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Aula 02 - Fatos e atos administrativos

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Aula 02
Noções de Direito Administrativo p/ Polícia Civil-PA (Investigador, Escrivão e
Papiloscopista)
Professor: Daniel Mesquita
Direito Administrativo p/ Investigador e 
Escrivão ʹ PCPA. 
Teoria e exercícios comentados. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 
 
 
 
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AULA 02: Atos administrativos. 
 
 
SUMÁRIO 
1) INTRODUÇÃO À AULA 02 2 
2) ATOS ADMINISTRATIVOS 2 
2.1. CONCEITO DE ATO ADMINISTRATIVO. 2 
2.2. ELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO; TEORIA DOS MOTIVOS 
DETERMINANTES; PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO. 8 
2.3. ATRIBUTOS (OU CARACTERÍSTICAS) DO ATO ADMINISTRATIVO. 47 
2.4. CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 65 
2.4.1 EXISTÊNCIA, VALIDADE, EFICÁCIA E EXEQÜIBILIDADE 65 
2.4.2 VINCULAÇÃO E DISCRICIONARIEDADE 68 
2.4.3 OUTRAS CLASSIFICAÇÕES DOS ATOS ADMINISTRATIVOS. 89 
2.5. ATOS ADMINISTRATIVOS EM ESPÉCIE 101 
2.5.1 ATOS ADMINISTRATIVOS NORMATIVOS 102 
A. DECRETOS 102 
B. INSTRUÇÕES NORMATIVAS, REGIMENTOS, REGULAMENTOS, 
RESOLUÇÕES E DELIBERAÇÕES 103 
2.5.2 ATOS ADMINISTRATIVOS ORDINATÓRIOS 104 
2.5.3 ATOS ADMINISTRATIVOS NEGOCIAIS 110 
A. LICENÇA E ALVARÁ 111 
B. PERMISSÃO E AUTORIZAÇÃO 117 
C. ADMISSÃO, APROVAÇÃO, VISTO E HOMOLOGAÇÃO 118 
2.5.4 ATOS ADMINISTRATIVOS ENUNCIATIVOS 122 
A. CERTIDÕES 122 
B. PARECERES 122 
C. ATESTADOS 123 
D. APOSTILA 124 
2.5.5 ATOS ADMINISTRATIVOS PUNITIVOS 127 
3) TEORIA DAS NULIDADES NO DIREITO ADMINISTRATIVO. 128 
3.1 ATOS ADMINISTRATIVOS NULOS, ANULÁVEIS E INEXISTENTES. 129 
3.2 TEORIAS MONISTA (OU UNITÁRIA) E DUALISTA. 130 
3.3 VÍCIOS DO ATO ADMINISTRATIVO. 131 
3.4 DESCONSTITUIÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 137 
3.4.1 INVALIDAÇÃO 138 
3.4.2 REVOGAÇÃO 147 
3.5 CONVALIDAÇÃO (OU SANATÓRIA) 175 
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4) RESUMO DA AULA. 192 
5) QUESTÕES 204 
6) REFERÊNCIAS 261 
 
 
1) Introdução à aula 02 
 
Que bom que você veio para a nossa aula 02! 
Nesta nossa aula do curso de Direito Administrativo para o 
concurso da Polícia Civil do Pará, falaremos do seguinte assunto: ³6. 
Fatos e atos administrativos: tipos de atos, ato nulo e anulável, vícios. 
2. Competência administrativa: conceito e critérios de distribuição; 
avocação e delegação de competência.´. 
Não se esqueça de que, ao final, você terá um resumo da aula e as 
questões tratadas ao longo dela. Use esses dois pontos da aula na 
véspera da prova! 
Chega de papo, vamos à luta! 
 
2) Atos Administrativos 
 
2.1. Conceito de ato administrativo. 
 
 
Antes de conceituarmos ato administrativo, lembrando que não há 
conceito legal e sim doutrinário, devemos distinguir os conceitos de fato 
e de ato, de modo que a ideia do ato administrativo fique clara. 
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Fato: é acontecimento sem qualquer interferência da vontade 
humana, como no caso de eventos da natureza. Ato, por sua vez, é 
manifestação de vontade praticada pelo homem. 
6H� ³DWR´� p� PDQLIHVWDomR� GD� YRQWDGH� KXPDQD�� ³atos 
administrativos´� VmR� GHFODUDo}HV� KXPDQDV� �H� QmR�PHURV� IHQ{PHQRV�
da natureza), unilaterais (as bilaterais constituem contratos), expedidas 
pela administração pública ou por particular no exercício de suas 
prerrogativas, com o fim imediato de produzir efeitos jurídicos 
determinados, em conformidade com o interesse público, sob regime de 
direito público e sujeitas a controle. Exemplos: aplicação de uma pena 
de multa em razão do excesso de velocidade; a desapropriação de uma 
área privada; o tombamento de um patrimônio de relevância histórica. 
Fernanda Marinela destaca que os serviços ou atividades 
controlados por computadores, como, por exemplo, as centrais 
controladoras dos semáforos da cidade, hipótese em que a própria 
PiTXLQD� HPLWH� RUGHQV� GH� ³SDUH´� RX� ³VLJD´�� VmR� DWRV� MXUtGLFRV� H�
administrativos, embora não decorram de uma verdadeira manifestação 
de vontade humana. 
Como já visto, ato é diferente de fato, por isso não 
confunda ato administrativo com fato administrativo (acontecimentos 
que produzem efeitos jurídicos relevantes para o Direito 
Administrativo), cujos exemplos são: a morte de um funcionário que 
gera vacância de um cargo; a destruição de uma escola pública em 
razão da chuva; a mudança de lugar de certo órgão público; a cirurgia 
realizada por um médico em um hospital público; etc. Ademais, para 
Maria Sylvia Zanella Di Pietro, se o fato não produz qualquer efeito 
jurídico no Direito Administrativo, ele é denominado fato da 
administração. 
Os atos administrativos podem ser anulados e revogados dentro 
dos limites do Direito, em quanto os fatos administrativos não admitem 
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nem anulação nem revogação. Por fim, os atos administrativos gozam 
de presunção de legitimidade, enquanto os fatos não. 
Por outro lado, importante destacar o conceito trazido por Marinela 
de ato da administração, que é todo ato praticado pela Administração 
Pública, mais especificamente pelo Executivo, no exercício da função 
administrativa, podendo ser regido pelo direito público ou pelo direito 
privado. Note que esse conceito tem sentido mais amplo do que o de 
ato administrativo, que necessariamente deve ser regido pelo direito 
público. 
A autora continua dizendo que os atos da administração podem 
ser: 
a) Atos privados da Administração. Exs: doação, permuta, compra 
e venda, locação 
b) Atos materiais: condutas que não contêm manifestação de 
vontade, constituindo apenas em uma execução, configurando 
fatos administrativos e não atos administrativos. Exs: demolição 
de uma cassa, apreensão de mercadoria, realização de um 
serviço 
c) Atos administrativos 
Ficam excluídos do conceito de atos da administração os atos 
administrativos não praticados pela Administração, como é o caso, por 
exemplo, de alguns atos praticados por concessionárias prestadoras de 
serviços públicos. 
 
 
A prescrição e da decadência são institutos que produzem efeitos 
jurídicos em razão da soma de dois elementos: o decurso do tempo e a 
inércia do titular do direito. Assim, não representam nem evento da 
natureza nem conduta material, tendo sido reconhecidos de forma 
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pacífica como fatos jurídicos em sentido estrito, ou fatos jurídicos 
objetivos. 
9ROWDQGR�DR�FRQFHLWR�GH�³DWR�DGPLQLVWUDWLYR´��Sara quem gosta de 
demonstrar seu apurado conhecimento jurídico em provas subjetivas, 
citando doutrinadores de renome, colacionamos a definição de ato 
administrativo da professora Di Pietro: 
³SRGH-sedefinir o ato administrativo como a declaração do 
Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos 
imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de direito 
S~EOLFR�H�VXMHLWD�D�FRQWUROH�SHOR�3RGHU�-XGLFLiULR´��������S������ 
 
Na tentativa de melhor definir o ato administrativo, Marinela fixa 
alguns pontos fundamentais, tais como: a vontade, que deve 
necessariamente emanar de um agente público no exercício de sua 
função administrativa, o que o distingue do particular; seu conteúdo, 
que deve propiciar efeitos jurídicos sempre com um fim público; e, por 
fim, o regime, que deve ser de direito público. 
 
