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ETICA PROFISSIONAL

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ÉTICA PROFISSIONAL
Narciso, de Caravaggio, 1598-99. O mito Grego de Narciso, personagem que morreu enamorado pela própria imagem refletida na água, representa aqueles que não conseguem sair de si mesmos e descobrir a alteridade: ser moral é reconhecer o outro como outro.
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1. O homem é um ser consciente
Isso é imoral, movimento pela ética na política, ética profissional dos médicos – essas expressões demonstram que a moral e a ética estão presentes em nosso dia-a-dia, seja na vida particular, na família, na educação, no trabalho ou na política.
O fenômeno moral é tão antigo quanto a história da humanidade ex. as máximas de Ptahotep (2.500 a.C). Essa obra reúne aforismas de Ptahotep, ministro de um faraó, compôs para orientar a educação do filho, aconselhando a ser leal,
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tolerante, bondoso, reto e justo.
Imagem Eu e a Aldeia (Marc Chagal)
Sobre a consciência> é de uso freqüente, você perdeu a consciência, você agiu de acordo com a consciência. 
Perder a consciência é perder o sentido da existência de nós mesmos e do mundo.
Trata-se da consciência psicológica, que é conhecimento de nós mesmos, quem somos, o que fazemos e o mundo que nos cerca.
Na segunda situação, agir de acordo com a consciência, trata-se da consciência moral,
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pensamento interior que nos orienta, de maneira pessoal, sobre o que devemos fazer em uma determinada situação.
Antes de uma determinada ação, a consciência moral emite um determinado juízo que aconselha ou proíbe.
Após a realização da ação, a consciência moral se manifesta como um sentimento de satisfação (força recompensadora), ou arrependimento, remorso (força condenatória).
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A consciência psicológica e a moral estão relacionadas.
Na realidade, se o problema moral é colocado, é porque ele possui consciência psicológica.
O animal não possui consciência psicológica, as suas respostas estão prontas nos seus reflexos e instintos.
Já o homem, para decidir, escolher, enfim, exercer a liberdade, o homem precisa estar consciente. 
Enquanto a consciência psicológica possibilita ao homem escolher, a consciência moral, com seus valores e normas, orienta a escolha.
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Três componentes fundamentais da vida moral> CONSCIÊNCIA – LIBERDADE – RESPONSABILIDADE.
Assim temos que qualquer coação interna ou externa anula a liberdade de uma pessoa, e a exime da responsabilidade moral.
Etapas da formação da consciência> (aprofundar) Piaget, a formação segue quatro etapas: Anomia, heterônoma, socionomia e autonomia.
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ANOMIA > A : negação. NOMIA: regra, lei. Atitudes: Bagunça, devassidão, libertinagem, dissolução.
HETERONOMIA > A lei, a regra vem do exterior, do outro. Atitudes: Medo, autoritarismo, imposição, castigo, prêmio, respeito unilateral, autocracia, tirania.
AUTONOMIA > Capacidade de governar a si mesmo. Atitudes: Cooperação, amor, respeito mútuo, afetividade, livre-arbítrio, democracia, reciprocidade, lei Causa e Efeito.
SOCIONOMIA o seguimento das regras da sociedade.
No aspecto moral, segundo Piaget, a criança passa por uma fase pré-moral, caracterizada pela anomia, coincidindo com o "egocentrismo" infantil e que vai até aproximadamente 4 ou 5 anos. Gradualmente, a criança vai entrando na fase da moral heterônoma e caminha gradualmente para a fase autônoma. 
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Na fase de anomia, natural na criança pequena, ainda no egocentrismo, não existem regras e normas. O bebê, por exemplo, quando está com fome, chora e quer ser alimentado na hora. As necessidades básicas determinam as normas de conduta. No indivíduo adulto, caracteriza-se por aquele que não respeita as leis, pessoas, normas. 
Na medida em que a criança cresce, ela vai percebendo que o "mundo" tem suas regras. Ela descobre isso também nas brincadeiras com as criança maiores, que são úteis para ajudá-la a entrar na fase de heteronomia. 
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Na moralidade heretônoma, os deveres são vistos como externos, impostos coercitivamente e não como obrigações elaboradas pela consciência. O Bem é visto como o cumprimento da ordem, o certo é a observância da regra que não pode ser transgredida nem relativizada por interpretações flexíveis. De certa forma, a intolerância da Igreja, por qualquer interpretação diferente da sua, referente ao Evangelho, manteve a humanidade na heteronomia moral. O bem e o certo estavam na Igreja, no Estado e não na consciência interior do indivíduo. 
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O indivíduo obedece as normas por medo da punição. Na ausência da autoridade ocorre a desordem, a indisciplina. 
Na moralidade autônoma, o indivíduo adquire a consciência moral. Os deveres são cumpridos com consciência de sua necessidade e significação. Possui princípios éticos e morais. Na ausência da autoridade continua o mesmo. É responsável, auto-disciplinado e justo. A responsabilidade pelos atos é proporcional à intenção e não apenas pelas conseqüências do ato. 
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2. O Conceito de Ética
Ética é a ciência do comportamento moral dos homens em sociedade.
É uma ciência que tem objeto próprio, leis próprias e método próprio.
A moral é um dos aspectos do comportamento humano.
O objeto da ética é a moral, mais especificamente a moralidade positiva, ou seja, o conjunto de regras de comportamento e formas de vida através das quais tende o homem a realizar o valor do bem.
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O conceito de ética já leva à conclusão de que ela não se confunde com a moral.
A ética é a ciência dos costumes, já a moral, não é ciência, mas objeto da ciência.
Como ciência, a ética procura extrair dos fatos morais os princípios gerais a eles aplicáveis.
Enquanto conhecimento científico, a ética deve aspirar à racionalidade e objetividade mais completas e, ao mesmo tempo, deve proporcionar conhecimentos sistemáticos, metódicos.
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A ética é uma disciplina normativa, não por criar normas, mas por descobri-las e elucidá-las. 
O objetivo, é mostrar às pessoas os valores e princípios que devem nortear sua existência.
O complexo de normas éticas se alicerça em valores. Há uma conexão entre dever e valor. Pois para responder a pergunta o que devo fazer, devo saber responder sobre o que é valioso.
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Toda norma pressupõe um valor. A norma é regra de conduta que postula dever.
Todo juízo normativo é regra de conduta, mas nem toda regra de conduta é uma norma.
Algumas regras de conduta tem caráter obrigatório, enquanto outras são facultativas.
A noção de norma pode precisar-se com clareza se comparada com a de lei natural ou físicas.
As leis físicas são juízos enunciativos que assinalam ralações constantes entre os fenômenos.
As leis físicas têm um fim explicativo, as normas um fim prático.
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As normas não pretendem explicar nada, mas provocar um comportamento.
As leis físicas referem-se à ordem da realidade e tratam de torná-la compreensível.
O investigador da natureza não faz juízos de valor. Simplesmente se pergunta a que leis obedecem os fenômenos.
Ao formulador de normas do comportamento não importa o proceder real da pessoa, senão a explicitação dos princípios a que sua atividade deve estar sujeita.
A norma exprime um dever e se dirige a seres capazes de cumpri-las ou não. Se o indivíduo não pudesse deixar de fazer o que ela prescreve, não seria norma genuína, mas lei natural.
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Outra diferença é que a lei natural ou física, pode ser provada pelos fatos, e a norma vale independentemente de sua violação ou observância.
A ordem normativa é insustentável de comprovação empírica.
As normas não valem enquanto são eficazes, senão na medida em que expressam um dever ser. Aquilo que deve ser pode não haver sido, não ser atualmente e nem chegar a ser nunca, mas perdurará como algo obrigatório.
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Vejamos um caso> a paz perpétua ou absoluta harmonia entre os homens. Podem ser que não se convertam nunca em realidade,mas a aspiração em atingi-los é plenamente justificável, pois tende a algo valioso. 
Não há uma relação necessária entre validez e eficácia da norma.
A validez dos preceitos reitores da ação humana não está condicionada
por sua eficácia, nem pode ser destruída pelo fato de sejam infringidos. A norma que é violada segue sendo norma, e o imperativo que nos manda ser sinceros conserva sua obrigatoriedade apesar dos hipócritas.
Por isso se diz: que as exceções à eficácia de uma norma não são exceções à sua validez.
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Já as leis naturais, só se validam se a experiência não as desmentem.
A possibilidade de inobservância, indiferença humana pelas normas não deve desalentar aqueles que acreditam na sua imprescindibilidade para conferir sentido à existência.
O papel confiado aos cultores da ciência normativa é reforçar essa tendência, fazendo reduzir o nível de inobservância perante a ordem do dever ser.
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3. Moral absoluta ou relativa
Os preceitos éticos são imperativos
Para serem racionalmente aceitos pelos seus destinatários, estes precisam acreditar que eles derivem de uma justificativa consistente. 
Norma moral– valor objetivo?.
Norma – fixada arbitrariamente?.
Norma – válida para todos e em todos os tempo e lugares?.
Norma – validade condicionada?.
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Tem-se duas posições antagônicas> uma absolutista e apriorista e outra relativista e empirista.
A relativista e empirista> a norma ética é puramente convencional e mutável. O conhecimento da norma ética é empírica. Defende a existência de várias morais, do subjetivismo.
A absolutista e aprioristica> a validez é atemporal e absoluta. Proclama o conhecimento da norma ética a priori. Defende a existência de uma moral universal objetiva.
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Para os absolutistas, cada ser humano é dotado de algo natural que o predispõe ao discernimento do que é certo e errado em termos éticos.
Para os absolutistas não se poderia falar do bem e do mau, da virtude e do vício, se não houvesse a consciência humana, aquela que é capaz de intuir o que vale.
