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Órgãos associados ao trato digestivo

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Órgãos associados ao trato digestivo (guilherme ferreira morgado)
	As glândulas salivares são exócrinas e produzem saliva. Além das pequenas espalhadas pela cavidade oral, existem três grandes: parótida, submandibular, sublingual. Essas glândulas maiores são revestidas por uma cápsula de tecido conjuntivo rico em colágeno. O seu parênquima é formado pelas terminações secretoras e ductos ramificados que originam os lóbulos, separados por septos vindo da cápsula. 
	Essas terminações secretoras podem ser serosas ou mucosas. As serosas possuem um formato piramidal e no ápice apresentam pequenos microvilos. Elas se unem formando um ácino. Já as mucosas possuem um formato cubóide ou colunar com o núcleo junto à base. Elas se organizam formando túbulos, que são arranjos cilíndricos de células mucosas. 
	As células mioepiteliais são encontradas junto à lâmina basal de terminações secretoras e na porção inicial do sistema de ductos. Elas apresentam características semelhantes às células musculares, incluindo a contratilidade. Entretanto, estabelecem junções entre si e também com as células secretoras. A sua principal função é evitar a distensão excessiva da terminação secretora durante a secreção, mas elas também ajudam na própria secreção. 
	As terminações secretoras formam os ductos intercalares, com epitélio cubóide, que se unem formando o ducto estriado, esses dois ductos também são chamados de ductos intralobulares. Os ductos estriados convergem para o ducto interlobular localizado no septo de tecido conjuntivo, esses são formados por epitélio cubóide estratificado inicialmente, mas a porção terminal é de epitélio colunar estratificado. O ducto principal de cada glândula desemboca na cavidade oral sendo revestido por epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado. Os vasos e nervos penetram pelo hilo e se ramificam até os lóbulos. 
	A glândula parótida é acinosa composta, sendo que sua porção secretora é composta por células serosas, contendo grânulos de secreção ricos em proteína e elevada atividade amilase, que começa a digestão na boca. O seu tecido conjuntivo possui muitos plasmócitos e linfócitos, esses plasmócitos liberam os seus IgAs junto da saliva configurando uma defesa imunológica da cavidade oral. 
	A glândula submandibular é tubuloacinosa composta com a porção secretora constituída de células mucosas e serosas. Entretanto, as células serosas predominam, sendo que são responsáveis por uma fraca atividade da amilase presente nesta glândula. Já as células que formam as semi-luas secretam a enzima lisozima.
	A glândula sublingual também é tubuloacinosa composta formada por células serosas e mucosas, mas são as mucosas que predominam. 
	As glândulas salivares menores não são encapsuladas e estão distribuídas por toda mucosa e submucosa oral. A saliva é produzida por pequenas unidades secretoras e conduzida por pequenos ductos. 
	O pâncreas é uma glândula mista, exócrina e endócrina, que produz enzimas digestivas e hormônios. As enzimas são produtos da parte exócrina arranjada em ácinos, enquanto que os hormônios da endócrina, de células epiteliais conhecidas como ilhotas pancreáticas ou de Langerhans. 
	A porção exócrina é uma glândula acinosa composta. Um detalhe característico é a penetração dos ductos intercalares no lúmen dos ácinos - são as células centroacinosas, que formam a porção intra-acinosa do ducto intercalar. Uma cápsula delgada de tecido conjuntivo reveste o pâncreas e envia septos separando-o em lóbulos. Os ácinos são circundados por uma lâmina basal que é sustentada por fibras reticulares. 
O pâncreas possui uma rede capilar extensa, o que é essencial na secreção de íons, diversas enzimas e água. A maioria das enzimas é armazenada em sua forma inativa nos grânulos de secreção, o que protege o pâncreas da ação dessas enzimas. 
Essa secreção é controlada pela secretina e colecistoquinina, assim como a estimulação vagal também aumenta a secreção. A presença de ácido no lúmen intestinal é um forte estímulo para a secreção de secretina, que leva a uma produção pelas células dos ductos intercalares de uma secreção rica em bicarbonato. Já a liberação de colecistoquinina é estimulada pela presença de ácidos graxos de cadeia longa, ácido gástrico e de alguns aminoácidos essenciais. Esse hormônio promove uma secreção rica em enzimas. 
O fígado é o órgão no qual os nutrientes absorvidos no trato digestivo são processados e armazenados para utilização por outros órgãos, logo, é uma interface entre o sistema digestivo e sangue. Todos esses nutrientes chegam ao fígado pela veia porta, exceto os lipídios que chegam pela artéria hepática. Além disso, o fígado também neutraliza e elimina substâncias tóxicas e produz as proteínas plasmáticas e carreadoras. 
Ele é revestido por uma cápsula delgada de tecido conjuntivo (cápsula de Glisson) que se torna mais espessa no hilo, por onde a veia porta e artéria hepática penetram e também saem os ductos hepáticos. 
O componente estrutural básico é o hepatócito, já as unidades estruturais são os lóbulos hepáticos que apresentam uma forma poligonal. Esses lóbulos estão juntos um dos outros, mas em certas regiões encontra-se tecido conjuntivo contendo um ramo da veia porta, um ramo da artéria hepática, um ducto biliar e vasos linfáticos. Essa região é chamada de espaço porta e fica no canto do lóbulo. A veia porta possui sangue oriundo do trato digestivo, enquanto que a artéria hepática do tronco celíaco da aorta. 