O aluno não pode se esquecer de que, além do Poder Executivo, os 
órgãos que compõem o Poder Judiciário e o Legislativo também editam 
atos administrativos (ex: quando o Tribunal de Justiça realiza uma 
licitação para a compra de papel e de impressora, quando a Assembleia 
Legislativa contrata uma empresa de engenharia para fazer uma 
reforma etc.). Também não pode se esquecer de que a Administração 
Pública pode editar atos regidos pelo direito privado quando, por 
exemplo, uma empresa estatal vende os bens produzidos por ela no 
mercado num ambiente de livre concorrência. 
Assim, existem atos administrativos que não são atos da 
administração e vice-versa. 
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Por fim, vale destacar a valiosa lição de Bandeira de Mello (2010, 
p. 413-416) acerca do silêncio da Administração quando esta não se 
pronuncia quando deve fazê-lo. Para o ilustre administrativista, o 
silêncio não é ato jurídico, mas um fato jurídico administrativo, pois não 
houve qualquer manifestação. 
Para a doutrina majoritária, o silêncio administrativo não produz 
nenhum efeito, salvo quando a lei ± reconhecendo o dever da 
Administração de agir, atribui esse resultado, admitindo-se, nesse caso, 
a possibilidade de uma anuência tácita, ou até, de efeito denegatório do 
pedido, contrariando o interesse de peticionário. Nessas hipóteses ± em 
que a lei atribui efeito ao silêncio ± o mesmo não decorre do silêncio e 
sim da previsão legal. 
 
Normalmente, o silência é um ato irregular da Administração, pois 
o administrado tem o direito de obter uma resposta de suas solicitações 
e requerimentos dirigidos à Administração. Essa resposta obrigatória 
está prevista no texto constitucional (art. 5º, XXXIV), o qual define o 
direito de petição, que abrange não somente a possibilidade de 
requerer, como também a certeza de obter uma resposta, 
caracterizando-se, dessa maneira, como um dever para o 
administrador. 
Assim, se após o prazo fixado em lei a Administração não fornecer 
as informações solicitadas, o administrado pode questionar a conduta 
do agente público junto ao Judiciário, pois ele descumpriu o dever legal 
de decidir. 
Atualmente, a Lei n. 12.527/11 (lei do acesso a informação) regula 
o tema da seguinte forma: 
 
Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou conceder o acesso 
imediato à informação disponível. 
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§ 1o Não sendo possível conceder o acesso imediato, na forma disposta 
no caput, o órgão ou entidade que receber o pedido deverá, em prazo não 
superior a 20 (vinte) dias: 
I - comunicar a data, local e modo para se realizar a consulta, efetuar a 
reprodução ou obter a certidão; 
II - indicar as razões de fato ou de direito da recusa, total ou parcial, do 
acesso pretendido; ou 
III - comunicar que não possui a informação, indicar, se for do seu 
conhecimento, o órgão ou a entidade que a detém, ou, ainda, remeter o 
requerimento a esse órgão ou entidade, cientificando o interessado da 
remessa de seu pedido de informação. 
§ 2o O prazo referido no § 1o poderá ser prorrogado por mais 10 (dez) dias, 
mediante justificativa expressa, da qual será cientificado o requerente. 
 
 
 O STJ manifestou-VH�� ³��� 2� µGLUHLWR� GH� SHWLomR� DRV�
poderes públicos em defesa de direitos e contra ilegalidade ou abuso de 
SRGHU¶�� DVVHJXUDGR� SHOR� DUW�� �ž�� ;;;,9�� ,�� GD� &)�� WHP� QDWXUH]D�
instrumental: é direito, assegurado ao cidadão, de ver recebido e 
examinado o pedido em tempo razoável e de ser comunicado da 
decisão tomada pela autoridade a quem é dirigido. Nele não está 
FRQWLGR�� WRGDYLD�� R� GLUHLWR� GH� YHU� GHIHULGR� R� SHGLGR� IRUPXODGR� �����´�
(RMS 16.424/DF, STJ ± Primeira Turma, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, 
julg: 05.04.2005, DJ: 18.04.2005). 
 
 
 
 
 
 
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2.2. Elementos do ato administrativo; teoria dos 
motivos determinantes; procedimento 
administrativo. 
 
O que vamos estudar agora são os elementos que constituem os 
atos administrativos, sem eles o ato administrativo não completa seu 
ciclo de formação ou são considerados, até mesmo, a depender do 
elemento faltante, inexistente. Alguns doutrinadores preferem usar a 
expressão ³requisitos´��RXWURV�D�H[SUHVVmR�³SUHVVXSRVWRV´��$VVLP��VH�D�
sua prova trouxer no enunciado o WHUPR�³UHTXLVLWRV�RX�SUHVVXSRVWRV�GR�
DWR�DGPLQLVWUDWLYR´�VDLED�TXH�D�TXHVWmR�HVWi�WUDWDQGR�GRV�HOHPHQWRV�GR�
ato administrativo. 
A doutrina do direito administrativo brasileiro diverge quanto aos 
elementos que compõem os atos administrativos. Em razão disso, o 
critério mais seguro para se utilizar em uma prova de concurso é o do 
art. 2º da Lei nº 4.717/65. Para essa lei, os elementos do ato 
administrativo são: competência, forma, objeto, motivo e finalidade. 
Isso não quer dizer que o aluno deve marcar errado se 
apresentada na questão que o sujeito, e não a competência, é um dos 
elementos do ato administrativo. 
O que você deve levar para a prova é que os elementos do ato 
administrativo são o SUJOMOFOFI = Sujeito, objeto, motivo, forma e 
finalidade; ou o COMFIFOMOB = Competência, finalidade, forma, 
motivo e objeto. 
Nesse ponto, Di Pietro (2009, p. 202) informa, com razão, que a 
competência é um atributo do sujeito que pratica o ato e, além desse 
atributo, ele deve ter a capacidade para realizá-lo. Desse modo, mais 
adequado falar-se que o sujeito ± e não a competência ± é um dos 
elementos do ato administrativos. 
 
a) Sujeito ou competência (SUJ ou COM) 
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Sujeito é aquele que pratica o ato. Ele deve ter capacidade e 
competência para a prática do ato. A primeira se verifica das normas 
de direito civil (idade, sanidade mental etc.). Já a competência, no 
direito administrativo, decorre da Constituição, das leis e atos 
normativos. Esses diplomas não só definem o plexo de competências, 
mas impõem aos seus titulares o dever de exercê-las em prol do 
interessepúblico. 
*Pensou em sujeito ± pense em capacidade e 
competência!* 
 
O sujeito competente deve ser necessariamente um agente 
público, que é o conceito mais amplo encontrado na doutrina, 
consistindo em qualquer pessoa que exerça de forma temporária ou 
permanente, com ou sem remuneração, uma função pública, devendo 
estar, de alguma forma, ligado à Administração Pública. 
Além disso, é necessária a análise da capacidade jurídica desse 
agente e do ente a que ele pertence, a quantidade de atribuições do 
órgão que o produziu, a competência do agente emanante e a 
inexistência de óbices à sua atuação no caso concreto, tais como 
afastamentos legais, impedimentos e outros. 
Aqui já entramos em um ponto que pode ser explorado na 
prova: o estudo da competência para a prática do ato administrativo. 
Portanto, SINAL DE ALERTA! 
Segundo Marinela, entende-se por competência o conjunto de 
atribuições das pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos, fixado pelo 
direito positivo, representando a esfera de atuação de cada um deles; é 
o círculo definido por lei dentro do qual podem os administradores 
exercer legitimamente sua atividade. 
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 A competência para a prática de atos administrativos 
não se presume, dependendo sempre de previsão legal. 
Importante observar as características da competência exercida 
pelo sujeito que pratica o ato administrativo. Mencionamos aqui as 
características da competência trazidas por Alexandrino (2010, p. 437), 
com fundamento na doutrina brasileira, especialmente em Bandeira de 
Mello: 
x de exercício obrigatório; 
A competência representa regra de exercício obrigatório para 
os órgãos e agentes públicos, sempre que caracterizado o 
interesse público. Portanto, exercitá-la não é livre decisão de 
quem a titulariza; trata-se de um poder-dever do 
administrador. 
x irrenunciável; 
Com base no princípio da indisponibilidade do interesse 
público, o administrador que recebe uma competência legal 
não pode renunciá-la para deixar de exercê-la. 
Fundamenta-se em dois artigos da Lei nº 9.784/99: 
Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos 
princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, 
proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, 
segurança jurídica, interesse público e eficiência. 
 Parágrafo único. Nos processos administrativos serão 
observados, entre outros, os critérios de: 
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total 
ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei; 
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos 
administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de 
delegação e avocação legalmente admitidos. 
 
