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J o s i l d a S a n t o s , C P F : 4 6 8 9 7 8 0 1 4 5 3 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 1 E aí Galera, tudo bem? Vamos começar a nossa penúltima aula de micro? A aula de hoje é de fundamental importância para a prova de vocês. Portanto, tenham certeza de que estão entendendo tudo que está sendo ministrado, pois o índice de incidência em provas da CESGRANRIO é muito, mas muito grande. As críticas ou sugestões poderão ser enviadas para: cesar.frade@pontodosconcursos.com.br. Prof. César Frade Março/2011 J o s i l d a S a n t o s , C P F : 4 6 8 9 7 8 0 1 4 5 3 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 2 8. Teoria de Custos Uma parcela muito importante no estudo da Microeconomia diz respeito à lucratividade dos empresários e dos mais diferentes mercados existentes. Exatamente por isso, temos que estudar os mais diversos tipos de custos existentes. Há uma grande diferença entre o custo contábil e o custo econômico. Tal fato tem que ficar bem claro antes de passar para o momento seguinte da aula. Enquanto o custo contábil mostra os valores efetivamente gastos e os custos realmente incorridos de forma financeira, o custo econômico funciona de uma forma u pouco diferente. Muitas vezes o custo econômico ocorre pelo simples fato de você deixar de fazer algo. Mesmo que tal fato não tenha nenhum impacto financeiro em sua conta de banco, é possível que se tenha um custo. Por exemplo, se eu perguntar para você qual o custo que você está tendo com esse curso. O que me responderia? Não aceito a resposta de que o seu custo é o valor que você pagou por ele. Na verdade, essa é uma parcela do custo. Você ainda tem o custo de estar sentado lendo essa aula, enquanto poderia estar fazendo alguma outra atividade que lhe daria mais prazer do que estudar microeconomia. Existem ainda vários outros custos e é exatamente isso que estudaremos aqui. É muito comum você escutar de alguém que uma determinada atitude ainda vai lhe custar caro, não é mesmo? Vamos falar de aulas para exemplificar esse exemplo. Suponha que você tenha duas opções para uma determinada aula e acaba optando pela mais barata, pensando que as duas lhe darão o mesmo benefício, logo, a mais barata é a melhor. Isso pode ser verdade, mas também pode não ser e se, por acaso, você deixar de passar em uma prova por ter feito a escolha mais barata. Você não acha que essa escolha poderá ter lhe custado muito caro? Pois é, você estaria J o s i l d a S a n t o s , C P F : 4 6 8 9 7 8 0 1 4 5 3 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 3 incorrendo em um custo econômico enorme apesar de ter tido um custo contábil menor. É essa ideia que vocês precisam ter para poder compreender essa parte da aula relativa a custos. Segundo Pindyck: “Os economistas tratam os custos de forma diferente dos contadores, os quais estão preocupados com os demonstrativos financeiros da empresa. Os contadores tendem a visualizar retrospectivamente as finanças da empresa, pois é a sua função manter sob controle os ativos e passivos, bem como avaliar o seu desempenho no passado. Os custos contábeis incluem as despesas com depreciação dos equipamentos de capital, que são determinada com base no tratamento fiscal permitido pelas normas do órgão fazendário (Internal Revenue Service, nos EUA). Os economistas – e esperamos que também os administradores –, por outro lado, tendem a visualizar as perspectivas futuras da empresa. Eles se preocupam com os custos que poderão ocorrer no futuro e com os critérios que serão utilizados pela empresa para reduzir seus custos e melhorar sua lucratividade. Deverão, portanto, estar preocupados com custos de oportunidade, ou seja, os custos associados às oportunidades que serão deixadas de lado, caso a empresa não empregue seus recursos de maneira mais rentável.” Existem 9 tipos de custos na microeconomia. São eles: • Custo de Oportunidade; • Custo Fixo; • Custo Afundado; • Custo Variável; • Custo Total; • Custo Fixo Médio; • Custo Variável Médio; • Custo Médio; e • Custo Marginal. J o s i l d a S a n t o s , C P F : 4 6 8 9 7 8 0 1 4 5 3 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 4 Vamos estudar cada um dos custos separadamente. Iniciando, claro, pelo custo de oportunidade. 8.1. Custo de Oportunidade O custo de oportunidade, em geral, é um custo que você incorre por deixar de fazer algo ou por fazer algo. Normalmente, ele não precisa ser um custo financeiro. Imagine um empresário que comprou um prédio ou galpão para instalar a sua empresa. Ele irá pagar uma determinada quantia (considerável) por esse imóvel. Suponhamos que o preço de aquisição seja da ordem de R$ 2 milhões. Logo de cara, esse projeto desenvolvido pela empresa terá que retornar o valor equivalente à taxa SELIC do recurso gasto com a aquisição do imóvel. Por exemplo, se pensarmos que a taxa SELIC é igual a 10% ao ano, esse projeto que será feito naquele imóvel incorrerá em um custo de oportunidade para o seu proprietário da ordem de R$200.000,00 por ano. Esse valor é o quanto esse empresário deixa de ganhar por ter comprado o imóvel ao invés de manter os recursos no mercado financeiro sendo remunerados a uma taxa SELIC. Por outro lado, ele tem uma possível valorização do imóvel que pode acabar reduzindo o valor dessa parcela do custo de oportunidade. Além disso, esse empresário comprou o imóvel e pretende instalar nele a sua fábrica. Você acha que na estrutura de custo desse empresário deverá constar o aluguel desse imóvel (do qual ele é proprietário??). A resposta é CLARO QUE SIM. O aluguel deverá fazer parte da estrutura de custo do empresário, pois apesar de ele não pagar o aluguel, ele deixa de recebê-lo por optar em instalar uma empresa sua ao invés de alugá-lo. Observe que, nesse caso, não incorre nenhum custo contábil, mas incorre um custo econômico. Ele pode inclusive montar um veículo (um Fundo de Investimento Imobiliário) que será o detentor do imóvel e a empresa pagaria o aluguel para esse fundo J o s i l d a S a n t o s , C P F : 4 6 8 9 7 8 0 1 4 5 3 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 5 que enviará a ele esse valor. Isto é interessante de ser feito, pois recebe, atualmente, alguns benefícios tributários. Imagine que esse proprietário da empresa trabalhe em sua própria empresa. Você acha que ele deve ter o seu salário computado na estrutura de custo da empresa? Seu salário deve guardar alguma proporcionalidade com o lucro da empresa? Você acha que ele deve receber um salário aleatório, um salário que ele julga coerente? Vamos às respostas. Se um empresário trabalha em sua própriaempresa, temos que separar o empresário como “funcionário” da empresa dele e ele como capitalista. Como capitalista ele receberá parte do lucro auferido pela empresa e como “funcionário” ele receberá salário. O salário dele não deve ser o quanto ele acha que deve ganhar, mas sim o custo de oportunidade que ele está incorrendo em prestar serviços para a sua empresa ao invés de estar no mercado de trabalho. Ou seja, ele deve receber um valor idêntico àquele que receberia em outra empresa no mercado de trabalho. Segundo Varian: “Na expressão dos custos, devemos estar certos de que incluímos todos os fatores de produção utilizados pela empresa, a preços de mercados. Normalmente, isso é bastante óbvio, mas em casos em que a empresa é possuída e operada pela mesma pessoa, é possível esquecer alguns dos fatores. Por exemplo, se a pessoa trabalha em sua própria empresa, o trabalho dela é um insumo e deve ser contado como parte dos custos. Sua taxa de remuneração é simplesmente o preço de mercado de seu trabalho – o que ela obteria se vendesse sua força de trabalho