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Direito Tributário Aula 02

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Aula 02
Direito Tributário p/ Delegado Polícia Civil-PE (com videoaulas)
Professor: Fábio Dutra
Direito Tributário para Delegado ʹ PC - PE 
Curso de Teoria e Questões 
Prof. Fábio Dutra- Aula 02 
 
Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 82 
AULA 02: Limitações ao Poder de Tributar 
(Imunidades) 
 
 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
Observações sobre a aula 01 
Imunidades 02 
Espécies de Imunidades Tributárias 15 
Outras Espécies de Imunidades Tributárias 56 
Lista das Questões Comentadas em Aula 67 
Gabarito das Questões Comentadas em Aula 82 
 
Observações sobre a Aula 
Olá, amigo (a), tudo bem? 
Pronto(a) para mais uma aula? O assunto a ser tratado hoje é 
continuidade do que vimos na aula anterior. Dando prosseguimento ao estudo 
das limitações ao poder de tributar, estudaremos as imunidades tributárias. 
Fiz o máximo possível para tornar o conteúdo bastante claro, sem exigir 
conhecimento prévio de outros temas do Direito Tributário. Quando isso se 
fizer necessário, fazemos uma breve explicação do assunto. 
Caso você sinta dificuldade em compreender algum conceito, não deixe 
de nos notificar. O objetivo é trazer a você uma aula 100% 
compreensível! 
 Chega de papo! Vamos começar? 
 
 
 
 
 
 
13601418207
Direito Tributário para Delegado ʹ PC - PE 
Curso de Teoria e Questões 
Prof. Fábio Dutra- Aula 02 
 
Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 82 
1 - IMUNIDADES 
 O tema que será tratado nesta aula é de suma importância para 
concursos públicos. As bancas adoram cobrar imunidades tributárias nas 
provas de Direito Tributário. 
 Desta forma, vamos abordar o assunto no grau de profundidade que ele 
merece, com o intuito de deixá-lo totalmente preparado para qualquer prova 
sobre o assunto. 
 Assim, iniciaremos explicando o conceito de imunidade, isenção e não 
incidência. Posteriormente, serão abordadas as classificações doutrinárias das 
imunidades. Por fim, vamos estudar as imunidades em espécie! Vocês verão 
que o assunto é bem tranquilo, embora tenha certa riqueza de jurisprudência. 
 Antes de estudarmos as imunidades, gostaria de deixar claro que, 
embora se trate de uma dispensa constitucional do pagamento de tributos, a 
imunidade não exime certo ente das obrigações acessórias instituídas 
pela legislação tributária. 
 1HVVH�VHQWLGR��SDUD�R�67)��5(�����������³exigir de entidade imune a 
manutenção de livros fiscais é consentâneo com o gozo da imunidade 
tributária �����´� A manutenção de livros fiscais é um exemplo de obrigação 
acessória. 
A grosso modo, podemos dizer que as obrigações acessórias são 
condutas impostas ao contribuinte, que não possuem caráter pecuniário, 
FULDQGR� REULJDo}HV� GH� ³ID]HU´� RX� ³GHL[DU� GH� ID]HU´� DOJR� QR� LQWHUHVVH� GD�
arrecadação e fiscalização. Não se preocupe com detalhes por ora, pois isso é 
tema de outra aula. 
 
Ainda que em gozo de imunidade tributária, a pessoa 
jurídica não está dispensada de cumprir obrigações 
acessórias e de se submeter à fiscalização tributária. 
 9DPRV��HQWmR��HVWXGDU�R�WHPD�³,PXQLGDGHV´� 
1.1 - Conceito de Imunidade, Isenção e Não Incidência 
A fim de compreendermos com exatidão a diferença entre os conceitos 
de imunidade, isenção e não incidência, é necessário que entendamos 
primeiramente o que vem a ser incidência tributária. 
 Quando uma lei institui determinado tributo, ela prevê os elementos 
essenciais para que seja possível sua cobrança (hipótese de incidência, sujeitos 
ativo e passivo, base de cálculo e alíquota). 
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Direito Tributário para Delegado ʹ PC - PE 
Curso de Teoria e Questões 
Prof. Fábio Dutra- Aula 02 
 
Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 82 
 Veja que a hipótese de incidência, como elemento essencial na 
instituição dos tributos, prevê na lei uma situação que, ocorrida no mundo 
real, dará origem ao fato gerador do tributo. Dessa forma, quando a 
situação prevista em lei se concretizar, houve incidência tributária 
(ocorre o fato gerador). Nós já vimos superficialmente isso na aula anterior, 
você se lembra? 
 Agora que já sabemos o que é incidência tributária, o que poderia ser 
considerado não incidência? Podemos citar três situações: 
‡ A pessoa política não faz uso da competência tributária que lhe foi conferida. 
3RGHPRV�GL]HU�TXH�VHULD�R�FDVR�GH�XP�WULEXWR�LQVWLWXtGR�³SHOD�PHWDGH´��HP�TXH�
o ente não prevê todas as hipóteses de incidência capazes de gerar a 
tributação; 
‡ A pessoa política não possui competência tributária para determinar certas 
situações fáticas como hipótese de incidência. Esta hipótese se refere a 
situações que fogem do raio de incidência daquele tributo. Por exemplo, o IPVA 
não pode incidir sobre bicicletas; 
‡ $� SHVVRD� SROtWLFD� p� ³EDUUDGD´� SHOD� &)����� 2X� VHMD�� Ki� FHUWR� GLVSRVLWLYR�
constitucional que inibe a possibilidade de o ente prever aquela situação como 
hipótese de incidência do tributo. 
Observação: Competência tributária é o poder conferido pela Constituição 
aos entes federados para instituírem tributos (impostos, taxas etc.), sempre 
por meio de lei. Como a CF/88 não cria tributos, é o exercício da 
competência tributária que torna possível a cobrança dos tributos. O 
tema será estudado em outra aula. 
 Todas as três situações acima se referem à não incidência tributária. 
Contudo, a última pode ser considerada como hipótese de não 
incidência constitucionalmente qualificada. Por tal motivo, é 
denominada IMUNIDADE. 
 
A imunidade pode ser considerada uma incompetência 
tributária. 
 Perceba, pela explicação inicial do tópico, que tanto na imunidade 
propriamente dita como nas demais situações que de não incidência, não há a 
ocorrência do fato gerador. Guarde isso! 
 Precisamos nos atentar ainda para o conceito de isenção. Trata-se de 
um benefício fiscal concedido pelo ente político, por intermédio de lei. 
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Ou seja, é a dispensa legal do pagamento do tributo, sendo considerada uma 
decisão política. 
 Neste caso, há uma hipótese de incidência prevista na lei que instituiu o 
tributo, e, por esse motivo, o fato gerador ocorre. Contudo, o tributo não vem 
a ser cobrado, pois a isenção é uma hipótese de exclusão do crédito tributário. 
Não iremos nos aprofundar neste conceito por enquanto, para não ter o risco 
de confundirmos. O momento irá chegar. 
 O que importa, por enquanto, é saber que a isenção decorre do 
exercício da competência tributária e o fato gerador do tributo chega a 
ocorrer, e a obrigação tributária chega a existir. Isto é, o ente poderia 
cobrar aquele tributo, mas decide isentar os contribuintes, mediante a edição 
de uma lei. Nesta aula, estamos adotando a doutrina clássica, pois é o 
posicionamento adotado pelo STF (ADI 286). 
 
Há divergência doutrinária sobre a existência ou não da obrigação 
tributária nos casos de isenção. 
A doutrina clássica, preconizada por Amílcar de Araújo Falcão 1 , dentre 
outros, defende que a isenção constitui apenas em dispensa legal do 
pagamento do tributo, isto é, o fato gerador ocorre, a obrigação tributária 
chega a existir, mas não o crédito tributário, tendo em vista que ocorre a sua 
exclusão, nos termos do art. 175, I, do CTN. Esta é a linha adotada pelo STF 
(ADI 286). 
A doutrina mais moderna entende que, em casos de isenção, não há 
ocorrência do fato gerador, de forma que a obrigação tributárianão chega a 
existir. Nesta linha, De acordo com o autor Roque Antônio Carraza 2, ³D�
isenção pode ser definida como limitação legal do âmbito de validade da 
norma jurídica tributária, que impede que o tributo nasça ou faz com que ele 
surja de modo mitigado.´ 
O CESPE já demonstrou adotar a doutrina clássica, como se demonstra na 
assertiva descrita a seguir, considerada correta pela referida banca: 
[CESPE/SEMAD-Aracaju-Procurador/2008] Ocorre a isenção tributária 
 
1 FALCÃO, Amílcar de Araújo. Fato gerador da obrigação tributária. 6ª Edição. 2002. Pág. 66 
2 CARRAZA, Roque Antônio. ICMS. 9ª Edição. Editora Malheiros. 2003 
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quando, mesmo havendo fato gerador e obrigação tributária, exclui-se a 
constituição do crédito tributário. 
Dando continuidade ao nosso estudo, por outro lado, a imunidade é uma 
delimitação da competência tributária, ou melhor, uma limitação constitucional 
ao poder de tributar, posicionando-se ao lado dos princípios constitucionais 
tributários. Ou seja, existe um limite além do qual o ente instituidor não 
pode tributar, por expressa disposição constitucional. Vimos também 
que não ocorre o fato gerador neste caso. 
 Por último, há que se ressaltar que não importa a terminologia utilizada 
pela CF/88 para tratar das imunidades, visto que o simples fato de estar no 
texto constitucional dá ao instituto o título de imunidade. 
 Neste sentido, o STF (RMS 22.192/DF) já decidiu que, embora o art. 
�����†��ƒ��GD�&)�����PHQFLRQH�D�SDODYUD�³LVHQWDV´��D� LQWHUSUHWDomR�TXH�GHYH�
ser dada é a de que se trata de verdadeira imunidade. 
 