Já os relativistas entendem não haver sentido falar em valores à margem da subjetividade humana.
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O bom e o mau não significam algo que valha por si, mas são palavras cujo conteúdo é condicionado por referenciais de tempo e espaço. 
Na verdade, o bem é fruto da criação subjetiva e a norma moral é mero convencionalismo.
O resultado dessa contraposição de idéias é que a tese objetivista conduz à conclusão de que não há criação nem transmutação de valores, senão descobrimento ou ignorância dos mesmos. Os valores não se criam, nem se transformam, se descobrem ou se ignoram.
Sendo assim, o desafio da ética é elaborar no homem o órgão moral que torna possível tal descobrimento.
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Ao contrário, a tese subjetivista, postula a autêntica criação de valores por vontade dos homens. 
Os homens criam valores à medida do necessário ou do oportuno.
4. A classificação da ética
Ética empírica
Ética de bens
Ética formal
Ética valorativa
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4.1. Ética empírica>
Devemos partir da distinção feita por Kant entre filosofia pura e filosofia empírica.
Da distinção entre conhecimento puro e conhecimento empírico. 
Podemos afirmar que todos os nossos conhecimentos têm origem em nossa experiência. 
Porém, embora o conhecimento se inicie na experiência, ele precisa, para se tornar de fato "conhecimento", que nossa própria mente lhe adiciona.
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É preciso portanto, em primeiro lugar, separar esses dois elementos, ou seja; por um lado o que é recebido dos sentidos e pelo outro o que é adicionado pela razão.
Esse conhecimento independente dos sentidos é chamado "a priori" (diferente dos empíricos, chamados "a posteriori").
A ética empírica é observada e constatada com a prática.
A ética empírica é aquela que nega a ética absolutista ou apriorista. 
Logo, "a priori" não é um conhecimento que vem "antes da experiência", mas sim um que vem "independente da experiência". 
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A ética empírica deriva seus princípios da observação dos fatos. 
O homem deve ser como naturalmente é, e não deve se comportar como queiram que ele seja. 
Suas características são a subjetividade e a conotação utilitarista.
A ética empírica procura sempre o valor útil para cada indivíduo.
Com relação a subjetividade: não há uma moral universal, única, apriorista. 
Varia a conduta humana de acordo com o tempo e as circunstâncias e, assim, o bom é determinado estrito de tempo, de lugar etc.
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O empirismo deságua no relativismo, não é possível uma moral universal e valores axiológicos absolutos.
Vai-se ao subjetivismo, uma das principais variantes da ética empírica.
Se idéias morais variam de indivíduo para indivíduo ou de sociedade a sociedade, o bem e o mal carecerão de existência objetiva, já que dependem dos juízos estimativos dos homens.
Assim aparecem, por um lado, o subjetivismo ético individualista e, por outro, o subjetivismo ético social, também chamado antropologismo ou subjetivismo ético específico.
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A partir dessas constatações, é fácil chegar ao ceticismo ao niilismo.
Algo que é bom para um não é para outro, o bem nada significa e a moral é produzida pela convenção arbitrária.
Não há sentido em formular juízo estimativo ou estabelecer valores com pretensão de objetividade.
Se nada é absolutamente bom, o conveniente é procurar condutas que pareçam mais benéficas à sociedade e ao indivíduo, fazendo do útil o preceito moral supremo.
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Temos uma tríplice configuração da ética empírica: a anarquista, a utilitarista e a ética ceticista.
A) A ética anarquista: 
A anarquia repudia toda norma ou valor.
Direito, moral, convencionalismo sociais, religião, tudo constitui exigências arbitrárias.
As leis não são legítimas, sejam morais ou jurídicas.
É uma doutrina egoísta.
Prepondera a vontade humana, e esta varia de pessoa para pessoa.
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Vai prevalecer a decisão do mais forte.
O anarquismo tem uma tendência hedonista: buscar o prazer e evitar a dor.
Quando o prazer é encontrado no fazer o bem do outro, o essencial é a obtenção do conforto pessoal. Egoísmo disfarçado de altruísmo.
O anarquismo na modernidade se apresenta como anarquismo individualista e como anarquismo comunista ou libertário.
Os dois coincidem em dois pontos: 1. liberdade absoluta e a aspiração suprema do indivíduo; 2. toda organização política deve desaparecer, por contrariar as exigências da natureza.
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Os dois postulados derivam do mesmo princípio: só tem valor o que não contraria as tendências e impulsos naturais. A ordem jurídica, como organização social de tipo coercível, se opõe à liberdade e representa, por isso, um mal que deve ser combatido.
Diferença entre individualistas e comunistas: na escolha do método na luta contra o Estado. 
O primeiro, acredita no progresso lento e gradual da razão, para superar o Estado.
O segundo, pela violência, superar o Estado.
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Para os comunistas, a propriedade privada tende a desaparecer. A natureza não destinou seus bens a quem quer que seja. Tudo é comum e deve ser de todos.
Os homens viveriam em regime de cooperação espontânea, visando ao mais completo desenvolvimento da individualidade, unido ao desenvolvimento mais completo da associação.
Os individualistas não negam a propriedade privada, mas negam o associativismo.
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Se equivocam os anarquistas quando acreditam existir uma liberdade natural. Pois na vida em me sociedade, a liberdade é um direito.
Não existe direito sem um sistema normativo e provido de força capaz de assegurá-lo, quando quem quer que seja pretenda vulnerá-lo.
B) A ética utilitarista: 
É bom o que é útil.
A conduta ética desejável é a conduta útil.
A utilidade, porém, e um mero atributo de um instrumento. Ex.uma faca é útil se corta.
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A eficácia técnica dos meios não correspondem ao valor ético dos fins.
Os meios mais úteis, podem estar a serviço de um fim nefasto. Ex. a arma que é útil para cortar um pedaço de carne, também é útil para ser usada para esfaquear uma pessoa.
No exemplo acima, vimos que o meio possui igual eficácia, e sua utilidade é alheia à significação dos desígnios que serve.
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O estudo do utilitarismo permite entender a falácia que é a afirmação:
os fins justificam os meios.
A teoria da moral utilitarista só é aproveitável se conciliada com a teoria das finalidades úteis.
A teoria utilitarista de MILL, não concerne unicamente aos meios, mas remete a uma verdadeira ética de fins. Vejamos: 
A) A doutrina utilitarista afirma que a felicidade é desejável, a única coisa desejável como fim; sendo todas as demais desejáveis só como meios para esse fim.
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B) A felicidade é o único fim da ação humana e sua consecução o critério para julgar de toda conduta; donde necessariamente se segue que tem que ser o critério da moralidade, já que a parte encontra-se incluída no todo.
O utilitarismo tem sentido na vida moral, se entendido como prudente emprego dos meios aptos à consecução de fins moralmente valiosos.
C) A ética ceticista
O cético não acredita em nada.
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A dúvida não implica o conhecimento, é mera suspensão de juízo. O cético não é o que nega, nem o que afirma, senão o que se abstêm de julgar.
É preciso distinguir a dúvida metódica (Sócrates), da dúvida sistemática.
Utilizada como método, a dúvida serve como eliminação de possíveis erros. É uma atitude provisória. Uma provisória transição de juízo, por segurança.
A dúvida sistemática é própria dos ceticistas, que duvidam de tudo e de forma permanente.
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Os céticos declaram não crer em nada, e aqui já erram, pois se fossem verdadeiramente céticos, duvidariam até das própria afirmação. Isso implicaria uma regressão infinita.
Outro problema, o ceticismo pode sustentar uma negação permanente em teoria, mas na prática cairia em uma paralisação completa.
No aspecto moral, na dúvida entre o certo e o errado, nada se faria. Mas nada fazer já é uma atitude, sendo assim, fica impensável uma atitude cética no campo prático.
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Na verdade, os céticos não pregavam o ceticismo absoluto. Admitiam a existência de alguns valores e a necessidade de uma moral.
As lições de Sexto Empírico demonstram que ele aceitava algumas regras propiciadoras de uma relativa felicidade.
A) Seguir as indicações da natureza.
B) Ceder aos impulsos das disposições passivas: o cético só come se tem fome, só bebe se está sedento.
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C) Submeter-se às leis e costumes do país onde vive.
D) Não permanecer inativo e cultivar alguma das artes.
Estas regras se fundam em critérios axiológicos> a primeira, de que é valioso o que tem origem natureza. A segunda, de que as necessidades humanas devem ser satisfeitas com moderação. A terceira de que as leis de um país merecem serem acatadas. A quarta condena a inatividade e valoriza o trabalho.
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A conclusão é de que, mesmo quando se nega, teoricamente a existência de critérios sólidos de certeza, na prática se admite a existência da moral e se prega que há formas de vida que devem ser evitadas, e outras que devem ser seguidas.
d) A ética subjetivista
Consiste em cada um adotas para si a conduta ética mais conveniente com a sua própria escala de valores.
Existe o subjetivismo individualista e o social.
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A origem do subjetivismo está em Protágoras, para quem o homem é a medida de todas as coisas, da existência das que existem, e da não existência das que não existem.
Cada homem é a medida do real.
A verdade não objetiva, mas há tantas verdades quanto homens.
O que é verdade para um, pode não ser para o outro.
A teoria de Protágoras conduziria ao AGNOSTICISMO. 
Todas as opiniões seriam igualmente verdadeiras e se tudo é verdade, nada é certo, pois o que a um parece evidente, a outro pode parecer falso.
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Aplicando à ordem moral, terá valor para um indivíduo, aquilo que ele entender como valioso.
Cada homem é a medida do bem e do mal.
O subjetivismo está por tudo, não só moral e epistemológico, mas estético, religioso, jurídico e etc.
