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APOSTILA PERICIA CONTABIL E ARBITRAGEM integrada

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APOSTILA PERICIA CONTÁBIL 
 
PROFº WANDERLEY DOS SAMTOS WSAMTOS@UOL.COM.BR Página 1 
 
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Perícia = Originário do latim peritia significa habilidade, conhecimento, experiência, saber. Na 
linguagem jurídica significa a pesquisa, o exame, à verificação acerca da verdade ou da realidade 
de certos fatos. 
A perícia tem como espécies de procedimentos: os exames, as vistorias e as avaliações. Todas se 
dizem genericamente, Exames Periciais. 
É a forma de se demonstrar, por meio de laudo pericial, a verdade de conflitos e ou fatos ocorridos 
contestados por interessados, examinados por especialista do assunto, e a qual servirá como meio 
de prova em que se baseiam as partes e o juiz para resolução de determinado processo. 
Em direito, perícia é um meio de prova em que pessoas qualificadas tecnicamente (os peritos), 
nomeadas pelo juiz, analisam fatos juridicamente relevantes à causa examinada, elaborando laudo. 
É um exame que exige conhecimentos técnicos, científicos ou artísticos a fim de comprovar 
(provar) a veracidade de certo fato ou circunstância. Para auxiliar as partes nas questões técnicas, 
poderá haver o profissional denominado "assistente técnico", também profissional, que 
acompanhará, avaliará e discutirá tecnicamente os trabalhos periciais. 
Dentre os vários meios produtores de prova no direito, a perícia se destaca como um meio 
especial, na qual o concurso de um profissional especialista na área em questão faz-se necessário 
para o esclarecimento de fatos técnicos. A crescente e continuada complexificação de nossa 
sociedade tecnológica exige cada vez mais a tradução do que é técnico de forma a ser entendido 
por todos. A análise técnica do caso irá trazer à luz a veracidade de fatos ou circunstâncias, 
modificando até procedimentos sociais EX. Recall. 
A perícia pode ser realizada em todas as áreas do conhecimento humano, tem várias naturezas, a 
depender de seu objeto de estudo: pode ser criminal, de engenharia, ambiental, de medicina, de 
tecnologia, enfim, dos mais variados ramos em que o concurso do conhecimento técnico se faça 
necessário. 
PERICIA CONTABIL: É a verificação de fatos e ou divergências ligadas ao Patrimônio 
individualizado das pessoas físicas e jurídicas, visando oferecer opinião, mediante questão 
proposta. Para tal opinião realizam-se exames, vistorias, Indagações, investigações, avaliações, 
em suma todo e qualquer procedimento necessário para se ter a opinião. 
 
 
 A perícia tem em suas entranhas o status de conhecimento notório, tratado na lei 9.457 de 5 de maio de 1997, 
que alterou a lei 6.404-76 no seu art. 163 parágrafo 8, que trata o profissional com o status de conhecimento 
notório. 
 O status do perito, também é elevado para categoria de cientista, por força do CPC art. art. 145 que trata do 
perito como sendo um cientista para assistir o juízo em matérias de ciência e tecnologia 
 
O campo de atuação da pericia contábil é o patrimônio das pessoas físicas ou jurídicas. 
1. exame (perícia realizada em pessoas, móveis ou semoventes): 
2. vistoria (perícia realizada em imóveis); 
3. avaliação (estimativa do valor equivalente em dinheiro de determinados objetos); 
4. arbitramento (caso de direitos autorais, dano moral). 
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As conclusões do perito são lançadas em uma peça denominada laudo pericial. Distingue-se o 
laudo do mero parecer porque o laudo é feito para prova de fato que depende de conhecimento 
especial. Nele pode o perito proceder livremente, ouvir testemunhas, colher dados e informações, 
juntar pesquisas científicas etc. Enquanto o parecer é uma mera resposta à consulta e aplicação 
de tecnicas de uma das partes sobre dados pré-existentes, um trabalho elaborado por 
amostragem, aonde se conclue-se através de procedimentos normalmente aceitos pela 
contabilidade 
Podemos observar que desde os tempos primórdios a figura do Contabilista esteve presente em 
diversos momentos da história. Esta situação apenas vem demonstrar a sua importância, tanto 
para a sociedade física quanto para a jurídica. 
Semelhantemente a "perícia contábil", demonstrou sua necessidade e importância, vindo a ser 
legalizada, através das Normas Brasileiras de Contabilidade e pelo Código de Processo Civil. 
Os quesitos são as perguntas técnicas que as partes querem ver respondidas pelo profissional 
perito, que, além de auxiliar o trabalho deste, ainda deixam bem clara a objetividade pretendida. 
Uma boa elaboração de quesitos é parte fundamental na boa produção da prova pericial e eles 
serão mais ricos quando elaborados conjuntamente por advogados e profissionais especialistas. 
O ordenamento jurídico brasileiro sobre Contabilidade é amplo e muito variado. 
Esse ordenamento divide a Contabilidade geralmente em Empresarial e Pública. 
A legislação principal que trata de Contabilidade Pública Brasileira é a Lei nº 4.320, de 17 de 
março de 1964, que estatiu Normas Gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos 
orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. A Secretaria 
do Tesouro Nacional tenta disciplinar padrões de contabilidade para uniformização e consolidação 
de balanços públicos, por intermédio de inúmeras portarias. 
A Contabilidade Empresarial é normatizada pela: 
 Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, atualizada pela lei 11.638/07, que dispõe sobre as 
sociedades por ações; 
 Código Civil, sobre outros tipos de sociedades; 
 Normas Brasileiras de Contabilidade, emitidas pelo Conselho Federal de Contabilidade 
(CFC); 
 normas sobre Contabilidade tributária, geralmente de responsabilidade da Secretaria da 
Receita Federal; 
 normas para o mercado de capitais, de responsabilidade da Comissão de Valores 
Mobiliários (CVM); 
 legislações esparsas geralmente classificadas como Direito Empresarial (sentido amplo). 
 
 
 
 
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Perito, é a pessoa capacitada, em decorrência de conhecimentos especiais (técnicos ou científicos) 
que possui nomeada pelo juiz (de ofício ou a pedido das partes), para a realização de uma perícia. 
Saliente-se que, por técnico, entende-se aquele que possui um conhecimento "especial", como o 
agricultor, que entende da terra mais que o juiz, o mecânico, que pode trazer detalhes preciosos de 
seu mister com motores; o contador, etc. Já por conhecimento científico entende-se o sujeito que 
possui estudo, qualificação no ramo científico, tal como o farmacêutico, o engenheiro, o médico, o 
químico, etc. 
EXERCICIO 1 
A sociedade Boroquogema do Sul Ltda., constituída em jan/2007, tendo em sua formação societária o senhor Mario dos 
Enganos com 90% das quotas e a senhora Jurema Aparecida dos Enganos sua esposa com o restante das quotas, no dia 
15/07/07 contraiu junto ao Banco do Jardim S/A uma linha de crédito no valor de R$ 150.000,00 com vencimento 
previsto para 15/01/08, em função do bom relacionamento que existia entre o Banco e a empresa, o Banco concedeu 
também em dez/07 um empréstimo no valor de R$ 300.000,00, com aval da Sra. Irandir, sendo que em 31/jul/08, no 
vencimento da operação, a empresa apresentando algumas dificuldades financeiras, não honrou o pagamento do limite de 
crédito, o qual já tinha absorvido a linha de crédito inicial. 
Em jan/2009 o Sr. Mario e da Dna Irandir, acumulando vários déficit junto a fornecedores, instituições financeiras, e 
débitos fiscais, inclusiveresultando em restrições cadastrais no CNPJ da empresa atingindo o CPF dos sócios, decidiram 
adotar a seguinte estratégia, com o objetivo de dar continuidade ao negocio que sustenta a família. 
1) Transformar a empresa Boroquogema do Sul Ltda., em uma empresa UNIPESSOAL, com saída do Sr. Mario 
dos Enganos, deixando que a sócia remanescente assumisse a responsabilidade pelo passivo da empresa 
2) Na sua estratégia, o casal entendia que com saída do Sr. Mario, e com a Dna Irandir assumindo todo o passivo 
da empresa (legalmente), ele estaria livre para possivelmente abrir outro negocio, e dar continuidade aos 
negócios da família, pois se tratava de uma operação legal, a qual tinha caracterizava nenhuma ilicitude. 
a. Parta do pressuposto que a sociedade esta com seus ativos todos comprometidos e são insuficientes para 
saldar as obrigações da empresa. 
b. Parta do pressuposto que o casal encontrou um novo sócio, que entrou na sociedade, se isentando de todos 
os passivos contraídos até 31/01/09 
Sendo assim, o Sr. Mario em fev/09, foi constitui a empresa individual Mario dos Enganos – ME, a qual já superando 
os erros da empresa anterior, conseguiu prosperar, e quitar todas as obrigações da empresa anterior, exceto ao do Banco, 
que por uma questão pessoal, resolveu que não iria pagar, pois o Banco tinha lhe recusado uma operação em um 
momento difícil da sua vida, como a empresa anterior não tinha ativo, a sócia também não tinha patrimônio nenhum, 
ele imaginou que poderia deixar de pagar a instituição financeira. 
Nesta data (31/08/10) através, do laudo do perito Eugenio de Lima, o juiz da 14 vara cível do Fórum da Vila 
Madalena, esta condenando ao Sr. Mario dos Enganos a pagar o limite concedido e não pago, pergunta-se: 
a. Quais foram os argumentos utilizados pelo perito. 
b. Qual metodologia utilizada pelo perito. 
c. Qual o valor da condenação (a divida foi atualizada multa de 5% e mais atualização monetária de 
1,75% a.m.) 
 