Repare que, embora diferenciamos não incidência de 
imunidade, esta está inserida dentro do conceito daquela, 
com a ressalva de que foi prevista constitucionalmente. 
 Espero que o quadro abaixo possa auxiliá-los a entender melhor o que 
dissemos até agora. 
 
 
 
 
 
 
 
 Por fim, cabe destacar o conceito de alíquota zero, que é mais uma 
hipótese em que o tributo acaba não sendo cobrado. Nesse caso, ocorre 
o fato gerador, contudo, o valor do tributo é nulo, já que a alíquota é zero. 
Isso ocorreria, por exemplo, se o Governo Federal decidisse reduzir a alíquota 
de Imposto de Importação a zero sobre determinados produtos essenciais ao 
País. 
Não Incidência Imunidade 
x Situação não 
prevista na lei 
instituidora ou 
impossível; 
x Não há norma que 
preveja; 
x Não ocorre fato 
gerador; 
x Limitação ao poder 
de tributar; 
x Previsão no texto 
constitucional; 
x Não ocorre fato 
gerador; 
 
Isenção 
x Opção política do 
ente tributante; 
x Previsão em norma 
infraconstitucional; 
x Ocorre fato gerador; 
 
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1.2 ± Classificação das Imunidades Segundo a Doutrina 
Neste tópico, iremos abordar as principais classificações das imunidades 
adotadas pela doutrina. À medida que expusermos uma classificação, traremos 
exemplos estatuídos na própria CF/88, com o objetivo de facilitar a absorção 
do assunto. 
1. Classificação quanto ao parâmetro para concessão: subjetivas, 
objetivas ou mistas 
 A Constituição Federal, ao instituir as imunidades, pode adotar como 
parâmetro tanto as pessoas (imunidade subjetiva) quanto as coisas 
(imunidade objetiva). Podemos ter ainda imunidades que consideram as coisas 
e as pessoas ao mesmo tempo, sendo estas denominadas imunidades mistas. 
 As imunidades subjetivas podem ser exemplificadas pela imunidade 
recíproca. De acordo com o art. 150, VI, a, da CF/88, é vedado à União, aos 
Estados, ao DF e aos Municípios instituir impostos sobre o patrimônio, a renda 
ou serviços, uns dos outros. Observe que a imunidade é direcionada a pessoas 
políticas, mas não o é às empresas privadas, por exemplo. Com isso, fica 
clara D� LPSRUWkQFLD�TXH� WHP�D�³SHVVRD´�SDUD�VH�GHfinir se haverá ou 
não imunidade. 
 Cabe observar que a imunidade subjetiva não exime as pessoas por ela 
abrangidas da responsabilidade pela retenção de tributos, caso estejam 
designadas pela lei. Sendo assim, a União fica, a título de exemplo, 
responsável pela retenção do imposto de renda incidente sobre os 
rendimentos de seus servidores, pois estes não são imunes. 
Observação: Responsável tributário, como veremos em momento oportuno, 
é a pessoa que, embora não tenha relação pessoal com a situação que fez 
surgir o fato gerador, está a ela ligada por expressa disposição legal. 
 
 
$LQGD� TXH� HVWHMD� LPXQH�� D� ³SHVVRD´� SRGH� HVWDU� VXMHLWD�
por meio de lei a fazer retenção e recolhimento dos 
tributos devidos por outrem. 
Temos aqui mais um exemplo obrigação acessória: 
o fato de a empresa estar obrigada a descontar os 
tributos devidos por terceiros e recolhê-los. Veja que não 
há encargo financeiro, mas tão somente a obrigação de 
³ID]HU�DOJR´�� 
 No que se refere às imunidades objetivas, o exemplo amplamente 
utilizado é o da imunidade cultural. De acordo com o art. 150, VI, d, da CF/88, 
é vedado a todos os entes federativos instituir impostos sobre os livros, 
jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. Desta forma, não 
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importa qual pessoa esteja vendendo um jornal, por exemplo. O que é 
relevante para a aplicação da imunidade é o bem que está sendo 
objeto de comercialização. 
 Por último, as imunidades mistas podem ser ilustradas pela imunidade 
que impede a incidência do Imposto sobre Propriedade Territorial Rural sobre 
as pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário 
que não possua outro imóvel. Atente para o fato de que as glebas rurais 
constituem o aspecto objetivo, e o fato de seu proprietário não poder possuir 
outro imóvel revela o aspecto subjetivo da referida imunidade. 
 Até aqui, tudo compreendido? Passemos, pois, para a segunda 
classificação. 
2. Classificação quanto à origem: ontológicas e políticas 
 As imunidades ontológicas são aquelas que decorrem do princípio da 
isonomia e do pacto federativo. Ou seja, são imunidades que, ainda que 
não houvesse sua previsão constitucional, existiriam. 
 Nesse sentido, podemos adotar como exemplo a imunidade recíproca. 
Repare que tal imunidade busca preservar a autonomia financeira dos entes 
federativos, protegendo, por isso mesmo, o pacto federativo. 
 Por outro lado, as imunidades políticas são aquelas que só existem 
por decisão expressa do legislador constituinte. Isso não quer dizer que 
elas não protegem outros princípios constitucionais. Por exemplo a imunidade 
cultural impede a cobrança de imposto sobre os livros, jornais, periódicos e o 
papel destinado à sua impressão. 
3. Classificação quanto à forma de previsão: explícitas ou 
implícitas 
 Configuram-se explícitas as imunidades expressas no próprio 
texto constitucional. Trata-se das hipóteses que o legislador já previu, no 
momento da elaboração da Constituição Federal. 
 É possível também que algumas imunidades não tenham sido 
reconhecidas expressamente, mas, por decorrerem de princípios 
constitucionais, a jurisprudência passe a aceitá-las da mesma forma que as 
que estão confeccionadas na CF. A essas imunidades, a doutrinadenominou implícitas. Até o momento, não temos exemplos de 
imunidades implícitas. 
 Perceba que podemos fazer uma interligação entre o que foi visto aqui e 
o que vimos na classificação quanto à origem das imunidades. As imunidades 
políticas são sempre explícitas, pois necessariamente devem estar 
previstas no texto da Constituição. 
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 Por outro lado, vimos que as imunidades ontológicas, ainda que não 
fossem previstas na CF, existiriam. Desta maneira, podemos afirmar que 
tais imunidades podem ser tanto explícitas como implícitas. 
4. Classificação quanto à necessidade de regulamentação: 
incondicionadas e condicionadas 
 Esta classificação diz respeito à necessidade de que a imunidade, para 
surtir efeitos no mundo concreto, esteja regulamentada por norma 
infraconstitucional, ou seja, por leis. 
 Neste contexto, se as imunidades forem incondicionadas, como, por 
exemplo, a imunidade recíproca, não há necessidade de edição de lei, 
produzindo efeitos imediatamente. 
 Devemos lembrar que também há as imunidades condicionadas, que são 
aquelas que dependem de regulamentação por lei, para que possam produzir 
efeitos. Como exemplos, podemos citar a imunidade prevista no art. 150, VI, 
c, da CF/88. Trata-se da imunidade referente às instituições de educação e 
assistência social sem fins lucrativos. Estas só poderão gozar da benesse 
constitucional, caso haja regulamentação legal. 
 Recuperando os seus estudos de Direito Constitucional, podemos dizer 
que as imunidades condicionadas constituem normas de eficácia 
limitada, pois se faz necessária uma regulamentação infraconstitucional. 
5. Classificação quanto ao alcance: gerais e específicas 
 Em alguns casos, o legislador constituinte optou por incluir vários 
tributos e todos os entes federativos dentro de certas imunidades. Por 
exemplo, a imunidade recíproca veda a instituição de diversos impostos (sobre 
patrimônio, renda ou serviços) e tal vedação é extensiva à União, aos Estados, 
ao DF e aos Municípios. Neste caso, tal imunidade é denominada geral ou 
genérica. 
 
Todas as imunidades previstas no art. 150, VI, da CF/88 
são consideradas genéricas. 
 Por outro lado, em algumas situações, as imunidades são mais restritas, 
alcançando tributos específicos e, por consequência, apenas o ente competente 
para instituí-los. Cite-se, por exemplo, o caso da imunidade concedida ao IPI 
sobre operações de exportação (art. 153, § 3°, III). Tal imunidade pode ser 
denominada específica, tópica ou especial. 
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4XHVWmR��� ± CESPE/JUIZ-TJ-PA/2012 
 
O comprador que goza de imunidade tributária, ao adquirir veículo automotor 
importado, estende sua imunidade ao produtor. 
 
Comentário: Se a imunidade tributária é subjetiva, ou seja, específica do 
comprador, não se estende ao produtor. Veja que, como a questão não entrou 
no mérito de nenhuma imunidade constitucionalmente existente, também 
consideramos importante não perder tempo desvendando que imunidade seria 
esta, bastando apenas saber que a imunidade subjetiva beneficia apenas a 
pessoa imune, e não terceiros. Questão errada. 
 
