Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - UFF FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS DEPARTAMENTO DE CONTABILIDADE CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS Rafael Lemos de Souza Seroa ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DE UMA FRANQUIA DO RAMO DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS SITUADA NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO Orientador: Solange de Oliveira Roza da Cruz. Elaborada pela Biblioteca de Administração e Ciências Contábeis (BAC) da SDC/UFF com os dados fornecidos pelo (a) autor (a). 1. Viabilidade econômico-financeira. 2. Tomada de decisão. 3. Contabilidade. 3. Estudo de caso. I. Cruz, Solange de Oliveira Roza da, orient. II. Universidade Federal Fluminense, Faculdade de Administração e Ciências Contábeis. III. Título. CDD 658.5 Seroa, Rafael Lemos de Souza Análise econômico-financeira de uma franquia do ramo de produtos alimentícios situada na cidade do Rio de Janeiro / Rafael Lemos de Souza Seroa. – Niterói, 2017. 39 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Ciências Contábeis) – Universidade Federal Fluminense, Faculdade de Administração e Ciências Contábeis, Niterói, 2017. Orientador: Solange de Oliveira Roza da Cruz, Dsc. S 486 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - UFF FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS DEPARTAMENTO DE CONTABILIDADE CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DE UMA FRANQUIA DO RAMO DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS SITUADA NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO MONOGRAFIA APRESENTADA POR Rafael Lemos de Souza Seroa APROVADA EM: PELA COMISSÃO EXAMINADORA Prof. Solange de Oliveira Roza da Cruz – Orientadora Prof. Cintia de Melo de Albuquerque Ribeiro, Msc Prof. Melissa Christina Corrêa de Moraes, Msc Dedico este trabalho a minha família e, principalmente à minha mãe, por todo esforço e dedicação para que eu pudesse, hoje, concluir mais esta etapa. AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar, o agradecimento será direcionado a Deus, Alá, Buda, Mãe Natureza ou qualquer nomenclatura que esta suprema força que rege o universo venha a ter. Pois o mesmo que me dá forças, todos os dias, para levantar e encarar a vida. Em segundo lugar, agradecer à minha mãe, que foi a pessoa quem me criou sozinha, que trabalhou mais de 12h diárias para que eu tivesse uma boa educação e dedicou boa parte de sua vida somente a cuidar de mim, para que eu nunca passasse por nenhum tipo de necessidade. Todo meu esforço é apenas para enchê-la de orgulho e compensar todo o sacrifício feito por mim. Ah, e obrigado por nunca reclamar de ter feito tudo isso. Em terceiro lugar, agradeço aos meus amigos, que tiveram uma paciência invejável para lidar comigo, pois eu sei o quanto posso ser, digamos que intenso. Meus agradecimentos aqui serão para a Ingrid Figueiredo, que foi uma mãe no início da minha graduação e uma amiga sem igual, lá em Volta Redonda, assim como para à Juliana Ferreira, que foi minha psicóloga e confidente, à Bruna Ferreira, por me aguentar nas caronas, nas aulas e na vida, assim como ao Alexandre Silva, Diego Esteves, Edmarlon Viana, Jonathas Abreu e Renato Magalhães, por aguentarem as minhas ignorâncias. Obrigado, amigos! Agradeço também a minha orientadora Solange Roza, pela paciência, interesse, competência, pontualidade e companheirismo neste processo desgastante e tenso, que é o trabalho de fim de curso. Agradeço também o apoio dos meus familiares, por nunca julgarem, apesar de se surpreenderem sempre que digo que quero tentar algo novo, mudar de curso, de instituição, cidade. Obrigado por aguentarem a metamorfose ambulante que sou. RESUMO O trabalho em questão trata de um estudo de viabilidade econômico-financeiro elaborado a partir de dados obtidos de uma loja da Franquia X, comerciante de produtos naturais e situada na cidade do Rio de Janeiro. A princípio, foram coletados dados referentes às receitas, despesas e custos, a fim de verificar volume de receita e volume de despesas e custos, para que fosse possível utilizar as ferramentas básicas de análise financeira e calcular o ponto de equilíbrio e fazer projeções para os próximos 3 anos. Entretanto, como a loja está operando há menos de um ano, os dados reais obtidos foram apenas dos seis primeiros meses, sendo necessárias algumas adaptações e projeções para os seis meses seguintes, de modo a completar um ano civil. Dando continuidade ao projeto, para alcançar o objetivo proposto, foram apresentados os dados referentes aos custos e despesas fixas e variáveis, custo de implementação, Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) do primeiro ano e o Fluxo de Caixa (FC) do primeiro, segundo e terceiro anos projetados. A partir disto, foram utilizadas, também, ferramentas de auxílio à tomada de decisão, com Valor Presente Líquido (VPL) e Taxa Interna de Retorno (TIR). E, a fim de identificar o período de tempo necessário para que as entradas de caixa fossem suficientes para cobrir a saída de caixa inicial, também foi feito o cálculo do Payback. Palavras-chave: Viabilidade econômico-financeira; Valor Presente Líquido (VPL); Taxa Interna de Retorno (TIR); Payback. ABSTRACT The work in question is an economic-financial viability study, based on figure obtained from a X Franchise, a natural products dealer located in the city of Rio de Janeiro. At first, figure on financial income, expenses and costs were collected in order to verify the volume of income and volume of expenses and costs, so that it was possible to use the basic financial analysis tools and calculate the break-even point and make projections for the civil year, since the store has been operating for less than a year and the figure obtained was for the first six months, some adjustments and projections were necessary for the next six months, so that it would complete a calendar year. Continuing the project, the data on fixed and variable costs and expenses, implementation cost, Statement of Income for the first year and Cash Flow (FC) of the first, second and third year projected. From this, decision support tools were also used, with Net Present Value (NPV) and Internal Rate of Return (IRR). And in order to identify the time required for the revenue to be sufficient to recover the initial cost, we also present the Payback calculation. Key Words: Economic and Financial Viability; Net Present Value (NPV); Internal Rate of Return (IRR); Payback. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS C.F. – Custo Fixo Ct. – Custo Total C.V. – Custo Variável CMV – Custo da Mercadoria Vendida DRE – Demonstração do Resultado do Exercício F.C. – Fluxo de Caixa I.I. – Investimento Inicial TIR – Taxa Interna de Retorno VPL – Valor Presente Líquido LISTA DE FIGURAS Figura 1: Investimento inicial segundo franqueador .................................................................12 Figura 2: Investimento inicial segundo franqueado ..................................................................14 Figura 3: Despesas Fixas ..........................................................................................................16 Figura 4: Custos Fixos ..............................................................................................................16Figura 5: Custos Variáveis ........................................................................................................17 Figura 6: Despesas Variáveis ....................................................................................................18 Figura 7: Gráfico de Tendência Linear......................................................................................19 Figura 8: tabela de consolidação de custos e despesas totais, Lucro e Prejuízo .......................20 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 1 1.1 Contextualização ........................................................................................................................ 1 1.2 Suposição ................................................................................................................................... 2 1.3 Objetivos da Pesquisa ................................................................................................................ 2 1.3.1 Objetivo Final ..................................................................................................................... 3 1.3.2 Objetivos Intermediários ..................................................................................................... 