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Curso de Psicologia – EPC
RP: M. F. O. P: 4426/15 – 24º: 14/10/2016
A cliente chegou atrasada na recepção, eu já estava a aguardando, nos cumprimentamos e nos deslocamos até o setting terapêutico. No caminho, ela disse que estava muito cansada e que a semana não foi muito boa.
 Sentamos e iniciamos a sessão.
Terapeuta: Vamos começar? Como foi a semana? Perguntei para você no corredor e fez uma carinha de mais ou menos... 	Comment by Eliana Hamasaki: Tente evitar esse "início", ok!
Cliente: Ai! Esta á semana foi muito cansativa, é, estaá semana, a diretoria pegou meu celular por duas vezes (risos), porque eu estava mexendo na sala (risos). Na primeira e na segunda vez, foi no intervalo de uma aula pra outra. Na segunda vez, a mocinha lá disse que não pode em nenhum momento, aí,i ela catou. Eu fiquei dois dias sem, depois que voltou o feriado, eu peguei e, aí, i hoje ela pegou de novo. Aí,i depois ela me devolveu e eu tive que assinar outra ocorrência. 
Terapeuta: Ela retira seu celular e fica um dia ou dois com ela?
Cliente: Primeiro, ela disse que eu poderia pegar no final da aula, mas eu tinha entendido que era só a mãe que poderia pegar. Então, eu deixei lá e a minha mãe não queria buscar. Aí,i hoje ela disse que só a minha mãe poderia pegar, só que ela me entregou.
Terapeuta: Como é que você se sente com toda estaá situação?
Cliente: Eu fiquei com raiva! Só que, são as ordens da escola (risos)...
Terapeuta: Como a sua mãe reagiu com tudo isso?	Comment by Eliana Hamasaki: Ótimo que você tenha se importado com a reação da mãe sobre isso, uma vez que, sabemos da importância desta relação para os sentimentos da Marcela. Contudo, fiquei pensando que, talvez, pudesse investigar questões referentes ao cumprimento de normas/ordens e os efeitos disso sobre ela. Fica para uma outra vez!
Cliente: Ah! Ela nem falou nada, tipo ela, mas ela não sabe que pegaram meu celular hoje e nem vou contar. 
Terapeuta: E quando ela descobrir que você mentiu?
Cliente: Ela irá descobrir na reunião que vem, se ela prestar atenção.	Comment by Eliana Hamasaki: Significativa essa fala, não é? Parece que o sentimento dela é o de que a mãe "não dá muita atenção" às coisas relacionadas a ela - Marcela. E isso deve contribuir para que ela se engaje - cada vez mais - a fazer coisas, mesmo aquelas que inevitavelmente desagradarão a mãe... pois, assim, a mãe "vai prestar atenção", com maior probabilidade... Hipótese, ok!
Terapeuta: Você não acha melhor contar pra ela? Desta forma, ela não irá começar a ter confiança em você porque você irá falar em vez de outra pessoa falar. O que você acha?	Comment by Eliana Hamasaki: Muito sugestivo... Lembre-se de emitir o menor número de regras, ok!
Cliente: Ah não! Eu sei que... Ah sei lá! Não queria falar assim: Mãe pegaram meu celular de novo!
Terapeuta: Não seria um meio para você começar a ter diálogo com ela, lembra que você falou que você gostaria de ter atitudes mais maduras. Lembra? E se você esperar alguém falar, é uma atitude madura ou imatura?	Comment by Eliana Hamasaki: Aqui, já melhorou muito!!! 
Cliente: Imatura!
Terapeuta: E se você chegar e falar pra ela, independente da conseqüência, será uma atitude madura ou imatura?
Cliente: Madura! 
Terapeuta: Então, o que você acha da idéia de contar pra sua mãe que pegaram seu celular hoje na escola? 	Comment by Eliana Hamasaki: Só fico um pouco receosa de parecer regra demais para ela... vamos avaliar o efeito, ok!
Cliente! Verdade... Eu irei falar, mas ela irá ficar dizendo: ah... Mas ela não irá falar nada.
Terapeuta: Mesmo que ela não fale nada, você diz que resolveu contar pra ela o que houve, para que ela saiba por você e não por outras pessoas. O que você acha?
Cliente: Sim! Segunda coisa, nossa aconteceu tanta coisa! Estou atolada de trabalho, isso mexe demais com a minha cabeça! Ah quanto trabalho, socorro! Trabalho de biologia é imenso, o trabalho de historiahistória é imenso, o trabalho de química é imenso... Ah! E tudo é pra semana que vem! Eu estou tipo, ah socorro! Mas eu vou tentar, porque o de biologia é em grupo, o de química acho que dá pra fazer em dois dias e o de história, tem que assistir dois filmes e anotar várias coisas sobre eles, muita preguiça.
Terapeuta: E se você começasse a organizar na sua agenda? 
Cliente: Eu vou separar os dias pra fazer cada um, porque se não, tenho vários trabalhos!
Terapeuta: Tenho uma idéia. Mas você irá falar se você quer ou não! Podemos começar a fazer a organização da sua agenda e estudo juntos, pegamos uns 10 minutos da sessão, pode ser no começo ou no fim. O que você acha? E quando quer? Na semana que vem, a gente começa e você já trazás pra gente o que você tem pra fazer, e começamos a organizar juntos: Então? 