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 RISCOS NO TRABALHO DE PERICIA 
Na perícia o risco tem muito mais significação, pois pode levar a uma opinião errônea, produzindo uma 
falsa prova, com lesão ao direito de terceiros. 
 O perito não pode errar; tem para isto precaver-se de todos os meios a seu alcance. 
Atentando aos seguintes fatores: 
 TEMPO ATRIBUÍDO (tempo hábil) 
 PLANO DE TRABALHO (escolher os melhores critérios de desempenho do mesmo) 
 DESEMPENHO EXIGENTE (usar sua autoridade para receber a tempo e completamente os 
elementos materiais de exame) 
 APOIO EXIGENTE (Exigir rigoroso apoio de programação de verificação) 
 RESGUARDO DE INFORMES (Todo informe fornecido que seja relevante deve ser colhidos 
com depoimentos escritos e assinados pelos depoentes) 
 PROVAS EMPRESTADAS (Onde couber, deve o perito apelar para informação de pessoas 
alheias ao processo, mas ligadas por transações à instituição) 
 DECLARAÇÕES (solicitar da empresa uma carta da administração que declare que os 
elementos exibidos são os exclusivos que existiam. 
 PREÇO (compatível com a qualidade e quantidade do trabalho existente. 
 A DIFERENÇA ENTRE PERICIA E AUDITORIA CONTABIL 
A perícia é a prova elucidativa dos fatos, já a auditoria é mais revisão, verificação, tende a ser 
necessidade constante repetindo-se de tempo em tempo, com menos rigores metodológicos, pois 
se utiliza da amostragem. A perícia repudia a amostragem como critério e tem caráter de 
eventualidade e só trabalha com o universo completo, onde a opinião é expressa com rigores de 
cem por cento de análise. Para melhor visualização, apresentamos as principais características de 
auditoria e perícia: 
A perícia tem em suas entranhas o status de conhecimento notório, tratado na lei 9.457 de 5 de 
maio de 1997, que alterou a lei 6.404-76 no seu art. 163 parágrafo 8, que trata o profissional com o 
status de conhecimento notório e necessário para apurar fatos. No mesmo ordenamento, 
parágrafo 4 tem a figura contemporânea dos auditores independentes, para esclarecimentos ou 
apuração de fatos específicos, que acreditamos ser o relatório ou parecer de auditoria submetida à 
apreciação do conselho fiscal. Por isto, entendemos que a lógica do conhecimento, experiência e 
carreira ou educação continuada, no sentido holístico, segue a lógica da formação acadêmica de: 
primeiro contador, segundo auditor e a terceira e maior especialização, perito, pois só é possível 
ser perito o profissional contador que domina as técnicas de auditorias, de perícia e tem algum 
domínio do direito tributário, bancário, comercial, financeiro, penal, administrativo, constitucional, 
previdenciário, ambiental, trabalhista e processual, condição desejada para se navegar no meio 
jurídico como auxiliar do juízo. Naturalmente que este conhecimento também é bom para o auditor, 
mas se exige com mais propriedade do perito, por ser este junto com o juiz o provedor do equilíbrio 
da Justiça. 
O status do perito, também é elevado para categoria de cientista, por força do CPC art. art. 145 
que trata do perito como sendo um cientista para assistir o juízo em matérias de ciência e 
tecnologia. 
A auditoria, também ramo da mesma árvore, contabilidade, tem como seu destaque, as revisões de 
procedimentos relativos às atividades de interesse da CVM, pois a lei 6.385-76, art.. 26 e 27 tratam 
do assunto, enfatizando o registro do profissional na CVM que está normalizando as condições que 
consideram ideais para conceder o registro. Naturalmente é importante frisarmos que este registro 
da CVM só é obrigatório quando a empresa auditada está entre aquelas relacionadas na lei, 
ficando fora as auditorias de empresas que não estejam negociando ações na bolsa e que não 
estejam operando com valores mobiliários, como exemplo uma montadora de veículos 
automotores, de capital fechado. 
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São duas atividades ótimas. Recomendamos estágios nas duas áreas antes de decidir à carreira. 
Acreditamos que seguir as duas simultaneamente é muito difícil, não impossível, pois ambas 
requerem estudos continuados e pesquisas cientificam. As duas bradam por constantes e eternas 
reciclagens. 
Para uma melhor visualização, apresentamos as principais características de auditoria e perícia na 
tabela abaixo. 
 QUADRO COMPARATIVO ENTRE AUDITORIA E PERÍCIA CONTÁBIL 
Itens P E R Í C I A A U D I T O R I A 
1 Executada somente por pessoa física, 
profissional de nível universitário (CPC, art. 
145). 
Pode ser executada tanto por pessoa 
física quanto por jurídica. 
2 A perícia serve a uma época, questionamento 
específico, por exemplo, apuração de haveres 
na dissolução de sociedade. 
Tende à necessidade constante, como 
exemplo: auditoria de balanço, 
repetindo-se anualmente. 
3 A perícia se prende ao caráter científico de 
uma prova com o objetivo de esclarecer 
controvérsias. 
Auditoria se prende à continuidade de 
uma gestão; parecer sobre atos e fatos 
contábeis. 
4 É específica, restrita aos quesitos e pontos 
controvertidos, especificados pelo condutor 
judicial. 
Pode ser específica ou não; exemplo: 
auditoria de Recursos Humanos, ou em 
toda empresa. 
5 Sua análise é irrestrita e abrangente. Feita por amostragem. 
6 As normas técnicas são: 
 Resoluções CFC n.º 857/99, trata das 
normas profissionais do perito; 
 Resoluções CFC n.º 858-99, trata da perícia 
contábil. 
As normas técnicas são: 
 Resoluções CFC n.º 820/97, trata 
das normas de Auditoria Independente; 
 Resoluções CFC n.º 821/97, trata 
das normasProfissionais do Auditor 
Independente. 
7 Usuários do serviço 
 As partes e principalmente a justiça 
Usuários do serviço 
 Sócios, investidores, administradores 
8 As normas técnicas são: 
 Resoluções CFC n.º 857/99, trata das 
normas profissionais do perito; 
 Resoluções CFC n.º 858-99, trata da perícia 
contábil. 
 
As normas técnicas são: 
 Resoluções CFC n.º 820/97, trata 
das normas de Auditoria Independente; 
 Resolução CFC n.º 821/97, trata das 
normas Profissionais do Auditor 
Independente. 
 Resolução CFC n.º 915/01, trata das 
normas profissionais e sigilos 
 Resolução CFC n.º 923-02, trata da 
revisão externa pelos pares. 
 
 
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 Normas estabelecidas pelo CFC 
As Normas Brasileiras de Contabilidade estabelecem regras de conduta profissional e 
procedimentos técnicos a serem observados quando da realização dos trabalhos previstos na 
Resolução CFC n° 560/83, de 28 de outubro de 1983, em consonância com os Princípios 
Fundamentais de Contabilidade. 
 
A Contabilidade, na sua condição de ciência social, cujo objeto é o Patrimônio, busca, por meio da 
apreensão, da quantificação, da classificação, do registro, da eventual sumarização, da 
demonstração, da análise e relato das mutações sofridas pelo patrimônio da Entidade 
particularizada, a geração de informações quantitativas e qualitativas sobre ela, expressas tanto 
em termos físicos, quanto monetários. 
As normas classificam-se em "profissionais" e "técnicas", sendo enumeradas seqüencialmente. 
As normas profissionais estabelecem regras de exercício profissional, caracterizando-se pelo 
prefixo "NBC P". 
As normas técnicas estabelecem conceitos doutrinários, regras e procedimentos aplicados de 
Contabilidade, caracterizando-se pelo prefixo "NBC T". 
 NBC e NBC-T 
As Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC) podem ser detalhadas através de Interpretações 
Técnicas que, se, necessário, incluirão exemplos. 
As interpretações técnicas são identificadas pelo código da NBC a que se referem seguido de 
hífen, sigla IT e numeração seqüencial. 
O Conselho Federal de Contabilidade poderá emitir comunicados técnicos quando ocorrerem 
situações decorrentes de atos governamentais que afetam, transitoriamente, as Normas Brasileiras 
de Contabilidade (NBC). 
Os comunicados técnicos são identificados pela sigla CT, seguida de hífen e numeração 
seqüencial. 
A inobservância das Normas Brasileiras de Contabilidade constitui infração disciplinar, sujeita às 
penalidades previstas nas alíneas c, "d" e "e" do art. 27 do Decreto-lei n° 9295 de 27 de maio de 
1946, e, quando aplicável, ao Código de Ética Profissional do Contabilista 
 
