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Cuidados com o contraste

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Cuidados com o contraste
Por Monise Zatt Mazucco
Prof. Jorge Wolnei Gomes
A TC é um procedimento indolor, no qual o paciente deve permanecer deitado e imóvel durante alguns minutos enquanto o aparelho tomográfico realiza os registros da área a ser examinada. 
Em alguns exames é necessário o uso contraste para mostrar determinados vasos com mais nitidez. 
Quando da injeção do contraste começar, o paciente sentirá uma sensação de calor repentina e, em certos casos, poderão sentir náuseas, coceiras ou irritação. 
O meio de contraste iodado é geralmente administrado por via oral antes do procedimento e/ou por via endovenosa durante o exame. 
Quando administrado pela via intravenosa, é capaz de facilitar a identificação dos vasos sanguíneos, além de detectar alterações estruturais ou dinâmicas de funcionamento dos órgãos estudados. 
Não há contraindicação em relação a idade, os exames são feitos em recém-nascidos e em idosos avançados, variando a quantidade do meio de contraste injetado. 
Apesar de ter o potencial de alterar a função renal, na grande maioria das vezes o contraste iodado intravenoso o faz de maneira discreta e reversível, e por esse motivo é bastante utilizado, pelo seu benefício.
Seleção do Contraste iodado
Todos os contrastes modernos em utilização nos dias atuais são à base de iodo orgânico.
Classificação :
Alta osmolaridade - contrastes iônicos: osmolaridade variável, porém 5-8 x osmolaridade plasmática. Exibem ph entre 6,0 e 7,0, concentração de sódio 1-7x maior que a plasmática e contêm aditivos que quelam o cálcio iônico. Possuem propriedades antitrombóticas expressivas; 
Baixa osmolaridade - 
Contrastes iônicos: Redução da osmolaridade superior a 60%, com consequente redução dos efeitos relacionados à hipertonicidade. Não quelam o cálcio iônico e mantêm as propriedades antitrombóticas; 
Não iônicos: redução da osmolaridade superior a 50%. Não quelam o cálcio iônico e possuem propriedades antitrombóticas reduzidas; 
Isosmolares: osmolaridade semelhante à plasmática, com significativa redução dos efeitos atribuídos à hiperosmolaridade.
Escolha do contraste - Os contrastes de baixa osmolaridade apresentam uma série de benefícios em relação aos de alta osmolaridade. Apresentam menor incidência de efeitos eletrofisiológicos e hemodinâmicos adversos, reações alérgicas, sobrecarga volêmica e nefropatia por contraste, sendo, neste último, o benefício atribuído aos de baixa osmolaridade e isosmolares não iônicos. No entanto, a grande limitação de sua utilização rotineira é o custo. 
Existe controvérsia na literatura em relação à escolha do contraste, mas a maioria dos especialistas recomenda uma utilização de contrastes de baixa osmolaridade prudente e custo efetiva, ou seja, apenas em subgrupos de pacientes de maior riscos para os efeitos adversos descritos. 
Reações
Pacientes com maior potencial para apresentar alergias ou reações aos meios de contraste são chamadas de hipersensíveis ao iodo. Por isso os médicos radiologistas prescrevem um tratamento prévio com anti-histamínicos e corticoides, para aumentar o grau de aceitação do organismo à droga.
Em todo o exame contrastado que é necessário usar o meio de contraste iodado, é imprescindível que o paciente responda a um questionário previamente preparado, que é encontrado em todos os departamentos radiológicos, onde são feitas perguntas para analisar históricos alérgicos do mesmo.
As primeiras contraindicações para o uso desse meio de contraste são o hipertireoidismo e a insuficiência renal.
Em pacientes com função renal gravemente comprometida, a decisão de usar o contraste deve ser pesada contra o seu benefício, sendo, em algumas ocasiões, contraindicado. Os pacientes em hemodiálise, por não dependerem da função dos rins nativos, não apresentam um risco específico para o seu uso. 
Embora incomuns e na grande maioria dos casos leves, as reações ao contraste iodado são imprevisíveis. Os pacientes com maior risco para efeitos adversos pelos contrastes iodados são principalmente aqueles com histórico de efeitos adversos prévios (urticária, broncoespasmo, edemas, etc) e  asma. Além disso, também devem ser considerados de maior risco pacientes com insuficiência renal prévia, insuficiência cardíaca, doenças hematológicas, diabetes, desidratação, uso de AINE, extremos de idade.
A utilização de corticoides e anti-histamínicos para prevenção de reações alérgicas pode ser recomendada nos pacientes com antecedentes de reação adversa. Um esquema sugerido é a administração de 50mg de prednisona (13, 7 e 1 hora antes do exame) associado a fexofenadina (anti-histamínico bloqueador H1)180mg na hora do exame, para pacientes de risco moderado ou elevado.
Reações adversas aos meios de contraste podem ocorrer após uma única ou após múltiplas administrações. É bastante usual classificá-las quanto ao seu mecanismo etiológico, grau de severidade e tempo decorrido após a administração do contraste, conforme descreve-se a seguir:
Mecanismo etiológico:
Reações anafilactóides ou idiossincráticas: Assemelham-se às reações alérgicas ou reações de hipersensibilidade a uma substância em particular e não dependem da concentração de iodo, das propriedades químicas do contraste, e do fluxo ou volume de solução injetada. Estas reações não são reações anafiláticas verdadeiras porque podem ocorrer em pacientes que nunca estiveram expostos ao meio de contraste previamente. 