4XHVWmR��� ± CESPE/JUIZ-TJ-ES/2011 
 
A competência tributária apresenta-se como aptidão jurídica para criar 
tributos, sendo a imunidade uma forma qualificada de incidência, por expressa 
disposição legal. 
 
Comentário: A imunidade tributária não é uma forma qualificada de 
incidência, mas sim uma forma de não incidência constitucionalmente 
qualificada, por expressa disposição constitucional. Questão errada. 
 
4XHVWmR��� ± CESPE/PROCURADOR-PE/2009 
 
A criação de imunidade tributária é matéria típica de lei ordinária. 
 
Comentário: A criação de imunidade tributária é matéria exclusiva da própria 
Constituição Federal, não podendo ser prevista em lei ordinária. Questão 
errada. 
 
4XHVWmR��� ± CESPE/JUIZ-TJ-PI/2012 
 
As entidades que gozem de isenção ou imunidade tributária não são passíveis 
de fiscalização, visto que a ação fiscalizadora constituiria abuso de poder do 
agente fiscalizador. 
 
Comentário: Não há exceções quanto à atividade de fiscalização tributária. 
Ainda que a entidade goze de imunidade ou mesmo de isenção, fica sujeita à 
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fiscalização, devendo, ainda, cumprir obrigações acessórias a que estiver 
submetida. Questão errada. 
 
4XHVWmR��� ± CESPE/PROCURADOR-MP-TCDF/2013 
 
Reputa-se de natureza política a imunidade tributária recíproca. 
 
Comentário: A imunidade recíproca é um sustentáculo do pacto federativo, 
protegendo a autonomia financeira das entidades políticas. Sendo assim, ela 
tem natureza ontológica, e não política. Questão errada. 
 
4XHVWmR��� ± CESPE/PROMOTOR-MP-RR/2011 
 
Ainda que em gozo de imunidade tributária, a pessoa jurídica não está 
dispensada de cumprir obrigações acessórias e de se submeter à fiscalização 
tributária. 
 
Comentário: Conforme entendimento esposado pelo STF, o fato de a pessoa 
jurídica gozar de imunidade tributária não a exime da obrigação de cumprir 
obrigações acessórias. Questão correta. 
 
4XHVWmR��� ± INÉDITA/2015 
 
De acordo com o STF, o fato de uma entidade de educação sem fins lucrativos 
estar imune, por expressa disposição constitucional, não a exime do dever de 
recolher o tributo, caso seja eleita, por lei, como responsável pela obrigação 
tributária. 
 
Comentário: A questão aborda o entendimento do STF sobre o tema. O fato 
de estar imune não elide a necessidade de recolher o tributo, na condição de 
responsável tributário. Para relembrar o conceito de responsável tributário, leia 
o art. 128 do CTN. Questão correta. 
 
4XHVWmR��� ± ESAF/ISS-RJ-Agente de Fazenda/2010 
 
Analisando os institutos da imunidade e da isenção, julgue os itens a seguir: 
 
I. a isenção é uma limitação legal do âmbito de validade da norma jurídica 
tributária, que impede que o tributo nasça ou faz com que surja de modo 
mitigado (isenção parcial); 
II. a imunidade é o obstáculo criado por uma norma da Constituição que 
impede a incidência de lei ordinária de tributação sobre determinado fato, ou 
em detrimento de determinada pessoa, ou categoria de pessoas; 
III. ambos os institutos, imunidade e isenção, levam ao mesmo resultado: o 
não pagamento de tributo. Porém, os meios pelos quais isso ocorre são 
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totalmente diferentes. A imunidade dá-se por meio da Constituição, a isenção 
por meio de lei (ordinária ou complementar); 
IV. a violação de dispositivo que contém isenção importa em ilegalidade e não 
em inconstitucionalidade; 
V. é incorreto afirmar-se que a imunidade é uma forma qualificada de não 
incidência. 
 
Estão corretos apenas os itens: 
a) I e II. 
b) I, II, III e IV. 
c) II, IV e V. 
d) I, II e IV. 
e) III, IV e V. 
 
Comentário: 
 
Item I: A isenção, como aprendemos, é benefício fiscal, concedido pelo 
próprio ente competente para instituir o tributo. A consequência da isenção éque o tributo não é exigido ou o é parcialmente. É, portanto, limitação legal do 
âmbito de validade da norma tributária. Item correto. 
 
Item II: A imunidade é uma delimitação da competência tributária, imposta 
pela própria Constituição Federal. Portanto, o item está correto. 
 
Item III: De fato, em ambos os casos a consequência é o não pagamento de 
tributo. Contudo, a imunidade é sempre prevista em norma constitucional, ao 
passo que a isenção advém de lei (ordinária ou complementar) ou até mesmo 
medida provisória, embora o examinador não a tenha citado. Item correto. 
 
Item IV: A violação a uma regra prevista em lei (isenção) acarreta 
ilegalidade. Item correto. 
 
Item V: A imunidade é uma forma de não incidência constitucionalmente 
qualificada. Portanto, o item está errado. 
 
Gabarito: Letra B 
 
4XHVWmR��� ± ESAF/AFRFB/2009 
 
Diversos fatos podem resultar na desoneração tributária. Assinale, entre as 
que se seguem, a forma de desoneração tributária pela qual não nascem nem 
a obrigação tributária, nem o respectivo crédito por força do não-exercício da 
competência a que tem direito o poder tributante. 
a) Imunidade. 
b) Não-incidência. 
c) Isenção. 
d) Alíquota zero. 
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e) Remissão. 
 
Comentário: Vimos que quando o ente federado não faz uso da competência 
que foi a ele atribuída pelo legislador constituinte, ocorre a não incidência. Veja 
que a decisão é política, tendo em vista que há a possibilidade de cobrança, 
desde que haja previsão legal do fato gerador. Sendo assim, a alternativa 
correta é a Letra B. 
 
4XHVWmR��� ± ESAF/AFRFB/2009 
 
A isenção é causa de não incidência tributária. 
 
Comentário: Poderíamos dizer que a imunidade é causa de não incidência 
tributária, mas não a isenção, pois neste caso ocorre o fato gerador. Questão 
errada. 
 
4XHVWmR����± ESAF/AFRF/2005 
 
Segundo a letra do Código Tributário Nacional, a isenção constitui mera 
dispensa legal do pagamento do tributo. 
 
Comentário: Aprendemos durante a aula que a isenção constitui mera 
dispensa legal do pagamento do tributo. Assim, o fato gerador ocorre e a 
obrigação tributária chega a existir, mas o crédito tributário é excluído. A 
obrigação tributária, portanto, não chega se tornar exigível. Questão correta. 
 
4XHVWmR��� ± FCC/Ass. Jur.-TCE-PI/2009 
 
Sobre imunidade tributária é correto afirmar que só alcança impostos federais. 
 
Comentário: O conceito de imunidade na CF/88 não se restringe a impostos 
federais. Tome-se, como exemplo, a imunidade recíproca, que se estende aos 
impostos sobre patrimônio, renda e serviços de todos os entes federativos. A 
questão está errada. 
 
 
4XHVWmR��� ± FCC/Ass. Jur.-TCE-PI/2009 
 
Sobre imunidade tributária é correto afirmar que equivale a incompetência 
tributária. 
 
Comentário: Sabemos que a imunidade tributária é uma limitação 
constitucional ao poder de tributar. O legislador constituinte desenhou os 
limites fora dos quais os entes não poderiam tributar. Dessa forma, podemos 
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dizer que o que está fora dos limites da competência tributária (as imunidades) 
pode ser considerado incompetência tributária. Portanto, correta. 
 
4XHVWmR��� ± FCC/Ass. Jur.-TCE-PI/2009 
 
Sobre imunidade tributária é correto afirmar que difere da isenção, que 
pressupõe competência do ente para sua concessão. 
 
Comentário: Exatamente. A isenção consiste no exercício da competência 
tributária, pois o ente tributante, podendo cobrar o tributo, abre mão de seu 
direito, ao conceder a isenção por intermédio de lei. A imunide, 
diferentemente, é uma imposição constitucional que limita o poder de tributar. 
Questão correta. 
 
4XHVWmR��� ± ESAF/SEFAZ/SP/2009 
 
As imunidades tributárias são classificadas em: 
a) ontológicas e políticas. 
b) proporcionais e progressivas. 
c) diretas e indiretas. 
d) cumulativas e não cumulativas. 
e) vinculadas e não vinculadas. 
 
Comentário: A única classificação acima que já estudamos e que realmente 
existe é a que divide as imunidades em ontológicas e políticas. Se ainda 
houver dúvidas quanto a essa classificação, retorne e leia novamente o 
assunto. A resposta é a Letra A. 
 
4XHVWmR��� ± FGV/ICMS/RJ/2007 
 
De acordo com o art. 150 da CRFB/88, é vedado à União, aos Estados, ao 
Distrito Federal e aos Municípios instituir: 
a) tributos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; templos de 
qualquer culto; patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive 
suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de 
educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos 
da lei; livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. 
b) impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; templos de 
qualquer culto; patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive 
suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de 
educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos 
da lei; livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. 
c) impostos ou contribuições sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos 
outros; templos de qualquer culto; patrimônio, renda ou serviços dos partidos 
políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, 
das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, 
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atendidos os requisitos da lei; livros, jornais, periódicos e o papel destinado a 
sua impressão. 
d) tributos e impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; 
templos de qualquer culto; patrimônio, renda ou serviços dos partidos 
políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, 
das instituições de educação e de assistência social, sem fins 
lucrativos, atendidos os requisitos da lei; livros, jornais, periódicos e o papel 
destinado a sua impressão. 
e) contribuições e tributos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos 
outros; templos de qualquer culto; patrimônio, renda ou serviços dos partidos 
políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, 
das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, 
atendidos os requisitos da lei; livros, jornais, periódicos e o papel destinado a 
sua impressão. 
 