O chamado subjetivismo ético social, pretende ser uma teoria objetiva, pois os valores éticos são produzidos pelo coletivo.
Aqui há uma confusão, pois se pensa que a objetividade é um critério estatístico, o critério do valor ou da verdade é a quantidade, a maioria.
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Os representantes do subjetivismo ético social: DURKHEIN E BOUGLÉ.
O problema do subjetivismo, individual ou ético específico, vai para um relativismo absoluto.
É fácil concluir que o relativismo absoluto não pode presidir as relações humanas, seja na esfera moral, seja na esfera jurídica.
4.2 A ética dos bens
Ao contrário do relativismo, defende a existência de um valor fundamental denominado bem supremo.
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Parte da estrutura teleológica do atuar humano. 
O que significa? A criatura humana é capaz de e propor fins, eleger meios e colocar em prática os últimos, para alcançar os primeiros.
O supremo bem da vida consistirá na realização do fim próprio da criatura humana.
Para estabelecer a hierarquia dos fins, basta verificar qual deles pode ser, simultaneamente, fim e meio para a obtenção de outro fim. Quando se se defronta com um bem que não pode ser meio de qualquer outro, então esse é o bem supremo.
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Divisão da ética dos bens: 
A) Eudemonismo, idealismo ético e hedonismo: Eudemonmismo, deriva de eudemonia, felicidade. Para essa concepção há uma tendência inata no homem para a felicidade, e segundo Aristóteles, a felicidade é o bem supremo, é um fim que não possui um caráter de meio.
Todos os outros bens da vida podem ser meios para a obtenção que é o eternamente desejado em si, e que não se converterá jamais em meio.
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O idealismo: a finalidade última do homem é a prática do bem. Os estóicos, por exemplo, não aspira a ser feliz, mas a ser bom. A virtude é um fim, não um meio. Impõe-se à criatura ser virtuosa, ainda que disso não extraia prazer algum.
Já para o hedonismo, a felicidade está no prazer. Seja ele o prazer sensual, seja a fruição da tranqüilidade extraída do deleite, no exercício de atividade intelectual ou artístico.
O hedonismo elegeu a felicidade como fim, mas o prazer como meio.
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b) A Ética Socrática: 
Para o autor o verdadeiro objeto do conhecimento é a alma humana.
A bondade é resultado do saber.
Para alguém ser feliz, precisa ser bom, e para ser bom é preciso ser sábio.
Aquele que encontrou a verdade oculta em sua alma sente-se obrigado a ajustar com ela sua conduta. Assim o conhecimento do bem determina a prática da virtude.
Não existe pessoas más, senão extraviadas. 
A maldade é produto da ignorância.
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O aperfeiçoamento não se consegue sozinho, é na convivência comunitária. Porque o homem é um ser social.
Entre ética e política existe uma correlação íntima: o homem perfeito não é unicamente o homem bom, mas o bom cidadão. 
Para Sócrates o conhecimento do bem se identifica com a prática da virtude. Quem sabe a verdade, age bem.
A Ética de Sócrates é de direito natural; no fundamento das normas positivas há leis não escritas (= ágrafoi nómoi). 
Para Sócrates a lei moral é natural, brotando da mesma natureza como uma sua propriedade. Não resulta de uma ordem dogmática posterior exterior emitida, ou por Deus, ou pelos homens.
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A análise das coisas e das operações humanas mostram que nenhum homem pode senão querer o bem e mesmo quando quer o mal, procura-o na suposição de buscar um bem. 
A ética socrática é finalistica (ou teleológica) como se depreende dos textos platônicos Apologia e Eutifron, como ainda das informações vindas de Xenofonte. 
Concretamente a finalidade última dos atos humanos, de acordo com Sócrates, é a felicidade.
Provou Sócrates seu eudaimonismo ético por meio de análise aplicada ao desejo humano; este não se dirige para o mal. Orienta-se para o bem, desde que o conheça. Desta adesão e conquista resulta o estado psíquico da felicidade. 
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c) A ética Platônica:
Decorre a ética coerentemente do sistema geral do platonismo, essencialmente exemplarista, em virtude do qual nada se cria senão tendo as idéias reais separadas como arquétipos. 
Estes arquétipos são a finalidade a executar, inclusive na ação. 
Por isso, a ação tem um caminho previamente traçado o que implica em uma obrigação
ética. 
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Platão, ao estabelecer as idéias reais, de variada espécie, se referiu especialmente à idéia do bem. 
E assim também a idéia do bem é um arquétipo, segundo qual se processa toda ação. 
Depende, pois, a ética de Platão da existência de um arquétipo denominado o bem. 
É possível sintetizar a idéia do bem, com a do ser simplesmente e então dizer que há um fundamento ontológico para a ética platônica. A ação enquanto realiza mais ser, se subordina ao que o ser necessariamente é. 
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Como todas as éticas do ser, também a de Platão depende de como traçar os caminhos do ser nos seus mais variados detalhes, os quais serão as suas leis e os quais, depois de cumpridos com habitualidade, constituem as respectivas virtudes. 
Ainda que Platão não tenha utilizado esta linguagem, pode-se distinguir em seu sistema entre fundamento próximo e remoto da obrigação ética, ou da eticidade. 
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O fundamento próximo está no ser de cada indivíduo, o qual já obedece ao parâmetro remoto, e por isso diretamente revela qual o fim realizado, e em potencial ainda revela o que lhe falta para atingir a plenitude. 
Mas, o fundamento remoto é a mesma idéia real, que tudo contém e na qual tanto o Demiurgo viu como fez a obra e ainda deverá ver o indivíduo aquilo que falta para a plenitude. 
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É possível falar na ética de Platão em um fim externo da criatura em relação a Deus, e em um fim interno da criatura em relação a si mesma. 
 
Cabendo a Deus agir por primeiro, está seu objetivo em primeiro lugar; no caso seria difundir a si mesmo, isto é, sua glória (a glória é um brilho da obra em favor do criador). 
Pode-se prever esta tese em Platão cujo Demiurgo tem, por objetivo refletir no mundo o bem e a harmonia, como reflexo das idéias reais. Neste sentido, em primeiro lugar, já antes da felicidade interna da criatura, valeria o objetivo do Demiurgo.
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No fim último externo se encontra o fundamento do culto religioso; mas este aspecto não foi claramente explorado por Platão. 
Estabeleceu Platão, como Sócrates, a felicidade como fim do homem. A vontade se inclinaria essencialmente para o bem, como o seu objeto adequado. Impossível querer o mal diretamente (Ménom 77). Dito com mais precisão , a felicidade, pela conquista do bem, é o fim último interno do homem.
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Distingue Platão entre felicidade e prazer (Filebo 11 b). Referindo-se a felicidade à inteligência e o prazer aos sentidos. 
Desde logo, pois, refuta a tese cirenaica de que o prazer sensível é o único fim. Mas não e exclui a felicidade os prazeres da sensibilidade; estes são honestos desde que subordinados harmonicamente. Estabeleceu, portanto Platão, como Sócrates, uma hierarquia de valores morais (Filebo; Leis 717, 718). 
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Ocorrem três graus, de prazeres e felicidade, a saber, pela via ascendente: os prazeres do coração, já menos fugazes; os prazeres procurados pela opinião e pela inteligência. 
 
O caráter pouco propício aos sentidos, resultantes da doutrina das idéias e da separação entre corpo e alma, apenas extrinsecamente unidos, dá à ética de Platão um feitio anti-humanista e pouco grego. 
 
Com uma notável aproximação das práticas órficas, a ética de Platão descreve pitorescamente o verdadeiro filósofo como um "forasteiro" (Teeteto 174), que ao passar por esta vida terrestre, pouco se interessa pelo que se lhe apresenta. 
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Virtudes cardeais. Estabeleceu Platão uma divisão geral da virtudes (República 410), em quatro fundamentais, que mais tarde serão chamadas, por Santo Ambrósio, virtudes cardeais, isto é, chaves das demais. 
Esta classificação obedece a um princípio, em que a cada parte da alma corresponde uma virtude principal. Portanto, uma para a razão, outra para a vontade, outra para o impulso sensível, finalmente ainda uma outra para o controle das partes entre si. 
 
A prudência, denominada também sabedoria ( ), é a virtude da parte racional. 
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A fortaleza, dita também valentia ( ) é a virtude do entusiasmo (thymoiedés), ou seja dos impulsos volitivos e afetos, regrando o coração. 
A temperança, também chamada autodomínio, medida, moderação ( ), é a virtude da vida impulsiva, instintiva, ou sensível, refreando os prazeres corporais. 
  
Uma quarta virtude, a da justiça ( ), resulta da colaboração equitativa de todas as virtudes, garantindo o funcionamento harmonioso das partes da alma, ou seja de suas faculdades. 
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Atribuiu Platão a cada classe social (vd 251) uma das virtudes cardeais, como lhe sendo mais adequada. 
A sabedoria é própria da classe dirigente, ou dominante. 
  
A fortaleza se faz necessária na classe militante, ou guerreira. 
A temperança se recomenda aos demais, os trabalhadores.   
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A virtude é descrita por Platão como um habito que conduz, ao bem. Ocorre, entretanto, no mestre da Academia a secreta preocupação de que a virtude se obtém pelo saber (Ménon 96, Fédon 82, República em vários itens). 
Aceito o ponto de vista socrático de que a virtude é saber, segue dali que os ditames da ética dependem da estabilidade ou instabilidade do conhecimento. A virtude habitual, dependente das opiniões da tradição relativas, seria superada por uma virtude apoiada em outro tipo de conhecimento, definitivo, absoluto. Ora, tal virtude existe como fato; logo existe também tal tipo de conhecimento. 
