Buscar

CASO CONCRETO 10 Contestação (Doação e coação)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

Aluno: Roberto R. Moreira - Campus: Sulacap
Prática Simulada I – 2017.1 CASO CONCRETO 10
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE CAMPINAS
Processo n° 1234
JULIANA FLORES, já qualificada, por seu advogado, com endereço profissional na (endereço completo), onde deverá ser intimado para dar andamento aos atos processuais, nos autos da AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO, pelo procedimento comum, movida por SUZANA MARQUES, vem a este juízo, oferecer/ou apresentar:
CONTESTAÇÃO
Para expor e requerer o que se segue:
1. PRELIMINARES 
1.1 Da coisa julgada
Preliminarmente é necessário observar que a AUTORA já postulara acerca dos mesmos objetos, mesma causa de pedir (pedido de anulação do negócio por suposta coação) e contra a mesma parte (RÉ), proposta em 10 de abril de 2015, tramitando em julgado perante a 2ª Vara Cível da Comarca de Campinas, sendo julgado improcedente o pedido e não cabendo mais recurso algum.
Desta forma, fica patente a existência da questão preliminar de COISA JULGADA, conforme o art. 337, VII do CPC/2015, cuja consequência é a extinção do processo sem resolução do mérito, na forma do art. 485, V do mesmo diploma legal, sob pena de afronta não apenas ao dispositivo infraconstitucional, como também violação direta ao art.5º XXXVI da Constituição Federal.
1.2 Da carência de ação por ilegitimidade passiva
A legitimidade das partes é condição da ação e exigência para o exercício regular do direito, de forma que sua violação é ensejadora ao indeferimento da petição inicial, na forma do art. 330, II e é motivo para extinção do processo sem julgamento do mérito, na inteligência do art. 485, IV do CPC/2015.
A presente ação, proposta em 20 de janeiro de 2017 e referindo-se à doação praticada pela AUTORA ao orfanato Semente do Amanhã, não observa a ilegitimidade da RÉ para a demanda, uma vez que esta não mais dirige ou representa o orfanato desde 2013, determinando o art. 75, VIII do CPC/2015 que a representação passiva da pessoa jurídica deve ser por quem o ato constitutivo designar ou por seus diretores.
2. SÍNTESE DA INICIAL
A AUTORA alega ter efetuado doação no dia 18 de março de 2012 de sítio situado na Rua Melão, 121, Ribeirão Preto/SP, no valor de R$50.000,00, para o Orfanato Semente do Amanhã, do qual a RÉ era diretora, por ter sofrido suposta coação da desta, de forma que a AUTORA era, à época dos fatos, funcionária da empresa XYZ LTDA, onde a RÉ é sócia majoritária e presidente. Alega ainda a AUTORA que a RÉ lhe dizia que deveria doar algum bem para a caridade “a fim de que reservasse seu espaço no céu”. Ajuizou, portanto, ação de anulação de negócio jurídico em 20 de janeiro de 2017.
2.1 Da Verdade dos Fatos
Faltam com a verdade os fatos narrados pela RÉ, uma vez não ter ocorrido qualquer exigência ou coação para que a AUTORA efetuasse doação, o que pode ser comprovado por ter a RÉ diversos funcionários, de várias religiões, os quais jamais sofreram constrangimento à prática da caridade. Também pelo fato de que a AUTORA, que diz professar a mesma fé da RÉ, efetuou a doação por mero ato de liberalidade, tendo, no mês seguinte à doação, pedido demissão por aceitar proposta de emprego com melhores condições feita pela concorrente em fevereiro de 2012, ou seja, cerca de um mês antes da prática da doação. Além disso, a RÉ não é mais diretora do Orfanato desde 2013, como sabido pela AUTORA já na ação anteriormente proposta por esta em 10 de abril de 2015, com as mesmas partes, pedidos e causa de pedir, cuja sentença com o trânsito em julgado foi pela improcedência do pedido autoral.
2. PREJUDICIAL DE MÉRITO
2.1 Da Decadência
	O negócio jurídico sobre o qual a AUTORA alega existência de vício como argumento para infirmá-lo fora praticado à data de 18 de março de 2012. Além de todos os demais impeditivos à procedência do pedido autoral, a lei determina o prazo de quatro anos, decadencial, para a anulação de negócio onde houvesse realmente alguma coação, de acordo com o art. 178 do Código Civil. Uma vez que a presente ação fora proposta em 20 de janeiro de 2017, estaria fulminado o direito de anulação pela decadência.
