente as receitas e só depois as despesas primárias. Importa 
mencionar que o mais adequado é o termo resultado primário que, caso 
negativo, caracteriza um déficit e, caso positivo, caracteriza um superávit. 
Déficit Primário = Despesas Primárias – Receitas Primárias 
No Brasil tem vigorado ano a ano a necessidade de geração de 
Superávits Primários, consubstanciado na Lei de Diretrizes Orçamentárias. O 
parâmetro de análise sempre se dá como uma percentagem do Produto 
Interno Bruto da Economia - PIB. 
O segundo conceito de cálculo do Déficit é o Operacional, que leva em 
consideração além do Resultado Primário, o pagamento dos juros reais 
(descontada a inflação) relativos ao estoque de dívida pública existente. 
Destaca-se que não estamos falando em pagamento/amortização do principal 
da dívida, mas tão somente o pagamento dos juros reais (que é contabilizado 
dentro das chamadas despesas correntes do governo). 
 
Déficit Operacional = Déficit Primário + Juros Reais da Dívida Passada 
Temos ainda o terceiro conceito de déficit, aquele calculado via resultado 
nominal. O déficit nominal inclui, além do resultado operacional, a atualização 
monetária das dívidas interna e externa. Destaca-se que uma outra forma de 
mensurar o déficit nominal é calculando o déficit primário e, adicionado a este, 
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o resultado entre o balanceamento das despesas e receitas Financeiras 
(também chamadas de não-operacionais) do governo. 
Déficit Nominal = Déficit Primário + (Despesas Financeiras – 
Receitas Financeiras) 
Observação Importante: 
Um aspecto importante a ser considerado é o que se refere ao chamado 
imposto inflacionário que consiste na perda do valor do dinheiro devido à 
inflação. É como se disséssemos que R$ 100 daqui a 1 mês venha a valer 
somente R$ 99,00. De outra forma, é como se não conseguíssemos mais 
comprar com o mesmo dinheiro o que antes comprávamos. O governo, em 
nome do Banco Central, tem o poder de pagar suas contas via emissão indireta 
de moeda (compra de títulos públicos do Tesouro pelo Bacen), apropriando-se 
da diferença entre o valor emitido (R$100) e o quanto o dinheiro efetivamente 
vale hoje (R$ 99). 
Ao resultado do Déficit Nominal é adicionada a chamada atualização 
monetária da dívida, de tal forma que é desconsiderado, neste, o ganho 
percebido pelo governo com o próprio imposto inflacionário. 
No caso do Déficit Operacional vemos que isto não acontece, dado que 
no seu cálculo não é adicionado o componente da atualização monetária como 
pagamento a ser feito (na forma de despesas) pelo governo. 
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1.2 As Necessidades de Financiamento do Setor Público - NFSP 
Toda vez que o governo apresenta um déficit em suas contas este 
necessita financiar-se para fazer frente aos seus compromissos. 
As formas de mensuração das necessidades de financiamento do setor 
público - NFSP são as adotadas pelo Banco Central – seguindo orientação do 
Fundo Monetário Internacional -, sendo caracterizada como o critério “abaixo 
da linha”. As NFSP representam a Variação da Dívida Líquida do Setor Público 
- DLSP em relação ao setor privado interno e externo, durante um 
determinado período de tempo. Assim, caso ocorra uma variação positiva na 
Box: 
A partir da Portaria Conjunta STN/SOF nº 3, de 2008, aplicada à União, aos Estados, 
ao Distrito Federal e aos Municípios, a partir da execução orçamentária de 2009, em 
sua 1ª edição, estabelece que o regime da competência tanto para a receita quanto 
para a despesa aplica-se na sua integralidade. 
Anteriormente o regime de cálculo do resultado das contas públicas era misto, ou 
seja, as despesas eram calculadas pelo regime da competência e as receitas são 
calculadas pelo regime de caixa. O regime misto permitia uma maior prudência da 
condução das contas públicas. Isso pode ser representado da seguinte forma: 
As despesas com salários do funcionalismo de fevereiro de 2010 e pagos em março 
de 2010 sensibilizam as contas de fevereiro e não de março. Diferentemente, no caso 
das receitas, mesmo que o fato gerador ocorra no mês de fevereiro, mas o 
pagamento feito pelo contribuinte só ocorra em março, esta receita só sensibilizará 
as estatísticas de março e não de fevereiro. 
Com a edição da Portaria STN/SOF nº 3, consubstanciada na convergência do Brasil à 
s normas contábeis internacionais, tanto as despesas como agora as receitas devem 
ser apuradas pelo regime da competência. Sendo assim, na hora da prova, não 
bobeie, vale o regime da competência! 
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dívida, temos um conseqüente déficit nas contas públicas. Logicamente, uma 
variação negativa na dívida consistirá num superávit das contas públicas. 
1.2.1 Necessidade de Financiamento no Conceito Nominal 
 A chamada NFSP conceito nominal corresponde ao próprio déficit 
nominal. Seu resultado é chamado de variação da Dívida Líquida do Setor 
Público – DLSP, descontados os ajustes patrimoniais ocorridos no período. 
Estes ajustes são representados pelas privatizações (ajuste positivo), que 
abatem parte da dívida, e o reconhecimento dos esqueletos4 (ajuste negativo 
na dívida), que tendem a aumentar (variação positiva) a dívida líquida. 
Um conceito importante que deve ser firmado refere-se à diferença 
existente no cálculo das NFSP quando considerada a desvalorização cambial5. 