DICA DE PROVA: Quando você se deparar com questões grandes, cujas 
alternativas complementam o que foi dito no enunciado, muito provavelmente 
a resolução será bastante simples, sendo necessário apenas observar os 
detalhes de cada uma delas. 
 
Comentário: 
 
Alternativa A: O erro é ampliar a imunidade aos tributos, quando, na 
realidade, a imunidade do art. 150 da CF/88 se refere apenas aos impostos. 
Item errado. 
 
Alternativa B: Embora atualmente tenhamos mais uma imunidade prevista no 
art. 150 da CF/88, a assertiva não se torna errada, pois de fato ainda continua 
havendo tal vedação. Item correto. 
 
Alternativa C: 2�HUUR�p�GL]HU�³RX�FRQWULEXLo}HV´�Mi�que a imunidade prevista 
no art. 150 da CF/88 se refere apenas aos impostos. Item errado. 
 
Alternativa D: Uma das espéciesde tributos são os impostos, o que já torna a 
assertiva incoerente. Ademais, a CF/88, no art. 150, restringe a imunidade 
apenas aos impostos. Item errado. 
 
Alternativa E: Uma das espécies de tributos são as contribuições, o que já 
torna a assertiva incoerente. Ademais, a CF/88, no art. 150, restringe a 
imunidade apenas aos impostos. Item errado. 
 
Gabarito: B 
 
 
 
 
 
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4XHVWmR��� ± ESAF/FTE-PA/2002 
 
A não-incidência de impostos sobre as autarquias e as fundações públicas, no 
que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados às suas 
finalidades essenciais ou delas decorrentes, resulta de isenção. 
 
Comentário: Como vimos, trata-se de hipótese não incidência 
constitucionalmente qualificada, denominada imunidade. Questão errada. 
 
4XHVWmR��� ± ESAF/SEFAZ/CE/2006 
 
A norma que impede que a União, os estados, o Distrito Federal e os 
municípios tributem, reciprocamente, seus patrimônios, rendas ou serviços, 
denomina-se imunidade. 
 
Comentário: Realmente se trata de imunidade. Cabe destacar ainda que essa 
imunidade é denominada imunidade recíproca. Questão correta. 
 
4XHVWmR��� ± ESAF/AFTN/1994 
 
Sobre as imunidades tributárias, podemos afirmar que impossibilitam sejam 
previstos fatos geradores da obrigação tributária para os casos por ela 
abrangidos. 
 
Comentário: A imunidade impede que o legislador institua hipótese de 
LQFLGrQFLD�VREUH�D�³FRLVD´�RX�³SHVVRD´�LPXQH��QmR�KDYHQGR��SRU�FRQVHTrQFLD��
fato gerador tributário. Questão correta. 
 
4XHVWmR��� ± ESAF/AFTN/1994 
 
Sobre as imunidades tributárias, podemos afirmar que são hipóteses de não-
incidência legalmente qualificada. 
 
Comentário: Como estudamos, trata-se de hipótese de não incidência 
constitucionalmente qualificadas. Questão errada. 
 
2 ± ESPÉCIES DE IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS 
 Neste tópico, abordaremos as principais imunidades de forma 
aprofundada, e mencionaremos as demais, previstas fora do Capítulo do 
Sistema Tributário Nacional, apenas para que você tenha conhecimento da 
existência delas. Ok? 
 
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2.1 ± Imunidade Recíproca 
 Mencionamos a imunidade recíproca em vários exemplos no estudo da 
classificação doutrinária das imunidades, certo? Por esse motivo, creio que 
vocês acabaram tendo uma noção do que se trata. 
 Na verdade, tal imunidade ± também denominada imunidade 
intergovernamental ± existe para proteger a autonomia financeira dos entes 
federados e, consequentemente, o pacto federativo. Podemos afirmar, 
portanto, que ela configura uma cláusula pétrea, no entendimento da 
Suprema Corte (ADI 939). 
 Como é viabilizada esta proteção que acabamos de dizer? Ora, de acordo 
com o art. 150, VI, a, da CF/88, é vedado à União, aos Estados, ao 
Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos sobre o patrimônio, 
renda ou serviços uns dos outros. 
 Você precisa estar atento ao fato de que a única espécie de tributo 
abrangida por esta imunidade são os impostos. Além disso, note que o 
conceito é ainda mais restrito: apenas os impostos sobre o patrimônio, renda 
ou serviços foram alcançados pela imunidade recíproca. 
 Para entender o assunto que vamos estudar, é necessário que você 
conheça o conceito de contribuinte de direito e contribuinte de fato. Esse 
tema toma relevância em situações nas quais as pessoas que arcam, de fato, 
com o ônus tributário não são as mesmas que recolhem o tributo ao erário. 
Isso ocorre nos denominados tributos indiretos. 
 Imaginemos que determinado cidadão compra uma TV de LED em uma 
loja de eletrodomésticos. Sobre a incidência do ICMS nesta operação, a loja é 
eleita pela lei como contribuinte, e é ela quem vai recolher tal imposto, 
correto? No entanto, quem sofre o ônus do tributo não é a loja, mas sim a 
pessoa física que adquiriu a TV. Isso ocorre, porque a loja simplesmente 
acrescenta o custo daquele tributo no valor da TV. 
 Dessa forma, dizemos que contribuinte de direito é aquele eleito 
pela lei para recolher o tributo, e contribuinte de fato é o que arca 
realmente com o ônus do tributo. Entendido? 
 Tudo isso será visto com maiores detalhes em outras aulas. O 
importante agora é que você saiba distinguir tais figuras, para entender com 
precisão o que será dito a seguir. 
 Vejamos, então, como é o entendimento da Suprema Corte em relação à 
aplicabilidade da imunidade recíproca sobre os tributos indiretos: 
 
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Ementa: TRIBUTÁRIO. ICMS. SERVIÇOS DE ENERGIA ELÉTRICA. 
MUNICÍPIO. CONTRIBUINTE DE FATO. IMUNIDADE RECÍPROCA. ART. 150, 
VI, A, DA CONSTITUIÇÃO. INAPLICABILIDADE. AGRAVO IMPROVIDO. I - A 
imunidade do art. 150, VI, a, da Constituição somente se aplica ao 
imposto incidente sobre serviço, patrimônio ou renda do próprio ente 
beneficiado, na qualidade de contribuinte de direito. II - Como o 
Município não é contribuinte de direito do ICMS relativo a serviços de energia 
elétrica, não tem o benefício da imunidade em questão, uma vez que esta 
não alcança o contribuinte de fato. Precedentes. III ± Agravo regimental 
improvido. 
(STF, ARE 663.552-AgR/MG, Segunda Turma, Rel. Min. Ricardo 
Lewandowski, Julgado em 28/02/2012) 
 Para a Suprema Corte (ARE 663.552), a imunidade recíproca somente se 
aplica se o ente beneficiado estiver na condição de contribuinte de direito, não 
o alcançando como contribuinte de fato. 
 Vejam que quem faz o recolhimento do tributo, relativo aos serviços de 
energia elétrica, são as próprias prestadoras de serviço, sendo elas 
denominadas contribuinte de direito. 
 Por outro lado, a referida imunidade pode se aplicar em operações 
de importação de bens, quando o ente federado for o importador. Neste 
caso, perceba que há a identidade do contribuinte de fato e do 
contribuinte de direito, não havendo transferência do ônus tributário 
(STF, AI 518.405-AgR). 
 Além destas situações, podemos acrescentar que o STF (AI AgR/RS 
174.808 e RE 196.415/PR) já considerou ilegítima a incidência de IOF 
sobre aplicações financeiras dos entes federados, bem como a 
tributação da renda resultante de tais aplicações pelo IR. 
O reconhecimento da imunidade tributária às operações financeiras não 
impede a autoridade fiscal de examinar a correção do procedimento adotado 
pela entidade imune. Constatado desvio de finalidade, a autoridade fiscal 
tem o poder-dever de constituir o crédito tributário e de tomar as 
demais medidas legais cabíveis. (STF, RE 259.976-AgR). 
EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PROPÓSITO 
MODIFICATIVO. EXCEPCIONALIDADE AUSENTE. ALEGADA CONTRADIÇÃO. 
INEXISTÊNCIA. ACÓRDÃO QUE TOMA COMO PREMISSA A VINCULAÇÃO DA 
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA À ATIVIDADE ESSENCIAL DA 
ENTIDADE PROTEGIDA. APLICAÇÃO AO PRODUTO DE OPERAÇÕES 
FINANCEIRAS PARA AFASTAR O IOF. 
1. Conforme assentado em uma série de precedentes e no próprio acórdão 
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embargado, a imunidade tributária é indiferente à integralgratuidade dos 
serviços prestados e abarca os meios de existência da entidade, ainda que 
inconfundíveis com a respectiva atuação institucional. 2. O benefício não 
será aplicável, dentre outros motivos, se ficar constatado (i) desvio 
de finalidade ou (ii) risco à concorrência e à livre iniciativa. 3. Tanto a 
decisão agravada como o acórdão recorrido indicaram explicitamente que as 
razões de recurso extraordinário basearam-se em meras presunções, que 
não são toleradas à luz do devido processo legal de constituição do crédito 
tributário. 
(...) 
(STF, RE 259.976 AgR-ED/RS, Segunda Turma, Rel. Min. Joaquim Barbosa, 
Julgado em 19/10/2010) 
 