 
 
 
 
 
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EXERCICIO 2 
COM BASE NO BALANCETE APRESENTADO E NOS FATOS A SEGUIR ELABORAR UM LAUDO PERICIAL, RESPONDENDO 
OS QUESITOS DO ITEM 15 ABAIXO: 
Contas 19X3 
Fornecedores 410.500,00 
Caixa 4.500,00 
Duplicatas Descontadas 388.900,00 
Salários a Pagar 36.850,00 
Móveis e Utensílios 5.280,00 
Desp.c/Seguros Paga Antecipados 700,00 
Lucro/Prejuízo Acumulado 158.482,50 
Duplicatas a Receber 625.000,00 
Depreciações Acumuladas 10.868,00 
Veículos 29.040,00 
Títulos a Pagar (LP) 47.600,00 
Títulos a Receber (LP) 72.000,00 
Estoques 45.780,00 
Impostos a Recolher 69.850,00 
Bancos 256.800,00 
Reserva Legal 8.475,00 
Desp. Pré Operacional 79.850,00 
Reserva para Contingências 4.721,13 
Amortização Acumulada 7.188,00 
Capital 201.408,00 
Participação Societária 225.892,63 
 
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1) Em 1/1/x4 pagamento de R$ 248.720,00 de duplicatas descontadas. 
2) Em 5/1/x4, aquisição de mesas e cadeiras para administração da empresa a prazo no valor de R$ 52.000 
3) Em 6/1/x4, recebimentos de alugueis antecipado do período de jan/x4 a ago/x4 – R$ 40.000, conforme recibo de 
deposito bancário. 
4) Em 7/1/x4, Receita de prestação de serviço, conforme NF 10 a favor de Mirella dos Santos, no valor de R$ 
160.000,00, sendo 50% avista em banco e o saldo a prazo 
5) Em 7/1/x4, pagamento dos salários do mês de anterior- banco 
6) Em 8/1/x4, adiantamento ao vendedor da comissão sobre as vendas de 7/1/x4, 20%- banco. 
7) Em 11/1/x4, pagamento dos impostos relativo ao mês de dez/x3 - banco 
8) Em 11/1/x4, recebimento da duplicata 10 no valor de R$ 68.000,00 com desconto de 2% - banco. 
9) Em 12/1/x4, pagamentos de despesas operacionais relativos ao mês em curso no valor de R$ 27.000. 
10) Vendas de mercadorias no total de R$ 50.000, com ICMS incidente no total de RR$ 10.000. Considerar que, desse 
montante R$ 40.000 foram efetuados a prazo. 
11) Das vendas a vista realizada durante no período, foram oferecidos abatimentos em decorrência de avarias no 
transporte, no valor de R$ 100, ICMS correspondente de R$. 20 
12) Foram recebidas, em devolução, mercadorias vendidas à vista no total de R$ 200, ICMS correspondente de R$ 40. 
13) A Clinica Saúde para Todos, conseguiu no exercício atual uma certificação de utilidade publica federal a qual lhe 
isenta dos impostos e encargos federais 
14) A atual administração da clinica quer apurar a economia conquistada no final de jan-x4 com a certificação 
15) Preparar um laudo, respondendo os seguintes quesitos: 
1. Qual seria o valor do IRPJ? 
2. Qual seria o valor do CSLL? 
3. Qual seria o valor do PIS? 
4. Qual seria o valor do COFINS? 
5. Qual seria o valor do INSS- parte patronal 
6. Qual seria o valor da economia total? 
7. Qual o objetivo da Pericia? 
8. Como você elaborou o planejamento para responder os quesitos acima? 
9. Identifique uma evidência inequívoca. 
10. Favor emitir a sua conclusão nos trabalhos apresentados 
Informações adicionais: 
(ICMS 18%, PIS 1,65%, COFINS 7,6%, IRPJ 15% e 10% se houver adicional, CSLL 9%). 
Considerar que esta empresa não tem funcionários regime CLT, todos fazem um trabalho voluntário, exceto o 
vendedor. 
 
CARATER E OBJETOS DA TECNOLOGIA CONTÁBIL DA PERICIA 
Carater fundamental da tecnologia é a especificidade, ou seja, possuir um objeto determinado, 
requerido, para que possa gerar uma opinião abalizada em matéria contábil 
Se desejamos saber se uma pessoa teve em sua conta bancaria somas de dinheiro que 
ultrapassarm a sua renda uo pe não possuem origem comprovada e sadia, só uma pericia especifica 
da conta vai permitir-nos a opinião. 
Se desejamos saber se um funcionário utilizou corretamente o dinheiro que lhe foi entregue em 
determinado periodo para realizar determinados gastos – só uma pericia pode determinar. 
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Classificação da Perícia Contábil 
I – Por vontade ou consentimento do proprietário - Voluntária 
II – Por ordem judiciária - Perícia Judicial 
As Espécies de Perícia contábil, identificáveis e definíveis segundo os ambientes em que 
são instaladas a atuar são: 
1 – Perícia Judicial – a perícia judicial é aquela realizada dentro dos procedimentos 
processuais do poder judiciário, por determinação, requerimento ou necessidade de seus agentes 
ativos, e se processa segundo regras legais específicas (Justiça do Trabalho e JustiçaCivil, Poder 
Judiciário). 
2- Perícia Semijudicial - a perícia semijudicial é aquela realizada dentro do aparato 
institucional do Estado, porém fora do poder judiciário (Em âmbito Policial e na área de 
Administração Tributária, Tribunal de Contas). 
3 – Perícias Extrajudiciais ou Administrativas – a perícia extrajudicial é aquela realizada 
entre pessoas físicas e privadas, fora do Estado e fora do poder judiciário. 
4 – Perícia Arbitral – é aquela realizada no juízo arbrital, instancia decisória criada pela 
vontade das partes, tem características especialíssimas de atuar parcialmente como se judicial e 
extrajudicial fosse. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 PRÉ-REQUISITOS PARA EXCERCER A FUNÇÃO DE PERITO: 
 
1- Legal 
 Bacharel em Contabilidade 
2- Profissional 
 Conhecimento teórico de contabilidade 
 Conhecimento pratico de contabilidade 
 Experiências em perícias 
 Perspicácia – perseverança – sagacidade 
 Conhecimento geral de ciências afins. 
 Índole criativa e intuitiva. 
 Bom nível cultural. 
 
3- Ético 
 
4- Moral 
 
5- Independência (? ) 
 
 
 
 
 