x intransferível; 
O exercício da competência não admite transação ou acordo, 
descabendo repassá-la a outrem, salvo quando 
expressamente autorizado por lei. 
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x imodificável pela vontade do agente; 
O administrador não pode, por intermédio de ato 
administrativo, dilatar ou restringir sua competência, 
considerando que sua fonte definidora é a lei, logo um ato 
superior na estrutura do ordenamento jurídico. 
x imprescritível 
O não exercício não extingue a competência, ou seja, mesmo 
que a competência não seja utilizada, independente do 
tempo, o agente continuará sendo o competente. 
x improrrogável 
Se o sujeito competente não exerce a competência, ela não 
se transfere ao órgão incompetente que praticou o ato. Isso 
porque, quem confere a competência é a lei. Assim, o agente 
não pode revogar uma lei pelo seu costume. 
 
CUIDADO: O concursando nunca pode se esquecer de 
que, apesar das características de irrenunciabilidade e 
intransferibilidade, a competência pode ser objeto de delegação e 
avocação. 
A delegação é um instrumento de descentralização administrativa 
(art. 11 do Decreto-lei nº 200/67) e não importa em transferência de 
competência, tanto é que a autoridade delegante pode avocar a 
competência delegada a qualquer momento (art. 2º, parágrafo único, 
do Decreto nº 83.937/79). Assim, o ato de delegação não retira a 
competência da autoridade delegante que continua competente 
cumulativamente com a autoridade delegada; tal transferência também 
é passível de revogação a qualquer tempo, devendo também ser 
publicado no órgão oficial. 
Deve-se observar que a delegação de competência normalmente é 
realizada para agentes de plano hierárquico inferior. Contudo, a lei 
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também a admite para o mesmo plano hierárquico, quando não 
existirem impedimentos, sendo conveniente em razão de circunstâncias 
de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. Essa 
hipótese aplica-se à delegação de competência dos órgãos colegiados 
aos respectivos presidentes (art. 12 da Lei nº 9.784/99). 
O ato de delegação exige publicação oficial e deverá especificar as 
matérias e os poderes transferidos, definindo os limites de atuação do 
delegado, a duração e os objetivos da delegação, além dos recursos 
cabíveis e demais ressalvas que o delegante entender convenientes. 
 
MUITO CUIDADO ± EXCEÇÃO À REGRA DA DELEGAÇÃO: 
 
A Lei nº 9.784/99 (art. 13), que regula o processo administrativo 
no âmbito da Administração Pública Federal, proíbe a delegação da 
competência: 
 
(a) de editar atos normativos; 
(b) de decidir recursos administrativos; e 
(c) das matérias de competência 
exclusiva do órgão ou autoridade. 
 
Por essa razão, os atos de delegação e os demais atos praticados 
em razão dessa ilegalidade pela autoridade que a recebeu são 
considerados inválidos. 
 
 
IMPORTANTE: Dos demais dispositivos da Lei nº 
9.784/99 e do Decreto nº 83.937/79, extraem-se as seguintes 
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conclusões que já foram cobradas em inúmeras provas de concursos, 
são elas: 
x o ato de delegar pressupõe a autoridade para subdelegar; 
x pode haver delegação de competências a órgãos não 
subordinados; 
x a delegação pode ser parcial; 
x ela deve ser feita por prazo determinado; 
x a autoridade delegante pode permanecer com o poder de 
exercer a competência de forma conjunta com a delegatária. 
 
Segundo Marinela, o fenômeno da avocação ocorrerá quando a 
autoridade superior, que inicialmente era incompetente, atrai para a 
sua esfera de competência a prática de um determinado ato. Enquanto 
na delegação há transferência, na avocação há atração. 
Importante ressaltar que, para a realização desse evento, 
pressupõem-se um sistema dehierarquia e a inexistência de 
competência exclusiva. Veja o art. 15 da Lei nº 9.784/99: 
 
 Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes 
devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a 
órgão hierarquicamente inferior. 
 
Por fim, com relação à competência, o aluno deve ter em mente 
que, quando o agente público atua fora de sua esfera de competência, 
ocorre o excesso de poder (Alexandrino, 2010, p. 440). 
 
b) Forma (FO) 
Além do elemento sujeito ou competência, existe o elemento 
forma. 
Conforme destaca Marinela, a exteriorização da vontade é condição 
para que o ato administrativo produza efeitos no mundo jurídico, 
considerada como instrumento de sua projeção, representando 
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elemento que integra a própria formação do ato e é fundamental para 
completar o ciclo de existência. 
Entretanto, para o ato administrativo ser válido, não basta a 
manifestação da vontade, sendo necessário que seja realizado de 
acordo com as exigências definidas pela lei (formalidades específicas do 
ato), cuja ausência gera vício de legalidade, com sua consequente 
invalidação. 
Em regra, os atos administrativos representam o resultado de um 
procedimento administrativo prévio, formado por uma série de atos 
formais que levam a um provimento final, observando o princípio 
constitucional do devido processo legal. 
Para completar as exigências da forma, a doutrina aponta, ainda, a 
motivação, enquanto correlação lógica entre o motivo, o resultado do 
ato e a previsão legal. Isso mesmo! A motivação decorre da forma. 
Com relação à motivação, Di Pietro (2009, p. 207) destaca que ela 
tem duas acepções: 
a) em sentido estrito: a forma é considerada como a exteriorização 
do ato, ou seja, o modo pelo qual a declaração se apresenta; 
b) HP� VHQWLGR� DPSOR�� D� IRUPD� LQFOXL� ³WRGDV� DV� formalidades que 
devem ser observadas durante o processo de formação da 
vontade da Administração, e até os requisitos concernentes à 
SXEOLFLGDGH�GR�DWR´� 
A regra, estabelecida no art. 22 da Lei n. 9.784/99, é o 
informalismo do ato administrativo. Entretanto, esse princípio não 
chega ao ponto de aplicar no direito administrativo o princípio do direito 
privado da liberdade de formas. Pelo contrário, aplica-se o princípio da 
solenidade, segundo o qual os atos administrativos devem observar os 
procedimentos de formação previstos na lei. 
Assim, o informalismo só se aplica se a forma ou o procedimento 
formal não estiverem expressamente previstos em lei. 
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Interessante notar que a motivação pode ser feita por meio de 
declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, 
informações, decisões ou propostas, que, nesse caso, serão parte 
integrante do ato (art. 50, §2º, da Lei nº 9.784/99). É a chamada 
motivação per relationem ou aliunde, na qual as razões para a 
prática do ato não constam no ato em si, mas em um documento a que 
o ato faz referência. 
Os atos administrativos deverão ser formalizados por escrito, 
independentemente de qualquer previsão específica. Contudo, essa 
regra não é absoluta, admitindo-se que esses atos, excepcionalmente, 
sejam praticados de outra maneira, desde que expressamente 
autorizados por lei. Exemplos: gestos realizados pelo guarda de 
trânsito; palavras da polícia de segurança; art. 60, parágrafo único, da 
Lei nº 8.666/93 (possibilidade de contrato administrativo verbal, 
atendidas as condições legais). 
Quanto ao vício na forma, vamos observar o que diz Marinela: 
³&RQVLGHUDQGR�TXH�D�forma dos atos administrativos é definida por lei, não se 
admite que o administrador deixe de observá-la, sob pena de invalidação do 
ato por vício de legalidade. Todavia, a adequação dessa forma legal exige 
sempre uma carga de comedimento e razoabilidade por parte do intérprete, 
do aplicador da norma, para evitar exageros desnecessários. 
Em algumas circunstâncias, o defeito de forma representa mera 
irregularidade sanável, o que ocorre quando o vício não atinge qualquer 
esfera de direito, merecendo, nessa hipótese, a correção pelo instituto da 
convalidação, como acontece com o ato administrativo formalizado por 
portaria, quando deveria ser por ordem de serviço, segundo a exigência da 
OHL�´ 
 