3 1.4 Delimitação da Pesquisa ............................................................................................................ 4 1.5 Relevância do Estudo ................................................................................................................. 4 2. METODOLOGIA .......................................................................................................................... 6 2.1 Conceito ..................................................................................................................................... 6 2.2 Metodologia Utilizada ................................................................................................................ 6 2.3 Limitações do Método ............................................................................................................... 8 3 REVISÃO TEÓRICA ..................................................................................................................... 9 3.1. O sistema de franquias .............................................................................................................. 9 3.2 Planejamento Financeiro .......................................................................................................... 10 3.2.1 A importância da análise de investimento ........................................................................ 10 3.2.2 Fluxo de Caixa .................................................................................................................. 10 3.2.3 Investimento Inicial........................................................................................................... 11 3.2.4 Técnicas de orçamento de capital ..................................................................................... 12 4 PLANO DE VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA .................................................. 16 4.1 Investimento Inicial.................................................................................................................. 16 4.2 Ajustes e projeções dos dados obtidos ..................................................................................... 19 4.3 Despesas Fixas ......................................................................................................................... 20 4.4 Custos Fixos ............................................................................................................................. 21 4.5 Custos Variáveis ...................................................................................................................... 22 4.6 Despesas Variáveis .................................................................................................................. 22 4.6.1 Custos e Despesas a partir das projeções .......................................................................... 23 4.7 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) .................................................................... 24 4.8 Possíveis Cenários.................................................................................................................... 25 5 CENÁRIOS POSSÍVEIS .............................................................................................................. 27 5.1. Cenário 1 ................................................................................................................................. 27 5.1.1 Ano 1 ................................................................................................................................. 27 5.1.2 Ano 2 ................................................................................................................................. 27 5.1.2 Ano 3 ................................................................................................................................. 28 5.2 Cenário 2 .................................................................................................................................. 29 5.2.1 Ano 1 ................................................................................................................................. 29 5.2.2 Ano 2 ................................................................................................................................. 30 5.2.3 Ano 3 ................................................................................................................................. 31 5.3 Cenário 3 .................................................................................................................................. 31 5.3.1 Ano 1 ................................................................................................................................. 31 5.3.2 Ano 2 ................................................................................................................................. 32 5.3.3 Ano 3 ................................................................................................................................. 32 6 MÉTODOS DE ORÇAMENTO DE CAPITAL ........................................................................ 34 6.1 Fluxos de Caixa (FC) ............................................................................................................... 34 6.2 Payback .................................................................................................................................... 35 6.3 Valor Presente Líquido (VPL) ................................................................................................. 36 6.4 Taxa Interna de Retorno (TIR) ................................................................................................. 36 7. CONCLUSÕES ............................................................................................................................ 37 8. REFERÊNCIAS ........................................................................................................................... 38 1 INTRODUÇÃO 1.1 Contextualização É muito comum, hoje em dia, nos depararmos com lojas de modelos idênticos, assim como marca, cores e métodos, seja ele comércio de perfumes, fast-food ou produtos naturais, por exemplo. Este método, como já se sabe, mesmo não demandando elevado grau de instrução, é conhecido como Sistema de Franquias ou Franchising. Esta éuma forma que o detentor da marca ou patente (franqueador) utiliza para expandir seu negócio, concedendo, por meio de contrato, que terceiros (franqueado) façam uso de sua marca ou patente, recebendo por isso, uma taxa inicial de franquia, que varia de acordo com a popularidade da marca no mercado e permite ao franqueado utilizar-se deste sistema e marca específico (SEBRAE, 2016). Existe, também, a Taxa de Royalties que, segundo a Lei de Franquia Brasileira (Lei 8.955/94), os royalties no contrato de franquia são definidos como sendo a “remuneração periódica pelo uso do sistema, da marca ou em troca dos serviços efetivamente prestados pelo franqueador ao franqueado”. Esta lei não especifica quais os tipos de royalties podem ser cobrados, porém diz que, no momento da oferta, o contrato ou circular deve conter informações explícitas a respeito destas taxas periódicas (ABF, 2014). Existe um setor em crescimento exponencial no Brasil, que é o setor de alimentos ligado à saúde e bem-estar, que segundo o SEBRAE, cresceu 98% de 2009 a 2014, movimentando um montante superior a US$35 bilhões por ano no Brasil (SEBRAE, 2017). Logo, a partir destas informações, inicia-se o estudo a respeito de uma franquia do ramo alimentício, voltado ao público consumidor de produtos naturais, baseada na cidade do Rio de Janeiro. Este estudo analisa, utilizando-se dos índices financeiros tradicionais, baseado nos dados fornecidos pelo proprietário da franquia, a viabilidade econômico-financeira da empresa. Verifica se a mesma possui o potencial necessário para recuperar o seu investimento inicial, através do cálculo do período de payback, que, segundo Gitman (2010, p. 366) é o período de tempo que a empresa leva para começar a recuperar seu investimento inicial, complementando 2 com uma projeção de fluxo de caixa, para identificar a diferença da quantidade de dinheiro que entra e da quantidade de dinheiro que sai, de acordo com Ross et al. (2013, p. 37). Também são calculados o Valor Presente Líquido, para auxiliar na diferenciação entre valor de mercado do investimento e seu custo e a Taxa Interna de Retorno, que é uma taxa implícita que resume os méritos de um projeto, segundo Gitman (2010). Através destes