Cliente! Nossa! Táa! Sim, podemos fazer no final! Ah, outra coisa, eu mandei um currículo para uma empresa, uma clinicaclínica que faz medicamentos, lá é legal! Fiquei sabendo que eles dão algumas oportunidades de ir para o exterior, eu não entendo muito bem estaá parte, mas, aí,i eu mandei o currículo e, aí,i vamos ver se eles me chamam e foi a minha mãe que me falou sobre estaá vaga. Aí,i eu falei, nossa me passa o e-mail agora que eu quero mandar. Porque eu quero trabalhar logo, pra minha mãe tipo, pra mim criar uma certa responsabilidade e ela perceber isso em mim, sabe! 	Comment by Eliana Hamasaki: Quanta necessidade de agradar a essa mãe, não é?
Terapeuta: E os estudos?
Cliente: Eu penso, vixi! Dependendo do horário, vai ser bem complicado, mais, aí,i eu vou ver!
Terapeuta: Desde a primeira sessão, você fala que quer a independência, e quanto mais coisas for fazer, terá que ter mais responsabilidades. Quanto maior a independência, maiores são as responsabilidades. Você estáa em uma fase de transição, passou pela infância, agora está na adolescência, está adquirindo experiência e está caminhando para a vida adulta. E um adulto tem responsabilidades, mas, também, ele tem o lado bom, a liberdade. Lembra, você quer o resultado, mas o que você está fazendo hoje para chegar aos seus objetivos e resultados? Terá que pensar sobre os estudos, qual horário irá trabalhar e horário para estudar.
Cliente: É tudo verdade... Eu estudo de manhã e trabalharia à tarde! Aí,i quando for prova, eu tenho que prestar muito atenção no horário das aulas e nossa! Decorar aquelas fórmulas, no sábado e domingo. Deixa eu ver o que mais! Meu final de semana foi legal, porque eu fiquei o dia inteiro fora, perto de casa, eles arrumaram o asfalto do meu bairro e ficou muito liso lá, o que eu fiz?! Chamei meu amigo e fiquei andando de skate lá o dia todo e foi legal! Eu me senti até magra (rs), não emagreci, mas me senti mais magra. O amigo foi aquele que falei que estava gostando de mim. 	Comment by Eliana Hamasaki: Porque fez coisas das quais gosta e se sente bem com a atividade e com essa companhia! Sentiu-se "leve"!
	É! Só que ele estáa afima fim de outra garota agora, e eles estão meio que próximos, a menina está para terminar com o namorado dela, aiaí, foi legal o final de semana. E tatá! Aconteceu uma coisa muito ruim também, eu estava jantando. , nãoNão! , primeiroPrimeiro, eu estava no Facebook e fiz uma postagem, assim pra saber a opinião das pessoas, coloque assim: Você apóia o casamento de pessoas do mesmo sexo? Sim ou não? 
	Aí,i a minha tia viu, aí,i ela ficou, sei lá meio bruxa e, quando a gente foi jantar, ela começou a reclamar e falou pra mim tirar. Disse que não iria tirar, por que eu tenho que tirar? Não vou tirar! Aí,i ela ficou falando, falando, falando, aí,i eu meio que retruquei, mas ela consegue que colocar a minha família meio que contra tipo, minhas ações, coloca a minha família contra mim, ela consegue, tipo destacar um ponto negativo meu pra minha família, aí,i minha família só foca naquilo que é negativo, sabe! E aí,i eles ficam me cobrando toda hora.
	Toda hora ela fala pra minha mãe me tirar da escola, ah ela não merecia estar em uma escola particular, ah sei lá o que! Aí,itipo, eu fiquei irritada, e achei injusto, porque ela fica tretando demais e a minha mãe fica cansada, porque ela começa a cobrar a minha mãe, como se isso fosse um erro e o erro fosse da minha mãe. Aí,i a minha avó fica nervosa, aí,i ela fala que eu deixo a minha avó nervosa, mas ela ajuda muito a minha avó ficar nervosa... Nossa, ela briga comigo direto. Aí,i ela é meio egocêntrica, ela também é generosa às vezes, ela consegue ser um amorzinho, mas sabe aquele doce enjoado? É ela, aí,i eu fui pro quarto e fiquei no escuro. Aí,i comecei a desabafar no texto, aí,i o que eu fiz! Tive a brilhante idéia de publicar, publiquei no Facebook, porque eu queria me expressar, eu pensei em publicar isso aqui né, aí,i eu publiquei... Minha mãe viu! 	Comment by Eliana Hamasaki: Que boa leitura a Marcela tem do contexto!	Comment by Eliana Hamasaki: Não sei, não... Nestes casos, pergunte a ela o que é "um doce enjoado"
	Minha tia, não sei se ela viu, acho que não! Aí,i a minha mãe falou pra mim, apaga isso, agora! Ela pediu tanto pra apagar que eu bloqueei ela de ver e a minha tia também! Só que, depois, eu falei, mas ela já tinha lido, ela leu... Mas, também no status do meu WhatsappWhatsApp, eu também coloquei uma frase lá, aí, i a minha tia não gostou e, então, depois, que eu publiquei aquele texto, mas aquele texto era porque a minha tia estava sendo meio que preconceituosa comigo, sabe! E porque eu acho injusto o que ela faz, ela coloca a minha família contra mim e eu não gosto disso (tristeza com olhar de raiva). 
	Aí,i eu publiquei aquilo, mas, o melhor amigo da minha mãe viu, e ele é gay e tipo, ele escreveu um texto muito perfeito mano, e colocou na minha página e tipo, foi um belo incentivo aquilo.
Terapeuta: Caso queira dizer, o que dizia o seu texto e a frase no WhatsappWhatsApp?
Cliente: Do WhatsappWhatsApp estava, puxa nem lembro! Posso pegar o celular, aí,i eu leio os dois? 