Os sintomas incluem urticária, prurido, tosse, angioedema, coriza nasal, náusea, vômito, hipotensão com taquicardia, broncoespasmo e edema laríngeo, podendo evoluir para choque e insuficiência respiratória severa. 
Reações não-idiossincráticas: São também chamadas de reações quimiotóxicas, uma vez que resultam das propriedades do contraste como hiperosmolalidade, quimiotoxicidade e carga elétrica, assiciadas com a dose administrada, a concentração de iodo presente na solução e a velocidade de inoculação da substância. 
O mecanismo de ação vincula-se a alguns fenômenos: quantidade de cátions liberada pelo contraste, expansão aguda do volume plasmático, vasodilatação generalizada por efeito na musculatura lisa e lesão do endotélio vascular. 
Entre as manifestações clínicas evidenciam-se sensação de calor, gosto metálico na boca, reações vaso-vagais (sudorese, palidez cutânea, náusea, vômito e hipotensão com bradicardia), tontura, convulsão, reações cardiovasculares como arritmias e depressão miocárdica, hipervolemia, insuficiência renal, dor e desconforto no local da injeção que pode evoluir para flebite e ainda extravasamento de contraste. 
Grau de severidade: 
Leves: são aquelas reações autolimitadas, que cedem espontaneamente e não requerem terapêutica medicamentosa, sendo necessário apenas observação. Podem manifestar-se como prurido, urticária leve, náuseas, vômitos, tontura, exantema.
Moderadas: Exigem tratamento farmacológico e observação cuidadosa no serviço de radiologia, mas não requerem hospitalização. São caracterizadas por vômitos persistentes, urticária difusa, cefaleia, edema facial e de laringe, broncoespasmo ou dispneia, taquicardia ou equbradicardia, hipo ou hipertensão transitória.
Graves: Requerem suporte terapêutico de emergência e o paciente é hospitalizado para acompanhamento. Os sintomas de reações graves incluem arritmias com repercussão clínica, hipotensão, broncoespasmo severo, convulsão, edema pulmonar, síncope, fibrilação atrial ou ventricular e parada cárdio-respiratória.
Tempo decorrido após a administração do contraste:
Agudas ou imediatas: Ocorrem no período em que o paciente está em observação no serviço de radiologia e têm início durante a injeção ou nos primeiros 20 minutos após a administração do agente contrastante. 
Tardias: Ocorrem após o paciente deixar o serviço de radiologia, geralmente de 30 a 60 minutos após a administração do contraste. 
As manifestações incluem sintomas gripais, febre, calafrios, náuseas, vômitos, dor abdominal, fadiga e congestão. Outras intercorrências suscetíveis de manifestação
consistem em flebite, trombose venosa, parotidite e sialoadenite por iodo ou até arritmias e insuficiência cardíaca. Cefaléia, urticária limitada e prurido também são apontados em um estudo como os sintomas mais comuns.
Medidas preventivas
Na área de diagnósticos por imagem, a Enfermagem atua em conjunto com a equipe multidisciplinar, realizando atividades como orientação e preparo do paciente para o procedimento; conferência e manutenção do material necessário para a execução e sucesso do exame; armazenamento, preparo e administração de contrastes; bem como acompanhamento do paciente antes, durante e após a realização do exame, entre outras.
A qualificação e o preparo técnico dos profissionais são imprescindíveis para identificação precoce de fatores de riscos e sinais de reações adversas, sendo decisivos na prevenção de danos aos pacientes. O conhecimento da tecnologia, dos meios de contraste e seus efeitos, bem como a competência para agir em situações de emergência são fundamentais para o sucesso na realização de exames por imagem.
Patologias a serem investigadas antes da TC contrastada:
Feocromocitoma:  é um tumor desenvolvido principalmente na região das glândulas adrenais. Ele pode causar hipertensãoe o comprometimento cardiovascular no feocromocitoma pode caracterizar-se por angina do peito e infarto agudo do miocárdio.
Diabete: O uso do contraste na veia em alguns casos pode ser tóxico para os rins, ocasionando uma parada no seu funcionamento. Se os rins pararem de funcionar, a metformina (medicamento usado para a patologia) acumula no organismo e pode gerar uma complicação chamada acidose lática. 
Insuficiência renal: a principal contraindicação ao uso de contraste é a insuficiência renal, pois o contraste com iodo pode ser tóxico ao tecido renal, piorando a função do rim.
Mieloma múltiplo: pacientes portadores desta patologia têm predisposição para apresentar insuficiência renal aguda irreversível após o uso de meio de contraste.
FONTE:
http://www.labexame.com.br/aprenda-sobre-a-metformina-no-tratamento-do-diabetes/
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42301997000300012
https://pt.wikipedia.org/wiki/Meio_de_contraste#Meios_de_contraste_em_tomografia_computadorizada
http://www.ultrax.com.br/entenda-o-que-sao-meios-de-contrastes/
https://www.passeidireto.com/arquivo/20762914/anatomia-seccional-e-por-imagem

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