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Curso de Noções em morfologia e julgamento de zebuínos

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DIRETORIA DA ABCZ
TRIÊNIO 2007/2010
Presidente
José Olavo Borges Mendes
Vice-Presidentes
Jonas Barcellos Corrêa Filho
Eduardo Biagi
Gabriel Donato de Andrade
Diretores
Ângelo Mário de Souza Prata Tibery
Celso de Barros Correia Filho
Fábio Zucchi Rodas
Frederico Diamantino Bonfim e Silva
Gabriel Prata Rezende
José Rubens de Carvalho
Jovelino Carvalho Mineiro Filho
Leila Borges de Araújo
Luiz Cláudio de Souza Paranhos Ferreira
Marco Túlio Andrade Barbosa
Mário de Almeida Franco Júnior
Paulo Ferolla da Silva
Superintendente Geral
Agrimedes Albino Onório
Superintendente Administrativo/Financeiro
José Valtoirio Mio
Superintendente Técnico
Luiz Antonio Josahkian
Superintendente de Informática
Eduardo Luiz Milani
Superintendente de Marketing
João Gilberto Bento
Sup. Técnico Adj. M. Genético
Carlos Henrique Cavallari Machado
Superintendente Adjunto de Genealogia
Carlos Humberto Lucas
Sumário
EXTERIOR DE ZEBUÍNOS.........................................................................05
MÉTODOS E CRITÉRIOS DE JULGAMENTO.............................................23
AVALIAÇÃO DO TIPO...............................................................................27
PADRÕES DAS RAÇAS ZEBUÍNAS............................................................34
RAÇA BRAHMAN.............................................................................36
RAÇA CANGAIAN............................................................................43
RAÇA GIR E GIR MOCHA................................................................. 49
RAÇA GUZERÁ.................................................................................59
RAÇA INDUBRASIL...........................................................................65
RAÇA NELORE..................................................................................72
RAÇA SINDI......................................................................................80
RAÇA TABAPUÃ...............................................................................87
05
EXTERIOR DE ZEBUÍNOS
Carlos Henrique Cavallari Machado
Superintendente Técnico Adjunto de Melhoramento Genético da ABCZ
Professor de Exterior dos Animais Domésticos e Zebuinocultura da FAZU
abczsmg@abcz.org.br
Para que possamos julgar um animal e classificá-lo de acordo com a definição de raça ou com a sua 
finalidade zootécnica, é necessário basicamente, que tenhamos conhecimento das características da raça, 
segundo os padrões estabelecidos, e um conceito amplo do exterior desse animal como representante do 
tipo que se tem em vista.
Em um julgamento devemos analisar as características que permitem um bom desempenho 
produtivo e funcional do animal.
Na produtividade o ideal seria avaliar diretamente os genes envolvidos , como isso não é possível , 
avaliamos a sua expressão, através do exterior do animal, como por exemplo comprimento e distribuição dos 
músculos. Na funcionalidade, também seria ideal analisarmos a fisiologia dos órgãos e sistemas envolvidos, 
já que não é possível, analisamos então, o exterior das regiões onde estão localizados estes órgãos e 
verificando, por exemplo, se eles estão bem acomodados. 
Ao estudarmos o exterior dos zebuínos, teremos sempre como objetivo, o tipo do animal produtor de 
carne, considerando que esta é sua principal função.
O estudo das diversas regiões do corpo, ou seja, do exterior do animal, compreende três aspectos 
fundamentais:
1. a divisão e nomenclatura das diversas regiões do corpo;
2. a sua função e, principalmente, o que cada uma delas representa em quantidade e qualidade de carne 
dentro da carcaça;
3. a característica de cada região em relação à sua forma típica e a análise das suas eventuais deformações 
distinguindo-se as viciosas ou acidentais daquelas de ordem genética ou hereditárias.
No estudo das diversas regiões adotaremos a clássica divisão do corpo em quatro partes: cabeça, 
pescoço, tronco e membros:
1- CABEÇA
 É na cabeça que se encontram as regiões que praticamente definem a que grupo racial pertence o 
animal. Segundo Sampaio,1990 é o que costumamos chamar de, “expressão racial”. Cada raça possui um 
padrão-racial específico, e nele estará descrito a conformação, posição, tamanho, etc, de cada uma das 
regiões”. 
Nos machos a cabeça tende a ser mais curta e larga com chifres mais grossos e nas fêmeas a cabeça é 
relativamente mais estreita com chifres mais finos.
FRONTE ou TESTA - Região ímpar , situada na parte superior da cabeça, entre a nuca, o chanfro, chifre, 
orelhas e fontes. Tem como limite inferior a linha que une os olhos. Tem como base anatômica principal o 
osso frontal.
A extremidade superior da cabeça recebe a denominação particular de marrafa. A marrafa também 
pode ser definida como sendo : a linha imaginária entre os chifres.
 A distância entre os chifres e a extremidade superior da cabeça caracterizam algumas raças. A raça 
Gir por exemplo, apresenta a fronte larga e a marrafa jogada para trás, ou seja, um perfil ultra-convêxa.
Alguns animais podem, de acordo com o padrão-racial, apresentar uma saliência óssea no meio da 
marrafa, chamada de “nimbure”, ou “nimburg” , denominação de origem indiana, ou ainda “poll “ ( de 
origem inglesa); o nimburi que é um prolongamento do osso frontal , é mais comum e mais acentuada nos 
animais mochos.
 A fronte pode também apresentar, uma depressão longitudinal que se inicia na marrafa indo até o 
início do chanfro. Dependendo da sua conformação esta depressão recebe o nome de: 
goteira : quando estreita e profunda, como por exemplo na raça Nelore;
prato: quando mais larga e menos profunda, como na raça Guzerá
CHANFRO - A base anatômica do chanfro é constituído pelas extremidades inferiores do osso frontal, os 
nasais, os lacrimais, os zigomáticos, os maxilares superiores e as apófises dos intermaxilares.
O Chanfro juntamente com a fronte define o perfil da cabeça. O padrão-racial é quem determina o 
06
perfil mais adequado para cada raça, que pode ser basicamente :côncavo, convexo e retilíneo.
Segundo Sampaio (1990) , os tipos de perfil podem ser assim discriminados:
a) Retilíneo - Fronte plana, marrafa sem protuberância ou depressão pronunciada, órbitas 
arredondadas, situadas em linha lateral, sem serem salientes, chanfro reto;
 b) Concavilíneo - Fronte escavada, órbitas grandes salientes conforme a maior ou menor escavação 
frontal, marrafa sem saliência, às vezes com pequena depressão, chanfro reto ou ligeiramente reentrante, 
apresentando um focinho saliente de acordo com a maior ou menor reentrância frontal-nasal. 
Conforme seja mais ou menos acentuado, o perfil côncavo pode ser ultracôncavo ou sub côncavo.
c) Convexilínea - Fronte convexa e arredondada; órbitas pouco aparentes, de forma elíptica com aspecto 
sonolento; chanfro reto ou ligeiramente convexo, às vezes acarneirado, o que constitui defeito. Este perfil 
divide-se em ultraconvexo e sub convexos. 
Entretanto, de acordo com os diversos padrões oficiais das raças zebuínas existentes no Brasil, o 
chanfro é sempre reto em qualquer uma das formas citadas. Tolera-se apenas algumas tendências como na 
raça GUZERÁ em que animais apresentam ligeira depressão no chanfro, dando a impressão de “focinho 
arrebitado” e na raça Gir, encontramos às vezes chanfro apresentando uma certa convexidade (levemente 
acarneirado), sendo que o chanfro “acarneirado” é desclassificante .
Nos machos normalmente o chanfro é mais largo e curto que nas fêmeas, porém sempre proporcional 
a fronte.
ESPELHO NASAL – Região limitada na parte superior pelo chanfro, pelo lábio superior embaixo e 
lateralmente pelas narinas. 
 A superfície do espelho é “glabra”, ou seja, desprovida de pêlos. É uma região muito rica em 
glândulas sudoríparas, portanto devese apresentar constantemente úmida e fresca, o que denota vigor do 
animal. Quando se apresenta seco e quente, indica febre. O espelho deve ser largo e desenvolvido
 Quanto a pigmentação é ideal que seja negro ou escuro, porém em algumas raças pode apresentar 
parcialmente rósea ou até mesmo parcialmente despigmentado. Dependendo do grau de despigmentação 
chamamos de:
Lambida: quando a parte despigmentada forma um figura triangular
Marmorizada: quando o espelho negro, apresenta ligeiras rajas despigmentada, lembrando as rajás do 
mármore.
ORELHA - As orelhas devem ser simétricas, recobertas na face externa por pêlos curtos e finos. 
Nos zebuínos as orelhas são de tamanho médio à grande, e pendentes, com exceção de umas poucas 
raças como: Nelore, Cangaiam, entre outras, que possuem orelhas curtas e em posição mais ou menos 
horizontal.
 Em algumas raças, as orelhas também se apresentam enroladas próximo à base (encartuchadas) e em 
seguida abrindo-se para fora (espalmadas) com as extremidades mais estreitadas curvadas para a face, 
chamado de gavião, é o caso da raça Gir. Já a raça Guzerá pode apresentar duas particularidades na orelha:
vírgula: mancha preta , na face interna de cor alaranjada
orelha dupla: apêndice suplementar
O tamanho, formato e posição das orelhas são elementos importantes na caracterização das 
diferentes raças e estão definidas no padrão-racial específico.
OLHAL - Região par, acima do olho, também sem grande destaque, em algumas raças apresentando ligeira 
depressão.
OLHO - Região par, situada abaixo do olhal, limitando-se também com a bochecha e a fonte. Tem como base 
anatômica a arcada orbitária. 
Os olhos devem ser brilhantes e vivos, demonstrando sensibilidade a luz. A pupila deve ser elíptica e a 
íris escura.
Nos zebuínos, as arcadas são pouco salientes, tem a forma elíptica em posição ligeiramente oblíqua. 
Devido às rugas de pele, sobre as pálpebras, estas se mantém mais fechadas, apresentando o “olhar 
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sonolento” característico do zebu.