Terapeuta: Mas, a coordenadora não tinha pego o seu celular ou é outro?
Cliente: Pegou, mas ela devolveu depois de dois dias, aí,i ela pegou de novo e devolveu no mesmo dia (risos)! Você quer ler? Acho mai fácil você ler do que eu! Eu acho estranho eu lendo...
Terapeuta: Gostaria de ouvir você lendo, se realmente você quer ler! É importante.
Cliente: Vamos lá!
	“Ainda existem pessoas conservadoras, preservam a disciplina e a ordem, que ótimo, porém há aquelas que não sabem lidar com as sensações causadas por aquilo que não é comum aos seus olhos. Misturando tal poder autoral, que acreditam ter sobre as pessoas e a certeza sobre as suas opiniões. Realmente sou obrigada a seguir a tal regra imposta pela sociedade, quer seria mentir ser a sociedade perfeita. Nesta vida, o maior objetivo é ser feliz, com a consciência dos seus atos. Sempre verá o inexplicável e muitos têm medo do que não sabem, acabam não aprovando as suas escolhas, não assumindo as suas vontades e buscam fazer algo a respeito, não importando o que seja. Merecemos respeito e compreensão, sem julgamento e sem preconceito, sou homossexual sim, lhe digo isso e não merece ser punido por isso.”	Comment by Eliana Hamasaki: Que bonIto e articulada ela, não é?
	Porque nossa! Ela me chama de sapatão... Eu falo, não me chama disso, porque eu não gosto. Aí,i a frase do WhatsappWhatsApp, estava assim, é uma frase bem curta: “Aceita se quiser ou, então, dana-se”. Na verdade, está um palavrão, mas eu não falei aqui (rs), acho meio pesado (risos).
Terapeuta: E como você está, hoje, depois destes acontecimentos?
Cliente: Ah! Sei lá, o amigo da minha mãe, depois que ele publicou o texto, minha mãe pediu pra ele colocar, pra ver se a minha tia parava, aí,i depois, ele começou a aconselhar a minha mãe, nossa ele deu uns conselhos tão bons pra ela, que ela está começando a me apoiar agora, mesmo. Ela até me abraçou mano, fiquei mó feliz, porque como ela não gosta de preocupar a minha família, ela faz o que a minha avó quer, tipo, meio que aceita e fica por isso mesmo, porque a minha mãe é meio que stressadaestressada, então ela não arrisca muito, ela se preocupa muito com a minha avó.
	Aí,i depois que ele publicou aquele texto, a minha tia começou a retrucar, retrucar, retrucar... Ai outro amigo meu, o Jeff, ele sábia o que estava acontecendo, ele não gostou nada, ai o que ele fez, entrou no meio da discussão (risos), ai ele começou a tretar com a minha tia lá, nossa, ai eu falei, nossa eu só vi hoje... Várias mensagens, disse pra ele: Jeff, por favor, para, porque se não ela vai começar a me punir por isso de alguma forma. Ele falou tudo bem e parou, mas ele falou cada coisa, porque ele é meio esquentadinho, sabe, então ele falou cada coisa pra ela (reação de risos e satisfação). 
	Ai hoje, eu cheguei atrasa por cochilei e estava dormindo, ai a minha tia entrou no quarto, ela estava ameaçando a tirar o celular porque foi ela quem me deu, ai ela entrou no quarto e começou a falar, ai eu: oi o que está acontecendo aqui? Ai ela começou a mexer no celular, porque ela sabe a senha, porque é a mesma senha que estava antes dela me dar o celular, ai ela começou a ouvir os áudios que este meu amigo mandou, o que brigou com ela e ele estava falando muito palavrão no áudio, mas não pra mim né, por causa deste negocio, ele começou a falar palavras lindas e maravilhosas (risos), ai ela falou é este tipo de amizade que você tem, nem era pra você ter este garoto na sua agenda. Ai ela disse pra eu falar para este meu amigo me sustentar, pra eu ir morar com ele. Ai eu falei, nossa!
	Porque ele disse lá, que conseguiria cuidar de mim, melhor do que ela, falou várias coisas, nem sai mais porque eu apaguei a discussão, ai pois é, ai ela falou se ela pegar eu conversando com este menino de novo, esquece que eu existo, então eu quase falei: nossa então você não existe mais (gargalhada), mas não falei, porque se não ela ficaria louca. Ai ela pegou meu celular e desceu e começou a ler as minhas mensagens, falei: Meu não faz isso porque a discussão é entre mim e você, você não tem que ficar lendo as minhas conversas, ai ela leu está conversa com meu amigo e pegou o áudio que ele mandou enviou pra ela mesma, pra mostrar pra minha mãe, pra ficar cobrando a minha mãe, ai ela, tipo, todo mundo fala palavrão, então ela pegou isso pra mostrar o tipo de amizade que eu ando, ainda bem que eu apaguei as discussões, porque se não ela ia mostrar pra minha mãe e ia ficar falando: “Não quero que você permita que a Marcela veja este garoto.” 
	
Terapeuta: Qual a idade da sua tia e do seu amigo?
Cliente: Minha tia 42 e meu amigo 16 anos... Ai putz! O que eu estava falando? Ah ela estava mexendo no meu celular, está conversa com ele e outra com outro amigo meu. Mas está conversa com outro amigo meu, não tinha nada haver, ai ela, tipo falou um monte de merda, sendo que a conversa que eu tive, não tinha nada demais, era uma brincadeira. Ai ela acabou devolvendo pra mim celular, ai eu pedi pra minha mãe me ligar, ai ela me ligou, contei tudo pra ela e ela disse: “Ah Marcela, não quero saber disso, estou cheia de gritos.” Disse pra ela, mas mãe você vai brigar comigo por conta disso? Porque a Paula vai tipo te cobrar e você vai ficar contra mim ou você vai me apoiar?
