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A UTILIZAÇÃO DA LITERATURA NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO DE CRIANÇAS DE 5 A 6 ANOS: A ÓTICA DOCENTE Alboni Marisa Dudeque Pianovski VIEIRA (PUCPR)* Sandra Holavati LARSON (PUCPR)** Temática: Educação e Linguagem RESUMO A pesquisa objetiva discutir a contribuição da literatura no processo de alfabetização na Educação Infantil, com crianças na faixa etária de 5 a 6 anos. Busca também identificar e relatar a percepção dos educadores que atuam na área a respeito dessa prática. Em sua fundamentação teórica, analisa as relações existentes entre a literatura, o professor e a escola, como elementos articuladores da construção do conhecimento infantil e como instrumentos da descoberta e da compreensão do mundo pela criança. O ato de ler adquire importância fundamental como meio de facilitar a comunicação entre as pessoas, difundindo idéias e sentimentos, ao mesmo tempo em que possibilita uma educação humanizante e socializadora. Com apoio teórico em Bamberger (1977), Bettelheim (1980), Ferreiro (1992) e Machado (2002), discorre sobre a influência da literatura infantil na aprendizagem e na sociabilização da criança. No que se refere à pesquisa da prática, apresenta dados coletados em duas escolas da Região Metropolitana de Curitiba, de cuja análise se evidencia a percepção dos professores sobre a utilização da literatura no âmbito da alfabetização infantil. A análise qualitativa permite examinar as informações obtidas em múltiplos aspectos, envolvendo a questão da literatura e da alfabetização na educação infantil. Permite afirmar que o preparo do professor, tanto quanto a qualidade do material utilizado são fatores decisivos para a eficácia do trabalho com a literatura infantil na escola. Por fim, destaca-se a necessidade de a leitura ser uma atividade inserida num projeto coletivo, na escola, mobilizando-se estratégias para sua adoção em sala de aula. Palavras-chave: literatura – alfabetização – educação infantil *Professora e pesquisadora da Área da Educação da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Mestre em Educação, Mestre em Gestão de Instituições de Educação Superior, Doutoranda em Educação. alboni@alboni.com * *Acadêmica do curso de Pedagogia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. sandralarso@ig.com.br 2 Criar o hábito da leitura desde as séries iniciais, além de ser fundamental para o processo de alfabetização, constitui um dos maiores desafios ao professor. Por outro lado, é fácil verificar que a preparação para a alfabetização na pré-escola se organiza, geralmente, em torno do desenvolvimento das aptidões relacionadas à coordenação motora, à discriminação perceptual e à linguagem oral. Em geral, as crianças com idade entre 5 e 6 anos ficam boa parte do tempo modelando massas, recortando papéis, reconhecendo semelhanças e diferenças entre figuras, sem que aí esteja incluído o trabalho com a literatura infantil. A aprendizagem da leitura e da escrita se torna assim, para a maioria das crianças, algo mecanizado que pouco tem a ver com as necessidades reais de comunicação. Partindo destas reflexões e tendo clareza de que é por meio da leitura que se desenvolve, na criança, a capacidade de explorar o mundo e de posicionar-se em relação a si mesma e à sociedade, realizou-se esta pesquisa, com o objetivo de verificar a contribuição da literatura na Educação Infantil, no processo de alfabetização de crianças na faixa etária de 5 a 6 anos, sob a ótica docente. Justifica-se a pesquisa pois, embora muito se tenha falado e escrito a respeito da importância da leitura na escola, sabe-se que muitas crianças que freqüentam o ensino fundamental mal sabem ler e interpretar um texto. No processo de alfabetização, a literatura infantil deve ter um espaço especial, pois faz parte do mundo da criança e do universo humano. Sua função é recreativa e pedagógica, quando trabalhada de forma lúdica e criativa, porque desperta não só o interesse pelo mistério, pelo sonho e pela magia, mas também o gosto por criar, reproduzir e compreender. Nesse sentido, busca-se descrever a influência da literatura infantil no aprendizado da criança, analisando a prática da mesma na alfabetização na Educação Infantil, consoante a percepção dos professores. A LITERATURA, O PROFESSOR E A ESCOLA 3 No Brasil, o