É nas pálpebras que se encontram os cílios, responsáveis pela proteção dos olhos. Estas devem ser 
pretas ou escuros, sendo permitido em algumas raças os cílios mesclados, ou seja, mistura de pêlos brancos e 
pretos.
BOCHECHA –Região par, situada entre o olho , a fonte, o chanfro, a ganacha e a boca. Apoia-se em parte 
nos maxilares, no zigomático e no lacrimal. A sua parte inferior compreende os músculos que movimentam 
os lábios. 
CHIFRES - Divide-se em três partes:
Chavelho ósseo : é a parte mais interna e é formado pelo prolongamento do osso frontal, apresentando 
em seu interior uma série de cavidades chamados seio.
Membrana queratógena: membrana intermediária que envolve o chavelho.
Capa ou estuque córneo: mais espessa na base do que na ponta, sendo composta de uma série de lâminas, 
feito escamas, que se formam por brotamento sucessivos.
A posição dos chifres, a forma, o tamanho e coloração, ou mesmo a ausência são elementos que 
constituem as características de distinção entre diversas raças zebuínas.
Quanto às inserções os chifres podem ser:
Ortóceros: quando se localizam na mesma linha da marrafa
Próceros: quando se localizam à frente da linha da marrafa
Opistóceros: quando se localizam atrás da linha da marrafa
Quanto ao desenvolvimento podem ser:
Mocho: ausência total de chifre, ocasionada por questões genéticas.
Calo: apresenta sinal de chifre (sem protuberância).
Batoque: apresenta um chifre rudimentar, sem sustentação óssea.
Descornado: retirada dos chifres por processo cirúrgico
Mochado: impedimento do desenvolvimento dos chifres, quando o animal ainda é jovem , por processo de 
cauterização do nervo central. 
Quanto ao tamanho, podem ser grandes, médios e pequenos.
Quanto à direção são variadas: côroa, lira, turquês, cabra, banana, penteado, etc.
NARINA – As narinas são constituídas por dois orifícios, devem ser largas e abertas denotando uma boa 
capacidade respiratória do animal.
Devem ter o formato de vírgula invertida, são pouco móveis, seus contornos é relativamente grosso e são 
ligadas por comissuras espessas. O corrimento normal desta região deve ser límpido e inodoro.
GANACHA - Região par, tem como base óssea o bordo inferior do maxilar inferior. Acima é limitada pela 
bochecha, a frente a barba e no meio a entre ganachas.
 Deve se apresentar de forma ligeiramente convexa, compridas e bem afastadas entre si , oferecendo 
melhores condições de mastigação. Deve ser uma região íntegra, sem fístulas ou tumefações.
ENTRE GANACHA – Região ímpar. Localizada a frente da garganta e entre as ganachas.
Deve ser larga, comprida e pouco reentrante. É coberta por pele mais ou menos desenvolvida e 
pregueada, conforme a raça , formando a barbela que se prolonga na parte inferior do pescoço até o 
umbigo.
BARBA – Região ímpar, situada na parte anterior da entre ganacha limitando-se com o lábio inferior.
Deve ter pele relativamente fina e móvel. É na barba que se insere a barbela, iniciando-se bífida.
NUCA – Região ímpar, situada entre a marrafa e a extremidade anterior do pescoço. Sua base anatômica é a 
articulação do pescoço com a cabeça, articulação atloide-occipital .
Nos bovinos a nuca é dificilmente atingida em acidentes, pois esta é relativamente protegida pela marrafa.
Nos machos e animais de corte, apresenta-se mais larga e com musculatura mais desenvolvida. 
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PARÓTIDA - Região par, situada no limite da cabeça com o pescoço, abaixo da orelha e acima da garganta. 
Limitando-se ainda com a ganacha, bochecha e fonte. Nesta região está implantado o gânglio do mesmo 
nome, gânglio parotidiano. 
Deve ser ligeiramente deprimida, porém larga o suficiente para indicar boa inserção do pescoço na cabeça.
GARGANTA - Região ímpar, situada entre as duas parótidas, onde se localiza a laringe.
BOCA - Região ímpar, situada entre o espelho nasal e a barba. É o início do aparelho digestivo.
 Distingui-se as seguintes partes:
Externamente distinguem-se os dois lábios: superior e inferior. São de pouca mobilidade, porém de grande 
resistência. O lábio superior é mais espesso, mais móvel e ligeiramente mais desenvolvido que o inferior. 
Estão ligados por duas comissuras laterais.
 Na parte anterior se ajustam perfeitamente, quando isso não ocorre, quase sempre corresponde ao 
desajustamento também dos maxilares, ocorrendo defeito chamado prognatismo, superior ou inferior 
conforme a proeminência de um dos maxilares. Os desajustes dos maxilares promovem uma dificuldade na 
apreensão dos alimentos, principalmente a pasto.
Na parte interna se localiza a língua e os dentes. A língua que deve ser espessa e rica em papilas. Deve ter 
tamanho proporcional à boca e é a grande responsável pela apreensão dos alimentos. Os dentes são em 
número de 32 nos animais adultos sendo : 8 incisivos inferiores, 12 pré-molares e 12 molares . Os animais 
jovens apresentam 20 dentes, sendo 8 incisivos inferiores, 12 pré-molares.
Os bovinos não apresentam os dentes caninos e nem os incisivos superiores.
2- PESCOÇO
Sua base anatômica é composta pelas sete vértebras chamadas cervicais. Entre os músculos que 
compõem esta região estão os músculos rombóide e trapézio.
Possui duas extremidades, dois bordos e duas faces.
A extremidade posterior, é mais larga, unindo-se ao tronco pela cernelha, espáduas e peito.
Na extremidade anterior, mais estreita, liga-se à cabeça pelas regiões da nuca, das parótidas e da 
garganta.
O bordo superior é grosso e volumoso, principalmente nos machos e animais de corte, indicando 
masculinidade e bom desenvolvimento muscular. O bordo inferior que é mais fino , a pele é bem solta, 
abundante e pregueada constituindo o que se chama de barbela ou papada , característica exclusiva dos 
zebuínos, que continua até o umbigo. 
A Barbela propriamente dita é a prega de pele que vai da barba até o peito. E chama-se de Refêgo a prega de 
pele que vaido peito até o umbigo
Na raça SINDI no tipo ideal a barbela estende-se até o esterno sendo apenas tolerável o seu prolongamento 
até o umbigo.
As duas faces laterais chamadas de tábua do pescoço, devem ser musculosas indicando uma boa 
constituição do animal. É nesta região do pescoço que se encontra goteira jugular .
Independente do sexo ou aptidão, o pescoço deve ter uma inserção suave e harmônica com a cabeça e o 
tronco do animal.
O pescoço desempenha um papel importante, juntamente com a cabeça, na progressão e equilíbrio 
do animal.
3- TRONCO
É a mais volumosa entre as partes que compõem o corpo do animal. Contém duas cavidades que 
podem ser separadas em torácica e abdominal.
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PEITO – Região ímpar formada na sua estrutura pelo primeiro terço do osso esterno e o músculo peitoral. 
Está localizada entre o pescoço, a inter axila e as espáduas.
O peito deve ser amplo e com bom desenvolvimento muscular, denotando grande capacidade 
respiratória, pois tem correlação positiva com a amplitude torácica. Geralmente a amplitude do peito esta 
relacionada ao maior afastamento das costelas.
O excesso de gordura na parte anterior não é desejável . A parte anterior do peito, devido sua forma, 
é comumente chamada de maçã do peito.
A distância do solo até o peito , é chamada de altura sub-esternal, que corresponde também a altura 
dos membros.
INTER AXILAS - Região ímpar, tem como base anatômica o segundo terço do esterno.
Deve ser ampla, com boa musculatura. Esta intimamente relacionada com a largura do peito, 
portanto com a amplitude torácica.
AXILA - É constituída pela prega de pele que liga os membros anterior ao tronco sobre o cilhadouro.
Esta pele deve apresentar-se integra, macia e flexível.
CERNELHA – É uma região ímpar, que também é chamada de cruz ou garrote. Tem como limites o pescoço a 
frente, o dorso atrás e abaixo a espádua. Ela deve ser larga, plana e em nível com dorso. Compreende 5 
(cinco) ou 6 (seis) primeiras vértebras dorsais, conforme a inclinação da espádua. 
É na cernelha que se assenta o cupim ou giba, característica exclusiva dos zebuínos, formado por um 
desenvolvimento exagerado do músculo rombóide, em forma de rim ou castanha de caju, nos machos.
O cupim nos machos é mais desenvolvido, acompanhando o restante da musculatura corporal, nas 
fêmeas é mais delicado e arredondado, proporcionando maior feminilidade ao animal. É a única massa 
muscular no zebu que apresenta gordura entremeada nos músculos.
DORSO – É a região situada atrás da cernelha, limitando-se na parte posterior com o lombo e nas laterais 
com os costados. Tem como base anatômica de 7 a 8 vértebras dorsais e as inserções das respectivas costelas.
 Deve ser reto, comprido, sendo mais largo e musculoso nos animais com aptidão para corte
O dorso pode apresentar alguns defeitos graves como: quando elevado ou convexo, constitui defeito 
chamado cifose. Quando selado ou côncavo o defeito chama-se lordose. Aos desvios laterais chamamos de 
escoliose e é provocado por ligamentos fracos da coluna vertebral. 
LOMBO – Região ímpar, situada entre o dorso e a garupa, limitada lateralmente pelos flancos. É mais curto 
que o dorso, abrangendo as 6 (seis) vértebras lombares.
Deve ser largo, com musculatura consistente e bem musculosa no gado de corte , nos zebuínos é 
definido que seja “tendendo para horizontal“. 
Pode apresentar os mesmos defeitos citados para o dorso. Nesta região situam-se os cortes de carne 
mais nobres, inclusive o file mignon, formado pelos músculos “psoas” (por baixo). O lombo juntamente com 
o dorso forma a região dorso-lombar. Esta região esta ligada a longevidade do animal , pois com o avanço da 
idade e após vários partos , esta região deve se manter íntegra e bem posicionada. 
GARUPA – Região limitada pelo lombo a frente , a cauda atrás, e abaixo as coxas. Sua base anatômica é os 
coxais, além do osso sacro.