De acordo com o BACEN, por meio do seu Manual de Finanças Públicas, temos: 
• NFSP sem desvalorização cambial: corresponde à variação 
nominal dos saldos da dívida líquida, deduzidos os ajustes 
patrimoniais efetuados no período (privatizações e reconhecimento 
de dívidas). Exclui, ainda, o impacto da variação cambial sobre adívida externa e sobre a dívida mobiliária interna indexada à 
moeda estrangeira (ajuste metodológico). Abrange o componente 
de atualização monetária da dívida, os juros reais e o resultado 
fiscal primário. 
• NFSP com desvalorização cambial: corresponde à variação 
nominal dos saldos da dívida líquida, deduzidos os ajustes 
 
4 Um esqueleto pode ser representado por uma perda de ação do governo no Supremo Tribunal Federal. As correções 
das perdas dos antigos planos econômicos também são uma boa representação de esqueletos do governo. 
5 Desvalorização cambial refere-se à perda de valor da moeda nacional em relação à moeda estrangeira, normalmente 
representada pela dólar americano. 
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patrimoniais efetuados no período (privatizações e reconhecimento 
de dívidas). Exclui, ainda, o impacto da variação cambial sobre a 
dívida externa (ajuste metodológico). Abrange o componente de 
atualização monetária da dívida, os juros reais, a apropriação da 
variação cambial sobre a dívida mobiliária interna e o 
resultado fiscal primário. 
 
Destacamos ainda, para fins metodológicos, conforme disposto 
anteriormente, que a diferença entre a DLSP e os ajustes patrimoniais é 
denominada pelo Manual de Finanças Públicas de Dívida Fiscal Líquida – DFL. 
1.2.2 Necessidade de Financiamento no Conceito Operacional 
Para calcularmos as NFSP no conceito operacional precisamos excluir da 
DFL os resultados da atualização monetária da dívida (o chamado imposto 
inflacionário); 
NFSP operacional = Variação da Dívida Fiscal Líquida – 
Atualização Monetária da Dívida 
1.2.3 Necessidade de Financiamento no Conceito Primário 
 
O chamado conceito de NFSP primário é definido como o conceito de 
NFSP Nominal excluindo-se, além da atualização monetária da dívida, o 
pagamento dos juros reais. 
NFSP primário = Variação da Dívida Fiscal Líquida – Atualização 
Monetária – Juros Reais 
Considerados todos estes pontos, é importante destacarmos que a 
existência de déficit público leva a redução da poupança nacional e a 
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consequente subida dos juros, dado que o governo utiliza a parcela da 
poupança privada para financiar os seus gastos e também os chamados 
investimentos públicos. O redirecionamento da poupança nacional para o setor 
público torna o crédito mais caro diante da escassez de recursos de 
empréstimos, elevando assim as taxas de juros. 
1.2.4 Dívida Pública e Inflação 
Argumentamos que a inflação, na sua vertente de imposto inflacionário, 
é fonte de arrecadação do governo, conforme ficou caracterizado nos cálculos 
e análises das Necessidades de Financiamento do Setor Público. 
A questão é que a inflação também gera males na arrecadação tributária 
governamental. Esta definição baseia-se no chamado efeito TANZI, que 
afirma que a inflação reduz a receita tributária real, evidenciada pelo fato de 
que a data do fato gerador do imposto é diferente da data de recolhimento da 
obrigação tributária. 
Um pequeno exemplo pode ilustrar este entendimento: a geração de 
obrigação tributária – fato gerador - no montante de R$100,00, ocorrida no 
início de um mês que apresentou inflação de 10%, gerará perdas de 
arrecadação tributária até o seu recolhimento no valor de R$10. 
Conforme TANZI, uma das formas de evitar esta perda de arrecadação e 
o consequente crescimento do déficit do governo é através da indexação, uma 
vez que esta corrigiria o valor da dívida da data do fato gerador até o seu 
efetivo recolhimento. No passado inflacionário da economia brasileira foram 
criados vários instrumentos que procuraram minimizar estas perdas, tais como 
a transformação das receitas tributárias em obrigações, inicialmente 
conhecidas como Obrigações do Tesouro Nacional - OTNs e posteriormente em 
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Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional – ORTNs, que garantiam a 
manutenção das receitas fiscais em níveis reais. 
De certa forma contraditória a idéia de TANZI, PATINKIN afirmou que a 
inflação não ocasionaria o aumento do déficit, mas sim a sua redução. 
A proposição de PATINKIN baseou-se na idéia de que o simples atraso no 
pagamento de dívidas reduziria o montante a ser pago, fazendo com que a 
inflação gerasse a diminuição das obrigações do governo agora corroída pela 
própria inflação. 
2. Tendência Geral de Crescimento do Gasto Público no mundo 
Os estudos das tendências de evolução do gasto público no mundo são 
embasadas em uma série de analisadas realizadas por renomados autores das 
Finanças Públicas Mundiais. O resultado de cada estudo baseou o surgimento 
de hipóteses, as quais sustentam a evolução dos gastos governamentais ao 
entorno do mundo. 
As hipóteses teóricas de crescimento das despesas públicas baseiam-se 
na identificação dos verdadeiros determinantes da expansão de gastos do 
governo. A constatação é feita segundo a análise empírica de dados, 
utilizando-se, em grande maioria, a ferramenta estatística e os conceitos 
econômicos derivados. 