nível de leitura da população sempre foi baixo. A elevada taxa de analfabetismo, o reduzido poder aquisitivo, a ausência de uma política cultural contínua e a influência da mídia são alguns fatores relacionados ao problema do alfabetizado funcional. Uma das atividades fundamentais desenvolvidas pela escola para a formação dos alunos é a leitura, entendida como extensão da escola na vida e na sociedade. Muitos dos problemas encontrados pelos alunos no decorrer dos anos de estudo são decorrente de problemas de leitura. O aluno muitas vezes não consegue resolver problemas de matemática e de outras disciplinas, não porque não saiba, mas sim porque não aprendeu a ler com significado e compreensão do texto. Tudo o que se ensina na escola está diretamente ligado à leitura e qualquer que seja a disciplina a ser estudada depende da leitura para se manter e desenvolver. O ato de ler adquire, assim, importância fundamental, porque é um meio de facilitar a comunicação entre as pessoas difundindo idéias e sentimentos. Vivendo em uma sociedade letrada é preciso que o indivíduo que dela participa reconheça o valor dos conhecimentos através de palavras impressas, para tornar-se leitor não só para compreender a sociedade, mas para ampliar o modo de ver o mundo como um todo. A escola precisa ensinar aos seus alunos a ler e entender não só as palavras, as histórias, mas também os textos específicos de cada disciplina. Daí então a importância de se trabalhar com literatura infantil desde a educação infantil procurando despertar no aluno o prazer de ler. Escola, literatura e livro se entrelaçam. A escola tem a função de transformar a sociedade, revendo valores, padrões e idéias; a literatura permite a reflexão e a análise em conjunto com a escola; os livros permitem o registro dessa literatura para que passe a fazer parte da história, do presente e do futuro. O aluno que muitas vezes chega à escola sem conhecer a literatura e o livro, tem a oportunidade de relacionar-se com novas possibilidades, de crescimento. A escola é o espaço para estabelecer uma relação entre 4 literatura, livro e criança, e o professor é quem irá propor atividades que façam a criança refletir e construir conhecimentos a partir da literatura infantil. O professor precisa ler para que seus alunos possam ser possuídos pelo texto e assim se apaixonarem pela literatura infantil. A escola representada na sala de aula, pela sua pessoa tem a responsabilidade de fazer os alunos se apaixonarem, não só pela literatura, mas também pela leitura. Em síntese: sem professores que leiam, que gostem de livros, que sintam prazer na leitura, muito dificilmente será modificado o estado atual da leitura escolar. A INFLUÊNCIA DA LITERATURA INFANTIL NA APRENDIZAGEM E NA SOCIALIZAÇÃO DA CRIANÇA Na área do ensino da leitura, o trabalho escolar consiste em utilizar pedagogicamente todas as formas de linguagem, de maneira que cada criança se aproprie das linguagens de maneira articulada, em diferentes formas de explicar, de interpretar e de simbolizar imagens na sala de aula por meio de gestos, símbolos e signos e em diferentes situações de interlocuções possíveis. Basicamente, é preciso ter em mente uma formulação clara e precisa a respeito do leitor que educamos e porqueo estamos educando. Em essência, a leitura caracteriza-se como um dos processos que possibilita a participação do homem na vida em sociedade, em termos de compreensão do presente e do passado e em termos de possibilidade de transformação sócio-cultural futura. A fase da pré-leitura estende-se dos três aos seis anos de idade, período em que a criança freqüenta a pré-escola, desenvolvendo capacidades e habilidades que a tornarão apta à aprendizagem da leitura. É o período da construção dos símbolos, do desenvolvimento da linguagem oral e da percepção, que permitem o estabelecimento de relações entre as imagens e as palavras. A literatura infantil ajudará a criança no processo de apreensão do mundo e domínio da linguagem. Como seus interesses dizem respeito 5 sobretudo ao som, ao ritmo e às cenas individualizadas, os livros destinados a esta fase devem ter poucos textos, muitas gravuras e rimas, tratando de animais e objetos conhecidos e cenas familiares ao mundo infantil. Cabe ao professor iniciar a criança nas letras, incentivando nela o gosto pela leitura. É ele quem vai