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Como se vê o móvel ético de Platão é favorável ao conhecimento inteletivo. Admitida uma vez a relatividade dos sentidos, deve-se, de outra parte, aceitar a estabilidade da inteligência e que possibilita a ocorrência da virtude. 
Também a doutrina da virtude sofre de imediato a influência da doutrina das idéias reais, donde dividir-se em duas espécies: a virtude perfeita, referente a alma espiritual, e a virtude comum, baseada na opinião verdadeira. 
  
A virtude perfeita consiste na própria sabedoria, segundo o adágio socrático: a ciência é idêntica à virtude. Não deixa a vontade de seguir o que o a inteligência lhe mostra como bom. 
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Seguindo os mesmos passos do conhecimento inteletivo, a virtude se adquire andando pelos mesmos caminhos da dialética, para evitar a submissão da razão às paixões inferiores, e dialéticas do amor aspiração ardente pela contemplação das idéias. 
A virtude comum organiza-se no plano da opinião, portanto nas faculdades emotivas da alma inferior. Neste plano se encontra a maioria dos homens. 
Esta virtude comum não depende da ciência, mas da educação.
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A sanção é parte do sistema moral de Platão. Neste e noutro mundo acontece o castigo para o mal. 
 
A recompensa é a outra face da sanção, tendo a felicidade por objeto a contemplação das idéias eternas. 
  
O significado da sanção e o que a justifica é a necessidade de um castigo, para que se evite o mal, e de uma recompensa, para que haja um estímulo levando à prática do bem. Somente a sanção numa vida futura garantirá o triunfo total do bem. 
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Não encontrou Platão dificuldade em estabelecer a sanção futura, visto que admitia a metempsicose e a progressiva possibilidade da purificação da alma.
D) A ética Aristotélica
A finalidade da ética é descobrir o bem absoluto
Chama-se o bem absoluto de felicidade.
A felicidade está no exercício constante da virtude.
Aristóteles distingue a virtude dos vícios e emoções. 
Emoções e instintos – involuntários.
A virtude – volutiva.
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A virtude se obtém mediante o exercício: é um hábito.
As aptidões, intelectuais ou físicas, são inatas. 
A virtude para Aristóteles é o justo meio entre dois vícios extremos.
D) Ética Epicurista
Epicuro – a felicidade é o bem último da existência e consiste no prazer. 
O prazer se atinge de diversas formas – a forma mais elevada é a do espírito. 
Os prazeres são naturais e necessários, naturais e não necessários ou nem naturais e nem necessários. 
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Prazeres naturais e necessários: a satisfação moderada dos apetites. 
Prazeres naturais e não necessários: a gula.
Prazeres
nem necessário nem naturais: a glória.
Os prazeres ainda são corporais, espirituais, violentos e serenos. 
O que é a dor? É inevitável e muitas vezes pode levar a prazeres mais intensos. 
A finalidade da ética para os epicuristas: duas – crítica e construtiva. 
Na finalidade crítica, consiste no aniquilamento das superstições que afligem os mortais. 
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Na finalidade construtiva: é assinalar regras que farão felizes os indivíduos. 
Dificuldades na busca da felicidade: o medo da morte e o temor dos deuses. 
Primeira orientação: não se deve temer a morte, pois ela não diz respeito ao homem vivo. 
A morte nada é para nós, pois enquanto somos, ela não é e quando ela chega, já não somos. 
Não se deve temer os deuses: 
pois seres perfeitos e distantes, não estão preocupados com a imperfeição humana. 
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A ética epicurista se inclina para o individualismo. A conduta é problema pessoal e não coletivo.
A pessoa deve procurar seu próprio bem, sem se interessar pelo dos outros.
Há nessa ética um certo utilitarismo: os homens viviam como selvagens, à margem da lei e decidiram um dia unir-se para pôr um paradeiro naquele estado de selvageria. 
Surgiu assim a Justiça, conceito negativo de não prejudicar os semelhantes, em troca do dever recíproco. 
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A justiça é o fruto de um pacto de utilidade. Cada indivíduo desiste de molestar os demais, em troca de não ser molestado. 
O Estado tem o dever de velar pelo cumprimento do contrato social e punir seus infratores.
Resumindo: a ética epicurista é um eudemonismo hedonista, individualista e egoísta. 
E) Ética Estóica
A virtude é o bem supremo dessa ética idealista. 
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Viver virtuosamente é viver de acordo com a natureza. Não a natureza biológica, mas a natureza concebida pela razão. 
O homem é provido da razão, mas tb de patologias. As patologias se dão nas inclinações e afetos – dos quais é necessário se libertar. 
Liberta-se das afeições é um dos ideais estóicos. Pois através dos vínculos afetivos os homens de escravizam. 
O homem deve se desligar das coisas do mundo, apagando-as até atingir a apatia. 
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O prazer deve ser evitado, pois pertence às afeições. 
A virtude é autárquica – auto-suficiente. O verdadeiro sábio encontra nela a defesa para suas angústias do mundo exterior. 
A virtude é única – nisso funda-se em Sócrates – e entre a virtude, bem único, e o vício, único mal, não há meio termo.
Não confunde o desejável, com o eticamente bom. 
F) A Ética Formal
A ética dos bens se preocupa com a relação estabelecida entre o proceder individual e o supremo fim da existência humana. 
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Já para Kant, em sua filosofia prática, a significação moral do comportamento não reside em resultados externos, mas na pureza da vontade e na retidão dos propósitos do agente considerado. 
Trabalha-se a moralidade de um ato a partir do foro íntimo da pessoa. O que significa isso?
A boa vontade não é boa pelo que efetue e realize, não é boa por sua adequação para alcançar algum fim que nos tenhamos proposto; é boa só pelo querer, quer dizer, é boa em si mesma...
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Moralmente valioso é o atuar que, além da concordância com aquilo que a norma impõe, exprime o cumprimento do dever pelo dever. Ou seja, por respeito à exigência ética.
O fundamento da lei moral não está na experiência, mas se apóia em princípios racionais apriorísticos. A lei que representa a conduta boa, vem do imperativo categórico, critério supremo da moralidade: 
Age sempre de tal modo que a máxima de tua ação possa ser elevada, por sua vontade, à categoria de lei de universal observância. 
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Esse enunciado exprime duas exigências: a exigência da autonomia e da universalidade. 
O ato só é moralmente valioso quando representa observância de uma norma que o sujeito se deu a si mesmo. Se a conduta não atende a um mandato vindo da própria vontade, mas procede da vontade de outro, carece de valor de valor do ponto vista ético.
E para que o ato valha moralmente é indispensável que deva ser aplicado a todo ser racional – universalidade. A lei moral não pode ter fundamento subjetivo, contingente e empírico, mas deverá estar racionalmente fundado. E o fundamento objetivo dela somente pode encontrar-se no conceito da dignidade da pessoal. 
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O conceito mais importante da ética de Kant é a boa vontade. 
A partir de Kant o que se considerará em ética será a atitude interior da pessoa. O centro da moral será a pureza das intenções. 
E boa vontade se definirá como: aquela que age não só conforme o dever, mas por dever. 
Ex. conservar a vida é um dever. Se nos preocuparmos apenas com isso, nossa conduta fica reduzida de significação moral. Se atentamos contra ela, descumprimos o dever. Mas se alguém perdeu todo apego à vida e, mesmo não temendo, ou até desejando a morte, conserva a existência para não descumprir o dever se conservar a vida, sua conduta coincide externa e internamente com a lei moral e possui o valor moral pleno. 
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Outro conceito importante é o dos imperativos. Os fenômenos da natureza decorrem das leis naturais, os fenômenos humanos derivam de princípios. 
A determinação da vontade por leis objetivas se chama constrição. 
A representação de um princípio objetivo constritivo para a razão se formula através de um imperativo. 
O imperativo se exterioriza sob a forma de um dever ser e se divide em categórico e hipotético.
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O imperativo categórico impõe uma conduta por si mesma, enquanto o imperativo hipotético ordena comportamento como meio para atingir uma finalidade. Ex. deves amar a teus pais – imperativo categórico; se queres ir de um ponto a outro pelo caminho mais curto, deves seguir a linha reta – imperativo hipotético. 
A fórmula do imperativo categórico é célebre: Age só segundo uma máxima tal que possas querer ao mesmo tempo que se torne lei universal. Isso significa que a pessoa deve agir espontaneamente, com ação produzida por sua vontade e não por vontade do outro. E para que o comportamento seja eticamente valioso, ele deve revestir valor universal.
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Kant distingue máxima e lei moral.
Máxima: é o princípio subjetivo da ação, a regra de acordo com a qual procede o sujeito. 
A Lei, ao contrário, constitui o princípio objetivo, universalmente válido, de acordo com o qual a pessoa deve conduzir-se. O que o imperativo categórico exige é que a máxima (princípio subjetivo) seja de tal natureza que possa ser elevada à categoria de lei de universal observância. 
O valor que vai servir de valor absoluto para os imperativos, é a pessoa humana.
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Os objetos de nossas aspirações têm valor relativo, servindo como meios. Só o homem tem valor absoluto. 
As coisas têm preço, as pessoas têm dignidade. O imperativo prático será, pois, como segue: 
age de tal modo que uses a humanidade, tanto em tua pessoa como na pessoa de qualquer outro, sempre como um fim ao mesmo tempo e nunca como um meio. 
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A idéia de autonomia e heteronomia tb é importante. 
Só se poderá falar em ética a partir da autonomia. 
G) Ética dos valores
Inversão da ética Kantiana.
Para kant, o valor de uma ação depende da relação da conduta com o princípio do dever, o imperativo categórico. 