cálculos, foram considerados três cenários: pessimista, mais provável e otimista, para que se possa antever os possíveis resultados do negócio. Os resultados obtidos expressam a realidade financeira da empresa, com intuito de auxiliar o franqueado a identificar a viabilidade do seu negócio, auxiliando-o também, na avaliação da possibilidade de abertura de uma segunda loja. Com base no exposto, o problema desta pesquisa consiste em responder as seguintes questões: este negócio é viável, financeiramente falando e, com bases nestes dados, é interessante a abertura de uma nova loja? 1.2 Suposição Supõe-se que através de uma análise por índices, a administração seja capaz de identificar a viabilidade financeira da loja em questão, analisar sua rentabilidade e o quão lucrativo a empresa pode, ou não, ser, para que possa ter uma base palpável para verificar as condições da abertura de uma segunda loja. 1.3 Objetivos da Pesquisa Segundo Vergara “se o problema é uma questão a investigar, objetivo é um resultado a alcançar. O objetivo final, se alcançado, dá resposta ao problema. Objetivos intermediários são aqueles cujo atingimento depende o alcance do objetivo final”. (VERGARA, 2000). Gil define a pesquisa como principal meio de descobrir as respostas para problemas, utilizando- se de procedimentos científicos. (GIL, 2008). 3 Já Marconi e Lakatos tratam métodos de pesquisa como “conjunto de atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo, [...] traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando decisões do cientista.” (MARCONI e LAKATOS, 2003). Por fim, podemos dizer que os objetivos são um percurso que aponta diretamente para os resultados almejados, e assim podemos definir que os objetivos apontam para os resultados que se pretendem atingir ao final da pesquisa. 1.3.1 Objetivo Final O objetivo final desta monografia consiste em verificar a viabilidade econômico-financeira da franquia no mercado atual através de índices tradicionais de análise financeira e identificar, através dos cálculos por índices, a possibilidade de abertura de uma segunda loja 1.3.2 Objetivos Intermediários • Consolidar e analisar os dados da franqueada junto à contabilidade, a fim de verificar quais índices financeiros serão calculados; • Realizar dos cálculos necessários para justificar a posição da empresa no mercado; • Apresentar, com base nos cálculos, cenários pessimista, mais provável e otimista; • Identificar se é viável a abertura de uma segunda loja; 4 1.4 Delimitação da Pesquisa Segundo Prondanov e Freitas, “delimitar o assunto significa selecionar um tópico ou a parte dele que desperta maior interesse por parte do pesquisador, como também da comunidade acadêmica e profissional, indicando assim sob que ponto de vista o assunto que será focalizado. ” (PRODANOV e FREITAS, 2013) Já, de acordo com Alyrio, como não podemos falar sobre todo o assunto, devemos estabelecer um limite, ou seja, você delimita o assunto específico, o qual será base do seu trabalho. (ALYRIO, 2009). Desta forma, tem-se que este trabalho baseou-se em construir cenários possíveis com intuito de fornecer dados suficientes para os cálculos a partir das ferramentas básicas de análise financeira, como a TIR, o VPL e o Payback, a fim de analisar a viabilidade do negócio. 1.5 Relevância do Estudo Um estudo torna-se relevante, em termos científicos, de acordo com Prodanov e Freitas, quando o estudo proporciona novos conhecimentos à área, e em termos práticos, quando a pesquisa em questão traz benefícios à humanidade, campo de estudo, etc. (PRODANOV e FREITAS, 2013) Já a professora Vergara (2000) conceitua relevância do estudo como resposta do autor as indagações do leitor, justificando a importância do presente estudo. (VERGARA, 2000) E, conforme Beuren (2006), relevância é “a importância científica do tema e a contribuição do trabalho monográfico para esclarecimento ou enriquecimento do assunto”. (BEUREN, 2006) A escolha deste tema está diretamente relacionada com a área de maior afinidade do pesquisador, enriquecendo seus conhecimentos e auxiliando-o em seu desenvolvimento profissional. Outro fato relevante a ser mencionado é a ausência de conhecimento por parte de muitos empresários, que abrem seu negócio, muitas vezes por impulso, sem nenhum tipo de auxílio de ferramentas de análise e, por isso, a taxa de mortalidade de novos empreendimentos, embora 5 venha diminuindo nos últimos anos, ainda é significativa. Mais especificamente, segundos dados do SEBRAE (2016), a taxa de sobrevivência das microempresas (ME) vem decrescendo, porém, quando incluído nas pesquisas o microempresário individual (MEI), esta taxa de sobrevivência se eleva para 77%, nos dados colhidos até 2012. Apresentado estes fatos, este trabalho, mesmo sendo um estudo de uma empresa específica, busca demonstrar a importância de um estudo de viabilidade e retorno do investimento inicial, para que se possa identificar, principalmente antes de tomar a decisão efetiva de abrir um negócio, se este será rentável ou não. 6 2. METODOLOGIA 2.1 Conceito Metodologia, na origem do termo, que significa “estudo dos caminhos”,segundo Lakatos e Marconi (2003), caracteriza-se pelo “conjunto de atividades sistemáticas e racionais que permite alcançar o objetivo, traçando o caminho a ser seguido (...)” (LAKATOS; MARCONI. 2003, p 83). A respeito da metodologia científica, HABERMAS (1981) apud diz que “só pode ser respeitado como científico aquilo que se mantiver discutível” (apud DEMO. 1995, p. 14). Já Prodanov e Freitas (2013) trata metodologia como “aplicação de procedimentos e técnicas que devem ser observadas para construção do conhecimento, com o propósito de comprovar sua validade e utilidade nos diversos âmbitos da sociedade”. (PRODANOV; FREITAS. 2013, p. 14). 2.2 Metodologia Utilizada Buscando alcançar os objetivos planejados, a metodologia utilizada foi uma análise comparativa, que segundo Prondanov e Freitas (2013) “ocupa-se da explicação dos fenômenos e permite analisar o dado concreto (PRONDANOV; FREITAS. 2013, p. 38), de teor quantitativo, visto que, de acordo com Collins e Hussey (2005), o método quantitativo trata de coletar e analisar dados numéricos. (COLLINS; HUSSEY; 2005). Utilizando-se das palavras de Prondanov e Freitas (2013) para auxiliar na explicação da pesquisa quantitativa, eles dizem que este tipo de pesquisa visa “traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. ” E utilizam-se de dados estatísticos como centro do processo de análise de um problema. (PRONDANOV; FREITAS. 2013, p. 70). Através da análise por índices, foi possível realizar uma análise descritiva, demonstrando a realidade financeira da empresa. Segundo Gil (2008) mudanças quantitativas graduais geram mudanças qualitativas. Foi realizada, em conjunto com a análise descritiva, a pesquisa analítica, 7 uma vez que a característica deste tipo de pesquisa é, como diz Collins e Hussey (2005) “entender fenômenos, descobrindo e mensurando relações casuais entre eles”. Os dados foram coletados através do método de triangulação de dados, que, segundo Vergara (2005) trata-se da aquisição de dados a partir de diversas fontes, como a aquisição através, diretamente, da contabilidade e também da empresa objeto do estudo. Um aspecto que faz com que o método de estudo de casos seja ideal para este projeto é, segundo Collins e Hussey (2005) a reunião de informações detalhadas sobre uma organização, levando em consideração, diversas variáveis, pois como o estudo será feito em cima de análise por índices, serão levados em consideração os custos, receitas, entre outras. Na primeira etapa do trabalho foram coletados os dados iniciais, como balanços, balancetes, relatórios de custos, despesas e receitas da empresa e a coleta de dados referentes aos custos de implantação da empresa, assim como custos para legalização, entre outros, que possam não constar nos relatórios da contabilidade. No segundo momento, iniciam-se os cálculos das projeções das receitas para o segundo semestre do ano civil, realizado através do método de linha de tendência linear. Com as receitas projetadas, foi possível calcular as despesas e custos variáveis, onde foi identificada a proporção do custo variável sobre a receita, assim como das despesas variáveis sobre a receita, e a média destes valores obtidos foram utilizadas como base para a projeção dos custos e das despesas variáveis do segundo semestre (semestre projetado). Porém, houve um contratempo com um dado não contabilizado pelo setor responsável da loja, que foi o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV). Este dado foi apresentado somente em referência aos meses de abril e maio de 2017 e, por este motivo, a média foi feita em cima destes meses e projetadas a frente. Na terceira etapa foram criados os três possíveis cenários com projeções de três anos, cada, levando em consideração a variante CMV. Na quarta etapa calculam-se os principais índices utilizados para análise de investimentos, como Payback, Valor Presente Líquido (VPL) e Taxa Interna de Retorno (TIR) baseado em cada cenário apresentado. 