no mercado. Do mesmo modo, se um fazendeiro possui alguma terra e a utiliza na sua produção, essa terra deve ser avaliada ao preço de mercado para fins de cálculo de custos econômicos. Temos visto que custos econômicos como esses são frequentemente chamados de custos de oportunidades. O nome provém da ideia de que se você está empregando seu trabalho numa aplicação, perde a oportunidade de empregá-lo em outra parte. Portanto, esses salários J o s i l d a S a n t o s , C P F : 4 6 8 9 7 8 0 1 4 5 3 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 6 perdidos fazem parte dos custos de produção. De maneira semelhante ao exemplo da terra: o fazendeiro possui a oportunidade de arrendar a sua terra a outra pessoa, mas escolhe perder essa renda de aluguel para arrendar a terra para si mesmo. A renda perdida é parte do custo de sua produção.” Outro custo de oportunidade existente que foi citado pelo Varian no texto transcrito acima e que não expliquei anteriormente tem a ver com o custo do insumo. Imagine que uma pessoa tem um restaurante e enquanto ela faz compras de insumos em um supermercado sai uma oferta daquela relâmpago que o funcionário do supermercado fica falando no microfone. Imaginemos que ele esteja oferecendo um pacote talharim da marca que o empresário utiliza por R$5,00, enquanto que o preço normal é R$10,00. O empresário aproveita a oportunidade e enche o carrinho de comprar de talharim, pois é um ingrediente para o seu “carro-chefe”. Quando ele for fazer o levantamento de custo de seu prato, ele deverá considerar o pacote de talharim por R$10,00, pois esse é o custo do insumo, esse é o preço que o talharim custo, normalmente, no mercado apesar de ele ter conseguido adquiri-lo por um preço inferior. Existe ainda outro custo que muitos acabam se esquecendo e que também podemos caracterizá-lo como custo de oportunidade. Ao introduzir o conceito, prefiro que isso seja feito por meio de um exemplo, acho que fica mais simples. Vou utilizar um que sempre gosto de dar em sala de aula e quem já teve um negócio saberá muito bem do que estou falando. Imagine que você tenha montado uma empresa. Imagine que as coisas não estão andando da forma como você imaginou. De noite quando você deita e coloca a cabeça no travesseiro, você começa a se sentir mal, seu estômago começa a doer, você fica ansioso. Neste momento, você não incorre em nenhum custo contábil, mas você está incorrendo em um custo econômico. Talvez você tenha uma pré-disposição menor ao risco e com isso exija um retorno superior àquele que está recebendo no negócio montado. É provável que essa dor no estômago e a ansiedade esteja ocorrendo porque apesar de estar tendo lucro contábil, não J o s i l d a S a n t o s , C P F : 4 6 8 9 7 8 0 1 4 5 3 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 7 acredita que esteja valendo a pena investir nesse negócio pois a incerteza está lhe causando um grande desconforto. Com esse exemplo, eu tentei mostrar que alguns custos são perceptíveis da mesma forma para as mais diferentes pessoas. Entretanto, alguns custos de oportunidade podem ser sentidos de diferentes formas pelas mais diversas pessoas, pois leva em consideração o quanto a pessoa acredita que deveria ganhar, no mínimo, para valer a pena participar daquele negócio. 8.2. Custo Fixo O custo fixo é a parcela do custo que não depende da quantidade produzida. É o custo que existirá, independentemente, da existência de algum nível de produção. Imagine a situação de um cursinho para concurso. Seja ele por internet ou presencial, a empresa estará incorrendo em um custo fixo que seria o aluguel do imóvel, pois ele deve estar presente, fisicamente, em algum local. Imagine um restaurante. Esse restaurante teria como custo fixo tanto o aluguel, quanto um possível condomínio do prédio onde esteja situado, entre outros itens. Esse custo, às vezes, é referido pelos autores como fatores fixos, conforme explicação abaixo dada por um renomado autor. Segundo Varian: “Por definição, os fatores fixos são aqueles que a empresa é obrigada a pagar mesmo que decida produzir zero.” Segundo Pindyck: “Os custos fixos não variam com o nível de produção – devem ser pagos mesmo que não haja produção. Eles podem ser eliminados somente de forma conjunta.” J o s i l d a S a n t o s , C P F : 4 6 8 9 7 8 0 1 4 5 3 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 8 Observe que para uma empresa, o salário pago ao pessoal da administração constitui um custo fixo, pois independentemente de ter ou não produção, a administração estará funcionando. Graficamente, podemos representar o custo fixo como sendo uma reta horizontal no espaço custo x quantidade. Observe que o custo fixo, como o próprio nome diz, será fixo para qualquer quantidade que seja produzido. Sendo, portanto, uma reta horizontal. Se formos representar o custo fixo matematicamente, ele será dado pela parcela do custo que não dependerá da quantidade produzida. De forma genérica podemos representar a estrutura matemática do custo da seguinte forma: ܥݑݏݐ ൌ ܥሺݍሻ ܥ݊ݏݐܽ݊ݐ݁ 8.3. Custo Afundado ou Irrecuperável ou Irreversível O custo afundado é a parcela do custo em que o empresário incorre e que não pode ser recuperada. Imagine uma empresa que opta por fazer uma reforma e pintar suas paredes de uma cor completamente diferente do padrão, por exemplo, laranja. Esse é Custo Fixo J o s i l d a S a n t o s , C P F : 4 6 8 9 7 8 0 1 4 5 3 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 9 um exemplo de custo afundado, pois a empresa não poderá recuperar esse custo em que ela incorreu. Imagine que foi orçada uma barragem e uma determinada empresa resolveu fazê-la. Entretanto, no meio da obrao orçamento foi todo gasto e a obra não foi completada. Todo aquele recurso despendido na obra está afundado pois se a obra não for acabada não haverá a recuperação do investimento e tendo em vista que uma parte dela foi feita, não tem como reaver os gastos. Por fim, suponha um Chef de cozinha que está tentando elaborar novos pratos fazendo combinações exóticas. Ele comprou um tartufo negro para elaborar um prato. Ele utilizou esse ingrediente em um prato e acabou saindo muito ruim a combinação, tanto que o prato foi descartado. Esse é um exemplo de custo afundado e, cá para nós, esse chef pode mudar de profissão, pois estragar um tartufo é um crime. Rsrs Por fim, imagine que uma pessoa foi contratada para analisar a viabilidade econômico-financeira de um projeto. Após fazer vários levantamentos e previsões, ela chegará a uma conclusão. Independentemente da conclusão, ela irá receber os seus honorários pelo serviço utilizado. Portanto, o custo de uma análise econômico-financeira de um projeto não deve ser levado em consideração como custo do próprio projeto e, portanto, não irá impactar a viabilidade do mesmo. Isto ocorre porque de qualquer forma haverá o pagamento do serviço, tendo em vista que este é um custo afundado. Segundo Mas-Collel: “If we are contemplating a firm that could acess a set of technological possibilities but has not yet been organized, then inaction is clearly possible. But if some decision have already been made, or if irrevocable contracts for the delivery of some inputs have been signed, inaction is not possible. In that case, we say that some costs are sunk”. Segundo Varian: “Os custos irrecuperáveis constituem outro tipo de custos fixos. Esse conceito pode ser melhor explicado por meio de um exemplo. J o s i l d a S a n t o s , C P F : 4 6 8 9 7 8 0 1 4 5 3 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 10 Suponhamos que decidimos fazer o leasing de um escritório pelo período de um ano. O aluguel mensal que nos comprometemos a pagar é um custo fixo, posto que somos obrigados a pagá-lo independentemente da quantidade que venhamos a produzir. Suponhamos agora que decidimos reformar o escritório com pintura e aquisição de móveis. A pintura é um custo fixo, mas também é um custo irrecuperável, pois representa um pagamento que, uma vez feito, não pode mais ser recuperado. Já o custo de comprar o mobiliário não é inteiramente irrecuperável porque podemos revendê- lo quando acabarmos de usá-lo. Somente a diferença entre o custo da mobília nova e da usada é que se perde.” 