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Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios – Aula 6 Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 1 E aí Galera, beleza? Vamos começar a nossa última aula de micro? Espero que vocês tenham curtido a aula. Eu, particularmente, adoro dar aulas de micro, pois você consegue ver os resultados no seu dia-a-dia. As críticas ou sugestões poderão ser enviadas para: cesar.frade@pontodosconcursos.com.br. Prof. César Frade Março/2011 Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios – Aula 6 Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 2 12. Concorrência Monopolística A concorrência perfeita é um tipo de mercado que reúne características da concorrência perfeita e do monopólio. Uma empresa é considerada monopolista quando nenhuma outra empresa produz um produto igual ou substituto próximo daquele produto produzido pelo monopolista. No mercado de concorrência perfeita todas as empresas produzem bens idênticos. Na concorrência monopolística as empresas não produzem o mesmo bem, mas elas produzem substitutos próximos. Logo, o fato de nenhuma outra empresa produzir um bem como o que produzo introduz ao mercado uma característica de monopólio. Por outro lado, o fato de as empresas produzirem bens que são substitutos próximos e existir a livre entrada e livre saída no mercado mostra uma característica da concorrência perfeita. Já sei que vocês devem estar pensando ou tentando imaginar que tipo de bem tem essas características. Não precisamos andar muito dentro de um Shopping para achar esse tipo de exemplo. Imagine que você saiu de casa determinado a comprar uma calça jeans1. Se você for até um Shopping encontrará inúmeras lojas que podem te vender uma calça jeans. Em um grande Shopping de Brasília, por exemplo, existem pelo menos 10 lojas em que você consegue comprar uma calça jeans masculina. Apesar de todas venderem calças jeans, cada pessoa tem o seu gosto, sua preferência e seu nível de dispêndio desejado para a aquisição de um bem. Existem várias lojas que vendem a calça jeans desejada, mas em cada loja encontraremos um produto diferente e com preço diferenciado, mas todas as lojas produzem um bem específico e que, no final das contas terá a mesma utilização pelo cliente. 1 Darei exemplos de lojas masculinas, pois assim fica bem mais fácil para mim. Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios – Aula 6 Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 3 Vamos a um exemplo prático. Você foi ao Shopping e encontrou uma calça jeans nas Lojas Renner, uma calça na VR e outra calça da Diesel em uma loja multimarca. Outro exemplo que uso é de uma pessoa que foi ao Shopping comprar um terno. Passou na Hugo Boss, na VR e na Companhia do Terno. Você tem que decidir que calça comprar ou que terno adquirir. Observe que temos três calças, mas todas elas são completamente diferentes, preços completamente diferentes mas as três servem para a mesma coisa. Faz sentido alguém comprar uma calça da Diesel ao invés de comprar uma calça das lojas Renner? Faz sentido alguém adquirir um terno da Hugo Boss ao invés de comprar um na Companhia do Terno. A resposta é afirmativa para os dois questionamentos. É claro que uma determinada pessoa pode optar por adquirir uma calça das Lojas Renner, enquanto que outra pode optar por comprar uma calça da Diesel. Normalmente, quem opta por uma não optaria por outra e caso análogo ocorre nos casos dos ternos apresentados. Segundo o Pindyck: “Um mercado monopolisticamente competitivo tem duas características importantes: em primeiro lugar, trata-se de um ambiente comercial no qual competem vendendo produtos diferenciados, altamente substituíveis uns pelos outros, mas que não são, entretanto, substitutos perfeitos. (Em outras palavras, as elasticidades cruzadas de suas demandas são grandes, mas não infinitas.) Em segundo lugar, trata-se de um mercado de livre entrada e livre saída, isto é, em que é relativamente fácil a entrada de novas empresas com suas próprias marcas de produtos e a saída de empresas que nele já atuam, caso seus produtos deixem de ser lucrativos. Para entendermos por que a livre entrada é um requisito importante, faremos uma comparação entre os mercados de creme dental e de automóveis. O primeiro é monopolisticamente competitivo, mas o segundo seria melhor caracterizado como um oligopólio. É bastante simples para outras empresas lançarem novas marcas de cremes dentifrícios que venham competir com Crest, com Colgate e assim Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios – Aula 6 Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 4 por diante; tal fato limita a lucratividade da produção de Crest ou de Colgate. Se seus lucros fossem grandes, outras empresas investiriam a quantia necessária (para desenvolvimento, produção, propaganda e promoção) no lançamento de novas marcas (delas próprias), o que resultaria em uma redução das fatias de mercado e da lucratividade de Crest e de Colgate. O mercado automobilístico é também caracterizado por diferenciação de produtos. Entretanto, as economias de escala envolvidas na produção de automóveis tornam difícil a entrada de outras empresas nesse mercado. Por esse motivo, até meados dos anos 70, quando então os produtos japoneses se tornaram importantes concorrentes, as três principais empresas automobilísticas dos EUA detinham praticamente todo o mercado.” 