A primeira teoria a respeito do crescimento das despesas públicas foi 
formulada por Adolph Wagner, sendo assim chamada de “Lei de Wagner”, 
cientificamente denominada de “Lei de Crescimento Incessante das Atividades 
Estatais. De acordo com Wagner: 
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“À medida que cresce o nível de renda dos países industrializados, o 
setor público cresce sempre a taxas mais elevadas, de tal forma que a 
participação relativa do governo na economia cresce com o próprio ritmo de 
crescimento econômico do país.” 
Assim sendo, na medida em que ocorra o crescimento da renda dos 
países ditos industrializados, o setor público crescerá a taxas superiores, 
fazendo com que a participação do governo em sua atividade interventiva na 
economia seja cada vez maior. 
A primeira constatação feita por Wagner é relacionada ao crescimento 
das funções administrativas e de segurança pública, derivadas da 
complexidade da vida urbana. Já a segunda razão para o crescimento da 
atividade do Estado na economia é ocasionada pelo crescimento das 
necessidades de promoção ao bem estar social, cuja própria demanda deve 
crescer sustentada pelo maior crescimento do país. Por fim, a terceira razão 
encontra-se no maior desenvolvimento de condições para a criação de 
monopólios, principalmente pela crescente realização de investimentos para 
expansão de setores industriais, tais como petróleo, energia elétrica, dentre 
outros. A atuação do Estado se daria pela intervenção direta ou indireta, 
reduzindo os prejuízos à sociedade. 
Diferentemente de Wagner, Peacock e Wiseman, assinalam que o 
crescimento da participação do setor público, através do aumento dos 
gastos, está mais condicionado às possibilidades de obtenção de recursos do 
que da expansão dos fatores que explicam o crescimento da demanda de 
serviços produzidos pelo governo6. Segundo destaca Giacomoni (pág. 9, 
2009), a proposição dos referidos autores ensejou uma explicaçãosobre o 
mecanismo de geração de recursos, como condição indispensável para a 
expansão da oferta. Segundo Peacock e Wiseman, o crescimento da oferta, 
 
6 Associa-se à teoria da oferta de bens públicos. 
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está condicionado ao crescimento da tributação. Em condições normais, não 
há fácil aceitação pela sociedade quanto ao aumento da tributação. De todo 
modo, em situações de anormalidade, como em caso de guerras, os 
indivíduos da sociedade enxergam no governo a responsabilidade pela 
adoção de medidas para enfrentar a situação momentânea, aceitando assim 
o aumento da tributação. Não obstante, muito embora venha a ocorrer a 
sustação do período anormal, a sociedade continua a aceitar a geração de 
fonte adicional de receita via aumentos da tributação. A essa situação os 
autores denominaram de efeito “translação”. 
Destaca-se ainda que o efeito “translação” pode ser adaptado a 
vivência da economia brasileira até o início da década de 1990. Essa 
explicação é defendida por Rezende (pág. 31), segundo a qual na medida 
em que os componentes da sociedade sofrem de ilusão monetária, a 
impossibilidade de expansão da receita tributária pode ser contornada pela 
emissão de papel-moeda. Geradora de inflação, esta política permite ao 
governo cobrar o “imposto inflacionário”, derivado da diferença entre o valor 
dado à moeda na sua emissão e o efeito corrosivo no seu valor com a 
existência da inflação. 
Ainda relacionado às hipóteses teóricas de crescimento das despesas 
públicas, adiciona-se os entendimentos de Musgrave e Musgrave, Rostow e 
Herber. 
Para Musgrave e Musgrave, a expansão dos gastos esta diretamente 
associada ao desenvolvimento da economia de um país. Países em estágios 
de desenvolvimento iniciais, nos moldes dos países subdesenvolvidos, 
necessitam realizar atendimentos às demandas básicas de infra-estrutura 
econômica e social, relacionadas à saúde, educação, transportes, além de 
energia e telecomunicações. Diferentemente, para países em estágio 
intermediário de desenvolvimento, os gastos públicos estão associados à 
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complementação da atividade privada, nos moldes das propostas de 
parcerias público privadas – PPP’s propostas pelo governo federal. 
Finalmente, para Musgrave, os países em estágio avançado de 
desenvolvimento têm seus gastos na forma de investimentos públicos 
novamente aumentados, derivados do crescimento da renda e da 
necessidade de aplicação e criação de estruturas produtivas modernas e 
com alta tecnologia. 
Rostow destaca de forma particular o crescimento dos gastos públicos 
em economias desenvolvidas. Segundo o autor, o Estado necessita ampliar 
os seus investimentos nos serviços sociais, face ao processo da própria 
evolução da expectativa e da qualidade de vida da população. 
Não menos importante, Herber, em linha com as proposições teóricas 
de Wagner, afirma que os gastos públicos crescentes estão associados à 
necessidade de intervenção estatal devido à grande industrialização e a 
necessidade de regulação destes setores. 
O entendimento do crescimento dos gastos públicos é crucial para os 
formuladores e avaliadores das políticas públicas realizadas pelo governo. 
Cabe mencionar que as hipóteses teóricas são baseadas em constatações 
empíricas ao longo dos últimos cem anos, em que a figura do governo tornou-
se encorpada especialmente pela necessidade de atendimento das demandas 
sociais. 
E com base nestes últimos comentários podemos dar por encerrada a 
aula dois. Passemos agora à resolução de alguns questões cobradas em provas 
anteriores. 
Um abraço, Mariotti 
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Questões Propostas: 
1 – (ECONOMISTA/BNDES – CESGRANRIO/2008) A paulatina redução 
da dívida do setor público no Brasil, em relação ao PIB do país, tende a 
(A) encurtar o prazo médio para vencimento da dívida pública. 