8.4. Custo Variável O custo variável representa a parcela de custo que depende da quantidade produzida. Em uma fábrica, os insumos necessários para a produção do produto final representam custos variáveis. Se em uma padaria que tem como produto principal o pão francês, o aluguel representa um custo fixo, a farinha de trigo e o fermento representam um custo variável. Isto ocorre porque se a produção cair para zero, não haverá a incidência desse tipo de custo. Vou apresentar no próximo tópico a parte gráfica dessa curva. Matematicamente, a parte do custo que se refere ao custo variável é a parcela que depende da quantidade a ser produzida pela firma. ܥݑݏݐ ൌ ܥሺݍሻ ܥ݊ݏݐܽ݊ݐ݁ Custo Variável J o s i l d a S a n t o s , C P F : 4 6 8 9 7 8 0 1 4 5 3 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 11 8.5. Custo Total O custo total é a soma do custo variável com o custo fixo. A curva de custo total tem o mesmo formato da curva de custo variável mas está afastada dessa curva exatamente o valor do custo fixo. É exatamente por esse motivo que a curva de custo total é eqüidistante da curva de custo variável para qualquer quantidade. Veja o gráfico abaixo: Matematicamente, temos: ܥݑݏݐ ܶݐ݈ܽ ൌ ܥݑݏݐ ܨ݅ݔ ܥݑݏݐ ܸܽݎ݅áݒ݈݁ Segundo o Pindyck: “O custo total da produção tem dois componentes: o custo fixo (CF), em que se incorrerá independentemente do nível de produção obtido pela empresa, e o custo variável (CV), que varia conforme o nível de produção.” 8.6. Custo Fixo Médio O custo fixo médio é dado pela razão entre o custo fixo e a quantidade que está sendo produzida. O mais interessante do custo fixo médio é que quanto J o s i l d a S a n t o s , C P F : 4 6 8 9 7 8 0 1 4 5 3 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 12 maior for a produção menor será o custo fixo médio, tendendo, inclusive, assintoticamente a zero. Imagine, novamente, um cursinho para concurso. Grande parte do custo do cursinho presencial, por exemplo, está associado ao pagamento do aluguel, funcionários e professores, além de marketing. O custo de marketing é afundado. Mas o aluguel, funcionário e professor é um custo que depois de começada a turma se torna fixo. Logo, é interessante que se tenha uma turma grande para que se consiga diluir cada vez mais os custos. Matematicamente, podemos mostrar que o custo fixo médio é o seguinte: ܥݑݏݐ ൌ ܥሺݍሻ ܥ݊ݏݐܽ݊ݐ݁ Dividindo os dois lados da equação pela quantidade, temos: ܥݑݏݐ ݍ ൌ ܥሺݍሻ ݍ ܥ݊ݏݐܽ݊ݐ݁ ݍ Observe que a fórmula nos mostra que quanto maior for a quantidade produzida, maior será o denominador e, portanto, menor será o custo fixo médio. Graficamente, temos: Custo Fixo Médio J o s i l d a S a n t o s , C P F : 4 6 8 9 7 8 0 1 4 5 3 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 13 Observe que a curva vai tendendo para zero, mas nunca será igual a zero por maior que seja a quantidade produzida. Isto porque o valor do custo fixo (numerador) é maior do que zero. 8.7. Custo Variável Médio O custo variável médio mostra o valor do custo variável dividido pela quantidade produzida. Matematicamente, temos: ܥݑݏݐ ൌ ܥሺݍሻ ܥ݊ݏݐܽ݊ݐ݁ Dividindo os dois lados da equação por q, temos: ܥݑݏݐ ݍ ൌ ܥሺݍሻ ݍ ܥ݊ݏݐܽ݊ݐ݁ ݍ 8.8. Custo Médio O custo médio é o somatório do custo variável médio com o custo fixo médio. Matematicamente, temos: ܥݑݏݐ ݍ ൌ ܥሺݍሻ ݍ ܥ݊ݏݐܽ݊ݐ݁ ݍ CMe = CVMe + CFMe Graficamente, tanto a curva de custo médio quanto a curva de custo variável médio tem um formato de U. Entretanto, a diferença entre essas duas curvas é Custo Variável Médio J o s i l d a S a n t o s , C P F : 4 6 8 9 7 8 0 1 4 5 3 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 14 exatamente o custo fixo médio. Como com o aumento da quantidade produzida o custo fixo médio vai sendo reduzindo e caindo assintoticamente a zero, as curvas de custo médio e custo variável médio vão se aproximandoà medida que a quantidade vai aumentando. 8.9. Custo Marginal O custo marginal é o acréscimo ao custo total quando a produção é aumentada em uma unidade. Se o produtor opta em produzir uma unidade adicional, o valor do custo de fabricação daquela última unidade, ou seja, o quanto aquela última unidade aumentará o custo de fabricação total é o que chamamos de custo marginal. Segundo Pindyck: “Custo marginal – às vezes definido como custo incremental – é o aumento de custo ocasionado pela produção de uma unidade adicional de produto. Devido ao fato de o custo fixo não apresentar variação quando ocorrem alterações no nível de produção da empresa, o custo marginal é apenas o aumento no custo variável ocasionado por uma unidade extra de produto. Podemos, portanto, expressar custo marginal da seguinte forma: ܥܯ݃ ൌ ∆ܥܸ ∆ܳ ൌ ∆ܥܶ ∆ܳ O custo marginal informa-nos quanto custará aumentar a produção em uma unidade.” Ao colocarmos todos os gráficos de custo médio em apenas um desenho, veremos que o custo marginal corta tanto o custo médio quanto o custo variável médio em seu ponto de mínimo. Veja o gráfico: J o s i l d a S a n t o s , C P F : 4 6 8 9 7 8 0 1 4 5 3 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 15 Não entenderam o motivo? Vou explicar, fazendo uma analogia com a turma que está lendo minhas aulas. Se eu desejasse representar por um número a idade dos alunos que estão matriculados neste curso, qual seria a melhor forma para fazer isso? Poderia coletar as idades de todos os alunos e representar a medida com a média ou com a mediana, não é mesmo? Vamos supor que eu tenha escolhido a média para representar a idade dos alunos que estão matriculados nesse curso. E após coletar todas as idades e dividir pelo número de matriculados tenha achado que a idade média de vocês é de 25 anos. Imagine que após fazer essa pesquisa, um novo aluno se matricula. Esse aluno é o aluno marginal. Não que ele seja um marginal, claro que não, mas ele é o aluno que nos dará a idade marginal. Se esse novo aluno tiver 40 anos, a idade marginal é igual a 40 e, portanto, maior do que a idade média. Dessa forma, ao fazermos uma nova média considerando todos os alunos anteriores e mais esse aluno marginal, a nova média de idade será maior que a média de idade anterior. J o s i l d a S a n t o s , C P F : 4 6 8 9 7 8 0 1 4 5 3 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 16 Se por outro, entrar um aluno nessa turma que tinha idade média igual a 25 anos, com uma idade de 15 anos, ele contribuirá para que haja uma redução na média da idade. Com isso, podemos concluir que se a idade marginal for menor do que a idade média, a nova idade média será menor que a idade média anterior e, portanto, formará uma curva decrescente. E se a idade marginal for maior do que a idade média, a nova idade media será maior que a idade média anterior e, portanto, formará uma curva ascendente. Com isso, podemos concluir que o mesmo que ocorreu com idade pode ocorrer com o custo. Logo, concluímos que a curva de custo marginal corta a curva de custo médio e a curva de custo variável médio no ponto de mínimo. Vamos montar uma tabela para exemplificar esses custos: Vamos imaginar uma empresa que tenha custos fixos iguais a R$1.000,00. Possui um custo variável crescente e, portanto, custo total também crescente. No entanto, o custo marginal que é a variação do custo variável, inicialmente, é descendente e depois ascendente. J o s i l d a S a n t o s , C P F : 4 6 8 9 7 8 0 1 4 5 3 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 17 Podemos ver que esses dados presentes na Tabela mostram curvas com formatos parecidos com o que encontramos no gráfico acima. 