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Microeconomia Aula 00

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Curso Online – Microeconomia para o BNDES 
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia 
Teoria e Exercícios 
Prof. César Frade 
Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 1
Olá pessoal! 
Primeiramente, irei fazer uma breve apresentação. Meu nome é César de 
Oliveira Frade, sou funcionário de carreira do Banco Central do Brasil 
aprovado no concurso de 1997. No início de 2010, retornei ao Banco Central 
após ficar cedido por alguns anos a outro órgão federal e de ter gozado licença 
interesse para dar aulas para concursos públicos. 
De 2005 a 2008 fui Coordenador-Geral de Mercado de Capitais na Secretaria 
de Política Econômica do Ministério da Fazenda, auxiliando em todas as 
mudanças legais e infralegais, principalmente aquelas que tinham ligação 
direta com o Conselho Monetário Nacional – CMN. 
Sou professor de Finanças, Microeconomia, Macroeconomia, Conhecimentos 
Bancários, Sistema Financeiro Nacional, Mercado de Valores Mobiliários, 
Estatística e Econometria. Leciono na área de concursos públicos desde 2001, 
tendo dado aula em mais de uma dezena de cursinhos em várias cidades do 
país, desde presenciais até via satélite. 
No início da carreira pública, trabalhei com a emissão de títulos da dívida 
pública externa no Banco Central do Brasil, assim que tomei posse. 
Sou formado em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Minas Gerais – 
UFMG. Possuo uma Pós-graduação em Finanças e Mercado de Capitais pelo 
IBMEC, outra em Derivativos para Reguladores na Bolsa de Mercadorias e 
Futuros – BM&F e uma especialização em Derivativos Agrícolas pela Chicago 
Board of Trade – CBOT1. Sou Mestre em Economia2 com ênfase em Finanças na 
Universidade de Brasília e o Doutorado, pela mesma Universidade, está 
faltando apenas a defesa da Tese3, sendo que os créditos já foram concluídos. 
Exatamente pelo fato de a maioria de vocês nunca ter visto a matéria e o 
nosso tempo ser muito curto, tentarei nesse curso mostrar da forma mais clara 
o que está sendo pedido no Edital. É claro que para exaurir toda a matéria, 
 
1 A Chicago Board of Trade - CBOT é a maior bolsa de derivativos agrícolas do mundo. 
2A dissertação “Contágio Cambial no Interbancário Brasileiro: Uma Análise Empírica” defendida em 2003 foi 
publicada na Revista da BM&F, o paper aceito na Estudos Econômicos e em alguns dos mais importantes Congressos 
de Economia da América Latina – LAMES. Versava sobre o risco sistêmico a ser propagado via mercado de câmbio e 
as contribuições da Câmara de Compensação de Câmbio da BM&F para a mitigação desse risco. 
3 Tese de Doutorado é um parto e a gestação já está durando alguns anos. Acho que pode ser que ela não saia. 
 
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Teoria e Exercícios 
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desde a parte básica até a avançada seriam necessárias inúmeras aulas. Mas 
não temos esse tempo. Sejamos práticos. Irei pegar as últimas provas da 
Cesgranrio para não Economistas e também a última do BNDES para seguir a 
linha da Banca neste curso e não colocar nada muito além do necessário. 
Se compararmos a parte de micro e de macro, vemos que micro é muito mais 
extenso e complexo para esta prova. 
Possuo um estilo peculiar de dar aulas. Prefiro tanto em sala quanto em aulas 
escritas que elas transcorram como conversas informais. Entretanto, quando 
tenho que dar aulas de Teoria, gosto de explicar não apenas a matéria, mas 
também a forma como vocês devem raciocinar para acertar a questão. 
Acredito que todos aqui estão muito mais interessados em passar no concurso 
do que aprender tudo de Microeconomia. 
Desta forma, estarei fazendo uma mescla entre um papo informal (papo que 
ocorrerá sempre que for possível) e a teoria formal. Mas nunca deixarei de 
ensinar qual o raciocínio que vocês devem utilizar para acertar as questões. 
Acredito que a matéria sendo exposta de forma informal torna a leitura mais 
tranqüila e isso pode auxiliar no aprendizado de uma forma geral. Exatamente 
por isso, utilizo com freqüência o Português de uma forma coloquial. 
Assim, a “Aula Demonstrativa” mostrará para vocês um pouco do que será 
esse curso. Será uma aula bem menor que as outras, mas é apenas para 
vocês sentirem o gostinho de que essa matéria não é tão complicada como a 
maioria pensa. Não há a necessidade de nenhum conhecimento prévio de 
Economia. 
Serão pelo menos, 200 páginas dissecando o assunto de forma clara e 
objetiva, mostrando a vocês como devem raciocinar para conseguir êxito na 
prova. Além disso, nestas aulas resolveremos mais de 80 questões acerca de 
todos os assuntos. 
As questões serão TODAS de provas anteriores e darei preferência a questões 
da CESGRANRIO, mas terei que utilizar outras bancas como a ESAF e o 
CESPE com o objetivo de cobrir todos os assuntos tanto na teoria quanto nos 
exercícios. 
 