O osso sacro é formado por 5 vértebras sacrais soldadas, portanto formando uma única peça. O sacro 
muito saliente, em geral corresponde a garupa inclinada e escorrida lateralmente (cortante), o que constitui 
grave defeito. 
Na parte anterior apresenta duas saliências laterais, que são as ancas ou extremidades ilíacas, e na 
posterior as duas extremidades isquiáticas, chamada de ponta da nádega . Ligando estes quatro pontos, a 
figura formada deve se aproximar da forma quadrada, com ligeiro estreitamento na região entre os ísquios. 
É uma região muito importante por ser constituída toda ela por carne de primeira qualidade, por isso 
nos animais com aptidão para corte, esta massa muscular deve ser bem espessa. 
A garupa, juntamente com o lombo, o dorso e a cernelha devem estar colocados no mesmo plano.
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eidilaia
Realce
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Realce
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Realce
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Realce
eidilaia
Realce
Nas fêmeas deve ser cuidadosamente analisada, pois a garupa é o suporte do úbere, determinando 
sua altura, largura e amplitude. A garupa também determina o grau de facilidade do parto.
A inclinação da garupa pode influenciar na qualidade do parto, sendo a garupa oblíqua a mais 
adequada.
COSTADO – Região par , está situado entre, a espádua a frente, o dorso acima, o flanco atrás, o cilhadouro 
e o ventre abaixo. Sua base anatômica é formada pelas últimas oito ou nove costelas que não estão cobertas 
pela espádua e pelos músculos intercostais. 
Constitui a parte lateral da caixa torácica e contém os principais órgãos de circulação e da respiração. 
Por isso, as costelas devem ser compridas, bem arqueadas e separadas, apresentando musculatura firme, 
desta forma permitindo uma boa acomodação e sustentação destes órgãos.
A noção de proporcionalidade do animal pode ser observada nesta região.
Chama-se de animal acoletado , o animal que apresenta, o cilhadouro estreito, as primeiras costelas 
deprimidas e o peito estreito, ou seja, com pouca amplitude torácica.
FLANCO - Região par, situada abaixo do lombo adiante da anca e acima do ventre. Não possui base 
anatômica óssea. É constituída pela parte carnosa do pequeno oblíquo. 
Apresenta-se com uma reentrância triangular, comumente chamada vazia ou ilhal. 
O flanco deve ser curto e não muito cavado nos animais bem nutridos. O flanco direito apresenta uma 
maior concavidade que o esquerdo, devido a localização do rúmen. Caso esteja estufado, indica excesso de 
gases. 
ANCA – Região par, acima do flanco, entre o lombo e a garupa. Tem como base anatômica a protuberância 
(tuberosidade) do ílio.
As ancas devem ser simétricas, bem separadas, niveladas e cobertas de músculos . Sua amplitude 
influência na largura da garupa. As ancas são mais salientes nas fêmeas do que nos machos.
Náfego: nome dado ao defeito nas ancas, quando estas estão desniveladas. 
CILHADOURO – Região impar situada abaixo do costado entre a interaxilas e o ventre, tem como estrutura a 
parte posterior (terceiro terço) do esterno e as extremidades das quatro últimas costelas externais.
É região de pouca carne, por isso de pouca importância no gado de corte. Porém deve ser amplo sem 
exagero, permitindo uma boa amplitude torácica. Considera-se defeito quando apresenta estrangulamento 
acentuado que se prolongue até o final da articulação escapulo humeral.
VENTRE – Região ímpar, situada abaixo dos flancos e dos costados, entre o cilhadouro e a região inguinal. 
Esta região forma a parte inferior da cavidade abdominal que contém as vísceras.
É mais desenvolvido nos animais mais velhos e principalmente nas fêmeas com vários partos. Na linha 
mediana do ventre localiza-se o umbigo, mais ou menos desenvolvido e pendente em algumas raças. 
De cada lado do ventre existe uma dobra de pele, ligando-o ao membro, denominado virilha.
REGIÃO INGUINAL - É uma região ímpar onde se localizam os órgãos externos: escroto e bainha nos 
machos, e úbere nas fêmeas,
CAUDA- Região ímpar, implantada na parte posterior da garupa, é formada pelas vértebras e músculos 
coccigianos. Possui de 18 a 20 vértebras caudais.
Deve apresentar uma inserção destacada, a cauda deve estar inserida harmoniosamente a garupa. Sua 
inserção é rica em gordura subcutânea, portanto uma carcaça com excesso de gordura pode ser identificada 
nesta inserção. 
Quanto sua inserção, esta pode se apresentar alta , normal ou baixa , sendo que cauda com inserção alta ou 
baixa devem ser evitadas pois normalmente indicam defeitos também no osso sacro.
Com exceção da raça Nelore , a cauda dos zebuínos deve ser de média a comprida, ou seja , devem 
ultrapassar os jarretes.
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eidilaia
Realce
A cauda pode apresentar-se :
Curta : prolonga-se até o jarrete
Média: ultrapassa um pouco o jarrete
Comprida: ultrapassa muito o jarrete
Os zebuínos apresentam, no final da cauda, um tufo de pêlos chamado vassoura , sendo ideal que estes 
pêlos sejam pretos. Dependendo da raça, a vassoura também pode ser mesclada ou de capa branca. Estes 
pêlos cobrem a ponta da cauda chamada de sabugo.
ÂNUS – Região ímpar, situada logo abaixo da cauda, entre as nádegas e acima do períneo, nos machos e da 
vulva, nas fêmeas. Sua base anatômica é o esfíncter anal, que deve permanecer fechado , quando o animal 
não está defecando. Pouco saliente nos bovinos, é mais reentrante nos animais magros e muito velhos.
VULVA – Região ímpar, localizada na extremidade posterior do tronco, abaixo do ânus e acima do períneo 
nas fêmeas. Constitui a parte terminal do aparelho gênito-urinário.
Apresenta dois lábios, ligados por duas comissuras. Deve ser valorizada a vulva escura, indicando uma alta 
concentração de melanina.
A posição ideal é oblíqua, permitindo facilidade na cobrição e drenagem das secreções e fezes.
PERÍNEO – Região ímpar, localizada entre as nádegas, desde o anus até o escroto, nos machos. Nas fêmeas, 
logo abaixo do ânus está localizada a vulva, e o períneo que se estende até o úbere. A pele do períneo deve 
ser lisa e coberta de pêlos curtos e sedosos. 
Deve ser largo e comprido no gado de corte, indicando bom desenvolvimento muscular e mais curto no gado 
de leite, permitindo uma acomodação alta e adequada do úbere.
O períneo é dividido ao meio, no sentido longitudinal por um pequeno relevo, resultante de um maior 
espessamento da pele chamado de rafe.
A pigmentação da pele constitui exigências do padrão de algumas raças.
MEMBROS
São em números de quatro, sendo dois anteriores e dois posteriores. Os membros são constituídos por ossos, 
músculos e tendões, interligados por ligamentos e articulações. Esses conjuntos vão diminuindo de volume 
e tomando posição mais vertical de cima para baixo. Na parte superior predominam as massas musculares e 
na inferior os ossos e tendões. São responsáveis pela sustentação e locomoção do animal
MEMBROS ANTERIORES
Exerce principalmente as funções de amortecedores e de sustentação devido a maior proximidade do centro 
de gravidade do corpo. Uma característica que muito contribui para a sua função de amortecedores é que 
não se encontram propriamente articulados ao corpo. Estão ligados através de musculatura firme e 
ligamentos.
REGIÕES PRÓPRIAS DOS MEMBROS ANTERIORES:
ESPÁDUA – Também chamada de pá ou paleta, é uma região par, limitada anteriormente pelo pescoço, 
justaposta ao tórax, entre a cernelha acima e braço abaixo. Tem como base anatômica além dos músculos 
trapézio e romboíde, o osso escapula.
A sua parte inferior, conhecida como ponta da espádua é um tanto saliente e essa articulação com o úmero 
é denomina de ombro ou encontro .
A espádua deve ser longa, na posição oblíqua e bem móvel, permitindo boa movimentação dos membros 
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Realce
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Realce
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anteriores. A musculatura deve ser forte e relativamente desenvolvida. 
BRAÇO – É formada pelo o úmero e músculos. Situa-se entre a espádua e o cotovelo. 
É uma região também musculosa e sua posição deve ser paralela ao plano médio do corpo. É desejado braço 
que não sejam nem reentrantes e nem salientes. 
COTOVELO – Tem por base a articulação úmero-rádio-ulnar.
Colocada também em posição paralela ao plano médio do corpo, ele determina o maior ou menor 
afastamento do membro anterior. Sua posição é um pouco mais saliente em relação ao tórax. Esta saliência 
corresponde ao olecrâno.
ANTEBRAÇO – Situado entre o cotovelo e o joelho, tem como base anatômica os ossos rádio e ulna. 
Sua forma é semelhante a um cone invertido, deve ter musculatura consistente e sua posição é ligeiramente 
inclinada de fora para dentro, fazendo com que os membros anteriores convergem para o joelho.
JOELHO – Situado entre o antebraço e a canela, tem por base os ossos do carpo (principal) , a extremidade 
do rádio e ulna e a cabeça do metacarpo.
 O carpo é constituído por duas fileiras de ossos, a superior: pisiforme, piramidal, semilunar e escafoise e a 
inferior: uniciforme e capitatum.
Deve ser amplo , bem conformado e seco. Sua posição vista de frente é ligeiramente desviado para dentro da 
linha imaginária que une o antebraço e a canela, sendo face anterior convexa. No estudo dos aprumos são 
muito importantes as posições correta do joelho.
A face posterior do joelho recebe o nome de prega do joelho.
É uma tendência natural dos joelhos dos zebuínos serem mais convergentes que os joelhos dos taurinos.
MEMBROS POSTERIORES
Também chamados de abdominais, pélvicos ou traseiros são constituídos de massas musculares mais 
desenvolvidas, exercem principalmente a função propulsora do corpo, além de funcionarem também como 
elementos de sustentação e amortecimento de choques. Fundamental no caminhar, exerce papel 
importante no momento da cobrição. 