8.10. Economia de Escala e Economia de Escopo Dizemos que uma produção possui economia de escala se ela tiver rendimento crescente de escala, apesar de esse não ser mais um conceito utilizado nessas situações1. Por exemplo, um curso como esse que você estão fazendo tem rendimento crescente de escala. Isto ocorre porque não interessa quantos alunos estão matriculados, o custo que tenho para confeccionar a aula é o mesmo. O meu custo é representado pelo número de horas que tenho que ficar sentado escrevendo, também pelas pesquisas que tenho que fazer para procurar exercícios compatíveis com o concurso que vocês estão estudando e o tempo gasto com as respostas no fórum. Somente este último custo é variável. Além do meu custo, devemos considerar o custo do cursinho. À medida que um aluno faz a matrícula, ele passa a demanda um canal no servidor, acesso ao site e assim por diante. Para a empresa, o custo é praticamente todo variável. Entretanto, o maior custo que se enfrenta é o fixo, é o de “fabricar” a aula. No entanto, com o passar do tempo, consigo escrever a mesma coisa em um tempo menor, fato que vai reduzindo o meu custo. Além disso, à medida que vamos aumentando o número de alunos em sala pouco é acrescido ao custo final e, portanto, esse é um produto que tem rendimento crescente de escala ou economia de escala. Por outro lado, se houver deseconomia de escala isso significa que há uma espécie de rendimento decrescente de escala no processo de produção, apesar de esse conceito não ser utilizado. Segundo Pindyck: 1 Mas para ficar mais simples, vamos tratar dessa forma, pois vocês compreenderão o conceito e irão entender mais à frente o motivo de isso não poder ser denominado dessa forma. J o s i l d a S a n t o s , C P F : 4 6 8 9 7 8 0 1 4 5 3 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 18 “No longo prazo, poderia vir a ser do interesse da empresa modificar a proporção dos insumos à medida que o nível de produção se modifique. Quando são modificadas as proporções entre os insumos, o conceito de rendimento de escala não mais se aplica. Ao contrário, dizemos que a empresa apresenta economias de escala quando ela é capaz de duplicar a produção com menos do que o dobro dos custos. Da mesma forma, existem deseconomias de escala quando a duplicação da produção corresponde a mais do que o dobro dos custos. O termo economias de escala abrange os rendimentos crescentes de escala como um caso especial, sendo, porém, mais amplo pois permite que as combinações de insumos sejam alteradas à medida que a empresa varie seu nível de produção.” Agora vocês devem estar questionando o que seria economia de escopo, não é mesmo? Para entender de forma mais simples o que significa economia de escopo, tentarei falar para vocês um exemplo. Trabalhei em uma empresa que tinha exatamente essa característica, de uma produção que possuía uma economia de escopo. Entretanto, como o produto dela era algo muito específico, acho que será melhor colocar um outro exemplo,pois ficaria mais simples de compreender. Imagine uma gráfica que encaderne livros, livros de economia para concurso, por exemplo. Os livros são escritos e ela faz a impressão e encadernação. A gráfica utiliza papel do tipo ofício mas os livros são menores e, portanto, há a necessidade de se cortar o papel. Ao invés dela jogar o papel cortado no lixo, ela optou em fazer pequenos blocos de anotações e vendê-los. O custo que essa empresa tem de fabricar os livros e os pequenos blocos ao mesmo tempo é menor que o custo que teria uma empresa que optasse por fabricar os livros somado ao custo de outra empresa que fabricasse os blocos de anotações. Segundo Pindyck: “Em geral, as economias de escopo encontram-se presentes quando a produção conjunta de uma única empresa é maior do que as produções obtidas por duas empresas diferentes, cada uma J o s i l d a S a n t o s , C P F : 4 6 8 9 7 8 0 1 4 5 3 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 19 produzindo um único produto (com equivalentes insumos de produção alocados entre as duas empresas separadas).” Questão 65 (Empresa de Pesquisa Energética – CESGRANRIO – 2007) – Considere os gráficos das curvas de custo marginal e de custo médio em função da quantidade produzida, e marque a afirmativa INCORRETA. a) A curva de custo marginal passa pelo mínimo da curva de custo médio. b) O custo marginal mostra a variação do custo total quando a produção aumenta. c) O custo médio pode ser menor que o custo marginal. d) O custo médio mostra a variação do custo marginal quando a produção aumenta. e) Quando o custo médio é crescente, o custo marginal é maior que o custo médio. Questão 66 (Empresa de Pesquisa Energética – CESGRANRIO – 2006) – Dada a função de custos totais CT(q) = 50 + 3q2– 10q, no qual q é a quantidade produzida, o custo médio da empresa é dado por: a) 6q – 10 b) 500 c) 100 d) 50/q + 6q –10 e) 50/q + 3q – 10 Questão 67 (Petrobrás – Economista Junior – CESGRANRIO – 2005) – Sejam C(a) e C(b) os custos de produção individual dos bens a e b, respectivamente, enquanto J o s i l d a S a n t o s , C P F : 4 6 8 9 7 8 0 1 4 5 3 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 20 C(a,b) representa o custo da produção conjunta dos referidos bens. Ocorrerá economia de escopo quando: a) [C(a) + C(b)] > C(a,b) b) [C(a) + C(b)] = C(a,b) c) [C(a) + C(b)] < C(a,b) d) C(a) > C(b) e) C(a) < C(b) Questão 68 (TJ Rondônia – Economista Junior – CESGRANRIO – 2008) – Considere os custos de uma empresa como função da quantidade produzida. O custo marginal de produção é a) sempre menor que o custo total médio. b) nulo quando não houver custo fixo. c) igual ao custo total médio, quando este for mínimo. d) igual ao custo variável médio. e) maior que o custo total médio, quando este decrescer com o aumento da produção. Questão 69 (SECAD – Economista – CESGRANRIO – 2004) – J o s i l d a S a n t o s , C P F : 4 6 8 9 7 8 0 1 4 5 3 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 21 Quanto às curvas de custos no gráfico acima, é correto afirmar-se que o(a): a) custo fixo médio sempre sobe com o aumento da quantidade produzida. b) custo variável médio, de forma geral, cai com o acréscimo de produção. c) custo marginal mostra a diminuição dos custos totais decorrente da produção de uma unidade adicional. d) curva do custo marginal cruza a curva do custo total médio no ponto em que o custo total médio é máximo. e) curva de custo marginal corta a curva de custo total médio no ponto de escala eficiente. Questão 70 (TCU/RO – Economista – CESGRANRIO – 2007) – Marque a afirmação correta, a respeito do custo médio e do custo marginal. a) O custo médio é sempre maior que o custo marginal. b) O custo médio e o custo marginal são sempre iguais. c) Se o custo médio decrescer com o aumento da quantidade produzida, o custo marginal será inferior ao custo médio. d) Se o custo médio não se alterar com o aumento da quantidade produzida, o custo marginal será inferior ao custo médio. e) Se os preços dos insumos aumentarem, o custo médio não se alterará, mas o custo marginal aumentará. 