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Conteúdo Programático (1 aula por semana – Sextas-feiras): 
Aula 0 – 24/01/2011 
Demanda. 
Aula 1 –11/02/2011 
Oferta, Equilíbrio e Elasticidades. 
Aula 2 – 18/02/2011 
Teoria do Consumidor – Parte 1 
Aula 3 – 25/02/2011 
Teoria do Consumidor – Parte 2 
Aula 4 – 04/03/2011 
Teoria da firma; economias e deseconomias de escala. 
Aula 5 – 11/03/2011 
Oferta em mercados competitivos; monopólio e concorrência monopolística; 
Aula 6 – 18/03/2011 
Oligopólios. Externalidades; categorias de bens: privados, públicos, comuns e 
naturais 
Espero que este curso seja bastante útil a você e que possa, efetivamente, 
auxiliá-lo na preparação para o concurso do BNDES. 
As dúvidas serão sanadas por meio do fórum do curso, a que todos os 
matriculados terão acesso. Caso tenha exercícios da matéria e queira me 
enviar, farei todos os esforços para que eles sejam, à medida do possível, 
incluídos no curso. Envie para meu e-mail abaixo (e-mail do Ponto). 
As críticas ou sugestões poderão ser enviadas para: 
cesar.frade@pontodosconcursos.com.br. 
Finalmente, gostaria de dizer a vocês que muito mais do que saber toda a 
matéria, é importante que você saiba fazer uma prova e esteja tranqüilo neste 
momento! Portanto, tente aprender a matéria mas certifique-se que você 
 
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entendeu como deve proceder para marcar o “X” no lugar certo. Não interessa 
saber a matéria, interessa marcar o “X” no lugar certo e ver o nome na lista. 
Prof. César Frade 
Janeiro/2011 
 
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1. Microeconomia 
A economia possui recursos escassos e a microeconomia estuda a melhor 
forma de aproveitar esses recursos que são colocados à disposição das 
pessoas. 
Enquanto a macroeconomia estuda os problemas existentes em um país, a 
microeconomia se preocupa com as decisões individuais das pessoas e 
empresas. 
Logo, para que você otimize o seu aprendizado, pense sempre nas suas 
decisões individuais para cada situação proposta no curso. Tentarei mostrar a 
vocês algumas situações inusitadas queilustrariam bem cada momento. 
Na verdade, acho que está na hora de passarmos para a matéria propriamente 
dita. Vamos lá? 
2. Curva de Demanda 
A curva de demanda informa a quantidade a ser consumida de um 
produto a cada nível de preço. 
De uma forma geral, sabemos que quanto maior for o preço de um bem menos 
as pessoas querem adquirir daquele bem. Veja que estou falando de uma 
forma geral, claro que existem exceções. 
Imagine que você adore feijão ou carne. Se o preço do quilo do feijão subir, a 
sua tendência não seria reduzir o consumo do bem? Pois bem, se todos 
pensassem e tomassem atitudes dessa forma, a demanda coletiva do bem 
feijão cairia com essa alta de preço. 
Portanto, o normal na atitude das pessoas é reduzir o consumo quando há 
aumento no preço do bem e aumentar o consumo quando o preço do 
bem for reduzido. 
 
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Suponhamos que o bem esteja com o preço P1, conforme mostrado no 
desenho acima. Com esse preço, os consumidores estariam demandando uma 
quantidade Q1 e, portanto, estariam sobre o ponto 1 da curva de demanda. 
Se por um motivo qualquer (por exemplo, grande produção agrícola daquele 
bem) o preço cair para P2, haverá um conseqüente aumento da quantidade 
demanda para Q2. 
Imagine que o preço da carne caia 50%. Você concorda que a sua demanda 
por carne será aumentada? Por exemplo, ela poderá passar de Q1 para Q2. 
Esses bens que atendem à referida Lei da Demanda são chamados de Bens 
Comuns. 
Entende-se como bens comuns aqueles bens em que as pessoas reduzem o 
seu consumo quando ocorre um aumento no preço ou quando as pessoas 
aumentam o seu consumo quando os preços são reduzidos. O livro do Varian 
define o bem comum exatamente como expus acima. 
 
