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ÁREAS CONTAMINADAS, DEGRADADAS E RESÍDUOS INVESTIGAÇÃO DE CAMPO E REMEDIAÇÃO ÁREAS CONTAMINADAS DEFINIÇÃO: Área contaminada pode ser definida como uma área, local ou terreno onde há comprovadamente poluição ou contaminação causada pela introdução de quaisquer substâncias ou resíduos que nela tenham sido depositados, acumulados, armazenados, enterrados ou infiltrados de forma planejada, acidental ou até mesmo natural. CETESB (2001) OBS.: CETESB é a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental, ligada à Secretaria do Meio Ambiente do governopaulista. • Os poluentes ou contaminantes podem concentrar-se em sub-superfície nos diferentes compartimentos do ambiente – Ex.: no solo, nos sedimentos, nas rochas, nos materiais utilizados para aterrar os terrenos, nas águas subterrâneas etc. – Além disso, podem concentrar-se nas paredes, nos pisos e nas estruturas de construções. ÁREAS CONTAMINADAS Os poluentes ou contaminantes podem ainda ser transportados, propagando-se por diferentes vias, como, por exemplo, o ar, o próprio solo, as águas subterrâneas e superficiais, alterando características naturais ou qualidades do meio - causando determinados impactos negativos e/ou riscos, localizados sobre a própria área ou em seus arredores, aos bens a proteger. • a saúde e o bem-estar da população; • a fauna e a flora; • a qualidade do solo, das águas e do ar; • os interesses de proteção à natureza/paisagem; • a ordenação territorial e planejamento regional e urbano; • a segurança e ordem pública Segundo a Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938/81), são considerados bens a proteger: • Na literatura especializada internacional e nacional são empregados vários termos que podem ser considerados sinônimos do termo” área contaminada“: – “sítio contaminado”, – “terrenos contaminados”, – “solos contaminados” e – “solo poluído”. ÁREAS CONTAMINADAS PASSIVO AMBIENTAL • O passivo ambiental é um dos temas mais discutidos da atualidade em vários segmentos da sociedade; apesar disto é ainda muito pouco conhecido ou pesquisado. • Possui características muito abrangentes, podendo ser classificado de acordo com os aspectos físicos ou aspectos administrativos dos empreendimentos. • Em termos contábeis, passivo vem a ser as obrigações das empresas com terceiros, sendo que tais obrigações, mesmo sem uma cobrança formal ou legal, devem ser reconhecidas. • O passivo ambiental representa os danos causados ao meio ambiente, representando, assim, a obrigação, a responsabilidade social da empresa com aspectos ambientais. • São incluídos entre as obrigações as aplicações de recursos que objetivem a recuperação do ambiente, bem como investimentos em tecnologia de processos de contenção ou eliminação de poluição. PASSIVO AMBIENTAL • Termo muito usado em áreas mineradas e de grandes obras civis com enfoque ao compartimento solo. ÁREAS DEGRADADAS O termo “degradação” é o termo mais amplo e engloba o termo “poluição”. S A N C H E S (1 9 9 8 ) • Tais como sua estrutura ou grau de compacidade. A ocorrência de alterações negativas das suas propriedades físicas. • Devido a ErosãoA perda de matéria • Devido a salinização, processos lixiviação, como a deposição ácida e a introdução de poluentes. A alteração de características químicas DEGRADAÇÃO DO SOLO: EXEMPLO DE SOLO ERODIDO ÁREAS DEGRADADAS Dessa forma, pode-se definir uma área degradada como uma área onde ocorrem processos de físicas e/ou alteração químicas das propriedades de um ou mais compartimentos do meio ambiente. Portanto, uma área contaminada pode ser considerada um caso particular de uma área degradada, onde ocorrem alterações principalmente das propriedades químicas, ou seja, contaminação. Área degradada Área contaminada ÁREAS CONTAMINADAS: LEGISLAÇÃO Propicia a utilização da legislação federal existente nos casos de adoção de medidas de remediação de áreas contaminadas A Lei 6.938/81, regulamentada pelo Decreto 99.274/90, sobre a Política Nacional do Meio Ambiente é a que determina a responsabilização e penalidades para casos de poluição, em seus artigos 2º e 4º Objetivo da lei: "RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS e ao poluidor obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados" POLUIÇÃO E CONTAMINAÇÃO • Muitas vezes considerados sinônimos – sobretudo em nível de Legislação aplicável. • A contaminação é a presença, num ambiente, de seres patogênicos, que provocam doenças, ou substâncias, em concentração nociva ao ser humano. No entanto, se estas substâncias não alterarem as relações ecológicas ali existentes ao longo do tempo, esta contaminação não é uma forma de poluição. • Conceito de Poluição não está ainda bem definido. No Brasil, ainda não existe uma legislação específica para as questões que envolvam áreas contaminadas. POLUIÇÃO e Porém