13. Oligopólio Tratamos como oligopólio os mercados em que existem poucas empresas detendo a maior parte ou a totalidade da produção. Em geral, eles existem em mercados em que a entrada não é muito fácil, mercados que existem barreiras à entrada. Essas barreiras existem porque os custos afundados são elevados ou por causa de uma tecnologia específica, entre outras coisas. Geralmente, apresentam lucro extraordinário exatamente pela dificuldade de entrada no mesmo. Os oligopólios, em geral, são divididos em quatro grandes grupos: • Oligopólio de Bertrand; • Oligopólio de Stackelberg; • Oligopólio de Cournot; e • Cartel. A análise do mercado oligopolista, em geral, passa por determinações de estratégias complexas que muitas vezes nos remetem para uma matéria de microeconomia chamada de Teoria dos Jogos. No entanto, trataremos o assunto sem levar em consideração essa parte da matéria, pois partirei do Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios – Aula 6 Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 5 pressuposto que nenhum de vocês conhece. Isso, em nenhuma hipótese, mudará o entendimento ou o resultado final da mesma pois irei tratar o assunto explicando a matéria sem que entremos no conceito de Teoria dos Jogos, mas esses conceitos estarão sendo explicados sem que sejam citados. Segundo Pindyck: “A administração de uma empresa oligopolística é complexa porque as decisões relativas a preço, nível de produção, propaganda e investimentos envolvem importantes considerações estratégicas. Pelofato de haver poucas empresas concorrendo, cada uma deve cautelosamente considerar como suas ações afetarão empresas rivais, bem como sobre as possíveis reações que suas concorrentes poderão apresentar. (...) Essas considerações estratégicas podem ser complexas. Durante o processo de tomada de decisões, cada empresa deverá considerar as reações da concorrência, ciente do fato de que suas competidoras também considerariam suas reações em relação às decisões delas. Além disso, as decisões, as reações, as reações às reações, e assim por diante, são um processo dinâmico que evolui ao longo do tempo. Quando os administradores de uma empresa avaliarem as potenciais conseqüências de suas decisões, eles deverão estar supondo que seus concorrentes sejam igualmente racionais e inteligentes. Dessa forma, poderão colocar-se na posição dos concorrentes e ponderar sobre as possíveis reações que eles poderiam apresentar.” 13.1. Oligopólio de Bertrand No oligopólio de Bertrand temos as empresas produzindo produtos homogêneos. Como os produtos são homogêneos, as pessoas irão adquirir o produto daquele que oferecer pelo menor preço. Portanto, se supormos um mercado com duas empresas apenas e se elas praticarem preços diferentes, aquela que oferecer o produto pelo menor preço abastecerá todo o mercado. Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios – Aula 6 Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 6 Se os preços cobrados pelas empresas forem iguais, como os produtos são homogêneos, os consumidores serão indiferentes entre as empresas e cada uma terá a metade do mercado. Está sentindo falta de um exemplo prático? Vou falar de um exemplo que tem na cidade que moro (Brasília) e também ocorre na cidade em que vivi metade da minha vida (Belo Horizonte). Aqui em Brasília, o mercado de supermercado virou um grande duopólio. A maioria dos supermercados médios foi adquirido pela rede Pão de Açúcar ou pela rede Carrefour. Além disso, essas redes detêm a maioria esmagadora do mercado na cidade, pois estão localizadas em locais de alta densidade demográfica e com nível de renda mais altos. As outras redes que possuem grandes lojas, em geral, possuem lojas únicas e estão em regiões mais centrais com menor densidade populacional. Entretanto, existia um Pão de Açúcar em uma região da cidade e muito perto dali um Carrefour. No entanto, a localização do Pão de Açúcar, apesar da proximidade era ponto de passagem de muita gente e, portanto, muito melhor que a do Carrefour. Com isso, o Carrefour opta por montar um supermercado na frente do Pão de Açúcar2. Na minha opinião, tal atitude me mostrou que esse é um mercado competitivo, onde os seus atores não combinam preço. Se combinassem, não seria necessário que o Carrefour montasse uma loja em frente à do Extra. Na verdade, fato muito semelhante deve ocorrer em quase todas as grandes cidades do País. Se este movimento está ocorrendo é porque há uma competição no mercado. Portanto, em mercados como esse que são considerados oligopólios de Bertrand, se uma das empresas fixar um preço de tal forma que seja possível auferir um lucro extraordinário, a outra irá fixar o seu preço em um patamar inferior. Como as reduções de preços vão se sucedendo, chegaremos a um ponto em que o preço a ser praticado se iguala ao custo marginal e partir desse ponto não vale mais a pena a empresa reduzir seu preço. Sendo assim, bastam duas empresas disputando mercado em um oligopólio de Bertrand para que a solução seja idêntica à de concorrência perfeita. 2 Em Belo Horizonte, aconteceu exatamente o inverso. O Carrefour estava instalado no BH Shopping e o Extra montou uma loja em frente ao Shopping. Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios – Aula 6 Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 7 Para resolver um problema de Bertrand, utilizamos a solução de concorrência perfeita. Segundo Varian: “Como se parece o equilíbrio de Bertrand? Quando as empresas vendem produtos idênticos, como pressupomos, o equilíbrio de Bertrand tem uma estrutura muito simples. É o equilíbrio competitivo, onde o preço se iguala ao custo marginal! (grifo meu) (...) Esse resultado parece paradoxal quando você o vê pela primeira vez: como podemos obter um equilíbrio competitivo se há apenas duas empresas no mercado? Se pensarmos no modelo de Bertrand como o modelo de lances competitivos, faz mais sentido. Suponhamos que uma empresa faça uma “oferta” para os consumidores ao fixar um preço acima do custo marginal. Então a outra empresa sempre pode obter lucro ao vender abaixo desse preço. Segue-se que o único preço que cada empresa não pode racionalmente esperar que diminua é o preço que se iguala ao custo marginal. Observa-se com freqüência que ofertas competitivas entre as empresas que não conseguem formar um conluio pode resultar em preços muito menores do que os que podem ser alcançados por outros meios. Esse fenômeno é simplesmente um exemplo da lógica da concorrência de Bertrand.” 13.2. Cartel O cartel é um oligopólio em que as empresas se unem e combinam preço. Nas verdade, elas olham para o mercado consumidor e tentam combinar um preço comum para que o lucro de todas em conjunto seja maximizado. Logo, elas funcionam como se fossem um monopólio, apresentam o preço igual ao preço Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios – Aula 6 Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 8 que seria dado por uma única empresa, caso ela fosse a única a fornecer o produto final vendido. Não é muito simples e nem ético dar um exemplo de cartel, pois estaríamos acusando um determinado grupo de empresas de combinar preço. Portanto, me darei o direito de não colocar nenhum exemplo real nessa parte da matéria, mas farei isto porque tenho convicção de que vocês sabem, pelo menos teoricamente, o que o cartel significa. Pensemos na OPEP como sendo um exemplo de cartel, onde os países exportadores de petróleo combinavam o preço do produto. A solução de um problema de cartel deve ser feita utilizando o formato de solução de monopólio. Ou seja, basta analisarmos o conjunto das empresas como sendo uma única empresa e maximizarmos o lucro dessa empresa. Não entendeu? Então imagine que todas as empresas de um determinado setor montem um holding, outra empresa de que são sócias. Agora essa outra empresa é que venderá os produtos no mercado, pois todas as participantes são obrigadas a vender a essa empresa. Sendo assim, só temos uma vendedora e devemos maximizar como se faz em monopólio e, em seguida, dividir as quantidades e receitas entre todos os sócios dessa “holding”. Segundo o Varian: “Nos modelos que examinamos até agora, as empresas operavam de maneira independente. Mas e se elas formarem um conluio para determinar conjuntamente sua produção, esses modelos não serão mais muito razoáveis. Se houver possibilidade de conluio, as empresas farão melhor se escolherem a produção que maximiza os lucros totais da indústria e então dividirem os lucros entre si. Quando as empresas se juntam e tentam fixar preços e produção para maximizar os lucros do setor, elas passam a ser conhecidas como um cartel.” Segundo Pindyck:Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios – Aula 6 Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 9 “Em um cartel, os produtores explicitamente concordam em cooperar, por meio de um acordo que determina preços e níveis de produção. Nem todos os produtores de um setor necessitam fazer parte do cartel e a maioria dos cartéis envolve apenas um subconjunto de produtores. Mas se uma quantidade suficientemente grande de produtores optar por aderir aos termos do acordo do cartel e se a demanda do mercado for suficientemente inelástica, o cartel poderá conseguir elevar seus preços bastante acima dos níveis competitivos.” No entanto, é importante ressaltar que é interessante para um dos membros do cartel furá-lo. Este fato ocorre porque apesar de poder cobrar um preço mais alto pelo produto, o fabricante irá poder vender apenas uma parcela do mercado. Pode ser (em geral é) mais interessante reduzir o preço e conseguir uma parcela maior do mercado. Esse tipo de fato gera instabilidades no cartel e, além disso, não pode ser desconsiderada a reação dos consumidores. Segundo o Pindyck: “Por que razão alguns cartéis têm sucesso enquanto outros não têm? Há dois requisitos para que um cartel tenha êxito. O primeiro deles é que venha a se formar uma organização estável, cujos membros são capazes de fazer acordos relativos a determinados preços e níveis de produção, cumprindo, depois, firmemente, os termos do acordo feito. (...) os membros de um cartel podem conversar entre si para formalizar os termos de um acordo. Entretanto, isso não significa que seja fácil chegar a tal acordo. Diferentes membros possuem diferentes custos, diferentes estimativas da demanda do mercado e até mesmo diferentes objetivos, de tal modo que poderão estar dispostos a praticar níveis de preços também diferentes. Além disso, cada membro do cartel poderá sentir-se tentado a “furar” o acordo, fazendo pequenas reduções de preços visando obter uma fatia do mercado maior do que lhe fora alocada. Frequentemente, apenas a ameaça de um retorno dos preços competitivos a longo prazo é capaz de evitar “furos” desse tipo. Mas se os lucros decorrentes de cartelização forem bastante grandes, tal ameaça poderá ser suficiente para manter o acordo. Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios – Aula 6 Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 10 O segundo requisito para o sucesso do cartel é que haja possibilidade de poder de monopólio. Mesmo que o cartel consiga resolver seus problemas organizacionais, haverá pouca possibilidade de elevação do preço caso ele esteja diante de uma curva de demanda altamente elástica. A possibilidade de poder de monopólio poderia ser considerada como a condição mais importante para a obtenção de sucesso; se forem grandes os ganhos potenciais decorrentes da cooperação, os membros do cartel terão maior estímulo para resolver seus problemas organizacionais.” 13.3. Oligopólio de Cournot No oligopólio de Cournot temos, em princípio, duas empresas que tomam a decisão de quanto deverão produzir e suas decisões deverão ser tomadas simultaneamente. Nesse modelo, as duas empresas devem tomar a sua decisão levando em consideração a outra empresa. A decisão a ser tomada é sobre a quantidade a ser produzida e com a determinação da quantidade produzida poderemos definir o preço. Imagine a situação de uma cidade pequena que tenha apenas dois postos de gasolina ou que seus postos estejam divididos entre duas diferentes empresas. Suponhamos ainda que essas empresas não combinem preço, portanto, não há a formação de cartel. Entretanto, não necessariamente e muito dificilmente o mercado será competitivo. Isto porque mesmo não combinando preço, uma das empresas opta qual deverá ser a quantidade a ser vendida e, portanto, determina seu preço. A outra empresa faz, exatamente, a mesma coisa e de forma simultânea. No entanto, como é obrigatório que seja disponibilizado o preço do combustível em uma grande placa na frente no estabelecimento, um dos proprietários optou por passar em frente ao posto do outro para poder ver qual era o preço que estava sendo praticado. Se ao chegar lá, ele encontra exatamente o Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios – Aula 6 Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 11 mesmo valor, não faz sentido que ele modifique o seu, caso contrário, ele poderá modificar. O proprietário do outro posto fará exatamente a mesma coisa e tomará as mesmas atitudes. Dessa forma, em um determinado momento, os empresários chegarão a uma situação em que eles não precisarão mais modificar o preço, estarão com um lucro extraordinário positivo e mercado ficará em equilíbrio. É claro que esta situação descrita funciona bem para duas empresas ou até mais. No entanto, quanto maior o número de empresas mais complicada passa a ser a situação de equilíbrio e mais instável essa situação se torna. Observe que uma empresa toma a melhor decisão para ela, levando em consideração o que a outra empresa fez e vice-versa. Podemos definir o equilíbrio de Nash da seguinte forma: cada empresa faz o que é melhor para ela dado o que estão fazendo suas concorrentes. Quando N for muito grande e tender a infinito, o oligopólio de Cournot acaba tendendo a uma situação de mercado competitivo. Segundo Pindyck: “Suponha que as empresas produzam uma mercadoria homogênea e conheçam a curva de demanda do mercado. Cada empresa decidirá quanto deverá produzir, e as duas empresas deverão tomar suas decisões simultaneamente. Ao tomar sua decisão de produção, cada uma estará levando em consideração sua concorrente. Ela sabe que sua concorrente estará também tomando decisão sobre a quantidade que produzirá; o preço que receberá dependerá, pois, da quantidade total produzida por ambas as empresas. A essência do modelo de Cournot é assumir que cada empresa considera fixo o npivel de produção de sua concorrente e então toma sua própria decisão a respeito da quantidade que produzirá. (...) Observe que o equilíbrio de Cournot é um exemplo de equilíbrio de Nash. Lembre-se de que, em um equilíbrio de Nash, cada empresa se Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios – Aula 6 Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 12 encontra fazendo o melhor que pode em função do que realizam suas concorrentes. Consequentemente, nenhuma empresa se sentirá estimulada a modificar seu próprio comportamento. No equilíbrio de Cournot, cada um dos duopolistas se encontra produzindo uma quantidade que maximiza seus lucros, dada a quantidade que está sendo produzida por sua concorrente, de tal forma que nenhum dos duopolistas tenha qualquer estímulo para modificar seu nível de produção.” 13.4. Oligopólio de Stackelberg No modelo de oligopólio de Stackelberg temos, em princípio, duas empresas de tamanhos diferentes que competem no mesmo mercado pelo mesmo produto. Imagine a situação de uma grande empresa de software (Microsoft, por exemplo) e uma empresa de fundo de quintal3. Se essa empresa de fundo de quintal optasse por desenvolver um projeto com o objetivo de competir com o Windows, muitoprovavelmente, essa empresa não iria conseguir êxito. Isto ocorreria, principalmente, por problemas de falta de escala e este fato faria com que o preço cobrado pela empresa de fundo de quintal fosse muito alto. Entretanto, se o seu cursinho para concurso optasse por comprar um software de gerenciamento financeiro, ele poderia solicitar o produto tanto à Microsoft quanto à empresa de fundo de quintal. A Microsoft iria fornecer seu produto padrão, mas caso o cursinho precisasse de algo customizado e solicitasse à Microsoft tal produto, o preço inviabilizaria a compra. A empresa de fundo de quintal conseguiria produzir algo muito semelhante utilizando a plataforma do Windows, tornando o software financeiro bastante amigável e com um preço bem mais barato. Portanto, a Microsoft quando desenvolveu o Windows deixou espaços (prateleiras) para que outras empresas pudessem desenvolver seus produtos no ambiente da mesma. Logo, ela tomou sua decisão levando em consideração 3 Esse é um exemplo elaborado com base em TI. No entanto, não entendo muita coisa sobre esse assunto e ele é apenas ilustrativo. Se eu cometer algum equívoco técnico, gostaria que além de relevarem que me mandem um mail para que eu possa consertá-lo e te agradecer na aula. Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios – Aula 6 Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 13 que outras empresas poderiam fazer na sequência. Tomou a melhor decisão para ela. A Microsoft nesse caso é chamada de líder. A empresa de fundo de quintal é chamada de seguidora, pois tomará a decisão que é melhor para ela dada a decisão da Microsoft de desenvolver o Windows. Segundo Pindyck: “Os modelos de Cournot e Stackelberg são representações alternativas de comportamentos oligopolísticos. A determinação de qual deles seja o mais apropriado dependerá muito da indústria em questão. Para uma indústria composta por empresas razoavelmente semelhantes, na qual nenhuma delas possua uma grande vantagem operacional ou posição de liderança, o modelo de Cournot provavelmente será o mais apropriado. Por outro lado, algumas indústrias são dominadas por uma grande empresa que geralmente lidera o lançamento de novos produtos ou a determinação de preço. O mercado de computadores mainframe seria um exemplo, tendo a IBM na liderança. Nesses casos, o modelo de Stackelberg poderá ser mais realista.” Questão 78 (CESGRANRIO – Petrobrás – Economista Pleno – 2005) – No Oligopólio de Stackelberg, lucros mais elevados para a firma líder estão associados a um nível de produto para a firma seguidora: a) crescente. b) inalterado. c) decrescente. d) igual a zero. e) igual ao da firma líder. Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios – Aula 6 Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 14 14. Externalidade As externalidades são ações que modificam o bem-estar de pessoas diversas daquelas que praticam as ações. Essas externalidades podem surgir tanto em processos produtivos quanto em consumo de determinados bens. Vamos começar com os exemplos mais simples. Imagine que estivéssemos em uma sala de aula física e não virtual como essa. Se uma determinada pessoa entra na sala e acende um cigarro, ela passaria a incomodar muita gente. Observe que você não estaria praticando qualquer ação, mas sofreria uma ação negativa no seu bem-estar. Essa atitude causou uma externalidade negativa nas pessoas que não estavam satisfeitas com a situação. Por outro lado, algumas atitudes podem gerar um aumento de satisfação nas pessoas. No início de 2011, houve uma tragédia na região serrana do estado do Rio, assim como em 2009 ocorreu algo semelhante no interior de Santa Catarina. Com isso, vimos a mobilização de vários brasileiros, em trabalho voluntário, com o intuito de tentar ajudar aquelas pessoas. Observe que você, provavelmente, não fez nada, mas essa atitude de terceiros trás certo grau de satisfação tendo em vista os vários problemas que estavam ocorrendo. Determinadas situações, como a reforma de monumentos históricos, igrejas fazem com que o bem-estar do turista aumente, mesmo que ele não tenha feito nada para ajudar naquela ação. Atitudes como essas são chamadas de externalidades positivas, pois aumentam a satisfação das pessoas. Algumas externalidades são determinadas pelo consumo de algo. Imagine uma pessoa tenha tomado todas e depois pegue seu próprio carro. Você está em seu carro e andando em uma estrada em uma direção oposta ao bêbado. Quando o carro do bêbado se aproxima do seu, aquilo te retira parte do seu bem-estar, devido a uma externalidade negativa de consumo. Ela é negativa porque o seu bem-estar está sendo reduzido. Essas externalidades negativas podem acabar gerando o aparecimento de custos sociais, como seria o caso de uma indústria que despeja dejetos nos rios e mata os peixes por causa dessa atitude. Com isso, ela irá gerar custos Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios – Aula 6 Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 15 para as famílias que sobrevivem da pesca naquela localidade e também para os moradores que recebem água potável vindo daquele rio ou mesmo à empresa de tratamento de água que terá o seu custo alterado. A pergunta é: será que o aumento de custo que a fábrica teria para o tratamento da água não seria menor que o custo social imposto aos moradores daquela localidade? Esse tipo de estudo deve ser efetuado pelas autoridades e por meio da regulação econômica, essas externalidades poderão ser reduzidas. Segundo Pindyck: “As externalidades podem surgir entre produtores, entre consumidores ou entre consumidores e produtores. Há externalidades negativas – que ocorrem quando a ação de uma das partes impõe custos sobre a outra – e externalidades positivas – que surgem quando a ação de uma das partes beneficia a outra. Por exemplo, uma externalidade negativa ocorre quando uma usina de aço despeja seus efluentes em um rio do qual os pescadores dependem diariamente para sua pesca. Quanto mais efluentes forem despejados no rio pela usina de aço, menos peixes ele terá. A externalidade negativa surge porque a usina de aço não tem nenhum incentivo para responder pelos custos externos que ela está impondo aos pescadores quando toma sua decisão de produção. Uma externalidade positiva ocorre quando um proprietário