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QUALIDADE DO TRABALHO DO PERITO: 
1- OBJETIVIDADE – caracteriza-se pela ação do perito em não desviar-se da matéria que 
motivou a questão – exames laterais 
2- PRECISÃO – consiste em oferecer respostas pertinentes e adequadas as questões 
formuladas ou finalidades propostas 
3- CLAREZA - esta em usar em sua opinião de uma linguagem acessível a quem vai 
utilizar-se de seu trabalho, embora possa conservar a terminologia tecnológica e cientifica. 
4- FIDELIDADE – caracteriza-se por não deixar-se influenciar-se por terceiros, nem por 
informes que não tenham materialidade e consistência competente. 
5- CONCISÃO – evitar ser prolixo e emitir opinião de forma clara para que possa facilitar a 
decisão. 
6- CONFIABILIADE Inequívoca baseada em materialidade – consiste em estar à perícia 
apoiada em elementos inequívocos e validos legal e tecnologicamente. 
7- PLENA Satisfação da finalidade – É exatamente, o resultado de o trabalho estar 
coerente com os motivos que motivaram. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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COMPORTAMENTO DO PERITO: 
 Postura discreta 
A postura discreta do profissional de pericia no exercício da sua atividade, sem duvida poderá 
ajudá-lo na dissolução dos vários conflitos, existentes na pericia. 
 Alguns processos correm em segredo de justiça 
A atividade de pericia o sigilo e confidencialidade, pois o profissional tem acessos a informações 
restritas, não devendo ele divulgar informações em seu próprio beneficio ou de terceiro. 
Informações somente poderão ser dadas a terceiros se houver determinação legal ou 
formalmente expressa pelas partes. 
 Existem laudos com interesses de serem divulgados. 
 A quebra de sigilo(ética) só acontece quando prejudica uma parte. 
 Elogios, criticas e acusações desvalorizam o laudo pericial. 
 Respeito profissional é uma principio fundamental da ética. 
 É possível contestar sem ofender. 
 É possível elogiar sem bajular. 
O trabalho do perito deve se ater exclusivamente ao ato a ser analisado, nunca 
devendo atingir as pessoas, por exemplo, na analise dos procedimentos contábeis da 
empresa XY Ltda. Não foi observada a lei xxxxx/zz, não é necessário neste caso a 
referência a capacidade técnica do contador (ofensa), o contrário também é verdadeiro 
(bajular) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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O COMPORTAMENTO INDEVIDO DO PROFISSIONAL CONTABILISTA 
Uns poucos profissionais contabilistas, contrariando o Código de Ética Profissional e violando o 
comportamento pessoal normal de um indivíduo, se propõem a executar fraudes na elaboração dos 
serviços contábeis com o intuito de prejudicar alguém. 
As constatações da existência de erros contábeis devem ser analisadas por duas situações. 
Erro: Não há a intenção de o autor cometer o erro, podendo ser ocasionado por falta de atenção ou de 
conhecimento sobre o fato. 
Fraude: Há a intenção de o autor provocar lesões patrimoniais a alguém. Essa intenção é denominada 
juridicamente de dolo. 
Essas fraudes, muitas vezes, apresentam-se de forma refinada, pois são bem elaboradas. Só o olhar 
atento do profissional perito-contador, associado ao seu conhecimento técnico-científico, que é também 
apoiado no conhecimento das matérias afins à contabilidade, poderá fornecer meios para a sua 
identificação. 
No entanto, deve ser ressalvado que o perito-contador deve se ater ao objeto da questão, e se 
deparando com irregularidades que não estão relacionadas com o objeto motivo do exame, não deve 
relatá-los no seu laudo pericial. 
Pela experiência profissional obtida no decorrer da execução de trabalhos periciais, algumas fraudes 
bem elaboradas e identificadas pelo autor serão apresentadas. 
Fraudes Corporativas "Como Prevenir Perdas Por Fraudes e Desfalques na 
Empresa" 
"Não Existem Empresas Seguras". (Revista Exame - Edição nº 913 - 12/03/2008 - pág.122 
- Agenda do Líder) 
Os mais perigosos adversários de sua empresa podem estar no próprio 
organograma... 
A perda por fraudes é um dos principais flagelos que atacam todo tipo de organização. A 
nível internacional, estima-se que as empresas perdem por esta causa 5% do faturamento 
anual. É por isso que as companhias têm destinado consideráveis recursos à prevenção e à 
detecção deste tipo de situações. Neste novo cenário, a prevenção desempenha um papel-
chave, já que uma vez que a fraude é praticada a possibilidade de recuperação é muito 
baixa. Isto fica claramente evidenciado em que em 42,1% dos casos de fraude não existe 
recuperação. 
No Brasil, o prejuízo médio por fraudes chega a 2% do faturamento bruto das empresas 
conforme pesquisa realizada no final de 2006 por peritos e empresas especializadas em 
prevenção de riscos com fraudes em 1200 empresas nacionais de grande porte. O fato que 
mais preocupa é que 76% das empresas pesquisadas foram vítimas de 
Fraude. Várias foram também às razões que motivaram a prática de atos fraudulentos 
conforme a pesquisa, dentre elas: Perda de valores morais e sociais, Insuficiência nos 
sistemas de controles, Impunidade, Problemas econômicos, Alterações na organização da 
empresa etc. Além desses fatores, desvios, roubos e fraudes provocam danos que vão 
muito além do prejuízo estritamente financeiro. Geram desgastes no ambiente corporativo, 
desestabilizam relações operacionais, lesam a auto-imagem da empresa, abalam sua 
imagem externa e concorrem às vezes, irremediavelmente, para frustrar resultados. Neste 
novo cenário, a prevenção desempenha um papel-chave, ainda bem que existem meios de 
prevenção ao trambique, à alquimia dos números e à deslealdade de certos personagens. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PLANO DE TRABALHO EM PERICIA CONTABIL: 
1. Pleno conhecimento da questão ( se for judicial, pleno conhecimento do processo) 
Toda perícia é proveniente de duvidas entre partes com interesses conflitantes sobre a 
riqueza de alguém, o autor reclama seus direitos e o réu defende-se com seus argumentos. 
O perito para participar do litígio deve saber com riquezas de detalhes dos argumentos tanto 
do autor como do réu. 
 Se for perito do juiz sua responsabilidade ainda é maior, pois tendência é que seu laudo 
seja de muito maior responsabilidade, seu conhecimento no processo tem ser total. 
 Se a perícia não é judicial, mas administrativa, necessário se faz conhecer tudo o que a 
motivou e por que se deseja a opinião, ou ainda, o que se deseja fazer com ela. 
 
 
 
 
 
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2. Pleno conhecimento de todos os fatos que motivam a tarefa. 
Os fatos que envolvem a tarefa pericial são muitos e não se confundem com o 
conhecimento da questão, a questão da razão a metodologia e os fatos nos informam o que 
já aconteceu ou o que estar para se suceder. 
A questão que motivou a perícia pode ter contra ela fatos que estão ocorrendo ou ainda não 
se anexaram ao processo e que o perito deve procurar conhecer. 
3. Levantamento prévio dos recursos disponíveis para exame. 
Para se planejar é preciso conhecer os recursos disponíveis, quer humano, que materiais, é 
necessários componentes para se produzir um laudo de qualidade. 
 Nem sempre os elementos que se encontram a disposição do profissional são suficientes 
para realizar a tarefa tal mo os quesitos ou as questões requerem. 
Os levantamentos devem estar centralizados dentro dos objetivos da perícia, mas não é 
demasiado procurar saber tudo o que existe ´porque, muitas vezes, é possível através de 
controle, obter outras informações. 
Só sabendo o que se pode dispor para examinar é possível fazer um plano de trabalho 
pericial. 
4. Prazo ou tempo para execução das tarefas e entrega do laudo ou parecer. 
 É comum, nas perícias, os juízes, os administradores, os interessados fixarem prazos para 
a realização das tarefas. 
 A lei 8455 de 24.08.92, fixa prazo, ou seja, no caso judicial a perícia precisa ser entregue 
pelo menos vinte dias antes da audiência de instrução e julgamento. 
 A melhor forma de se calcular os prazos para execução das tarefas e elaboração de 
cronograma, trabalhando sempre como uma margem de segurança, para cobrir imprevistos 
que são normais. 
 
TAREFAS TEMPO/HORA QUESITOS Nº 
 
1 
Exame contrato 2 
Exame pagamentos do Sr. 450 
HORAS DO CRONOGRAMA 570 
PRAZO ACORDADO NO PROCESSO 627 
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5. Acessibilidade ao dados( se depende de muitos locais, com deslocamentos, burocracia etc. 
 Nem sempre os dados necessários se acham no mesmo local de atuação da perícia, e por 
diversas vezes se espalham em regiões até longínquas. 
 As vezes em mau estado de funcionamento, dificultando o manuseio e até a leitura 
precisando lançar mão de outros recursos. 
 Outras vezes de informe de terceiros, não implicados no processos, ou as vezes até de 
implicados. 
 Para planejar o trabalho pericial é necessário conhecer a facilidade ou dificuldade que se 
pode ter para chegar até os dados que são objeto de exames, assim como a qualidade para 
a leitura e manuseio dos elementos. 
 
6. Pleno conhecimento dos sistemas contábeis adotados e confiabilidade de documentação. 
Como existem muitos sistemas de registros contábeis e de arquivos, também, o perito precisa 
conhecer com se processam. 
 Não é comum encontrarmos dois sistemas absolutamente iguais, existem sim sistemas 
semelhantes 
 
 O perito precisa testar a confiabilidade dos sistemas e dos arquivos de documentos, fitas, discos 
etc.., para isto o perito deve ter um conhecimento razoável de sistemas 
 Para planejar é preciso saber como se chega aos dados e até que ponto é possível ter confiança 
neles. 
 Um plano pericial precisa conhecer como chegar aos dados e como poder comprová-los para 
poder-se saber que recursos tecnológicos vão ser empregados. 
7. Natureza de apoio, se necessários. 
 Se o perito as com que apoios contar ( e precisa saber ), planejará de acordo com as 
circunstancias. 
 Em havendo necessidades de pessoal, a empresa examinada pode dispor-se a oferecer tal 
pessoal, mas também o perito deve estar preparado para utilizar seus auxiliares. 
 O perito deve fazer um elenco dos apoios de que necessita e onde poderá encontrá-los, para 
depois fazer o plano. 
 Nem sempre uma perícia pode ser feitos sem ajuda de pessoas que auxiliam ou de especialistas 
que resolvam problemas específicos. 
 
 
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INFORMAÇÃO DA PERICIA NO LAUDO PERICIAL: 
1- Identificação completa do caso( Processo nº, data, partes envolvidas) 
2- Identificações do Perito 
3-Identificação da autoridade a que se destina 
4-Se for caso qual a metodologia adotada. 
5-Identificação de quesitos por quesitos ou do caso pelo qual se opina. 
6- respostas a cada um dos quesitos 
7- conclusões precisas sobre os quesitos 
8- anexos que comprovem os casos que merecem analises. 
9- data e assinatura do perito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Requisitos Fundamentais Jurídicos Formais – 
o Código do Processo Civil art. 145 determina: 
1 – Que tenham grau de nível universitário na matéria que deverão opinar. 
2 – Que estejam registrados, no órgão de classe regulador da profissão a que se refere à 
especialidade da matéria submetida à apreciação pericial. 
Pessoalidade – a perícia possui caráter de pessoalidade do exercício, na forma judicial, é 
permitido somente como pessoa física, conforme o Código do Processo Civil preceitua. 
O Conselho Federal de Contabilidade incumbe privativamente ao Contador, ou seja, a 
Bacharel em Ciências Contábeis, devidamente registrado como tal no Conselho Regional de 
Contabilidade a execução de perícias judiciais, extrajudiciais ou arbitrais. 
Saber Técnico Científico – Para que se aprofunde cientificamente ma interpretação do 
fato em sua especialidade. 
Conhecimentos Jurídicos – Para que conheça em profundidade o roteiro legal, 
notadamente o processual, como também a legislação que recai sobre a matéria examinada. 
Português Instrumental - deve o profissional dominar com segurança o instrumento 
básico de transmissão e percepção de idéias, a língua portuguesa segundo a norma 
 
Uma pericia pode ser integral ou parcial dos fatos patrimoniais quer para detectar realidades ou 
existências,valores, forças de provas ou configurações de situações da riqueza. 
Uma pericia pode ensejar outra pericia se o interessante de opinião abrange um objetivo que 
requer amplo conhecimento de uma questão postulada. 
A especificidade exige do trabalho pericial a perseguição plena, pelo exame contábil, do objetivo 
para o qual se deseja a opinião. 
Tudo o que for pertinente a opinião a ser emitida deve ser objeto de exame da pericia. 
 