	Ai ela falou que não vai discutir com ela não, porque estava cheio dos gritos e destas discussões. Ai ah! Eu pedi pra ela, hoje depois que eu sair daqui eu ir pro ensaio, lembra que eu falei que na minha religião tem grupo de dança e hoje tem ensaio, ela não deixou eu ir, falou: Ah Marcela, melhor não! Ai eu só fiquei feliz porque ela falou que iria levar doce pra mim (risos e olhar com brilho) ... Ai eu falei: Nossa mãe eu te amo, você mora no meu coração, eu te amo! 
	Foi meio que isso, meu amigo me pediu desculpas e disse que tentou me ajudar, mas toda vez que ele tenta ajudar alguém, ele acaba ferrando ainda mais, foi o que ele disse. Disse que não estava brava com ele, porque ele tentou me ajudar, então eu nem esquento com isso, disse que ele tentou ajudar do jeito dele e a minha tia não compreendeu, fazer o que éa vida!
Terapeuta: Mas por que a sua mãe não deixou você ir ao ensaio hoje?
Cliente: Sei lá, acho que quando acontece alguma coisa, ela fica tensa, ai ela sempre desiste de fazer alguma coisa. Ela fala pra mim: Marcela hoje a gente vai no shopping! Ai depois logo em seguida ela fala que está cansada que é melhor deixar pra lá (risos), entendeu! Ai ela achou melhor eu não ir. Da última vez ela deixou, depois desistiu de deixar e depois deixou de novo... Muito estranho isso (risos)! 
Terapeuta: E como você está se sentindo?
Cliente: Normal! E, é hoje não, quarta ou terça, sei lá... Eu estava, depois que pegaram meu celular, eu comecei a desenhar na sala, porque (risos), ai o que eu fiz, não que eu esteja obcecada pelo, você lembra do Vinicius? Então, eu peguei o papel, não que eu esteja obcecada por ele, é porque eu pensava de vez em quando só, ai tanto que já está tipo, ai eu peguei uma folha e comecei a fazer desenhos, tipo tudo o que me lembrava dele, ai eu fiz desenhos, tipo eu fiz várias coisas. E inclusive eu desenhei cigarro, certas ervas ai (rs), me lembram dele, então eu desenhei aquilo. 
	Ai meu amigos da escola, ficaram falando que eu estava namorando aquele cara, você está se envolvendo com drogas... Eu falei não gente, calma! Uma menina disse pra eu não ir para este caminho, porque vou se influenciada, que iria fumar e nunca mais vou conseguir para. Disse calma! Não, não, não e não! Ai eu só fiz desenhos, vários desenhos. Eu lembro que eu coloquei até um neném, porque é, meu amigo, eu não contei isso pra ninguém porque, porque ninguém precisa saber disso e é só uma suspeita. Que o Vinicius talvez tenha engravidado a ex dele, tipo, não desceu pra ela e eles estavam suspeitando só, então eu fiz até um nenê, eu desenhei um monte coisas lá, depois eu tento trazer um desenho pra você.
Terapeuta: Como você se sente sabendo que talvez a ex dele, possa estar grávida?
Cliente: Ah fiquei mal (rs), cara já que é ex e se ela estiver grávida ele vai assumir a criança, mais não vai voltar com ela, só que eu acho que ter algo com ele é muito impossível. Não que seja impossível, mas é porque meio que a gente é o oposto sabe, porque ela já tem certas responsabilidades, eu ainda sou uma criança que vive na minha casa. Ele morava sozinho antes...
Terapeuta: Por que você se considera uma criança?
Cliente: Não, é uma forma de dizer, eu sou menor de idade e ele já é maior de idade, ele já tem outras responsabilidades maiores que a minha, então ele morava sozinho, ele morou sozinho por quatro anos, só agora que ele foi morar com avó dele. E eu não sei né, se eu conseguir ter uma intimidade um pouco maior, conseguir ver ele pessoalmente, eu tentaria ajudar ele sair, porque ele quer parar de fumar e beber também. Tanto que ele mandou uma foto que ele estava no role, ele estava bebendo água (risos), como assim ele bebendo água... Ele falou que naquela época ele não bebia. Disse nossa, eu até estranhei, mas gostei muito, como assim está bebendo água meu Deus (rs)! 
Terapeuta: Vamos voltar é um ponto que gostaria de entender melhor. Sobre a sua tia ter pegado seu celular. Por que você nunca alterou a senha?
Cliente: (RS), sei lá... Tem muitas coisas que eu não faço tipo, eu sou muito vaidosa, mas às vezes, eu não faço, por exemplo: ah eu não sei dizer, tipo ás vezes eu fico com preguiça, meio que eu ligo o modo foda-se e deixa prá lá.
Terapeuta: Mas você gosta que a sua tia mexa no seu celular?
Cliente: Não!
Terapeuta: Então por que você não altera a senha?
Cliente: Eu vou mudar, depois disso eu vou mudar! Sei lá eu só não mudei, sei lá, do mesmo modo que eu não faço muitas coisas, eu não mudei, mas vou ter que mudar.
Terapeuta: Por que você não faz muitas coisas? São coisas que você gostaria de fazer? E por que não faz?