de uma casa resolve pintá-la e construir um lindo jardim. Todos os vizinhos se beneficiam dessa atividade, embora a decisão do proprietário de pintar a casa e melhorar seu paisagismo não tenha levado em conta tais benefícios.” Questão 79 (CESGRANRIO – Petrobrás – Economista Junior – 2008) – Ao produzir, uma fábrica de pneus não leva em consideração a dificuldade de absorção, pela natureza, das carcaças de pneus usados. Logo, Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios – Aula 6 Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 16 a) deve-se proibir a reutilização das carcaças, pois barateiam os pneus e aumentam suas vendas. b) o custo social da produção de pneus é menor que o custo privado.c) o preço de pneus para os consumidores deveria ser menor, para diminuir o lucro dos produtores poluidores. d) os produtores e os consumidores de pneus deveriam pagar pela externalidade imposta à população em geral. e) é preciso subsidiar a produção de pneus, para que os produtores possam pagar pela disposição adequada dos pneus imprestáveis. Questão 80 (CESGRANRIO – BNDES – 2008) – Uma das razões importantes para a presença do estado na economia é a existência de externalidades negativas e positivas. A esse respeito, pode-se afirmar que a) a poluição das águas pelas indústrias é uma externalidade negativa e deveria ser totalmente proibida. b) a solução eficiente para resolver o problema do ruído excessivo nos aeroportos é mudar a localização dos mesmos para longe das áreas residenciais. c) as externalidades só ocorrem quando as pessoas produzem ou consomem bens públicos. d) o consumidor de certo bem, cuja produção implicou em poluição ambiental, não deveria pagar pela poluição; o produtor é que deveria. e) quando uma pessoa não se vacina contra uma doença infecciosa está impondo aos demais uma externalidade negativa. 15. Categorias de bens Os mais variados bens, além das mais variadas classificações que já aprendemos, ainda podem ser classificados conforme a sua rivalidade e exclusão do consumo. Esses bens podem ser divididos em: bem público, bem privado, bem comum. Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios – Aula 6 Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 17 No entanto, para podemos compreender a diferença entre esses bens, é necessário que seja compreendido o conceito de rivalidade e exclusão no consumo. Dizemos que há exclusão no consumo de um bem se um determinado indivíduo pode ser excluído do consumo de um bem. Por exemplo, uma coca- cola. Será que alguém pode ser excluído do consumo de uma coca-cola? A resposta é sim. É possível excluir uma pessoa do consumo deste bem, pois o mesmo tem preço positivo e algumas pessoas não podem adquiri-lo. Falamos que um bem é excluível quando o consumo de um bem por uma pessoa exclui a possibilidade de outra pessoa usufruir do bem-estar que pode ser gerado por aquele bem. Vamos para o mesmo exemplo da coca-cola. Quando eu opto por consumir a coca-cola, faço isto porque acredito que o meu bem-estar ao tomar o refrigerante será maior do aquele que eu teria se optasse por não tomá-lo. Entretanto, aquela coca-cola que tomei não poderá gerar satisfação a nenhuma outra pessoa, pois há rivalidade em seu consumo. Observe que a coca-cola, no caso apresentado, é classificada como bem privado, uma vez que é rival e excluível. Por outro lado, podemos ter uma situação em que um bem seja não-excluível e não rival. A defesa nacional é um exemplo clássico. É possível que um país faça a sua defesa nacional e que, ao mesmo tempo, exclua desta defesa um indivíduo que esteja em seu território? Concordam que isso não é possível? A partir do momento em que o Governo Brasileiro compra caças para auxiliar ou fazer a defesa nacional, ele não pode determinar as pessoas que serão “defendidas” e aquelas que serão excluídas dessa defesa. Na verdade, todas as pessoas que estão em território brasileiro serão defendidas. Portanto, a defesa nacional é um bem não-excluível. Será que o fato de o País fazer a sua Defesa Nacional faz com que o aumento de bem-estar gerado a um membro da população reduza o bem-estar gerado a outra pessoa? A resposta é não. Nesse caso, o bem-estar é coletivo, pois o fato de você se sentir mais seguro não faz com que eu me sinta menos seguro. O que está sendo feito é a defesa de todo o território. Portanto, não há rivalidade no consumo do bem. Podemos dizer que o custo marginal de dar a Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios – Aula 6 Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 18 defesa nacional a uma pessoa adicional é igual a zero. Portanto, a defesa nacional é um bem não-rival. Como a defesa nacional é um bem não-rival e não-excluível, ela é considerada um bem público. Podemos ainda considerar as praças, a iluminação pública, entre outros, como bens públicos. Podemos verificar que em todos os casos, o consumo pode ser feito por vários indivíduos sem que seu custo seja maior do que aquele que seria apurado para o consumo de apenas um indivíduo. Imagine uma situação em que uma cidade optou por criar um pasto comunal, um pasto público para todas aquelas pessoas que queiram ter gado. Logo, o prefeito dessa cidade destinou um terreno para o pasto e informou que todos os moradores poderiam colocar suas “vaquinhas” naquele terreno sem qualquer tipo de custo. A ideia inicial é que este pasto comunal é um bem público, correto? Vamos analisar. Como o prefeito disse que qualquer pessoa pode comprar cabeças de gado