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Matematicamente, podemos definir os bens comuns da seguinte forma: 
Bem Comum 0 ≤∂
∂⇔
X
X 
D
p
Q
 
Entretanto, existem algumas exceções. Imagine que uma farmácia esteja 
colocando o preço de um remédio na promoção. Será que pelo fato de o preço 
do remédio estar mais barato, você irá comprar e consumir mais daquele 
remédio? 
Se o preço do sal cair em 30%, isso fará com que você compre mais sal e 
coloque mais sal na comida? 
A resposta para essas duas perguntas é NÃO. As pessoas não irão alterar o 
consumo desses produtos porque houve variação em seus preços. Mas estas 
exceções são menos importantes e iremos estudá-las mais à frente. 
Você acha que uma pessoa poderá reduzir o consumo de um bem quando o 
preço desse bem for reduzido? Ou seja, será que a queda do preço de um 
produto pode induzir o consumidor a comprar menos daquele produto? 
É intrigante essa situação mas a resposta é SIM. É possível que uma pessoa 
reduza o consumo de um bem pelo fato de o preço do produto ter caído. 
Fazendo isso, ela passaria a ter uma quantidade maior de recursos para 
adquirir outros bens. Veja o exemplo. 
Suponha que um consumidor esteja comendo batata no café da manhã, batata 
no almoço e batata no jantar. Ele repete esse cardápio há 30 dias. Será que se 
o preço da batata cair, o consumidor irá consumir mais batata? A resposta é 
não. Se o preço da batata cair, esse consumidor dará graças a Deus por isso 
pois sobrarão mais recursos para a aquisição de um outro bem e, assim, 
poderá reduzir a quantidade demandada de batata. 
Esses são os chamados Bens de Giffen. Vamos a um exemplo. 
 
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Imagine que você tenha uma verba mensal de R$ 600,00 para fazer os seus 
almoços e deverá dividi-la entre as duas possibilidades existentes, quais 
sejam: sanduíche ou filé com fritas. De início, te digo que você preferiria 
sempre filé a sanduíche. Entretanto, o preço de uma refeição de filé custa, 
atualmente R$ 30,00 enquanto que o sanduíche custaria R$ 20,00. 
Assim sendo, se você tem esses preços e essa renda, a melhor forma de 
conseguir almoçar que individuo teria seria comendo apenas sanduíche nos 
trinta dias. Assim, estaria gastando a totalidade de sua verba mensal com 
sanduíche. Mas observe, essa pessoa prefere comer filé a sanduíche e não 
come filé todo dia senão os recursos acabariam em vinte dias e ela teria que 
ficar dez dias sem almoço. 
Suponha agora que o preço do sanduíche caia pela metade, ou seja, passe 
para R$ 10,00. A idéia inicial seria a de que se o preço do sanduíche caiu, o 
indivíduo deveria comer mais sanduíche, certo? Nesse caso, errado. 
Errado, porque a queda no preço do sanduíche fez com que sobrasse dinheiro 
e esse recurso poderia ser destinado a um bem que fizesse o consumidor mais 
feliz. Observe que se o consumidor continuar comprando apenas sanduíche, 
seu custo mensal de almoço passaria para R$300,00. Ele teria R$300,00 ainda 
para gastar. 
 
Sendo assim, qual seria a melhor escolha para o consumidor? 
A melhor escolha seria comer quinze dias de filé e quinze dias de sanduíche. 
Dessa forma, estaria gastando R$ 450,00 com o almoço de filé e R$ 150,00 
com o sanduíche. 
Veja que o sanduíche é um bem de Giffen pois uma queda em seu preço 
provocou uma redução na quantidade demandada. 
No entanto, guarde, um bem só pode ser classificado conforme sua situação, 
conforme o enredo da questão. Um bem de Giffen para uma determinada 
pessoa pode não ser comum para outra. 
Certa vez, dando uma aula, um aluno me perguntou: Professor, você não vai 
explicar o que é Bem de Veblen? 
 