Para a ética do valor, todo dever encontra fundamento em um valor.
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Sendo assim, deve ser aquilo que é valioso e tudo que é valioso deve ser. 
Aqui o valor passa a ser o conceito ético essencial.
A nossa consciência adverte sobre a existência dos valores.
Mas os valores não foram criados pela nossa consciência.
Os valores só foram descobertos pela consciência.
Conclusão, só pode ser descoberto o que já existe. 
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1. Sobre a existência do valor
Se a consciência só descobre é porque os valores já existem. 
A existência dos valores – existem valores? A tese é de que existem e podem ser constatados por qualquer pensante. 
Os valores só podem ser sentidos ou intuídos. 
Os valores não dependem da ordem material.
Os valores integram a ordem do mundo supra-sensível, podendo ser somente captado
pelo intelecto, não pelos sentidos. 
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Para clarear: a filosofia reconhece dois tipos de existência: o real e o ideal. 
Ao mundo real pertencem todas as coisa que ocupam lugar no espaço e tempo. O ser real se encontra temporalmente localizado. 
Por estar temporalmente localizado, pode ser objeto do conhecimento sensível.
Na esfera prática têm essa forma de existência o agir humano: intenções, propósitos, decisões voluntárias, juízos, sentido de responsabilidade, consciência de culpa. 
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Já os valores não integram a ordem da realidade. Os valores se situam como ideais que a realidade deve seguir, se espelhar. 
Por isso o problema é de definir que exista só o real e não o ideal. 
Uma outro problema, confundir idealidade com subjetividade. 
Ideal não aquilo que é objeto da representação. Na lógica e na matemática, se observa bem a força da idealidade: quando se afirma que o todo é maior do que a parte, independentemente de alguém imaginá-lo assim, o postulado continua sendo o mesmo. 
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Os valores se submetem a uma hierarquia, não por eleição, mas objetivamente. 
Os critérios que são utilizados para a hierarquia dos valores segundo Scheler: Um valor é tanto mais alto: a) quanto mais duradouro é; b) quanto menos participa da extensão e da divisibilidade; c) quanto mais é satisfação ligada à intuição do mesmo; d) quanto menos se acha fundamentados por outros valores; e) quanto menos relativa seja sua percepção sentimental... 
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A durabilidade do valor tem a idéia de permanência. Ex. Não teria sentido o amante declarar que ama agora ou durante um certo tempo. 
O valor é mais elevado quanto menor a necessidade de dividi-lo com outrem. Ex. A obra de arte é indivisível. Imagina dividir uma tela de arte para dar um pedaço para cada pessoa, a obra perde seu valor. 
O valor fundamentado em outro é sempre inferior ao fundamentante.Ex. a vida, entre os direitos fundamentais, é o bem por excelência. Todos os demais direitos são bens da vida. 
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A satisfação coincide com a vivência de cumprimento, não com o estado de prazer gerado pela posse do valor. 
2. Sobre o conhecimento dos valores: 
Existem bens porque existem valores, não o contrário. São os valores que determinam os bens. 
O ser humano confere a determinadas coisas ou ações valores que as qualifica como sendo boas ou ruins, úteis ou inúteis, agradáveis, belas ou feias. 
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A pauta dos valores é aprioristica e, embora se afirme baseada na imitação, ou na índole intuitiva e emocional do conhecimento, ela existe em toda sã consciência. 
A intuição dos valore não é completa, nem perfeita. Nenhuma pessoa é capaz de intuir todos os valores. Quando intuí nem sempre pode fazer de forma nítida. 
É preciso crescer nessa arte de conhecer os valores. 
A missão do pedagogo e do moralista é desenvolver a sensibilidade para o conhecimento daquilo que é eticamente relevante. 
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A história tem demonstrado a nossa cegueira valorativa, fruto de uma sociedade que não educa para os valores mais elevados. 
Mas a cegueira valorativa ou miopia moral, não destrói a doutrina da objetividade dos valores. As variações da intuição estimativa não alteram o valor, que permanece íntegro, à espera da descoberta. 
3. Sobre a realização dos valores
O ser em si dos valores subsiste mesmo se não realizados. 
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A consciência é testemunha da realização dos valores, pois é ela que sinaliza o que é e não é valioso, que determina o juízo moral, mo sentimento de responsabilidade e a consciência de culpa. 
Os valore são princípios da esfera ética real. Determinam a conduta humana. O valor moral não se funda no dever, mas o dever se funda nos valores. 
O dever ser na ética valorativa tem os seguintes elementos: a) a existência de um valor; b) o dever ser ideal do mesmo; c) a atualização de tal dever; d) a existência de um ser capaz de realizar o valioso.
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Mas como realizar o valioso? Realizar o valioso consiste para o homem num dever. E o dever impõe uma conduta. 
A realização dos valores se consuma através de um processo de dúplice etapa: determinação primária e secundária. 
A primária é a fase da intuição. A secundária é a da deliberação da vontade. 
4. Sobre a liberdade moral
Só se a liberdade existir é que a conduta humana terá significado moral.
Se não existe liberdade, a pessoa não poderá responder por seu comportamento. 
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A liberdade moral não se confunde com a liberdade jurídica. 
A liberdade jurídica: é uma faculdade puramente normativa – é mais no âmbito espacial de atividade exterior, que a lei limita e protege. 
A liberdade moral: é atributo real da vontade. A moral é pensada como um poder capaz de transpassar o permitido. 
Também não se pode confundir livre-arbítrio com liberdade de ação. 
A liberdade de ação: é mero atributo da decisão. 
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O livre arbítrio: é aquele capaz de decidir. 
O homem por se um ente natural, acha-se casualmente determinado por suas tendências, afetos e inclinações. 
Como pessoa, é portador de outra determinação, que vem do reino ideal dos valores. Esta determinação permite eleger finalidades, optar por meios e colocá-los em ação para chegar àquelas. 
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ÉTICA E SOCIEDADE
1. DEVERES ÉTICOS:
A sociedade surge de maneira natural, pois o homem é um animal político por excelência e só realiza seus objetivos individuais se conseguir aliar a própria força aos demais. A primeira sociedade é a família a segunda forma de sociedade é o Estado. 
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O Estado é a forma social mais abrangente.
É a sociedade de fins gerais 
Sociedade que permite o desenvolvimento, em seu seio, das individualidades e das demais sociedades, chamadas de fins particulares. 
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2. ÉTICA E O ESTADO
O Estado como pessoa é uma ficção. 
Constitui um arranjo formulado pelos homens para organizar a sociedade e disciplinar o poder, afim de que todos possam se realizar em plenitude, atingindo suas finalidades particulares. 
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Sendo assim, não faria sentido falar em Estado ético ou aético. Éticos ou aéticos são os homens que integram o Estado.
Na verdade o Estado mantém e difunde a moral. 
Todo Estado, mesmos os autoritários, vestem sua ordem jurídica (leis), política e vida social com um manto moral.
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O revestimento moral traduzirá a opção fundamental do Estado: a moral do capitalismo, a moral do socialismo, a moral da globalização. 
O Estado tem um valor ético. A essência ética do Estado é de realizar o mínimo ético da convivência humana. Esse mínimo ético é garantido mediante a instituição da ordem jurídica.
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Há uma justificação moral para o exercício do instrumento do poder de que dispõe e há um caráter moral em seu uso. 
Esse caráter moral coloca um dique ao predomínio dos elementos menos humanos da natureza humana em benefício da verdadeira humanidade.
O Estado é pois, a autodefesa do espírito humano ao assegurar a existência verdadeiramente humana dentro da vida coletiva. 
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O Estado não é as idéia ética universal, mas é o instrumento para se atingir o objetivo ético da criatura humana. 
Essa idéia é muito presente no Estado brasileiro. 
A administração pública brasileira se submete ao princípio da moralidade.
O Estado brasileiro tem de se conduzir moralmente, por vontade expressa na constituinte. 
O poder público pode ser responsabilizado se não se não tiver gerindo a coisa comum de maneira eticamente irrepreensível. 
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A moralidade administrativa é hoje pressuposto da validade de todo ato da administração pública. 
“o agente administrativo, como o ser humano dotado de capacidade de atuar, deve, necessariamente, distinguir o Bem do mal, o honesto e o desonesto. E, ao atuar, não poderá desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e inoportuno, mas também o honesto e desonesto”.
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Parece que o intuito da constituinte foi o de fazer o administrador refletir
sobre o aspecto ético da sua atuação. 
A imoralidade administrativa no Brasil comporta sanções. A) Ação popular para anular ato lesivo à moralidade administrativa. B) outra é a punição à improbidade administrativa do governante, seja mediante suspensão de direitos políticos além de outras retribuições. 
Todavia , a realização da idéia ética do Estado, não é so responsabilidade dele, mas de toda sociedade. 
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Aquilo que se chama salto qualitativo ético na sociedade política brasileira só virá quando a comunidade nacional estiver inteira e coesamente desperta para a realização do trabalho do governo. O governo só se legitima se estiver a serviço do povo. 
O mandato ao governante não foi outorgado por DEUS. Foi outorgado pelo povo, titular da soberania, por força do pacto constitucional. 
Cada brasileiro deve ter consciência de que o governante está a seu serviço e não ele a serviço do governante, e de que é bom governante apenas aquele que tem como meta exclusiva servir ao cidadão. 
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3. ÉTICA PUBLICA E PRIVADA:
Ética pública: é a moralidade com vocação de incorporar-se ao direito positivo, orientando seus fins e seus objetivos como direito justo.
Quando ainda não se incorporou ao direito positivo, mas serve de critério para apreciar a norma positiva, ela é chamada moralidade crítica. 
Quando já incorporada ao direito positivo, é chamada morlidade legalizada ou privada. 