8 A quinta etapa foi a conclusão, baseada nos resultados obtidos na etapa anterior, analisando seus resultados. 2.3 Limitações do Método Vergara (2000) diz que todos os métodos têm suas possibilidades e limitações, porém que ainda assim se justificam como o mais adequado aos objetivos da investigação. (VERGARA, 2000). A maior limitação para o método utilizado neste trabalho, pode-se dizer com certeza, é que, para realização dos cálculos, ficou-se limitado aos dados apresentados pela empresa, baseando- se completamente nos documentos e informações apresentadas por estas, juntamente com a empresa responsável pela parte contábil. E, também, a empresa opera há apenas seis meses, o que dificulta uma projeção anual e, por isso a projeções deu-se através do método de linha de tendência linear. Outra limitação que dificultou a verificação de subestimação dos custos ou superestimação das receitas foi a falta de contabilização do CMV, por isso este item foi utilizado como fator variável. Pois, supor um valor aleatório pode ser um risco ao final do projeto, por apresentar dados muito distantes da realidade do negócio e passar uma ideia completamente equivocada sobre a viabilidade do negócio. Esta variável de ajuste interfere diretamente na subestimação dos custos variáveis e da receita. O ajuste deste dado nos permite identificar, em três possíveis cenários, qual a porcentagem adequada de CMV para que a empresa recupere o seu investimento inicial. 9 3 REVISÃO TEÓRICA 3.1. O sistema de franquias Também chamado de Franchising, este é um sistema utilizado atualmente no mercado, principalmente do ramo alimentício e perfumarias (que é mais comumente visto), que vem ganhando força e crescendo amplamente no país. Segundo a ABF, o crescimento foi de 8,3% em 2016, com um faturamento superior a R$151.240 bilhões (ABF, 2017). Uma forma rentável que as empresas utilizam para expandir sua marca, e um modelo onde, conforme explica o SEBRAE, o proprietário da marca ou patente, também conhecido como franqueador, concede, através de contrato, que terceiros utilizem sua marca e modelo de negócio, gerando uma receita logo na assinatura do pré-contrato ou contrato, chamada de Taxa de Franquia. (SEBRAE, 2016) Após a assinatura do contrato, de acordo com a SEBRAE, o franqueado deve receber a orientação necessária para instalação e operação da unidade, assim como consultoria a respeito da estrutura da loja, dos processos e administração, sem que seja caracterizado vínculo empregatício. A assessoria visa manter na franqueada, padrão idêntico ao da matriz, que é a principal característica deste sistema. (SEBRAE, 2016). Pesquisas de Desempenho do setor em 2016, realizada pela ABF, mostram como o setor de franchising brasileiro se manteve durante o atual cenário econômico do país. A pesquisa aponta um total de 142.593 unidades e 1.192.495 de empregos diretos. (ABF, 2017). Em resumo, o sistema de franquias é um modelo de negócios, onde o portador da marca ou patente (franqueador) expande seu negócio, concedendo a terceiros, mediante um aporte financeiro e uma taxa mensal de royalties, o direito de utilizar sua marca ou patente e também de exploração comercial do que tiver sido desenvolvido ou testado por ela. (SEBRAE, 2016). 10 3.2 Planejamento Financeiro 3.2.1 A importância da análise de investimento Sabe-se que, toda e qualquer pessoa que pense em ter seu próprio negócio, deverá investir de alguma forma uma quantia, seja para aquisiçãode matéria-prima para iniciar um negócio caseiro ou, neste caso, um aporte financeiro, caso seja uma franquia (chamado de taxa de franquia). Quando se investe em algo, a primeira coisa que se pergunta é: o que vou receber por isso e quando? De acordo com ASSAF e LIMA (2014), esses métodos de análises podem ser classificados em dois grupos: “os que levam em conta o valor do dinheiro no tempo e os que consideram essa variação por meio do critério do fluxo de caixa descontado” (ASSAF; LIMA. 2014. p, 394). Utilizando a definição de Assaf e Lima (2014) acima, pode-se dizer que, para responder a esta pergunta com certo grau de confiabilidade, foi necessário aplicar o cálculo de alguns índices para que fosse possível, então, analisar se a transação era viável ou não para o investidor. Procura-se estimar o período de tempo necessário para que a empresa recupere todo capital investido, conhecido como Payback, o valor do dinheiro no tempo, conhecido como Valor Presente Líquido (VPL) e a taxa da diferença entre o valor do investimento inicial e o valor final, chamada de Taxa Interna de Retorno (TIR), de acordo com Gitman (2010). 3.2.2 Fluxo de Caixa O Fluxo de Caixa, de acordo com Ross et al. (2013) “é a diferença entre a quantidade de dinheiro que entrou e a quantidade que saiu. (ROSS et al. 2013, p. 37). Gitman (2010, p. 95) informa que esta é uma importante ferramenta na tomada de decisões e planejamento, e que é o principal foco dos gestores financeiros. Cabe frisar que existe uma demonstração financeira chamada de demonstração de fluxos de caixa, mas que, como explica Ross et al. (2013, p. 37) 11 não deve ser confundida com Fluxo de Caixa, que é “uma certa flexibilidade para mostrar as fontes e os usos do caixa em uma demonstração financeira” (Ross et al., 2013, p. 55). De acordo com Puccini (2011), “Fluxo de caixa é uma sucessão temporal de entradas e de saídas de dinheiro no caixa de uma entidade. (PUCCINI, 2011. P, 20). Gitman (2010) expõe um fator que afeta o fluxo de caixa: a depreciação e demais despesas não desembolsáveis, o que, no caso deste trabalho, não se aplica, pelo fato de a empresa não possuir maquinário e nem possuir dados a respeito de depreciação. As saídas de caixa são classificadas como custos e despesas e, no que diz respeito a custo, segundo a NPC 02 do IBRACON (1999): “Custo é a soma dos gastos incorridos e necessários para a aquisição, conversão e outros procedimentos necessários para trazer os estoques à sua condição e localização atuais, e compreende todos os gastos incorridos na sua aquisição ou produção, de modo a colocá-los em condições de serem vendidos, transformados, utilizados na elaboração de produtos ou na prestação de serviços que façam parte do objeto social da entidade, ou realizados de qualquer outra forma. ” A respeito de despesa, de acordo com NPC 14 (2011), “Despesa é saída ou decréscimo de recursos econômicos durante o período, que ocorre no curso das atividades ordinárias de uma empresa, excluídas as reduções patrimoniais decorrentes de pagamento de recursos efetuados aos proprietários, acionistas ou cotistas. ” 3.2.3 Investimento Inicial Segundo Gitman (2010), investimento inicial é “uma referência às saídas de caixa relevantes a serem consideradas na avaliação de um possível investimento de capital. ” (GITMAN, 2010. p, 334). Gitman também diz que, se o novo ativo não está substituindo nenhum ativo antigo, o valor de compra ou aquisição, ajustados às variações do capital de giro líquido é o valor do investimento inicial (na data zero). (GITMAN, 2010). O professor Fusco fala sobre o investimento inicial como aquela quantia necessária para que a empresa seja criada e comece sua operação, incluindo-se seus custos de instalações, móveis e 12 equipamentos e capital de giro, dividindo assim, o investimento inicial em Físico e Financeiro. (FUSCO, 2016). Tendo conceituado as ferramentas que compõe um planejamento financeiro e investimento inicial, podemos dizer que, no caso de uma franquia, o planejamento se inicia a partir dos valores estimados pelo franqueador sobre o quanto deveria ser gasto no período de tempo compreendido entre a implantação e funcionamento da loja. 3.2.4 Técnicas de orçamento de capital De acordo com Gitman (2010) as técnicas utilizadas neste trabalho são as mais comuns, utilizando procedimentos de valor do dinheiro no tempo, risco e retorno e demais conceitos de avaliação, a fim de identificar a situação financeira da empresa e maximizar a riqueza do proprietário. Segundo Ross et al (2013) a técnica de orçamento é utilizada para “analisar os empreendimentos potenciais para resolver quais valem a pena. ” (Ross et al. 2013. P, 282) Groppelli (1998) expõe que estas ferramentas são utilizadas para “avaliar, comparar e selecionar projetos que obtenham o máximo de retorno ou a máxima riqueza para os acionistas.” (Groppelli, 1998. P, 134) As técnicas abordadas pelos autores acima citados são os mesmos aplicados a este trabalho: ➢ Valor Presente Líquido (VPL); ➢ Taxa Interna de Retorno (TIR); ➢ Payback; 13 3.2.4.1 Valor Presente Líquido (VPL) De acordo com Gitman (2010), o Valor Presente Líquido (VPL) é uma técnica sofisticada de capital e, em resumo, “é o valor do dinheiro no tempo” e é encontrado quando é subtraído do valor do investimento inicial, os valores de entradas de caixa, descontando-se a taxa de custo de capital. (GITMAN. 