2EVHUYDomR�� 2� FDVR� FRQFUHWR� VH� UHIHULD� j� LPXQLGDGH� UHFtSURFD� H[WHQVLYD� j�
2$%��$LQGD�KRMH�HVWXGDUHPRV�PDLV�GHWDOKHV�VREUH�HVWD�VLWXDomR� 
Ressalte-se ainda que, para o STF (ADI 2.024 e RE 364.202/RS, 
respectivamente), a imunidade recíproca não pode ser invocada para as 
contribuições previdenciárias e para as taxas. Sendo assim, por exemplo, 
uma repartição federal poderia estar sujeita a pagar taxa pela coleta de lixo. 
 Até aqui vimos a aplicabilidade da imunidade recíproca aos entes 
federados. No entanto, há que se lembrar de que esta limitação constitucional 
ao poder de tributar é extensiva a outras pessoas jurídicas, de acordo com 
o art. 150, § 2°, da CF/88, a seguir transcrito: 
³$UW������������ 
§ 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às 
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao 
patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades 
essenciais ou às delas decorrentes�´ 
 A citada H[WHQVmR� p� GHQRPLQDGD� ³imunidade tributária recíproca 
extensiva´� SRU� SDUFHOD� GD� GRXWULQD� � Note que há uma restrição neste 
parágrafo, que é a necessidade de que o patrimônio, a renda e os serviços das 
referidas entidades estejam vinculados às finalidades essenciais ou às delas 
decorrentes. Perceba ainda que esta restrição não foi feita em relação 
aos entes políticos, como demonstra a ementa do seguinte julgado: 
"O julgado recorrido contempla a conclusão de que a União não está 
condicionada ao ônus de comprovar vinculação do bem tributado a 
uma finalidade pública, o que somente ocorre nos casos das 
autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo poder público no 
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que se refere à tributação do patrimônio, renda e serviços vinculados 
a suas finalidades essenciais. �����´ 
(STF, RE 635.012/RJ, Decisão Monocrática, Rel. Min. Dias Toffoli, Julgado em 
07/02/2013) 
 De qualquer modo, é interessante destacar a jurisprudência do STJ, no 
sentido de que há presunção de que os imóveis pertencentes às entidades 
autárquicas se destinam aos seus fins institucionais: 
PROCESSUAL CIVIL. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. IPTU. PRESUNÇÃO DE QUE O 
IMÓVEL SE DESTINA AOS FINS INSTITUCIONAIS DA ENTIDADE 
AUTÁRQUICA. 
ÔNUS DA PROVA EM CONTRÁRIO. INCUMBÊNCIA DO PODER TRIBUTANTE. 
1. Conforme a jurisprudência dominante do STJ, presume-se que o imóvel 
de entidade autárquica esteja afetado a destinação compatível com 
seus objetivos e finalidades institucionais. Portanto, o ônus de provar 
que o patrimônio da autarquia está desvinculado dos seus objetivos 
institucionais e, portanto, não abrangido pela imunidade tributária prevista 
no art. 150 da Constituição, recai sobre o poder tributante. Com efeito, assim 
como cabe ao executado- embargante o ônus da prova de sua pretensão 
desconstitutiva, incumbe ao embargado, réu no processo de embargos à 
execução, a prova do fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do 
autor. Precedentes citados. 
2. Recurso especial não provido. 
(STJ, Segunda Turma, REsp 1.335.220/RJ, Rel. Min. Mauro Campbell 
Marques, Julgamento em 21/08/2012) 
 
 
Para o STJ, o ônus de provar que o patrimônio da 
autarquia está desvinculado dos seus objetivos 
institucionais é do ente tributante. 
Destaque-se que, muito embora o texto constitucional restrinja a 
aplicação desta imunidade às autarquias e às fundações públicas, o 
entendimento predominante no STF (RE 407.099/RS e AC 1.550-2) é o de que 
a benesse é extensível também às empresas públicas (EP) e às sociedades de 
economia mista (SEM) prestadoras de serviço público de prestação 
obrigatória e exclusiva do Estado. 
 A princípio, você poderia pensar que isso seria proibido pelo art. 173, § 
�ƒ�� GD� &)����� VHJXQGR� R� TXDO� ³DV� HPSUHVDV� S~EOLFDV� H� DV� Vociedades de 
economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do 
VHWRU�SULYDGR´� 
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 Contudo, o que deve ser considerado é que existem dois tipos de EP e 
SEM, isto é, há aquelas exploradoras de atividade econômicas (sujeitas ao art. 
173, da CF/88) e há as prestadoras de serviços públicos (sujeitas ao art. 175, 
da CF/88). As únicas abrangidas pela imunidade recíproca são as 
prestadoras de serviço público. 
Nesse sentido, o STF já concedeu imunidade às seguintes EP e SEM: 
x Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) ± (STF, RE 
407.099); 
x Infraero ± (STF, RE 524.615-AgR); 
x Companhia de Águas e Esgoto de Rondônia (CAERD) ± (STF, AC 
1.550-2/RO); 
x Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) ± (STF, RE 
253.472) 
x Casa da Moeda do Brasil (CMB) ± (STF, RE 610.517) 
2EVHUYDomR�� (P� ������ WLYHPRV� PDLV� WUrV� GHFLV}HV� IDYRUiYHLV� j� LPXQLGDGH�
JR]DGD�SHOD�(&7��6HQmR��YHMDPRV� 
x (P�������������R�67)�UHFRQKHFHX�D�LPXQLGDGH�UHODWLYD�DR�,378�LQFLGHQWH�
VREUH�LPyYHLV�GH�SURSULHGDGH�GD�(&7��EHP�DVVLP�RV�SRU�HOD�XWLOL]DGRV� 
x (P�������������R�3OHQiULR�GR�67)�GHFLGLX�TXH�QmR�LQFLGH�R�,&06�VREUH�R�
VHUYLoR� GH� WUDQVSRUWH� GH� EHQV� H� PHUFDGRULDV� UHDOL]DGR� SHOD� (PSUHVD�
%UDVLOHLUD�GH�&RUUHLRV�H�7HOpJUDIRV�±�(&7� 
x (P� ������������ D� 6XSUHPD� &RUWH� �$&2� ����3%�� UHDILUPRX� VXD�
MXULVSUXGrQFLD�D�UHVSHLWR�GD�LPXQLGDGH�WULEXWiULD�UHODWLYD�DR�,39$��JR]DGD�
SHOD�(&7� 
Além dos casos acima citados, o entendimento do STF (RE 580.264/RS) 
WHP�VLGR�R�GH�TXH�³as sociedades de economia mista prestadoras de ações e 
serviços de saúde, cujo capital social seja majoritariamente estatal, 
gozam da imunidade tributária prevista na alínea a do inciso VI do art. 150 da 
Constituição Federal´. 
 Ademais, seja qual for a forma de prestação do serviço público, para o 
STF (RE 285.716-$J5��³é irrelevante para definição da aplicabilidade da 
imunidade tributária recíproca a circunstância de a atividade 
desempenhada estar ou não sujeita a monopólio estatal´� 
 Ressalte-se que a OAB ± entidade não integrante da administração 
pública indireta ± também foi alcançada pela imunidade recíproca, no 
entendimento do STF (RE 259.976-AgR). De acordo com a Suprema Corte, a 
OAB desempenha atividade própria de Estado, motivo que faz com que 
ela também esteja imune. 
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 No entanto, o fato de a OAB estar inserida no seleto rol de entidades 
abrangidas pela imunidade recíproca, não faz com que a Caixa de Assistência 
dos Advogados, mesmo integrando a estrutura da OAB, esteja imune. Isto 
ocorre porque a atividade da Caixa de Assistência dos Advogados tem sua área 
de atuação voltada aos benefícios individuais dosassociados (STF, RE 
662.816/BA- AgR). 
 
A OAB é imune, mas a Caixa de Assistência dos 
Advogados não é! 
 No que se refere à delegação de serviços públicos (prestação por 
particulares), cumpre destacar que se o patrimônio pertencer a um ente 
federado, independentemente de estar ocupado por empresa 
delegatária de serviços públicos, continua imune à tributação (STF, RE 
253.394/SP). 
 Contudo, a atividade delegada em si, caso seja exercida com 
intuito lucrativo, não há que se falar em imunidade. É o caso, por 
exemplo, dos serviços de registros públicos, cartorários e notariais, que, 
por terem intuito lucrativo e serem devidamente remunerados, não 
estão imunes (STF, ADI 3.089). 
 Por conta desse entendimento, faz-se necessário transcrever trecho do 
voto do Min. Joaquim Barbosa, no julgamento da ADI 3.089: 
³1HVVH�VHQWLGR��tanto os objetivos como os objetivos como os efeitos 
do reconhecimento da aplicação da imunidade recíproca são 
passíveis de submissão ao crivo jurisdicional, em um exame de 
ponderação e proporcionalidade não bastando a constatação objetiva de 
natureza pública do serviço que se está a tributar.´��7UHFKR do Voto do 
Min. Joaquim Barbosa) 
(STF, ADI 3.089/DF, Pleno, Rel. Min. carlos Britto, Julgado em 13/02/2008) 
 
 
O simples fato de o serviço ter natureza pública não 
basta para ficar caracterizada a imunidade! 
 Para concluir o tema, precisamos estudar a última norma que versa 
sobre a imunidade recíproca, que é o § 3° do art. 150, que diz o seguinte: 
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³$UW������������ 
§ 3º - As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se 
aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com 
exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a 
empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou 
pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o 
promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao 
EHP�LPyYHO�´ 
 Uma leitura atenta do dispositivo permite inferir que há duas hipóteses 
que escapam da abrangência da imunidade recíproca. 
 A primeira diz respeito a quando o patrimônio, a renda e os serviços são 
utilizados para exploração de atividades econômicas em concorrência com os 
empreendimentos privados. O que se deve ficar atento é ao motivo que fez o 
legislador constituinte inserir esta exceção, que é o fato de não permitir que 
haja concorrência desleal. Ou seja, seria injusto que determinadas 
entidades utilizassem da imunidade para concorrer no mercado, certo? 
 