(B) reduzir a participação percentual das despesas com juros nos gastos totais 
do governo. 
(C) aumentar a taxa de juros paga pelos títulos públicos. 
(D) aumentar a arrecadação fiscal obtida com o Imposto de Renda sobre as 
aplicações financeiras. 
(E) aumentar os lucros do setor bancário. 
2 – (APO/MPOG – ESAF/2010) Com relação ao Déficit Público, Dívida 
Pública e Necessidade de Financiamento do Setor Público, aponte a 
opção incorreta. 
a) O déficit público é uma medida de caixa, ou seja, a mensuração deve ser 
feita em relação a determinado período de tempo. 
b) O governo pode financiar seu déficit pela emissão de moeda e também por 
meio da venda de títulos da dívida pública ao setor privado. 
c) O desempenho fiscal pode ser mensurado pelo déficit primário, que é dado 
pela diferença entre receitas e despesas não financeiras. 
d) A Necessidade de Financiamento do Setor Público corresponde ao conceito 
de déficit nominal apurado pelo critério “acima da linha”. 
e) A Dívida Fiscal Líquida (DFL) é dada pela diferença entre a Dívida Líquida do 
Setor Público e o ajuste patrimonial. 
3 - (AFC/CGU – ESAF/2008) Suponha os seguintes dados extraídos do 
Anexo de Metas Fiscais-AMF do Governo Federal: 
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Os dados consideram a metodologia de apuração de Resultados Fiscais, sob a 
ótica “acima da linha”, utilizada no Brasil. De acordo com os dados e a 
metodologia de apuração das Necessidades de Financiamento do Setor Público, 
marque a opção correta. 
a) Quando da elaboração da Proposta Orçamentária para o ano de 20X1, as 
despesas primárias estarão limitadas a 22% do PIB. 
b) A previsão é de que, em 20X2, os juros nominais sejam de 5% do PIB. 
c) Somente em 20X3 o Superávit Primário será maior do que os juros nominais 
do exercício. 
d) O Resultado Nominal nulo, em 20X2, indica que o país conseguirá pagar 
toda a sua dívida. 
e) A redução da dívida líquida ao longo dos três exercícios é em parte 
decorrente da diminuição das despesas primárias ao longo dos três exercícios. 
4 - (APO/MPOG – ESAF/2008) Nos últimos anos tem crescido o debate 
em torno da atuação do governo na economia, particularmente no 
Brasil. Com relação aos conceitos de déficit e dívida pública, não se 
pode afirmar que: 
a) o déficit público é a diferença entre o investimento público e a poupança do 
governo em conta corrente. 
b) o endividamento do setor público representa nova categoria de gastos 
públicos: a rolagem e o pagamento dos serviços dessa dívida. 
c) quanto maior for o estoque da dívida, maior será o gasto com juros e, 
conseqüentemente, menor será a diferença entre carga tributária bruta e 
líquida. 
d) como alternativas de financiamento do déficit público, podem ser citadas a 
venda de títulos ao setor privado e a venda de títulos ao Banco Central. 
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e) o tamanho do déficit público, em últimainstância, dá a participação do 
governo na atividade econômica em termos de complementação da demanda 
privada. 
5 – (EPPGG/MPOG – ESAF/2008) Considere a seguinte definição: 
“A necessidade de financiamento do setor público - resultado nominal sem 
desvalorização cambial - corresponde à variação _________ dos saldos da 
dívida líquida, _________ os ajustes patrimoniais efetuados no período 
(privatizações e reconhecimento de dívidas). _________, ainda, o impacto da 
variação cambial sobre a dívida externa e sobre a dívida _________ interna 
indexada à moeda estrangeira (ajuste metodológico).” Completam 
corretamente a definição acima as seguintes palavras, respectivamente: 
a) nominal, incluídos, Inclui, mobiliária 
b) real, deduzidos, Inclui, líquida 
c) real, deduzidos, Inclui, mobiliária 
d) nominal, deduzidos, Exclui, mobiliária 
e) nominal, incluídos, Inclui, bruta 
6 – (Consultor de Orçamento/Senado Federal – FGV-RJ/2008) A 
respeito das Necessidades de Financiamento do Setor Público, é 
correto afirmar que: 
(A) as Necessidades de Financiamento do Setor Público servem para apurar o 
montante de recursos que o setor público financeiro e não-financeiro necessita 
captar com o setor financeiro interno e/ou externo, além de suas receitas 
fiscais, para fazer face aos seus dispêndios. 
(B) a apuração do resultado “acima da linha” é feita a partir da variação líquida 
do estoque da dívida pública. 
(C) a apuração do resultado “abaixo da linha” parte da execução orçamentária, 
isto é, dos fluxos de receitas e despesas do governo. 
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(D) em nível federal, o resultado dos orçamentos fiscal e da seguridade social 
recebe o nome de "Necessidades de Financiamento do Governo Central", 
enquanto o resultado do orçamento de investimentos recebe o nome de 
"Necessidades de Financiamento das Empresas Estatais". 
(E) um dos principais problemas para a adequação dos resultados pelo método 
“abaixo da linha” e “acima da linha” no Brasil é a não-inclusão, nas 
Necessidades de Financiamento do Setor Público segundo o resultado "acima 
da linha", das operações primárias do Banco Central. 
7 – (Economista/DPU – CESPE/2010 – com alterações) Acerca dos 
conceitos relativos ao déficit e dívida públicos, julgue os itens 
seguintes. 