9. Mercados O objetivo de todo empresário é auferir lucro, na verdade, maximizar o lucro. Isto não importa qual o seu tipo de atividade, se possui ou não concorrentes e em que tipo de mercado está a sua empresa. A busca é pela maximização de lucro. Com isso, o empresário tem de um lado a sua produção e a venda de seus produtos por um determinado preço e por outro lado os seus custos. Há J o s i l d a S a n t o s , C P F : 4 6 8 9 7 8 0 1 4 5 3 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 22 sempre o interesse de aumentar a produção, ser mais eficiente na mesma e reduzir os custos. Diferente de muitas respostas que recebemos em sala de aula, o interesse não está nem em minimizar o custo nem em maximizar a receita. O interesse é de maximizar o lucro. Imagine uma empresa que tenha rendimento crescente de escala. O custo marginal de produzir uma unidade adicional pode ser bastante baixa e se houver demanda para aquela unidade produzida talvez valha a pena produzir e vendê-la mesmo que seja por um preço mais baixo que a última unidade vendida. Imagine que uma empresa tenha vendido seu último produto por R$50,00. No entanto, ela só consegue vender uma unidade adicional se cobrar R$30,00. Sabendo que o custo de produzir essa última unidade é igual a R$1,00, talvez seja interessante produzir essa unidade e vendê-la, pois seu lucro será majorado em R$29,00. No entanto, todos esses tratamentos dependem do tipo de mercado em que está a empresa. Podemos dividir os mercados da seguinte forma: • Concorrência Perfeita; • Monopólio; • Monopsônio; • Oligopólio; • Oligopsônio; • Concorrência Monopolística; e • Monopólio Natural A concorrência perfeita é um mercado que possui um grande número de compradores e um grande número de vendedores. O monopólio tem um vendedor e vários compradores. O monopsônio possui um comprador e vários vendedores. O oligopólio tem alguns vendedores e vários compradores. O oligopsônio tem alguns compradores e vários vendedores. Como o objetivo do consumidor é a maximização do lucro, matematicamente devemos derivar a equação do lucro e igualar a zero. Portanto: J o s i l d a S a n t o s , C P F : 4 6 8 9 7 8 0 1 4 5 3 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 23 ܮݑܿݎᇣᇤᇥ గ ൌ ܴ݁ܿ݁݅ݐܽ ܶݐ݈ܽᇣᇧᇧᇧᇤᇧᇧᇧᇥ ோ் െ ܥݑݏݐ ܶݐ݈ܽᇣᇧᇧᇧᇤᇧᇧᇧᇥ ் Colocando em função dos símbolos, temos: ߨ ൌ ܴܶሺݍሻ െ ܥܶሺݍሻ Derivandoo lucro em relação à quantidade e igualando a zero2, temos: ߲ߨ ߲ݍ ൌ ߲ܴܶ ߲ݍถ ோ௧ ெ െ ߲ܥܶ ߲ݍถ ௨௦௧ ெ ൌ 0 Com isso, temos que: ߲ܴܶ ߲ݍถ ோ௧ ெ െ ߲ܥܶ ߲ݍถ ௨௦௧ ெ ൌ 0 Logo, a maximização do lucro ocorre quando: RMg = CMg Dessa forma, é importante esclarecer que a maximização do lucro em qualquer mercado ocorre no ponto em que o custo marginal igualar com a receita marginal. E isso faz sentido. A receita marginal é a receita adicional gerada à receita total quando uma unidade adicional é vendida. Enquanto essa receita marginal superar o custo de produção da última unidade produzida (custo marginal), vale a pena produzir essa unidade e vendê-la, pois o lucro será majorado. Por outro lado, se a receita adicional gerada for inferior ao custo da última unidade, não vale a pena produzir essa última unidade pois o lucro será menor que o lucro anterior. 2 Sempre que formos maximizar alguma variável, devemos derivar e igualar a zero. J o s i l d a S a n t o s , C P F : 4 6 8 9 7 8 0 1 4 5 3 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 24 10. Concorrência Perfeita Quando estamos em um mercado de concorrência perfeita existem vários compradores e vários vendedores atuando neste mercado e, desta forma, eles não possuem qualquer poder individual sobre o mercado. Na prática, podemos pensar no mercado de alguma commodities mundial como a soja. O que ocorreria com o preço mundial da soja se um produtor do Mato Grosso optasse em produzir um pouco mais de soja em um determinado ano. Provavelmente, nada ocorreria com o preço mundial da soja, pois esse produtor representa uma parcela muito pequena no total ofertado de soja no mundo. Isto mostra que decisões individuais não modificam o preço do produto. Com isso dizemos que os produtores são tomadores de preço, eles apenas olham o preço que está valendo a soja no mercado e praticam esse preço sem ter condições de alterá-lo. Você pode questionar o que foi explicado dizendo que o preço da soja no Mato Grosso é menor que o preço da soja no Rio Grande do Sul e que, portanto, o que estou falando não está correto. Entretanto, a soja tem um preço mundial e como uma parte da soja nacional é exportada, o preço a ser considerado é o preço da soja colocada no porto de Paranaguá-PR. Com isso, o preço da soja no Mato Grosso é igual ao preço da soja em Paranaguá menos o frete até esse porto no Paraná. Como o produtor do Rio Grande do Sul está bem mais próximo do porto, ele pagará menos no frete e, portanto, sua soja terá um valor mais alto. Exatamente pelo fato de não ser possível alterar individualmente o preço do produto, a curva de demanda de um mercado em concorrência perfeita é uma reta horizontal. Além disso, é importante ressaltarmos que quando um produtor opta por vender seu produto, pelo fato de ele não ter condições de fazer qualquer mudança no preço, o valor recebido pela venda de uma unidade será igual ao preço do bem. J o s i l d a S a n t o s , C P F : 4 6 8 9 7 8 0 1 4 5 3 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 25 Portanto, em concorrência perfeita, a receita marginal auferida com a venda de uma unidade adicional é igual ao preço do bem. Com isso, temos que em concorrência perfeita e apenas em concorrência perfeita, a condição de maximização pode ser mostrada da seguinte forma: p = RMg = CMg Segundo Pindyck: “Devido ao fato de cada empresa de uma indústria competitiva ser capaz de vender apenas uma fração das vendas ocorridas na indústria, a quantidade que a empresa decidir vender não terá impacto sobre o preço de mercado do produto. (...) Portanto, a empresa competitiva é uma tomadora de preço: ela sabe que sua decisão de produção não terá impacto sobre o preço do produto.” Podemos representar isso graficamente, com o intuito de encontrar onde ocorrerá a maximização do lucro. J o s i l d a S a n t o s , C P F : 4 6 8 9 7 8 0 1 4 5 3 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 26 Segundo Pindyck: “Pelo fato de a empresa ser uma tomadora de preço, a curva de demanda d com que se defronta uma determinada empresa competitiva é representada por uma linha horizontal.” Observe que no ponto onde a curva de preço constante (curva de demanda) corta a curva de custo marginal, temos o ponto de máximo lucro. No gráfico acima, isso ocorre no ponto em que a quantidade produzida é igual a ܳכ. Entretanto, temos que lembrar que na estrutura de custo representada pelo custo médio está presente o lucro mínimo exigido pelo produtor para entrar no mercado. Logo, a área hachurada no gráfico acima é um lucro adicional ao mínimo e ele é chamado de lucro extraordinário. Imagine uma empresa que produza 10 unidades, que tenha um custo fixo de R$ 300,00 e um custo variável médio de R$ 40,00. Em uma situação como a apresentada, o preço do bem estaria em R$ 100,00, por exemplo. Dessa forma, ela teria um lucro extraordinário de R$ 300,00. 