2010, p. 369). Já Ross et al. (2013) diz que o Valor Presente Líquido (VPL) é “a diferença entre o valor de mercado de um investimento e seu custo”. Ross at al. (2013) explica também como analisar se certo investimento é viável ou não, através de estimativas, como avaliar o valor de mercado do negócio em questão, ou retorno estimado, e a estimativa do custo de implantação. Se a diferença for positiva, então o negócio pode valer a pena, tendo sempre em vista que há riscos, visto que estas foram estimativas, e não há garantias de que as estimativas estejam corretas. (ROSS et al. 2013, p. 283) Podemos conceituar de várias formas o que é o Valor Presente Líquido. Assaf (2014) diz, em suma, que o valor presente líquido é identificado pela “diferença entre o valor presente dos benefícios líquidos de caixa [...] e o valor presente do investimento. ” (ASSAF. 2014. P, 394). A fórmula utilizada para o cálculo do valor presente líquido (VPL), utilizada por Brigham e Houston, é: Que, representado em forma de somatório é: N ∑ = FCj - CF0 (1 + i) j j = 1 Em que, segundo Puccini (2011. P, 166) 14 ➢ FCj - Fluxos de caixa esperados de entrada de caixa no período j; ➢ FC0 ou Investimento Inicial - é a saída de caixa (investimento); ➢ i - é a taxa de atratividade utilizada para atualizar o fluxo de caixa; Muitas vezes, para fins, inclusive, didáticos, vemos a representação do fluxo de caixa da seguinte forma: Dito isso, sabe-se que se deve aceitar projetos com VPL maior ou igual a zero e rejeitar os que forem negativos, pois o VPL indica a riqueza gerada pelo projeto ou o prejuízo que pode causar, caso seu valor seja negativo. (PUCCINI, 2011. P, 167). 3.2.4.2 Taxa Interna de Retorno (TIR) É a taxa que, quando descontada, torna o valor presente líquido nulo, ou seja, é a taxa de juros que, em dado momento, iguala os valores atualizados de entrada e saída de caixa. (Puccini. 2011. P, 168). A Taxa Interna de Retorno é tida pelos gestores como a alternativamais importante em relação ao VPL, diz Ross (2013, p. 294). Diz também que, certa taxa de retorno só é aceitável, de acordo com a regra da TIR, se a TIR exigida for maior do que o retorno exigido. Gitman (2010, p. 371) dá uma explicação mais objetiva e matemática, dizendo que “a TIR consiste na taxa de desconto que faz com que o VPL de uma oportunidade de investimento seja igual a R$ 0 [...]”. Ou seja, é a taxa da diferença entre o valor inicialmente investido e o valor final, ao longo de certo período de tempo. A TIR pode ser representada pela seguinte fórmula: 15 Onde, ➢ FCj - Fluxos de caixa esperados de entrada de caixa no período j; ➢ i - é a taxa de atratividade utilizada para atualizar o fluxo de caixa; ➢ j - é o período de tempo onde ocorre a entrada ou saída de capital; Caso seja necessário demonstrar memória de cálculo, a utilização da fórmula se faz necessária para demonstração do resultado da TIR. 3.2.4.3 Payback É, basicamente, de acordo com Gitman (2010) o período de tempo que a empresa leva para começar a recuperar seu investimento inicial, sendo preferível os mais curtos, já que isso significa que será possível recuperar o investimento em menor prazo. (GITMAN, 2010). Nas palavras de Brigham e Houston, payback é “o número de anos que se espera ser necessário para recuperar o investimento original. ” (BRIGHAM; HOUSTON; 2013, P 381). Ross et al. (2013) explica que, para um investimento ser aceitável, o interessante é que o período de payback seja menor do que o número pré-determinado de anos, ou pode-se dizer também, o período máximo aceitável, o que significa que haverá um retorno deste investimento. Caso o período de payback seja maior do que o período máximo aceitável, significa que não será possível a recuperação do investimento inicial. O cálculo é feito com base no somatório nas entradas de caixa, porém é um método falho, pois este cálculo não leva em consideração o valor do dinheiro no tempo, o risco e os fluxos de caixa. (ROSS et al. 2013). A fórmula, normalmente utilizada, é: 16 Embora esses cálculos possam ser realizados em Excel ou na própria HP 12C, é importante saber que é possível realizá-los através de fórmulas. 4 PLANO DE VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA A partir deste ponto, o objetivo se encontra em pôr em prática o assunto abordado no referencial teórico. Com base nos dados fornecidos pelo proprietário da loja, foram realizados cálculos dos Fluxos de Caixa do período, VPL, TIR e payback, para que se possa analisar a realidade financeira da empresa em questão. Buscar-se-á identificar quando e/ou se a empresa conseguirá o retorno de seu investimento inicial e a partir de quando a empresa conseguirá obter lucro. Para melhor contextualização, alguns dados são apresentados ao longo do estudo. 4.1 Investimento Inicial Neste ponto do projeto, tem-se como objetivo mostrar o montante utilizado desde a abertura do negócio até seu funcionamento. O cálculo baseia-se em todo gasto a partir do momento em que foi assinado o contrato de franquia até a abertura das portas da loja, incluindo as despesas pré- operacionais. A princípio, a ideia de gastos para abertura da loja, de acordo com estimativas iniciais realizadas pelo franqueador, eram de, aproximadamente, R$ 149.000,00, seguindo a tabela abaixo: Investimento Inicial Ganho no Período Payback = 17 Figura 1: Investimento inicial segundo franqueador FONTE: Proprietário da Franquia “x”. Porém, ao longo do trabalho, identificou-se que essas estimativas estavam fora da realidade do valor de investimento inicial da empresa em questão. Segundo dados fornecidos pelo investidor/franqueado, que disponibilizou seus custos de implementação e taxas pagas ao franqueador, as despesas para implementação do negócio giraram em torno de R$ 342.794,78, discriminada da seguinte forma: Figura 2: Investimento inicial segundo franqueado CONTRATAÇÃO DO PONTO Despesa com Translado para visita de imóveis Despesa com cartório para assinatura de contrato Capitalização para substituição de fiador Seguro de incêndio do imóvel cru Revisão dos Condicionadores de ar Revisão dos Portões SUBTOTAL 57.319,00$ 300,00$ 30,00$ 51.000,00$ 189,00$ 2.900,00$ 2.900,00$ 57.319,00$ ABERTURA DA EMPRESA Serviços de Contabilidade para a abertura da Empresa Taxa para constituição da empresa DARJ Taxa para registro de comércio DARF Taxa de ICMS JUCERJA Despesas de cartório Alvará de funcionamento Alvará do Corpo de Bombeiros Licenã de Letreiros Projeto de Segurança Incêndio PPRA/PCMSO SUBTOTAL 4.734,38$ 40,00$ 753,08$ 160,00$ 140,00$ 1.500,00$ 400,00$ 4.737,38$ 1.200,00$ 169,30$ 21,00$ 351,00$ DESPESAS 1 - Taxa de Franquia 2 - Abertura da Empresa (Contituição Pessoa Jurídica) 3 - Projeto Arquitetônico 4 - Mobiliário, Equipamentos, Obras e Adequações 5 - Estoque Inicial 6 - Outros (uniformes, sacolas) 7 - Marketing de Lançamento 8 - Capital de Giro 40.000,00$ 4.500,00$ 5.000,00$ ENTRADA EM OPERAÇÃO 10.000,00$ *valores estimados para metragem mínima 60m², podendo sofrer variações de acordo com as condições do imóvel e negociações de aquisição VALORES 40.000,00$ 1.500,00$ 3.000,00$ 45.000,00$ INVESTIMENTO INICIAL 18 FONTE: Contabilidade da franquia “x” ADEQUAÇÃO DA LOJA Serviço de Engenharia para Reforma Porcelanato Material de Construção Luminárias de LED Sistema contra fogo (Extintor) Projeto de segurança Incêndio Móveis Expositores de Produtos (Italínea) Dispenser para Granel (Neogranel) Expositor de Marcas Leitores, Placas e Adesivos SUBTOTAL 125.625,24$ 550,00$ 1.500,00$ 50.000,00$ 31.038,27$ 4.000,00$ 12.559,00$ 125.625,24$ 12.791,00$ 4.586,97$ 4.500,00$ 4.100,00$ APARELHAMENTO DA LOJA 4 Computadores 1 Impressora 2 No-Break 2 Condicionadores de Ar + 2 cortinas de ar 1 Celular Samsung 3 Etiquetadoras de Preços 1 Balança etiquetadora 2 Expositores de bebidas 1 conjunto de andaime para acesso 1 Bebedouro Sistema CFTV (Câmeras de segurança) Sistema de Alarmes Sistema de Telefonia 4 pontos 2 impressoras notas fiscais + 2 leitores cód. De barras Licença Sistema Linx Módulo adicional TEF Licença Pacote Office Licença Windows 1 escrivaninha, 1 cadeira, 2 roupeiros e 1 cofre 2 conjuntos de mesas com 4 cadeiras1 mesa bristô + 2 banquetas 2 Cadeiras de caixa (op. Caixa) 1 Estante para área de vendas Armário de Copa Jogos de pratos 1 cafeteira SUBTOTAL 280,00$ 1.080,00$ 473,00$ 340,00$ 130,00$ 487,00$ 7.098,12$ 55.905,13$ 3.030,00$ 989,00$ 1.400,00$ 1.984,19$ 5.650,00$ 700,00$ 400,00$ 500,00$ 2.327,04$ 1.399,00$ 120,00$ 3.107,07$ 5.565,00$ 1.046,71$ 599,00$ 55.905,13$ 10.800,00$ 1.000,00$ 1.150,00$ 4.250,00$ ESTOQUE INICIAL Alimentos Vinhos Sacolas SUBTOTAL 96.821,03$ 96.821,03$ 66.743,98$ 22.978,93$ 7.098,12$ CAPACITAÇÃO DOS EMPREGADOS Passagem para SJP para treinamento Hospedagem em SJP para treinamento SUBTOTAL 2.390,00$ 2.390,00$ 860,00$ 1.530,00$ 19 Tendo então, como base, esta tabela de despesas iniciais, utilizou-se como investimento inicial, o montante real: R$ 342.794,78. 