A – A mensuração do déficit com base na execução orçamentária – receitas e 
despesas – representa o conceito acima da linha, que corresponde à medição 
do déficit pelo lado do financiamento, ou seja, pela forma como o déficit foi 
financiado. 
B – O déficit fiscal, como proporção do PIB, corresponde ao déficit primário 
acrescido dos juros sobre o estoque da dívida, sendo que o governo financia 
esse déficit aumentando o endividamento em títulos públicos e não 
considerando a expansão monetária. 
8 - (APO/MPOG – ESAF/2008) Com relação às hipóteses teóricas do 
crescimento das despesas públicas, indique a única opção falsa. 
a) Os modelos microeconômicos do crescimento dos gastos públicos são 
desenvolvidos com a finalidade de explicar as variações nas demandas pelos 
produtos finais do setor público. 
b) As mudanças demográficas são uma importante variável para explicar as 
alterações e o crescimento dos gastos públicos, seja pelo acréscimo absoluto 
da população ou por sua própria distribuição etária. 
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c) Wagner estabeleceu como lei de expansão das atividades do Estado uma 
situação em que os gastos cresceriam inevitavelmente mais rápido do que a 
renda nacional, em qualquer Estado progressista. 
d) Peacock e Waiseman estabeleceram que o crescimento do setor público, em 
que pese o crescimento da oferta, estaria limitado pelas possibilidades de 
expansão da demanda, a qual, por sua vez, é limitada pela possibilidade de 
crescimento da tributação. 
e) O grau de urbanização é destacado como variável importante na análise e 
determinação do crescimento dos gastos nas diferentes funções exercidas pelo 
governo. 
9 - (APO/MPOG – ESAF/2008) Ao longo da história e, principalmente, 
nos dois últimos séculos, a participação do Estado na economia vem 
crescendo por várias razões. Identifique a única opção incorreta no 
que se refere às razões do crescimento da participação do setor 
público na atividade econômica. 
a) Durante períodos de guerra, a participação do Estado na economia 
aumenta, mas o gasto público se reduz. 
b) Mudanças tecnológicas, como, por exemplo, a inovação do motor de 
combustão significou maior demanda por rodovias e infra-estrutura. 
c) Crescimento da renda per capita, que gera um aumento da demanda de 
bens e serviços públicos. 
d) Novos grupos sociais passaram a ter maior presença política, demandando 
assim novos empreendimentos públicos. 
e) Mudanças da Previdência Social, pois, à medida que essa instituição passou 
a ser também um instrumento de distribuição de renda isso levou a uma 
participação maior do Estado no mecanismo previdenciário. 
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Gabarito Comentado: 
1 – (ECONOMISTA/BNDES – CESGRANRIO/2008) A paulatina redução 
da dívida do setor público no Brasil, em relação ao PIB do país, tende a 
(A) encurtar o prazo médio para vencimento da dívida pública. 
(B) reduzir a participação percentual das despesas com juros nos gastos totais 
do governo. 
(C) aumentar a taxa de juros paga pelos títulos públicos. 
(D) aumentar a arrecadação fiscal obtida com o Imposto de Renda sobre as 
aplicações financeiras. 
(E) aumentar os lucros do setor bancário. 
Comentários: 
Como é sabido, o PIB corresponde ao somatório de riquezas gerada por um 
país a cada ano. Um aumento do PIB tende a contribuir com o aumento da 
arrecadação tributária, naturalmente em função do aumento das transações 
econômicas. 
Uma maior arrecadação tributária permite ao país aumentar as suas fontes de 
receita e, desta forma, poder pagar com mais tranqüilidade a sua dívida. Esta 
condição, por si só, já justificaria a queda da relação entre a Dívida e o PIB. 
Enquanto a primeira se reduz, a segunda cresce. 
Um segundo aspecto refere-se ao fato de que muito embora possa não ocorrer 
uma queda da dívida pública, por meio da amortização de parte da dívida, a 
própria queda da relação dívida/PIB demonstra que maior é capacidade de 
pagamento por parte do governo nacional. Considerando que toda dívida 
pública é referenciada em taxa de juros, e que esta mesma taxa de juros 
sempre tem um componente de remuneração que precifica o risco de “calote” 
por parte do governo, caso diminua cada vez mais a relação entre dívida/PIB, 
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menor tenderá ser a taxa de juros cobrada e, consequentemente, menores 
serão também as despesas com o pagamento de juros. 
Gabarito: letra “b”. 
2 – (APO/MPOG – ESAF/2010) Com relação ao Déficit Público, Dívida 
Pública e Necessidade de Financiamento do Setor Público, aponte a 
opção incorreta. 
a) O déficit público é uma medida de caixa, ou seja, a mensuração deve ser 
feita em relação a determinado período de tempo. 
Comentários:Não se pode afirmar que o déficit público é uma medida de caixa, uma 
vez que a partir da edição da Portaria Conjunta STN/SOF nº 3, de 
2008, tanto as despesas como as receitas atendem o regime da 
competência. 
b) O governo pode financiar seu déficit pela emissão de moeda e também por 
meio da venda de títulos da dívida pública ao setor privado. 
Comentários: 
Resposta correta, conforme exposto em aula. 
c) O desempenho fiscal pode ser mensurado pelo déficit primário, que é dado 
pela diferença entre receitas e despesas não financeiras. 
Comentários: 
Conforme verificado, o resultado primário, que pode tanto ser 
superavitário como deficitário (caso em foco), é medido pelo 
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batimento entre receitas e despesas não financeiras, também 
chamadas de receitas e despesas operacionais. 
d) A Necessidade de Financiamento do Setor Público corresponde ao conceito 
de déficit nominal apurado pelo critério “acima da linha”. 