300104030010010 Variável Custo - Fixo Custo - Total Receita Total Custo - Total Receita =⋅−−⋅= = = π π π Se o preço do bem fosse inferior ao custo variável médio, a empresa deveria fechar, imediatamente, as portas. Segundo Varian: “Será melhor para a empresa encerrar suas atividades quando os “lucros” de produzir nada e apenas pagar os custos fixos excederem os lucros de produzir onde o preço se iguala ao custo marginal. A condição de encerramento das operações é dada: ( ) p y yC CVMe V >= J o s i l d a S a n t o s , C P F : 4 6 8 9 7 8 0 1 4 5 3 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 27 Se os custos variáveis médios fossem maiores do que p, a empresa ficará melhor se fabricar zero unidade de produto. Isso faz sentido, já que diz que as receitas obtidas com a venda da produção y não cobrem nem os custos variáveis de produção ( )yCV . Nesse caso, a empresa também pode sair do mercado. Se não produzir nada, a empresa perderá os custos fixos, mas perderia ainda mais se continuasse a produzir.” Observe que se a empresa produzisse 10 unidades, tivesse custo fixo de R$ 300,00 e custo variável médio de R$ 40,00, caso o preço do bem fosse vendido por R$ 35,00, o lucro seria: 35010403003510 −=⋅−−⋅=π Se a mesma empresa optasse por não produzir nenhuma unidade, seu lucro seria: 300040300350 −=⋅−−⋅=π Como a empresa teria um prejuízo menor se parasse o processo de produção do que aquele obtido se continuasse produzindo 10 unidades, ela deveria interromper esse processo e assumir um prejuízo de custo fixo. Por fim, se o preço do bem for menor do que o custo médio, mas maior do que o custo variável médio teríamos a seguinte situação: J o s i l d a S a nt o s , C P F : 4 6 8 9 7 8 0 1 4 5 3 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 28 No ponto em que a curva de preço toca a curva de custo marginal, teríamos o ponto de máximo lucro e, portanto, seria determinada a quantidade a ser produzida. Entretanto, haveria um prejuízo econômico uma vez que o preço está sendo cotado abaixo do custo médio e a área do prejuízo econômico é representada pela hachura vermelha (pontilhada). No entanto, a diferença entre o custo médio e o custo variável médio é o custo fixo. No gráfico, o custo fixo está representado pela hachura azul (não pontilhada). Como o custo fixo é maior que o prejuízo obtido com a produção de Q* unidades, cabe ao capitalista decidir se prefere esse prejuízo anunciado produzindo Q* ou um prejuízo igual ao custo fixo se optar por parar de produzir. Logo, o empresário deverá optar por produzir Q* unidades, uma vez que está no curto prazo e não consegue se livrar do custo fixo, e assumir o prejuízo ocasionado. Voltemos ao caso da existência de lucro extraordinário. Havendo a presença de lucro extraordinário, isso significa que as pessoas, em média, nesse mercado, estão ganhando mais do que o valor mínimo que topariam para entrar no mercado. Como uma característica da concorrência perfeita é a livre entrada e livre saída, haverá um grande número de entrantes interessados nesse lucro extraordinário que está sendo gerado. Com a entrada de novos participantes, há um aumento considerável da quantidade ofertada e, portanto, uma queda nos preços. Os preços devem cair até o ponto em que os lucros extraordinários passarem a cessar, não existiram mais. Quando isso ocorrer, não teremos mais empresários interessados em entrar nesse mercado e as pessoas que estiverem nesse mercado não mais estão interessadas em sair. Graficamente, teremos a maximização do lucro ocorrendo da seguinte forma: J o s i l d a S a n t o s , C P F : 4 6 8 9 7 8 0 1 4 5 3 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 29 Questão 71 (Empresa de Pesquisa Energética – CESGRANRIO – 2006) – Considere a função de custos totais CT(q)= 100 + 5q2 – 2000q, no qual q é a quantidade produzida pela empresa. Em concorrência perfeita, sendo o preço de mercado de 100, a quantidade produzida pela empresa é: a) 20 b) 100 c) 190 d) 200 e) 210 Questão 72 (Petrobrás – Economista Pleno – CESGRANRIO – 2005) – Considere uma firma operando em concorrência perfeita. No curto prazo, se o lucro econômico do produtor é positivo, a produção se faz com o custo marginal, em relação ao custo médio: a) igual a este. J o s i l d a S a n t o s , C P F : 4 6 8 9 7 8 0 1 4 5 3 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 30 b) inferior a este. c) superior a este. d) metade deste. e) o dobro deste. Questão 73 (SFE – Economista Junior – CESGRANRIO – 2009) – Um dos desafios dos economistas é compreender as estruturas de mercado. Em uma estrutura de mercado competitiva, as empresas a) têm o custo médio sempre maior que o custo marginal. b) produzem até equalizar o preço ao custo total. c) produzem até equalizar seu custo marginal ao preço de mercado. d) vendedoras devem ser em muito maior número do que as compradoras. e) novas são impedidas de se estabelecer no mercado devido à concorrência acirrada. 11. Monopólio O monopólio ocorre quando há apenas um produtor e muitos compradores. Muitas pessoas em sala de aula acreditam que um monopolista pode colocar o preço que desejar em seu produto. Entretanto, essa ideia não é verdadeira pois existe a curva de demanda e ele estará vinculado a ela. Na verdade, ele deverá maximizar o seu lucro e para isso deverá estar atento à curva de demanda. Vamos supor a curva de demanda3 seja a seguinte: ܲ ൌ ܽ െ ܾ · ܳ Tendo em vista que a curva de demanda foi dada, podemos calcular a receita total: 3 Na verdade, como o termo isolado é o preço, essa é a curva de demanda inversa. J o s i l d a S a n t o s , C P F : 4 6 8 9 7 8 0 1 4 5 3 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 31 ܴܶ ൌ ܲ · ܳ ܴܶ ൌ ሺܽ െ ܾ · ݍሻ · ݍ ܴܶ ൌ ܽ · ݍ െ ܾ · ݍଶ A receita marginal será a derivada da receita total em relação à quantidade e será igual a: ܴܯ݃ ൌ ߲ܴܶ ߲ݍ ܴܯ݃ ൌ ܽ െ 2 · ܾ · ݍ Graficamente, temos: Observe que a receita marginal é uma reta que corta o eixo da quantidade exatamente no meio entre a origem e o ponto onde a demanda efetua o corte. Para determinarmos o ponto de lucro máximo que é onde o monopolista irá trabalhar, precisamos traçar a curva de custo marginal, conforme foi feito no gráfico abaixo. No ponto em que a curva de custo marginal cortar a curva de J o s i l d a S a n t o s , C P F : 4 6 8 9 7 8 0 1 4 5 3 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 32 receita marginal, será determinada a quantidade que maximiza o lucro do monopolista (q* no gráfico abaixo). A partir desse ponto, utilizando a curva de demanda, podemos ver qual seria o preço referente àquela quantidade que atenderia a curva de demanda. Esse preço será o preço a ser cobrado pelo monopolista (p* no gráfico abaixo). Graficamente, teríamos: Observe que para o preço dado e a quantidade teríamos o custo sendo determinado pelo produto entre o custo médio para a quantidade ótima e a quantidade ótima. No gráfico, o custo total de produção está mostrado pelo quadrado no canto inferior esquerdo, pois é a multiplicação da média pela quantidade. CT J o s i l d a S a n t o s , C P F : 4 6 8 9 7 8 0 1 4 5 3 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 33 A parte hachurada do gráfico será o lucro extraordinário. É interessante notar que o monopolista sempre terá um lucro extraordinário. Como não há outro competidor no mercado, esse lucro não será reduzido ao longo do tempo. Há ainda uma medida importante e que devemos sempre considerar que é o poder de monopólio do monopolista. A regra utilizada para determinar o poder de monopólio foi desenvolvida em 1934 pelo economista Abba Lerner. Dessa forma, essa medida ficou conhecida como Índice de Lerner de Poder de Monopólio e é representada da seguinte forma: ( ) P CMgPL −= Observe que na melhor das hipóteses para o monopolista o custo marginal será igual a zero e isso fará com que o Índice de Lerner seja igual a 1. Na pior das hipóteses, o índice será igual a zero e, nesse caso,teremos uma condição de concorrência perfeita uma vez que o preço deverá ser igual ao custo marginal. Podemos demonstrar facilmente esse índice sendo expresso em termos da elasticidade. No entanto, o índice é expresso com base na elasticidade da curva da demanda da empresa e não da curva de demanda do mercado. ( ) dP CMgPL ε 1−=−= Dessa forma, ao utilizarmos o Índice de Lerner, vamos que quanto mais elástica for a demanda menor o poder de monopólio. J o s i l d a S a n t o s , C P F : 4 6 8 9 7 8 0 1 4 5 3 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 34 Questão 74 (BNDES – CESGRANRIO – 2008) – A empresa