4.2 Ajustes e projeções dos dados obtidos Inicialmente, antes de os dados serem apresentados, faz-se necessário demonstrar os ajustes necessários para que os resultados desta empresa em questão sejam adequados paras os cálculos posteriores. O primeiro ajuste dos dados foram as projeções necessárias para que o ano civil ficasse completo e fechado. Como a empresa iniciou sua operação na segunda quinzena de março de 2017, ignorou-se o mês de inauguração, tomando como primeiro mês de operação, o mês de abril de 2017. Os dados disponibilizados pelo setor contábil da empresa foram até o mês de setembro de 2017, o que proporcionou a este estudo apenas seis meses de dados reais, sendo necessária a projeção de mais seis meses para que se completasse um ano civil e a análise fosse feita em base anual. Utilizando-se do método de linha de tendência linear, foram projetados seis meses para frente, que apesar de corresponderem no calendário aos meses de outubro de 2017 a março de 2018, foram utilizados para preencher os seis meses de informações indisponíveis. Desta forma, os meses de dados reais relativos aos meses de abril a setembro, foram recuados para o período de janeiro a junho, e os meses projetados completaram os meses de julho a dezembro de 2017. Houve alguns problemas em relação aos dados, como, por exemplo, o setor contábil não apurou o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) nos meses que vão de junho a setembro de 2017 e, por isso, uma alternativa encontrada para que o resultado não ficasse superestimado, foi calcular a relação do CMV dos meses apurados em relação à receita dos respectivos meses, para que fosse aplicado nos demais meses e em suas projeções. Um cálculo semelhante foi aplicado, também, para os impostos sobre vendas, porém somente nos meses onde houve projeção de receita. Tanto o CMV quanto os impostos sobre vendas são classificados como Custos Variáveis, pois, de acordo com Eliseu Martins (2003) são os custos que variam de acordo com o volume de produção. 20 Já os valores dos Custos Fixos (CF) e das Despesas Fixas (DF) foram mantidos em seu valor integral, já que, como explica Eliseu Martins (2003), Custos Fixos não tem relação com aumento ou diminuição da quantidade produzida e vendida. A diferença entre custo e despesa é definida, por Zanluca, como: • Custo: valor disposto à aquisição de bens e serviços para produção de outros bens e serviços; • Despesa: gastos relacionados à aquisição de bens e serviços relativos à manutenção da atividade da empresa, como materiais de escritório, por exemplo. Em relação às despesas, também podem ser classificadas em fixas ou variáveis, onde, segundo o SEBRAE, as despesas variáveis variam de acordo com volume produzido ou vendido e, no caso das despesas fixas, são aquelas que não variam proporcionalmente ao volume produzido ou vendido. Para verificar em que momento a receita consegue cobrir os custos e despesas, foi utilizada a fórmula de Ponto de Equilíbrio por volume de receita, visto que, em se tratando de um comércio, não é possível, para este trabalho, realizar o cálculo por produto individual. A fórmula utilizada foi: Receita – CV = CF 4.3 Despesas Fixas Neste item, demonstrar-se-á todos os custos e despesas que são independentes do volume de vendas, ou seja, mesmo se não houver vendas naquele mês, estas despesas e custos deverão ser pagos. Esta tabela contempla os dados adquiridos que foram utilizados como base para as projeções. 21 Figura 3: Despesas Fixas FONTE: Contabilidade da franquia “x” 4.4 Custos Fixos Estes custos, mesmo tendo a nomenclatura de “fixos”, podem variar ligeiramente, porém sua variação é irrelevante para os cálculos, visto que não estão ligados à quantidade produzida e/ou vendida. Gitman (2013, p 469) diz afirma que custos fixos são função do tempo, e costumam ser contratuais, como aluguel, por exemplo. Dito isso, será levado em consideração, como custos fixos, apenas o aluguel, IPTU e condomínio, como abaixo relacionados, que podem sofrer alterações, porém não estão ligados a aumento ou diminuição da produção ou vendas. Figura 4: Custos Fixos FONTE: Contabilidade da franquia “x” Abr Mai Jun Jul Ago Set Energia (LIGHT) R$ 150,13 R$ 1.122,73 R$ 3.283,94 2.173,22R$ 1.114,54R$ 2.052,81R$ Água (CEDAE) R$ 366,01 R$ 267,31 R$ 267,31 232,27R$ 235,08R$ 235,08R$ Telefone + Internet (NET) R$ 382,78 R$ 247,87 R$ 206,03 199,76R$ 348,05R$ 348,05R$ Celular (CLARO) R$ 54,00 R$ 54,00 R$ 54,00 R$ 54,00 -R$ R$ 0,00 Contabilidade (LICITUS) R$ 900,00 R$ 900,00 R$ 900,00 R$ 900,00 R$ 900,00 R$ 900,00 Sistema Erp-Microvix (LINX) R$ 849,00 R$ 2.072,00 -R$ Conservação/limpeza R$ 240,00 R$ 240,00 R$ 240,00 R$ 240,00 R$ 240,00 R$ 240,00 Segurança (Airton) R$ 100,00 R$ 300,00 R$ 250,00 200,00R$ 250,00R$ -R$ Marketing Publicidade R$ 960,00 R$ 500,00 R$ 1.696,20 1.168,20R$ 50,00R$ 50,00R$ DESP. Bancárias R$ 153,97 R$ 387,48 R$ 775,92 619,56R$ R$ 990,19 R$ 726,83 SIMPLES - DAS R$ 0,00 R$ 153,97 R$ 387,48 775,92R$ 619,56R$ Impostos e taxas R$ 0,00 R$ 1.015,46 R$ 0,00 -R$ 165,45R$ 165,45R$ IOF R$ 22,64 R$ 20,16 R$ 0,00 3,93R$ 2,57R$ 2,35R$ Saldo de Salários + DSR R$ 9.118,83 R$ 9.371,59 8844,69 7.984,14R$7.846,78R$ 8.016,47R$ Horas-extras R$ 1.420,19 R$ 1.616,56 1617,26 1.666,74R$ 1.332,24R$ 1.709,72R$ Comissões R$ 358,55 R$ 361,08 354,45 309,89R$ 335,00R$ 373,71R$ FGTS R$ 925,94 R$ 972,01 903,29 861,78R$ 873,56R$ 873,56R$ INSS (GPS) R$ 927,08 R$ 972,25 954,74 867,35R$ 901,63R$ 811,53R$ Uniformes R$ 166,67 R$ 166,67 R$ 166,67 R$ 166,67 R$ 166,67 R$ 166,67 Capacitação R$ 313,25 R$ 313,25 R$ 313,25 R$ 313,25 R$ 313,25 R$ 313,25 Vale Transporte R$ 1.072,52 R$ 2.065,64 R$ 1.246,00 862,00R$ 631,00R$ 1.049,00R$ Vale Refeição R$ 6.200,00 R$ 2.940,00 R$ 2.300,00 2.500,00R$ 2.200,00R$ 2.340,00R$ Férias R$ 877,78 R$ 1.125,66 R$ 1.148,14 1.011,61R$ 997,30R$ 997,30R$ 13º Salário R$ 658,32 R$ 844,26 R$ 872,74 739,77R$ 767,17R$ 722,35R$ Consumo Serviços de terceiros Financeiras Pessoal D E S P E S A S F I X A S Abr Mai Jun Jul Ago Set Aluguel R$ 8.500,00 R$ 8.500,00 R$ 8.500,00 R$ 8.500,00 R$ 8.500,00 R$ 8.500,00 Condomínio R$ 368,92 R$ 368,92 R$ 423,50 R$ 423,50 R$ 423,50 R$ 423,50 IPTU R$ 485,30 R$ 485,30 R$ 485,30 R$ 485,30 R$ 485,30 R$ 485,30 Seguros Seguro Locatário R$ 268,40 R$ 261,90 R$ 281,90 R$ 281,90 R$ 281,90 R$ 281,90 Ponto Comercial F i x o s 22 Assim como a tabela de DF, esta é apenas a informação adquirida, base dos cálculos das projeções que corresponderiam aos meses de outubro de 2017 a março de 2018 (mas que serão usados como estimativas para os meses de julho a dezembro). 