indicar os livros aos alunos oferecendo-lhes um repertório de títulos de forma a que possam seguir suas preferências e interesses. Portanto, o primeiro passo para a formação do hábito da leitura na escola diz respeito à seleção do material. A qualidade do material é fator decisivo para a eficácia do trabalho com a literatura infantil na escola, bem como a qualidade das obras que deve ser pensada antes de ser trabalhada. O livro destinado a crianças pode apresentar os mais variados temas e assuntos, desde que adaptados à compreensão do leitor e significativos ao seu universo. É importante, sobretudo, que o texto, ao mesmo tempo em que funcione como um instrumento de integração do sujeito ao meio, através da aceitação dos padrões sociais, conduza-o a refletir sobre a realidade, posicionando-se criticamente diante da mesma. Ilustrações coloridas devem ser, sobretudo, sugestivas. Em um bom livro infantil devem ser encontradas gravuras ricas e ingredientes interpretativos que completem e enriqueçam o texto escrito. Afirma Bamberger (1977, p. 36) que a fase dos 2 a 5 ou 6 anos é a fase de mentalidade mágica, em que a criança faz pouca diferença entre o mundo externo e o interno. A literatura vai ajudá-la a fazer a distinção entre o ”eu” e o mundo, através dos livros, de gravuras de objetos de seu meio. Entre 4 a 6 anos a criança prefere a leitura do realismo mágico: contos de fadas, lendas, mitos, fábulas, que podem oferecer mudança imaginativa, pois nessa fase do seu desenvolvimento a criança é essencialmente suscetível à fantasia. Nessa fase, dá-se o início da sistematização do contato com o livro, visto como fonte de prazer, de informação, de fantasia. É indispensável a presença de professores leitores e a existência de um acervo acessível à criança na sala de aula, como um canto da leitura para que se possa estimular na criança o hábito da ler. Com freqüência o professor deve dispor da “hora do conto” lendo 6 histórias e levando a criança a narrar histórias de seu cotidiano, propondo o desenho das personagens, ou sua modelagem em argila. Todas essas estratégias utilizadas devem facilitar o acesso da criança ao livro de forma espontânea. O propósito da leitura é a compreensão. O propósito da alfabetização é ajudar as crianças a compreender o que lêem e a desenvolver estratégias para continuar a ler com autonomia. Da mesma forma, o propósito de escrever é comunicar, de modo que um leitor situado remotamente no tempo e espaço possa compreender o propósito e o sentido do que foi escrito. Podemos ler sem compreender. Podemos compreender sem ler. Ler é diferente de aprender a ler. O processo de aprender a ler não pode ser confundido com o propósito da leitura. Ler e escrever são faces da mesma moeda embora a escrita seja mais complexa e exija o desenvolvimento de competências adicionais. Escrever exige que a criança aprenda as representações ortográficas de forma precisa e completa. O reconhecimento das palavras é necessário para a compreensão da leitura. Esta deve ser o foco de programas de alfabetização, dado que é um importante instrumento para ajudar a criança a consolidar o conhecimento ortográfico necessário para escrever corretamente. A valorização da leitura, considerada num sentido amplo, advém de sua importância para a inclusão do sujeito numa cultura letrada. Nesse sentido, o ato de ler ultrapassa, num primeiro patamar, habilidades de simples decodificação; num segundo, a capacidade de atribuir sentido ao que foi decodificado. Sob tal ponto de vista, o domínio das habilidades específicas da leitura se traduz como um dos atributos que evitam a evasão escolar, oferecem ao sujeito melhores chances no mercado profissional e permite exercer de forma mais abrangente a própria cidadania. É bastante comum que professores das mais diferentes áreas atribuam o fracasso escolar dos alunos em sua disciplina o fato de seus alunos “não saberem ler”. Portanto, dificuldades de compreensão afetam diretamente seu desempenho, não só no que diz respeito à linguagem, mas em todas as áreas do conhecimento e durante toda a sua vida. Nesse sentido, o trabalho com o 7 livro de literatura infantil tem um papel fundamental no início do processo da alfabetização na faixa etária de 5 a 6 anos. Observa Carvalho (1989, p. 19) que ”tirar da criança o encanto da fantasia pela arte, particularmente a