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Eu respondi: Bem de quem?? 
Ele falou: Bem de Veblen. 
Respondi: Nunca ouvi falar nisso. Onde você leu isso? 
Ele responde: um professor me indicou um livro que fala desse bem. 
Enfim esse foi o papo que tive com o aluno. Chegando em casa peguei o 
Varian e ele não falava nada, Pindyck não tinha nada, Mas-Colell muito menos. 
No dia que tinha aula na UnB (estava fazendo meu Doutorado) perguntei à 
minha orientadora e ela me respondeu: Bem de quem?? Ela sugeriu que eu 
perguntasse ao professor de micro, doutor em uma TOP 5 americana. E lá fui 
eu. Professor, o que é Bem de Veblen? E ele responde, nunca ouvi falar. 
Enfim... 
Fui ao Google e descobri. Era um economista nascido em 1857 e que veio a 
falecer em 1929 (ninguém nem sabia quem era Keynes na época). Pelo que li, 
ele vivia sempre em conflitos com os outros acadêmicos da época e tinha 
idéias bastante independentes. Ficou conhecido como bem de Veblen aquele 
bem que com um aumento no preço teria um aumento na demanda. 
Dito isso, queria dizer a vocês para esquecerem isso. Não existe essa 
definição nem no Varian, Pindyck, Mas-Collel ou Ferguson. Logo, não podemos 
levar em consideração, ou melhor, não devemos levar em consideração, na 
minha opinião, esse tipo de bem. 
O Mas-Collel define bem de Giffen da seguinte forma: 
“Although it may be natural to think that a fall in a good´s price will 
lead the consumer to purchase more of it, reverse situation is not an 
economic impossibility. Good L is saidto be a Giffen good at (p,w) if 
( )
0 
, >∂
∂
L
L
p
wpx 
.” 
Com isso, podemos deduzir: 
 
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Bem de Giffen 0 >∂
∂⇔
X
X 
D
p
Q
 
2.1. Fatores que alteram a quantidade demandada 
São cinco os fatores que podem modificar a quantidade demandada. São eles: 
• Preço; 
• Renda; 
• Preço de Produtos Relacionados; 
• Gosto; e 
• Expectativas 
a) Preço 
Esse princípio já foi anunciado. Em geral, uma variação no preço do produto 
provoca uma alteração na quantidade demandada do mesmo. Importante 
ressaltar que apesar de o examinador cobrar com bastante freqüência 
questões acerca do Bem de Giffen, devemos pensar nesse bem apenas como 
uma exceção. Tendo em vista o fato de já termos discutido exaustivamente 
seu funcionamento, a partir de agora vamos tratar dos bens que possuem uma 
relação preço-quantidade inversamente proporcional. 
Observe que a curva de demanda é uma função que exprime a quantidade 
demandada pelos consumidores em função do preço do bem. 
Matematicamente, temos: 
QD = a – bP 
Sendo a e b constantes positivas. E o sinal negativo mostra que a curva de 
demanda é negativamente inclinada. Sendo assim, quando aumentamos o 
preço do bem, haverá uma variação na quantidade demandada do mesmo e, 
portanto, um deslocamento SOBRE a curva de demanda. Veja a figura abaixo. 
 
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b) Renda 
Uma variação na sua renda, poderá provocar uma alteração na quantidade 
demandada do bem. 
Se eu te perguntar, o que ocorreria com a demanda de um bem se você 
passasse nesse concurso público e, portanto, tivesse a sua renda aumentada? 
Provavelmente, você me responderia que esse aumento na sua renda 
provocaria um aumento na quantidade demandada do bem. 
Veja bem. Se atualmente você compra um curso de microeconomia do Ponto 
dos Concursos, será que quando você passar no concurso e a sua renda for 
majorada, você irá comprar dois cursos de microeconomia? Você me disse que 
quando passar no concurso comprará muito mais cursos do Ponto, não foi 
isso? 
Pois bem. Já vimos que as coisas não funcionam assim. Existem alguns bens 
que você gosta de consumir (não é o caso de microeconomia) e existem outros 
 