Embora se relacionando com a ética privada, a ética pública não se confunde com ela. 
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A ética pública é uma ética procedimental que não assinala critérios, nem estabelece condutas obrigatórias, para alcançar a salvação, o bem, e a felicidade, nem fixa qual deve ser nosso plano de vida último. Marca critérios, guias e orientações, para organizar a vida social, de tal maneira que situe a cada um para atuar livremente nessa dimensão última de escolher nosso caminho, nosso plano de vida para alcançar o bem, a virtude e a felicidade ou a salvação, para eleger livremente nossa ética privada. 
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A ética pública supõe um esforço de racionalização da vida política e jurídica para alcançar a humanização de todos. Instrumento voltado ao desenvolvimento integral de cada ser humano. 
Ética privada: é uma ética de conteúdos e de conditas que assinala critérios para salvação, a virtude, o bem ou a felicidade, quer dizer, orienta nossos planos de vida. 
Ela tem duas dimensões: a individual e a social. Deve ser resultado da opção de quem a abraça, daí o caráter de autonomia, mas suscetível de ser oferecida a todos os demais como se fora uma lei geral, daí a universalidade. 
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O que distingue a ética pública da privada é que a primeira é formal e procedimental, a segunda é material e de conteúdo. 
O paradigma da ética pública da modernidade da noção de liberdade social, completada pelos valores segurança, igualdade e solidariedade. 
A liberdade social permitirá a cada pessoa, de maneira autônoma, exercer sua liberdade moral. 
A cada ser humano há de ser garantido escolher livremente o seu plano individual de existência. 
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A finalidade da ética pública é estabelecer critérios para que os espaços sociais estejam abertos à realização de projetos morais individuais.
O projeto moral individual é traçado pela ética privada, aquela que estabelece modelos de conduta ou comportamento, estratégias de felicidade ou ideais sobre o bem e virtudes.
Quando ética pública e privada não se compatibilizam, quase sempre se frustrará o projeto de realização individual das pessoas.
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Os governantes têm o dever de zelar pela fixação e observância da ética pública.
4. A ÉTICA E A PROFISSÃO FORENSE
1. Conceito de profissão> sob o enfoque eminentemente moral, profissão como uma atividade pessoal, desenvolvida de maneira estável e honrada, ao serviço dos outros e a benefício próprio, de conformidade com a própria vocação e em atenção à dignidade da pessoa humana.
Merece destaque> atividade a serviço dos outros (a finalidade social de toda profissão).
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O espírito de serviço, de doação ao próximo, de solidariedade é característica essencial à profissão. 
O profissional que considera apenas a sua própria realização, o bem-estar pessoal, e a retribuição econômica por seu serviço, não é alguém vocacionado. 
Destacar também, em benefício próprio. À função social da profissão não é incompatível o fato de se destinar ela a satisfazer o bem particular de quem a exercita. 
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Deve exercer a profissão contemplando o bem alheio e com o intuito de atender à própria necessidade de subsistência. 
2. A ética na profissão
Todas as profissões reclama o proceder ético.
Isso explica a disseminação dos chamados códigos deontológicos de muitas categorias profissionais. 
Deontologia é a teoria dos deveres. 
Deontologia profissional se chama o complexo de princípios e regras que disciplinam particulares comportamentos do integrante de uma determinada profissão. 
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3. Ética profissional
Muitos autores definem a ética profissional como sendo um conjunto de normas de conduta que deverão ser postas em prática no exercício de qualquer profissão. 
Seria a ação “reguladora” da ética agindo no desempenho das profissões, fazendo com que o profissional respeite seu semelhante quando no exercício da sua profissão. 
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Ela atinge todas as profissões e quando falamos de ética profissional estamos nos referindo ao caráter normativo e até jurídico que regulamenta determinada profissão a partir de estatutos e códigos específicos. 
Acontece que, em geral, as profissões apresentam a ética firmada em questões muito relevantes que ultrapassam o campo profissional em si. Questões como o aborto, pena de morte, seqüestros, eutanásia, AIDS, por exemplo, são questões morais que se apresentam como problemas éticos - porque pedem uma reflexão profunda - e, um profissional, ao se debruçar sobre elas, não o faz apenas como tal, mas como um pensador, um "filósofo da ciência", ou seja, da profissão que exerce. 
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Desta forma, a reflexão ética entra na moralidade de qualquer atividade profissional humana. 
Sendo a ética inerente à vida humana, sua importância é bastante evidenciada na vida profissional, porque cada profissional tem responsabilidades individuais e responsabilidades sociais, pois envolvem pessoas que dela se beneficiam. 
A ética é ainda indispensável ao profissional, porque na ação humana “o fazer” e “o agir” estão interligados. O fazer diz respeito à competência, à eficiência que todo profissional deve possuir para exercer bem a sua profissão. O agir se refere à conduta do profissional, ao conjunto de atitudes que deve assumir no desempenho de sua profissão.
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A Ética baseia-se em uma filosofia de valores compatíveis com a natureza e o fim de todo ser humano, por isso, “o agir” da pessoa humana está condicionado a duas premissas consideradas básicas pela Ética: “o que é” o homem e “para que vive”, logo toda capacitação científica ou técnica precisa estar em conexão com os princípios essenciais da Ética. (MOTTA, 1984, p. 69) 
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4. Individualismo e ética profissional
Parece ser uma tendência do ser humano, como tem sido objeto de referências de muitos estudiosos, a de defender, em primeiro lugar, seus interesses próprios e, quando esses interesses são de natureza pouco recomendável, ocorrem seríssimos problemas.
O valor ético do esforço humano é variável em função de seu alcance em face da comunidade. Se o trabalho executado é só para auferir renda, em geral, tem seu valor restrito. 
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Por outro lado, nos serviços realizados com amor, visando ao benefício de terceiros, dentro de vasto raio de ação, com consciência do bem comum, passa a existir a expressão social do mesmo.
Aquele que só se preocupa com os lucros, geralmente, tende a ter menor consciência de grupo. Fascinado pela preocupação monetária, a ele pouco importa o que ocorre com a sua comunidade e muito menos com a sociedade.
Para ilustrar essa questão, citaremos um caso, muito conhecido, porém de
autor anônimo. 
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Dizem que um sábio procurava encontrar um ser integral, em relação a seu trabalho. Entrou, então, em uma obra e começou a indagar. Ao primeiro operário perguntou o que fazia e este respondeu que procurava ganhar seu salário; ao segundo repetiu a pergunta e obteve a resposta de que ele preenchia seu tempo; finalmente, sempre repetindo a pergunta, encontrou um que lhe disse: “Estou construindo uma catedral para a minha cidade”.
A este último, o sábio teria atribuído a qualidade de ser integral em face do trabalho, como instrumento do bem comum.
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Como o número dos que trabalham, todavia, visando primordialmente ao rendimento, é grande, as classes procuram defender-se contra a dilapidação de seus conceitos, tutelando o trabalho e zelando para que uma luta encarniçada não ocorra na disputa dos serviços. Isto porque ficam vulneráveis ao individualismo.
A consciência de grupo tem surgido, então, quase sempre, mais por interesse de defesa do que por altruísmo.
Isto porque, garantida a liberdade de trabalho, se não se regular e tutelar a conduta, o individualismo pode transformar a vida dos profissionais em reciprocidade de agressão.
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Tal luta quase sempre se processa através de aviltamento de preços, propaganda enganosa, calúnias, difamações, tramas, tudo na ânsia de ganhar mercado e subtrair clientela e oportunidades do colega, reduzindo a concorrência. Igualmente, para maiores lucros, pode estar o indivíduo tentado a práticas viciosas, mas rentáveis.
Em nome dessas ambições, podem ser praticadas quebras de sigilo, ameaças de revelação de segredos dos negócios, simulação de pagamentos de impostos não recolhidos, etc.
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Para dar espaço a ambições de poder, podem ser armadas tramas contra instituições de classe, com denúncias falsas pela imprensa para ganhar eleições, ataque a nomes de líderes impolutos para ganhar prestígio, etc.
Os traidores e ambiciosos, quando deixados livres completamente livres, podem cometer muitos desatinos, pois muitas são as variáveis que existem no caminho do prejuízo a terceiros.
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A tutela do trabalho, pois, processa-se pelo caminho da exigência de uma ética, imposta através dos conselhos profissionais e de agremiações classistas. As normas devem ser condizentes com as diversas formas de prestar o serviço de organizar o profissional para esse fim.
Dentro de uma mesma classe, os indivíduos podem exercer suas atividades como empresários, autônomos e associados. Podem também dedicar-se a partes menos ou mais refinadas do conhecimento.
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A conduta profissional, muitas vezes, pode tornar-se agressiva e inconveniente e esta é uma das fortes razões pelas quais os códigos de ética quase sempre buscam maior abrangência.
Tão poderosos podem ser os escritório, hospitais, firmas de engenharia, etc, que a ganância dos mesmos pode chegar ao domínio das entidades de classe e até ao Congresso e ao Executivo das nações.
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A força do favoritismo, acionada nos instrumentos do poder através de agentes intermediários, de corrupção, de artimanhas políticas, pode assumir proporções asfixiantes para os profissionais menores, que são a maioria.
Tais grupos podem, como vimos, inclusive, ser profissionais, pois, nestes encontramos também o poder econômico acumulado, tão como conluios com outras poderosas organizações empresariais.
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Portanto, quando nos referimos à classe, ao social, não nos reportamos apenas a situações isoladas, a modelos particulares, mas a situações gerais.
O egoísmo desenfreado de poucos pode atingir um número expressivo de pessoas e até, através delas, influenciar o destino de nações, partindo da ausência de conduta virtuosa de minorias poderosas, preocupadas apenas com seus lucros.