Comentários: 
Uma primeira leitura desta alternativa poderia gerar dúvida uma vez 
que o conceito de NFSP é também chamado de critério abaixo da linha. 
De todo modo, a assertiva fala em correspondência, o que acaba por 
dirimir a dúvida. As necessidades de Financiamento do Setor Público 
podem também ser calculadas pelos conceitos primário e operacional. 
No entanto, as NFSP estão associadas ao conceito nominal que inclui 
além do resultado não financeiro, o batimento dos juros reais pagos e 
recebidos e as atualizações monetária e cambial da dívida. 
e) A Dívida Fiscal Líquida (DFL) é dada pela diferença entre a Dívida Líquida do 
Setor Público e o ajuste patrimonial. 
Comentários: 
Conforme extensa explicação disposta na aula. 
Gabarito: Letra “a”.
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3 - (AFC/CGU – ESAF/2008) Suponha os seguintes dados extraídos do 
Anexo de Metas Fiscais-AMF do Governo Federal: 
Os dados consideram a metodologia de apuração de Resultados Fiscais, sob a 
ótica “acima da linha”, utilizada no Brasil. De acordo com os dados e a 
metodologia de apuração das Necessidades de Financiamento do Setor Público, 
marque a opção correta. 
a) Quando da elaboração da Proposta Orçamentária para o ano de 20X1, as 
despesas primárias estarão limitadas a 22% do PIB. 
Comentários: 
O resultado primário é derivado da diferença entre as receitas não 
financeiras ou primárias e as despesas não financeiras ou primárias. 
Sendo assim, se o resultado para o ano de 20x1 é igual 4% do PIB e se 
as receitas não financeiras são iguais a 25% do PIB, as despesas não 
financeiras ou primárias precisam ser iguais a 21% do PIB e não 22%. 
b) A previsão é de que, em 20X2, os juros nominais sejam de 5% do PIB. 
Comentários: 
A diferença entre o resultado nominal e o primário são os juros 
nominais. Se a previsão é de que o resultado nominal seja igual a 0% 
do PIB e de que o resultado primário é de 4,5% do PIB, os juros 
nominais devem ser de 4,5% do PIB, gerando-se o resultado nominal. 
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c) Somente em 20X3 o Superávit Primário será maior do que os juros nominais 
do exercício. 
Comentários: 
Se o resultado nominal é de 1,5% do PIB e o resultado primário é de 
5% do PIB, verifica-se que os juros nominais são iguais a 3,5% do 
PIB. 
d) O Resultado Nominal nulo, em 20X2, indica que o país conseguirá pagar 
toda a sua dívida. 
Comentários: 
Ele não pagará toda a sua dívida, apenas os juros nominais da dívida. 
e) A redução da dívida líquida ao longo dos três exercícios é em parte 
decorrente da diminuição das despesas primárias ao longo dos três exercícios. 
Comentários: 
Esta afirmação esta incorreta pelo seguinte motivo: Veja que as 
receitas não financeiras crescem 5% do PIB a cada ano. O próprio 
resultado primário, resultado do batimento entre receitas e despesas 
primárias, está aumentando apenas 0,5% do PIB a cada ano, 
demonstrando assim que as despesas primárias também estão 
crescendo. 
Gabarito: Letra “c”.
4 - (APO/MPOG – ESAF/2008) Nos últimos anos tem crescido o debate 
em torno da atuação do governo na economia, particularmente no 
Brasil. Com relação aos conceitos de déficit e dívida pública, não se 
pode afirmar que: 
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a) o déficit público é a diferença entre o investimento público e a poupança do 
governo em conta corrente. 
b) o endividamento do setor público representa nova categoria de gastos 
públicos: a rolagem e o pagamento dos serviços dessa dívida. 
c) quanto maior for o estoque da dívida, maior será o gasto com juros e, 
conseqüentemente, menor será a diferença entre carga tributária bruta e 
líquida. 
d) como alternativas de financiamento do déficit público, podem ser citadas a 
venda de títulos ao setor privado e a venda de títulos ao Banco Central. 
e) o tamanho do déficit público, em última instância, dá a participação do 
governo na atividade econômica em termos de complementação da demanda 
privada. 
Comentários: 
A diferença entre a carga tributária bruta e líquida é a seguinte, 
conforme exposto na aula: 
O somatório das receitas fiscais arrecadadas pelo governo é chamado 
de carga fiscal bruta. Desta carga tributária devem ser excluídas as 
chamadas transferências realizadas (lato sensu), tais como o 
pagamento dos juros sobre a divida pública, os subsídios concedidos 
pelo governo bem como os gastos para a manutenção dos regimes de 
assistência e previdência social. 
Sendo assim, a definição correta da assertiva será: 
c) quanto maior for o estoque da dívida, maior será o gasto com juros 
e, conseqüentemente, maior será a diferença entre carga tributária 
bruta e líquida. 
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Gabarito: Letra “c”.
5 – (EPPGG/MPOG – ESAF/2008) Considere a seguinte definição: 
“A necessidade de financiamento do setor público - resultado nominal 
sem desvalorização cambial - corresponde à variação _________ dos 
saldos da dívida líquida, _________ os ajustes patrimoniais efetuados 
no período (privatizações e reconhecimento de dívidas). _________, 
ainda, o impacto da variação cambial sobre a dívida externa e sobre a 
dívida _________ interna indexada à moeda estrangeira (ajuste 
metodológico).” Completam corretamente a definição acima as 
seguintes palavras, respectivamente: 
a) nominal, incluídos, Inclui, mobiliária 
b) real, deduzidos, Inclui, líquida 
c) real, deduzidos, Inclui, mobiliária 
d) nominal, deduzidos, Exclui, mobiliária 
e) nominal, incluídos, Inclui, bruta 
Comentários: 
Trata-se da própria definição exposta na aula. 