 
 
 
 
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CAPITAL 
 
DEPREC. ACUMULADA 
 
DUPLICATAS A PAGAR 
 
DUPLICATAS A RECEBER 
 
370000 
 
1825 
 
85000 
 
94100 
 
 
 
 
 
25000 
 
60000 
 
 
 
 
 
 
 
 
0 370000 
 
0 1825 0 110000 154100 0 
 
370000 
 
1825 
 
110000 
 
154100 
 
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O LAUDO PERICIAL 
O perito sempre informa pelo laudo que produz. 
 O laudo pericial contábil é a peça escrita na qual o perito-contador expressa, de forma 
circunstanciada, clara e objetiva, as sínteses do objeto da perícia, os estudos e as observações 
que realizou as diligências realizadas, os critérios adotados e os resultados fundamentados, e as 
suas conclusões. 
O Perito Contador é o único responsável pela preparação e redação do laudo, que deve ser 
produzido de maneira clara e objetiva, expondo a síntese do objeto da perícia, os critérios adotados 
e as conclusões. 
O laudo poderá ser com quesitos, que serão transcritos e terão as respostas circunstanciadas na 
pesquisa efetuada, respondidos primeiros os quesitos oficiais e, posteriormente, os formulados 
pelas partes; 
As respostas aos quesitos serão circunstanciadas, não sendo aceitas aquelas como "sim" ou "não", 
ressalvando-se os que contemplam especificamente este tipo de resposta. 
 Não havendo quesitos, a perícia será orientada pelo objeto da matéria, se assim decidir quem a 
determinou. 
 Sendo necessária a juntada de documentos, quadros demonstrativos e outros anexos, estes 
devem ser identificados e numerados, bem como mencionada a sua existência no corpo do laudo 
pericial contábil. 
 A preparação e a redação do laudo pericial contábil são de exclusiva responsabilidade do perito-
contador. 
 O laudo pericial contábil será datado, rubricado e assinado pelo peritocontador, que nele fará 
constar a sua categoria profissional de Contador e o seu número de registro em Conselho Regional 
de Contabilidade. 
 O laudo pericial contábil deve sempre ser encaminhado por petição protocolada, quando judicial 
ou arbitral. Quando extrajudicial, por qualquer meio que comprove sua entrega. 
Os laudos podem ser isolados, de um só perito, ou de uma junta ou colegiado de peritos. 
O laudo pode obedecer a critérios diferentes, de acordo com cada caso, preferivelmente, deve 
expor a metodologia seguida e a justificativa da escolha da mesma. 
O laudo deverá ser datado e assinado pelo perito-contador, cumprindo toda a formalidade, e 
encaminhando mediante petição, quando judicial ou arbitral e por carta protocolada ou por qualquer 
outro meio que comprove a entrega, quando extrajudicial. 
Não existe normatização quanto à estrutura do laudo, mas existem formalidades que compõem a 
estrutura dos mesmos. 
 
 
Usuario
Realce
Usuario
Realce
Usuario
Realce
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Em geral, no mínimo, um laudo deve obedecer em sua estrutura os elementos seguintes: 
a) abertura: 
 Nome(qualificação completa) da pessoa a quem se dirige a perícia; 
 Nº do processo se houver; 
 Nome(qualificação completa) das partes envolvidas – autor e réu; e 
 Parágrafo introdutório. 
No parágrafo introdutório consta: 
 Declaração formal de realização do trabalho pericial; 
 Identificação legal do perito; 
 Nº do órgão de classe; 
 Declaração de observância da legislação processual aplicável e 
 E das Normas Brasileiras de Perícia e do perito-contador; 
 E a declaração da espécie de laudo que se apresenta. 
b) Considerações iniciais 
 Data e nome do solicitador da perícia; 
 Referência de técnicas adotadas para exame dos autos; 
 Se há necessidade ou não de diligências. 
c) Exposição sobre o desenvolvimento do trabalho: 
 Introdução ao tópico do trabalho a ser desenvolvido, referência a normas profissionais e 
ordenamento lógico; 
 Identificação do objeto da prova pericial (questão); 
 Identificação do objeto da prova pericial (sua finalidade); 
 Se não houver diligência, descrição dos elementos que foram objeto de exame, análise 
ou verificação; 
 Se houver diligência, descrição dos elementos pesquisados e vistoriados; 
 Descrição de técnicas, análises, métodos e raciocínios utilizado para conclusão pericial. 
d) Considerações finais 
 Síntese da conclusão; 
 Opinião técnica do perito sobre a matéria; 
 Síntese de apuração de valor e seu montante (se for o caso); 
 Síntese da finalidade do laudo; 
 Indicação de quesitos (se houver). 
e) Quesitos - Respostas 
 Transcritos na ordem do laudo; 
 Respondidos seqüencialmente à transcrição dos quesitos formulados; 
 Respondidos circunstanciadamente de forma clara e objetiva. 
 
 
f) Encerramento do laudo: 
 Exposição formal do encerramento do trabalho pericial, de maneira simples e objetiva; 
 Descrição da quantidade de páginas que compõem o laudo, se rubricadas ou não; 
 Local e data da conclusão do laudo; 
 Assinatura e identificação do perito. 
 
 
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g) Anexos 
 Os anexos que integram o laudo devem ser numerados seqüencialmente e rubricados pelo 
perito; 
 Dos anexos fazem parte: demonstrativo de análise e dos documentos indispensável à 
ilustração e bom esclarecimentodo trabalho técnico realizado. 
 Exemplificando o relatado acima, apresentamos um modelo que contempla uma das formas 
de apresentação do Laudo Pericial. 
 Não existe um modelo padrão para o Laudo Pericial, porém, todos devem conter os 
elementos básicos relatados anteriormente. 
 Anexos a “folha de rosto” que estamos apresentando, devem figurar os quesitos e outros 
documentos complementares, necessários à confecção do Laudo Pericial. 
A DEFICIÊNCIA DE ALGUNS PROFISSIONAIS 
 Algumas vezes, profissionais com deficiências de conhecimentos técnicos e experiência 
profissional ou não habilitados legalmente são indicados ou nomeados para a realização de 
trabalho pericial contábil, executando o trabalho de forma inadequada, apresentando laudos 
classificados como omissos ou insuficientes e que quase sempre não servem de base para o 
julgador decidir sobre o litígio. 
 Os laudos omissos, como a própria denominação qualifica, omitem dados importantes ao 
esclarecimento do fato. 
 Os laudos insuficientes, apesar de apresentarem elementos que servirão de base para a 
decisão, não os apresentam de forma completa, deixando de ser citados outros elementos que 
corroborariam de forma incontestável a opinião profissional. 
 Esses profissionais, na execução do trabalho pericial, demonstram a falta de conhecimento 
profissional de como devem ser executados o trabalho pericial e a forma técnica e de como deve 
ser apresentado o laudo pericial. 
 Esses laudos provocam solicitações de esclarecimentos sobre o seu conteúdo e, muitas 
vezes, representações aos órgãos de classe que punem o profissional que executou o trabalho 
pericial, baseado no Código de Ética Profissional do Contabilista. 
 Outras vezes, de forma inadvertida, ocasionada pelo acúmulo de processos, os magistrados 
nomeiam profissionais de outras ciências para a execução do trabalho pericial contábil. 
 O profissional nomeado, nesse caso, não tendo conhecimento das normas jurídicas e 
profissionais relativas à execução do trabalho pericial contábil, não comunica o seu impedimento 
ao juiz que o nomeou, procedendo à execução do trabalho pericial de forma contrária às normas 
legais. 
 Quando era obrigatória a assinatura do Termo de Compromisso, todos tinham conhecimento 
da especialidade profissional do perito nomeado, por meio do Termo de Compromisso, pois ali era 
encontrada a qualificação do profissional. Na atualidade, não há mais a obrigatoriedade da 
assinatura do Termo de Compromisso, podendo o magistrado dispensá-Ia. 
 