Cliente: Sim! (Risos tenso), não sei... Acho que tem haver o porquê não consigo estudar, os mesmos motivos para todas as coisas, tipo aquela desorganização, certa irresponsabilidade, ás vezes ligo o modo foda-se e deixo tudo pra lá e tipo deixa pra lá... Deixa pra lá! Por isso que não consigo ficar mal por muito tempo, eu deixo prá e fico na minha. Tipo, ah que legal aquele passarinho! Tem muitas coisas que eu não faço. 
(Neste momento senti que a sessão estava ficando dispersa, sem foca e voltei para os pontos a serem analisados).
Terapeuta: Fala um pouco como sua mãe e você estão?
Cliente: Ela começou a me apoiar depois daquilo, só espero que ela não se estresse de novo, porque a Paula vai encher o saco dela e eu quero que ela fica de boa comigo, porque eu sei que é difícil. Eu exclui aquela publicação porque a minha mãe pediu e porque era melhor. Deixei por um tempo, mas depois eu exclui que era melhor, ai... Pois é! 
Terapeuta: E sobre seus estudos, hoje quais são suas responsabilidades?
Cliente: Aquele projeto nosso, falhou, eu não consegui, nossa eu não sei, eu não gosto de estudar sozinha! Eu vou ser se eu consigo arrumar um professor particular, se bem que estou sem tempo (sinal com os dedos, demonstrando que o tempo é falta de dinheiro), se eu conseguir eu vou atrás de um.
Terapeuta: Você não teria uma amiga que você possa estudar juntas?
Cliente: Não! Ai eu vou dar um jeito, professor... Não sei se existe um professor particular que possa ensinar todas as matérias.
Terapeuta: Mas minha pergunta foi, não somente aos estudos, mas quais são as suas responsabilidades hoje?
Cliente: Estou tentando, fora os estudos, não responder a minha mãe, mas fazer na hora que ela pede pra mim fazer, e não reclamar, tipo, ah mãe ta bom, vou pegar ou fazer! 
Terapeuta: Por que você não faz estes pontos que você citou?
Cliente: por que eu não faço isso? Meu inconsciente meio que ignora tudo isso.
Terapeuta: O que seria o seu inconsciente?
Cliente: Eu quero fazer, mas meu inconsciente não quer fazer, olha que legal (risos), entendeu! Meu eu interno, minha ascendência em aquário, sendo mais especifica. Ai eu tipo, quero fazer, mas por dentro eu não me sinto motivada para fazer, entendeu! Eu to sentindo que estou ficando muito fraca com o passar dos dias, estou me desanimando demais para as coisas, isso é péssimo, estou ficando mal com isso já. É eu tenho medo de não conseguir lidar mais com isso sabe! Com este desânimo, de ficar com muito tempo, de não conseguir sair disso, de ficar insegura pelo resto da vida... 
Terapeuta: E sobre os remédios que você toma? Qual é o nome e a dosagem?
Cliente: O nome é Certralina, pra ansiedade, tomo eu, voltei a tomar, o médico tinha aumentado as doses e estava me fazendo muito mal, sei que o organismo acostuma depois, só que eu, tipo não tomei hoje, é que, sei lá eu não peguei a cartela, está é uma das coisas que eu deixo de fazer, eu deixo pra lá. Eu não peguei a cartela do remédio, estava lá em cima, eu poderia pegar e descer lá pra baixo, mas eu não fiz isso, porque eu deixei pra lá. Eu deixo muitas coisas pra lá, eu estou não tentando não deixar muitas coisas pra lá. 
	E meio que isso funciona um pouco, eu meio que melhorei um pouquinho, mas não 100% como eu gostaria, mas acho que quando surgir, talvez responsabilidade e eu me sentir bem com elas, tipo conseguir cumprir todas, eu acho que eu vou tipo amadurecer mais rápido e com o tempo vou conseguir lidar mais com as coisas sabe e não deixar pra lá. Mas o certo seria que começar agora, mas eu meio que me sinto desmotivada pra isso, sabe!
Terapeuta: Mas hoje você não tem responsabilidades?
Cliente: Tenho, mas cumprir é complicado (risos).
Terapeuta: O que você acha que teria que acontecer para você ter motivações e começar a cumprir suas responsabilidades?
Cliente: Tenho que ter iniciativa, tipo, algo que me anime de alguma forma, um professor particular, por exemplo, um amigo pra estudar comigo, ou algo que me deixar muito animada e ai eu acabo me incentivando para estudar, por exemplo. Qualquer coisa que me anime que me consiga animar todos os dias a ponto de o desânimo ir embora.
Terapeuta: Mas o que seriaeste algo?
Cliente: qualquer coisa que me deixe animada, não tem algo especifico, e até hoje eu não achei nada assim que me deixa tão bem, todos os dias. As coisas tido, conseguem me deixar bem mas, sempre acabam não durando tanto tempo.
Terapeuta: O que você sente em falar deste desânimo pra mim?
Cliente: Vontade de não ter mais, porque eu tenho. Acho que a pior coisa que tem para uma pessoa é o desânimo, porque impede de você fazer várias coisas, tudo na verdade, porque se você tem desânimo, você não toma iniciativa pra nada na sua vida, você tem medo de tudo, insegurança de tudo e isso é um saco (olhar bem triste)! 
Terapeuta: E como seria a Marcela que você gostaria de ser?
Cliente: Meio que arrisca a fazer as coisas, ou, que consiga fazer aquilo que inicia e termina alguma coisa que eu quero fazer, por exemplo, eu quero ler um livro a noite, e estudar durante a tarde, eu conseguir e ter iniciativa para fazer os dois, mas iniciativa para falar com alguma pessoa, para é, não ser ansiosa, como falar em público, isso eu estou conseguindo aos poucos...