Essa vedação é aplicável aos entes de direito público, 
pois as EP e SEM já possuem vedação própria no art. 
173, § 2°. 
 Há que se destacar que o STF (RE 242.827) já decidiu que a imunidade 
recíproca extensiva alcança o INCRA ± autarquia federal -, 
desobrigando-o de pagar ICMS sobre a exploração de unidade 
agroindustrial. No entendimento do tribunal, a exploração é ocasional e está 
inserida no âmbito de sua destinação social. Trata-se de um caso muito 
específico, mas é bom que você saiba que o STF assim já se posicionou. 
 A segunda hipótese afirma que a imunidade recíproca não exonera o 
promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem 
imóvel. 
 A situação se refere a quando uma pessoa particular (promitente 
comprador) assina um contrato de compra e venda, adquirindo um imóvel de 
um ente imune. Lembre-se de que a mera assinatura do contrato não transfere 
a propriedade do bem, mas o comprador passa a ter sobre o bem o 
direito real de aquisição de coisa alheia, bastando, segundo a CF/88, 
para ser tributado normalmente. 
 Nesse contexto, o STF já sumulou o seguinte entendimento: 
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Súmula STF 583 - Promitente-comprador de imóvel residencial transcrito 
em nome de autarquia é contribuinte do imposto predial territorial urbano. 
 Vamos esquematizar isso que vimos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
4XHVWmR��� ± CESPE/JUIZ-TJ-CE/2012 
 
Como a imunidade recíproca está inserida entre as denominadas imunidades 
genéricas, pode o legislador constituinte derivado afastar a aplicação desse 
instituto em determinada hipótese. 
 
Comentário: De fato, a imunidade recíproca é considerada genérica, mas essa 
característica não concede ao constituinte derivado (pela via da emenda 
constitucional) o poder de afastar a imunidade, haja vista ser considerada 
cláusula pétrea. Questão errada. 
 
 
4XHVWmR��� ± CESPE/PROCURADOR-MP-TCDF/2013 
 
O princípio da imunidade recíproca, mediante o qual é vedado à União, aos 
estados, ao DF e aos municípios instituir impostos sobre patrimônio, renda ou 
serviços uns dos outros, é extensivo às autarquias e às fundações instituídas e 
mantidas pelo poder público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos 
serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. 
 
Comentário: Trata-se da imunidade recíproca extensiva, prevista no art. 150, 
§ 2º, da CF/88, alcançando as autarquias e as fundações instituídas e 
mantidas pelo poder público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos 
IMUNIDADE 
RECÍRPOCA 
Impostos 
Patrimônio 
Renda 
Serviços 
Extensiva a 
autarquias e 
fundações públicas 
Vinculação a 
finalidades 
essenciais 
EP e SEM 
prestadoras 
de serviço 
público 
Não se aplica: 
Taxas 
Contr. Previd. 
Não se aplica: 
- Explor. Ativ. Econ. 
- Contrib. De fato 
- Caixa Assist. Adv. 
- Serv. Cartoriais 
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serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. 
Questão correta. 
 
4XHVWmR��� ± CESPE/JUIZ FEDERAL-5ª REGIÃO/2011 
 
A imunidade tributária recíproca impede a cobrança de impostos, taxas e 
contribuições entre os entes federativos. 
 
Comentário: Na realidade, a imunidade tributária recíproca impede apenas a 
cobrança de impostos entre os entes federativos, no que diz respeito ao seus 
patrimônios, rendas ou serviços. Questão errada. 
 
4XHVWmR��� ± CESPE/IPAJM-ADVOGADO/2010 
 
A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos não goza de qualquer imunidade 
tributária, uma vez que a CF veda que empresas públicas gozem de privilégios 
não extensivos às do setor privado. 
 
Comentário: Embora esta seja a regra geral, isto é, não extensão às 
empresas públicas dos privilégios não extensivos as demais empresas do setor 
privado, o STF já reconheceu a imunidade à ECT. De acordo com a Suprema 
&RUWH��³Ds empresas públicas prestadoras de serviço público distinguem-se das 
que exercem atividade econômica. A Empresa Brasileira de Correios e 
Telégrafos é prestadora de serviço público de prestação obrigatória e exclusiva 
GR�(VWDGR��PRWLYR�SRU�TXH�HVWi�DEUDQJLGD�SHOD�LPXQLGDGH�WULEXWiULD�UHFtSURFD´��
Questão errada. 
 
4XHVWmR��� ± CESPE/JUIZ FEDERAL-1ª REGIÃO/2009 
 
Considerando que um estado da Federação possua dois imóveis, um para 
abrigar um gerador de energia e outro que é a residência oficial do 
governador, assinale a opção correta. 
a) O imóvel que abriga o gerador de energia estará imune ao pagamento de 
imposto, caso sirva para propiciar luz à residência oficial do governador. 
b) A residência oficial será imune ao pagamentode imposto somente se estiver 
situada em área residencial e urbana. 
c) Se não for finalidade essencial do estado fornecer moradia para o 
governador, pode ser cobrado IPTU do imóvel residencial. 
d) Haverá imunidade recíproca do imóvel que abriga o gerador, caso este seja 
utilizado para abastecer parte da cidade e seja cobrado tributo para isso. 
e) Se a residência oficial for vendida, o comprador estará imune ao pagamento 
do imposto de transferência de sua propriedade. 
 
 
 
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Comentário: 
Alternativa A: Se o imóvel que abriga o gerador de energia está servindo 
para propiciar luz à residência oficial do governador, certamente estará imune 
ao pagamento de IPTU. Alternativa correta. 
Alternativa B: Não importa se a residência está situada em área residencial 
ou comercial, urbana ou rural. De qualquer modo, a imunidade subsiste. 
Alternativa errada. 
Alternativa C: O ente federativo não está vinculado a destinar o imóvel ao 
cumprimento de sua finalidade essencial como condição para usufruir da 
imunidade, já que tal restrição somente se aplica às autarquias e fundações 
instituídas e mantidas pelo Poder Público. Alternativa errada. 
Alternativa D: Não há necessidade que o gerador abasteça a cidade, e muito 
menos que seja cobrado tributo em razão do fornecimento de energia. 
Alternativa errada. 
Alternativa E: Em caso de alienação do imóvel em que esteja situada a 
residência oficial do governador, o comprador não estará imune, devendo 
realizar o pagamento do imposto devido em face da transferência da 
propriedade do referido bem. Alternativa errada. 
Gabarito: Letra A 
4XHVWmR��� ± CESPE/JUIZ FEDERAL-5ª REGIÃO/2013 
 
A imunidade tributária recíproca é princípio garantidor da Federação, motivo 
pelo qual não pode ser restringida nem mesmo por emenda constitucional. 
 
Comentário: Conforme estudamos, a imunidade recíproca constitui cláusula 
pétrea. Por esse motivo, não é possível haver proposta de emenda 
constitucional com o objetivo de abolir ou restringir tal princípio. Questão 
correta. 
 
4XHVWmR��� ± CESPE/JUIZ FEDERAL-5ª REGIÃO/2013 
 
A imunidade tributária recíproca é princípio garantidor da Federação, motivo 
pelo qual não pode ser restringida nem mesmo por emenda constitucional. 
 
Comentário: A imunidade recíproca é considerada cláusula pétrea por 
proteger a autonomia dos entes federados e, consequentemente, a Federação. 
Portanto, podemos dizer que não pode ser restringida nem mesmo por emenda 
constitucional. Questão correta. 
 
 
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4XHVWmR����± CESPE/JUIZ-TJ-MA/2013 
 
O princípio da imunidade tributária recíproca não pode, à luz do 
posicionamento firmado pelo STF, ser invocado na hipótese de contribuições 
previdenciárias. 
 
Comentário: A imunidade recíproca é aplicável aos impostos, não podendo 
ser invocado na hipótese de contribuições previdenciárias. Questão correta. 
 
4XHVWmR����±�&(63(�-8,=-7--3$����� 
 
O princípio da imunidade recíproca, que veda à União, aos estados, ao DF e 
aos municípios instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços uns dos 
outros, não se aplica aos entes que compõem a administração indireta, como 
autarquias e fundações públicas. 
 
Comentário: A imunidade recíproca é extensiva às autarquias e fundações 
instituídas e mantidas pelo poder público, observadas as condições previstas 
no art. 150, § 2º, da CF/88. Questão errada. 
 