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que a situação te faz consumir. Muito provavelmente, quando a sua renda 
aumentar você irá aumentar o consumo daqueles bens que você gosta de 
consumir mas que ainda não consome em uma quantidade adequada. No 
entanto, aqueles bens que você não gosta mas que consome por necessidade 
(como esse curso) podem ter o seu consumo reduzido com o aumento da 
renda. 
Isso dará origem a dois tipos distintos de bens. Serão os bens inferiores e os 
bens normais. 
Se não entenderam, não fiquem preocupados. Explico de novo e de uma forma 
mais clara. 
Se um consumidor tiver a sua renda aumentada e, com isso, optar por reduzir 
o consumo de um bem, esse bem será chamado de inferior. 
Já imagino que vocês devam estar com uma certa dúvida. Sempre pergunto 
em sala: Se o seu salário aumentar, o que ocorrerá com o seu consumo dos 
bens. E a galera em peso responde: aumentará. No entanto, isto não está 
correto. 
Imagine um bem que você não goste, mas consome porque não tem condições 
de comprar um outro bem melhor, o que você gosta. Vou dar um exemplo que 
ocorreu comigo mesmo. 
Antes de passar em um concurso público, fui morar em Brasília para trabalhar 
como engenheiro. Foi uma época difícil, despesa com moradia aqui não é nada 
barata e o salário de engenheiro, na época, bem baixo. Portanto, era sempre 
necessário economizar para não ter que ficar pedindo dinheiro para meu pai. 
Um bem que não me agrada, em nenhuma hipótese, é carne de frango. Eu não 
gosto mesmo, mas quando tenho que comer, só o faço se for peito de frango. 
Mas duro, sem grana, morando em uma cidade cara, tinha que abrir uma 
exceção. Éramos 7 dividindo uma casa (uma república com três homens e 
quatro mulheres), todos sem dinheiro. Então, ficou decidido que comeríamos 
frango três vezes por semana (segunda, quarta e sexta), pois, na época, o 
frango custava algo em torno de R$ 1,00 / quilo. 
 
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Conclusão: na minha cesta de consumo tinha o frango, entre outros 
bens. 
Um ano depois passei no concurso do BACEN. Te pergunto: Você acha que, por 
ter passado no concurso e estar recebendo um salário maior, eu aumentei o 
consumo de frango? Claro que não. Na verdade, quase deixei de comer 
frango. 
Logo, vimos que um aumento de renda pode provocar uma redução na 
quantidade demandada de um bem. Se isso ocorrer, dizemos que esse bem é 
inferior. 
Portanto, bens inferiores são aqueles que: 0 <∂
∂
R
Q XD . Observe que se a sua 
renda reduzir e a demanda pelo bem aumentar, esse bem também é inferior. 
Matematicamente: 
Bem Inferior 0 <∂
∂⇔
X
X 
D
R
Q
 
Conclusão: Se a demanda pelo bem for em uma direção e a renda na direção 
oposta, esse bem será considerado inferior. 
No entanto, alguns dos bens que eu consumia antes de passar no concurso me 
deixavam satisfeitos. Esses bens tiveram um aumento de consumo quando 
a renda aumentou. Entre eles, podemos citar, no meu caso, viagens, 
picanha, filé mignon, entre outros. 
Segundo Hal Varian: 
“Normalmente pensaríamos que a demanda por um bem aumenta 
quando a renda aumenta. Os economistas, com uma falta singular de 
imaginação, chamam esses bens de normais.” 
Portanto, gravem: o inverso dos bens inferiores são os bens normais. 
 
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Matematicamente, dizemos que um bem é normal: 
Bem Normal 0 ≥∂
∂⇔
X
X 
D
R
Q
 
Observe que uma mudança na renda poderá proporcionar uma mudança na 
quantidade demandada do bem mesmo sem que ocorra a mudança em seu 
preço. Como a função de demanda mostra uma relação entre o preço e a 
quantidade demandada, não teremos o que fazer a não ser DESLOCAR a 
função para que seja possível aumentar a quantidade demandada a um 
determinado nível de preço. Veja na figura abaixo: 
Guarde uma dica. Sempre que o preço alterar a demanda, exatamente pelo 
fato de a curva estar em um plano PREÇO x QUANTIDADE, ocorrerá um 
deslocamento sobre a curva de demanda. Qualquer outra variável que 
 
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modificar a quantidade demandada, exatamente pelo fato de manter o preço 
em um nível constante, provocará um deslocamento da curva de demanda. 
O último detalhe que gostaria de salientar nesse item é que todo bem de 
Giffen é inferior mas nemtodo inferior é de Giffen. Observe o diagrama de 
Venn abaixo: 
Observe que todo bem de Giffen é inferior mas nem todo inferior é de Giffen. 
Vamos voltar a esse assunto na aula de Teoria do Consumidor – Efeito Renda e 
Efeito Substituição. Inclusive faremos questões numéricas sobre esse assunto. 
c) Preço de Produtos Relacionados 
Importante ressaltar que um único bem pode ter várias classificações. Por 
exemplo, ele pode ser normal e comum, inferior e comum, Giffen e inferior. Ou 
seja, não é apenas uma classificação por cada bem. 
Nesse tópico apresentaremos uma outra classificação para os mais variados 
bens. 
Imagine dois bens, por exemplo, manteiga e margarina. Suponha ainda que 
você é uma pessoa indiferente entre o consumo desses bens. Logo, se o preço 
da manteiga sobe, você irá reduzir o consumo da manteiga e substituí-la pela 
margarina. Sendo que esta última terá seu consumo majorado. 
 