 
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 Por suas vezes, as partes, no intuito de economia processual, não contratam profissionais 
contabilistas para a função de perito-contador assistente, ou quando o fazem utilizam-se de 
profissionais sem experiências profissional e pericial, que não comunicam ao magistrado o 
impedimento do perito nomeado em razão de ser a perícia contábil exclusividade de contadores. 
 Essa é uma das razões pelas quais alguns trabalhos periciais contábeis são apresentados 
de forma bizarra e manchando a imagem da contabilidade. Além disso, erros e fraudes contábeis 
desfilam a frente do profissional nomeado e não são identificados por falta de experiência ou por 
incompetência profissional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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EXEMPLO DE UM LAUDO PERICIAL CONTABIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 LAUDO PERICIAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NOME DO PERITO 
CRC/PR CO – 033333/0-3 
 
 
NOME DO PERITO 
Perito Contador 
CPF 111.111.111-11 
CRC-PR CO 033333/O-3 
 
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JUSTIÇA FEDERAL 
SEÇÃO JUDICIÁRIA DE SÃO PAULO 
4ª VARA FEDERAL DE SÃO PAULO 
PROCESSO: 22.08.19656565 
AÇÃO: MONITÓRIA 
EXEQÜENTE: NOME DO EXEQUENTE EXECUTADO: NOME DO EXECUTADO 
 
 
 
 
DATA DE ENTREGA DO LAUDO: 22.08.2010 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 SUMÁRIO 
 
 
 
 
 
 
I – OBJETIVO .................... p. 3 
 
 
 II – RESPOSTAS AOS QUESITOS 
 
DO EXECUTADO .................... p. 4 
DA EXEQÜENTE .................... p. 6 
 
 
 III – CONCLUSÃO .................... p. 7 
 
 IV – ENCERRAMENTO .................... p. 7 
 
 
 
 
 
 
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I - OBJETIVO 
O presente trabalho tem por objetivo responder aos quesitos, para dirimir os conflitos e dúvidas que 
possam haver entre as partes e auxiliar a tomada da decisão da lide, constituindo-se do conjunto de 
procedimentos técnicos necessários destinados a levar à instância decisória elementos de prova necessários 
à solução do litígio, na forma de Laudo Pericial, em conformidade com as normas aplicáveis e a legislação 
específica pertinente. 
Na realização do trabalho, o planejamento envolveu o estudo prévio do processo, tomada de ciência 
do conteúdo e das abordagens dadas pelos quesitos das partes, permitindo e facilitando o exame dos 
documentos necessários. Foi realizada diligência para solicitação de documentos e informações em 14 de 
maio de 2009, dirigida a NOME DA EXEQUENTE, solicitando planilhas com a indicação das taxas praticadas 
no contrato com o executado, contrato original assinado pelo cliente, documentos internos contendo 
informações discriminadas sobre inadimplência, custos de captação em CDB incorridos pela INSTITUIÇÃO 
FINANCEIRA e as taxas de rentabilidade aplicáveis às operações, especificamente para o contrato citado, em 
conformidade com a disponibilidade prevista no parágrafo quinto da cláusula quinta do mesmo contrato, 
além das normatizações e outras determinações legais adotadas pela exeqüente no enquadramento do 
referido contrato. Em resposta ao ato diligencial, atendido pela GIPRO/CT, setor encarregado do 
atendimento junto à INSTITUIÇÃO FINANCEIRA, obteve-se a resposta que consta como anexo I – 
Informações da INSTITUIÇÃO FINANCEIRA, onde constam as taxas de juros praticadas, índices mensais de 
captação em CDB e rentabilidade. Adicionalmente também foi recebido o documento constante do anexo II 
– Demonstrativo de débito e evolução da dívida, também fornecido pela INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. No 
entanto, os documentos supostamente disponíveis, previstos no parágrafo quinto da cláusula quinta do 
contrato, constante das folhas 6 (seis) a 8 (oito) dos autos, não estão dispostos de outra forma que não 
eletronicamente, dentro dos sistemas da exeqüente. Assim, há prejuízo na informação, o que não permite, 
portanto, perfeita avaliação dos objetos estudados em particular, mas que contribuíram com as conclusões 
apresentadas nas respostas de cada quesito. Os quesitos transcritos foram apresentados pela exeqüente às 
folhas 126 e 127 dos autos, em requerimento que apresenta a Sr(a) NOME DA ASSISTENTE TÉCNICA como 
assistente técnica para este processo, a qual informou que o atendimentoao procedimento diligencial seria 
realizado pelo setor GGG/CC da INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. Os quesitos apresentados pelo executado foram 
apresentados às folhas 124 e 125 dos autos. 
É necessário esclarecer que, desde a assinatura do contrato de financiamento, o Padrão Monetário 
Nacional sofreu as seguintes alterações: 
 01/08/93 – Cr$ 1.000,00 (mil cruzeiros) = CR$ 1,00 (um cruzeiro real) – Medida provisória 336 de 
28/07/93, convertida na Lei 8.697 de 27.08.93. 
 
 01/07/94 – CR$ 2.750,00 (dois mil, setecentos e cinqüenta cruzeiros reais) = R$ 1,00 (um real) – Lei 
8.880/94. 
 
 Este Laudo Pericial será parte integrante e probante nos autos de ação ordinária número 2008.00.00.01111-1, 
em trâmite na 42ª Vara Federal de Curitiba. 
 
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II - RESPOSTAS DOS QUESITOS 
QUESITOS DO EXECUTADO 
 
Páginas 124 e 125 dos autos 
 
 
1) Qual a origem dos recursos nos contratos de abertura de crédito rotativo em conta corrente – 
Cheque Azul em questão? 
Resposta: Não há no contrato informação da origem dos recursos. Os recursos utilizados para operações 
de crédito rotativo são recursos oriundos da captação de depósitos efetuados na instituição financeira, que 
é a exeqüente neste processo. 
 
 
2) Qual a taxa de juros para a captação de recursos no contrato? 
Resposta: Está previsto no contrato apresentado às folhas 6 a 8 dos autos, no parágrafo segundo da 
cláusula quinta, que “os juros remuneratórios serão calculados com base nas taxas de juros vigentes para 
as operações da espécie, até o percentual máximo correspondente à composição dos custos de captação em 
CDB para 30 (trinta) dias, incorridos pela INSTITUIÇÃO FINANCEIRA na última semana de cada mês, 
acrescidos da taxa de rentabilidade de até 10% (dez por cento) ao mês”. 
 
 
3) Comparando a taxa de juros aplicada pela Instituição Financeira com custo de captação da 
Caderneta de Poupança, qual é o Spread que o Banco mensalmente ganha? 
Resposta: O valor está evidenciado na planilha 1 do anexo III – Taxa de juros e poupança. No entanto, os 
recursos de captação da caderneta de poupança são destinados a financiamentos habitacionais 
especificamente. 
 
 
4) Qual a taxa de juros anual empregada no contrato? Esta taxa consta do contrato, assim como seu 
crescimento? 
Resposta: Os valores anuais estão evidenciados em planilha no anexo IV – Demonstração da taxa anual de 
juros. Estes valores, assim como seu crescimento, não estão evidenciados de forma expressa no contrato. 
 
 
5) Em função da aplicação das taxas de juros sobre os valores contratados, no momento da 
assinatura deste, qual o valor do débito e qual o percentual de aumento em relação ao percentual ao 
que se pensava estar contratando? 
Resposta: O contrato de Crédito Rotativo/Cheque Azul foi assinado pelo executado em 29 de janeiro de 
1993, com limite expresso de Cr$ 20.000.000,00 (vinte milhões de cruzeiros). O executado assina, no 
verso do termo de contratação, afirmação de ter recebido as cláusulas gerais do contrato em questão. Na 
abertura do crédito, apresentada pelo extrato na folha 10 dos autos, o valor do saldo devedor era de Cr$ 
2.697.059,70 (dois milhões, seiscentos e noventa e sete mil e cinqüenta e nove cruzeiros e setenta 
centavos). No entanto, não há como o Perito determinar o que pensava o autor no ato do contrato. 
 
 
6) Qual o valor da taxa cobrada do Correntista com recálculo de 1% ao mês mais INPC? 
Resposta: Como não foi indicada de qual período a indicação da taxa, foi elaborada uma relação, a partir 
de janeiro de 1993, utilizando o solicitado (INPC + 1%). Estes valores estão evidenciados na planilha 
constante do anexo V – INPC + 1%. 
 
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7) Houve cobrança de juros capitalizados junto ao contrato de conta corrente celebrado pelo 
correntista e a Instituição Financeira? 
Resposta: A metodologia de cálculo utilizada na operação contempla os juros de forma capitalizada. 
 
8) Qual a diferença obtida quando comparada a taxa de juros simples e a taxa de juros capitalizados 
pela instituição financeira em face da utilização do limite de crédito no contrato? 
Resposta: A diferença está evidenciada na planilha no anexo IV – Demonstração da taxa anual de juros, 
onde apresenta-se a taxa nominal e efetiva (juros capitalizados). 
 
 
9) Existem ou não juros aplicados e não especificado no contrato, capitalização de juros, correção 
monetária excessiva e outras diferenças em desfavor do correntista? 
Resposta: Existem juros capitalizados no contrato. Existem diferenças de cálculo no entendimento do 
Perito, conforme apresentado nos anexos VI – Extrato de movimentação do contrato e VII – Extrato 
recalculado. O Perito não pode, no entanto, manifestar-se a respeito de julgamentos de valor (correção 
monetária excessiva e outras diferenças em desfavor do correntista). 
 