monopolista, para maximizar seu lucro, produz uma quantidade tal que a) maximiza a receita total. b) maximiza a diferença entre o preço e o custo médio de produção. c) maximiza o preço que cobra. d) minimiza o custo médio. e) equaliza a receita marginal e o custo marginal de produção. Questão 75 (Ministério Público Rondônia – Economista – CESGRANRIO – 2005) – Em monopólio, a maximização de lucro nunca será obtida quando a curva de demanda for: a) elástica. b) inelástica. c) normal. d) superelástica. e) zero. Questão 76 (Refap – Economista Junior – CESGRANRIO – 2007) – Uma empresa monopolista escolhe uma produção tal que o(a): a) preço seja menor que o custo marginal. b) preço seja o maior possível. c) preço seja igual ao custo marginal. d) preço seja igual à receita marginal. e) receita marginal seja igual ao custo marginal. J o s i l d a S a n t o s , C P F : 4 6 8 9 7 8 0 1 4 5 3 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 35 Questão 77 (TJ Rondônia – Economista Junior – CESGRANRIO – 2008) – Uma empresa, maximizadora de lucro e monopolista, vende o bem X. O gráfico abaixo mostra a demanda (D) pelo bem X, a receita marginal e o custo marginal de produção de X. A empresa deverá cobrar, pelo bem X, um preço igual a a) p1 b) p2 c) p3 d) p4 e) p5 J o s i l d a S a n t o s , C P F : 4 6 8 9 7 8 0 1 4 5 3 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 36 QUESTÕES RESOLVIDAS Questão 65 (Empresa de Pesquisa Energética – CESGRANRIO – 2007) – Considere os gráficos das curvas de custo marginal e de custo médio em função da quantidade produzida, e marque a afirmativa INCORRETA. a) A curva de custo marginal passa pelo mínimo da curva de custo médio. b) O custo marginal mostra a variação do custo total quando a produção aumenta. c) O custo médio pode ser menor que o custo marginal. d) O custo médio mostra a variação do custo marginal quando a produção aumenta. e) Quando o custo médio é crescente, o custo marginal é maior que o custo médio. Resolução: Sabemos que a curva de custo marginal corta tanto a curva de custo médio quanto a curva de custo variável médio no ponto de mínimo. Isso ocorre porque se o custo marginal for menor que o médio, quando optamos por produzir uma unidade adicional, vamos incorrer no custo marginal pela produção dessa unidade adicional. Assim, estaremos adicionando aos custos totais, um valor menor do que a média, fato que contribuirá para reduzir a média assim que a última unidade for produzida. Observe que a seta no gráfico abaixo mostra que enquanto mostra que enquanto o custo médio for maior que o custo marginal, o custo médio é descendente. J o s i l d a S a n t o s , C P F : 4 6 8 9 7 8 0 1 4 5 3 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 37 Por outro lado, se a média dos custos das unidades produzidas estiver abaixo do custo necessário para a produção de uma unidade adicional (custo marginal), quando essa unidade for produzida, o novo custo médio será maior. Com isso, vemos que se o custo marginal for maior que o médio, o médio será como mostrado na seta do desenho abaixo, ou seja, crescente. O custo marginal mostra a variação do custo total, seja quando a produção aumenta seja quando reduz. O item não está dizendo que o custo marginal é a variação do total APENAS quando a produção aumenta. Logo, não podemos, em princípio, considerar errado esse item. Por outro lado, o custo médio é a média aritmética do custo. Sendo assim, o gabarito é a letra D. J o s i l d a S a n t o s , C P F : 4 6 8 9 7 8 0 1 4 5 3 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 38 Gabarito: D Questão 66 (Empresa de Pesquisa Energética – CESGRANRIO – 2006) – Dada a função de custos totais CT(q) = 50 + 3q2 – 10q, no qual q é a quantidade produzida, o custo médio da empresa é dado por: a) 6q – 10 b) 500 c) 100 d) 50/q + 6q –10 e) 50/q + 3q – 10 Resolução: O custo médio da empresa é o custo total dividido pela quantidade. Logo, o custo médio é igual a: ܥܯ݁ ൌ ܥሺݍሻ ݍ ܥܯ݁ ൌ 50 3ݍଶ െ 10ݍ ݍ ܥܯ݁ ൌ 50 ݍ 3ݍ െ 10 Sendo assim, o gabarito é a letra E. Gabarito: E Questão 67 (Petrobrás – Economista Junior – CESGRANRIO – 2005) – Sejam C(a) e C(b) os custos de produção individual dos bens a e b, respectivamente, enquanto J o s i l d a S a n t o s , C P F : 4 6 8 9 7 8 0 1 4 5 3 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 39 C(a,b) representa o custo da produção conjunta dos referidos bens. Ocorrerá economia de escopo quando: a) [C(a) + C(b)] > C(a,b) b) [C(a) + C(b)] = C(a,b) c) [C(a) + C(b)] < C(a,b) d) C(a) > C(b) e) C(a) < C(b) Resolução: Sabemos que ocorre economia de escopo quando uma empresa produzir dois produtos a um preço menor do que duas empresas produzindo os mesmos produtos separadamente. Logo, se uma determinada empresa possuir uma estrutura de custos para a produção dos bens a e b conjuntamente C(a,b) menor do que o custo que duas empresas iriam incorrer para produzir os mesmos produtos [C(a) + C(b)], temos a existência de uma economia de escopo. Sendo assim, o gabarito é a letra A. Gabarito: A Questão 68 (TJ Rondônia – Economista Junior – CESGRANRIO – 2008) – Considere os custos de uma empresa como função da quantidade produzida. O custo marginal de produção é a) sempre menor que o custo total médio. b) nulo quando não houver custo fixo. c) igual ao custo total médio, quando este for mínimo. d) igual ao custo variável médio. e) maior que o custo total médio, quando este decrescer com o aumento da produção.J o s i l d a S a n t o s , C P F : 4 6 8 9 7 8 0 1 4 5 3 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 40 Resolução: O custo marginal é a variação no custo total quando mudamos a produção em uma unidade. Observe que, em geral, falamos e eu sempre falei assim até agora, que é o custo adicionado quando a produção aumenta em uma unidade. Entretanto, não há a necessidade de o custo aumentar. Guardem isso, apesar de essa ser a definição mais comum. Como a curva de custo marginal corta a curva de custo médio no ponto de mínimo, podemos dizer que o custo marginal iguala o custo médio no ponto em que o custo médio for mínimo. Sendo assim, o gabarito é a letra C. Gabarito: C Questão 69 (SECAD – Economista – CESGRANRIO – 2004) – Quanto às curvas de custos no gráfico acima, é correto afirmar-se que o(a): a) custo fixo médio sempre sobe com o aumento da quantidade produzida. b) custo variável médio, de forma geral, cai com o acréscimo de produção. c) custo marginal mostra a diminuição dos custos totais decorrente da produção de uma unidade adicional. J o s i l d a S a n t o s , C P F : 4 6 8 9 7 8 0 1 4 5 3 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 41 d) curva do custo marginal cruza a curva do custo total médio no ponto em que o custo total médio é máximo. e) curva de custo marginal corta a curva de custo total médio no ponto de escala eficiente. Resolução: No longo prazo, após os empresários entrarem no mercado enquanto houver lucro extraordinário e depois de saírem quando a receita não conseguir pagar sequer o custo variável, o ponto eficiente ocorre no ponto de mínimo da curva de custo médio. Como o custo marginal corta a curva de custo médio em seu ponto de mínimo, a eficiência ocorre na intersecção das curvas de custo marginal e médio. Sendo assim, o gabarito é a letra E. Gabarito: E Questão 70 (TCU/RO – Economista – CESGRANRIO – 2007) – Marque a afirmação correta, a respeito do custo médio e do custo marginal. a) O custo médio é sempre maior que o custo marginal. b) O custo médio e o custo marginal são sempre iguais. c) Se o custo médio decrescer com o aumento da quantidade produzida, o custo marginal será inferior ao custo médio. d) Se o custo médio não se alterar com o aumento da quantidade produzida, o custo marginal