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Aula 02 Noções de Direito Administrativo p/ Polícia Civil-PA (Investigador, Escrivão e Papiloscopista) Professor: Daniel Mesquita Direito Administrativo p/ Investigador e Escrivão ʹ PCPA. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 261 Instagram: danielmqt Facebook: Daniel Mesquita AULA 02: Atos administrativos. SUMÁRIO 1) INTRODUÇÃO À AULA 02 2 2) ATOS ADMINISTRATIVOS 2 2.1. CONCEITO DE ATO ADMINISTRATIVO. 2 2.2. ELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO; TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES; PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO. 8 2.3. ATRIBUTOS (OU CARACTERÍSTICAS) DO ATO ADMINISTRATIVO. 47 2.4. CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 65 2.4.1 EXISTÊNCIA, VALIDADE, EFICÁCIA E EXEQÜIBILIDADE 65 2.4.2 VINCULAÇÃO E DISCRICIONARIEDADE 68 2.4.3 OUTRAS CLASSIFICAÇÕES DOS ATOS ADMINISTRATIVOS. 89 2.5. ATOS ADMINISTRATIVOS EM ESPÉCIE 101 2.5.1 ATOS ADMINISTRATIVOS NORMATIVOS 102 A. DECRETOS 102 B. INSTRUÇÕES NORMATIVAS, REGIMENTOS, REGULAMENTOS, RESOLUÇÕES E DELIBERAÇÕES 103 2.5.2 ATOS ADMINISTRATIVOS ORDINATÓRIOS 104 2.5.3 ATOS ADMINISTRATIVOS NEGOCIAIS 110 A. LICENÇA E ALVARÁ 111 B. PERMISSÃO E AUTORIZAÇÃO 117 C. ADMISSÃO, APROVAÇÃO, VISTO E HOMOLOGAÇÃO 118 2.5.4 ATOS ADMINISTRATIVOS ENUNCIATIVOS 122 A. CERTIDÕES 122 B. PARECERES 122 C. ATESTADOS 123 D. APOSTILA 124 2.5.5 ATOS ADMINISTRATIVOS PUNITIVOS 127 3) TEORIA DAS NULIDADES NO DIREITO ADMINISTRATIVO. 128 3.1 ATOS ADMINISTRATIVOS NULOS, ANULÁVEIS E INEXISTENTES. 129 3.2 TEORIAS MONISTA (OU UNITÁRIA) E DUALISTA. 130 3.3 VÍCIOS DO ATO ADMINISTRATIVO. 131 3.4 DESCONSTITUIÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 137 3.4.1 INVALIDAÇÃO 138 3.4.2 REVOGAÇÃO 147 3.5 CONVALIDAÇÃO (OU SANATÓRIA) 175 09555860467 Direito Administrativo p/ Investigador e Escrivão ʹ PCPA. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 261 Instagram: danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 4) RESUMO DA AULA. 192 5) QUESTÕES 204 6) REFERÊNCIAS 261 1) Introdução à aula 02 Que bom que você veio para a nossa aula 02! Nesta nossa aula do curso de Direito Administrativo para o concurso da Polícia Civil do Pará, falaremos do seguinte assunto: ³6. Fatos e atos administrativos: tipos de atos, ato nulo e anulável, vícios. 2. Competência administrativa: conceito e critérios de distribuição; avocação e delegação de competência.´. Não se esqueça de que, ao final, você terá um resumo da aula e as questões tratadas ao longo dela. Use esses dois pontos da aula na véspera da prova! Chega de papo, vamos à luta! 2) Atos Administrativos 2.1. Conceito de ato administrativo. Antes de conceituarmos ato administrativo, lembrando que não há conceito legal e sim doutrinário, devemos distinguir os conceitos de fato e de ato, de modo que a ideia do ato administrativo fique clara. 09555860467 Direito Administrativo p/ Investigador e Escrivão ʹ PCPA. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 261 Instagram: danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Fato: é acontecimento sem qualquer interferência da vontade humana, como no caso de eventos da natureza. Ato, por sua vez, é manifestação de vontade praticada pelo homem. 6H� ³DWR´� p� PDQLIHVWDomR� GD� YRQWDGH� KXPDQD�� ³atos administrativos´� VmR� GHFODUDo}HV� KXPDQDV� �H� QmR�PHURV� IHQ{PHQRV� da natureza), unilaterais (as bilaterais constituem contratos), expedidas pela administração pública ou por particular no exercício de suas prerrogativas, com o fim imediato de produzir efeitos jurídicos determinados, em conformidade com o interesse público, sob regime de direito público e sujeitas a controle. Exemplos: aplicação de uma pena de multa em razão do excesso de velocidade; a desapropriação de uma área privada; o tombamento de um patrimônio de relevância histórica. Fernanda Marinela destaca que os serviços ou atividades controlados por computadores, como, por exemplo, as centrais controladoras dos semáforos da cidade, hipótese em que a própria PiTXLQD� HPLWH� RUGHQV� GH� ³SDUH´� RX� ³VLJD´�� VmR� DWRV� MXUtGLFRV� H� administrativos, embora não decorram de uma verdadeira manifestação de vontade humana. Como já visto, ato é diferente de fato, por isso não confunda ato administrativo com fato administrativo (acontecimentos que produzem efeitos jurídicos relevantes para o Direito Administrativo), cujos exemplos são: a morte de um funcionário que gera vacância de um cargo; a destruição de uma escola pública em razão da chuva; a mudança de lugar de certo órgão público; a cirurgia realizada por um médico em um hospital público; etc. Ademais, para Maria Sylvia Zanella Di Pietro, se o fato não produz qualquer efeito jurídico no Direito Administrativo, ele é denominado fato da administração. Os atos administrativos podem ser anulados e revogados dentro dos limites do Direito, em quanto os fatos administrativos não admitem 09555860467 Direito Administrativo p/ Investigador e Escrivão ʹ PCPA. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 261 Instagram: danielmqt Facebook: Daniel Mesquita nem anulação nem revogação. Por fim, os atos administrativos gozam de presunção de legitimidade, enquanto os fatos não. Por outro lado, importante destacar o conceito trazido por Marinela de ato da administração, que é todo ato praticado pela Administração Pública, mais especificamente pelo Executivo, no exercício da função administrativa, podendo ser regido pelo direito público ou pelo direito privado. Note que esse conceito tem sentido mais amplo do que o de ato administrativo, que necessariamente deve ser regido pelo direito público. A autora continua dizendo que os atos da administração podem ser: a) Atos privados da Administração. Exs: doação, permuta, compra e venda, locação b) Atos materiais: condutas que não contêm manifestação de vontade, constituindo apenas em uma execução, configurando fatos administrativos e não atos administrativos. Exs: demolição de uma cassa, apreensão de mercadoria, realização de um serviço c) Atos administrativos Ficam excluídos do conceito de atos da administração os atos administrativos não praticados pela Administração, como é o caso, por exemplo, de alguns atos praticados por concessionárias prestadoras de serviços públicos. A prescrição e da decadência são institutos que produzem efeitos jurídicos em razão da soma de dois elementos: o decurso do tempo e a inércia do titular do direito. Assim, não representam nem evento da natureza nem conduta material, tendo sido reconhecidos de forma 09555860467 Direito Administrativo p/ Investigador e Escrivão ʹ PCPA. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 261 Instagram: danielmqt Facebook: Daniel Mesquita pacífica como fatos jurídicos em sentido estrito, ou fatos jurídicos objetivos. 9ROWDQGR�DR�FRQFHLWR�GH�³DWR�DGPLQLVWUDWLYR´��Sara quem gosta de demonstrar seu apurado conhecimento jurídico em provas subjetivas, citando doutrinadores de renome, colacionamos a definição de ato administrativo da professora Di Pietro: ³SRGH-sedefinir o ato administrativo como a declaração do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de direito S~EOLFR�H�VXMHLWD�D�FRQWUROH�SHOR�3RGHU�-XGLFLiULR´��������S������ Na tentativa de melhor definir o ato administrativo, Marinela fixa alguns pontos fundamentais, tais como: a vontade, que deve necessariamente emanar de um agente público no exercício de sua função administrativa, o que o distingue do particular; seu conteúdo, que deve propiciar efeitos jurídicos sempre com um fim público; e, por fim, o regime, que deve ser de direito público. O aluno não pode se esquecer de que, além do Poder Executivo, os órgãos que compõem o Poder Judiciário e o Legislativo também editam atos administrativos (ex: quando o Tribunal de Justiça realiza uma licitação para a compra de papel e de impressora, quando a Assembleia Legislativa contrata uma empresa de engenharia para fazer uma reforma etc.). Também não pode se esquecer de que a Administração Pública pode editar atos regidos pelo direito privado quando, por exemplo, uma empresa estatal vende os bens produzidos por ela no mercado num ambiente de livre concorrência. Assim, existem atos administrativos que não são atos da administração e vice-versa. 09555860467 Direito Administrativo p/ Investigador e Escrivão ʹ PCPA. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 261 Instagram: danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Por fim, vale destacar a valiosa lição de Bandeira de Mello (2010, p. 413-416) acerca do silêncio da Administração quando esta não se pronuncia quando deve fazê-lo. Para o ilustre administrativista, o silêncio não é ato jurídico, mas um fato jurídico administrativo, pois não houve qualquer manifestação. Para a doutrina majoritária, o silêncio administrativo não produz nenhum efeito, salvo quando a lei ± reconhecendo o dever da Administração de agir, atribui esse resultado, admitindo-se, nesse caso, a possibilidade de uma anuência tácita, ou até, de efeito denegatório do pedido, contrariando o interesse de peticionário. Nessas hipóteses ± em que a lei atribui efeito ao silêncio ± o mesmo não decorre do silêncio e sim da previsão legal. Normalmente, o silência é um ato irregular da Administração, pois o administrado tem o direito de obter uma resposta de suas solicitações e requerimentos dirigidos à Administração. Essa resposta obrigatória está prevista no texto constitucional (art. 5º, XXXIV), o qual define o direito de petição, que abrange não somente a possibilidade de requerer, como também a certeza de obter uma resposta, caracterizando-se, dessa maneira, como um dever para o administrador. Assim, se após o prazo fixado em lei a Administração não fornecer as informações solicitadas, o administrado pode questionar a conduta do agente público junto ao Judiciário, pois ele descumpriu o dever legal de decidir. Atualmente, a Lei n. 12.527/11 (lei do acesso a informação) regula o tema da seguinte forma: Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou conceder o acesso imediato à informação disponível. 09555860467 Direito Administrativo p/ Investigador e Escrivão ʹ PCPA. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 261 Instagram: danielmqt Facebook: Daniel Mesquita § 1o Não sendo possível conceder o acesso imediato, na forma disposta no caput, o órgão ou entidade que receber o pedido deverá, em prazo não superior a 20 (vinte) dias: I - comunicar a data, local e modo para se realizar a consulta, efetuar a reprodução ou obter a certidão; II - indicar as razões de fato ou de direito da recusa, total ou parcial, do acesso pretendido; ou III - comunicar que não possui a informação, indicar, se for do seu conhecimento, o órgão ou a entidade que a detém, ou, ainda, remeter o requerimento a esse órgão ou entidade, cientificando o interessado da remessa de seu pedido de informação. § 2o O prazo referido no § 1o poderá ser prorrogado por mais 10 (dez) dias, mediante justificativa expressa, da qual será cientificado o requerente. O STJ manifestou-VH�� ³��� 2� µGLUHLWR� GH� SHWLomR� DRV� poderes públicos em defesa de direitos e contra ilegalidade ou abuso de SRGHU¶�� DVVHJXUDGR� SHOR� DUW�� ��� ;;;,9�� ,�� GD� &)�� WHP� QDWXUH]D� instrumental: é direito, assegurado ao cidadão, de ver recebido e examinado o pedido em tempo razoável e de ser comunicado da decisão tomada pela autoridade a quem é dirigido. Nele não está FRQWLGR�� WRGDYLD�� R� GLUHLWR� GH� YHU� GHIHULGR� R� SHGLGR� IRUPXODGR� �����´� (RMS 16.424/DF, STJ ± Primeira Turma, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, julg: 05.04.2005, DJ: 18.04.2005). 09555860467 Direito Administrativo p/ Investigador e Escrivão ʹ PCPA. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 261 Instagram: danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 2.2. Elementos do ato administrativo; teoria dos motivos determinantes; procedimento administrativo. O que vamos estudar agora são os elementos que constituem os atos administrativos, sem eles o ato administrativo não completa seu ciclo de formação ou são considerados, até mesmo, a depender do elemento faltante, inexistente. Alguns doutrinadores preferem usar a expressão ³requisitos´��RXWURV�D�H[SUHVVmR�³SUHVVXSRVWRV´��$VVLP��VH�D� sua prova trouxer no enunciado o WHUPR�³UHTXLVLWRV�RX�SUHVVXSRVWRV�GR� DWR�DGPLQLVWUDWLYR´�VDLED�TXH�D�TXHVWmR�HVWi�WUDWDQGR�GRV�HOHPHQWRV�GR� ato administrativo. A doutrina do direito administrativo brasileiro diverge quanto aos elementos que compõem os atos administrativos. Em razão disso, o critério mais seguro para se utilizar em uma prova de concurso é o do art. 2º da Lei nº 4.717/65. Para essa lei, os elementos do ato administrativo são: competência, forma, objeto, motivo e finalidade. Isso não quer dizer que o aluno deve marcar errado se apresentada na questão que o sujeito, e não a competência, é um dos elementos do ato administrativo. O que você deve levar para a prova é que os elementos do ato administrativo são o SUJOMOFOFI = Sujeito, objeto, motivo, forma e finalidade; ou o COMFIFOMOB = Competência, finalidade, forma, motivo e objeto. Nesse ponto, Di Pietro (2009, p. 202) informa, com razão, que a competência é um atributo do sujeito que pratica o ato e, além desse atributo, ele deve ter a capacidade para realizá-lo. Desse modo, mais adequado falar-se que o sujeito ± e não a competência ± é um dos elementos do ato administrativos. a) Sujeito ou competência (SUJ ou COM) 09555860467 Direito Administrativo p/ Investigador e Escrivão ʹ PCPA. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 261 Instagram: danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Sujeito é aquele que pratica o ato. Ele deve ter capacidade e competência para a prática do ato. A primeira se verifica das normas de direito civil (idade, sanidade mental etc.). Já a competência, no direito administrativo, decorre da Constituição, das leis e atos normativos. Esses diplomas não só definem o plexo de competências, mas impõem aos seus titulares o dever de exercê-las em prol do interessepúblico. *Pensou em sujeito ± pense em capacidade e competência!* O sujeito competente deve ser necessariamente um agente público, que é o conceito mais amplo encontrado na doutrina, consistindo em qualquer pessoa que exerça de forma temporária ou permanente, com ou sem remuneração, uma função pública, devendo estar, de alguma forma, ligado à Administração Pública. Além disso, é necessária a análise da capacidade jurídica desse agente e do ente a que ele pertence, a quantidade de atribuições do órgão que o produziu, a competência do agente emanante e a inexistência de óbices à sua atuação no caso concreto, tais como afastamentos legais, impedimentos e outros. Aqui já entramos em um ponto que pode ser explorado na prova: o estudo da competência para a prática do ato administrativo. Portanto, SINAL DE ALERTA! Segundo Marinela, entende-se por competência o conjunto de atribuições das pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos, fixado pelo direito positivo, representando a esfera de atuação de cada um deles; é o círculo definido por lei dentro do qual podem os administradores exercer legitimamente sua atividade. 09555860467 Direito Administrativo p/ Investigador e Escrivão ʹ PCPA. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 261 Instagram: danielmqt Facebook: Daniel Mesquita A competência para a prática de atos administrativos não se presume, dependendo sempre de previsão legal. Importante observar as características da competência exercida pelo sujeito que pratica o ato administrativo. Mencionamos aqui as características da competência trazidas por Alexandrino (2010, p. 437), com fundamento na doutrina brasileira, especialmente em Bandeira de Mello: x de exercício obrigatório; A competência representa regra de exercício obrigatório para os órgãos e agentes públicos, sempre que caracterizado o interesse público. Portanto, exercitá-la não é livre decisão de quem a titulariza; trata-se de um poder-dever do administrador. x irrenunciável; Com base no princípio da indisponibilidade do interesse público, o administrador que recebe uma competência legal não pode renunciá-la para deixar de exercê-la. Fundamenta-se em dois artigos da Lei nº 9.784/99: Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei; Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos. x intransferível; O exercício da competência não admite transação ou acordo, descabendo repassá-la a outrem, salvo quando expressamente autorizado por lei. 09555860467 Direito Administrativo p/ Investigador e Escrivão ʹ PCPA. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 261 Instagram: danielmqt Facebook: Daniel Mesquita x imodificável pela vontade do agente; O administrador não pode, por intermédio de ato administrativo, dilatar ou restringir sua competência, considerando que sua fonte definidora é a lei, logo um ato superior na estrutura do ordenamento jurídico. x imprescritível O não exercício não extingue a competência, ou seja, mesmo que a competência não seja utilizada, independente do tempo, o agente continuará sendo o competente. x improrrogável Se o sujeito competente não exerce a competência, ela não se transfere ao órgão incompetente que praticou o ato. Isso porque, quem confere a competência é a lei. Assim, o agente não pode revogar uma lei pelo seu costume. CUIDADO: O concursando nunca pode se esquecer de que, apesar das características de irrenunciabilidade e intransferibilidade, a competência pode ser objeto de delegação e avocação. A delegação é um instrumento de descentralização administrativa (art. 11 do Decreto-lei nº 200/67) e não importa em transferência de competência, tanto é que a autoridade delegante pode avocar a competência delegada a qualquer momento (art. 2º, parágrafo único, do Decreto nº 83.937/79). Assim, o ato de delegação não retira a competência da autoridade delegante que continua competente cumulativamente com a autoridade delegada; tal transferência também é passível de revogação a qualquer tempo, devendo também ser publicado no órgão oficial. Deve-se observar que a delegação de competência normalmente é realizada para agentes de plano hierárquico inferior. Contudo, a lei 09555860467 Direito Administrativo p/ Investigador e Escrivão ʹ PCPA. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 261 Instagram: danielmqt Facebook: Daniel Mesquita também a admite para o mesmo plano hierárquico, quando não existirem impedimentos, sendo conveniente em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. Essa hipótese aplica-se à delegação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos presidentes (art. 12 da Lei nº 9.784/99). O ato de delegação exige publicação oficial e deverá especificar as matérias e os poderes transferidos, definindo os limites de atuação do delegado, a duração e os objetivos da delegação, além dos recursos cabíveis e demais ressalvas que o delegante entender convenientes. MUITO CUIDADO ± EXCEÇÃO À REGRA DA DELEGAÇÃO: A Lei nº 9.784/99 (art. 13), que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal, proíbe a delegação da competência: (a) de editar atos normativos; (b) de decidir recursos administrativos; e (c) das matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade. Por essa razão, os atos de delegação e os demais atos praticados em razão dessa ilegalidade pela autoridade que a recebeu são considerados inválidos. IMPORTANTE: Dos demais dispositivos da Lei nº 9.784/99 e do Decreto nº 83.937/79, extraem-se as seguintes 09555860467 Direito Administrativo p/ Investigador e Escrivão ʹ PCPA. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 261 Instagram: danielmqt Facebook: Daniel Mesquita conclusões que já foram cobradas em inúmeras provas de concursos, são elas: x o ato de delegar pressupõe a autoridade para subdelegar; x pode haver delegação de competências a órgãos não subordinados; x a delegação pode ser parcial; x ela deve ser feita por prazo determinado; x a autoridade delegante pode permanecer com o poder de exercer a competência de forma conjunta com a delegatária. Segundo Marinela, o fenômeno da avocação ocorrerá quando a autoridade superior, que inicialmente era incompetente, atrai para a sua esfera de competência a prática de um determinado ato. Enquanto na delegação há transferência, na avocação há atração. Importante ressaltar que, para a realização desse evento, pressupõem-se um sistema dehierarquia e a inexistência de competência exclusiva. Veja o art. 15 da Lei nº 9.784/99: Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior. Por fim, com relação à competência, o aluno deve ter em mente que, quando o agente público atua fora de sua esfera de competência, ocorre o excesso de poder (Alexandrino, 2010, p. 440). b) Forma (FO) Além do elemento sujeito ou competência, existe o elemento forma. Conforme destaca Marinela, a exteriorização da vontade é condição para que o ato administrativo produza efeitos no mundo jurídico, considerada como instrumento de sua projeção, representando 09555860467 Direito Administrativo p/ Investigador e Escrivão ʹ PCPA. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 261 Instagram: danielmqt Facebook: Daniel Mesquita elemento que integra a própria formação do ato e é fundamental para completar o ciclo de existência. Entretanto, para o ato administrativo ser válido, não basta a manifestação da vontade, sendo necessário que seja realizado de acordo com as exigências definidas pela lei (formalidades específicas do ato), cuja ausência gera vício de legalidade, com sua consequente invalidação. Em regra, os atos administrativos representam o resultado de um procedimento administrativo prévio, formado por uma série de atos formais que levam a um provimento final, observando o princípio constitucional do devido processo legal. Para completar as exigências da forma, a doutrina aponta, ainda, a motivação, enquanto correlação lógica entre o motivo, o resultado do ato e a previsão legal. Isso mesmo! A motivação decorre da forma. Com relação à motivação, Di Pietro (2009, p. 207) destaca que ela tem duas acepções: a) em sentido estrito: a forma é considerada como a exteriorização do ato, ou seja, o modo pelo qual a declaração se apresenta; b) HP� VHQWLGR� DPSOR�� D� IRUPD� LQFOXL� ³WRGDV� DV� formalidades que devem ser observadas durante o processo de formação da vontade da Administração, e até os requisitos concernentes à SXEOLFLGDGH�GR�DWR´� A regra, estabelecida no art. 22 da Lei n. 9.784/99, é o informalismo do ato administrativo. Entretanto, esse princípio não chega ao ponto de aplicar no direito administrativo o princípio do direito privado da liberdade de formas. Pelo contrário, aplica-se o princípio da solenidade, segundo o qual os atos administrativos devem observar os procedimentos de formação previstos na lei. Assim, o informalismo só se aplica se a forma ou o procedimento formal não estiverem expressamente previstos em lei. 09555860467 Direito Administrativo p/ Investigador e Escrivão ʹ PCPA. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 261 Instagram: danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Interessante notar que a motivação pode ser feita por meio de declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, nesse caso, serão parte integrante do ato (art. 50, §2º, da Lei nº 9.784/99). É a chamada motivação per relationem ou aliunde, na qual as razões para a prática do ato não constam no ato em si, mas em um documento a que o ato faz referência. Os atos administrativos deverão ser formalizados por escrito, independentemente de qualquer previsão específica. Contudo, essa regra não é absoluta, admitindo-se que esses atos, excepcionalmente, sejam praticados de outra maneira, desde que expressamente autorizados por lei. Exemplos: gestos realizados pelo guarda de trânsito; palavras da polícia de segurança; art. 60, parágrafo único, da Lei nº 8.666/93 (possibilidade de contrato administrativo verbal, atendidas as condições legais). Quanto ao vício na forma, vamos observar o que diz Marinela: ³&RQVLGHUDQGR�TXH�D�forma dos atos administrativos é definida por lei, não se admite que o administrador deixe de observá-la, sob pena de invalidação do ato por vício de legalidade. Todavia, a adequação dessa forma legal exige sempre uma carga de comedimento e razoabilidade por parte do intérprete, do aplicador da norma, para evitar exageros desnecessários. Em algumas circunstâncias, o defeito de forma representa mera irregularidade sanável, o que ocorre quando o vício não atinge qualquer esfera de direito, merecendo, nessa hipótese, a correção pelo instituto da convalidação, como acontece com o ato administrativo formalizado por portaria, quando deveria ser por ordem de serviço, segundo a exigência da OHL�´ c) Objeto (O) Em seguida, ainda com relação aos elementos do ato administrativos apresentados na Lei nº 4.717/65, destacamos o objeto. O objeto é o conteúdo material, o resultado prático, é o que o ato UHDOL]D�� p� D� UHVSRVWD�jV� VHJXLQWHV�SHUJXQWDV�� ³2�TXr�p�R�DWR"´�� ³3DUD� TXr�VHUYH�R�DWR"´��2�REMHWR�GHYH ser lícito, certo e moral. 09555860467 Direito Administrativo p/ Investigador e Escrivão ʹ PCPA. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 261 Instagram: danielmqt Facebook: Daniel Mesquita O objeto é o ato em si mesmo considerado, representa o efeito jurídico imediato que o ato produz, o que este decide, certifica, opina, atesta. Esse elemento configura a alteração no mundo jurídico que o ato administrativo se propõe a processar. Exemplos: em uma licença SDUD� FRQVWUXLU�� R� REMHWR� p� R� ³SHUPLWLU� TXH� R� LQWHUHVVDGR� HGLILTXH� legitimamente ± R� FRQFHGR� D� OLFHQoD´�� QD� DSOLFDomR� GH� XPD� PXOWD�� R� REMHWR� p� D� ³DSOLFDomR� HIHWLYD� GD� SHQDOLGDGH´�� HP� XPD� QRPHDomR�� R� REMHWR�p�R�³DGPLWLU�R�LQGLYtGXR�QR�serviço público ± atribuir um cargo a DOJXpP´� Objeto e conteúdo são utilizados pela maioria dos doutrinadores como expressões sinônimas. Segundo Marinela, o objeto pode ser dividido em: a) objeto natural: é o efeito jurídico que o ato produz, sem necessidade de expressa menção, é uma consequência natural do ato; b) objeto acidental: é o efeito jurídico que o ato produz, em decorrência de cláusulas acessórias apostas ao ato pelo sujeito que o pratica, como, por exemplo, o termo, a condição ou um encargo. d) Finalidade (FI) Além do sujeito (ou competência), da forma e do objeto, a finalidade é outro elemento do ato administrativo. 