4.5 Custos Variáveis Os custos variáveis utilizados para este projeto, são aqueles ligados, diretamente, às vendas, ou seja, eles variam de acordo com o volume de vendas da loja. Estes valores estão especificados na tabela abaixo: Figura 5: Custos Variáveis FONTE: Contabilidade da franquia “x” 4.6 Despesas Variáveis Estas são as despesas diretamente ligadas ao volume de vendas, ou seja, quanto maior for este volume, maiores são estas despesas. Os valores estão listados abaixo: Figura 6: Despesas Variáveis FONTE: Contabilidade da franquia “x” Abr Mai Jun Jul Ago Set Impostos Sobre Vendas R$ 384,48 R$ 775,92 R$ 619,56 731,66R$ 647,95R$ 722,06R$ Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) R$ 7.224,39 R$ 18.310,29 V a r i á v e i s Mercadorias Abr Mai Jun Jul Ago Set Material de Consumo R$ 2.064,30 R$ 352,45 313,83R$ 69,99R$ 20,00R$ 453,74R$ Fretes e Carretos R$ 371,32 R$ 439,68 492,52R$ Refeições e Lanches R$ 48,29 R$ 40,00 R$ 62,71 62,71R$ 27,01R$ Manutenção e Conservação R$ 455,69 R$ 450,00 R$ 450,00 450,00R$ 940,00R$ 1.400,00R$ Material de limpeza R$ 68,89 R$ 114,97 R$ 114,97 161,04R$ 163,49R$ Disk água R$ 96,00 R$ 96,00 R$ 96,00 R$ 96,00 R$ 96,00 R$ 96,00 D E S P E S A S V A R I Á V E I S Conservação/ Serviços gerais OUTROS 23 4.6.1 Custos e Despesas a partir das projeções Como citado acima, houve a necessidade de projetar alguns dados como: 1. Receita - para os meses posteriores ao último mês no qual houve fornecimento de dados, utilizando-se do método de linha de tendência linear, demonstrado no gráfico abaixo em consonância com a equação e o R² utilizados: Figura 7: Gráfico de tendência Linear Projeção das Receitas segundo o gráfico de tendência linear 2. Custos Variáveis: a. CMV – Para os meses nos quais não foi apurado (junho a setembro), inclusive os meses projetados (outubro/2017 a março/2018); b. Impostos sobre Vendas – para os meses onde houveram receitas projetadas, utilizando o mesmo método proposto para o CMV, foi calculada a razão entre os índices dos meses efetivamente obtidos em relação à receita; 3. Como os custos e despesas fixas não se alteram, o valor do primeiro semestre foi projetado para o segundo semestre; 24 A tabela abaixo exemplificará o que foi acima explanado: Figura 8: tabela de consolidação de custos e despesas totais, Lucro e Prejuízo 4.7 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) O objetivo da DRE é, de forma resumida, demonstrar o resultado da empresa apurado dentro do exercício, ou seja, período de doze meses. Nestes demonstrativos são incluídos os valores apresentados nas tabelas acima, de forma a analisar os dados, juntamente com auxílio do Fluxo de Caixa. Neste caso, em especial, a empresa começou a operar no mês de março, demonstrando resultado até o mês de setembro. Como dados são de apenas seis meses e, ao final, para a produção de um demonstrativo consolidado foi preciso projetar mais seis meses, os dados obtidos de abril a setembro de 2017 foram trazidos para janeiro a junho de 2017 e as projeções, que foram de outubro de 2017 a março de 2018, foram trazidos para julho a dezembro de 2017, a fim de encerrar um ano civil. Após este ajuste, foi possível conceber um demonstrativo consolidado do ano atual, conforme demonstrado abaixo: Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março Custos Fixos 9.622,62R$ 9.616,12R$ 9.690,70R$ 9.690,70R$ 9.690,70R$ 9.690,70R$ 9.690,70R$ 9.690,70R$ 9.690,70R$ 9.690,70R$ 9.690,70R$ 9.690,70R$ Custos Variáveis 7.608,87R$ 19.086,21R$ 13.516,00R$ 16.430,04R$ 16.805,05R$ 15.319,65R$ 17.059,52R$ 18.053,70R$ 19.047,89R$ 20.042,08R$ 21.036,26R$ 22.030,45R$ CUSTOS TOTAIS 17.231,49R$ 28.702,33R$ 23.206,70R$ 26.120,74R$ 26.495,75R$ 25.010,35R$ 26.750,22R$ 27.744,40R$ 28.738,59R$ 29.732,78R$ 30.726,96R$ 31.721,15R$ Despesas Fixas 26.217,66R$ 28.029,95R$ 26.782,11R$ 23.850,06R$ 21.280,03R$ 22.094,13R$ 21.846,12R$ 21.600,90R$ 21.358,43R$ 23.083,65R$ 23.083,65R$ 23.083,65R$ Despesas Variáveis 3.104,49R$ 1.493,10R$ 1.037,51R$ 839,74R$ 1.056,00R$ 2.632,76R$ 1.982,51R$ 2.098,05R$ 2.213,58R$ 2.329,12R$ 2.444,66R$ 2.560,19R$ DESPESAS TOTAIS 29.322,15R$ 29.523,04R$ 27.819,61R$ 24.689,80R$ 22.336,03R$ 24.726,89R$ 23.828,64R$ 23.698,95R$ 23.572,01R$ 25.412,77R$ 25.528,30R$ 25.643,84R$ Despesas + Custos 46.553,64R$ 58.225,37R$ 51.026,31R$ 50.810,54R$ 48.831,78R$ 49.737,24R$ 50.578,85R$ 51.443,35R$ 52.310,60R$ 55.145,55R$ 56.255,27R$ 57.364,99R$ RECEITA 13.765,09R$ 23.120,34R$ 19.587,54R$23.843,23R$ 24.539,94R$ 22.171,31R$ 24.781,40R$ 26.225,60R$ 27.669,80R$ 29.114,00R$ 30.558,20R$ 32.002,40R$ LUCRO/PREJUÍZO 32.788,55-R$ 35.105,03-R$ 31.438,77-R$ 26.967,31-R$ 24.291,84-R$ 27.565,93-R$ 25.797,45-R$ 25.217,75-R$ 24.640,80-R$ 26.031,55-R$ 25.697,07-R$ 25.362,59-R$ 25 4.8 Possíveis Cenários Visto que a empresa opera há poucos meses e os dados adquiridos equivalem somente aos seis primeiros meses onde há uma deficiência nas demonstrações no que diz respeito ao CMV, como dito anteriormente neste trabalho, foram criados três cenários, cada um deles levando em consideração uma participação do CMV na receita. Para identificar o valor do CMV em relação à receita, primeiro foi calculada a relação entre impostos sobre vendas e a receita, dado da seguinte forma: Receita 127.027,45R$ - Imposto sobre Vendas 3.881,63-R$ - CMV 84.884,19-R$ - Custos Fixos 58.144,20-R$ Resultado Operacional 19.882,57-R$ - Despesas Variáveis 10.163,59-R$ - Despesas Fixas 148.253,94-R$ Lucro/Prejuízo 178.300,10-R$ Receita 170.351,40R$ - Imposto sobre Vendas 5.110,54-R$ - CMV 112.159,36-R$ - Custos Fixos 58.144,20-R$ Resultado Operacional 5.062,70-R$ - Despesas Variáveis 13.628,11-R$ - Despesas Fixas 134.056,40-R$ Lucro/Prejuízo 152.747,21-R$ cons. Out/2017-mar/2018 Consolidado abr-set Receita 297.378,85R$ - Imposto sobre Vendas 8.992,17-R$ - CMV 197.043,55-R$ - Custos Fixos 116.288,40-R$ Resultado Operacional 24.945,27-R$ - Despesas Variáveis 23.791,70-R$ - Despesas Fixas 282.310,34-R$ Lucro/Prejuízo 331.047,32-R$ DRE - Ano 1 26 Para o cálculo da relação Despesas Variáveis pela Receita, utilizou-se o montante consolidado do primeiro semestre, dado pela fórmula: Após esta verificação, foi possível calcular a margem de lucro, utilizando a fórmula: Este valor, referente à proporção do CMV, é dado apenas por dois meses, já que os produtos a granel não estão sendo contabilizados para esta apuração. Por este motivo, acredita-se que, a partir do momento em que forem computados estes produtos, ocorra uma diminuição significativa da participação do CMV na receita. Tendo isso como ponto norteador, foram criados três cenários: o primeiro utilizando esta participação de 0,6584 encontrada nesta fórmula; o segundo cenário é baseado em uma expectativa de que esta participação caia em até 20 pontos percentuais, atingindo 0,4584. Já no terceiro e último cenário, a análise será realizada a partir do ponto de vista de que a redução do CMV pode ser o fator chave para que o investimento inicial se iguale às entradas de caixa dos três anos seguintes. A questão a ser respondida seria qual o valor necessário deste custo (CMV) para que a empresa recupere seu investimento inicial no ano 3? CMV de Abr CMV de maio Receita de abr Receita de maio ) 2 = 0,6584 ( + impostos sobre vendas de Abr impostos sobre vendas de maio impostos sobre vendas de setembro Receita de abr Receita de maio Receita de setembro + ) 6 = 0,03 + ...( + Despesas Variáveis abr-set 10.163,59 Receita abr-set 127.027,45 = = 0,08 1x - 0,03x - 0,08x - 0,6584x = Margem de Lucro (1 - 0,03 - 0,08 - 0,6584) . x = Margem de Lucro Margem de Lucro = 0,2316 27 5 CENÁRIOS POSSÍVEIS 5.1. Cenário 1 No primeiro cenário, utilizou-se os dados reais do primeiro semestre somado às projeções para o segundo semestre. Neste caso é possível identificar e demonstrar o prejuízo do primeiro ano e o montante necessário para que, no segundo ano, a empresa consiga alcançar o seu ponto de equilíbrio. No terceiro ano foi calculado o montante de receita que seria necessário para que houvesse a recuperação do investimento inicial. Como alguns dados são apresentados de acordo com a realidade do negócio, estes serão base para o cálculo de todos os cenários. 5.1.1 Ano 1 Primeira informação considerada, foi a margem de lucro (calculada na sessão 4.9), de 0,2316 e o CMV de 0,6584. Neste ano já se sabe que houve um prejuízo de R$ 331.047,32, de acordo com a DRE do ano 1. 5.1.2 Ano 2 Já no ano 2, o ideal seria que fosse alcançado o ponto de equilíbrio, e para que a empresa atinja este objetivo, ou seja, que sua receita cubra seus custos e despesas, com lucro zero, seria necessária uma receita bruta anual de R$ 1.721.065,37, ou R$ 143.422,11 mensais. Estes dados foram alcançados através da seguinte fórmula: Investimento Inicial 342.794,78R$ Custos e Despesas Fixas 398.598,74R$ Receita 1º Semestre 127.027,45R$ 28 Lembrando que foram considerados, para os custos e as despesas fixas, os mesmos valores do primeiro ano, já que são fixos. 