REGIÕES PRÓPRIAS DOS MEMBROS POSTERIORES:
COXA – Região par, é a continuação inferior da garupa atrás do flanco, acima da soldra e da perna. A base 
óssea é o fêmur, o maior osso do corpo. Nesta região estão localizadas grandes massas musculares, todas 
constituídas por carne de primeira.
Funciona como órgão propulsor do corpo. Apresenta três faces distintas: a inteira chamada de bragada; a 
externa coxão; e a posterior é a nádega ou culote. 
A posição da coxa em relação à bacia forma um ângulo reto ao nível da articulação coxo-femural, quando a 
garupa fica em posição horizontal, ou ligeiramente inclinada. Quando mais obtuso este ângulo, mais 
inclinada é a garupa.
A nádega deve ser cheia, com musculatura desenvolvida, ligeiramente arredondada. Quando vista de perfil, 
deve ser convexa e comprida, terminando bem próximo ao jarrete, onde se insere o tendão (corda de jarrete) . 
No gado de leite deve ser retilínea e a musculatura menos desenvolvida quando vista de perfil.
SOLDRA – Região par, situada na articulação da coxa com a perna , abrangendo a articulação fêmur-tibial-
rotuliana.
Sua massa muscular é um tanto saliente (patinho). Sua posição não é fixa, pois depende da posição do 
membro posterior. 
Na parte inferior é ligada ao tronco, por uma prega de pele chamada virilha.
VIRILHA - Região par , é a prega de pele que liga o corpo ao membro posterior. 
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Deve ser íntegra, flexível e solta, permitindo uma boa movimentação do membro.
PERNA – Região par, situada abaixo da coxa e da soldra e acima do jarrete. A base da perna é a tíbia e fíbula. 
A face externa é coberta pela massa muscular. A interna é menos volumosa. Pela função propulsora que 
exerce, este região deve ser longe, larga e com musculatura forte.
Relativamente, é mais comprida nas raças tardias e nos animais em crescimento . A posição da perna tem 
grande importância no estudo dos aprumos posteriores especialmente o ângulo fêmur-tibial, cuja abertura 
deve ser entre 145 a160 graus.
JARRETE – Região par, situada entre a perna e a canela. É formada pelo osso do tarso (principal), 
extremidade inferior da tíbia e extremidade superior dos metatarsos. O jarrete é conhecido também com os 
nomes de Garrão e Curvilhão.
Caracterizam esta região, em vez de massas musculares a existências de fortes ligamentos. 
Para esta região convergem todas as forças decorrentes do peso do corpo, dos esforços musculares e dos 
choques membros contra o solo; daí sua grande importância na locomoção, sustentação e na cobrição.
“A face anterior do jarrete chama-se prega, é ligeiramente convexa. A face exterior que também deve ser 
convexa, apresenta na sua metade posterior uma cavidade chamada de goteira. Na face posterior , no alto do 
osso calcâneo está a ponta ou nó do jarrete, e acima dela a corda , que faz divisa com a perna mediante a 
duas depressões chamadas fontes dos jarretes” Sampaio (1997)
O jarrete deve ser seco, evidente, destacado, forte e com movimentos normais, porém bem aprumado. Sua 
posição correta é de grande importância no estudo dos aprumos.
REGIÕES COMUNS AOS QUATRO MEMBROS:
CANELA – Região comum aos quatro membros, situado entre o jarrete ou joelho e boleto. Sua base é os 
ossos metatarsianos ou metacarpianos.
 A canela deve ser bem dirigida, forte e seca, com diâmetro proporcional ao peso do animal e de 
comprimento relativo, pois canelas muito longas podem indicar animais tardios. É importante observar que 
as canelas dos membros anteriores são ligeiramente mais curtas que as dos membros posteriores.
Os ligamentos suspensores do boleto e os tendões passam por trás da canela, 
Vista de lado deve ser dirigida ligeiramente para trás e de frente deve dirigir-se verticalmente para o solo. 
BOLETO – Região situada entre a canela e a quartela. Tem por base anatômica a articulação metacarpo-
falangiana ou metatarso-falangeana e também pelos ossos sesamoídes (em número de quatro, sendo dois 
para cada dedo) e ainda tendões.
O boleto funciona como amortecedor dos choques encolhendo-se quando as extremidades tocam o solo e 
distendo-se logo após. Por isso, quanto mais espesso e amplo melhor desempenha sua função 
amortecedora. 
Visto de frente deve encontrar-se como um prolongamento do membro.
Na face posterior possui duas unhas rudimentares.
QUARTELA – Também chamado de travadores ou miúdos, a quartela esta situada entre o boleto e a coroa . 
Sua base anatômica é a primeira falange.
Em relação às outras regiões próximas, apresenta-se mais estrangulada (certa concavidade) quando vista de 
frente. Quando vista de perfil a face anterior é reta e a posterior é côncava.
A quartela deve ser seca, larga, de comprimento mediana e bem posicionada.
A posição normal da quartela é quando a sua direção faz ângulo de 45 a 50 graus com a linha horizontal.
Nos bovinos , apresenta na face anterior um sulco longitudinal que indica a separação entre as duas 
primeiras falanges
PÉ – Região situada nas extremidades livres dos membros e tem como base anatômica as segundas e as 
terceiras falanges e os pequenos sesamoídes.
Compreende duas partes principais: A Coroa (2ª falange) e as Unhas (3ª falanges).
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A coroa é dupla e deve ter dimensões proporcionais ao boleto, apresentando um leve relevo, mas não deve 
apresentar empastamento ou inflamações. Geralmente apresenta pêlos mais compridos e grossos.
As unhas são em número de duas para cada membro, sem apresentarem fibrocartilagens laterais, como as 
do cavalo. Compreendem as seguintes partes: 
Muralha, Sola e Ranilha.
A muralha ou cinta possui duas faces sendo a face inteira ligeiramente côncava do alto para baixo e a 
externa convexa no mesmo sentido. Sua borda inferior não toca o solo.
A sola ou palma , é a parte que toca o solo, e deve ser fina e arqueada, formando abóbada.
A ranilha ou forquilha é estreita formando uma placa, correspondente ao talão do casco do cavalo.
As unhas devem ser lisas, íntegras e fortes; “ as unhas posteriores são mais longas e afiladas que as 
anteriores, e as externas são geralmente mais largas e curtas que as internas “ Sampaio ( 1997).
APRUMOS
A sustentação do corpo dos zebuínos como de todo quadrúpede, é feita pelos quatro membros apoiados 
sobre o solo.
Definem-se como aprumos a direção normal dos membros em toda a sua extensão, ou em particular das suas 
diferentes regiões de forma a sustentar solidamente o corpo animal e permitir o seu deslocamento fácil.
O estudo dos aprumos é feito examinando-se a direção dos membros ou situação das suas diversas regiões, 
em relação à linha de aprumo partindo de pontos diversos do corpo.
Os aprumos são classificados em:
a.) Normais, bons ou regulares;
b.) Anormais, maus ou irregulares.
Isto conforme mantenham posição correta (a), ou incorreta (b), em relação à linha de aprumo.
Na apreciação dos aprumos colocamos o anormal em pé, parado e depois caminhando, e o observamos de 
perfil, de frente ou de trás, conforme examinamos os membros anteriores ou posteriores.
A classificação dos aprumos em corretos ou incorretos é feira pelos desvios dos membros ou das suas regiões.
Ao primeiro caso chamamos “desvios totais” e no segundo “desvios parciais”.
APRUMOS DIANTEIROS OU DOS MEMBROS ANTERIORES: 
VISTOS DE PERFIL:
São normais quando a linha vertical baixada da ponta da espádua (encontro ou ombro) atinge o solo a uma 
distância de 5 a 10 centímetros adiante da unha.
Os desvios podem ser totais ou parciais:
a) Desvios totais:
- Acampado de diante ou estacado: quando as unhas alcançam ou ultrapassam o ponto onde a vertical 
baixada da ponta da espádua toca o solo.
- Sobre si de diante ou debruçado : quando o eixo do membro se inclina para trás, obtendo uma distância 
muito maior que 10 centímetros da ponta unha à vertical da ponta da espádua. O membro fica sob o corpo 
do animal.
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b) Desvios parciais:
- Joelhos: para o exame dos desvios dos joelhos, usamos linha de aprumo que, partindo do centro da 
articulação úmero-rádio-cubital (cotovelo) deve atingir o solo bem atrás das unhas, dividindo o antebraço, o 
joelho e a canela em duas partes aproximadamente iguais.
Diz-se “ajoelhado” quando o joelho se projeta frente dessa linha; e “transcurvo” ou “joelho de carneiro” 
quando o desvio é contrário, ou seja, para trás dessa linha de aprumo.
- quartela: as quartelas devem ter um ângulo de 45 graus com a horizontal, caso contrário torna-se um 
defeito grave. 
Chama-se de “baixo de quartela” , “longo juntado” ou “sapateado”, quando a quartela é muito comprida 
e o seu eixo com a horizontal forma um ângulo menor que 45 graus. Esta angulação não permite o desgaste 
normal da parte anterior das unhas, tornando-as muito longas, que chamamos de “achinelado”. Chama-
se “fincado de quartela” ou “curto juntado”, quando a quartela é muito curta e o ângulo muito aberto, ou 
seja, forma uma angulação com a horizontal superior a 50 graus. Este defeito sério e grave, faz com que 
ocorra o desgaste excessivo da parte anterior das unhas, fazendo com o animal tenha “pé de burro” .
VISTOS DE FRENTE
São normais ou regulares quando a vertical baixada da ponta da espádua divide a antebraço e a canela em 
duas partes praticamente iguais. Os joelhos, se encontram até 2/3 para dentro desta linha, o que é 
característica dos bovinos, especialmente dos zebuínos.
a) Defeitos totais
- Aberto de frente: quando os membros anteriores estão desviados para fora, com os pés muito afastados da 
linha de aprumo.
- Fechado de frente : quando os membros anteriores estão em posição contrária, isto é, os membros estão 
convergentes de cima para baixo para dentro da linha de aprumo.
b) Desvios parciais:
- joelhos: estão posicionados para dentro da linha de aprumo, sem exagero
- “joelhos arqueados” estão projetados muito para fora da linha de aprumo.