Terapeuta: Que bom! Parabéns!
Cliente: E tento assim, fico respirando e eu falo que não preciso planejar o que irei dizer na hora você vai conseguir o que você quer, porque antes eu sempre planejava o que eu teria que falar na cabeça, montava um textinho assim e falava (risos).
Terapeuta: O que está risada quer dizer? 
Cliente: Ah! Eu não sei (risos), 
Terapeuta: Tirando seus amigos da escola, amigos do bairro e professores particulares, quem poderia estudar junto com você que você gostaria?
Cliente: É muito chato estudar sozinha, eu mesma não consigo... Eu queria estudar comigo mesma, mas isso é impossível, fora estas pessoas não têm outras, só uma amiga e um professor particular... Não sei se eu gostaria de outra pessoa! Minha mãe estudando comigo não iria gostar muito não! Sei lá, eu não gosto de estudar com a minha mãe! Quando eu era criança eu estudava junto com ela, nossa lembro quando eu estava estudando, ela gritava demais: “Marcela está errado isso! Marcela que garrancho é este? (Risos sem graça). Tipo ela fazia historinhas junto comigo, ela tipo falava e eu tinha que escrever (risos). Eu me lembro deste dia, acho que eu estava falando de algum anjo, acho que eu estava elogiando algum professor... Lembro mais deste dia, lembro quando era criancinha mesmo, que tinha, eu lembro muito bem, a gente levava uma lição de casa, que era uma folha branca com uns negócinhos lá. Ai tinha uma semáforo no cabeçalho nas cores, vermelho, azul (reparei que disse a cor errada), ou verde. 
	Vermelho você não pode pedir ajudar para os pais para fazer; o amarelo, sei lá o que era o amarelo; e o verde você pode pedir. Ai eu lembro que se ela me ajudava, ajudava sim, mas eu acho, mas ai ela não gritava comigo não, quando eu era bem criança.
Terapeuta: Fala mais em detalhes sobre está lembrança que ela gritava com você.
Cliente: Ela reclamava dos meus garranchos, porque ela gosta de organização e eu sou ao contrario. Eu gosto de fazer assim (risos), ai ela vem com os gritos, ai eu levava pra professora e a professora apagava o garrancho apagava e escrevia com letra bonitinha. Ai minha mãe dizia que isso aqui não fui eu que escrevi, mas sim a minha professora. 
	Eu falava, não mãe isso foi eu mesma, quando era a professora eu falava, ai eu lembro como que era, eu ficava falando, mãe calma, ela falava e eu escrevia, eu tinha uns, eu estava no terceiro ano... Espera, acho que eu tinha uns sete anos!
Terapeuta: Como você se sente hoje lembrando tudo isso que ocorria?
Cliente: Que hoje ela é exatamente assim comigo (risos), do mesmo jeito que ela era comigo, quando eu estava fazendo redação, ela é deste jeito comigo hoje, totalmente! Lembro quando eu tinha oito anos, o pessoal já falava que eu era ateira e mal criada.
Terapeuta: Quem são as pessoas?
Cliente: Minha família, ai quando eu fazia aniversario, eu acendia a velinha de 8 anos e falei que eu queria ser boazinha e eu pedi isso quando fui assoprar a vela, mas não aconteceu (risos). Ai eu falei, caraca então eu sou chata desde oito anos, acho que é, mas acho que sempre eu fui chata. Elas falaram que eu era arrumadinha, organizadinha, que eu era criança. Nossa, eu tenho uma foto que eu estava muito lindo, vestida de amarelo da escola, estava arrumadinha assim, nossa eu estava linda! Estava a coisa mais linda do mundo... Mas eu (risos), mais eu (risos), acho que eu nunca fui anjinho, acho que eu sempre fui arteira. Nesta escola eu nunca tinha amigos assim, eu zuava com todo mundo, até hoje! 
Terapeuta: E por que você acha que você é chata?
Cliente: Não sou chata não, eu sou louca mesmo! Ai (gargalhada), quando eu faço alguma coisa o pessoal assim: “Nossa, você é estranha!”. Eu falo que não sou estranha, que isso imagina não sou estranha, isso não... Mais fazer o que!
Terapeuta: O que você acha quando as pessoas te chamam de estranha? Qual a sua opinião sobre?
Cliente: Acho que eu já falei uma vez, eu não sou igual a eles, então por isso que eles não aceitam as minhas diferenças. Às vezes eles cobram mais de mim, uma coisa que eu não sou, eu não sou normal, eu sou eu! Não sou louca, eu sou assim... 
Terapeuta: E isso a incomoda?
Cliente: Eu sinto falta de amigos que se identificaram comigo mesmo, a maioria é virtual, outros da religião, mas não falo todos os dias, não vejo todos os dias, todo o final de semana, é... Não tenho muito amigos, eu tenho pouco, mas eu queria ter mais amigos.
Terapeuta: E sobre a sua foto que você disse em parecer uma bonequinha, você tem vontade em ser igual aquela foto? Não me refiro em você ser criança, mas a imagem que passavam para as pessoas? Como você se sente as pessoas comparando você hoje com aquela foto?
Cliente: A minha família compara porque eu estou dando trabalho (risos), falam que naquela época eu não dava trabalho, mas isso era antes, mas eu gosto de ser quem eu sou hoje, mas eu poderia melhorar um pouco. Minha relação familiar, porque a gente ainda tem muitas diferenças e não tem diálogo, por mais que a minha avó seja canceriana fofinha, ela é muito impaciente, e ela deixa tudo pra lá, mas ela é organizada, só que ás vezes ela deixa pra lá o dialogo, até com meu avô ás vezes ela tipo meio que nossa sei lá, ela ofende meu avô, eu falo: nossa vó, você está exagerando! 