para efeitos de aplicação da Legislação Ambiental CONTAMINAÇÃO são considerados sinônimos uma vez que: A Lei 997/76, que dispõe sobre o controle da poluição ambiental: POLUIÇÃO E CONTAMINAÇÃO “Considera-se poluição do meio ambiente a presença, o lançamento ou a liberação, nas águas, no ar ou no solo, de toda e qualquer forma de matéria ou energia, com intensidade, em quantidade, de concentração ou com características em desacordo com as que forem estabelecidas em decorrência dessa lei, ou que tornem ou possam tornar as águas, o ar ou solo: •impróprios, nocivos ou ofensivos à saúde; • inconvenientes ao bem-estar público; • danosos aos materiais, à fauna e à flora; •prejudiciais à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às atividades normais da comunidade”. Poluição = Contaminação CONTAMINANTES São informações importantes do contaminante: – Natureza / espécie – Concentração – Toxicidade – Atividade (radioatividade) PRINCIPAIS CONTAMINANTES E SEUS INDICADORES POLUIÇÃO DOS SOLOS • Desde que a poluição de origem industrial começou a se manifestar, seus efeitos se refletem no solo • Até a dec. 70 o solo foi considerado um receptor ilimitado de substâncias nocivas descartáveis, como o lixo doméstico e os resíduos industriais – Com base no suposto poder potencial de aoque leva dos impactos tampão e autodepuração, saneamento criados – capacidade superestimada. GRAVE PROBLEMA AMBIENTAL • Duas características peculiares à poluição dos solos merecem destaque: – seu caráter cumulativo e a baixa mobilidade dos poluentes. • As substâncias nocivas acumuladas no solo podem permanecer nele por muito tempo – – podendo poluir lentamente águas subterrâneas ou superficiais e, conseqüentemente, afetar o meio biótico. POLUIÇÃO DOS SOLOS PLUMAS DE CONTAMINAÇÃO é a região contaminada por um ou mais poluentes a partir da fonte o surgimento das áreas contaminadas, está relacionado ao desconhecimento, em épocas passadas, de: procedimentos seguros para o manejo de substâncias perigosas, ao desrespeito a esses procedimentos seguros, assim como à ocorrência de acidentes ou vazamentos nos processos produtivos e mesmo no transporte e armazenamento de matérias-primas. RESÍDUOS: DEFINIÇÃO • Qualquer matéria que é ou abandonada ao longo de atividades industriais, comerciais, domésticas ou outras; ou, ainda, como produtos secundários para os quais não há demanda econômica e para os quais é necessária disposição. • SÓLIDOS • LÍQUIDOS • GASOSOS CLASSIFICAÇÃO DE RESÍDUOS • A necessidade de caracterizar os resíduos para determinar seu destino final tornou-se essencial, para –evitar sua inadequados, disposição em que possam locais causarcontaminação do meio ambiente. • NBR 10.004 (ABNT, 2004) conceitua a PERICULOSIDADE de um resíduo como: A "característica apresentada por um resíduo, que, em função de suas propriedades físicas, químicas ou infecto-contagiosas, pode apresentar: a) risco à saúde pública: aumento de mortalidade por incidência de doenças e ou, b) riscos ao meio ambiente: manuseado ou destinado inadequadamente” CLASSIFICAÇÃO DE RESÍDUOS: PERICULOSIDADE • A periculosidade dos resíduos depende, em geral, dos seguintes fatores (PROIN/CAPES & UNESP/IGCE, 1999) – Natureza (inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade) – Concentração – Mobilidade – Persistência e bioacumulação – Degradação CLASSIFICAÇÃO DE RESÍDUOSCLASSIFICAÇÃO DE RESÍDUOS: PERICULOSIDADE • No Brasil, os resíduos são classificados quanto à periculosidade, segundo a Norma Técnica NBR 10.004, da seguinte maneira: CLASSIFICAÇÃO DE RESÍDUOS C la s s e II (N ã o p e ri g o s o s ) Não inertes: não se enquadram nas classes I e IIB. Podem ter propriedades como biodegrabilidade, combustilidade ou solubilidade em água Classe IIA (Não Inertes) Classe IIB (Inertes) Não têm nenhum dos seus constituintes solubilizados em concentrações superiores aos padrões de potabilidade de águas. Ex.: Rochas, Tijolos e vidro. CLASSIFICAÇÃO DE RESÍDUOS: PERICULOSIDADE DISPOSIÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS • Todos os resíduos devem ser dispostos de maneira a não causar impactos deletérios ao meio ambiente. • Disposição em Aterros é a mais freqüente. • Aterros Sanitários: RSU • Aterros industriais: Classe I ou II, de acordo com a classificação dos resíduos. • Resíduos estéreis (mineração- material não aproveitável como minério): dispostos em pilhas • Rejeitos (desmatamento em mineradoras): dispostos em bacias formadas por barragens ou diques DIFERENÇA ENTRE REJEITOS E RESÍDUOS • REJEITO OU LIXO são os restos das atividades humanas, considerados pelos geradores como INÚTEIS, INDESEJÁVEIS OU DESCARTÁVEIS (ABNT) podendo se apresentar no estado sólido e líquido, desde que não seja passível de tratamento. Ex.: Lixo Hospitalar, lixo nuclear. • RESÍDUO são sobras ou restos do processo produtivo ou de consumo, que tem VALOR