- “joelhos cambaios” estão projetados muito para dentro destalinha de aprumo. 
- Pés , os defeitos podem ser:
- “pés arqueados” estão projetados muito para fora da linha de aprumo.
- “pés cambaios” estão projetados muito para dentro desta linha de aprumo. 
APRUMOS TRASEIROS OU DOS MEMBROS POSTERIORES:
VISTAS DE PERFIL:
São regulares quando a vertical baixada da ponta da nádega (tuberosidade esquiatica) passa pela ponta do 
jarrete, tangenciando sua porção superior e alcança o solo á distância de 5 a 8 centímetros atrás das unhas. 
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Outra linha de aprumo, chamada de secundária, que pode ser observada é da vertical baixada da articulação 
coxo-femural passar pelo centro da perna alcançado o solo bem no meio da unha.
a) Desvios totais:
- Sobre si de trás ou acurvilhado, quando o membro se afasta da linha de aprumo e o seu eixo se projeta para 
trás, distanciando mais de 8 cm da linha de aprumo, o membro fica sob o corpo do animal. Neste caso, como 
no acampada de diante, em geral o animal fica selado.
- Acampado de trás, quando o membro se aproxima, toca ou ultrapassa a linha de aprumo que é a vertical da 
ponta da nádega. Como conseqüência a garupa apresenta-se inclinada, o ângulo do jarrete muito fechado e 
o boleto baixo.
b) Desvios parciais:
- Nos jarretes: o ângulo interno ideal é de 160 graus . 
- Jarretes fechados com esse ângulo é menor que 160 graus e normalmente o animal é sobre si de trás. 
- Jarretes abertos, quando o ângulo é maior que 160 graus e normalmente o animal é acampado de trás. 
- Nas quartelas: como nos membros anteriores, deve formar um ângulo de 45 graus com a horizontal, porém 
podem apresentar os defeitos:
- baixo de quartela: forma com o horizontal ângulo menor que 45 graus, 
- fincado de quartela, forma com o horizontal ângulo maior que 50 graus.
VISTOS DE TRÁS
São considerados normais ou regulares, quando a vertical baixada da ponta da nádega divide o jarrete, a 
canela, a quartela e o pé em duas partes praticamente iguais.
a) Desvios totais:
- Aberto de trás: quando há desvio dos membros para fora da linha de aprumo.
- Fechado de trás ou tapado, quando os membros convergem para dentro da linha de aprumo.
b) Desvios parciais:
- Nos jarretes:
- jarretes arqueados - quando os jarretes estão para fora da linha de aprumo
- jarretes ganchudos : quando os jarretes estão para dentro da linha de aprumo
PÉS:
- Arqueados ou zambros : quando os pés estão para fora da linha de aprumo .
- Cambaios : quando os pés estão para dentro da linha de aprumo .
Os aprumos anteriores e posteriores têm o mesmo grau de importância na avaliação do animal, 
porém é bom lembrar que os membros posteriores além de serem importantes para a sustentação , 
amortecimentos dos choques e serem propulsores do corpo, são fundamentais no momento da monta.
Entre os sexos não há distinção das qualidades dos aprumos desejáveis, porém, os machos por deixarem 
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maior número de descendentes , devemos ter atenção redobrada.
III - PELAGEM
Define-se como pelagem o revestimento externo do animal constituído de pêlos e pele. O estudo da pelagem 
se refere à colocação desses elementos.
É de grande importância nos julgamentos por ser o atributo racial que mais se destaca no exame de exterior.
Nos zebuínos a pelagem apresenta menor variação que no gado europeu, porém apresenta características 
específicas, que para cada raça existe uma determinação feita pelo padrão-racial oficial.
Quanto à cor da pele nos zebuínos, permite-se, segundo o padrão racial, pouca variação, sendo o ideal do 
escuro ao preto com algumas exceções para o róseo e mesmo despigmentação, toleráveis em certas regiões 
do corpo de certas raças.
No que se refere à cor dos pêlos, (incluindo a vassoura da cauda e cílios) e a sua distribuição, podemos 
classificar a pelagem dos bovinos em:
1 - PELAGEM SIMPLES OU UNIFORME:
Constituída por pêlos de uma só cor. Apresenta os seguintes tipos e variedades:
- Branca: Constituída exclusivamente de pêlos brancos.
- Vermelha: Constituída de pêlos vermelhos com várias tonalidades
- Amarela: Considerada por vários autores com uma variação da vermelha, é constituída por pêlos amarelos 
com várias tonalidades desde o mais claro (desbotado) ao amarelo mais forte aproximando-se do vermelho.
- Cinza: Constituída exclusivamente de pêlos cinza.
- Preta: Constituída exclusivamente de pêlos pretos.
Nas raças zebuínas duas pelagens são desclassificantes:
- Barrosa: animal de cor com tonalidade amarela esbranquiçada, amarelo-cobre , na pelagem, na vassoura, 
Animal visto de perfil:
- acampado de diante e sobre si de trás
Animal visto de trás: fechado de trás Animal visto de trás : fechado de trás
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eidilaia
Realce
eidilaia
Realce
nos cascos, no focinho e cílios; em conjunto ou isoladamente.
- Pombo: pelagem que apresenta uma cor excessivamente branca, tendendo para o branco-alvo, que se 
manifesta na pelagem , nos cascos, focinho, olhos e vassoura; em conjunto ou isoladamente
PELAGENS COMPOSTAS 
Constituída por pêlos de duas ou três cores, ou duas cores no mesmo pêlo. Apresentam os seguintes tipos e 
variedades:
- Fulvo: duas cores diferentes no mesmo pêlo, sendo o amarelo localizado na base e escuro na ponta.
- Rosilho: pelagem onde há mistura de pêlos brancos e vermelhos, apresentando um aspecto róseo.
- Ruço: pelagem onde há mistura de pêlos brancos e pretos, dando um aspecto cinza, podendo variar a 
quantidade de pêlos de qualquer uma das cores.
- Ruão: pelagem formada pela mistura de pêlos de três cores diferentes, branco, preto e vermelho.
Nas pelagens compostas os zebuínos apresentam algumas particularidades, como a seguir:
- Nuvem, Fumaça ou Azulega: quando o animal apresenta o centro do corpo de cor mais clara e tonalidade 
mais escura nas extremidades;
- Manchada de pêlos brancos e pretos ou vermelhos, formando manchas dessas duas últimas cores. 
- Moura clara: pelagem, na raça Gir, em que há predominância da cor branca, com orelhas e cabeça, total ou 
parcialmente, preta.
- Moura escura: pelagem, na raça Gir, em que há predominância da cor escura, com orelhas e cabeça, total 
ou parcialmente, preta.
- Moura de vermelho: pelagem, na raça Gir, em que há predominância da cor branca, com orelhas e cabeça, 
total ou parcialmente, avermelhada.
- Sarapintado: pelagem que apresenta pintas de cor branca, em pelagem escura, com pele rósea no local das 
pintas; observadas, normalmente, na barbela e/ou virilha.
- Chitada de vermelho ou de amarelo: quando há predominância do fundo branco, e apresenta pequenos 
tufos de pêlos de cor amarela ou vermelha, espalhados pelo corpo;
- Vermelha ou amarela chitada: quando há predominância do fundo vermelho ou amarelo, e apresenta 
pequenos tufos de pêlos de cor branca espalhada pelo corpo;
- Gargantilha: Pelagem vermelha ou amarela com pequenas manchas de pêlos brancos na barbela.
3 - PELAGENS CONJUGADA 
Constituída por pêlos de duas cores formando malhas distintas:
- Malhada de preto ou preto - Malhada;
- Malhada de vermelho ou vermelho - Malhada;
- Malhada de amarelo ou amarelo - Malhada.
Nos três casos acima, a nomenclatura é denominada de acordo com a predominância ou não, das malhas 
coloridas em relação ao “fundo” sempre branco.
Quanto a coloração de partes específicas do corpo, nos zebuínos são observados:
- Marmorizado: semelhante ao mármore, Desbotado, Emprega-se principalmente com relação ao espelho 
nasal, quando este não é totalmente pigmentado (escuro).
- Lambida: área do espelho nasal, de coloração clara, pouco pigmentada e geralmente em forma triangular; 
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ocupando até um terço da área.
- Despigmentação: ausência total de coloração escura na pele por falta de melanina. Ela pode ocorrer total 
ou parcialmente , no corpo do animal; se for total diz-se que o animal é albino.
- Gateado: diz do animal que tem os olhos castanhos claros. Olhos esbranquiçados e muitas vezes, rajados.V - BIBLIOGRAFIA
 ABCZ/Ministério da Agricultura. Projeto de Melhoramento Genético de Zebuinocultura - PROZEBU. 1984 
a 1988
 
BONSMA, J.C. Judging Cattle For functional Efficiency. Brahman Journal. Pretoria. South Africa, p. 15-24, 
nov.1993.
DALY, J.J. Breeding for beef production. Quensland. Quensland Department of Primary Industries, 
110p. 1977.
JOSAHKIAN, L. A. e MACHAD, C.H.C. Manual do programa de melhoramento genético das raças zebuínas. 
Uberaba: ABCZ, 1998. 96p.
JOSAHKIAN, L. A. e MACHAD, C.H.C. e KOURY FILHO, W. Manual do programa de melhoramento 
genético das raças zebuínas. Uberaba: ABCZ, 2003. 102p.
MACHADO, C.H.C. “ Exterior e anatomia de zebuínos “, In: Curso de especialização de julgamento de 
zebuínos. Apostila. Uberaba, FAZU. 2003
SAMPAIO, N. de S. Exterior de zebuínos. In : CURSO INTENSIVO DE JULGAMENTO DE ZEBUÍNOS, 41. 
Uberaba. 26-30 jul. 1999. Curso.... Uberaba : ABCZ, 1999. “não paginado”.