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Pois bem, se dois bens tiverem essa característica eles são denominados de 
bens substitutos. Ou seja, se a mudança no preço de um dos bens provocar 
uma mudança na demanda do outro bem eles podem ser substitutos. Serão 
considerados substitutos se o aumento no preço de um bem provocar aumento 
da demanda do outro bem. De forma análoga, dois bens são substitutos se a 
redução no preço de um dos bens provocar redução na demanda do outro 
bem. 
Com isso concluímos que: 
Bens Substitutos 0 >∂
∂⇔
Y
X 
D
P
Q
É importante esclarecer que o símbolo (⇔ ) significa se e somente se. A 
conclusão acima deve ser lida da seguinte forma: 
Os bens são substitutos se 0 >∂
∂
Y
X 
D
P
Q
 for verdadeiro e se 0>∂
∂
Y
X 
D
P
Q 
, os bens são 
substitutos. 
Agora imaginemos a gasolina e o óleo de motor. Se o preço da gasolina 
aumentar, as pessoas tendem a andar menos de carro e, portanto, reduzem a 
demanda por gasolina. Se as pessoas andarem menos de carro passarão mais 
tempo sem efetuar a troca de óleo e, assim, a demanda por óleo de motor 
será reduzida. Recapitulando, um aumento no preço da gasolina reduz a 
demanda por gasolina e, conseqüentemente, reduz a demanda por óleo de 
motor. Esses dois bens são considerados bens complementares. 
Com isso concluímos que: 
Bens Complementares 0 <∂
∂⇔
Y
X 
D
P
Q
 
 
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Observe que está havendo uma mudança na quantidade demandada do bem 
porque o preço de um outro bem está sendo alterado. Dessa forma, haverá um 
deslocamento da curva de demanda, como ocorre no caso da renda. 
d) Gosto 
E possível que o gosto de uma pessoa altere o consumo de um determinado 
bem. Esse consumo poderá ser aumentado ou reduzido. Isto depende do bem 
e de cada pessoa. 
Apesar de esse ser mais um motivo para que haja alteração na quantidade 
demandada, não me lembro de nenhuma questão em prova que isso foi 
cobrado. 
Importante lembrar que essa alteração na quantidade demandada, tendo em 
vista o fato de que o preço do bem não é alterado, provoca um 
DESLOCAMENTO na curva de demanda. 
e) Expectativas 
As expectativas modificam a quantidade demandada. Imagine que após ler 
essa aula, você decidiu se matricular no curso de Micro com a convicção de 
que se tudo for explicado dessa forma, não haverá nada que você não consiga 
compreender muito bem. E aí, você optou por comprar o curso dado que isso 
criou uma expectativa de aumento da probabilidade de passar. Com esse 
aumento, você acaba indo ao Shopping fazer compra e começando a gastar 
por conta, pois houve uma mudança da expectativa. 
Enfim, assim como esse exemplo que coloquei para vocês, vários outros 
podem ser colocados e inventados pelo examinador. O importante é tentar 
notar qual dos itens está alterando a demanda. Se for a expectativa a curva de 
demanda também será DESLOCADA. 
 
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Enunciado para a questão 1 
Considerando a equação de demanda ( )RPPQQ YXDX D ,,= , em que XDQ seja a 
quantidade demandada do bem X; XP , o preço do bem X; YP , o preço do bem 
relacionado Y; e R, a renda do consumidor, julgue os itens subsequentes. 
Questão 1 
(CESPE – MPU - Economista – 2010) – Se 0 >∂
∂
R
QYD , então, o bem X é 
considerado superior. 
Questão 2 
(Cesgranrio – REFAP – Economista Júnior – 2007) – O que acontece quando o 
preço da maçã aumenta? 
a) Aumenta a quantidade demandada de maçãs. 
b) O preço da pêra também aumenta, devido à maior demanda por pêras. 
c) O preço da pêra cai, pois a demanda por esta fruta aumenta. 
d) Certamente a demanda por maçãs aumenta, provocando a alta de seu 
preço. 
e) Certamente a oferta de maçãs aumenta, provocando a alta de seu preço. 
 