4XHVWmR����±�&(63(�-8,=-7--0$����� 
 
O princípio da imunidade tributária recíproca não pode, à luz do 
posicionamento firmado pelo STF, ser invocado na hipótese de contribuições 
previdenciárias. 
 
Comentário: Questão bem tranquila. A imunidade recíproca não se aplica às 
contribuições previdenciárias. Questão correta. 
 
4XHVWmR��� ± INÉDITA/2015 
 
De acordo com a Constituição Federal de 1988, é vedado à União, aos Estados, 
ao Distrito Federal e aos Municípios instituir tributos sobre patrimônio, renda 
ou serviços, uns dos outros . 
 
Comentário: Pegadinha de prova! O candidato fica com o texto constitucional 
tão gravado na memória, que, quando se depara com uma questão literal, já a 
considera como correta, sem observar os pequenos detalhes. Perceba que a 
vedação diz respeito apenas aos impostos, e não aos tributos como um 
todo. Questão errada. 
 
4XHVWmR����±�CESPE/Juiz Federal/2007 
 
A União, almejando facilitar o escoamento da produção nacional de 
biocombustível para o exterior, construiu estrutura portuária em imóvel 
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integrante de seu domínio econômico, situado em determinado município 
brasileiro. Para se viabilizarem as atividades do porto, os serviços portuários 
foram delegados à pessoa jurídica de direito privado que se utiliza do acervo 
patrimonial portuário pertencente à União. Nessa situação, o referido 
município não pode cobrar IPTU da empresa delegatária, a qual, todavia, é 
contribuinte de taxa de limpeza urbana. 
 
Comentário: De acordo com o STF (RE 253.394/SP), o patrimônio continua 
imune à tributação pelo IPTU, sujeitando-se, obviamente à cobrança de taxas, 
pois estas não foram objetos da imunidade prevista no art. 150, da CF/88. 
Questão correta. 
 
4XHVWmR����±�CESPE/PROMOTOR-MP-PI/2012 
 
Em razão do princípio da imunidade recíproca, é vedado à União, aos estados, 
ao DF e aos municípios instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços 
uns dos outros, inclusive quando houver contraprestação ou pagamento de 
preços ou tarifas pelo usuário. 
 
Comentário: Consoante o disposto no art. 150, § 3º, da CF/88, a imunidade 
recíproca não se aplica ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados 
com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a 
empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou 
pagamento de preços ou tarifas pelo usuário. Sendo assim, a questão 
está errada. 
 
4XHVWmR����± FD/INÉDITA/2015 
 
Conforme jurisprudência do STF, a imunidade recíproca somente se aplica ao 
imposto incidente sobre serviço, patrimônio ou renda do próprio ente 
beneficiado, na qualidade de contribuinte de direito. 
 
Comentário: 'H� DFRUGR� FRP� R� 67)�� D� LPXQLGDGH� GR� DUW�� ����� 9,�� ³D´� Vy�
abrange o ente quando estiver na condição de contribuinte de direito. Como no 
caso julgado pelo STF (663.552-AgR/MG), o município era contribuinte de fato, 
a Suprema Corte decidiu que não haveria imunidade. Questão correta. 
 
4XHVWmR����±�,1e',7$����� 
 
Da mesma forma que o STF concedeu imunidade recíproca à OAB, por 
desempenhar atividade própria de Estado, a Corte também estendeu a 
limitação constitucional à Caixa de Assistência de Advogados, por pertencer a 
estrutura da OAB. 
 
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Comentário: Não é esse o entendimento do STF. Para o Tribunal, a Caixa de 
Assistência de Advogados possui outra atividade, não sendo própria de Estado, 
mas do interesse individual de seus associados. Questão errada. 
 
4XHVWmR��� ± ESAF/ATRFB/2012-AdaptadaÉ vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios cobrar 
imposto sobre o patrimônio, a renda ou os serviços uns dos outros. Isso, em 
tese, impede à lei de um Município atribuir à União a condição de responsável 
pela retenção na fonte do imposto sobre serviços. 
 
Comentário: A obrigação de reter na fonte o imposto sobre serviços constitui 
obrigação acessória. Ainda que a União seja imune aos impostos sobre o 
patrimônio, a renda ou os serviços dos demais entes, subsiste a referida 
obrigação. Questão errada. 
 
4XHVWmR��� ± ESAF/ACE-MDIC/2012 
 
Sobre a imunidade recíproca, que é a vedação constitucional à instituição e 
cobrança, por parte das pessoas políticas tributantes, de impostos sobre 
Patrimônio, renda e serviços uns dos outros, podem afirmar que: 
a) a imunidade tributária gozada pela Ordem dos Advogados do Brasil não é da 
espécie recíproca, na medida em que a OAB desempenha atividade própria de 
Estado. 
b) no caso de sociedades de economia mista controladas pela União, é 
relevante para definição da aplicabilidade da imunidade tributária recíproca a 
circunstância de a atividade desempenhada pela empresa estar ou não sujeita 
a monopólio estatal. 
c) a imunidade tributária recíproca não é extensiva às autarquias, no que se 
refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados a suas finalidades 
essenciais ou às delas decorrentes. 
d) as sociedades de economia mista prestadoras de ações e serviços de saúde, 
cujo capital social seja majoritariamente estatal, gozam da imunidade 
tributária recíproca. 
e) a imunidade tributária recíproca aplica-se, inclusive, às taxas. 
 
Comentário: 
 
Alternativa A: Foi justamente pelo fato de desempenhar atividade própria de 
Estado que fez com que o STF estendesse a imunidade recíproca à OAB. Item 
errado. 
 
Alternativa B: De acordo com a Suprema Corte, é irrelevante a circunstância 
de a atividade desempenhada estar ou não sujeita a monopólio estatal, para 
fins de aplicação da imunidade recíproca. Item errado. 
 
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Alternativa C: Conforme prevê o art. 150, § 2º, da CF/88, a imunidade 
recíproca é extensiva às autarquias e às fundações públicas instituídas e 
mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos 
serviços vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. Item 
errado. 
 
Alternativa D: O posicionamento do STF é o de que as sociedades de 
economia mista prestadoras de ações e serviços de saúde, cujo capital social 
seja majoritariamente estatal, gozam da imunidade recíproca. Item correto. 
 
Alternativa E: De acordo com o texto constitucional, a imunidade recíproca 
somente se aplica aos impostos. O STF já decidiu expressamente que não se 
estende às taxas, nem mesmo às contribuições previdenciárias. Item errado. 
Gabarito: Letra D 
4XHVWmR��� ± ESAF/AFRFB/2012 
 
No tocante à imunidade tributária recíproca, assinale o único item que não 
corresponde ao entendimento do STF acerca do tema. 
a) Sociedade de economia mista prestadora de serviço público de água e 
esgoto. 
b) Sociedades de economia mista prestadoras de ações e serviços de saúde, 
cujo capital social seja majoritariamente estatal. 
c) Empresa pública a quem a União atribui a execução de serviços de 
infraestrutura aeroportuária. 
d) Empresa pública encarregada de manter o serviço postal. 
e) Caixa de Assistência aos Advogados, vinculada à Ordem dos Advogados do 
Brasil. 
 
Comentário: 
 
Alternativa A: Já foi concedida imunidade para a CAERD (Companhia de 
Águas e Esgoto de Rondônia), uma sociedade de economia mista prestadora 
de serviço público de água e esgoto. Item correto. 
 
Alternativa B: Já foi decidido pelo STF que as sociedades de economia mista 
prestadoras de ações e serviços de saúde, cujo capital social seja 
majoritariamente estatal, gozam da imunidade recíproca. Item correto. 
 
Alternativa C: O STF também já concedeu imunidade à empresa pública 
INFRAERO. Item correto. 
 
Alternativa D: A ECT também já foi alcançada pela referida imunidade, como 
visto na aula. Item correto. 
 
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Alternativa E: O fato de a OAB estar inserida entre as entidades abrangidas 
pela imunidade recíproca, não faz com que a Caixa de Assistência dos 
Advogados, mesmo integrando a estrutura da OAB, esteja imune. Item errado. 
 
Gabarito: Letra E 
 
4XHVWmR��� ± FCC/IESES-TJ-PB/2014 
 
A imunidade recíproca veda a instituição de impostos sobre o patrimônio, 
renda ou serviços de União, Estados e Municípios, excluído o Distrito Federal. 
 
Comentário: Todos os entes federados estão protegidos pela imunidade 
recíproca. Essa imunidade é considerada genérica. Questão errada. 
 
4XHVWmR��� ± FCC/DPE-SP/2009 
 
Segundo entendimento consolidado no Supremo Tribunal Federal, a imunidade 
tributária recíproca se estende à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, 
ECT, por se tratar de empresa pública prestadora de serviço público de 
prestação obrigatória e exclusiva do Estado. 
Comentário: A redação da assertiva está perfeita! Esse é o entendimento do 
STF (ACO 811-AgR). Questão correta. 
4XHVWmR����±�(6$)�3*)1����� 
 
Sociedade de economia mista prestadora de serviço público de água e esgoto 
não é abrangida pela imunidade tributária recíproca. 
Comentário: Conforme verificamos no caso da CAERD, as SEM prestadoras de 
serviço público de água e esgoto estão abrangidas pela imunidade recíproca. A 
questão, portanto, está errada. 
 