arte do desenho, da forma das cores e da literatura (que representa todas), é sufocar e suprimir todas as riquezas do seu mundo interior”. O trabalho com a literatura infantil possibilita a ligação entre ler e escrever, além do resgate padrão da língua, de estruturas lingüísticas mais complexas, desenvolvendo de modo globalizado o desempenho lingüístico do falante. Desta forma, por meio da leitura é possível dominar o uso da linguagem de acordo com a norma culta: a acentuação gráfica a colocação dos pronomes, o emprego dos verbos, além da regência e concordância. Tudo isso sem a necessidade de obrigar o aluno à árdua tarefa de memorização de regras gramaticais e com a imensa vantagem de assimilação da linguagem o qual terá repercussões não só na escrita, mas também na fala e na própria leitura. A leitura é uma atividade no qual o aluno vai assimilar o conhecimento, vai interiorizar, refletir e a partir daí elaborar seu próprio texto. “Um dos objetivos sintomaticamente ausentes dos programas de alfabetização de crianças é o de compreender as funções da língua escrita na sociedade”. (FERREIRO, 1992, p.19) A escrita faz parte do sistema de signos elaborado pela sociedade incorporando a cultura do grupo social. As crianças que têm oportunidade de observar e participar desde a mais tenra idade de ações de leitura e escrita adquirem significado quando os adultos ressaltam explicitamente o que estão fazendo, quando esclarecem o propósito da atividade e quando as estimulam a descobrir e reconhecer as escritas presentes no meio ambiente. “Não se deve ensinar, porém deve-se permitir que a criança aprenda”. (FERREIRO, 1992, p. 38) Hoje não basta apenas que alunos venham à escola em busca de alfabetização. Saber apenas ler e escrever, já não representa avanço em relação às demandas sociais e culturais da sociedade. É necessário saber 8 fazer uso social da leitura e da escrita em seu cotidiano de forma lógica, reflexiva e que permita o acesso às informações e conhecimentos necessários ao pleno desenvolvimento da cidadania no contexto de alfabetização. A PESQUISA DA PRÁTICA Com o intuitode verificar a influência da literatura infantil, no aprendizado da criança, bem como identificar a percepção dos professores sobre a prática da leitura no âmbito da alfabetização na Educação Infantil, foram coletados dados em duas escolas de Educação Infantil, uma delas situada no município e Curitiba, e a outra em Campo Magro, ambas neste Estado. Foram entrevistadas as Diretoras das duas escolas, tendo sido aplicados questionários a professores (10) e a pais (60) das escolas pesquisadas. Para os efeitos deste artigo, serão analisados tão-somente os dados obtidos junto às professoras das duas instituições. Na análise e interpretação das respostas buscou-se adotar o método de análise qualitativa, mais adequado por possibilitar o exame, em profundidade, de múltiplos aspectos que envolvem a questão da literatura e da alfabetização na educação infantil. . Das professoras participantes, verificou-se que todas atuam no Ensino Fundamental e na Educação Infantil concomitantemente, variando o tempo de atuação em sala de aula na Educação Infantil em torno de 9 anos. Em relação ao tempo que estão atuando no magistério, 50% atuam de 1 a 5 anos no magistério; e 25% estão de 6 a 10 anos. As demais, estão atuando como professoras há mais de 15 anos. Da resposta à primeira questão, referente à opinião das professoras a respeito da literatura como forma de aprendizado do aluno, constatou-se que todas a enfatizam como área relevante. Sem dúvida, os aspectos que a literatura desenvolve estão relacionados à cultura, uma vez que ampliam o vocabulário, as idéias, o imaginário além de desenvolver habilidade e criatividade que estão relacionadas à escrita e a leitura. Uma das professoras 9 assim se manifestou: “É uma das áreas de trabalho importante para o desenvolvimento da leitura e escrita, bem como habilidade e criatividade no desenvolver estratégias e recursos como dramatização, ditado desenhado e principalmente interpretação de texto.” A escola que assume para si a condição de formar o hábito de leitura estará garantindo, com certeza a existência de adultos com rica imaginação, amplos recursos lingüísticos e uma visão de mundo muito ampla”. Outro docente afirma ser “[o hábito da leitura] muito importante, pois proporciona