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QUESTÕES RESOLVIDAS
Questão 14 
A primeira coisa que devemos fazer é tentar classificar os bens em relação à 
sua quantidade demandada. 
A quantidade demandada informa o quanto que cada consumidor demandaria 
de um determinado bem para cada unidade de preço. Estaremos trabalhando 
em um plano preço x quantidade. Ou seja, a curva de demanda é plotada em 
um espaço em que em uma das direções determinamos o preço do bem e na 
outra direção há a determinação da quantidade do bem. 
Em geral, uma alta no preço faz com que as pessoas reduzam o consumo 
daquele bem específico. Claro que existem exceções e essas serão definidas 
oportunamente. 
Algumas grandezas alteram a quantidade demandada. São elas: 
• Preço; 
• Renda; 
• Preço de Produtos Relacionados; 
• Gosto; e 
• Expectativas 
Se um consumidor tiver a sua renda aumentada e, com isso, optar por reduzir 
o consumo de um bem, esse bem será chamado de inferior. 
Já imagino que vocês devam estar com uma certa dúvida. Sempre pergunto 
em sala: Se o seu salário aumentar, o que ocorrerá com o seu consumo dos 
bens. E a galera em peso responde: aumentará. No entanto, isto não está 
correto. 
 
4 Observe que nas minhas aulas desse curso, a solução dos exercícios tenta sempre trazer informações que agregam no 
conteúdo ministrado e não apenas opto por solucionar a questão sem maiores comentários. Elas serão, em sua maioria, 
resolvidas e terão extensos comentários. 
 
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Para alguns autores, os bens considerados superiores são aqueles que com o 
aumento da renda ocorre um aumento da quantidade demandada. Entretanto, 
esses autores são minoria. Uma outra parte considera bens superiores aqueles 
bens que com o aumento da renda, há um aumento mais que proporcional 
no consumo dos bens e, nesse caso, eles seriam sinônimos de bens de luxo. 
Verificamos que para alguns autores, os bens superiores são 
sinônimos dos normais, para outros formam um subconjuntodos bens 
normais. 
Vejamos o que alguns renomados autores dizem a respeito desses conceitos: 
Segundo Eaton & Eaton5: 
“um bem é normal se o seu consumo aumenta quando a renda 
aumenta, e é inferior se seu consumo diminui quando a renda 
aumenta.” 
Segundo Mas-Colell6, Whinston & Green: 
“A commodity L is normal at (p,w) if 
( )
0 
, ≥∂
∂
w
wpxL ; that is, demand is 
nondecreasing in wealth. If commodity L´s wealth effect is instead 
negative, then it is called inferior at (p,w). If every commodity is 
normal at all (p,w), then we say that demand is normal.” 
Segundo Ferguson7: 
“para os chamados bens “normais” ou “superiores” um acréscimo de 
renda monetária conduz a um acréscimo no consumo, e um 
decréscimo na renda monetária a um decréscimo no consumo.” 
Observamos com isso que autores como Mas-Colell e Varian, que podemos 
considerar entre os mais importantes da atualidade, sequer mencionam a 
 
5 Esse é um livro pouco conhecido no Brasil, mas que me agrada bastante. Algumas passagens só ele consegue ser claro 
o suficiente. 
6 Este livro há pelo menos dez anos é utilizado em cursos de mestrado e doutorado em boa parte das conceituadas 
Universidades ao redor do mundo. Seria uma das bíblias da Microeconomia. Além disto, vou me dar o direito de, 
sempre em caso de dúvida, optar pelo que o Mas-Colell define. 
7 Esse livro foi bastante utilizado nas décadas de 60 e 70. No entanto, atualmente, está esquecido nos armários. 
 