e colocar nesse pasto, não podemos falar que há qualquer tipo de exclusão. A ideia é que qualquer pessoa pode colocar o gado no pasto comunal, logo, esse pasto é não excluível. Entretanto, quando um morador coloca uma cabeça de gado nesse pasto, ele irá se alimentar e fazer com que o alimento para outras criaturas fique mais escasso. Esse é um indício de rivalidade, pois quando um animal se alimenta do pasto acaba sobrando menos pasto para os outros animais. Sendo assim, há rivalidade no consumo nesse pasto comunal. No fim das contas, se todas as pessoas colocarem várias cabeças de gado no pasto comunal, seus animais não conseguirão se alimentar direito, pois o pasto será consumido rapidamente. Portanto, o pasto comunal, apesar de ser não-excluível, será um bem com rivalidade. Se ele é não-excluível e rival, ele será considerado um bem comum4. 4 Não confunda essa classificação com aquela que foi dada na parte de oferta e demanda. Lá também falamos de bem comum, mas uma coisa não tem nada, absolutamente nada, a ver com a outra. Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios – Aula 6 Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 19 Questão 81 (CESGRANRIO – SFE – Economista Junior – 2009) – O avanço da industrialização trouxe para os economistas situações relacionadas à economia ambiental. Quanto a um fabricante de aço que polui a atmosfera, afirma-se que a) a produção de aço excederá o ótimo social, se o fabricante não for cobrado pelos danos causados. b) a produção de aço deveria ser proibida. c) o fabricante deveria pagar pelo dano que causa, mas os consumidores de aço não deveriam pagar nada. d) o governo deveria arcar com os custos de recuperar a atmosfera, que é um bem público. e) os vizinhos do fabricante deveriam se mudar para longe. Resolução: Gabarito: A Questão 82 (BNDES – Economista – CESGRANRIO – 2009) – Uma característica importante dos bens públicos é a de serem não exclusivos, o que é definido como uma situação em que o(s) a) setor privado da economia não tem a exclusividade de produção desses bens. b) custo marginal de provê-los, para um consumidor a mais, é nulo. c) custos de excluir uma pessoa do consumo desses bens são muito altos, proibitivos. d) custos fixos de produção são elevados. e) bens públicos são produzidos por muitas empresas competitivas.Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios – Aula 6 Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 20 QUESTÕES RESOLVIDAS Questão 78 (CESGRANRIO – Petrobrás – Economista Pleno – 2005) – No Oligopólio de Stackelberg, lucros mais elevados para a firma líder estão associados a um nível de produto para a firma seguidora: a) crescente. b) inalterado. c) decrescente. d) igual a zero. e) igual ao da firma líder. Resolução: Observe que a questão não fala de custo e tenta relacionar lucro com nível de produção. Portanto, devemos pensar que lucros maiores da firma líder estão associados a lucros menores para a firma seguidora. Portanto, haveria uma redução da quantidade de produto da seguidora. Sendo assim, o gabarito é a letra C. Gabarito: C Questão 79 (CESGRANRIO – Petrobrás – Economista Junior – 2008) – Ao produzir, uma fábrica de pneus não leva em consideração a dificuldade de absorção, pela natureza, das carcaças de pneus usados. Logo, a) deve-se proibir a reutilização das carcaças, pois barateiam os pneus e aumentam suas vendas. b) o custo social da produção de pneus é menor que o custo privado. c) o preço de pneus para os consumidores deveria ser menor, para diminuir o lucro dos produtores poluidores. Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios – Aula 6 Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 21 d) os produtores e os consumidores de pneus deveriam pagar pela externalidade imposta à população em geral. e) é preciso subsidiar a produção de pneus, para que os produtores possam pagar pela disposição adequada dos pneus imprestáveis. Resolução: Observe que a questão informa que os pneus usados possuem uma dificuldade de absorção. Ou seja, descartar os pneus usados não é tarefa simples pois a decomposição dos mesmos é bastante complexa. Dessa forma, há um custo ambiental, um custo social nessa atividade que está sendo imposto a todas as pessoas e não somente àqueles que utilizam os pneus. Com isso, vemos que o custo social é maior do que o privado, pois são geradas externalidades negativas. Sendo assim, os produtores e consumidores poderiam pagar por essa externalidade gerada para a população de uma forma geral. E o gabarito é a letra D. Gabarito: D Questão 80 (CESGRANRIO – BNDES – 2008) – Uma das razões importantes para a presença do estado na economia é a existência de externalidades negativas e positivas. A esse respeito, pode-se afirmar que a) a poluição das águas pelas indústrias é uma externalidade negativa e deveria ser totalmente proibida. b) a solução eficiente para resolver o problema do ruído excessivo nos aeroportos é mudar a localização dos mesmos para longe das áreas residenciais. c) as externalidades só ocorrem quando as pessoas produzem ou consomem bens públicos. d) o consumidor de certo bem, cuja produção implicou em poluição ambiental, não deveria pagar pela poluição; o produtor é que deveria. Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios – Aula 6 Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 22 e) quando uma pessoa não se vacina contra uma doença infecciosa está impondo aos demais uma externalidade negativa. Resolução: A geração de externalidades negativas, em alguns momentos, é necessária. Caso tentássemos brecar qualquer externalidade negativa, qualquer tipo de poluição não poderia ser emitido e, portanto, poderíamos ter que reduzir o nível de bem-estar geral a patamares inferiores àqueles obtidos com a geração de externalidade negativa. Portanto, o controle da externalidade é algo muito mais interessante e benéfico para a sociedade de uma forma geral. A mudança dos aeroportos para locais mais distantes fará com que as pessoas percam um pouco de comodidade e por outro lado reduzirá o nível de ruído. Será que uma pessoa que mora ao lado de Congonhas ou do Santos Dumont gostaria de ser obrigado a usar os aeroportos de Guarulhos ou Galeão. Tenho a convicção que a resposta para um paulista é negativa. Tenho um exemplo próximo, de uma pessoa que mora há menos de 10 quadras do aeroporto de Congonhas e o barulho pouco atrapalha se comparado ao benefício gerado com a utilização desse aeroporto. No entanto, quando uma pessoa opta por não se vacinar, ela acaba gerando uma externalidade negativa em todas as pessoas. Sendo assim, o gabarito é a letra E. Gabarito: E Questão 81 (CESGRANRIO – SFE – Economista Junior – 2009) – O avanço da industrialização trouxe para os economistas situações relacionadas à economia ambiental. Quanto a um fabricante de aço que polui a atmosfera, afirma-se que a) a produção de aço excederá o ótimo social, se o fabricante não for cobrado pelos danos causados. Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios – Aula 6 Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 23 b) a produção de aço deveria ser proibida. c) o fabricante deveria pagar pelo dano que causa, mas os consumidores de aço não deveriam pagar nada. d) o governo deveria arcar com os custos de recuperar a atmosfera, que é um bem público. e) os vizinhos do fabricante deveriam se mudar para longe. Resolução: Se a produção de um bem gera um custo social, quando ele não é cobrado desse custo, no seu processo de maximização ele levará em consideração apenas o custo marginal privado e, portanto, terá uma produção mais elevada. Para que seja atingido o ótimo social, no processo de maximização a empresa adotará como custo marginal a soma do custo marginal privado com o custo social privado. Sendo assim, o gabarito é a letra A. Gabarito: A Questão 82 (BNDES – Economista – CESGRANRIO – 2009) – Uma característica importante dos bens públicos é a de serem não exclusivos, o que é definido como uma situação em que o(s) a) setor privado da economia não tem a exclusividade de produção desses bens. b) custo marginal de provê-los, para um consumidor a mais, é nulo. c) custos de excluir uma pessoa do consumo desses bens são muito altos, proibitivos. d) custos fixos de produção são elevados. e) bens públicos são produzidos por muitas empresas competitivas. Resolução: Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios – Aula 6 Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 24 Os bens são considerados não exclusivos (ou não excluíveis) quando não for possível a exclusão do seu consumo de uma pessoa. Ou, podemos ainda considerar que os custos de exclusão são muito altos. Imagine você fazer uma defesa nacional mas tentar excluir a defesa de uma pessoa. Ou seja, se algum terrorista for colocar uma bomba em algum local, você até deixa mas desde que a bomba venha a atingir aquela pessoa em específico que você não deseja fazer a defesa nacional. Ou então, o estado contrata alguém para impedir que uma pessoa entre em uma determinada praça, mas ao invés de colocar essa pessoa atrás do indivíduo que está impedido, você o coloca na praça para não deixar o indivíduo entrar. Imagine se o indivíduo for proibidode entrar em qualquer praça de uma cidade quanto isso não poderia custar. Esse valor seria um absurdo ainda maior se a cidade fosse alguma capital européia. Sendo assim, o gabarito é a letra C. Gabarito: C Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios – Aula 6 Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 25 Bibliografia Eaton & Eaton – Microeconomia, Editora Saraiva – 3ª Edição, 1999. Ferguson, C.E. – Microeconomia, Editora Forense Universitária – 8ª Edição, 1985. Mankiw, N. Gregory – Introdução à Economia – Princípios de Micro e Macroeconomia, Editora Campus, 1999. Mas-Colell, Whinston & Green – Microeconomic Theory, Oxford University Press, 1995. Pindyck & Rubinfeld – Microeconomia, Editora MakronBooks – 4a Edição, 1999. Varian, Hal R. – Microeconomia – Princípios Básicos, Editora Campus – 5ª Edição, 2000. Vasconcellos & Oliveira – Manual de Microeconomia, Editora Atlas – 2ª Edição, 2000. Curso Online – Microeconomia para o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Engenharia Teoria e Exercícios – Aula 6 Prof. César Frade Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 26 GABARITO 78- C 79- D 80- E 81- A 82- C Galera, Terminamos aqui o nosso curso de microeconomia. Espero que vocês tenham gostado, que eu tenha sido útil nessa caminhada de vocês. Agora estou torcendo por vocês e aguardando a tão sonhada aprovação. Lembro ainda que gostaria muito que vocês me enviassem a prova por e-mail assim que ela fosse disponibilizada no site. Se possível, cortassem as questões da minha matéria. Solicito isso porque estarei de férias em um local com uma internet precária no dia e posso não ter facilidade para acessar uma página que possua muitas informações. Abraços e uma boa prova a todos, César Frade
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