será inferior ao custo médio. e) Se os preços dos insumos aumentarem, o custo médio não se alterará, mas o custo marginal aumentará. Resolução: Como é possível ver na figura abaixo, existem pontos em que o custo médio é maior que o marginal e em outros o marginal é maior que o médio. J o s i l d a S a n t o s , C P F : 4 6 8 9 7 8 0 1 4 5 3 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 42 O custo médio e o custo marginal são iguais apenas no ponto mínimo do médio, pois o marginal estará cortando-o. Quando o custo médio decresce, isso indica que entrou no conjunto de dados um valor inferior à média, logo, o marginal, nesse ponto, é menor que o médio. Sendo assim, o gabarito é a letra C. Gabarito: C Questão 71 (Empresa de Pesquisa Energética – CESGRANRIO – 2006) – Considere a função de custos totais CT(q)= 100 + 5q2 – 2000q, no qual q é a quantidade produzida pela empresa. Em concorrência perfeita, sendo o preço de mercado de 100, a quantidade produzida pela empresa é: a) 20 b) 100 c) 190 d) 200 e) 210 J o s i l d a S a n t o s , C P F : 4 6 8 9 7 8 0 1 4 5 3 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 43 Resolução: Como a questão nos informa que estamos trabalhando em um mercado em concorrência perfeita, para encontrarmos a quantidade que maximiza o lucro da empresa basta igual o preço com o custo marginal. A questão informa a estrutura de custo total. Para acharmos o custo marginal devemos derivar o custo total em relação a q. ܥܯ݃ ൌ ߲ܥܶ ߲ݍ ܥܯ݃ ൌ 10ݍ െ 2000 Após derivarmos, devemos igualar o custo marginal com o preço e resolver a função para a incógnita q. Dessa forma, a quantidade que maximiza o lucro é: ൌ ܥܯ݃ 100 ൌ 10ݍ െ 2000 10ݍ ൌ 2100 ݍ ൌ 210 Sendo assim, o gabarito é a letra E. Gabarito: E Questão 72 (Petrobrás – Economista Pleno – CESGRANRIO – 2005) – Considere uma firma operando em concorrência perfeita. No curto prazo, se o lucro econômico do produtor é positivo, a produção se faz com o custo marginal, em relação ao custo médio: a) igual a este. J o s i l d a S a n t o s , C P F : 4 6 8 9 7 8 0 1 4 5 3 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 44 b) inferior a este. c) superior a este. d) metade deste. e) o dobro deste. Resolução: No curto prazo, enquanto ainda temos lucro extraordinário, o custo marginal iguala a receita marginal (ponto de maximização) acima do custo médio. Veja o gráfico abaixo: Sendo assim, o gabarito é a letra C. Gabarito: C Questão 73 (SFE – Economista Junior – CESGRANRIO – 2009) – Um dos desafios dos economistas é compreender as estruturas de mercado. Em uma estrutura de mercado competitiva, as empresas J o s i l d a S a n t o s , C P F : 4 6 8 9 7 8 0 1 4 5 3 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 45 a) têm o custo médio sempre maior que o custo marginal. b) produzem até equalizar o preço ao custo total. c) produzem até equalizar seu custo marginal ao preço de mercado. d) vendedoras devem ser em muito maior número do que as compradoras. e) novas são impedidas de se estabelecer no mercado devido à concorrência acirrada. Resolução: A maximização em qualquer estrutura de mercado ocorre quando derivamos o lucro e igualamos a zero. E isto ocorrerá quando a receita marginal igualar com o custo marginal, independentemente do mercado. Entretanto, quando estivermos em uma estrutura competitiva, o preço será fixo e a receita marginal será igual ao preço. Logo, a maximização do lucro ocorrerá no ponto em que o preço igualar com o custo marginal. Sendo assim, o gabarito é a letra C. Gabarito: C Questão 74 (BNDES – CESGRANRIO – 2008) – A empresa monopolista, para maximizar seu lucro, produz uma quantidade tal que a) maximiza a receita total. b) maximiza a diferença entre o preço e o custo médio de produção. c) maximiza o preço que cobra. d) minimiza o custo médio. e) equaliza a receita marginal e o custo marginal de produção. Resolução: A maximização dolucro em uma empresa ocorrerá onde a receita marginal igualar o custo marginal. J o s i l d a S a n t o s , C P F : 4 6 8 9 7 8 0 1 4 5 3 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 46 Sendo assim, o gabarito é a letra E. Gabarito: E Questão 75 (Ministério Público Rondônia – Economista – CESGRANRIO – 2005) – Em monopólio, a maximização de lucro nunca será obtida quando a curva de demanda for: a) elástica. b) inelástica. c) normal. d) superelástica. e) zero. Resolução: A maximização do lucro nunca será obtida na parte inelástica do gráfico, pois a maximização ocorre onde a curva de receita marginal corta a curva de custo marginal. Como a curva de receita marginal é positiva apenas na parte elástica e a curva de custo marginal NUNCA será negativa, o encontro das duas deverá ser na parte elástica. Sendo assim, o gabarito é a letra A. Gabarito: A Questão 76 (Refap – Economista Junior – CESGRANRIO – 2007) – Uma empresa monopolista escolhe uma produção tal que o(a): a) preço seja menor que o custo marginal. b) preço seja o maior possível. J o s i l d a S a n t o s , C P F : 4 6 8 9 7 8 0 1 4 5 3 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 47 c) preço seja igual ao custo marginal. d) preço seja igual à receita marginal. e) receita marginal seja igual ao custo marginal. Resolução: Qualquer empresa que tenha a intenção de maximizar o seu lucro, independentemente do tipo de mercado em que esteja inserida, escolhe uma produção tal que a receita marginal iguale o custo marginal. Muitos pensam que essa regra não vale para a concorrência perfeita. Entretanto, ela é válida para todos os mercados. Mas, na concorrência perfeita, a receita marginal é igual ao preço. Por isso falamos que a maximização ocorre no ponto em que o preço iguala o custo marginal. Mas lembre-se a regra da igualdade da receita marginal com o custo marginal é válida para qualquer mercado. Sendo assim, o gabarito é a letra E. Gabarito: E Questão 77 (TJ Rondônia – Economista Junior – CESGRANRIO – 2008) – Uma empresa, maximizadora de lucro e monopolista, vende o bem X. O gráfico abaixo mostra a demanda (D) pelo bem X, a receita marginal e o custo marginal de produção de X. J o s i l d a S a n t o s , C P F : 4 6 8 9 7 8 0 1 4 5 3 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 48 A empresa deverá cobrar, pelo bem X, um preço igual a a) p1 b) p2 c) p3 d) p4 e) p5 Resolução: Se a empresa é maximizadora de lucro, a quantidade será determinada no ponto onde o custo marginal encontra com a receita marginal. Dessa forma, determinamos a quantidade que maximiza o lucro. Se “rebatermos” essa quantidade na curva de demanda, encontraremos o preço que faz com que o lucro seja maximizado. Portanto, o gabarito é a letra B. Gabarito: B J o s i l d a S a n t o s , C P F : 4 6 8 9 7 8 0 1 4 5 3 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 49 Bibliografia Eaton & Eaton – Microeconomia, Editora Saraiva – 3ª Edição, 1999. Ferguson, C.E. – Microeconomia, Editora Forense Universitária – 8ª Edição, 1985. Mankiw, N. Gregory – Introdução à Economia – Princípios de Micro e Macroeconomia, Editora Campus, 1999. Mas-Colell, Whinston & Green – Microeconomic Theory, Oxford University Press, 1995. Pindyck & Rubinfeld – Microeconomia, Editora MakronBooks – 4a Edição, 1999. Varian, Hal R. – Microeconomia – Princípios Básicos, Editora Campus – 5ª Edição, 2000. Vasconcellos & Oliveira – Manual de Microeconomia, Editora Atlas – 2ª Edição, 2000. J o s i l d a S a n t o s , C P F : 4 6 8 9 7 8 0 1 4 5 3 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 50 GABARITO 65- D 66- E 67- A 68- C 69- E 70- C 71- E 72- C 73- C 74- E 75- A 76- E 77- B Galera, Terminamos a nossa penúltima aula de microeconomia. Espero que vocês tenham gostado. Abraços, César Frade
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