4XHVWmR����±�(6$)�3*)1�����-$GDSWDGD 
 
A imunidade recíproca, em alguns casos, pode ter como efeito colateral 
relevante a relativização dos princípios da livre concorrência e do exercício de 
atividade profissional ou econômica lícita. 
 
Comentário: O entendimento do STF sobre a imunidade recíproca é amplo, 
mas não ao ponto de permitir que empresas que praticam atividades 
econômicas venham a ser abrangidas pela referida imunidade. Isso certamente 
colocaria em risco o princípio da livre concorrência. Dessa forma, a questão 
está errada. 
 
 
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4XHVWmR����±�(6$)�352&�-7&(-*2����� 
 
A empresa pública Caixa Econômica Federal, que exerce atividade econômica, 
é abrangida pela imunidade tributária recíproca, não se sujeitando ao 
pagamento de imposto sobre propriedade de veículos automotores incidentes 
sobre seus carros. 
 
Comentário: Mais uma questão abordando esse assunto. Como estudamos, 
empresas públicas que exerçam atividades econômicas não estão abrangidas 
pela imunidade recíproca. A questão está errada. 
 
4XHVWmR����±�(6$)�3*)1����� 
 
É relevante para definição da aplicabilidade da imunidade tributária recíproca a 
circunstância de a atividade desempenhada estar ou não sujeita a monopólio 
estatal. 
 
Comentário: Conforme entendimento do STF, é irrelevante para definição da 
aplicabilidade da imunidade recíproca o fato de a atividade desempenhada pela 
entidade estar sujeita ou não a monopólio estatal. Questão errada. 
 
4XHVWmR����±�(6$)�3*)1����� 
 
O reconhecimento da imunidade tributária recíproca às operações financeiras 
não impede a autoridade fiscal de examinar a correção do procedimento 
adotado pela entidade imune. Constatadodesvio de finalidade, a autoridade 
fiscal poderá, sendo o caso, constituir o crédito tributário e tomar as demais 
medidas legais cabíveis. 
 
Comentário: E aí, candidato, questão corUHWD"�1mR��$�DXWRULGDGH�QmR�³SRGH´��
mas deve constituir o crédito tributário. Nunca se esqueça do parágrafo único 
do art. 142. Você deve visualizar a questão, observando detalhes que 
mencionam outros assuntos da disciplina! Questão errada. 
4XHVWmR����±�(6$)�3*)1����� 
 
Tanto os objetivos como os efeitos do reconhecimento da aplicação da 
imunidade constitucional recíproca são passíveis de submissão ao crivo 
jurisdicional, em um exame de ponderação, não bastando a constatação 
objetiva da propriedade do bem. 
 
Comentário: Fique atento, pois as bancas não facilitam a vida do concurseiro. 
$�TXHVWmR�IRL�UHWLUDGD��SUDWLFDPHQWH�³FRODGD´��GR�YRWR�GH�XP�GRV�PLQLVWURV��QR�
julgamento da ADI 3.089/DF. Questão correta. 
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4XHVWmR����±�(6$)�,66-5-����� 
 
Sobre a imunidade constitucional recíproca, que veda a instituição e a 
cobrança de impostos pelos entes tributantes sobre o patrimônio, a renda ou 
os serviços, uns dos outros, é incorreto afirmar que: 
a) a imunidade tributária recíproca alcança apenas as finalidades essenciais da 
entidade protegida. O reconhecimento da imunidade tributária às operações 
financeiras não impede a autoridade fiscal de examinar a correção do 
procedimento adotado pela entidade imune. Constatado desvio de finalidade, a 
autoridade fiscal tem o poder-dever de constituir o crédito tributário e de 
tomar as demais medidas legais cabíveis. 
b) a imunidade tributária recíproca é extensiva às autarquias, no que se refere 
ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados a suas finalidades essenciais 
ou às delas decorrentes. 
c) a imunidade constitucional recíproca alcança as empresas públicas 
prestadoras de serviço público, bem como as empresas públicas que exercem 
atividade econômica em sentido estrito. 
d) a imunidade tributária recíproca diz respeito aos impostos, não alcançando 
as contribuições. 
e) a imunidade tributária recíproca aplica-se às operações de importação de 
bens realizadas por municípios, quando o ente público for o importador do bem 
�LGHQWLGDGH�HQWUH�R�µFRQWULEXLQWH�GH�GLUHLWR¶�H�R�µFRQWULEXLQWH�GH�IDWR¶�� 
 
Comentário: 1RYDPHQWH�� D� (6$)� UHIRUoD� R� VHX� HVWLOR� ³FRSLD� H� FROD´� GDV�
decisões do STF (RE 259.976/RS). Vejamos: 
 
Alternativa A: Como vimos em aula, esse é o entendimento do STF, pois 
havendo desvio de finalidade, perde-se a razão do benefício tributário. Item 
correto. 
 
Alternativa B: Assertiva que trata da extensão da imunidade recíproca às 
autarquias, prevista no art. 150, § 2º, da CF/88. Item correto. 
 
Alternativa C: Vimos durante a aula que apenas as EP e SEM prestadoras de 
serviço público podem estar abrangidas pela imunidade. Item errado. 
 
Alternativa D: Realmente, estudamos que a imunidade recíproca diz respeito 
apenas aos impostos. Item correto. 
 
Alternativa E: Também estudamos que, por haver identidade entre o 
contribuinte de direito e o contribuinte de fato, subsiste a imunidade diante de 
operação de importação realizada por ente público. Item correto. 
Gabarito: C 
 
 
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4XHVWmR����±�FCC/ISS-SP/2007 
 
A Constituição Federal estabelece que é vedado à União, aos Estados e aos 
Municípios instituir tributos sobre o patrimônio, a renda ou os serviços, uns dos 
outros. 
 
Comentário: 2� ~QLFR� HUUR� GD� DVVHUWLYD� p� PHQFLRQDU� ³WULEXWRV´� HP� YH]� GH�
impostos. Questão errada. 
 
2.2 ± Imunidade Religiosa 
O art. 150, VI, b, da CF/88 veda que todos os entes federativos cobrem 
impostos sobre os templos de qualquer culto. Levando em consideração o 
disposto no art. 5°, VI, da CF/88, podemos dizer que a liberdade de culto é 
um direito individual, o que faz com que a imunidade ora analisada se 
configure uma cláusula pétrea. 
 Verifica-se também que, pelo fato de o Brasil ser um país laico, a 
imunidade religiosa alcança todas as religiões, sem qualquer distinção. 
 
A imunidade religiosa é incondicionada! Grave isso! 
 Há que se ressaltar, nesse contexto, que, da mesma forma como ocorre 
com as demais imunidades inseridas no art. 150, VI, da Magna Carta, a 
imunidade religiosa somente alcança os impostos, não sendo extensiva, 
no entendimento do STF (RE 129.930), às contribuições sindicais. 
 Ainda seguindo o raciocínio do STF (RE 325.822), embora o texto 
FRQVWLWXFLRQDO� PHQFLRQH� TXH� D� LPXQLGDGH� SURWHJH� RV� ³WHPSORV´�� GHYHPRV�
entender que o legislador constituinte quis dizer que a vedação abrange 
também o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as 
finalidades essenciais da entidade religiosa. 
 Neste rumo, ainda que um imóvel pertencente a determinada 
entidade religiosa encontre-se alugado para terceiros, a imunidade 
subsiste, pois embora a atividade exercida não esteja de acordo com o 
disposto no art. 150, § 4°, da CF/88, para o STF, basta que os recursos 
gerados estejam sendo vertidos para as finalidades essenciais de tais 
entidades. 
 Ademais, a Suprema Corte (RE 578.562), dando entendimento extensivo 
à imunidade religiosa, entende que os cemitérios que consubstanciam 
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extensões destas entidades também são alcançados pela vedação 
constitucional em tela. 
 
Perceba que não são todos os cemitérios que estão 
abrangidos pela imunidade, mas apenas aqueles que são, 
de fato, mera extensão da entidade religiosa. 
 Por fim, cabe-nos ressaltar a decisão do STF (RE 562.351) no sentido de 
que a maçonaria não é alcançada pela imunidade religiosa, já que nas 
lojas maçônicas não se professa qualquer religião. 
 Vamos ao nosso esquema: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Ao interpretar o dispositivo constitucional que veda a instituição de imposto 
sobre templos de qualquer culto, o STF entende que a imunidade limita-se aos 
prédios destinados ao culto. 
 
Comentário: Como vimos, o entendimento do STF é o de que a imunidade 
religiosa alcança também o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com 
as finalidades essenciais das entidades religiosas. Questão errada. 
 
 
IMUNIDADE 
RELIGIOSA 
Impostos 
Patrimônio 
Renda 
Serviços 
Alcança Imóveis 
Alugados a 
Terceiros 
Relacionados 
com finalidades 
essenciais RECURSOS 
GERADOS 
Cemitérios 
(Extensão) 
Não se aplica: 
Maçonaria 
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4XHVWmR����±�CESPE/JUIZ-TJ-PA/2012 
 
Em razão da imunidade constitucional conferida aos templos de qualquer culto, 
os entes federativos são impedidos de cobrar ou instituir taxas e impostos 
sobre o patrimônio e os serviços relacionados com as finalidades essenciais dos 
templos, mas não sobre as rendas decorrentes das contribuições dos fiéis. 
 
Comentário: Em primeiro lugar, a imunidade diz respeito aos impostos, e não 
às taxas. Em segundo,

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