Sabemos que a conduta do ser humano pode tender ao egoísmo, mas, para os interesses de uma classe, de toda uma sociedade, é preciso que se acomode às normas, porque estas devem estar apoiadas em princípios de virtude.
Como as atitudes virtuosas podem garantir o bem comum, a Ética tem sido o caminho justo, adequado, para o benefício geral.
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Egresso de uma vida inculta, desorganizada, baseada apenas em instintos, o homem, sobre a Terra, foi-se organizando, na busca de maior estabilidade vital. Foi cedendo parcelas do referido individualismo para se beneficiar da união, da divisão do trabalho, da proteção da vida em comum.
A organização social foi um progresso, como continua a ser a evolução da mesma, na definição, cada vez maior, das funções dos cidadãos e tal definição acentua, gradativamente, o limite de ação das classes
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5. Vocação para coletivo
Egresso de uma vida inculta, desorganizada, baseada apenas em instintos, o homem, sobre a Terra, foi-se organizando, na busca de maior estabilidade vital. Foi cedendo parcelas do referido individualismo para se beneficiar da união, da divisão do trabalho, da proteção da vida em comum.
A organização social foi um progresso, como continua a ser a evolução da mesma, na definição, cada vez maior, das funções dos cidadãos e tal definição acentua, gradativamente, o limite de ação das classes
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Sabemos que entre a sociedade de hoje e aquela primitiva não existem mais níveis de comparação, quanto à complexidade; devemos reconhecer, porém, que, nos núcleos menores, o sentido de solidariedade era bem mais acentuado, assim como os rigores éticos e poucas cidades de maior dimensão possuem, na atualidade, o espírito comunitário; também, com dificuldades, enfrentam as questões classistas.A vocação para o coletivo já não se encontra, nos dias atuais, com a mesma pujança nos grandes centros. 
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Parece-me pouco entendido, por um número expressivo de pessoas, que existe um bem comum a defender e do qual elas dependem para o bem-estar próprio e o de seus semelhantes, havendo uma inequívoca interação que nem sempre é compreendida pelos que possuem espírito egoísta.
Quem lidera entidades de classe bem sabe a dificuldade para reunir colegas, para delegar tarefas de utilidade geral.
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Tal posicionamento termina, quase sempre, em uma oligarquia dos que se sacrificam, e o poder das entidades tende sempre a permanecer em mãos desses grupos, por longo tempo.
O egoísmo parece ainda vigorar e sua reversão não nos parece fácil, diante da massificação que se tem promovido, propositadamente, para a conservação dos grupos dominantes no poder.
Como o progresso do individualismo gera sempre o risco da transgressão ética, imperativa se faz a necessidade de uma tutela sobre o trabalho, através de normas éticas.
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É sabido que uma disciplina de conduta protege todos, evitando o caos que pode imperar quando se outorga ao indivíduo o direito de tudo fazer, ainda que prejudicando terceiros.
É preciso que cada um ceda alguma coisa para receber muitas outras e esse é um princípio que sustenta e justifica a prática virtuosa perante a comunidade.
O homem não deve construir seu bem a custa de destruir o de outros, nem admitir que só existe a sua vida em todo o universo.
Em geral, o egoísta é um ser de curta visão, pragmático quase sempre, isoladao em sua perseguição de um bem que imagina ser só seu.
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6. Classes Profissionais
Uma classe profissional caracteriza-se pela homogeneidade do trabalho executado, pela natureza do conhecimento exigido preferencialmente para tal execução e pela identidade de habilitação para o exercício da mesma. A classe profissional é, pois, um grupo dentro da sociedade, específico, definido por sua especialidade de desempenho de tarefa.
A questão, pois, dos grupamentos específicos, sem dúvida, decorre de uma especialização, motivada por seleção natural ou habilidade própria, e hoje constitui-se em inequívoca força dentro das sociedades.
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A formação das classes profissionais decorreu de forma natural, há milênios, e se dividiram cada vez mais.
Historicamente, atribui-se à Idade Média a organização das classes trabalhadoras, notadamente as de artesãos, que se reuniram em corporações.
A divisão do trabalho
é antiga, ligada que está à vocação e cada um para determinadas tarefas e às circunstâncias que obrigam, às vezes, a assumir esse ou aquele trabalho; ficou prático para o homem, em comunidade, transferir tarefas e executar a sua.
A união dos que realizam o mesmo trabalho foi uma evolução natural e hoje se acha não só regulada por lei, mas consolidada em instituições fortíssimas de classe.
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7. Virtudes profissionais
Não obstante os deveres de um profissional, os quais são obrigatórios, devem ser levadas em conta as qualidades pessoais que também concorrem para o enriquecimento de sua atuação profissional, algumas delas facilitando o exercício da profissão.
Muitas destas qualidades poderão ser adquiridas com esforço e boa vontade, aumentando neste caso o mérito do profissional que, no decorrer de sua atividade profissional, consegue incorporá-las à sua personalidade, procurando vivenciá-las ao lado dos deveres profissionais.
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Em recente artigo publicado na revista EXAME o consultor dinamarquês Clauss MOLLER (1996, p.103-104) faz uma associação entre as virtudes lealdade, responsabilidade e iniciativa como fundamentais para a formação de recursos humanos. Segundo Clauss Moller o futuro de uma carreira depende dessas virtudes. Vejamos: 
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O senso de responsabilidade é o elemento fundamental da empregabilidade. Sem responsabilidade a pessoa não pode demonstrar lealdade, nem espírito de iniciativa [...]. Uma pessoa que se sinta responsável pelos resultados da equipe terá maior probabilidade de agir de maneira mais favorável aos interesses da equipe e de seus clientes, dentro e fora da organização [...]. A consciência de que se possui uma influência real constitui uma experiência pessoal muito importante. 
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É algo que fortalece a auto-estima de cada pessoa. Só pessoas que tenham auto-estima e um sentimento de poder próprio são capazes de assumir responsabilidade. Elas sentem um sentido na vida, alcançando metas sobre as quais concordam previamente e pelas quais assumiram responsabilidade real, de maneira consciente.
As pessoas que optam por não assumir responsabilidades podem ter dificuldades em encontrar significado em suas vidas. Seu comportamento é regido pelas recompensas e sanções de outras pessoas - chefes e pares [...]. Pessoas desse tipo jamais serão boas integrantes de equipes.
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Prossegue citando a virtude da lealdade:
A lealdade é o segundo dos três principais elementos que compõe a empregabilidade. Um funcionário leal se alegra quando a organização ou seu departamento é bem sucedido, defende a organização, tomando medidas concretas quando ela é ameaçada, tem orgulho de fazer parte da organização, fala positivamente sobre ela e a defende contra críticas.
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Lealdade não quer dizer necessáriamente fazer o que a pessoa ou organização à qual você quer ser fiel quer que você faça. Lealdade não é sinônimo de obediência cega. Lealdade significa fazer críticas construtivas, mas as manter dentro do âmbito da organização. Significa agir com a convicção de que seu comportamento vai promover os legítimos interesses da organização. Assim, ser leal às vezes pode significar a recusa em fazer algo que você acha que poderá prejudicar a organização, a equipe de funcionários. 
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No Reino Unido, por exemplo, essa idéia é expressa pelo termo “Oposição Leal a Sua Majestade”. Em outras palavras, é perfeitamente possível ser leal a Sua Majestade - e, mesmo assim, fazer parte da oposição. Do mesmo modo, é possível ser leal a uma organização ou a uma equipe mesmo que você discorde dos métodos usados para se alcançar determinados objetivos. Na verdade, seria desleal deixar de expressar o sentimento de que algo está errado, se é isso que você sente.
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As virtudes da responsabilidade e da lealdade são completadas por uma terceira, a iniciativa, capaz de colocá-las em movimento.
Tomar a iniciativa de fazer algo no interesse da organização significa ao mesmo tempo, demonstrar lealdade pela organização. Em um contexto de empregabilidade, tomar iniciativas não quer dizer apenas iniciar um projeto no interesse da organização ou da equipe, mas também assumir responsabilidade por sua complementação e implementação.
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Podemos ainda, de acrescentar outras qualidades que consideramos importantes no exercício de uma profissão. São elas:
Honestidade:
A honestidade está relacionada com a confiança que nos é depositada, com a responsabilidade perante o bem de terceiros e a manutenção de seus direitos.
É muito fácil encontrar a falta de honestidade quanto existe a fascinação pelos lucros, privilégios e benefícios fáceis, pelo enriquecimento ilícito em cargos que outorgam autoridade e que têm a confiança coletiva de uma coletividade. Já ARISTÓTELES (1992, p.75) em sua "Ética a Nicômanos" analisava a questão da honestidade.
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Outras pessoas se excedem no sentido de obter qualquer coisa e de qualquer fonte - por exemplo os que fazem negócios sórdidos, os proxenetas e demais pessoas desse tipo, bem como os usurários, que emprestam pequenas importâncias a juros altos. Todas as pessoas deste tipo obtêm mais do que merecem e de fontes erradas. 
O que há de comum entre elas é obviamente uma ganância sórdida, e todas carregam um aviltante por causa do ganho - de um pequeno ganho, aliás. Com efeito, aquelas pessoas que ganham muito em fontes erradas, e cujos ganhos não são justos - por exemplo, os tiranos quando saqueiam cidades e roubam templos, não são chamados de avarentos, mas de maus, ímpios e injustos. 
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São inúmeros os exemplos de falta de honestidade no exercício de uma profissão. Um psicanalista, abusando de sua profissão ao induzir um paciente a cometer adultério, está sendo desonesto. Um contabilista que, para conseguir aumentos de honorários, retém os livros de um comerciante, está sendo desonesto.