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MÉTODOS E CRITÉRIOS DE JULGAMENTO
Luiz Antônio Josahkian
Superintendente Técnico da ABCZ
Professor de de Melhoramento Animal da FAZU
abczsut@abcz.org.br
INTRODUÇÂO
Julgar é uma tarefa árdua que requer disciplina, técnica e sentimento. É um processo longo de construção do 
caráter, que exige dedicação e desprendimento absolutos. 
Esse pequeno texto se baseou muito no legado de Artau Reyner Rocha de Ávila, que nos deixou um exemplo 
de conduta ética e competente ao lidar com um tema tão complexo como a arte de julgar (Nota do autor).
Conceitualmente podemos nos referir a métodos e critérios de julgamento como sendo o conjunto de regras 
e formatos de abordagens que utilizamos ao avaliar os animais. Eles têm a função de sistematizar a avaliação 
e definir um objetivo macro no processo de escolha dos indivíduos. Usualmente esses objetivos estão 
voltados para propósitos econômicos.
Basicamente podemos considerar como métodos de julgamento, a avaliação individual e a avaliação 
comparativa dos indivíduos. A rigor, os dois métodos são sempre comparativos, mesmo naqueles casos em 
que o denominamos como individual. Provavelmente essa nomenclatura se refere mais ao fato de que 
estamos avaliando, nesse caso, um único indivíduo, mesmo que para isso utilizemos referências do biótipo 
médio da raça, além, obviamente, das características raciais inerentes ao grupo genético ao qual o animal 
pertence. No caso do método individual fazemos um exercício mental, recorrendo a imagens conceituais que 
vamos armazenando ao longo da experiência na vistoria de animais, que se tornam um referencial virtual no 
processo de avaliação.
Quando consideramos o método comparativo, o processo não é muito diferente. O fato é que passamos a 
processar mais informações, em quantidade diretamente proporcional ao número de animais que estamos 
julgando. É óbvio que o grau de dificuldade aumenta gradualmente também, mas o processo é basicamente 
o mesmo: cada animal comparado com um padrão mental de referência, e, todos eles entre si; 
estabelecendo-se uma ordenação dentro do grupo.
Os critérios de julgamento, por sua vez, variam em função da definição inicial e básica do propósito 
econômico da escolha dos animais. Dois grandes grupos de interesse podem ser visualizados: para leite e 
para corte. Estabelecida a concepção geral da seleção pretendida, os critérios de seleção vão se alinhando 
paulatinamente e em harmonia com o sistema de produção a que se destinarão os animais (ou, em última 
análise, os genes que eles transportam e transmitem ao longo do processo).
Para as raças zebuínas, os registros históricos e as diferentes morfologias estabelecidas ao longo de sete 
décadas de seleção nos permitem enxergar fases conceituais, de contornos bastante realçados e distintos, 
mesmo que exista uma unidade entre todas elas, o que, seguramente, deve ter sido o elemento que 
proporcionou a fixação dos diferentes grupos genéticos. São elas: 
1ª FASE: DE AFIRMAÇÃO DOS TIPOS RACIAIS
Conceito: Identificar raçadores e matrizes com alta superioridade em tipo racial, procurando separar o “joio 
do trigo”.
Período: de 1938 a 1960
Ambiente: 
Os zebuínos eram tidos como raças exóticas, recém introduzidas no país, consideradas por muitos como 
“animais selvagens”, “bicho de zoológico”.
O registro genealógico como instrumento oficial havia há pouco sido instituído, oficializado pelo MAPA e 
ratificado pelo Tratado de Roma de 1936.
Mais no início dessa fase predominavam as miscigenações, com formação do tipo Indubrasil . 
Reafirmar e consolidar o padrão das raciais era, justificadamente, a tônica dos julgamentos.
2ª FASE: DO CULTO AO PESO
Conceito: Identificar indivíduos com alto potencial de ganho em peso. O peso maduro, sem considerações 
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maiores com a idade, constituía-se no objetivo fim.
Período: de 1960 a meados da década de 70.
Ambiente: O zebu começa a se firmar como um conjunto de raças de reconhecimento internacional.
O registro genealógico já estava consagrado e torna-se de abrangência nacional.
As importações (últimas oficiais) de material genético da Índia são extremamente benéficas para a raça 
Nelore e, em menor escala, para a Gir e Guzerá.
A introdução das brachiárias e a abertura da fronteira centro-oeste elevam os zebuínos à condição de grupo 
genético predominante no país.
Paralelamente, os hábitos de vida das pessoas começam a sofrer grandes modificações com o avanço das 
tecnologias. A vida torna-se mais sedentária. Cálculos mostravam que as necessidades de ingestão de 
calorias despencaram de aproximadamente 6000 kcal/dia para 3000kcal/dia. Em conseqüência, os hábitos 
alimentares começam a mudar.
A zootecnia da época estabelece o que ficou mundialmente conhecido como bovino “new type” ou 
“moderno novilho de corte”.
3ª FASE: DO CULTO AO PESO E AO TAMANHO
Conceito: Identificar animais com alto potencial de ganho em peso, de estatura elevada e peso final muito 
alto (tipo longelíneo). Novamente esses critérios não consideravam em primeiro plano, a relação peso x idade 
do animal.
Período:de fins da década de 70 até fins da década de 80
Ambiente:
a imagem do “new type” estava consolidada (seria válida para os zebuínos??)
a medicina humana condena o consumo excessivo de colesterol
Inicia-se uma busca frenética pela “carne limpa”, sem gordura
Nenhum touro com o biótipo mais compacto ou que não apresentasse 1000 kg, se adulto, ou potencial para 
tal, poderia ser considerado um bom raçador. O mesmo raciocínio se estendia às fêmeas, ainda que em uma 
escala menor.
Esboça-se o início de uma era do gigantismo, mas que não chega a se consolidar.
Ultrapassar recordes de peso, inclusive de peso ao nascer, passa a ser quase uma obsessão.
4ª FASE: DA BUSCA PELA EFICIÊNCIA E DO EQUILIBRIO.
Conceito: Identificar os animais que melhor combinem, a um só tempo: características reprodutivas de 
crescimento e maturidade sexual e de acabamento.
Período: do início ao final da década de 90.Ambiente:
As raças zebuínas já são consideradas razoavelmente bem fixadas, o que pareceu justificar em boa parte, 
colocar os aspectos raciais em segundo plano.
Alguns setores mais tradicionais reagem a essa postura dos técnicos.
O peso e o ganho em peso, ainda que de forma mais equilibrada, continua em primeiro plano.
Discussões sobre pesos excessivos, principalmente em fêmeas, começam a se formar (interações genótipo-
ambientes e questões de mercado).
Programas paralelos e independentes, vendendo uma outra imagem, se firmam no mercado.
O mundo começa a discutir o impacto ambiental de todas as atividades e o uso racional dos recursos naturais.
Novas doenças são identificadas (ou produzidas?) tais como a AIDS, ébola e a nvCreutsfeldt-Jacob (vaca 
louca).
A aftosa é controlada em grande parte do país.
A carne bovina é “amada” e “odiada” pela mídia, tornando complexo o cenário para sustentação da 
atividade.
Carnes magras e produzidas como menor risco de contaminação são alçadas à condição de excelência 
nutricional e questões de segurança alimentar e segurança do alimento passam a ser cotidianas.
A sociedade sofre grandes transformações: a mulher está inserida no mercado de trabalho e a globalização 
determina efetivamente seus efeitos.
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5ª FASE: DA BUSCA PELA EFICIÊNCIA GLOBAL
Conceito: Identificar os animais que apresentem a melhor harmonia nas características econômicas de 
interesse, inseridas em um plano maior de relações com outras atividades.
Período: atual
Ambiente: Globalização torna compulsória a redução de custos de produção (competitividade internacional)
Mercados se tornam mais exigentes (segurança do alimento e rastreabilidade)
O resultado do trabalho é que tem que remunerar o capital (especulações desaparecem)
As exportações de carne bovina brasileira firmam-se no cenário mundial, alavancadas por circunstâncias 
externas (aftosa na Argentina e Europa, e vaca louca).
O mercado se torna mais formal para um público mais exigente e com cada vez menos tempo disponível
Acirra-se a disputa por mercados entre outros produtos de outros SAG's(setores agroalimentares) mais 
organizados (aves e suínos)
Esse ambiente determina o fim do “julgamento pelo julgamento” e impõe um novo padrão, o do 
“julgamento pela produtividade”.
Esse cenário específico determina:
1. Embora pareça contraditório, retornar às origens e resgatar o tipo racial passa a ser importante;
2. A eficiência reprodutiva, de crescimento e de terminação deve ser priorizada e considerada 
simultaneamente;
3. As decisões devem ser contextualizadas na ciência do melhoramento genético, (parte aditiva) e 
consoantes com o mercado.
4. E por fim, determina um sistema de produção, envolvendo genética e ambiente, que prescinde de critérios 
lógicos, técnicos e bem fundamentados para a seleção.
JULGANDO ANIMAIS
Os critérios e os métodos de julgamento podem ser aplicados em qualquer momento que se vá, selecionar 
animais; seja qual for o objetivo da escolha. Podemos estar aplicando o processo para escolha de 
reprodutores em lotes já aptos à reprodução; em lotes jovens candidatos a futuros reprodutores; 
simplesmente em animais produtores de carne (o que já foi amplamente conhecido como “concursos de bois 
gordos”); em animais de aptidão leiteira, etc. Sempre, o que varia, são os critérios a serem adotados: ao se 
escolher animais com aptidão para corte o biótipo é um, ao se escolher um animal de aptidão leiteira, 
obviamente é outro.
Especificamente em exposições, o método de julgamento termina sendo misto a partir do momento em que 
consideramos o animal como indivíduo (método individual) e este em relação ao conjunto (método 
comparativo). É exatamente esse procedimento que permite, se necessário, que um jurado numa pista de 
julgamento não premie animais que concorrem sozinhos em categorias, ou mesmo que não concedam um 
primeiro prêmio (ou segundo, etc) para categorias até mesmo numerosas: eles não preencheram requisitos 
mínimos determinados pelo biótipo médio da raça.
Uma metodologia para um julgamento pode ser simulada como segue (embora cada situação possa 
demandar posturas específicas e generalizações devam ser evitadas):
Adote uma estratégia de raciocínio em que cada categoria, de cada campeonato, represente um lote de 
animais único, e desse lote vai se apartar os melhores animais.