Os hepatócitos estão arranjados como tijolos da parede do lóbulo e estão no sentido da periferia para o centro. Nos espaços entre eles estão os capilares chamados de sinusóides, que são compostos por uma camada descontínua de células endoteliais fenestradas. As células endoteliais estão separadas dos hepatócitos por uma lâmina basal descontínua e por um espaço subendotelial chamado de espaço de Disse, que possui microvilos dos hepatócitos. Então, os fluidos do sangue passam facilmente pela parede endotelial entrando em contato com a parede dos hepatócitos. Esta troca facilitada é muito importante, já que o fígado capta e cataboliza moléculas grandes. O sinusóide é sustentado por uma delicada bainha de fibras reticulares, eles possuem macrófagos, células de Kupffer, que tem como função metabolizar eritrócitos velhos, digerir hemoglobina e destruir bactérias. No espaço de Disse estão as células de Ito, que armazenam lipídios, secretam proteínas da matriz celular, proteoglicanos, fatores de crescimento e citocinas, além de regularem o diâmetro do lúmen sinusoidal. 
	O fígado recebe o sangue da veia porta com pouco oxigênio e rico em nutrientes, mas também da artéria hepática, que é rico em oxigênio. A veia porta ramifica-se em vênulas portais ou interlobulares, essas em vênulas distribuidoras, que correm ao redor da periferia do lóbulo. Então, pequenas vênulas desembocam nos capilares sinusóides, esses correm para o centro e irão formar a veia central ou centrolobular, que possui paredes delgadas. À medida que essa veia percorre o lóbulo vai recebendo mais sinusóides, logo, aumentando de tamanho. No final, ela deixa o lóbulo fundindo-se com a veia sublobular, que vão convergir e formar as veias hepáticas, que vão desembocar na veia cava inferior. 
	A artéria hepática ramifica-se formando a arteríola interlobular, localizada no espaço porta. Algumas arteríolas vão irrigar a estrutura do espaço porta e outras vão desembocar nos sinusóides promovendo a mistura de sangue. A principal função desse sangue arterial é suprir os hepatócitos de sangue. O sangue que chega ao sinusóide flui da periferia para o centro, logo, a oferta de sangue e nutrientes para as células da periferia é diferente da oferta para o centro, por isso as células perilobulares têm comportamento diferente das centrolobulares. 
	O hepatócito é poliédrico e apresenta muitas mitocôndrias e também REL. Sempre que dois hepatócitos se encontram eles formam um espaço tubular chamado de canalículo biliar. Esses constituema primeira porção dos ductos biliares, sendo que são delimitados pelas membranas plasmáticas dos hepatócitos e possuem alguns microvilos. Além disso, as membranas plasmáticas próximas dos canalículos são unidas por junções de oclusão; também se encontram junções comunicantes entre os hepatócitos. 
	Os canalículos se anastomosam ao longo do lóbulo hepático, logo, a bile flui em direção à periferia, sendo que quando chega nela adentra os dúctulos biliares formados por células cubóides. Esses dúctulos terminam nos ductos biliares localizados no espaço porta, os quais vão se fundir para formar o ducto hepático. 
	Os dois retículos endoplasmáticos são bem desenvolvidos, o RER forma diversas proteínas importantes (ex.: albumina), já o REL atua nos processos de oxidação e detoxicação, por exemplo. O REL também conjuga a bilirrubina formando o glucoronato de bilirrubina. 
	Diversas drogas e substâncias podem ser inativadas pelas enzimas do REL, o que leva a um aumento dessa organela, aumentando a capacidade de detoxicação. 
	O glicogênio hepático é um depósito de glicose sendo mobilizado quando a glicose sanguínea cai abaixo do nível adequado, logo, os hepatócitos contribuem para manter a glicemia estável. 
	Os lisossomos dos hepatócitos são importantes na degradação e renovação das organelas intracelulares. Os peroxissomas também são abundantes e atuam na oxidação de ácidos graxos e quebra de peróxido de hidrogênio. Os complexos de Golgi também são bastante numerosos. 
	A secreção de bile é exócrina, uma vez que os hepatócitos captam do sangue, transformam e excretam para o canalículo. Cerca de 90% da bile vem da absorção pelo epitélio intestinal no íleo e 10% é sintetizado no REL. 
	O fígado também armazena vitaminas e lipídios. Os hepatócitos são responsáveis pela gliconeogênese e também pela desaminação dos aminoácidos. 
	O fígado possui uma lenta, mas muito boa capacidade de regeneração. Os próprios hepatócitos começam a se multiplicar visando repor o que foi perdido.
	O ducto hepático, após receber o ducto cístico, proveniente da vesícula biliar, continua até o duodeno como ducto colédoco ou ducto biliar comum. Esses três ductos são revestidos por epitélio colunar simples, a lâmina própria é delgada e circundada por uma camada de músculo liso pequena. Essa camada torna-se espessa próxima ao duodeno até formar o esfíncter de Oddi, que regula o fluxo. 
	A vesícula biliar é um órgão oco que armazena bile. A parede da vesícula é formada por uma mucosa composta de epitélio colunar simples e lâmina própria, camada de músculo liso, uma de tecido conjuntivo perimuscular e uma serosa. Sendo que a mucosa possui pregas abundantes. Também há glândulas tubuloacinosas próximo ao ducto cístico, que são responsáveis pelo muco. A contração da vesícula é induzida pela colecistoquinina.

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