c) Objeto (O) 
Em seguida, ainda com relação aos elementos do ato 
administrativos apresentados na Lei nº 4.717/65, destacamos o 
objeto. 
O objeto é o conteúdo material, o resultado prático, é o que o ato 
UHDOL]D�� p� D� UHVSRVWD�jV� VHJXLQWHV�SHUJXQWDV�� ³2�TXr�p�R�DWR"´�� ³3DUD�
TXr�VHUYH�R�DWR"´��2�REMHWR�GHYH ser lícito, certo e moral. 
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O objeto é o ato em si mesmo considerado, representa o efeito 
jurídico imediato que o ato produz, o que este decide, certifica, opina, 
atesta. Esse elemento configura a alteração no mundo jurídico que o 
ato administrativo se propõe a processar. Exemplos: em uma licença 
SDUD� FRQVWUXLU�� R� REMHWR� p� R� ³SHUPLWLU� TXH� R� LQWHUHVVDGR� HGLILTXH�
legitimamente ± R� FRQFHGR� D� OLFHQoD´�� QD� DSOLFDomR� GH� XPD� PXOWD�� R�
REMHWR� p� D� ³DSOLFDomR� HIHWLYD� GD� SHQDOLGDGH´�� HP� XPD� QRPHDomR�� R�
REMHWR�p�R�³DGPLWLU�R�LQGLYtGXR�QR�serviço público ± atribuir um cargo a 
DOJXpP´� 
 
Objeto e conteúdo são utilizados pela maioria dos 
doutrinadores como expressões sinônimas. 
 
 
Segundo Marinela, o objeto pode ser dividido em: 
a) objeto natural: é o efeito jurídico que o ato produz, sem 
necessidade de expressa menção, é uma consequência natural 
do ato; 
b) objeto acidental: é o efeito jurídico que o ato produz, em 
decorrência de cláusulas acessórias apostas ao ato pelo sujeito 
que o pratica, como, por exemplo, o termo, a condição ou um 
encargo. 
 
d) Finalidade (FI) 
Além do sujeito (ou competência), da forma e do objeto, a 
finalidade é outro elemento do ato administrativo. 
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Assim como a forma, a finalidade pode ser analisada sob duas 
acepções (que já foram objeto de cobrança em concurso público): 
a) em sentido estrito, a finalidade é o resultado específico que o 
agente quer alcançar com a prática do ato, é o efeito que ele 
deseja produzir ao praticar o ato; é a finalidade específica, 
prevista pela lei, tendo em vista que, para cada propósito que a 
Administração pretende alcançar, existe um ato definido em lei. 
Exemplo: não é possível remover um servidor com a finalidade 
de puni-lo, ainda que se trate de autoridade competente para 
praticar tanto a remoção, quanto a punição; o vício decorre dodescumprimento da finalidade específica da remoção que não é 
punir, mas sim acomodar deficiências e necessidades do serviço 
público. 
b) em sentido amplo: a finalidade se confunde com o interesse 
público, com o bem comum, qualquer que seja o resultado 
esperado pelo sujeito, a finalidade dele é a consecução do 
interesse público, representando o fim mediato do ato 
administrativo (lembrando que o fim imediato é o objeto). 
Exemplo: na nomeação de um servidor, o objetivo é aumentar o 
quadro da Administração, buscando dar maior eficiência ao 
serviço. 
Portanto, se o ato administrativo perseguir interesses ilícitos ou 
contrários ao interesse coletivo, estará eivado de vício de 
finalidade, denominado desvio de finalidade, e deverá ser 
retirado do ordenamento jurídico. 
Se o agente se valeu de um ato para atender finalidade diversa da 
prevista no ordenamento, esse ato será inválido em razão do desvio de 
poder. 
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Bandeira de Mello (2010, p. 407) observa que o desvio de poder 
pode se manifestar de duas formas: (a) o agente busca finalidade 
alheia ao interesse público; (b) o agente busca uma finalidade de 
interesse público, mas alheia à prevista para o ato que utilizou. O 
desvio de poder (vício na finalidade) e o excesso de poder (vício na 
competência) são espécies do gênero abuso de poder (Alexandrino, 
2010, p. 440) 
Assim, temos o importante quadro ± SINAL DE ALERTA: 
 
 
e) Motivo (MO) 
O motivo é outro elemento do ato administrativo e pode ser 
definido como a causa imediata do ato administrativo, representando as 
razões que justificam a edição do ato; é a situação de fato (ocorrida no 
mundo empírico, ou seja, conjunto de circunstâncias fáticas que levam 
à prática do ato) e de direito (previsão legal ou o princípio) que 
determina a prática do ato (Alexandrino, 2010, p. 444). 
A análise da vinculação e da discricionariedade é de fundamental 
importância no estudo do motivo e do objeto do ato administrativo. Nas 
hipóteses de vinculação, a situação de fato já está delineada pela norma 
legal, nada mais cabendo ao agente a não ser praticar o ato, tão logo 
seja configurada. Ele atua como executor da lei, em virtude do princípio 
da legalidade. Exemplo: licença para exercer atividade profissional em 
todo o território nacional. 
Quando da discricionariedade, a lei não delineia a situação fática, 
mas transfere ao agente a verificação de sua ocorrência, atendendo a 
Desvio de poder ± vício na 
finalidade 
Abuso de poder 
Excesso de poder ± vício na 
competência 
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critérios de caráter administrativo ± conveniência e oportunidade ± vale 
dizer, é o agente que elege a situação fática ensejadora da vontade, 
permitindo, assim, maior liberdade para definição do motivo do ato, 
sem se afastar dos princípios administrativos. O autor do ato pode 
traçar as linhas que limitam o objeto de seu ato, mediante a avaliação 
do motivo declarado. Exemplo: autorização para funcionamento de um 
circo em praça pública. 
Exemplos: remoção de um servidor público que pode ter como 
motivo a ausência de trabalho suficiente no local em que está lotado; 
dissolução de uma passeata tumultuosa que tem como motivo a 
perturbação da ordem pública ± o tumulto; interdição de uma fábrica 
poluente que tem como motivo a existência real de poluição da 
atmosfera causada por essa empresa. 
Segundo Marinela, para a legalidade do motivo e, por conseguinte, 
validade do ato administrativo, exige-se: 
a) materialidade do ato, isto é, o motivo em função do qual foi 
praticado o ato deve ser verdadeiro e compatível com a 
realidade fática apresentada pelo administrador. 
b) correspondência do motivo existente que embasou o ato com o 
motivo previsto na lei. 
c) congruência entre o motivo existente e declarado no momento 
da realização do ato e o resultado prático desse ato, que 
consiste na soma do objeto com a finalidade do ato. 
 É possível concluir que o motivo será ilegal e o ato 
administrativo será inválido quando o fato alegado não for verdadeiro, 
isto é, o motivo não existir; quando não existir compatibilidade entre o 
motivo declarado no ato e a previsão legal; quando inexistir 
congruência entre o motivo e o resultado do ato e, por fim, quando o 
motivo depender de um critério subjetivo de valoração do administrador 
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e este extrapolar os limites legais, vale dizer, não for razoável e 
proporcional. 
 
CUIDADO PARA NÃO CONFUNDIR FINALIDADE COM MOTIVO NEM 
COM OBJETO!!! O motivo do ato administrativo é composto pelas 
razões de fato e de direito, que levam à prática do ato, portanto é uma 
ocorrência que antecede ao próprio ato. De outro lado, a finalidade 
sucede à prática do mesmo, porque corresponde a algo que a 
Administração quer alcançar com a edição do ato. Por fim, o objeto 
consiste no resultado da prática do ato, o que ele faz em si mesmo. 
 
Motivo Finalidade objeto 
Razões de fato e de 
direito, que levam à 
prática do ato 
Resultado específico 
(o efeito) que o 
agente quer alcançar 
com a prática do ato 
O que o ato faz no 
mundo exterior. 
 