e podem ser reutilizados ou reciclados. • Muitas vezes RESÍDUO que é tratado como LIXO, ou seja, é desprezado em seu valor de matéria prima. DISPOSIÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Aterros industriais Aterros sanitários Pilhas de estéreis de Mineração Barragens de Rejeitos de Mineração Objetivo comum: Confinar ou conter resíduos. Diferem apenas no grau de segurança necessário em função das características dos resíduos A degradação de RSU dentro de um aterro ocorre por processos físicos, químicos e biológicos, gerando CHORUME e gases. DISPOSIÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Duas classificações para CHORUME: Chorume, percolado ou lixiviado é o efluente da massa de resíduos resultante da percolação de águas de precipitação e da própria decomposição dos resíduos. 1) Chorume é o líquido gerado na massa de resíduos pela decomposição da matéria sólida. 2) Percolado ou lixiviado seria o fluido dissolução do chorume nas águas que produzido pela percolam pela massa de resíduos, advindas de infiltração de águas pluviais. DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS EM GERAL • Principal ponto: proteção ao meio ambiente • Duas questões importantes: 1) Análise da migração dos contaminantes 2) Garantia da estabilidade dos locais usados para a disposição dos resíduos • No Brasil, porém, estima-se a existência de mais de 12 mil locais de disposição inadequada de resíduos. • "É o conjunto articulado de ações normativas, operacionais, financeiras e de planejamento, que o administrador desenvolve, baseado em critérios sanitários, ambientais e econômicos, para coletar, tratar e dispor o lixo de sua cidade/empresa“ GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS OBJETIVOS: Não gerar; Minimizar a geração; Reciclar; Tratar; Dispor adequadamente CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES Objetivos: redução volumétrica e da periculosidade Considera aspectos econômicos e ambientais No geral a renda apenas abate desembolsos Sempre haverá resíduo a ser aterrado GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS Obs.: (*) a Prefeitura é co-responsável por pequenas quantidades (geralmente menos que 50 kg), e de acordo com a legislação municipalespecífica. FONTE: IPT, (1995) Comercial Serviços deSaúde Industrial Portos, aeroportos e terminais ferroviários erodoviários GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS O ciclo do gerenciamento de resíduos abrange as atividades desenvolvidas da geração à disposição final. 1 1 Fecham o ciclo alimentando as diferentes fontes deresíduos RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL (RCD) • Também chamados resíduos de construção e demolição, podem ser excluídos dos RSU quando dispostos separadamente LODOS DE ETA E ETE de• ETA: Estação tratamento de água • ETE: Estação de tratamento de esgotos • Podem ser tratados e reciclados ou ser dispostos como resíduos sólidos. O lodo sendo removido do leito de secagem de uma ETE. RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL • Oriundos das atividades de construção: novas obras, reformas, demolições e limpezas de terrenos • CONAMA 307(2002) RCD: – São os provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha; • Podem ser classificados em: – Solos; – Materiais cerâmicos: rochas naturais, concretos, argamassas a base de cimento e cal; resíduos de cerâmica vermelha; cerâmica branca; cimento- amianto; gesso; vidro; – Materiais metálicos: aço, latão etc; – Materiais orgânicos: madeira; plásticos; materiais betuminosos; tintas e adesivos; papel; restos vegetais e produtos de limpeza de terrenos. RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL e grande • São considerados INERTES - NBR 10.004. • Grande problema: disposição irregular volume. • CONAMA 307 (2002): As prefeituras estão proibidas de receber os RCDs nos aterros sanitários. A disposição deve ser feita em aterros especiais. • Infelizmente grande quantidade de RCDs são dispostos irregularmente. RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL ~80% de todo o RCD gerado é passível de reciclagem POTENCIAL PARA RECICLAGEM DOS RCDs Outras frações como madeira, embalagens e gesso Ainda não se dispõe de tecnologia para reciclagem Fração metálica Sucata Pode ser reciclada em base e sub-base para pavimentação Quase toda a fração CERÂMICA pode ser beneficiada como agregado, por exemplo para a produção de concretos estruturais, blocos de concreto, argamassas, contrapisos, etc. Frações de solos misturados a materiais cerâmicos e gesso Usina de Reciclagem de Resíduos da Construção Civil Município de Guarulhos Usina de Reciclagem de Resíduos da Construção Civil- PROGUARU (Guarulhgos) • CONAMA 307 (2002)- Cada município deve ter um plano integrado para o gerenciamento desses resíduos GERENCIAMENTO DOS RCDs
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