09555860467 Direito Administrativo p/ Investigador e Escrivão ʹ PCPA. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 261 Instagram: danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Assim como a forma, a finalidade pode ser analisada sob duas acepções (que já foram objeto de cobrança em concurso público): a) em sentido estrito, a finalidade é o resultado específico que o agente quer alcançar com a prática do ato, é o efeito que ele deseja produzir ao praticar o ato; é a finalidade específica, prevista pela lei, tendo em vista que, para cada propósito que a Administração pretende alcançar, existe um ato definido em lei. Exemplo: não é possível remover um servidor com a finalidade de puni-lo, ainda que se trate de autoridade competente para praticar tanto a remoção, quanto a punição; o vício decorre dodescumprimento da finalidade específica da remoção que não é punir, mas sim acomodar deficiências e necessidades do serviço público. b) em sentido amplo: a finalidade se confunde com o interesse público, com o bem comum, qualquer que seja o resultado esperado pelo sujeito, a finalidade dele é a consecução do interesse público, representando o fim mediato do ato administrativo (lembrando que o fim imediato é o objeto). Exemplo: na nomeação de um servidor, o objetivo é aumentar o quadro da Administração, buscando dar maior eficiência ao serviço. Portanto, se o ato administrativo perseguir interesses ilícitos ou contrários ao interesse coletivo, estará eivado de vício de finalidade, denominado desvio de finalidade, e deverá ser retirado do ordenamento jurídico. Se o agente se valeu de um ato para atender finalidade diversa da prevista no ordenamento, esse ato será inválido em razão do desvio de poder. 09555860467 Direito Administrativo p/ Investigador e Escrivão ʹ PCPA. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 261 Instagram: danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Bandeira de Mello (2010, p. 407) observa que o desvio de poder pode se manifestar de duas formas: (a) o agente busca finalidade alheia ao interesse público; (b) o agente busca uma finalidade de interesse público, mas alheia à prevista para o ato que utilizou. O desvio de poder (vício na finalidade) e o excesso de poder (vício na competência) são espécies do gênero abuso de poder (Alexandrino, 2010, p. 440) Assim, temos o importante quadro ± SINAL DE ALERTA: e) Motivo (MO) O motivo é outro elemento do ato administrativo e pode ser definido como a causa imediata do ato administrativo, representando as razões que justificam a edição do ato; é a situação de fato (ocorrida no mundo empírico, ou seja, conjunto de circunstâncias fáticas que levam à prática do ato) e de direito (previsão legal ou o princípio) que determina a prática do ato (Alexandrino, 2010, p. 444). A análise da vinculação e da discricionariedade é de fundamental importância no estudo do motivo e do objeto do ato administrativo. Nas hipóteses de vinculação, a situação de fato já está delineada pela norma legal, nada mais cabendo ao agente a não ser praticar o ato, tão logo seja configurada. Ele atua como executor da lei, em virtude do princípio da legalidade. Exemplo: licença para exercer atividade profissional em todo o território nacional. Quando da discricionariedade, a lei não delineia a situação fática, mas transfere ao agente a verificação de sua ocorrência, atendendo a Desvio de poder ± vício na finalidade Abuso de poder Excesso de poder ± vício na competência 09555860467 Direito Administrativo p/ Investigador e Escrivão ʹ PCPA. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 261 Instagram: danielmqt Facebook: Daniel Mesquita critérios de caráter administrativo ± conveniência e oportunidade ± vale dizer, é o agente que elege a situação fática ensejadora da vontade, permitindo, assim, maior liberdade para definição do motivo do ato, sem se afastar dos princípios administrativos. O autor do ato pode traçar as linhas que limitam o objeto de seu ato, mediante a avaliação do motivo declarado. Exemplo: autorização para funcionamento de um circo em praça pública. Exemplos: remoção de um servidor público que pode ter como motivo a ausência de trabalho suficiente no local em que está lotado; dissolução de uma passeata tumultuosa que tem como motivo a perturbação da ordem pública ± o tumulto; interdição de uma fábrica poluente que tem como motivo a existência real de poluição da atmosfera causada por essa empresa. Segundo Marinela, para a legalidade do motivo e, por conseguinte, validade do ato administrativo, exige-se: a) materialidade do ato, isto é, o motivo em função do qual foi praticado o ato deve ser verdadeiro e compatível com a realidade fática apresentada pelo administrador. b) correspondência do motivo existente que embasou o ato com o motivo previsto na lei. c) congruência entre o motivo existente e declarado no momento da realização do ato e o resultado prático desse ato, que consiste na soma do objeto com a finalidade do ato. É possível concluir que o motivo será ilegal e o ato administrativo será inválido quando o fato alegado não for verdadeiro, isto é, o motivo não existir; quando não existir compatibilidade entre o motivo declarado no ato e a previsão legal; quando inexistir congruência entre o motivo e o resultado do ato e, por fim, quando o motivo depender de um critério subjetivo de valoração do administrador 09555860467 Direito Administrativo p/ Investigador e Escrivão ʹ PCPA. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 261 Instagram: danielmqt Facebook: Daniel Mesquita e este extrapolar os limites legais, vale dizer, não for razoável e proporcional. CUIDADO PARA NÃO CONFUNDIR FINALIDADE COM MOTIVO NEM COM OBJETO!!! O motivo do ato administrativo é composto pelas razões de fato e de direito, que levam à prática do ato, portanto é uma ocorrência que antecede ao próprio ato. De outro lado, a finalidade sucede à prática do mesmo, porque corresponde a algo que a Administração quer alcançar com a edição do ato. Por fim, o objeto consiste no resultado da prática do ato, o que ele faz em si mesmo. Motivo Finalidade objeto Razões de fato e de direito, que levam à prática do ato Resultado específico (o efeito) que o agente quer alcançar com a prática do ato O que o ato faz no mundo exterior. A soma do objeto com a finalidade compõe o resultado do ato administrativo. Ambos são vetores desse resultado, que é composto pelo seu fim mediato ± a finalidade ± que é sempre o interesse público, aspecto invariável do ato, e pelo seu fim imediato ± o objeto ± que é variável, conforme o resultado prático buscado pelo agente. Exemplos trazidos por Marinela: na hipótese da dissolução de uma passeata tumultuosa, tem-se o motivo que é o tumulto, o objeto que é a dissolução propriamente dita e a finalidade que é a proteção da ordem pública; na hipótese de interdição da fábrica poluidora da atmosfera, o motivo é a efetiva poluição com o prejuízo para o ar atmosférico, o objeto é o fechamento da empresa e a finalidade é a proteção da salubridade pública. 09555860467 Direito Administrativo p/ Investigador e Escrivão ʹ PCPA. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 261 Instagram: danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Em resumo, diante de certa situação de fato ou de direito (motivo), a autoridade pratica certo ato (objeto ± efeito jurídico imediato) para alcançar determinado resultado (finalidade ± efeito jurídico mediato). Nesse tema, quatro pontos são relevantes para concursos públicos: (I) diferenciar conceitualmente motivo, móvel e motivação; (II) possível motivação posterior do ato administrativo, em hipóteses excepcionais; (III) o fundamento da motivação dos atos administrativos; e (IV) a teoria dos motivos determinantes. (I) A diferenciação conceitual mais exata entre motivo, móvel,motivação é dada por Bandeira de Mello (2010, p. 399). Ele observa que motivo se distingue de móvel porque este designa a representação subjetiva, psicológica, interna; a intenção do agente ao praticar o ato. O motivo decorre da situação objetiva, real, empírica, ou seja, ocorrida no mundo dos fatos e externa ao agente. O mesmo autor ensina também que o motivo não se confunde com a motivação, pois esta é a justificativa formalizada pelo agente para a prática do ato e decorre do princípio da transparência. O motivo é o fato e o fundamento jurídico que justificam a prática do ato, enquanto a motivação tem um enfoque mais amplo. A motivação é a justificativa da edição do ato. Ela exige da Administração o dever de justificar seus atos, de expor as razões do ato para o mundo exterior, apontando-lhes os fundamentos de direito e de fato, assim como a correlação lógica entre esses fatos ocorridos e o ato praticado, demonstrando a compatibilidade da conduta com a lei. Enfim, exige um raciocínio lógico entre o motivo, o resultado do ato e a lei. temos o seguinte quadro conceitual: Motivo Móvel Motivação 09555860467 Direito Administrativo p/ Investigador e Escrivão ʹ PCPA. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 261 Instagram: danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Causa imediata dos atos administrativos ocorrida no mundo dos fatos. Intenção do agente ao praticar o ato. Justificativa formalizada pelo agente para a prática do ato. (II) Para o entendimento majoritário da doutrina e da jurisprudência, o que se registra adequado ao atual contexto legal, a motivação é obrigatória em praticamente todos os atos administrativos, ou seja, não é necessária a motivação em todos os atos administrativos. Nas hipóteses em que a motivação é obrigatória, é imprescindível que ela seja prévia ou contemporânea à prática do ato. A motivação posterior à prática do ato só é admitida em hipóteses excepcionais, conforme reconhecido pelo Superior Tribunal de Justiça no seguinte julgado divulgado no Informativo STJ nº 529: O vício consistente na falta de motivação de portaria de remoção ex officio de servidor público pode ser convalidado, de forma excepcional, mediante a exposição, em momento posterior, dos motivos idôneos e preexistentes que foram a razão determinante para a prática do ato, ainda que estes tenham sido apresentados apenas nas informações prestadas pela autoridade coatora em mandado de segurança impetrado pelo servidor removido. De fato, a remoção de servidor público por interesse da Administração Pública deve ser motivada, sob pena de nulidade. Entretanto, consoante entendimento doutrinário, nos casos em que a lei não exija motivação, não se pode descartar alguma hipótese excepcional em que seja possível à Administração demonstrar de maneira inquestionável que: o motivo extemporaneamente alegado preexistia; que era idôneo para justificar o ato; e que o motivo foi a razão determinante da prática do ato. Se esses três fatores concorrem, há de se entender que o ato se convalida com a motivação ulterior. Precedentes citados: REsp 1.331.224-MG, Segunda Turma, DJe 26/2/13; MS 11.862-DF, Primeira Seção, DJe 25/5/09. AgRg no RMS 40.427-DF, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, julgado em 3/9/2013. Concluindo, para os atos administrativos em que a motivação é obrigatória e esta não for realizada, o ato será ilegal e deve ser retirado do ordenamento jurídico, ocorrendo o mesmo quando a motivação é 09555860467 Direito Administrativo p/ Investigador e Escrivão ʹ PCPA. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 261 Instagram: danielmqt Facebook: Daniel Mesquita apresentada após a prática do ato. De outro lado, para as hipóteses em que a motivação é facultativa (porém aconselhável), a sua ausência não prejudica a validade do ato, podendo ser apresentada posteriormente. (III) O fundamento da motivação dos atos administrativos é tema que pode auxiliar o aluno no momento de julgar itens de alta complexidade. Por isso, é de fundamental importância que o aluno absorva esse ponto da matéria. Para isso, partimos do voto do Ministro Ricardo Lewandowski, do STF, no julgamento do RE 589998. Ao analisar a necessidade de se motivar o ato administrativo que demite empregado de empresa pública, afirmou o Ministro que a obrigação de motivar os atos GHFRUUHULD��³HVSHFLDOPHQWe, do fato de os agentes estatais lidarem com a res publica, tendo em vista o capital das empresas estatais ² integral, majoritária ou mesmo parcialmente ² pertencer ao Estado, isto é, a todos os cidadãos. Esse dever, ademais, estaria ligado à própria ideia de Estado Democrático de Direito, no qual a legitimidade de todas as decisões administrativas tem como pressuposto a possibilidade de que seus destinatários as compreendam e o de que possam, caso queiram, contestá-las. No regime político que essa forma de Estado consubstancia, seria preciso demonstrar não apenas que a Administração, ao agir, visou ao interesse público, mas também que DJLX�OHJDO�H�LPSDUFLDOPHQWH´��WH[WR�H[WUDtGR�GR�,QIRUPDWLYR�67)�Q����� ± o julgamento ainda não foi concluído em razão do pedido de vista do Ministro Joaquim Barbosa). Por fim, com relação ao elemento motivo do ato administrativo, pedimos, mais uma vez, que o aluno ligue o SINAL DE ALERTA!, pois passamos a tratar da teoria dos motivos determinantes. 09555860467 Direito Administrativo p/ Investigador e Escrivão ʹ PCPA. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 261 Instagram: danielmqt Facebook: Daniel Mesquita (IV) A teoria dos motivos determinantes dispõe que a validade do ato se vincula aos motivos ± fáticos e legais ± indicados como seu fundamento. Os motivos enunciados pelo agente aderem ao ato e a sua ocorrência deve ser provada e deve ser suficiente para justificá-lo. Caso os motivos sejam inexistentes ou falsos, o ato será inválido. Esse é o entendimento que se extrai do ROMS 29774, julgado pela 2ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, e do MS 11741, julgado pela 1ª Seção da mesma Corte. Seja o ato discricionário ou vinculado, o motivo declarado vincula o ato para todos os efeitos jurídicos. A partir daí, os órgãos de controle internos e externos podem avaliar a legitimidade do ato também com relação aos motivos que ensejaram a sua prática, mesmo que desnecessária a expressa declaração do motivo. Havendo desconformidade entre os motivos determinantes e a realidade, o ato pode ser retirado do ordenamento. Foi isso que ocorreu no ROMS 29774, acima indicado. O STJ declarou nulo o ato da administração de reduzir unilateralmente o valor pago às escolas que realizam cursos para a obtenção da CNH em percentual muito superior ao verificado como necessário pelo estudo técnico da própria administração. Esse estudo foi, justamente, o utilizado pela administração como motivação para a redução do valor do contrato com as escolas. O administrador pode praticar o ato administrativo sem declarar o motivo nas hipóteses em que este não for exigido. Porém, se ainda assim decidir declará-lo, o administrador fica vinculado às razões de fato e de direito que o levaram à prática do ato. Exemplos: 09555860467 Direito Administrativo p/ Investigadore Escrivão ʹ PCPA. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 261 Instagram: danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 1 - se um determinado administrador decide exonerar um servidor ocupante de cargo em comissão, alegando como motivo a necessidade de redução de despesas com folha de pagamento, cumprindo regra para racionalização da máquina administrativa, prevista no art. 169 da CF, ele não poderá nomear outra pessoa para o mesmo cargo, em decorrência da teoria dos motivos determinantes, que exige a veracidade e o cumprimento do motivo alegado; 2 - determinado governador de um Estado tem uma filha que está namorando um rapaz, servidor público estadual, que não é de seu agrado, fazendo com que ele decida removê-lo para uma cidade bem distante, alegando necessidades do serviço, quando, na verdade, o administrador deseja prejudicar o relacionamento. Importante lembrar que há uma situação excepcional em que se admite a possibilidade de mudança do motivo alegado, quando ficarem mantidas as razões de interesse público. Isso ocorre no caso da desapropriação. Se, por exemplo, o Estado resolve desapropria um terreno para a construção de uma escola, declara essa razão no decreto expropriatório e, posteriormente, decide construir um hospital no local. No caso, o motivo se alterou, mas se mantiveram as razões de interesse público. Houve o que a doutrina e a jurisrprudência chama de tredestinação lícita, não representando violação à teoria dos motivos determinantes. Veja um julgado sobre a tredestinação lícita, divulgado no Informativo 331 do STJ: DESAPROPRIAÇÃO. TREDESTINAÇÃO LÍCITA.Cuida-se de recurso interposto contra acórdão do TJ-SP que entendeu não haver desvio de finalidade se o órgão expropriante dá outra destinação de interesse público ao imóvel expropriado. Para a Min. Relatora não há falar em retrocessão se ao bem expropriado for dada destinação que atende ao interesse público, ainda que diversa da inicialmente prevista no decreto expropriatório. A Min. Relatora aduziu que a esse tipo de situação a doutrina vem dando o nome de 09555860467 Direito Administrativo p/ Investigador e Escrivão ʹ PCPA. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 261 Instagram: danielmqt Facebook: Daniel Mesquita ³WUHGHVWLQDomR� OtFLWD´ - aquela que ocorre quando, persistindo o interesse público, o expropriante dispensa ao bem desapropriado destino diverso do que planejara no início. Assim, tendo em vista a manutenção da finalidade pública pecualiar às desapropriações, a Turma negou provimento ao recurso. Precedentes citados: REsp 710.065-SP, DJ 6/6/2005, e REsp 800.108-SP, DJ 20/3/2006. REsp 968.414-SP, Rel. Min. Denise Arruda, julgado em 11/9/2007. Por fim, com relação ao conceito de procedimento administrativo, mais uma vez invocamos a lição de Di Pietro. A professora ensina (2009, 197) que determinados atos são preparatórios de um ato principal, mesmo assim, esses atos são considerados atos administrativos, pois integram um procedimento ou fazem parte de um ato complexo. Assim, procedimento administrativo seria o rito legal a ser percorrido pela Administração para a obtenção de efeitos regulares de um ato administrativo principal. Importante deixar claro que adotamos os elementos do ato administrativo segundo a definição legal (Lei nº 4.717/65) e a lição da maioria da doutrina do direito administrativo (Di Pietro, José dos Santos Carvalho Filho, Vicente Paulo etc.). Não ignoramos a lição de Bandeira de Mello de que há outros elementos do ato administrativo, quais sejam: conteúdo (para o autor, o conteúdo é o próprio ato, se diferenciando do objeto, porque este seria sobre o que trata o ato), causa (relação entre o motivo ± fato ± e o conteúdo do ato sob o enfoque da finalidade conferida pela lei), requisitos procedimentais (percurso percorrido pelo ato até a sua edição), formalização (modo específico pelo qual o ato administrativo deve ser externado) e pertinência à função administrativa (só é ato administrativo aquele que seja afeto às atividades administrativas). Não abordaremos profundamente a lição desse doutrinador, pois ele representa posição isolada no direito administrativo nesse ponto. 09555860467 Direito Administrativo p/ Investigador e Escrivão ʹ PCPA. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 261 Instagram: danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 1) 6~PXOD�Q�����GR�67)��³3UDWLFDGR�R�DWR�SRU�DXWRULGDGH��no exercício de competência delegada, contra ela cabe o mandado de VHJXUDQoD�RX�D�PHGLGD�MXGLFLDO´. 2) ³������ ��� 6HJXQGR� D� 7HRULD� GRV� 0RWLYRV� 'HWHUPLQDQWHV�� HP� havendo motivo para a edição do ato exoneratório, fica o Administrador vinculado ao motivo, cuja existência e validade podem ser submetidas à DSUHFLDomR� GR� 3RGHU� -XGLFLiULR�� �����´� �506�������� �������������-6), STJ ± Sexta Turma, Rel.ª Min.ª Maria Thereza de Assis Moura, DJe: 21.03.2012). 3) ³�������� 2V� DWRV� GLVFULFLRQiULRV� GD� $GPLQLVWUDomR� 3~EOLFD� estão sujeitos ao controle pelo Judiciário quanto à legalidade formal e substancial, cabendo observar que os motivos embasadores dos atos administrativos vinculam a Administração, conferindo-lhes legitimidade H� YDOLGDGH�� ��� µ&RQVRDQWH� D� WHRULD� GRV� PRWLYRV� GHWHUPLnantes, o administrador vincula-se aos motivos elencados para a prática do ato administrativo. Nesse contexto, há vício de legalidade não apenas quando inexistentes ou inverídicos os motivos suscitados pela administração, mas também quando verificada a falta de congruência HQWUH� DV� UD]}HV� H[SOLFLWDGDV� QR� DWR� H� R� UHVXOWDGR� QHOH� FRQWLGR¶� �06� 15.290/DF, Rel. Min. Castro Meira, Primeira Seção, julg: 26.10.2011, DJe: 14.11.2011). 3. No caso em apreço, se o ato administrativo de avaliação de desempenho confeccionado apresenta incongruência entre parâmetros e critérios estabelecidos e seus motivos determinantes, a atuação jurisdicional acaba por não invadir a seara do mérito administrativo, porquanto limita-se a extirpar ato eivado de ilegalidade. 4. A ilegalidade ou inconstitucionalidade dos atos administrativos podem e devem ser apreciados pelo Poder Judiciário, de modo a evitar que a descricionariedade transfigure-se em arbitrariedade, conduta ilegítima e suscetível de controle de legalidade. 5. µAssim como ao Judiciário 09555860467 Direito Administrativo p/ Investigador e Escrivão ʹ PCPA. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 261 Instagram: danielmqt Facebook: Daniel Mesquita compete fulminar todo o comportamento ilegítimo da Administração que apareça como frontal violação da ordem jurídica, compete-lhe, igualmente, fulminar qualquer comportamento administrativo que, a pretexto de exercer apreciação ou decisão discricionária, ultrapassar as fronteiras dela, isto é, desbordar dos limites de liberdade que lhe assistiam, violando, por tal modo, os ditames normativos que assinalam os confins da liberdade discricionária¶ (Celso Antônio Bandeira de Mello, in Curso de Direito Administrativo, Editora Malheiros, 15ª edição). (...) (AgRg no REsp 1.280.729/RJ, STJ ± Segunda Turma, Rel. Min. Humberto Martins, julg: 10.04.2012,DJe: 19.04.2012). 4) ³������ ��� (P� XP� DWR� DGPLQLVWUDWLYR� GLVFULFLRQiULR�� $� Administração Pública possui uma certa margem de liberdade para escolher os motivos ou a postura a ser adotada. Todavia, onde houver a necessidade de motivação, não poderá a administração deixar de explicitar quais foram as razões que lhe conduziram a praticar o ato. 4. A necessidade de motivação ocorre em benefício dos destinatários do ato administrativo, em respeito não apenas ao princípio da publicidade e ao direito à informação, mas também para possibilitar que os administrados verifiquem se tais motivos realmente existem. Não é outra a ratio essendi da teoria dos motivos determinantes. (...) (AgRg- AG-REsp. 94.480, STJ ± Segunda Turma, Rel. Min. Humberto Martins, DJe: 19.04.2012). Creio que, até o momento, podemos acertar cerca de 20% (vinte por cento) das questões relativas a ato administrativo nos concursos. Isso não é o bastante para a aprovação num certame. Por isso, vamos em frente! 09555860467 Direito Administrativo p/ Investigador e Escrivão ʹ PCPA. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 261 Instagram: danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 1. (UEG ± 2013 - PC-GOProva: Escrivão de Polícia Civil) São elementos constitutivos do ato administrativo: a) sujeito, objeto, forma, motivo e finalidade. b) sujeito, objeto, forma e presunção de veracidade. c) sujeito, objeto, forma e autoexecutoriedade. d) sujeito, objeto, forma e imperatividade. O que você deve levar para a prova é que os elementos do ato administrativo são o SUJOMOFOFI = Sujeito, objeto, motivo, forma e finalidade; ou o COMFIFOMOB = Competência, finalidade, forma, motivo e objeto. Nesse ponto, Di Pietro (2009, p. 202) informa, com razão, que a competência é um atributo do sujeito que pratica o ato e, além desse atributo, ele deve ter a capacidade para realizá-lo. Desse modo, mais adequado falar-se que o sujeito ± e não a competência ± é um dos elementos do ato administrativos. Gabarito ± Letra A. 2. (FCC ± 2015 - TRE-RR - Técnico Judiciário - Área Administrativa) Considere os seguintes atos administrativos: I. Ato administrativo discricionário. II. Ato Administrativo vinculado. III. Ato administrativo com vício de forma. IV. O mero ato administrativo, como, por exemplo, a certidão. Pode ser objeto de anulação, quando eivado de vício de legalidade, o descrito em: a) II, apenas. b) III, apenas. 09555860467 Direito Administrativo p/ Investigador e Escrivão ʹ PCPA. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 261 Instagram: danielmqt Facebook: Daniel Mesquita c) I, II, III e IV. d) II e IV, apenas. e) I, II e III, apenas. I ± A lei não dá margem de liberdade ato vinculado II ± A lei confere alguma margem de liberdade ato discricionário. III ± O vício de forma, por sua vez, consiste na omissão ou na observância incompleta ou irregular de formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato. IV - professora Di Pietro: ³SRGH-se definir o ato administrativo como a declaração do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de direito S~EOLFR�H�VXMHLWD�D�FRQWUROH�SHOR�3RGHU�-XGLFLiULR´��������S������ Gabarito: Letra C 3. (FCC ± 2015 - TRT - 3ª Região (MG) - Analista Judiciário - Área Judiciária) Dentre os requisitos de validade do ato administrativo, alguns são de cunho geral, facilmente identificáveis em todos os atos, outros nem tanto. A identificação de vícios nos elementos do ato administrativo pode ensejar diferentes consequências, pois há ilegalidades insuperáveis. A motivação do ato administrativo, por sua vez, a) constitui indispensável elemento do ato administrativo, pois se consubstancia nos fatos que ensejaram a prática do ato, representando verdadeira expressão dos princípios do contraditório e da ampla defesa, 09555860467 Direito Administrativo p/ Investigador e Escrivão ʹ PCPA. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 261 Instagram: danielmqt Facebook: Daniel Mesquita sendo obrigatória em todos os atos administrativos, em maior ou menor extensão. b) distingue-se do motivo, embora com ele esteja relacionada, pois consiste na expliFLWDomR� GR� PRWLYR� í� SUHVVXSRVWR� IiWLFR� í� H� GRV� fundamentos da prática do ato, mas não constitui elemento do ato administrativo. c) é exigível somente quando houver disposição expressa de lei, interferência direta na esfera de direitos dos administrados e quando se tratar da edição de atos administrativos decorrentes do poder normativo e regulamentar da Administração. d) prepondera sobre o vício quanto ao motivo, tanto de inexistência, quanto de inadequação, sempre que a finalidade do ato, de interesse público, for atingida, independentemente de não ser o resultado pretendido com aquele ato. e) tanto quanto a finalidade, enquadram-se como elementos discricionários do ato administrativo, porque cabe ao administrador atender genericamente a finalidade de interesse público e explicitar as razões que o levaram a tal, ainda que não seja exatamente o caminho e o resultado previstos na lei. Motivo Causa imediata dos atos administrativos ocorrida no mundo dos fatos. Móvel Intenção do agente ao praticar o ato. Motivação Justificativa formalizada pelo agente para a prática do ato. Gabarito: Letra b. 09555860467 Direito Administrativo p/ Investigador e Escrivão ʹ PCPA. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 261 Instagram: danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 4. (CESGRANRIO - 2014 - EPE ± Advogado) O ato administrativo deve estabelecer no mundo real os fundamentos invocados para a sua emissão. Trata-se da aplicação da denominada teoria das(os): a) razões fáticas b) validades dos atos c) com causas conexas d) motivos determinantes e) fundamentos fixadores A teoria dos motivos determinantes dispõe que a validade do ato se vincula aos motivos ± fáticos e legais ± indicados como seu fundamento. Os motivos enunciados pelo agente aderem ao ato e a sua ocorrência deve ser provada e deve ser suficiente para justificá-lo. Caso contrário, o ato será inválido. Resposta D 5. (VUNESP - 2013 - TJ-SP ± Advogado) A competência administrativa. a) poderá ser prorrogada por interesse das partes. b) decorre da lei e é por ela delimitada. c) não poderá ser avocada. d) é imprescritível, porém, renunciável. e) não é requisito do ato. Vamos relembrar as características da competência? Para Bandeira de Mello: x de exercício obrigatório; 09555860467 Direito Administrativo p/ Investigador e Escrivão ʹ PCPA. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 261 Instagram: danielmqt Facebook: Daniel Mesquita x irrenunciável; x intransferível; x imodificávelpela vontade do agente; x imprescritível (o não exercício não extingue a competência); x improrrogável (não se transfere ao órgão incompetente que praticou o ato, salvo se a lei assim determinar). Apesar das características de irrenunciabilidade e intransferibilidade, a competência pode ser objeto de delegação e avocação. Gabarito: B 6. (FCC ± 2013 ± DPE/RS- Analista Administração) Servidor público integrante do Poder Executivo estadual editou ato administrativo concedendo a entidade privada sem fins lucrativos permissão de uso de bem público, em caráter precário. Subsequentemente, veio a saber que seu superior hierárquico era desafeto do dirigente da entidade permissionária e, temendo represálias, revogou o ato concessório, apresentando como fundamento GD�UHYRJDomR�R�PRWLYR�í�IDOVR�í�GH�TXH�D�$GPLQLVWUDomR�QHFHVVLWDYD�GR� imóvel para outra finalidade pública. Considerando a situação fática apresentada, o ato de revogação (A) padece de vício quanto ao motivo, em face da falsidade do pressuposto de fato para a edição do ato. (B) padece de vício quanto à competência, eis que somente o superior hierárquico poderia revogar o ato vinculado. (C) é legal, eis que, em se tratando de ato vinculado, é passível a revogação a critério da Administração. (D) é legal, eis que atos discricionários não estão sujeitos a controle quanto ao motivo ou finalidade. 09555860467 Direito Administrativo p/ Investigador e Escrivão ʹ PCPA. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 261 Instagram: danielmqt Facebook: Daniel Mesquita (E) é ilegal, eis que os atos discricionários não são passíveis de revogação. Vimos que o motivo declarado vincula o ato para todos os efeitos jurídicos. Dessa forma, fica fácil saber que a revogação padece de vício quanto ao motivo. Gabarito: A 7. (Prefeitura do RJ ± Auxiliar de Procuradoria ±PGRJ -2013) O elemento do ato administrativo segundo o qual todo ato deve ser praticado visando o interesse público é: (A) forma (B) competência (C) finalidade (D) objeto A finalidade é o resultado específico que o agente quer alcançar com a prática do ato, é o efeito que ele deseja produzir ao praticar o ato, visando ao interesse público. *DEDULWR��/HWUD�³F´ 8. (FCC-2011-TRF-1ª REG-Técnico Judiciário) O motivo do ato administrativo a) é sempre vinculado. b) implica a anulação do ato, quando ausente o referido motivo. c) sucede à prática do ato administrativo. d) corresponde ao efeito jurídico imediato que o ato administrativo produz. e) não implica a anulação do ato, quando falso o aludido motivo. 09555860467 Direito Administrativo p/ Investigador e Escrivão ʹ PCPA. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 261 Instagram: danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Letra (A). O motivo e o objeto são os requisitos do ato administrativo que podem ser tanto vinculados como discricionários. Logo, está INCORRETA. Letra (B). O motivo é a causa imediata dos atos administrativos ocorrida no mundo dos fatos, ele é pressuposto que serve de fundamento para o ato. Assim, se ausente o motivo, ocorre a anulação do ato. Logo, está CORRETA. Letra (C). O motivo do ato administrativo antecede à prática do ato. Logo, está INCORRETA. Letra (D). O motivo é a causa imediata do ato administrativo e não o efeito imediato. Logo, está INCORETA. Letra (E). A indicação de motivo falso invalida o ato administrativo. Logo, está INCORRETA. Gabarito: B 9. (Prefeitura do RJ ± Prefeitura do RJ ±Agente Administrativo - 2011) Em certos atos, a lei permite ao agente proceder a uma avaliação de conduta, ponderando os aspectos de conveniência e à oportunidade relacionados com o mérito administrativo e que abrangem os seguintes elementos: (A) competência e forma (B) forma e motivo (C) motivo e objeto (D) competência e objeto Tratando-se de aspectos relacionados à conveniência e à oportunidade, a discricionariedade do agente se limita ao motivo e objeto do ato, pois os outros aspectos são determinados por lei. Gabarito: Letra c 09555860467 Direito Administrativo p/ Investigador e Escrivão ʹ PCPA. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 261 Instagram: danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 10. (Prefeitura do RJ ± Guarda Municipal ±CGRJ -2011) Um exemplo típico de espécie de ato administrativo quanto à forma de exteriorização é: (A) o contrato (B) o decreto (C) a lei (D) a sentença O decreto é uma espécie de ato administrativo que se configura como um ato exterior, pois possui efeitos além da esfera ao qual foi originado. *DEDULWR��/HWUD�³%´ 11. (CESGRANRIO - 2010 - BACEN - Técnico do Banco Central) Em relação aos atos administrativos, analise as assertivas abaixo. I - Os elementos dos atos administrativos são competência, forma, motivo, objeto e finalidade. II - Os atos administrativos discricionários não são passíveis de revogação pela própria Administração Pública, mas estão sujeitos a controle judicial, inclusive no que tange ao mérito administrativo. III - O direito da Administração Pública de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para seus destinatários, em âmbito federal, decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. É (São) correta(s) APENAS a(s) assertiva(s) a) I. b) I e II. c) I e III. d) II . e) III. Os elementos dos atos administrativos são: competência, finalidade, forma, motivo e objeto. Os atos administrativos 09555860467 Direito Administrativo p/ Investigador e Escrivão ʹ PCPA. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 261 Instagram: danielmqt Facebook: Daniel Mesquita discricionários são passíveis de revogação pela própria Administração Pública. A revogação é a retirada, do mundo jurídico, de um ato válido, mas que, segundo critério discricionário da Administração, tornou-se inoportuno ou inconveniente. Caso a Administração não anule o eivado de ilegalidade, ocorre a convalidação por decurso de prazo de 5 anos (decadencial), salvo se comprovada má-fé do beneficiário. *DEDULWR��/HWUD�³F´� 12. (FUNCAB ± 2010 ± IDAF/ES ± Administrador) Para Hely Lopes Meireles, ato administrativo é o mesmo que ato jurídico, isto é, todo aquele que tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, ou extinguir direitos. Considerando os elementos necessários à formação do ato administrativo, assinale a assertiva correta. A) São necessários, mas não suficientes à formação do ato administrativo: competência e finalidade. B) São necessários e suficientes à formação do ato administrativo: competência, forma e motivo. C) A finalidade pública é que torna o ato administrativo idêntico ao ato jurídico. D) São necessários, mas não suficientes à formação do ato administrativo: forma e objeto. E) A finalidade pública e o objeto são suficientes para a formação do ato administrativo. Os elementos do ato administrativo são: competência, forma, objeto, motivo e finalidade, portanto aúnica alternativa possível é a ³D´��e�LPSRUWDQWH�PHPRUL]DU�HVWHV�HOHPHQWRV��VmR�PXLWR�FREUDGRV�QRV� concursos! A letra D está errada, pois a forma só é necessária para a formação do ato quando a lei expressamente a prevê. Gabarito: A 09555860467 Direito Administrativo p/ Investigador e Escrivão ʹ PCPA. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 261 Instagram: danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 13. (FUNCAB ± 2010 ± DER/R0 ± Administrador) Sobre descentralização e delegação de competência, assinale a alternativa correta. A) A delegação de competência é utilizada como instrumento de centralização administrativa. B) A delegação de competência deve ser utilizada com o objetivo de assegurar maior rapidez e objetividade às decisões, situando-as na proximidade dos fatos, pessoas ou problemas a atender. C) A descentralização implica a realização das atividades administrativas por intermédio dos inúmeros órgãos e agentes que compõem a estrutura funcional da Administração Direta. D) O ato de delegação é sempre genérico, e independe de indicação da autoridade delegante, da autoridade delegada e das atribuições objeto de delegação. E) Não é permitida a delegação de competência no âmbito da Administração Pública brasileira. A delegação de competência é um ato administrativo que visa a aproximação da Administração Pública ao cidadão, buscando atender seus ensejos de forma mais imediata e célere. Ela é um instrumento de descentralização administrativa ± e não de centralização. Logo a alternativa ³D´�HVWi�HUUDGD�H�D ³E´�HVWi�FRUUHWD� Se você já estudou administração direta e indireta sabe que a desconcentração está afeta à redistribuição interna de competência entre órgãos criados dentro de uma mesma pessoa jurídica componente da estrutura da Administração e que a descentralização implica na realização de atividades administrativas por meio de outras pessoas MXUtGLFDV�FULDGDV�QD�HVWUXWXUD�GR�(VWDGR��$VVLP��R�LWHP�³F´�HVWi�HUUDGR�� 09555860467 Direito Administrativo p/ Investigador e Escrivão ʹ PCPA. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 261 Instagram: danielmqt Facebook: Daniel Mesquita O ato de delegação deve ser específico, indicando para qual autoridade se está fazendo a delegação e qual é o objeto da mesma. ,WHP�³G´�HUUDGR� ObviamHQWH�� D� OHWUD� ³H´� HVWi� HUUDGD�� SRLV� D� GHOHJDomR� p� VLP� admitida na Administração Pública brasileira. Gabarito: B 14. (FCC ± 2015 ± TRT 6ª Região (PE) ± Juiz do Trabalho Substituto) O Diretor de uma escola da rede pública, com base em juízo de conveniência e oportunidade, concedeu autorização a uma entidade privada para utilizar salas de aula durante os finais de semana, para oferecer aos pais dos alunos e à população em geral serviços de orientação profissional. Como pressupostos declarados pelo Diretor no ato de edição da referida autorização, constou, com destaque, a ampla experiência da entidade privada no referido mister, com apresentação de dados que evidenciavam o sucesso dos programas por ela implementados. Posteriormente, restou comprovado que os referidos pressupostos eram falsos, o que levou ao questionamento acerca da validade da autorização concedida. Na situação narrada, o ato praticado pelo Diretor a) somente poderá ser invalidado, com base na Teoria dos Motivos Determinantes, se comprovada a insubsistência de pressupostos de direito para a sua edição. b) é considerado válido, por ser de natureza discricionária e prescindir de motivação fática, podendo, contudo, ser revogado de acordo com novo juízo de conveniência e oportunidade. c) deve ser considerado inválido, em face da ausência de correspondência entre a realidade e os motivos de fato indicados para a sua edição. d) não pode ser invalidado, eis que a Teoria dos Motivos determinantes se aplica a atos vinculados, exclusivamente. 09555860467 Direito Administrativo p/ Investigador e Escrivão ʹ PCPA. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 261 Instagram: danielmqt Facebook: Daniel Mesquita e) pode ser anulado, pela própria autoridade que o praticou ou por superior hierárquico, mediante novo juízo de conveniência e oportunidade. Letra (A). Se houver insubsistência nos pressupostos de fato, o ato administrativo também poderá ser invalidado. Logo, está INCORRETA. Letra (B). De acordo com a teoria dos motivos determinantes, mesmo o ato administrativo sendo discricionário e não exigindo a declaração do motivo, uma vez que o administrador decidiu declará-lo, como ocorreu na situação da questão, ele fica vinculado às razões de fato e de direito que o levaram à prática do ato. Assim, o ato é inválido se o motivo declarado for insubsistente, o que é o caso. Portanto, está ERRADA. Letra (C). Está CORRETA, levando em consideração o comentário acima. Letra (D). A teoria dos motivos determinantes aplica-se tanto a atos vinculados como a atos discricionários. Logo, está INCORRETA. Letra (E). O ato administrativo deve ser anulado, por ser inválido. A conveniência e a oportunidade referem-se à revogação, sendo que o caso da questão é de anulação. Portanto, está ERRADA. Gabarito: C 15. (VUNESP ± 2015 ± PC/CE ± Escrivão de Polícia Civil de 1ª Classe) Com relação à teoria dos motivos determinantes, é correto afirmar que a) na formulação dos atos administrativos compostos, dependerá sempre da bilateralidade de vontades. b) mesmo que um ato administrativo seja discricionário, não exigindo, portanto, expressa motivação, esta, se existir, passa a vincular o agente. 09555860467 Direito Administrativo p/ Investigador e Escrivão ʹ PCPA. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 261 Instagram: danielmqt Facebook: Daniel Mesquita c) a aplicação mais importante dessa teoria incide sobre os atos administrativos vinculados. d) baseia-se no princípio de que o motivo do ato administrativo não deve guardar compatibilidade com a situação de fato que gerou a manifestação de vontade. e) apenas orienta a formulação dos atos administrativos complexos. Letra (A). O ato composto depende de mais de uma manifestação de vontade dentro de um mesmo órgão, em patamar de desigualdade (a vontade de um é instrumental em relação à do outro que edita o ato principal). Assim, uma vontade é a principal e a outra é secundária. Portanto, está ERRADA. Letra (B). De acordo com a teoria dos motivos determinantes, mesmo o ato administrativo sendo discricionário e não exigindo a declaração do motivo, uma vez que o administrador decidiu declará-lo, como ocorreu na situação da questão, ele fica vinculado às razões de fato e de direito que o levaram à prática do ato. Logo, está CORRETA. Letra (C). A aplicação mais importante dessa teoria incide sobre os atos discricionários e não vinculados, uma vez que existe maior liberdade de atuação do administrador. Portanto, está INCORRETA. Letra (D). Pelo contrário, deve sim guardar compatibilidade. Logo, está ERRADA. Letra (E). Orienta a formulação de todos os atos administrativos. Portanto, está INCORRETA. Gabarito:
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