Esqueça os lotes que já passaram e considere cada categoria como se fosse a única.
Concentre-se no primeiro lugar. Os demais irão se alinhar naturalmente numa escala decrescente dos 
critérios adotados.
Estabeleça uma lógica de observação dos animais bem fundamentada tecnicamente. Esse é o ponto 
principal.
No julgamento os animais desfilam em círculo, no sentido anti-horário. Depois permanecem parados lado a 
lado.
24
Embora já tenha havido algumas inovações (por peso) o mais usual é que os animais desfilem por ordem de 
idade. Isso facilita muito a observação e ponderação de diferenças positivas ou negativas com relação à idade 
x tipo x desenvolvimento.
Considerando que essa dinâmica do julgamento é a mais natural e confrontando-a com as observações que 
devem ser feitas , temos:
Essa diferença temporal entre o que se vê e o que deve ser considerado em primeiro plano associado a um 
número relativamente grande de animais em julgamento, exige que o jurado seja capaz de registrar 
informações que serão usadas em momentos diferentes e de formas diferentes e interativas com outras 
observações.
Como são informações diferentes e com valores bio-econômicos diferentes dentro do contexto do 
melhoramento genético, é preciso considerar:
• O valor econômico da característica;
• A herdabilidade da característica;
• A importância relativa da característica dentro da raça; e,
• As possíveis correlações genéticas e fenotípicas existente entre elas.
• A herdabilidade da característica
A importância relativa da característica dentro da raçaAs possíveis correlações genéticas e fenotipicas entre 
elas.Provavelmente em um julgamento, o mais apropriado é trabalharmos com o método de seleção por 
níveis independentes de descarte.
Nesse método utilizamos níveis de descarte para cada uma das características consideradas e estabelecemos 
uma ordem de prioridade para todas elas.
Por exemplo, considerando as mesmas características anteriores, podemos admitir um processo em que a 
ordem de importância e o nível de corte das características sejam considerados da seguinte forma:
• Reprodutivas: nível de corte total em caso de problemas, e em escala crescente no caso de defeitos 
permissíveis.
• Conformação: método comparativo e que estabelece o nível de corte dentro do próprio processo. É claro 
que o jurado deve ter uma concepção de um biótipo mínimo aceitável e do biótipo mais adequado para o 
propósito econômico da raça.
• Raça : da mesma forma o próprio processo estabelece o nível de corte, mas o padrão racial, com seus 
atributos ideais e permissíveis, tem que nortear o processo.
• Aprumos: a regularidade dos aprumos e a força dos membros são fundamentais nos processos produtivo e 
reprodutivo. Estabelecer os níveis de aceitabilidade nesse caso varia em função do que seriam defeitos 
adquiridos e do que seria genético, e também de particularidades de cada uma das raças zebuínas.
Na prática, considerando que a situação seja favorável ao jurado (ou seja, existem bons animais a serem 
julgados) o processo leva a:
• Exclusões sucessivas de acordo com cada característica;
• A ordenação das características por ordem de importância genética e econômica determina os diferenciais 
finais de seleção para cada uma delas;
• De forma geral, quanto maior o número de características em jogo, menores serão os diferenciais de 
seleção em cada uma delas;
Ordem de observação do jurado Ordem de importância para a escolha 
Aprumos Características reprodutivas 
Raça Conformação 
Conformação Raça 
Características reprodutivas Aprumos 
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• Em alguns casos (e não raros) o jurado precisa rever a ordenação das características quando nenhum animal 
consegue atender o nível mínimo aceitável na primeira delas ou nas subseqüentes.
O resultado desse método de julgamento fica, como é óbvio perceber, diretamente dependente dos critérios 
adotados por quem está avaliando os animais: quais características foram consideradas? Qual a importância 
relativa de cada uma delas no processo todo? Qual delas sobreporia uma outra em caso de empate? Qual a 
ordenação de importância das características? Essas diferentes e múltiplas possibilidades explicam parte dos 
diferentes resultados quando mais de um jurado avalia o mesmo grupo de animais, como por exemplo, no 
julgamento tríplice. 
Observe no quadro 1 abaixo uma situação provável de um julgamento de uma categoria de machos de uma 
determinada raça de corte:
Quadro 1: dados de uma categoria de julgamento de animais de corte,sendo P18 o peso aos 18 meses de 
idade, em kg; AOL a área de olho de lombo, em centímetros quadrados; e EG a espessura de gordura, em 
milímetros:
Dependendo dos critérios adotados, o resultado final pode variar. Admitindo que um jurado considere que o 
peso é absolutamente superior a qualquer outra das características apresentadas, ele indicaria como sendo o 
touro 1 o melhor animal, embora ele esteja bem abaixo da média do grupo para AOL e para EG. Outro jurado 
poderia considerar que EG é a característica mais importante, então ele tenderia a premiar o touro 4, embora 
a mesma discrepância aconteceria para as outras duas características. Um outro ainda poderia considerar as 
características todas em conjunto, buscando um equilíbrio entre elas e não a superioridade absoluta apenas 
em uma delas. Nesse caso, o touro 5 apareceria com um forte candidato ao primeiro lugar: não é o mais 
pesado, mais apresenta um bom desempenho em peso; tem uma AOL igual a do outro melhor animal,o 
touro 2, mas que por sua vez apresenta o pior peso da categoria. O touro 5 apresenta ainda uma boa EG, que 
embora não seja também a melhor da categoria, está muito pouco abaixo do animal 4, que se destaca 
apenas nesse aspecto, tendo P18 e AOL piores.
A discussão ampla e contextualizada do julgamento tem sido conduzida exatamente para encontrar um 
sistema que ao mesmo tempo sinalize qual seria um roteiro e um grupo de características a ser considerado 
de forma consensual (o que no exemplo anterior basicamente seriam os procedimentos que levaram a 
escolha do touro 5), mas que também permita graus de liberdade tais que o jurado (ou selecionador) não se 
sinta restringido a usar rotas alternativas e, muitas vezes, necessárias.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
ÁVILA, A. R. R. Métodos e Critérios de Julgamento In: Apostila do 50º Curso Intensivo de Julgamento de 
Zebuínos. 21 a 25 de julho de 2003. ABCZ. Uberaba. MG
Touro P18 (kg) AOL (cm? ) EG (mm) 
1 550 70 2 
2 400 100 4 
3 490 60 3 
4 450 70 6 
5 500 100 5 
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Avaliação do Tipo
Módulo IV
(Extraído do Manual do Programa de Melhoramento Genético da ABCZ)
Luiz Antônio Josahkian
Carlos Henrique Cavallari Machado
William Koury Filho
Utilizado desde o início do processo de domesticação dos animais, o olho humano é a mais 
antiga ferramenta de seleção de bovinos que atenda as características desejadas pelo homem, não existindo 
nenhum instrumento capaz de ser tão integrador de informações que são obtidas através de imagens.
A seleção exclusivamente para peso nas diferentes idades, ao longo do tempo, conduz a 
animais de maiores pesos a idade adulta, conseqüentemente mais exigente quanto aos requerimentos 
nutricionais que, quando não atendidos, aumentam o período de permanência de machos e fêmeas na 
propriedade, destinados ao abate, pois, animais de maior porte, via de regra, são mais tardios em deposição 
de gordura subcutânea (figura 1). Mas o maior prejuízo para o produtor devido a maior exigência nutricional, 
quando estas não são plenamente atendidas, pode se dar pelo comprometimento do desempenho 
reprodutivo das matrizes, pois a reprodução é um acontecimento que só ocorre quando as fêmeas estão em 
bom estado de condição corporal.
Figura 1: Curvas de crescimento de diferentes biótipos.
A figura 1 representa de maneira bastante rudimentar, curvas de crescimento de dois diferentes 
biótipos, tardio e precoce. Nota-se que a curva de crescimento que representa o tipo morfológico tardio 
atinge seu platô no ponto A, onde se inicia a desaceleração do crescimento muscular, e, conseqüentemente 
uma maior aceleração na deposição de gordura de acabamento. Esse processo ocorre no animal tardio de 
forma bem distinta quando comparado com o animal precoce, tanto na idade, que é mais avançada, quanto 
no peso vivo, que é também maior (observar o ponto B no animal precoce, que representa o mesmo estágio 
fisiológico). Vale ressaltar que existem relatos na literatura que afirmam que a precocidade em deposição de 
gordura coincide fisiologicamente com a precocidade em maturação sexual.
A estrela em destaque na figura 1 simboliza o ponto em que as curvas distintas se cruzam. Nesse 
ponto os animais estão com o mesmo peso, e a balança diria que esses indivíduos são iguais, quando na 
realidade são tipos morfológicos completamente diferentes. Essa situação pode ocorrer, por exemplo, em 
uma pesagem do PMGZ e levar a conclusões não necessariamente corretas. 
Com isso pode-se concluir que a seleção em bovinos de corte não deve ser pensada exclusivamente 
na balança, mas sim na composição do peso, que é a resultante de músculos, vísceras, ossos e tecido adiposo, 
e neste sentido as avaliações visuais por escores são uma grande ferramenta de trabalho para se chegar a 
28
melhores proporções dos diferentes tecidos (adaptado de Pineda e Fries 1996).
Características morfológicas permitem uma leitura crítica dos tipos biológicos que variam de 
ultraprecoces a extremamente tardios, lembrando que extremos não são desejados. O que se busca são 
animais equilibrados com o ambiente em que estão sendo criados. Assim, torna-se evidente que não existe 
um biótipo mais eficiente para todos os sistemas de produção, mas tipos morfológicos mais eficientes para 
diferentes ambientes.
Outro importante aspecto a ser destacado com a utilização de escores de avaliações visuais pelo 
PMGZ, é a sustentação que as mesmas poderão dar as pistas de julgamento, já que o “desenho” do tipo 
morfológico do animal campeão de pista deve coincidir com o biótipo mais eficiente para a maioria dos 
sistemas de produção de carne adotado no Brasil.