 
10) Apurados os juros não especificados no contrato, a capitalização de juros a correção monetária 
excessiva e compensando-se os depósitos efetuados pelo correntista para a amortização de juros, 
qual é o valor real devido pelo mesmo a Instituição Financeira? 
Resposta: A afirmativa de cobrança excessiva é dada pelo executado. Não pode o Perito manifestar-se a 
respeito de julgamentos de valor ou de mérito na questão, o que compete ao Magistrado. 
 
 
11) Está correto o saldo devedor reclamado pela Instituição Financeira, nos Autos de Ação 
Monitória? 
Resposta: O quesito apresenta julgamento de valor. O Perito não pode afirmar se o saldo devedor está 
certo ou é irrepreensível. No entanto, conforme transcrição do extrato no anexo VI – Extrato de 
movimentação do contrato, os valores cobrados a título de juros não conferem com os juros informados 
pela exeqüente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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QUESITOS DA EXEQÜENTE 
 
Páginas 126 a 127 dos autos 
 
 
a) Os valores cobrados pela embargada estão de acordo com o estabelecido no contrato firmado 
entre as partes? 
Resposta: No anexo I – Informações da INSTITUIÇÃO FINANCEIRA apresenta-se o histórico das taxas 
de juros praticadas no contrato, bem como os percentuais aplicados a título de comissão de permanência. 
No contrato estão estabelecidos os juros remuneratórios, conforme já transcrito no quesito 2 do executado. 
No entanto, conforme transcrição do extrato no anexo VI – Extrato de movimentação do contrato, os 
valores cobrados a título de juros não conferem com os juros informados pela INSTITUIÇÃO 
FINANCEIRA. Após o recálculo do extrato com as taxas descritas no anexo I – Informações da 
INSTITUIÇÃO FINANCEIRA, o valor do saldo correspondente a 27 de abril de 1998, utilizado como 
base na cobrança, deixa de ser devedor. O extrato recalculado está transcrito no anexo VII – Extrato 
recalculado. 
 
b) O referido contrato trata de que tipo de operação? 
Resposta: Crédito Rotativo em Conta Corrente – Cheque Azul, conforme evidenciado no contrato 
constante das folhas 6 a 8 dos autos. 
 
c) O contrato firmado entre as partes está enquadrado dentro dos parâmetros autorizados pelo 
Conselho Monetário Nacional e pelo Banco Central do Brasil? 
Resposta: O contrato firmado entre as partes foi enquadrado à legislação pela Matriz da Nome da 
Exeqüente. O Banco Central do Brasil, através de seus diretores, emite atos normativos,através de 
Circulares e Resoluções, estabelecendo normas complementares para a regulamentação dos contratos sob 
a forma de crédito rotativo e outras. No entanto, a interpretação do enquadramento legal não é parte da 
Perícia Contábil, não podendo o Perito manifestar-se a respeito de julgamentos legais. 
 
d) As taxas praticadas pela embargada correspondem às taxas de mercado, à época da assinatura do 
contrato? 
Resposta: As taxas praticadas pela embargada mantém relação com as taxas de mercado. Para efeito de 
comparação e julgamento, apresenta-se no anexo VIII – Taxas de mercado, a relação de percentuais de 
outros dois indicadores, TR e IPCA. Comparativamente, os percentuais aplicados a título de juros mantém 
correspondência com tais valores, muito utilizados na economia, em termos de evolução histórica, 
apresentando-se, no entanto, sempre acima de tais valores, com exceção do mês de junho de 1994. 
 
e) Por fim, forneça o Sr. Perito esclarecimentos complementares que julgar pertinentes. 
Resposta: Não há esclarecimentos complementares, salvo os já dispostos no item I – Objetivo deste 
Laudo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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III – CONCLUSÃO 
 
 Dado o estudo do processo e das diligências realizadas, este Perito conclui que houve ou não 
houve equívoco por parte da exeqüente e que o correto valor a ser exigido do executado corresponde, 
nesta data, ao montante exato de R$ 1,00 (um Real), devidamente atualizado em conformidade com os 
parâmetros expostos nos quesitos apresentados. 
 Ainda informa o Perito que não são necessários esclarecimentos adicionais, uma vez que ficou 
claro e desvelado o erro encontrado e que não mais existem controvérsias a serem dirimidas no processo 
em tela. 
 
IV – ENCERRAMENTO 
 
 Tendo encerrado os trabalhos periciais, lavro o presente Laudo Pericial que contém 7 (sete) 
páginas, numeradas seqüencialmente, impressas e rubricadas no anverso, com 8 (oito) anexos abaixo 
relacionados, também devidamente rubricados em todas as páginas. 
 São anexos deste Laudo: 
Anexo I – Informações da INSTITUIÇÃO FINANCEIRA, com 4 (quatro) páginas; 
Anexo II – Demonstrativo de débito e evolução da dívida, com 8 (oito) páginas; 
Anexo III – Taxa de juros e poupança, com 3 (três) páginas; 
Anexo IV – Demonstração da taxa anual de juros, com 1 (uma) página; 
Anexo V – INPC + 1%, com 3 (três) páginas; 
Anexo VI – Extrato de movimentação do contrato, com 50 (cinqüenta) páginas; 
Anexo VII – Extrato recalculado, com 51 (cinqüenta e uma) páginas e 
Anexo VIII – Taxas de mercado, com 1 (uma) página. 
 
 
 Firmo o presente, 
 
 São Paulo, 22 de agosto de 2010 
 
 
 _________________________________ 
 NOME DO PERITO ASSISTENTE 
Perito Contador 
CPF 111.111.111-11 
CRC-SP 00000/O-1 
 
 
 
 
 
 
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 CASO REAL DE FRAUDE NA ELABORAÇÃO DO LALUR 
 Na realização de um trabalho pericial, foi examinado um LALUR onde foi constatado o seguinte: 
 Ao examinar o LALUR, foi constatado algo atípico na sua elaboração, contrariando o determinado 
nas normas e nos procedimentos contábeis utilizados pelos profissionais em contabilidade. 
 TABELA 1 - Empresa: Serra Cega Artigos Diversos Ltda. 
 Livro de Apuração do Lucro Real - Ano 1999 
Data 
 
Decrição 
 
 
 
 
 
 
31.12.1999 
 
Lucro antes do IRPJ 
 
 
 
650.235,48 
 
 
Adições: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido 
 
58.521,19 
 
 
 
 
 
 
Brindes 
 
12.450,29 
 
 
 
 
 
 
Multas de Trânsito 
 
2.168,42 
 
 
 
 
 
 
Lucros Distribuídos 
 
240.000,00 
 
313.139,90 
 
 
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31.12.1999 
 
Lucro do Exercício 
 
 
 
963.375,38 
 
 
31.12.1999 
 
Compensações 
 
 
 
 
 
 
 
 
Compensação de Prejuízo do Exercício anterior 
 
 
 
289.012,58 
 
 
 
 
Lucro Real antes do IRPJ 
 
 
 
674.362,70 
 
 
 
 
IRPJ (674.362,70 x 15%) 
 
 
 
101.154,40 
 
 
 Obs.: O nome da empresa é fictício, preservando o sigilo profissional. 
 