5.1.2 Ano 3 No ano 3, o cálculo foi baseado na ideia de quanto seria necessário para que a empresa conseguisse recuperar o seu investimento inicial e, para alcançar este resultado, a seguinte ideia foi utilizada: E, para descobrir a receita necessária para que isto pudesse ocorrer, utilizou-se da fórmula: O resultado foi um montante de receita de R$ 4.630.573,58 no ano ou R$ 385.881,13 mensais. Este montante mostra que, com esta receita, o lucro deste ano seria de R$673.842,10, e assim seria possível alcançar o payback no ano 3. Porém, estes valores são praticamente impossíveis de ocorrer. Tendo em vista o desempenho da empresa no primeiro semestre de operação. Por isso, como já dito neste trabalho, a variável de ajuste será o CMV, visto que foi onde se obteve maior deficiência, devido à falta de apuração pela contabilidade da empresa e o segundo cenário baseou-se numa participação mais favorável do CMV em relação à receita. Custos e Despesas fixas Margem de Lucro Ponto de Equilíbrio = Lucro Necessário = Investimento Inicial - Prejuízo Ano 1 Lucro Necessário = 342.794,78 - (-331.047,32) Lucro Necessário = R$673.842,10 Receita Necessária = Lucro Necessário + Custos e Despesas Fixas Margem de Lucro 29 5.2 Cenário 2 Para que possamos estabelecer um novo cenário, utilizaremos uma taxa menor de CMV, pois o valor a princípio utilizado pode estar superestimado, visto que os produtos a granel não estão sendo contabilizados e, quando for feito esta contabilização, poderá reduzir a proporção do CMV em relação à receita. Por este motivo, para o segundo cenário, foi utilizado a taxa de 0,4584, para que se possa verificar o comportamento das projeções dos anos seguintes. De acordo com o SEBRAE (2017), as vendas de alimentos naturais avançaram, nos últimos cinco anos, uma taxa média anual de 12,3%. Por isto, tanto para este cenário quanto para o próximo, foi feita a hipótese de um crescimento na receita de 10% no segundo ano e de 20% no terceiro ano. Como a participação do CMV na receita foi reduzida para 0,4584, fez-se necessário alterar, também, a fórmula para identificação da margem de lucro, que resultou num aumento para 0,4316. Veja abaixo como o cálculo foi realizado: 5.2.1 Ano 1Com a margem de lucro de 0,4316, para o primeiro ano, supõe-se que a empresa alcance o ponto de equilíbrio. Qual volume de receita seria necessário para que isto ocorresse? Para responder a esta pergunta, considerou-se os custos e despesas fixas e a margem de lucro, utilizando a fórmula abaixo para identificar o volume de receita. (1x - 0,03x - 0,08x - 0,4584x) = Margem de Lucro 1 - 0,03 - 0,08 - 0,4584 = Margem de Lucro Margem de Lucro = 0,4316 Custos e Despesas fixas totais Margem de lucro Receita = 30 Então, para o primeiro ano, temos: Onde: Então, temos que Receita = Ct. Após demonstrados todos os cálculos, pode-se verificar que, para que a empresa alcance, no ano 1, seu ponto de equilíbrio, seria necessário uma receita anual de R$ 923.537,40 ou R$ 76.961,45 mensais. 5.2.2 Ano 2 Neste ano, foi suposto um aumento de 10% na receita, em relação ao ano 1, para que a receita fosse capaz de cobrir os custos e gerasse, ao menos, algum lucro. Receita (ano 2) = Receita (ano 1) . 1,1 = R$ 1.015.891,14 Neste caso, tem-se que a receita anual subiria para R$ 1.015.891,14 no segundo ano, ou R$ 84.657,59 mensais, resultando num lucro de R$ 39.859,87 no ano, porém não recuperando o I.I. 398.598,74 0,4316 923.537,40R$ Receita = = Ponto de Equilíbrio Receita - CF = CV Receita = CV + CF CV + CF = Ct X = Receita CF = 398.598,74 CV = (0,03 + 0,08 + 0,4584) . X Ct = (0,03 + 0,08 + 0,4584) . 923.537,40 + 398.598,74 Ct = 923.537,40 31 5.2.3 Ano 3 No ano 3, foi projetado um aumento de 20% da receita em relação ao ano 2, a fim de avaliar se, com esta variação, o I.I. seria recuperado. Receita (ano 3) = Receita (ano 2) . 1,2 = R$ 1.219.069,37 Então, neste ano, a receita anual seria de R$ 1.219.069,37 ou mensal de R$ 101.589,11. Pode-se verificar que, neste segundo cenário, não é possível recuperar o payback no terceiro ano, pois o lucro resultante seria de R$ 127.551,59, totalizando um lucro acumulado no terceiro ano de R$ 167.441,47. 5.3 Cenário 3 A proposta neste cenário foi: identificar o percentual do CMV adequado para que a loja recuperasse seu I.I., impreterivelmente, no terceiro ano de operação. Supondo que o valor total da receita do primeiro ano seja de R$ 923.537,40, assim como foi no primeiro ano do cenário anterior, e verificando que, com a possível alteração do CMV, há também a alteração da margem de lucro, assim como dos Ct, devido a alteração dos custos e despesas variáveis. Veja como os cálculos foram feitos em cada cenário: 5.3.1 Ano 1 Em uma suposição onde a taxa percentual do CMV cairia, aproximadamente, 5 pontos percentuais, em relação ao segundo cenário, chegando a 0,4028, que acarreta em algumas alterações que influenciam os valores de Margem de Lucro e do Ct, como é possível perceber através dos seguintes cálculos: 1 - 0,03 - 0,08 - CMV = Margem de Lucro Margem de Lucro = 0,4872 32 Com esses dados, pode-se calcular o lucro do primeiro ano, subtraindo da receita, o valor do Ct, que resultou em um montante de R$ 51.348,68 no ano. 5.3.2 Ano 2 Supondo que houve um aumento de 10% na receita, em relação ao ano anterior, o Ct foi recalculado, com base na esta receita e, consecutivamente, o lucro no ano 2. Receita (ano 2) = Receita (ano 1) . 1,1 = R$ 1.015.891,14 E Ct de R$ 919.547,72, dado pela fórmula: Assim, como o Lucro é resultante da subtração de Receita menos o Custo total, no ano 2 foi obtido um lucro de R$ 96.343,68. 5.3.3 Ano 3 Com a suposição de um aumento de 20% da receita em relação ao ano anterior: Receita (ano 3) = Receita (ano 2) . 1,2 = R$ 1.219.069,37 E, para o Ct, como já demonstrado nos tópicos anteriores: Ct = (0,03 + 0,08 + CMV) . Receita + Custos e Despesas Fixas Ct = (0,03 + 0,08 + 0,4028) . 923.537,40 + 398598,74 Ct = 872.188,72 (0,03 + 0,08 + CMV) . Receita + Custos e Despesas Fixas (0,03 + 0,08 + 0,4028) . 1015891,14 + 398598,74 = 919.547,71 (0,03 + 0,08 + CMV) . Receita + Custos e Despesas Fixas (0,03 + 0,08 + 0,4028) . 1.219.069,36 + 398598,74 = 1.023.737,51 33 Logo, para identificação do lucro, tem-se que: Receita – Ct = Lucro, obtendo, assim, um lucro de R$ 195.331,87. Para identificar se o I.I. foi recuperado, deve somar o lucro dos três anos deste cenário, que gera um montante de R$ 343.024,23, o que supera o valor do I.I. e demonstra que, com esta taxa de CMV, é possível recuperar este investimento no terceiro ano. 34 6 MÉTODOS DE ORÇAMENTO DE CAPITAL 6.1 Fluxos de Caixa (FC) Os Fluxos de Caixa (FC) dos cenários criados, são realizados a partir de seus valores de entradas e saídas de caixa, pois nesta empresa não possui nenhum dado a respeito de depreciação. Segue, abaixo, os FCs dos três cenários criados: A partir destas demonstrações, é possível, mais facilmente, visualizar os cálculos de payback, TIR e VPL, demonstrados abaixo. Ano 1 Ano 2 Ano 3 Investimento Inicial 342.794,78-R$ Receita 297.378,85R$ 1.721.065,37R$ 4.630.573,58R$ Custos e Despesas 628.426,17-R$ 1.721.065,37-R$ 3.956.731,48-R$ Lucro 331.047,32-R$ -R$ 673.842,10R$ Cenário 1 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Investime nto Inicial 342.794,78-R$ Receita 923.537,40R$ 1.015.891,14R$ 1.219.069,37R$ Custos e Despesas 923.537,40-R$ 976.031,27-R$ 1.091.517,77-R$ Lucro -R$ 39.859,87R$ 127.551,60R$ Cenário 2 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Investimento Inicial 342.794,78-R$ Receita 923.537,40R$ 1.015.891,14R$ 1.219.069,37R$ Custos e Despesas 872.188,72-R$ 919.547,46-R$ 1.023.737,51-R$ Lucro 51.348,68R$ 96.343,68R$ 195.331,86R$ Cenário 3 35 6.2 Payback Como dito na revisão teórica, este método consiste em calcular o tempo necessário que se leva para que o investidor recupere seu investimento inicial. No caso do cenário 2, é possível identificar que o payback está acima de 3 anos, pois mesmo que no ano 2 do segundo cenário houvesse lucro, não foi o suficiente para a recuperação do I.I. Já no terceiro cenário, com a diminuição do CMV e a previsão de aumento da receita em 10% no segundo ano e 20% no terceiro ano, verificou-se a possibilidade da recuperação do I.I. no terceiro ano. Este cenário pode parecer pouco provável de se concretizar, porém é uma forma de demonstrar que a recuperação do I.I. depende quase que exclusivamente do valor do CMV, pelo menos para uma melhor análise. O resultado atual da empresa está muito abaixo do que seria esperado por qualquer empresário que abra seu próprio negócio, porém há uma série de fatores que contribuem para os elevados custos desta loja em especial, como a localização da mesma, que se encontra em um dos bairros mais valorizados da cidade do Rio de Janeiro. Outro fator a ser considerado é que a loja está há apenas alguns meses em operação, e, com isso, os custos são elevadíssimos, para que funcione dentro dos paradigmas legais. Há também, no primeiro ano, a criação do montante de estoque, o que eleva o passivo nos primeiros meses, mas tende a ser normalizado com a sua reposição nos meses seguintes. Mesmo com estes pontos específicos
Compartilhar