Os dados coletados pelas avaliações visuais, após análise estatística, irão resultar na estimativa do 
valor genético (VG) de reprodutores e matrizes participantes do PMGZ. Este trabalho é que irá gerar as DEPs, 
que por definição é a metade do VG. Essas DEPs serão grandes ferramentas a serem usufruídas pelos 
criadores para alcançarem seus objetivos de seleção mais rapidamente.
O objetivo básico e direcional das características envolvidas na avaliação visual de diferentes tipos 
morfológicos, é identificar aqueles animais que, nas condições viáveis de criação e em consonância com o 
mercado consumidor, cumpram seu objetivo eficientemente em menos tempo.
FINALIDADES
• Estimar parâmetros de herdabilidades para as características avaliadas visualmente e estabelecer 
correlações fenotípicas e genotípicas entre tipos morfológicos e tipos produtivos dentro das populações das 
raças zebuínas;
• Disponibilizar para os criadores participantes, a estimativa dos valores genéticos de seus animais, para as 
características avaliadas visualmente;
• Disponibilizar mais ferramentas (características) para o criador utilizar em programas de acasalamento 
dirigido, possibilitando assim um direcionamento mais preciso, tanto para características de composição de 
carcaça como para características funcionais e raciais;
• Determinar no processo de seleção para corte o(s) tipo(s) mais adequado(s) à cada sistema de produção;
• Estabelecer um processo visual rápido, preciso e acessível, de determinação da qualidade dos animais como 
produtores de carne;
• A partir de informações dos resultados de estudos relacionados ao exterior dos animais, ratificar, adequar 
ou estabelecer novos critérios de seleção;
Complementar as provas zootécnicas, através da avaliação do exterior dos animais;
Auxiliar nos registros genealógicos de nascimento e definitivo.
EXECUÇÃO
As avaliações visuais para o programa de melhoramento serão realizadas na desmama, em torno dos 
205 dias de idade; e ao sobre ano, em torno de 550 dias de idade. Essas avaliações ocorrerão 
simultaneamente às pesagens programadas, o que não implica que o processo não possa ser aplicado em 
qualquer idade. 
Serão avaliados os lotes, com o pré-requisito de que tenham idades próximase tenham tido as 
mesmas oportunidades, isto é, pertençam ao mesmo grupo de contemporâneos.
29
As 7 características a serem a avaliadas para o programa de melhoramento são:
• Estrutura Corporal (E); 
• Precocidade (P);
• Musculosidade (M);
• Umbigo (U);
• Caracterização Racial (R); 
• Aprumos (A);
• Sexualidade (S).
O QUE SE AVALIA EM CADA CARACTERÍSTICA E SUA RESPECTIVA IMPORTÂNCIA NO CONTEXTO GERAL
- Estrutura Corporal (E): Prediz visualmente a área que o animal abrange visto de lado, olhando-se 
basicamente para o comprimento corporal e a profundidade de costelas.
A área que o animal abrange está intimamente ligada aos seus limites em deposição de tecido muscular. 
- Precocidade (P): Nesta avaliação as maiores notas recaem sobre animais de maior profundidade de costelas 
em relação à altura de seus membros. Na prática, principalmente em idades mais jovens, onde muitas vezes 
os animais ainda não apresentam gordura de cobertura, o objetivo é identificar o desenho que corresponda a 
indivíduos que irão depositar gordura de acabamento mais precocemente, e que, via de regra, são os 
indivíduos com mais costelas em relação à altura de seus membros. Vale ressaltar que indicativos de 
deposição de gordura subcutânea somam para a avaliação do tipo precoce. Por exemplo,a musculatura, 
quanto mais definida, menor a capa de gordura que a recobre, a virilha baixa ou pesada e também a 
observação de pontos específicos, tais como a inserção da cauda, a maçã do peito, a paleta e a coluna 
vertebral são elementos adicionais que auxiliam na observação dessa característica.
A busca de animais mais precoces atende a uma demanda dos frigoríficos brasileiros que possuem 
sistemas de resfriamento que exigem uma camada mínima de espessura de gordura de acabamento de 3 a 
6mm, uniformemente distribuída pela carcaça, para que não haja escurecimento da carne e encurtamento 
das fibras musculares pelo resfriamento rápido (cold shortening), que fazem com que a carne perca uma 
série de qualidades.
Animais precoces permanecem menos tempo nos pastos e/ou confinamentos, encurtando o ciclo de 
produção, melhorando assim a eficiência da atividade e, conseqüentemente, os lucros do produtor.
Há relatos na literatura indicando que animais mais precoces em acabamento também sejam 
sexualmente mais precoces.
- Musculosidade (M): A musculosidade será avaliada através da evidência das massas musculares.
 
Animais mais musculosos e com os músculos bem distribuídos pelo corpo, além de pesarem mais na 
balança, apresentam melhor rendimento e qualidade da carcaça, o que reflete diretamente no bolso do 
pecuarista.
Os escores atribuídos às características E, P e M nos permitem ter uma concepção espacial do 
animal, pois E estima a área que este abrange lateralmente e que, de forma bastante rudimentar, irá formar 
um retângulo. A característica E, analisada em conjunto com a característica P, irá indicar as proporções dos 
lados desse retângulo. Ao incluirmos o escore da característica M, daremos a terceira dimensão. Esse 
paralelepípedo formado será a estimativa do volume do indivíduo (Figura 2). Vale ressaltar que essa 
concepção se torna mais precisa ao acrescentar os dados de peso e altura. 
30
Figura 2: Apresentação esquemática das diferentes proporções que devem ser avaliadas.
- Umbigo (U): É avaliado a partir de uma referência do tamanho e do posicionamento do umbigo (umbigo, 
bainha e prepúcios) , devendo ser penalizado os indivíduos que apresentarem prolapso de prepúcio. Indica-
se como nota 01 umbigos e bainhas muito reduzidas e nota 06 umbigo e bainha muito pendulosos.
No Brasil, a grande maioria dos rebanhos é criada em grandes áreas de pastagem, e nos machos, 
umbigo, bainha e prepúcio de maior tamanho, pendulosos e ocorrência de prolapso, são mais susceptíveis a 
patologias ocasionadas por traumatismos, e estas são muitas vezes irreversíveis ou extremamente complexas 
em termos de manejo curativo.
- Caracterização Racial (R): Todos os itens previstos nos padrões raciais das respectivas raças zebuínas devem 
ser considerados.
O tipo racial é um distintivo comercial forte e tem valor de mercado, o que, por si só, justifica sua 
inclusão em um programa de melhoramento.
- Aprumos (A): Serão avaliadas através das proporções, direções, angulações e articulações dos membros 
anteriores e posteriores.
Diferente da situação encontrada em países onde se confina maior percentual de animais, no Brasil a 
maioria dos animais é criada a pasto com suplementação mineral, e com isso os animais são obrigados a 
percorrerem grandes distâncias, favorecendo aqueles de melhores aprumos. Na reprodução, bons aprumos 
são fundamentais para o macho efetuar bem a monta e para a fêmea suportá-la, além de estarem 
diretamente ligados ao período de permanência do indivíduo no rebanho.
- Sexualidade (S): Busca-se masculinidade nos machos e feminilidade nas fêmeas, sendo que estas 
características deverão ser tanto mais acentuadas quanto maior a idade dos animais avaliados. Avaliam-se os 
genitais externos, que devem ser funcionais, de desenvolvimento condizente com a idade cronológica.
Características sexuais do exterior do animal parecem estar diretamente ligadas à eficiência 
reprodutiva, e a reprodução é a característica de maior impacto financeiro na atividade.
31
As escalas de escores a serem seguidas para as avaliações visuais estão descritas abaixo. A nota zero 
desclassifica o animal.
Conceitualmente os escores podem ser divididos em fundo, notas 1 e 2; meio 3 e 4 e cabeceira 5 e 6 
para as características E, P e M. Esses escores serão relativos ao grupo de contemporâneos sob avaliação. 
Dessa forma, fica assegurada a percepção de que, sempre, em qualquer grupo de contemporâneos, por 
melhor que seja, este apresenta um fundo, ou, por pior que seja, apresenta uma cabeceira.
Para as características R, A e S, os escores serão atribuídos em relação a uma referência pré-
estabelecida, isto é, o indivíduo não é comparado ao grupo em que está inserido, mas aos padrões definidos 
pela ABCZ. Assim, conceitualmente, 1 = fraco, 2 = regular, 3= bom e 4 = muito bom. 
Para a característica U, a escala de notas será de 1 a 6 de acordo com uma referência, sendo 1 muito 
reduzido e 6 muito penduloso.
Para as características R, A e S, a escala de notas irá de 1 a 4, simplificando a avaliação, visto que são 
inúmeras as possibilidades de defeitos e qualidades para a mesma característica, e que esses não apresentam 
subsídio de estudos que demonstrem quais são os pontos mais ou menos importantes e suas respectivas 
herdabilidades. Por exemplo: qual defeito de aprumo é mais herdável? Qual ponto é mais importante em 
caracterização racial: orelha, cupim, marrafa ou pelagem?
Os escores são individuais para cada animal e característica. Assim, um indivíduo pode ter notas E (4), 
P (6), M (5), U (4), R (3), A (2) e S (4), por exemplo. Esta metodologia de avaliação visual tem duas aplicações 
práticas no processo de seleção. A primeira, é que se podem identificar todos os pontos negativos e positivos 
que coexistam no animal. A segunda, é que a avaliação em nível de rebanho pode diagnosticar defeitos e 
qualidades mais freqüentes na propriedade de forma simples e direta, através do “desenho” originado pelos 
escores. 
Assim se o criador desejar, ele pode alterar a freqüência dos escores em sua propriedade através da 
utilização, na reprodução, de indivíduos que se destaquem naquelas DEP's para a(s) característica(s) em 
questão e, conseqüentemente, alterar o “desenho” dos animais, para que desta forma, consiga chegar a 
tipos morfológicos mais condizentes com o sistema de produção utilizado.
COMO PROCEDER A AVALIAÇÃO
A avaliação visual de um determinado lote de animais que formem grupos de contemporâneos deve 
seguir as seguintes recomendações:
CARACTERÍSTICA DESCLASSIFICAD
O 
ESCORES

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