 
Exame com mais profundidade, executado pelo perito-contador, constatou o seguinte: 
1. A sociedade empresária contabilizou no exercício anterior (1998), no grupo de Despesas, a 
conta Lucros Distribuídos, no valor de R$ 210.000,00 (duzentos e dez mil reais) sem realizar 
qualquer reajuste no LALUR, apresentando a sua contabilidade um prejuízo de R$ 118.420,73 
(cento e dezoito mil quatrocentos e vinte reais e setenta e três centavos), ocasionando, com 
isso, um prejuízo fiscal de R$ 118.420,73 (cento e dezoito mil quatrocentos e vinte reais e 
setenta e três centavos). 
 Nesse caso, se houvesse procedido às adições conforme determina a legislação, haveria 
um lucro no exercício anterior (1998) de R$ 91.579,27 (noventa e um mil quinhentos e setenta e 
nove reais e vinte e sete centavos). 
 2. No exercício em exame (1999), na escrituração do LALUR, foi adicionado ao Lucro 
Líquido antes do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica o valor dos Lucros Distribuídos que 
houvera sido contabilizado no grupo das Contas de Resultado (Despesas) no ano de 1999, 
ocasionando um Lucro Fiscal de R$ 963.375,38 (novecentos e sessenta e três mil trezentos e 
setenta e cinco reais e trinta e oito centavos). 
 3. Utilizando-se do determinado pelo Decreto nº 3.000/99 (RIR), em seu art. 250, III, o con-
tabilista compensou o correspondente a 30% (trinta por cento) do lucro fiscal do exercício em 
questão, utilizando-se do prejuízo fiscal do exercício anterior, prejuízo esse provocado pela 
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contabilização indevida dos Lucros Distribuídos e sem a devida correção quando da apuração 
do lucro fiscal pelo 
LALUR, no montante de R$ 289.012,58 (duzentos e oitenta e nove mil doze reais e cinqüenta e 
oito centavos). 
 No caso citado, houve a sonegação por duas vezes, sendo a primeira em 1998, quando da 
contabilização indevida dos Lucros Distribuídos no grupo de contas de Resultado, sem qualquer 
ajuste efetuado quando do preenchimento do LALUR. 
 A segunda, em 1999, mesmo sendo adicionado ao Lucro Líquido antes do Imposto de 
Renda houve a sonegação quando da compensação do prejuízo fiscal do exercício anterior, 
repetindo que esse prejuízo fiscal não existiria se houvesse o profissional agido de acordo com 
as normas profissionais de contabilidade. 
 Há ainda um fato importante a ser citado: A sociedade empresária houvera sofrido 
fiscalização por parte do Auditor Fiscal da Receita Federal e o mesmo não constatou a 
irregularidade citada no exercício de 1999, dando por encerrada a fiscalização e considerando 
as Demonstrações Contábeis e Financeiras como corretas, não sendo encontrada nenhuma 
irregularidade. 
 Quanto aofato praticado pelo contabilista, surge a indagação: Houve erro profissional ou 
fraude? 
Embora qualquer resposta ao fato acima possa ser considerada como subjetiva, alguns 
procedimentos e análises podem ser utilizados para a apresentação de uma probabilidade de 
resposta. 
 Primeiramente, podem-se comparar os procedimentos adotados pelo mesmo profissional em 
dois exercícios distintos. Em 1998, o contabilista não adicionou ao Lucro Líquido Contábil o 
valor contabilizado como Despesas referentes ao Lucro Distribuído. Já em 1999, houve o 
adicionamento ao Lucro Líquido contábil dessa mesma conta. Fica a indagação: Havendo o 
profissional procedido de uma forma no preenchimento do LALUR de 1999, porque o 
profissional não adotou esse mesmo procedimento em relação ao exercício anterior, corrigindo 
o erro contábil apresentado? 
 No caso de erro profissional, o correto é que o profissional, ao tomar conhecimento de que 
cometera um erro, proceda imediatamente a sua correção, sendo a contabilidade generosa 
nesse sentido, permitindo a correção de Demonstrações Contábeis de exercícios anteriores. 
 No caso citado, o profissional se omitiu, e pior, utilizou-se do “erro” anterior para que a 
sociedade empresária fosse tributada em relação ao IRPJ e a CSLL em valor menor ao que 
deveria ter sido tributada. Admite-se, nesse caso, a fraude. 
 É admissível que, ao ser fiscalizado pelo Auditor Fiscal da Receita Federal, o mesmo 
deparando-se no LALUR com uma situação atípica e interpretando que, se os valores 
contabilizados nas contas Brindes e Multas de Trânsito pertencentes ao grupo de Contas de 
Resultado foram adicionados ao Lucro Contábil para se encontrar o Lucro Fiscal, o 
procedimento adotado pelo profissional que classificou a conta Lucros Distribuídos no grupo de 
Contas de Resultado e, posteriormente, também a adicionou ao Lucro Contábil para encontrar o 
Lucro Fiscal se encontrava de forma correta. 
 Porém, o agente do fisco não percebeu que o objetivo da redução do Lucro Fiscal foi 
concatenado no exercício anterior, que já houvera, de forma indevida, apresentado prejuízo 
fiscal e, em conseqüência, a utilização da compensação de 30% do Lucro Fiscal apurado no 
exercício de 1999 foi de forma indevida, configurando aí a redução da tributação referente ao 
IRPJ e a CSLL. 
 
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 Essa fraude pode ser considerada como de boa qualidade, pois a habilidade do profissional 
em preparar a apuração do lucro fiscal de forma atípica, porém de modo similar às Contas de 
Resultado Brindes e Multas de Trânsito, provavelmente induziu ao agente do fisco a considerar 
como corretos os procedimentos adotados, estando eles dentro das normas profissionais e 
legais. 
 No entanto, a preparação para essa simulação fora feita já no exercício anterior, na qual, por 
motivos desconhecidos, não foram examinados pelo agente do fisco que houvera procedido à 
fiscalização do exercício correspondente a 1999. 
 CASO REAL DE FRAUDE COM O AUXÍ-LIO DA INFORMÁTICA 
 Na execução de um exame pericial com a finalidade de apresentar elementos 
comprobatórios em uma ação judicial motivada para apuração de haveres, o perito-contador 
constatou uma fraude na qual o profissional utilizou-se de elementos de informática para 
conseguir o seu objetivo. 
 Na página seguinte, temos o que foi constatado pelo perito-contador. 
 Foi destacado um dos saldos do dia 14.01.2001, para que possa ser esclarecido o tipo de 
fraude ocorrida. 
 O valor do saldo do dia 14, em destaque, está acrescido de R$ 1.000,00 (mil reais), sem 
qualquer tipo de lançamento contábil que justificasse o aumento desse saldo. Não foi 
encontrada a explicação legal para esse fato. 
 O exame pericial realizado constatou que nesse dia o saldo foi adulterado de forma dolosa, 
ocasionando, com isso, um saldo maior de uma Conta de Resultado (Despesa). 
 Em razão da constatação dessa irregularidade, foram feitos, de forma individual e utilizando-
se de máquinas calculadoras, o somatório dos saldos das contas constantes no livro razão da 
sociedade, de todas as contas de Despesas e de Receitas, juntamente com as contas Caixa e 
Bancos C/Movimento. 
 A sociedade efetuava muitas operações de vendas à vista, sendo a movimentação da Conta 
Caixa muito intensa, ocasionando cerca de 500 (quinhentos) lançamentos em um período de 
um mês. 
 No exame detalhado das demais Contas de Despesas, constatou-se a mesma irregularidade 
em grande parte das contas examinadas, chegando a um percentual aproximado de 85% 
(oitenta e cinco por cento). 
 Nas contas de despesas, o saldo era aumentado sempre com o valor de R$ 1.000,00 (mil 
reais) em determinado momento do período de competência. E as Contas de Receitas tinham 
os seus saldos diminuídos, sendo utilizado o mesmo procedimento. 
 A conta que movimentava os numerários (Caixa) apresentava uma diminuição 
correspondente à soma do aumento do saldo da conta de despesa e a redução do saldo da 
conta de receita, na mesma data, para que fosse mantido o equilíbrio contábil. 
 O MEIO UTILIZADO PARA A PRÁTICA DA FRAUDE 
 O perito contábil procurou então aprimorar os exames e conseguiu constatar que foi utilizado 
um software (programa de computador) que permitia a alteração da variável que continha o 
saldo acumulado da Conta de Resultado, embora a mesma estivesse compilada, sem haver a 
necessidade de efetuar qualquer lançamento contábil. 
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 A finalidade da fraude não era só lesar o fisco, mas também lesar os demais sócios da 
empresa que não acompanhavam a contabilidade da empresa, confiando no só cio que 
apresentava em determinados períodos os Balancetes de Verificação, nos quais eram 
apresentados os lucros do período. 
 Em relação ao fisco, não havia sonegação em relação ao IRPJ e à CSLL, contudo, em 
relação ao PIS e à COFINS, a sonegação estava presente, pois havia uma redução da base de 
cálculo das receitas da empresa, pois era considerado como base de cálculo o saldo final das 
Contas de Receitas do mês, existentes na razão da sociedade empresarial. 
 TABELA 1 - Empresa: Corre Devagar Comércio de Produtos Naturais Ltda. Razão de 1º.01.2001 a 31.12.2001 
Razão da Conta: 3.1.1.01.037 - Serviços Prestados por PJ 
Data 
 
Descrição 
 
Débito 
 
Crédito 
 
Saldo 
 
 
1º.01.2001 
 
Saldo anterior 
 
 
 
 
 
- 
 
 
03.05.2001 
 
Pgto. PJ NF 00458 
 
2.458,26 
 
 
 
2.458,26 
 
 
05.01.2001 
 
Pgto. PJ NF 1265 
 
3.450,24 
 
 
 
5.908,50 
 
 
07.01.2001 
 
Pgto. PJ NF 006598 
 
4.678,94 
 
 
 
10.587,44 
 
 
09.01.2001 
 
Pgto. PJ NF 66598 
 
265,87 
 
 
 
10.853,31 
 
 
10.01.2001 
 
Pgto. PJ NF 0123 
 
1.497,35 
 
 
 
12.350,66 
 
 
11.01.2001 
 
Pgto. PJ NF 889456 A 
 
3.457,43 
 
 
 
15.808,09 
 
APOSTILA PERICIA CONTÁBIL 
 
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12.01.2001 
 
Pgto. PJ NF 00598 
 
687,21 
 
 
 
16.495,30 
 
 
13.01.2001 
 
Pgto. PJ NF 24570 
 
1.843,29 
 
 
 
18.339,59 
 
 
14.01.2001 
 
Pgto. PJ NF 012 
 
1.113,20 
 
 
 
19.451,79 
 
 
14.01.2001 
 
Pgto. PJ NF 0001547 
 
2.380,90

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