A soma do objeto com a finalidade compõe o resultado do ato 
administrativo. Ambos são vetores desse resultado, que é composto 
pelo seu fim mediato ± a finalidade ± que é sempre o interesse público, 
aspecto invariável do ato, e pelo seu fim imediato ± o objeto ± que é 
variável, conforme o resultado prático buscado pelo agente. 
Exemplos trazidos por Marinela: na hipótese da dissolução de uma 
passeata tumultuosa, tem-se o motivo que é o tumulto, o objeto que é 
a dissolução propriamente dita e a finalidade que é a proteção da ordem 
pública; na hipótese de interdição da fábrica poluidora da atmosfera, o 
motivo é a efetiva poluição com o prejuízo para o ar atmosférico, o 
objeto é o fechamento da empresa e a finalidade é a proteção da 
salubridade pública. 
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Em resumo, diante de certa situação de fato ou de direito (motivo), 
a autoridade pratica certo ato (objeto ± efeito jurídico imediato) para 
alcançar determinado resultado (finalidade ± efeito jurídico mediato). 
 
Nesse tema, quatro pontos são relevantes para 
concursos públicos: (I) diferenciar conceitualmente motivo, móvel e 
motivação; (II) possível motivação posterior do ato administrativo, em 
hipóteses excepcionais; (III) o fundamento da motivação dos atos 
administrativos; e (IV) a teoria dos motivos determinantes. 
(I) A diferenciação conceitual mais exata entre motivo, móvel,motivação é dada por Bandeira de Mello (2010, p. 399). 
Ele observa que motivo se distingue de móvel porque este designa 
a representação subjetiva, psicológica, interna; a intenção do agente ao 
praticar o ato. O motivo decorre da situação objetiva, real, empírica, ou 
seja, ocorrida no mundo dos fatos e externa ao agente. 
O mesmo autor ensina também que o motivo não se confunde com 
a motivação, pois esta é a justificativa formalizada pelo agente para a 
prática do ato e decorre do princípio da transparência. 
 O motivo é o fato e o fundamento jurídico que 
justificam a prática do ato, enquanto a motivação tem um enfoque mais 
amplo. A motivação é a justificativa da edição do ato. Ela exige da 
Administração o dever de justificar seus atos, de expor as razões do ato 
para o mundo exterior, apontando-lhes os fundamentos de direito e de 
fato, assim como a correlação lógica entre esses fatos ocorridos e o ato 
praticado, demonstrando a compatibilidade da conduta com a lei. Enfim, 
exige um raciocínio lógico entre o motivo, o resultado do ato e a lei. 
 temos o seguinte quadro conceitual: 
Motivo Móvel Motivação 
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Causa imediata dos atos 
administrativos ocorrida no 
mundo dos fatos. 
Intenção do 
agente ao 
praticar o ato. 
Justificativa 
formalizada pelo 
agente para a prática 
do ato. 
 
 
(II) Para o entendimento majoritário da doutrina e da 
jurisprudência, o que se registra adequado ao atual contexto legal, a 
motivação é obrigatória em praticamente todos os atos 
administrativos, ou seja, não é necessária a motivação em todos os 
atos administrativos. 
Nas hipóteses em que a motivação é obrigatória, é imprescindível 
que ela seja prévia ou contemporânea à prática do ato. 
A motivação posterior à prática do ato só é admitida em hipóteses 
excepcionais, conforme reconhecido pelo Superior Tribunal de Justiça no 
seguinte julgado divulgado no Informativo STJ nº 529: 
O vício consistente na falta de motivação de portaria de remoção ex officio de 
servidor público pode ser convalidado, de forma excepcional, mediante a 
exposição, em momento posterior, dos motivos idôneos e preexistentes que 
foram a razão determinante para a prática do ato, ainda que estes tenham 
sido apresentados apenas nas informações prestadas pela autoridade coatora 
em mandado de segurança impetrado pelo servidor removido. De fato, a 
remoção de servidor público por interesse da Administração Pública deve ser 
motivada, sob pena de nulidade. Entretanto, consoante entendimento 
doutrinário, nos casos em que a lei não exija motivação, não se pode 
descartar alguma hipótese excepcional em que seja possível à Administração 
demonstrar de maneira inquestionável que: o motivo extemporaneamente 
alegado preexistia; que era idôneo para justificar o ato; e que o motivo foi a 
razão determinante da prática do ato. Se esses três fatores concorrem, há de 
se entender que o ato se convalida com a motivação ulterior. Precedentes 
citados: REsp 1.331.224-MG, Segunda Turma, DJe 26/2/13; MS 11.862-DF, 
Primeira Seção, DJe 25/5/09. AgRg no RMS 40.427-DF, Rel. Min. Arnaldo 
Esteves Lima, julgado em 3/9/2013. 
 
 
Concluindo, para os atos administrativos em que a motivação é 
obrigatória e esta não for realizada, o ato será ilegal e deve ser retirado 
do ordenamento jurídico, ocorrendo o mesmo quando a motivação é 
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apresentada após a prática do ato. De outro lado, para as hipóteses em 
que a motivação é facultativa (porém aconselhável), a sua ausência não 
prejudica a validade do ato, podendo ser apresentada posteriormente. 
 
 
(III) O fundamento da motivação dos atos administrativos é 
tema que pode auxiliar o aluno no momento de julgar itens de alta 
complexidade. Por isso, é de fundamental importância que o aluno 
absorva esse ponto da matéria. 
Para isso, partimos do voto do Ministro Ricardo Lewandowski, do 
STF, no julgamento do RE 589998. Ao analisar a necessidade de se 
motivar o ato administrativo que demite empregado de empresa 
pública, afirmou o Ministro que a obrigação de motivar os atos 
GHFRUUHULD��³HVSHFLDOPHQWe, do fato de os agentes estatais lidarem com 
a res publica, tendo em vista o capital das empresas estatais ² 
integral, majoritária ou mesmo parcialmente ² pertencer ao Estado, 
isto é, a todos os cidadãos. Esse dever, ademais, estaria ligado à 
própria ideia de Estado Democrático de Direito, no qual a legitimidade 
de todas as decisões administrativas tem como pressuposto a 
possibilidade de que seus destinatários as compreendam e o de que 
possam, caso queiram, contestá-las. No regime político que essa forma 
de Estado consubstancia, seria preciso demonstrar não apenas que a 
Administração, ao agir, visou ao interesse público, mas também que 
DJLX�OHJDO�H�LPSDUFLDOPHQWH´��WH[WR�H[WUDtGR�GR�,QIRUPDWLYR�67)�Qž�����
± o julgamento ainda não foi concluído em razão do pedido de vista do 
Ministro Joaquim Barbosa). 
Por fim, com relação ao elemento motivo do ato administrativo, 
pedimos, mais uma vez, que o aluno ligue o SINAL DE ALERTA!, pois 
passamos a tratar da teoria dos motivos determinantes. 
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(IV) A teoria dos motivos determinantes dispõe que a validade 
do ato se vincula aos motivos ± fáticos e legais ± indicados como seu 
fundamento. Os motivos enunciados pelo agente aderem ao ato e a sua 
ocorrência deve ser provada e deve ser suficiente para justificá-lo. Caso 
os motivos sejam inexistentes ou falsos, o ato será inválido. Esse é o 
entendimento que se extrai do ROMS 29774, julgado pela 2ª Turma do 
Superior Tribunal de Justiça, e do MS 11741, julgado pela 1ª Seção da 
mesma Corte. 
 