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existência dos bens superiores. O único que faz menção a esse bem é o 
Ferguson. 
No entanto, a questão está claramente errada, pois a equação de demanda 
fornecida é do bem x e ela informa que a quantidade demandada do bem x 
depende do preço do bem x, do preço de y e da renda. Para podermos 
classificar o bem x como normal ou inferior, devemos verificar o que ocorre 
com a demanda desse bem quando há uma variação na renda. 
Por outro lado, se quisermos classificar o bem y como normal ou inferior, 
deveríamos ter acesso à curva de demanda desse bem y e, assim, podermos 
verificar o que ocorreria com essa demanda quando houvesse uma mudança 
na renda. 
Como a curva de demanda fornecida foi a do bem x, não podemos classificar 
(nem afirmar) que o bem y é normal, inferior ou superior. Essas classificações 
só poderiam ser possíveis em relação ao bem x. 
Não é muito comum cair em prova o bem superior, pois os autores possuem 
opiniões diferentes e cobrar uma questão dessa e ter a resposta como CERTO 
só trará problemas para a Banca que deverá examinar uma enxurrada de 
recursos. 
Gabarito: E 
Questão 2 
(Cesgranrio – REFAP – Economista Júnior – 2007) – O que acontece quando o 
preço da maçã aumenta? 
a) Aumenta a quantidade demandada de maçãs. 
b) O preço da pêra também aumenta, devido à maior demanda por pêras. 
c) O preço da pêra cai, pois a demanda por esta fruta aumenta. 
d) Certamente a demanda por maçãs aumenta, provocando a alta de seu 
preço. 
e) Certamente a oferta de maçãs aumenta, provocando a alta de seu preço. 
 
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Resolução: 
Se estamos falando do aumento de preço de um determinado bem, este fato 
pode gerar conseqüências tanto na oferta quanto na demanda deste bem, 
como também em outros bens. 
Inicialmente, assim que o examinador fala em aumento no preço, nosso 
raciocínio já imagina que esse aumento afetará a quantidade demandada do 
bem e que esta cairá. 
Entretanto, várias outras variáveis podem ser afetadas e devemos avaliar cada 
uma delas para não incorrermos em nenhum erro. Vamos a eles? 
No item a, o examinador diz que um aumento no preço das ações provoca um 
aumento da quantidade demandada. Observe que se isso ocorrer, temos um 
bem de GIFFEN, mas só devemos pensar nessa hipótese se o examinador 
estiver falando de uma exceção. Esse não é o caso. Apesar de caber um 
recurso a essa questão, essa não deve ser a resposta pois esse não é o 
padrão. O padrão é a queda da demanda quando ocorrer um aumento do 
preço e como o examinador não usa qualquer palavra restritiva como SEMPRE, 
NUNCA, na minha opinião, não devemos pensar no bem de GIFFEN. 
O item b está correto uma vez que podemos pensar que maçã e pêra são 
bens substitutos. Quando o preço da maçã aumentar, a demanda por maçã cai 
e as pessoas que consumiam maçã passariam a consumir pêra, substituindo 
um bem pelo outro. Dessa forma, haveria aumento no consumo de pêra, 
provocando um deslocamento da curva de demanda, conforme mostrado na 
figura abaixo. Com esse aumento de demanda, as pêras acabariam tendo seus 
preços majorados. 
 
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Os itens C, D e E já estão comentados no item B e estão errados. 
Sendo assim, o gabarito é a letra B. 
Gabarito: B 
Bibliografia 
Eaton & Eaton – Microeconomia, Editora Saraiva – 3ª Edição, 1999. 
Ferguson, C.E. – Microeconomia, Editora Forense Universitária – 8ª Edição, 
1985. 
Mas-Colell, Whinston & Green – Microeconomic Theory, Oxford University 
Press, 1995. 
Pindyck & Rubinfeld – Microeconomia, Editora MakronBooks – 4a Edição, 1999. 
Varian, Hal R. – Microeconomia – Princípios Básicos, Editora Campus – 5ª 
Edição, 2000. 
 
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Galera, 
Terminamos aqui a nossa “Aula Demonstrativa”. Tentei passar para vocês 
nesta aula um pouco de como vai ser o curso, lembrando sempre que irei 
mantê-lo com uma linguagem simples e direta com o intuito de facilitar a 
compreensão. Sempre tentando colocar exemplos do nosso dia-a-dia. Pois o 
que estamos interessados não é em aprender Economia, mas sim em acertar 
as questões da prova, não é mesmo? 
Lembro que serão apresentadas várias questões e elas não serão apenas 
resolvidas. Optarei, em grande parte delas, em fazer a solução além de citar o 
que os vários renomados autores falam sobre o assunto e tecer comentários 
adicionais com o intuito de enriquecer o material. 
A idéia é fazer que você não tenha que recorrer a nenhum outro material de 
microeconomia para fazer essa prova. 
Abraços, 
César Frade

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