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Metabolismo De Carboidratos: Glicogênio, Amido, Sacarose e Lactose O glicogênio é um polímero de glicose e constitui a reserva energética de carboidratos nos animais. A polimerização da glicose ocorre em dois órgãos principais: (a) no fígado, onde a glicose em excesso, após as refeições, é polimerizada em glicogênio constituindo uma forma de reserva de energia nos períodos entre as refeições e jejum de forma a estabilizada a glicemia, isto é, a taxa de glicose sanguínea. Já nos músculos, o glicogênio provê energia em períodos de contração muscular intensa, principalmente em reações anaeróbicas devido ao baixo aporte de oxigênio em exercícios explosivos. A degradação do glicogênio consiste na remoção sucessiva de glicose-1-fosfato da cadeia por ação da enzima glicogênio fosforilase. A ação dessa enzima cai sobre a ligação alfa-1,4 entre as moléculas de glicose em uma reação de fosforólise, isto é, uma espécie de hidrólise mas envolvendo fosfato inorgânico no lugar de água. A reação de remoção dos resíduos de glicose ocorre um a um até no ponto situado a quatro resíduos de glicose antes de uma ramificação. Neste ponto outra enzima entra em ação, a enzima desramificadora. Essa enzima possui duas atividades: (1) a primeira é de transferase, pois transfere três resíduos de glicose da ramificação para a cadeia principal do polímero, formando uma nova ligação alfa-1,4; (2) e a segunda atividade consiste em remover o resíduo restante de glicose da ramificação no ponto de ligação alfa-1,6. A glicose-1-fosfato é convertida em glicose-6-fosfato por ação da fosfoglicomutase. A glicose-6-fosfato formada pode ser degradada na glicólise ou é preferencialmente hidrolisada em glicose por ação da glicose-6-fosfatase, liberando glicose para a corrente sanguínea. Vale ressaltar que a degradação do glicogênio nunca é completa, restando ao final do processo um núcleo não degradado que serve de ponto de partida para a ressíntese. Um ponto que merece destaque é a ação de outra enzima, a hexoquinase, no músculo em lugar da glicoquinase que ocorre no fígado. A hexoquinase fosforila a glicose em glicose-6-fosfato de forma similar a ação da glicoquinase. A síntese de glicogênio consiste na repetida adição de glicose a um núcleo de glicogênio já pré-formado. A glicose ao entrar na célula hepática e muscular deve sofrer uma série de reações para ser incorporada ao núcleo de glicogênio sob a forma de um dinucleotídeo de uracila, constituindo a uridina difosfato uracila (UDP-G). O UDP-G é sintetizado a partir da glicose a partir de uma série de reações. O UDP-G formado ao final dessas reações é substrato para a enzima glicogênio sintase, que efetivamente adiciona o resíduo de glicose-1-fosfato no núcleo de glicogênio. A UDP liberada no produto da reação é convertida a UTP com gasto de energia por intermédio de ATP. Ao final do processo percebe-se que são gastos duas moléculas de ATP no final; uma molécula de ATP é utilizada inicialmente para fosforilar a glicose que acabou de entrar na célula, bem como fosforilar a UDP formada ao final das reações para ser convertida em UTP. A glicogênio sintase catalisa apenas a formação de ligações alfa-1,4 entre os resíduos de glicose, mas não de ligações alfa-1,6. Quem o faz é uma enzima ramificadora, a qual transfere uma porção da extremidade da cadeia para uma parte mais interna da molécula, criando uma ligação alfa-1,6 no ponto de ramificação. Outro ponto sobre a glicogênio sintase merece ser ressaltado. Essa enzima não consegue iniciar a síntese do glicogênio quando não há uma um núcleo de glicogênio preestabelecido que serve de suporte a síntese dessa molécula. Quando isso ocorre uma outra proteína, glicogenina, a qual serve de apoio ao formar uma cadeia de 6 ou 7 resíduos de glicose, que servirá de base para a glicogênese, entrando em ação, portanto, a glicogênio sintase. Síntese de Amido Nos vegetais, o amido é o carboidrato de reserva energética, como nos animais, onde o glicogênio é o carboidrato de reserva de energia, porém esta molécula tem mais ramificações que a anterior. O amido é formado pela amilose, polímero de glicose de cadeia linear cujas ligações entre os resíduos de glicose são do tipo alfa-1,4 e de amilopectina, de cadeia linear similar a da amilose, porém contendo ramificações cujas ligações nos pontos de ramificação são de alfa-1,6. A síntese de amido é similar a síntese de glicogênio, mas no amido a UDP-G é substituída pela ADP-G, na seguinte reação: Metabolismo de Sacarose e Lactose A sacarose libera glicose e frutose, e esta reação é catalisada pela enzima sacarase. A lactose libera glicose e galactose, e esta reação é catalisada pela enzima lactase. Na ausência da enzima lactase, indivíduos que não portam essa enzima, a lactose se acumula no intestino delgado, onde é fermentada por bactérias, que resulta na produção de gases e diarreia. No fígado, a frutose é transformada em intermediários da via glicolítica: diidroxiacetona-fosfato e gliceraldeída-3-fosfato. Nos outros tecidos (músculo e adiposo), a frutose é convertida em frutose-6-fosfato por ação da enzima hexoquinase. Glicose e galactose são epímeros, isto é, monossacarídeos que se diferem na configuração de apenas um átomo de carbono.
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