ao aluno um contato com seu íntimo e imaginário fazendo com que ele se sinta realizado em se tele-transportar para a história contada”. A literatura infantil propicia ao leitor a curiosidade e o interesse pela descoberta, permite que ele vivencie situações pelas quais jamais passou, abrindo-lhe horizontes e tornando-o capaz de enfrentar situações novas. Verificou-se também que as professoras costumam utilizar a literatura como recurso pedagógico em suas aulas, estimulando o uso de livros, pelo menos duas vezes por semana. Questionadas a respeito do tipo de materiais literários que utilizam nas aulas, responderam que procuram utilizar todos os recursos disponíveis como livros de literatura infantil, gibis, revistas variadas, jornais e obras de arte. Outra questão referia-se ao interesse do alunos nas aulas em que é utilizada a literatura como recurso pedagógico. As respostas fornecidas pelas professoras foram no sentido de que percebiam diferenças favoráveis no aprendizado dos alunos que já tinha tido contado com diferentes livros em relação àqueles que não possuíam livros de literatura à sua disposição em casa. Ressaltaram que aqueles “... são mais expressivos, tem noção do mundo abstrato e reagem a situações de maneira mais espontânea”, acrescentando que “...não possuem tantas dificuldades na interpretação de textos.” Uma última questão solicitava às professoras que opinassem sobre o desenvolvimento do trabalho com a literatura infantil em suas aulas. A propósito, assim se expressou uma delas: “O professor deve gostar daquilo que faz e proporcionar aos seus alunos diferentes formas de utilizar a leitura tornando este hábito um prazer e não uma obrigação maçante e chata”. Para 10 outra, “a literatura deve acompanhar a exploração das expressões corpóreas espaciais transmitindo ao aluno a sensação de estarem fazendo parte da história contada, trazendo-a à sua realidade.” A literatura na Educação Infantil, portanto, deve proporcionar uma oferta educativa de qualidade para capitalizar o potencial de aprendizagem das crianças menores e ser uma instância de prevenção no fracasso do ensino fundamental. Toda criança em processo de alfabetização pode se beneficiar da literatura infantil, pois ela ressalta e desenvolve não só a imaginação da mesma, como também permite que se coloque como personagem das histórias de contos e das fábulas. Segundo Bettelheim (1980, p. 189) Ouvir os contos de fada e incorporar as imagens que ele apresenta pode ser comparado e espalhar sementes onde só algumas ficarão implantadas na mente da criança. Algumas ficarão trabalhando em sua mente de imediato dependendo do nível de interesse, que os contos causam na criança, e o resultado da absolvição do conteúdo e o processo de compreensão do mesmo. É por meio de situações de trabalho com dramatizações, ilustrações e artes plásticas que o aluno irá descobrir e perceber-se como sujeito atuante que sente liberdade, prazer e gosto pela leitura além de sentir-se valorizado rumo à construção do pensamento, da linguagem, da escrita e aprendizagem. CONSIDERAÇÕES FINAIS Da investigação realizada sobre a importância da literatura infantil no início do processo de alfabetização, sob a ótica docente, foi possível constatar que o trabalho com a literatura não deve ficar apenas restrito à leitura e sim propor uma aprendizagem significativa rumo à construção do conhecimento em essencial no início da alfabetização. 11 Nesse sentido, a formação do professor é de suma importância para que o trabalho com a literatura junto com a alfabetização possa vir a surtir efeito com seus alunos, pois para o reconhecimento da escrita e seu significado é necessário ler e compreender. A leitura é uma atividade que deve estar inserida num projeto coletivo, cuja diversidade de situações sociais deve mobilizar as estratégias a serem adotadas em sala de aula. REFERÊNCIAS BAMBERGER, R. Como incentivar o hábito de leitura. São Paulo: Cultrix, 1977. BETTELHEIM, B. A. Psicanálise dos contos de fadas. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1980. CARVALHO, B.V. A literatura infantil: visão histórica e crítica. São Paulo: Global, 1985. FERREIRO, E. Com todas as letras. São Paulo: Cortez, 1992. MACHADO, M. L. Encontros e desencontros em educação infantil. São Paulo: Cortez, 2002.
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