A honestidade é a primeira virtude no campo profissional. É um princípio que não admite relatividade, tolerância ou interpretações circunstanciais.
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Sigilo:
O respeito aos segredos das pessoas, dos negócios, das empresas, deve ser desenvolvido na formação de futuros profissionais, pois trata-se de algo muito importante. Uma informação sigilosa é algo que nos é confiado e cuja preservação de silêncio é obrigatória.
Revelar detalhes ou mesmo frívolas ocorrências dos locais de trabalho, em geral, nada interessa a terceiros e ainda existe o agravante de que planos e projetos de uma empresa ainda não colocados em prática possam ser copiados e colocados no mercado pela concorrência antes que a empresa que os concebeu tenha tido oportunidade de lançá-los.
Documentos, registros contábeis, planos de marketing, pesquisas científicas, hábitos pessoais, dentre outros, devem ser mantidos em sigilo e sua revelação pode representar sérios problemas para a empresa ou para os clientes do profissional.
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Competência:
Competência, sob o ponto de vista funcional, é o exercício do conhecimento de forma adequada e persistente a um trabalho ou profissão. Devemos buscá-la sempre. “A função de um citarista é tocar cítara, e a de um bom citarista é tocá-la bem.” (ARISTÓTELES, p.24).
É de extrema importância a busca da competência profissional em qualquer área de atuação. Recursos humanos devem ser incentivados a buscar sua competência e maestria através do aprimoramento contínuo de suas habilidades e conhecimentos.
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O conhecimento da ciência, da tecnologia, das técnicas e práticas profissionais é pré-requisito para a prestação de serviços de boa qualidade.
Nem sempre é possível acumular todo conhecimento exigido por determinada tarefa, mas é necessário que se tenha a postura ética de recusar serviços quando não se tem a devida capacitação para executá-lo.
Pacientes que morrem ou ficam aleijados por incompetência médica, causas que são perdidas pela incompetência de advogados, prédios que desabam por erros de cálculo em engenharia, são apenas alguns exemplos de quanto se deve investir na busca da competência.
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Prudência:
Todo trabalho, para ser executado, exige muita segurança.
A prudência, fazendo com que o profissional analise situações complexas e difíceis com mais facilidade e de forma mais profunda e minuciosa, contribui para a maior segurança, principalmente das decisões a serem tomadas. a prudência é indispensável nos casos de decisões sérias e graves, pois evita os julgamentos apressados e as lutas ou discussões inúteis.
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Coragem:
Todo profissional precisa ter coragem, pois “o homem que evita e teme a tudo, não enfrenta coisa alguma, torna-se um covarde” (ARISTÓTELES, p.37). A coragem nos ajuda a reagir às críticas, quando injustas, e a nos defender dignamente quando estamos cônscios de nosso dever. Nos ajuda a não ter medo de defender a verdade e a justiça, principalmente quando estas forem de real interesse para outrem ou para o bem comum. Temos que ter coragem para tomar decisões, indispensáveis e importantes, para a eficiência do trabalho, sem levar em conta possíveis atitudes ou atos de desagrado dos chefes ou colegas.
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Perseverança:
Qualidade difícil de ser encontrada, mas necessária, pois todo trabalho está sujeito a incompreensões, insucessos e fracassos que precisam ser superados, prosseguindo o profissional em seu trabalho, sem entregar-se a decepções ou mágoas. É louvável a perseverança dos profissionais que precisam enfrentar os problemas do subdesenvolvimento. 
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Compreensão:
Qualidade que ajuda muito um profissional, porque é bem aceito pelos que dele dependem, em termos de trabalho, facilitando a aproximação e o diálogo, tão importante no relacionamento profissional.
É bom, porém, não confundir compreensão com fraqueza, para que o profissional não se deixe levar por opiniões ou atitudes, nem sempre, válidas para eficiência do seu trabalho, para que não se percam os verdadeiros objetivos a serem alcançados pela profissão. 
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Vê-se que a compreensão precisa ser condicionada, muitas vezes, pela prudência. A compreensão que se traduz, principalmente em calor humano pode realizar muito em benefício de uma atividade profissional, dependendo de ser convenientemente dosada. 
Humildade:
O profissional precisa ter humildade suficiente para admitir que não é o dono da verdade e que o bom senso e a inteligência são propriedade de um grande número de pessoas. 
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Representa a auto-análise que todo profissional deve praticar em função de sua atividade profissional, a fim de reconhecer melhor suas limitações, buscando a colaboração de outros profissionais mais capazes, se tiver esta necessidade, dispor-se a aprender coisas novas, numa busca constante de aperfeiçoamento. Humildade é qualidade que carece de melhor interpretação, dada a sua importância, pois muitos a confundem com subserviência, dependência ? quase sempre lhe é atribuído um sentido depreciativo. Como exemplo, ouve-se freqüentemente, a respeito determinadas pessoas, frases com estas: Fulano é muito humilde, coitado!
Muito simples! Humildade está significando nestas frases pessoa carente que aceita qualquer coisa, dependente e até infeliz.
Conceito errôneo que precisa ser superado, para que a Humildade adquira definitivamente a sua autenticidade.
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Imparcialidade:
É uma qualidade tão importante que assume as características do dever, pois se destina a se contrapor aos preconceitos, a reagir contra os mitos (em nossa época dinheiro, técnica, sexo...), a defender os verdadeiros valores sociais e éticos, assumindo principalmente uma posição justa nas situações que terá que enfrentar. Para ser justo é preciso ser imparcial, logo a justiça depende muito da imparcialidade.
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Otimismo: 
Em face das perspectivas das sociedades modernas, o profissional precisa e deve ser otimista, para acreditar na capacidade de realização da pessoa humana, no poder do desenvolvimento, enfrentando o futuro com energia e bom-humor.
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8. Código de ética profissional
Cabe sempre, quando se fala em virtudes profissionais, mencionarmos a existência dos códigos de ética profissional.
As relações de valor que existem entre o ideal moral traçado e os diversos campos da conduta humana podem ser reunidos em um instrumento regulador.
É uma espécie de contrato de classe e os órgãos de fiscalização do exercício da profissão passam a controlar a execução de tal peça magna.
Tudo deriva, pois, de critérios de condutas de um indivíduo perante seu grupo e o todo social.
Tem como base as virtudes que devem ser exigíveis e respeitadas no exercício da profissão, abrangendo o relacionamento com usuários, colegas de profissão, classe e sociedade.
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O interesse no cumprimento do aludido código passa, entretanto a ser de todos. O exercício de uma virtude obrigatória torna-se exigível de cada profissional, como se uma lei fosse, mas com proveito geral.
Cria-se a necessidade de uma mentalidade ética e de uma educação pertinente que conduza à vontade de agir, de acordo com o estabelecido. Essa disciplina da atividade é antiga, já encontrada nas provas históricas mais remotas, e é uma tendência natural na vida das comunidades.
É inequívoco que o ser tenha sua individualidade, sua forma de realizar seu trabalho, mas também o é que uma norma comportamental deva reger a prática profissional no que concerne a sua conduta, em relação a seus semelhantes.
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É inequívoco que o ser tenha sua individualidade, sua forma de realizar seu trabalho, mas também o é que uma norma comportamental deva reger a prática profissional no que concerne a sua conduta, em relação a seus semelhantes.
Toda comunidade possui elementos qualificados e alguns que transgridem a prática das virtudes; seria utópico admitir uniformidade de conduta.
A disciplina, entretanto, através de um contrato de atitudes, de deveres, de estados de consciência, e que deve formar um código de ética, tem sido a solução, notadamente nas classes profissionais que são egressas de cursos universitários (contadores, médicos, advogados, etc.) 
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Uma ordem deve existir para que se consiga eliminar conflitos e especialmente evitar que se macule o bom nome e o conceito social de uma categoria.
Se muitos exercem a mesma profissão, é preciso que uma disciplina de conduta ocorra. 
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MODELO CÓDIGO DE ÉTICA (ENGENHEIROS E ARQUITETOS)
A Ética profissional é o conjunto de critérios e conceitos que deve guiar a conduta de um indivíduo, por razão dos mais elevados fins que possa atribuir-se à profissão que exerce. 
As regras de ética, mencionadas no presente Código, não implicam a exclusão de outras, não expressas e que podem resultar do exercício profissional consciente e digno. 
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1. Capítulo primeiro 
1.1. Os Agrimensores, Arquitetos e Engenheiros, em todas as suas diversas especialidades e profissões afins, adiante designados profissionais, estão obrigados, sob o ponto de vista ética, a ajustar sua atuação profissional aos conceitos básicos e as disposições do presente Código. 
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1.2. É dever primordial dos profissionais respeitar e fazer respeitar todas as disposições legais e regulamentares que incidam nos atos da profissão. 
É também dever primordial dos profissionais cuidar pelo prestígio da profissão. 
1.3. Compete aos profissionais estudar cuidadosamente o ambiente que será afetado em cada proposta de tarefa, avaliando os impactos ambientais nos ecossistemas fechados, urbanizados ou naturais, incluído o entorno sócio-econômico, bem como selecionar a melhor alternativa para contribuir para um melhor desenvolvimento ambientalmente sadio e sustentável, com o objetivo de obter a melhor qualidade de vida para a população. 
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2. Capítulo segundo - Deveres que impõe a Ética Profissional para com a Sociedade: 
2.1. O Profissional deverá interessar-se pelo bem comum, com o objetivo de contribuir com seus conhecimentos, capacidade e experiência para servir a humanidade. 
2.1.1. Os profissionais deverão cooperar para o progresso da sociedade trazendo sua colaboração intelectual e material para obras culturais,

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