NFSP sem desvalorização cambial: corresponde à variação nominal dos 
saldos da dívida líquida, deduzidos os ajustes patrimoniais efetuados 
no período (privatizações e reconhecimento de dívidas). Exclui, ainda, 
o impacto da variação cambial sobre a dívida externa e sobre a dívida 
mobiliária interna indexadaà moeda estrangeira (ajuste 
metodológico). Abrange o componente de atualização monetária da 
dívida, os juros reais e o resultado fiscal primário. 
Gabarito: Letra “d”.
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6 – (Consultor de Orçamento/Senado Federal – FGV-RJ/2008) A 
respeito das Necessidades de Financiamento do Setor Público, é 
correto afirmar que: 
(A) as Necessidades de Financiamento do Setor Público servem para apurar o 
montante de recursos que o setor público financeiro e não-financeiro necessita 
captar com o setor financeiro interno e/ou externo, além de suas receitas 
fiscais, para fazer face aos seus dispêndios. 
(B) a apuração do resultado “acima da linha” é feita a partir da variação líquida 
do estoque da dívida pública. 
(C) a apuração do resultado “abaixo da linha” parte da execução orçamentária, 
isto é, dos fluxos de receitas e despesas do governo. 
(D) em nível federal, o resultado dos orçamentos fiscal e da seguridade social 
recebe o nome de "Necessidades de Financiamento do Governo Central", 
enquanto o resultado do orçamento de investimentos recebe o nome de 
"Necessidades de Financiamento das Empresas Estatais". 
(E) um dos principais problemas para a adequação dos resultados pelo método 
“abaixo da linha” e “acima da linha” no Brasil é a não-inclusão, nas 
Necessidades de Financiamento do Setor Público segundo o resultado "acima 
da linha", das operações primárias do Banco Central. 
Comentários: 
Esta questão aborda os conceitos pertinentes aos métodos “acima da linha” e 
“abaixo da linha”, referentes à mensuração do resultado das contas públicas. 
A – Verifica-se de antemão que o erro desta assertiva é decorrente da 
afirmação de que as NFSP apuraram o montante de recursos que o setor 
público financeiro e não-financeiro necessita captar com o setor financeiro 
interno e/ou externo, além de suas receitas fiscais, para fazer face aos seus 
dispêndios. Conforme verificado, o conceito de setor público utilizado para 
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mensuração da dívida líquida e do déficit público, e, consequentemente, das 
NFSP, é o de setor público não-financeiro adicionado do Banco Central. 
INCORRETA 
B – Também visto nas abordagens realizadas, tem-se que a apuração feita a 
partir da variação líquida do estoque da dívida pública e conhecido como 
critério “abaixo da linha”. Stricto Sensu, as NFSP no conceito nominal
correspondem à mensuração da variação da Dívida Líquida do Setor Público – 
DLSP. 
INCORRETA 
C – Inversamente à assertiva “B”, a apuração do resultado “acima da linha”, e 
não “abaixo da linha” parte da execução orçamentária, ou seja, dos fluxos de 
receitas e despesas do governo. Destaca-se fração do texto da aula: 
“É o chamado critério “acima da linha”, que mede o desempenho fiscal do 
Governo mediante a apuração dos fluxos de receitas e despesas orçamentárias 
em determinado período, a partir da execução do orçamento.” 
INCORRETA 
D – Trata-se de assertiva narrada literalmente no corpo da aula. 
“O resultado dos orçamentos fiscal e da seguridade social recebe o nome de 
“Necessidades de Financiamento do Governo Central”, enquanto o resultado do 
orçamento de investimentos recebe o nome de “Necessidades de 
Financiamento das Empresas Estatais”.” 
CORRETA 
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E – Esta assertiva está incorreta em decorrência dos próprios conceitos iniciais 
narrados em aula que tratam da composição do resultado das contas públicas. 
Vejamos alguns trechos destacados do segundo parágrafo do item 1 da aula: 
“Segundo o Manual de Finanças Públicas do Banco Central, o conceito de setor 
público utilizado para mensuração da dívida líquida e do déficit público é o de 
setor público não-financeiro adicionado do Banco Central. (...) Ainda segundo 
o mesmo Manual, o Banco Central é incluído na apuração da dívida líquida pelo 
fato de transferir seu lucro/prejuízo automaticamente para o Tesouro 
Nacional.” 
INCORRETA 
Gabarito: letra “d”. 
7 – (Economista/DPU – CESPE/2010 – com alterações) Acerca dos 
conceitos relativos ao déficit e dívida públicos, julgue os itens 
seguintes. 
A – A mensuração do déficit com base na execução orçamentária – receitas e 
despesas – representa o conceito acima da linha, que corresponde à medição 
do déficit pelo lado do financiamento, ou seja, pela forma como o déficit foi 
financiado. 
De fato a mensuração do déficit com base no batimento entre receitas 
e despesas é baseado no critério “acima da linha”, apurado pela 
Secretaria do Tesouro Nacional. De todo modo, a medição da forma 
como o déficit é financiado, é feita pelo critério das Necessidades de 
Financiamento do Setor Público – NFSP, caracterizado como o critério 
abaixo da linha e apurado pelo Banco Central do Brasil. 