	Eu acho que a minha avó nunca foi feliz assim no relacionamento com meu avô, acho que ela nunca amou ele. Uma vez a gente foi pra São Bernardo, ai a gente passou em uma cidade, chamada, Jaó Mario, sei lá... Você sabe onde é? Sei lá, acho que é perto. Ai ela morava lá quando era criança, com a minha bisa e os irmãos. Ai a gente passou em frente de uma casa que era do namoradinho dela, ela disse que era apaixonada por ele, mas que nossa, eu falava: Vó, você gostava dele? Ela dizia, eu nossa eu era apaixonada por ele. Eu disse, nossa caraca! 
	Eu perguntei pra ela o porque ela casou com meu avô? Ela falou que nunca quis ter casado com meu avô! Eu falei, nossa que bafo!!! Ai (risos)... Mas ai eu não sei o porque não deu certo os dois. Perguntei pra ela o porquê eles terminaram? Ai minha tia falou assim que, porque não deu certo, porque não estava dando mais certo. 
Terapeuta: O que você achou disso?
Cliente: Foi uma paixonite né! Acho que a minha vó teve dois namoradinhos, acho que o Mario e o José, eu decorei (risos) e meu avô. Ah mais eu acho que sei lá, acho que este Mario ai foi o que ela mais gostou que teve um tcham, assim muito forte sabe! Acho que ela nunca teve isso com meu avô... Eu ainda não entendi o porquê ela casou com o meu avô! Acho que foi uma vez que ele pediu para casar com ela, e tipo ela falou, ah tudo bem ta! Mas ela não queria, não queria... 
Meu avô bebia muito, ai ele parou, ai voltou de novo, ai parou! Agora ele parou tipo por completo, acho que ele não vai voltar mais, não vai mesmo! Ele ficou internado acho que faz três anos e numa clinica e hoje ele tipo não sai, ele fica em casa na garagem. Ás vezesele vai pra praça pra fazer ginástica ou conversa com alguns vizinhos. Eu acho que a vida social dele é muito fechada, mas acho que ele curte isso, no portão, comer o dia inteiro e dormir o dia inteiro (risos). Acho que ele gosta até (risos)... Mas o jeito que a minha avó fala com ele é meio desagradável, até eu ás vezes, meu inconsciente volta e fica ignorante e sou ignorante com ele. Mas quando paro de ser ignorante, me pergunto o porquê fui assim com ele! Falo que isso não está certo Marcela, mais tem hora que evito.	
Terapeuta: Como você esta se sentindo, depois de tantos assuntos que conversamos hoje? Olha que legal você trouxe bastante coisa! Parabéns!
 Cliente: Melhor até, bem melhor! Acho que te mais uma coisa! Sobre as profissões, eu acho que eu vou fazer arqueologia mesmo, porque é muito legal... Só que eu estava pesquisando e achei bem mais legal!
Terapeuta: Lembra! Antes de você fazer arqueologia você tem que fazer os passos hoje, degrau por degrau, para que você possa chegar ao seu objetivo! Resolver os pontos principais hoje aprender a lidar com os desafios, superar para poder construir seus sonhos dia após dia. Sobre o trabalho! Se você arrumar um agora, terá que aprender a se organizar, com o trabalho, estudos, provas, compromissos de casa e etc. E tudo isso você terá que aprender a lidar e chegar ao seu objetivo, fazer faculdade de arqueologia. 
Cliente: Sim! Verdade! Mas tipo, espero que seja igual aos meus sonhos mesmo! Seja bem legal... Que nem eu queira que fosse! Eu vi algumas faculdades, porque eu vi que tem algumas que voltam para arqueologia nacional, nossa que chato viu, quero saber arqueologia de tudo! Egito e etc (risos), ai eu vi lá uma bolsa, que estavam oferecendo bolsas, ainda não estou preste a entrar na faculdade, mas vou ver isso o ano que vem de novo, mas estavam oferecendo bolsas. 
Terapeuta: Que bom que já está pesquisando sobre seu sonho! É bom pesquisar, mas não deve esquecer os passos que você tem que ter hoje para chegar ao seu objetivo e na semana que vêm nós começamos a fazer seu planejamento juntos! Tudo bem? E quais são seus planos para o seu final de semana?
Cliente: Ah! Fazer trabalho! Estou atolada, ai meu Deus!
Terapeuta: Mas será apenas um final de semana em meio de vários! E será uma dedicação especial! E já, já você estará de férias! Vejo você na sexta que vem? Você esta bem?
Cliente: Sim vê me sim! Estou bem sim! 
Terapeuta: O que achou da sessão de hoje?
Cliente: Muito legal! Legal! Falei muito (rs), legal é legal falar, expressar o que eu sinto com estas coisas o que aconteceu sabe! As pessoas não escutam a gente né e aqui você me escuta, isso é legal! 
Acompanhei a cliente até a recepção. Ela deu um abraço mais forte e disse que iria a esperar para próxima sessão. Ela sorriu! 
Impressões pessoais:
O cliente Joaquim chegou 30 minutos atrasado para a consulta, com a justificativa de que seu ônibus teria quebrado.
Inicio a sessão perguntando como ele estava, o paciente revela que esta em um momento muito difícil pois acabara de perder o seu benefício do INSS, pois sua irmã não ajudou com as informações sobre a renovação, segundo ele, não possui um celular moderno para ter acesso à internet.