3. MÉRITO
3.1 Da inexistência de defeito do negócio jurídico
Observa-se que a doação do sítio já discriminado pela autora ao Orfanato Semente do Amanhã não possui o defeito alegado, haja vista o infundado argumento de receio da AUTORA por ser demitida. É notório que a RÉ possui funcionários de variadas crenças e credos, de maneira que JAMAIS qualquer um destes foi alvo de exigências ou pressões para doar alguma coisa, sendo o exercício da caridade apregoado pela RÉ em sua religião, a qual teoricamente professa também a AUTORA, mero dogma moral, comprovado pelo simples e evidente fato não ser prática dos funcionários, ressalte-se, mesmo naqueles de religião diversa da RÉ, atos de doação. 
Desta forma, não havendo qualquer motivo para o fundado temor de dano iminente fica descaracterizada a existência de coação, prevista no art. 151 do CC, ou ainda qualquer vício no negócio jurídico praticado, descabidos os efeitos anulatórios previstos pelo art. 171 do CC, uma vez que a AUTORA praticou simples ato de liberalidade.
Vale dizer que a AUTORA se desligou da empresa para aceitar proposta de emprego feita por outro empregador em fevereiro de 2012 apenas em razão de um salário maior, de maneira que o pleito, como já se demonstrou, é infundado.
3.2 Da litigância de Má-fé
Conforme o narrado, a AUTORA propôs ação contra a qual existe coisa julgada, no intuito espúrio de se aproveitar do grande volume de demandas enfrentadas cotidianamente pela justiça para ver acolhido seu pedido, já sentenciado improcedente em outra vara, acolhido por V. Exa. O CPC/2015, em seus art. 79 a 81 determina que aquele que litigar de má-fé responde por perdas e danos, considerando como má-fé aquele que deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso, alterar a verdade dos fatos e mesmo usar do processo para conseguir objetivo ilegal. 
O CPC/2015, orientado pela constitucionalização dos direitos e pelos princípios que regem nosso ordenamento jurídico, prevê como dever das partes, na inteligência do art. 77 da lei processual, o de não formular pretensão ou de apresentar defesa quando cientes de que são destituídas de fundamentos.
Uma vez que a AUTORA usa a máquina judiciária com o torpe propósito de tentar explorar as dificuldades do judiciário para furtar-se aos efeitos da coisa julgada, litiga explicitamente de má-fé, devendo indenizar à RÉ, na forma do art. 81 do CPC, por meio de multa de até 10% do valor da causa, bem como arcar com os honorários advocatícios e demais despesas da RÉ no processo.
4. PEDIDO
Diante do exposto, o réu requer a esse Juízo:
Com fulcro no art. 319, VII e art. 334, §4º do CPC/2015, dispensar a designação de audiência de conciliação pelo desinteresse mútuo das partes.
O acolhimento da existência de PRELIMINAR DE COISA JULGADA com a consequente EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO, na forma do art. 485 do CPC/2015;
O reconhecimento da PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA para a demanda, informando ser o verdadeiro RÉU o ORFANATO SEMENTE DO AMANHÃ.
Seja pronunciada a DECADÊNCIA do direito da AUTORA, extinguindo o processo COM RESOLUÇÃO DE MÉRITO, na forma do art. 487, II do CPC/2015
No mérito, a improcedência do pedido autoral, pela INEXISTÊNCIA DE VÍCIO na doação efetuada pela AUTORA.
O reconhecimento da litigância de má-fé e condenação da AUTORA na multa e penas previstas no art. 81 do CPC/2015.
A condenação da AUTORA aos ônus da sucumbência (custas judiciais e honorários do advogado).
5. PROVAS
Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos artigos 369 e seguintes do CPC, em especial documental, testemunhal, pericial e depoimento pessoal da autora.
Pede deferimento.
Campinas, xx, xxxxx de 2017.
Nome do Advogado
OAB-XXXXX/SP

Outros materiais