Seja o ato discricionário ou vinculado, o motivo declarado vincula o 
ato para todos os efeitos jurídicos. A partir daí, os órgãos de controle 
internos e externos podem avaliar a legitimidade do ato também com 
relação aos motivos que ensejaram a sua prática, mesmo que 
desnecessária a expressa declaração do motivo. Havendo 
desconformidade entre os motivos determinantes e a realidade, o ato 
pode ser retirado do ordenamento. 
Foi isso que ocorreu no ROMS 29774, acima indicado. O STJ 
declarou nulo o ato da administração de reduzir unilateralmente o valor 
pago às escolas que realizam cursos para a obtenção da CNH em 
percentual muito superior ao verificado como necessário pelo estudo 
técnico da própria administração. Esse estudo foi, justamente, o 
utilizado pela administração como motivação para a redução do valor do 
contrato com as escolas. 
 O administrador pode praticar o ato administrativo 
sem declarar o motivo nas hipóteses em que este não for exigido. 
Porém, se ainda assim decidir declará-lo, o administrador fica vinculado 
às razões de fato e de direito que o levaram à prática do ato. Exemplos: 
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1 - se um determinado administrador decide exonerar um servidor 
ocupante de cargo em comissão, alegando como motivo a necessidade 
de redução de despesas com folha de pagamento, cumprindo regra para 
racionalização da máquina administrativa, prevista no art. 169 da CF, 
ele não poderá nomear outra pessoa para o mesmo cargo, em 
decorrência da teoria dos motivos determinantes, que exige a 
veracidade e o cumprimento do motivo alegado; 2 - determinado 
governador de um Estado tem uma filha que está namorando um rapaz, 
servidor público estadual, que não é de seu agrado, fazendo com que 
ele decida removê-lo para uma cidade bem distante, alegando 
necessidades do serviço, quando, na verdade, o administrador deseja 
prejudicar o relacionamento. 
Importante lembrar que há uma situação excepcional em que se 
admite a possibilidade de mudança do motivo alegado, quando ficarem 
mantidas as razões de interesse público. Isso ocorre no caso da 
desapropriação. Se, por exemplo, o Estado resolve desapropria um 
terreno para a construção de uma escola, declara essa razão no decreto 
expropriatório e, posteriormente, decide construir um hospital no local. 
No caso, o motivo se alterou, mas se mantiveram as razões de 
interesse público. Houve o que a doutrina e a jurisrprudência chama de 
tredestinação lícita, não representando violação à teoria dos motivos 
determinantes. 
 
Veja um julgado sobre a tredestinação lícita, divulgado no 
Informativo 331 do STJ: 
 
DESAPROPRIAÇÃO. TREDESTINAÇÃO LÍCITA.Cuida-se de recurso interposto 
contra acórdão do TJ-SP que entendeu não haver desvio de finalidade se o 
órgão expropriante dá outra destinação de interesse público ao imóvel 
expropriado. Para a Min. Relatora não há falar em retrocessão se ao bem 
expropriado for dada destinação que atende ao interesse público, ainda que 
diversa da inicialmente prevista no decreto expropriatório. A Min. Relatora 
aduziu que a esse tipo de situação a doutrina vem dando o nome de 
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³WUHGHVWLQDomR� OtFLWD´ - aquela que ocorre quando, persistindo o interesse 
público, o expropriante dispensa ao bem desapropriado destino diverso do 
que planejara no início. Assim, tendo em vista a manutenção da finalidade 
pública pecualiar às desapropriações, a Turma negou provimento ao recurso. 
Precedentes citados: REsp 710.065-SP, DJ 6/6/2005, e REsp 800.108-SP, DJ 
20/3/2006. REsp 968.414-SP, Rel. Min. Denise Arruda, julgado em 
11/9/2007. 
 
 
Por fim, com relação ao conceito de procedimento 
administrativo, mais uma vez invocamos a lição de Di Pietro. A 
professora ensina (2009, 197) que determinados atos são preparatórios 
de um ato principal, mesmo assim, esses atos são considerados atos 
administrativos, pois integram um procedimento ou fazem parte de um 
ato complexo. 
Assim, procedimento administrativo seria o rito legal a ser 
percorrido pela Administração para a obtenção de efeitos regulares de 
um ato administrativo principal. 
Importante deixar claro que adotamos os elementos do ato 
administrativo segundo a definição legal (Lei nº 4.717/65) e a lição da 
maioria da doutrina do direito administrativo (Di Pietro, José dos Santos 
Carvalho Filho, Vicente Paulo etc.). 
Não ignoramos a lição de Bandeira de Mello de que há outros 
elementos do ato administrativo, quais sejam: conteúdo (para o autor, 
o conteúdo é o próprio ato, se diferenciando do objeto, porque este 
seria sobre o que trata o ato), causa (relação entre o motivo ± fato ± e 
o conteúdo do ato sob o enfoque da finalidade conferida pela lei), 
requisitos procedimentais (percurso percorrido pelo ato até a sua 
edição), formalização (modo específico pelo qual o ato administrativo 
deve ser externado) e pertinência à função administrativa (só é ato 
administrativo aquele que seja afeto às atividades administrativas). 
Não abordaremos profundamente a lição desse doutrinador, pois 
ele representa posição isolada no direito administrativo nesse ponto. 
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1) 6~PXOD�Qž�����GR�67)��³3UDWLFDGR�R�DWR�SRU�DXWRULGDGH��no 
exercício de competência delegada, contra ela cabe o mandado de 
VHJXUDQoD�RX�D�PHGLGD�MXGLFLDO´. 
2) ³������ ��� 6HJXQGR� D� 7HRULD� GRV� 0RWLYRV� 'HWHUPLQDQWHV�� HP�
havendo motivo para a edição do ato exoneratório, fica o Administrador 
vinculado ao motivo, cuja existência e validade podem ser submetidas à 
DSUHFLDomR� GR� 3RGHU� -XGLFLiULR�� �����´� �506�������� �������������-6), 
STJ ± Sexta Turma, Rel.ª Min.ª Maria Thereza de Assis Moura, DJe: 
21.03.2012). 
3) ³�������� 2V� DWRV� GLVFULFLRQiULRV� GD� $GPLQLVWUDomR� 3~EOLFD�
estão sujeitos ao controle pelo Judiciário quanto à legalidade formal e 
substancial, cabendo observar que os motivos embasadores dos atos 
administrativos vinculam a Administração, conferindo-lhes legitimidade 
H� YDOLGDGH�� ��� µ&RQVRDQWH� D� WHRULD� GRV� PRWLYRV� GHWHUPLnantes, o 
administrador vincula-se aos motivos elencados para a prática do ato 
administrativo. Nesse contexto, há vício de legalidade não apenas 
quando inexistentes ou inverídicos os motivos suscitados pela 
administração, mas também quando verificada a falta de congruência 
HQWUH� DV� UD]}HV� H[SOLFLWDGDV� QR� DWR� H� R� UHVXOWDGR� QHOH� FRQWLGR¶� �06�
15.290/DF, Rel. Min. Castro Meira, Primeira Seção, julg: 26.10.2011, 
DJe: 14.11.2011). 3. No caso em apreço, se o ato administrativo de 
avaliação de desempenho confeccionado apresenta incongruência entre 
parâmetros e critérios estabelecidos e seus motivos determinantes, a 
atuação jurisdicional acaba por não invadir a seara do mérito 
administrativo, porquanto limita-se a extirpar ato eivado de ilegalidade. 
4. A ilegalidade ou inconstitucionalidade dos atos administrativos podem 
e devem ser apreciados pelo Poder Judiciário, de modo a evitar que a 
descricionariedade transfigure-se em arbitrariedade, conduta ilegítima e 
suscetível de controle de legalidade. 5. µAssim como ao Judiciário 
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compete fulminar todo o comportamento ilegítimo da Administração que 
apareça como frontal violação da ordem jurídica, compete-lhe, 
igualmente, fulminar qualquer comportamento administrativo que, a 
pretexto de exercer apreciação ou decisão discricionária, ultrapassar as 
fronteiras dela, isto é, desbordar dos limites de liberdade que lhe 
assistiam, violando, por tal modo, os ditames normativos que assinalam 
os confins da liberdade discricionária¶ (Celso Antônio Bandeira de Mello, 
in Curso de Direito Administrativo, Editora Malheiros, 15ª edição). (...) 
(AgRg no REsp 1.280.729/RJ, STJ ± Segunda Turma, Rel. Min. 
Humberto Martins, julg: 10.04.2012,DJe: 19.04.2012). 
4) ³������ ��� (P� XP� DWR� DGPLQLVWUDWLYR� GLVFULFLRQiULR�� $�
Administração Pública possui uma certa margem de liberdade para 
escolher os motivos ou a postura a ser adotada. Todavia, onde houver a 
necessidade de motivação, não poderá a administração deixar de 
explicitar quais foram as razões que lhe conduziram a praticar o ato. 4. 
A necessidade de motivação ocorre em benefício dos destinatários do 
ato administrativo, em respeito não apenas ao princípio da publicidade 
e ao direito à informação, mas também para possibilitar que os 
administrados verifiquem se tais motivos realmente existem. Não é 
outra a ratio essendi da teoria dos motivos determinantes. (...) (AgRg-
AG-REsp. 94.480, STJ ± Segunda Turma, Rel. Min. Humberto Martins, 
DJe: 19.04.2012). 
Creio que, até o momento, podemos acertar cerca de 20% (vinte 
por cento) das questões relativas a ato administrativo nos concursos. 
Isso não é o bastante para a aprovação num certame. Por isso, vamos 
em frente! 
 