O cliente faz hemodiálise há 14 anos, em razão de que seus rins pararam de funcionar, portanto faz sessões 4 vezes na semana para sobreviver, ainda relata que esta com dificuldades com a alimentação, porque diz ter comido arroz e feijão e não sabia o que teria para comer depois, ele possui ciência de que precisa ter uma dieta adequada para ajudar no tratamento.
O cliente mora com a irmã adotiva de 20 anos, que possui um estilo de vida rockeiro e só pensa em bens materiais, e não o ajuda. Já lhe trouxe problemas, como abrigar uma garota de programa que causava problemas, teve que procurar a justiça para tira-la de casa.
Junto com o J. e a irmã, também mora a mãe, que tem dificuldade de aceitar suas incapacidade do seu estado de saúde e da homossexualidade, pelo qual já houve alguns conflitos quando levava seu ex namorado em 2013 para dentro de casa, esse foi seu último relacionamento, portanto J. sente muito a sua falta ainda, diz ter sonhos com ele, afirma que consulta uma cartomante que diz que o es namorado também sonha com ele.
A cliente Gilvaneide chegou atrasada 15 minutos para a sessão, dizendo que o trânsito estava muito grande, pois veio de carro com o filho e marido.
No atendimento a cliente inicia espontaneamente, dizendo que teve uma semana péssima devido a briga de seus dois filhos, Igor que possui 20 anos com o irmão mais novo.
Ela relata que as brigas são rotineiras entre os dois, explica que geralmente as brigas ocorrem quando o irmão mais novo se espelha no mais velho e quer imita-lo, o qual o rejeita e o trata grosseiramente, segundo ela relata, o filho mais velho tem sido o grande problema, pois é grosso ate quando fala com ela, como relembrar de coisas do passado e a ausência de afeto dela e do pai, cujo mora em outro estado pois são separados, ainda relata que o filho se afastou do pai que era muito querido por ele e por sua família.
A cliente conta que rompeu com o seu ultimo casamento, pelo filho mais velho, por conta disso ela se separou por ameaças dele, pois se sentiu coagida e afoita, para amenizar este conflito ela abriu mão do casamento.
Ela conta que não demonstra afeto, nem amor na relação com os filhos, parentes nem com o ex marido que ainda segundo ela gostaria de reatar o casamento, pois são casados legalmente, porem moram separados, mantém vinculo por conta do filho mais novo, e diz que também não sabe como corresponde-lo pelo fato do seu filho mais velho não aceitar.
A cliente no final da sessão conta que sente vontade de demonstrar afeto aos filhos, dizer que os ama, mas ela não consegue por achar que não será recíproco com o mais velho, nem consegue elogia-lo. Ela tenta se aproximar e ter a sua aceitação fazendo alguns serviços ao mais velho, como passar roupa e arrumar o armário. Ela percebe que é reconhecida quando arruma o armário e o filho mantém organizado durante a semana, cliente sorri ao relatar.
Para finalizar a sessão, relatei que poderíamos trabalhar isso nos proximos encontros
Articulações teóricas:
De acordo com (Guilhardii (ANO), é importante a participação dos familiares para mudanças nas contingenciascontingências apresentadas no setting terapêutico. No caso da nossa paciente, seria a mãe. Percebemos o quanto a cuidadora reforça alguns comportamentos e obtemos resultados aversivostípicos de estimulação aversiva, tais como fugas, esquivas e, também, comportamentos coercitivos da parte da própria cliente. Mas, estas contingenciascontingências interferem nos sentimentos e relacionamentos da cliente, apresentando, como resultado, dificuldades comportamentais e emocionais. 
	Comment by Eliana Hamasaki: Não entendi o que você quis dizer neste parágrafo...
Há um alerta que, ao incluir, no caso a mãe, parar a sessão é necessário extremo cuidado, porque a participação pode produzir outros comportamentos não esperados por nós, como indicação, a mãe poderia fazer sessões com outro terapeuta, no caso a mãe da paciente está em processo terapêutico.
Precisamos entender, em detalhes, as relações familiares e as aplicações das contingências que a cuidadora exerce sobre a cliente. ONo caso da nossa cliente, é bastante notável a importância da mãe sobre uma melhora, o quanto há reforçamentos para a maioria dos comportamentos e o quanto o ambiente em que ela vive é propicio para o quadro atual.
Planejamento para a próxima sessão:
	Iniciar o reforço no comportamento para organização dos estudos, durante 10 minutos antes do termino da sessão. Compreender com mais detalhes, os motivos que a levam a sentir-se melhor ao ouvir que ela é “muito louca”.
	Atentar-se quando a paciente esquiva, quando há confrontos em ponto que diz respeito a mudanças de comportamento dela, sempre apresentando uma resposta de desânimo e cansaço da vida. 
Focar, com maior tempo, osmotivos que a levam a sempre “deixar pra lá”, quando são tarefas que precisam ser executadas, tais como: estudar e obrigações em sua casa. 
 
Referencial teórico:
GUILHARDI, HélioHÉLIO JOSÉJosé. Familiares no processo terapêutico: São parte do problema ou da solução?FAMILIARES NO PROCESSO TERAPÊUTICO: SÃO PARTE DO PROBLEMA OU DA SOLUÇÃO? Journal of Applied Behavior Analysis, v. 11, p. 163-174, 1978.
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 André Gregório Nogueira 		 Eliana Isabel de Moraes Hamasaki
 RA: 913107790 CRP: 06/56169-2
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