ERRADO 
B – O déficit fiscal, como proporção do PIB, corresponde ao déficit primário 
acrescido dos juros sobre o estoque da dívida, sendo que o governo financia 
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esse déficit aumentando o endividamento em títulos públicos e não 
considerando a expansão monetária. 
O conceito de déficit fiscal é bastante genérico, vezes associado ao 
déficit operacional, vezes associado ao déficit nominal. Estes déficits, 
atualmente, inclusive se confundem, dado a baixa inflação existente 
no país e o baixo volume da dívida com cláusula de variação cambial. 
Não obstante, mesmo estando correta a primeira parte da questão, a 
segunda está incorreta, uma vez que a expansão monetária é uma das 
formas do governo financiar o déficit. Trata-se pois do uso do chamado 
imposto inflacionário 
ERRADO 
Gabarito: E,E 
8 - (APO/MPOG – ESAF/2008) Com relação às hipóteses teóricas do 
crescimento das despesas públicas, indique a única opção falsa. 
a) Os modelos microeconômicos do crescimento dos gastos públicos são 
desenvolvidos com a finalidade de explicar as variações nas demandas pelos 
produtos finais do setor público. 
b) As mudanças demográficas são uma importante variável para explicar as 
alterações e o crescimento dos gastos públicos, seja pelo acréscimo absoluto 
da população ou por sua própria distribuição etária. 
c) Wagner estabeleceu como lei de expansão das atividades do Estado uma 
situação em que os gastos cresceriam inevitavelmente mais rápido do que a 
renda nacional, em qualquer Estado progressista. 
d) Peacock e Waiseman estabeleceram que o crescimento do setor público, em 
que pese o crescimento da oferta, estaria limitado pelas possibilidades de 
expansão da demanda, a qual, por sua vez, é limitada pela possibilidade de 
crescimento da tributação. 
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e) O grau de urbanização é destacado como variável importante na análise e 
determinação do crescimento dos gastos nas diferentes funções exercidas pelo 
governo. 
Comentários: 
Analisando cada uma das assertivas: 
a) Os modelos microeconômicosdo crescimento dos gastos públicos são 
desenvolvidos com a finalidade de explicar as variações nas demandas pelos 
produtos finais do setor público. 
Cada uma das hipóteses teóricas está relacionada a uma forma de 
modelagem microeconômica para explicar o crescimento das despesas 
públicas. 
b) As mudanças demográficas são uma importante variável para explicar as 
alterações e o crescimento dos gastos públicos, seja pelo acréscimo absoluto 
da população ou por sua própria distribuição etária. 
Assertiva correta. Conforme destaca Rostow, o Estado necessita 
ampliar os seus investimentos nos serviços sociais, face ao processo 
da própria evolução da expectativa e da qualidade de vida da 
população. 
c) Wagner estabeleceu como lei de expansão das atividades do Estado uma 
situação em que os gastos cresceriam inevitavelmente mais rápido do que a 
renda nacional, em qualquer Estado progressista. 
A afirmativa feita refere-se exatamente à proposição teórica de 
Wagner narrada anteriormente. 
d) Peacock e Waiseman estabeleceram que o crescimento do setor público, em 
que pese o crescimento da oferta, estaria limitado pelas possibilidades de 
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expansão da demanda, a qual, por sua vez, é limitada pela possibilidade de 
crescimento da tributação. 
Na verdade, segundo os autores, o crescimento do setor público, em 
que pese o crescimento da demanda (em termos de atendimento às 
suas necessidades), estaria limitado pelas possibilidades de expansão 
da oferta, a qual, por sua vez, é limitada pela possibilidade de 
crescimento da tributação. 
e) O grau de urbanização é destacado como variável importante na análise e 
determinação do crescimento dos gastos nas diferentes funções exercidas pelo 
governo. 
Estas são as explicações dadas por Musgrave e Musgrave quanto aos 
estágios de desenvolvimento das sociedades. 
Gabarito: letra “d”.
9 - (APO/MPOG – ESAF/2008) Ao longo da história e, principalmente, 
nos dois últimos séculos, a participação do Estado na economia vem 
crescendo por várias razões. Identifique a única opção incorreta no 
que se refere às razões do crescimento da participação do setor 
público na atividade econômica. 
a) Durante períodos de guerra, a participação do Estado na economia 
aumenta, mas o gasto público se reduz. 
b) Mudanças tecnológicas, como, por exemplo, a inovação do motor de 
combustão significou maior demanda por rodovias e infra-estrutura. 
c) Crescimento da renda per capita, que gera um aumento da demanda de 
bens e serviços públicos. 
d) Novos grupos sociais passaram a ter maior presença política, demandando 
assim novos empreendimentos públicos. 
CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES 
 ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO PARA ECONOMISTA 
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
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e) Mudanças da Previdência Social, pois, à medida que essa instituição passou 
a ser também um instrumento de distribuição de renda isso levou a uma 
participação maior do Estado no mecanismo previdenciário. 
Comentários: 
a - Conforme bastante discutido na análise da questão anterior, referente às 
explicações de Peacock e Wiseman para a expansão dos gastos públicos, a 
participação do Estado na economia aumenta, em decorrência especialmente 
do aumento do gasto público para atendimento das necessidades 
momentâneas vividas pelos países. Segundo os autores os gastos são 
financiados pelo aumento da tributação. 
Assertivas b, c, d e e. 
Estas estão todas destacadas nas hipóteses teóricas destacados na explicação 
da questão anterior. 
Gabarito: letra “a”.

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