 
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1. (UEG ± 2013 - PC-GOProva: Escrivão de Polícia Civil) São 
elementos constitutivos do ato administrativo: 
 a) sujeito, objeto, forma, motivo e finalidade. 
 b) sujeito, objeto, forma e presunção de veracidade. 
 c) sujeito, objeto, forma e autoexecutoriedade. 
 d) sujeito, objeto, forma e imperatividade. 
 
O que você deve levar para a prova é que os elementos do ato 
administrativo são o SUJOMOFOFI = Sujeito, objeto, motivo, forma e 
finalidade; ou o COMFIFOMOB = Competência, finalidade, forma, 
motivo e objeto. 
Nesse ponto, Di Pietro (2009, p. 202) informa, com razão, que a 
competência é um atributo do sujeito que pratica o ato e, além desse 
atributo, ele deve ter a capacidade para realizá-lo. Desse modo, mais 
adequado falar-se que o sujeito ± e não a competência ± é um dos 
elementos do ato administrativos. 
Gabarito ± Letra A. 
 
 
2. (FCC ± 2015 - TRE-RR - Técnico Judiciário - Área 
Administrativa) Considere os seguintes atos administrativos: 
I. Ato administrativo discricionário. 
II. Ato Administrativo vinculado. 
III. Ato administrativo com vício de forma. 
IV. O mero ato administrativo, como, por exemplo, a certidão. 
 
Pode ser objeto de anulação, quando eivado de vício de legalidade, o 
descrito em: 
 a) II, apenas. 
 b) III, apenas. 
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 c) I, II, III e IV. 
 d) II e IV, apenas. 
 e) I, II e III, apenas. 
 
I ± A lei não dá margem de liberdade ato vinculado 
II ± A lei confere alguma margem de liberdade ato 
discricionário. 
 
III ± O vício de forma, por sua vez, consiste na omissão ou na 
observância incompleta ou irregular de formalidades indispensáveis à 
existência ou seriedade do ato. 
 
IV - professora Di Pietro: 
³SRGH-se definir o ato administrativo como a declaração do 
Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos 
imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de direito 
S~EOLFR�H�VXMHLWD�D�FRQWUROH�SHOR�3RGHU�-XGLFLiULR´��������S������ 
 
Gabarito: Letra C 
 
3. (FCC ± 2015 - TRT - 3ª Região (MG) - Analista Judiciário - 
Área Judiciária) Dentre os requisitos de validade do ato administrativo, 
alguns são de cunho geral, facilmente identificáveis em todos os atos, 
outros nem tanto. A identificação de vícios nos elementos do ato 
administrativo pode ensejar diferentes consequências, pois há 
ilegalidades insuperáveis. A motivação do ato administrativo, por sua 
vez, 
a) constitui indispensável elemento do ato administrativo, pois se 
consubstancia nos fatos que ensejaram a prática do ato, representando 
verdadeira expressão dos princípios do contraditório e da ampla defesa, 
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sendo obrigatória em todos os atos administrativos, em maior ou menor 
extensão. 
b) distingue-se do motivo, embora com ele esteja relacionada, pois 
consiste na expliFLWDomR� GR� PRWLYR� í� SUHVVXSRVWR� IiWLFR� í� H� GRV�
fundamentos da prática do ato, mas não constitui elemento do ato 
administrativo. 
c) é exigível somente quando houver disposição expressa de lei, 
interferência direta na esfera de direitos dos administrados e quando se 
tratar da edição de atos administrativos decorrentes do poder 
normativo e regulamentar da Administração. 
d) prepondera sobre o vício quanto ao motivo, tanto de inexistência, 
quanto de inadequação, sempre que a finalidade do ato, de interesse 
público, for atingida, independentemente de não ser o resultado 
pretendido com aquele ato. 
e) tanto quanto a finalidade, enquadram-se como elementos 
discricionários do ato administrativo, porque cabe ao administrador 
atender genericamente a finalidade de interesse público e explicitar as 
razões que o levaram a tal, ainda que não seja exatamente o caminho e 
o resultado previstos na lei. 
 
Motivo 
Causa imediata dos atos 
administrativos ocorrida no 
mundo dos fatos. 
Móvel 
Intenção do 
agente ao 
praticar o ato. 
Motivação 
Justificativa 
formalizada pelo 
agente para a prática 
do ato. 
 
Gabarito: Letra b. 
 
 
 
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4. (CESGRANRIO - 2014 - EPE ± Advogado) O ato 
administrativo deve estabelecer no mundo real os fundamentos 
invocados para a sua emissão. Trata-se da aplicação da denominada 
teoria das(os): 
 
 a) razões fáticas 
 b) validades dos atos 
 c) com causas conexas 
 d) motivos determinantes 
 e) fundamentos fixadores 
 
A teoria dos motivos determinantes dispõe que a validade do 
ato se vincula aos motivos ± fáticos e legais ± indicados como seu 
fundamento. Os motivos enunciados pelo agente aderem ao ato e a sua 
ocorrência deve ser provada e deve ser suficiente para justificá-lo. Caso 
contrário, o ato será inválido. 
 
Resposta D 
 
 
5. (VUNESP - 2013 - TJ-SP ± Advogado) A competência 
administrativa. 
 a) poderá ser prorrogada por interesse das partes. 
 b) decorre da lei e é por ela delimitada. 
 c) não poderá ser avocada. 
 d) é imprescritível, porém, renunciável. 
 e) não é requisito do ato. 
 
Vamos relembrar as características da competência? Para Bandeira 
de Mello: 
x de exercício obrigatório; 
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x irrenunciável; 
x intransferível; 
x imodificávelpela vontade do agente; 
x imprescritível (o não exercício não extingue a competência); 
x improrrogável (não se transfere ao órgão incompetente que 
praticou o ato, salvo se a lei assim determinar). 
Apesar das características de irrenunciabilidade e 
intransferibilidade, a competência pode ser objeto de delegação e 
avocação. 
 
Gabarito: B 
 
6. (FCC ± 2013 ± DPE/RS- Analista Administração) Servidor 
público integrante do Poder Executivo estadual editou ato 
administrativo concedendo a entidade privada sem fins lucrativos 
permissão de uso de bem público, em caráter precário. 
Subsequentemente, veio a saber que seu superior hierárquico era 
desafeto do dirigente da entidade permissionária e, temendo 
represálias, revogou o ato concessório, apresentando como fundamento 
GD�UHYRJDomR�R�PRWLYR�í�IDOVR�í�GH�TXH�D�$GPLQLVWUDomR�QHFHVVLWDYD�GR�
imóvel para outra finalidade pública. Considerando a situação fática 
apresentada, o ato de revogação 
 
(A) padece de vício quanto ao motivo, em face da falsidade do 
pressuposto de fato para a edição do ato. 
(B) padece de vício quanto à competência, eis que somente o 
superior hierárquico poderia revogar o ato vinculado. 
(C) é legal, eis que, em se tratando de ato vinculado, é passível a 
revogação a critério da Administração. 
(D) é legal, eis que atos discricionários não estão sujeitos a 
controle quanto ao motivo ou finalidade. 
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(E) é ilegal, eis que os atos discricionários não são passíveis de 
revogação. 
 
Vimos que o motivo declarado vincula o ato para todos os efeitos 
jurídicos. Dessa forma, fica fácil saber que a revogação padece de vício 
quanto ao motivo. 
Gabarito: A 
 
7. (Prefeitura do RJ ± Auxiliar de Procuradoria ±PGRJ -2013) O 
elemento do ato administrativo segundo o qual todo ato deve ser 
praticado visando o interesse público é: 
(A) forma 
(B) competência 
(C) finalidade 
(D) objeto 
A finalidade é o resultado específico que o agente quer alcançar 
com a prática do ato, é o efeito que ele deseja produzir ao praticar o 
ato, visando ao interesse público. 
*DEDULWR��/HWUD�³F´ 
 
8. (FCC-2011-TRF-1ª REG-Técnico Judiciário) O motivo do ato 
administrativo 
a) é sempre vinculado. 
b) implica a anulação do ato, quando ausente o referido motivo. 
c) sucede à prática do ato administrativo. 
d) corresponde ao efeito jurídico imediato que o ato administrativo 
produz. 
e) não implica a anulação do ato, quando falso o aludido motivo. 
 
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Letra (A). O motivo e o objeto são os requisitos do ato 
administrativo que podem ser tanto vinculados como discricionários. 
Logo, está INCORRETA. 
Letra (B). O motivo é a causa imediata dos atos administrativos 
ocorrida no mundo dos fatos, ele é pressuposto que serve de 
fundamento para o ato. Assim, se ausente o motivo, ocorre a anulação 
do ato. Logo, está CORRETA. 
Letra (C). O motivo do ato administrativo antecede à prática do 
ato. Logo, está INCORRETA. 
Letra (D). O motivo é a causa imediata do ato administrativo e não 
o efeito imediato. Logo, está INCORETA. 
Letra (E). A indicação de motivo falso invalida o ato administrativo. 
Logo, está INCORRETA. 
Gabarito: B 
 
9. (Prefeitura do RJ ± Prefeitura do RJ ±Agente Administrativo -
2011) Em certos atos, a lei permite ao agente proceder a uma avaliação 
de conduta, ponderando os aspectos de conveniência e à oportunidade 
relacionados com o mérito administrativo e que abrangem os seguintes 
elementos: 
(A) competência e forma 
(B) forma e motivo 
(C) motivo e objeto 
(D) competência e objeto 
 
Tratando-se de aspectos relacionados à conveniência e à 
oportunidade, a discricionariedade do agente se limita ao motivo e 
objeto do ato, pois os outros aspectos são determinados por lei. 
Gabarito: Letra c 
 
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10. (Prefeitura do RJ ± Guarda Municipal ±CGRJ -2011) Um 
exemplo típico de espécie de ato administrativo quanto à forma de 
exteriorização é: 
(A) o contrato 
(B) o decreto 
(C) a lei 
(D) a sentença 
O decreto é uma espécie de ato administrativo que se configura 
como um ato exterior, pois possui efeitos além da esfera ao qual foi 
originado. 
*DEDULWR��/HWUD�³%´ 
 
11. (CESGRANRIO - 2010 - BACEN - Técnico do Banco Central) 
Em relação aos atos administrativos, analise as assertivas abaixo. 
I - Os elementos dos atos administrativos são competência, forma, 
motivo, objeto e finalidade. 
II - Os atos administrativos discricionários não são passíveis de 
revogação pela própria Administração Pública, mas estão sujeitos a 
controle judicial, inclusive no que tange ao mérito administrativo. 
III - O direito da Administração Pública de anular os atos 
administrativos de que decorram efeitos favoráveis para seus 
destinatários, em âmbito federal, decai em cinco anos, contados da 
data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. 
É (São) correta(s) APENAS a(s) assertiva(s) 
a) I. 
b) I e II. 
c) I e III. 
d) II . 
e) III. 
Os elementos dos atos administrativos são: competência, 
finalidade, forma, motivo e objeto. Os atos administrativos 
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discricionários são passíveis de revogação pela própria Administração 
Pública. A revogação é a retirada, do mundo jurídico, de um ato válido, 
mas que, segundo critério discricionário da Administração, tornou-se 
inoportuno ou inconveniente. Caso a Administração não anule o eivado 
de ilegalidade, ocorre a convalidação por decurso de prazo de 5 anos 
(decadencial), salvo se comprovada má-fé do beneficiário. 
*DEDULWR��/HWUD�³F´� 
 
12. (FUNCAB ± 2010 ± IDAF/ES ± Administrador) Para Hely 
Lopes Meireles, ato administrativo é o mesmo que ato jurídico, isto é, 
todo aquele que tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, 
modificar, ou extinguir direitos. 
Considerando os elementos necessários à formação do ato 
administrativo, assinale a assertiva correta. 
A) São necessários, mas não suficientes à formação do ato 
administrativo: competência e finalidade. 
B) São necessários e suficientes à formação do ato administrativo: 
competência, forma e motivo. 
C) A finalidade pública é que torna o ato administrativo idêntico ao 
ato jurídico. 
D) São necessários, mas não suficientes à formação do ato 
administrativo: forma e objeto. 
E) A finalidade pública e o objeto são suficientes para a formação 
do ato administrativo. 
Os elementos do ato administrativo são: competência, forma, 
objeto, motivo e finalidade, portanto aúnica alternativa possível é a 
³D´��e�LPSRUWDQWH�PHPRUL]DU�HVWHV�HOHPHQWRV��VmR�PXLWR�FREUDGRV�QRV�
concursos! 
A letra D está errada, pois a forma só é necessária para a formação 
do ato quando a lei expressamente a prevê. 
Gabarito: A 
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13. (FUNCAB ± 2010 ± DER/R0 ± Administrador) Sobre 
descentralização e delegação de competência, assinale a alternativa 
correta. 
A) A delegação de competência é utilizada como instrumento de 
centralização administrativa. 
B) A delegação de competência deve ser utilizada com o objetivo 
de assegurar maior rapidez e objetividade às decisões, situando-as na 
proximidade dos fatos, pessoas ou problemas a atender. 
C) A descentralização implica a realização das atividades 
administrativas por intermédio dos inúmeros órgãos e agentes que 
compõem a estrutura funcional da Administração Direta. 
D) O ato de delegação é sempre genérico, e independe de 
indicação da autoridade delegante, da autoridade delegada e das 
atribuições objeto de delegação. 
E) Não é permitida a delegação de competência no âmbito da 
Administração Pública brasileira. 
 
A delegação de competência é um ato administrativo que visa a 
aproximação da Administração Pública ao cidadão, buscando atender 
seus ensejos de forma mais imediata e célere. Ela é um instrumento de 
descentralização administrativa ± e não de centralização. Logo a 
alternativa ³D´�HVWi�HUUDGD�H�D ³E´�HVWi�FRUUHWD� 
Se você já estudou administração direta e indireta sabe que a 
desconcentração está afeta à redistribuição interna de competência 
entre órgãos criados dentro de uma mesma pessoa jurídica componente 
da estrutura da Administração e que a descentralização implica na 
realização de atividades administrativas por meio de outras pessoas 
MXUtGLFDV�FULDGDV�QD�HVWUXWXUD�GR�(VWDGR��$VVLP��R�LWHP�³F´�HVWi�HUUDGR�� 
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O ato de delegação deve ser específico, indicando para qual 
autoridade se está fazendo a delegação e qual é o objeto da mesma. 
,WHP�³G´�HUUDGR� 
ObviamHQWH�� D� OHWUD� ³H´� HVWi� HUUDGD�� SRLV� D� GHOHJDomR� p� VLP�
admitida na Administração Pública brasileira. 
Gabarito: B 
 
14. (FCC ± 2015 ± TRT 6ª Região (PE) ± Juiz do Trabalho 
Substituto) O Diretor de uma escola da rede pública, com base em 
juízo de conveniência e oportunidade, concedeu autorização a uma 
entidade privada para utilizar salas de aula durante os finais de 
semana, para oferecer aos pais dos alunos e à população em geral 
serviços de orientação profissional. Como pressupostos declarados 
pelo Diretor no ato de edição da referida autorização, constou, com 
destaque, a ampla experiência da entidade privada no referido mister, 
com apresentação de dados que evidenciavam o sucesso dos 
programas por ela implementados. Posteriormente, restou comprovado 
que os referidos pressupostos eram falsos, o que levou ao 
questionamento acerca da validade da autorização concedida. Na 
situação narrada, o ato praticado pelo Diretor 
a) somente poderá ser invalidado, com base na Teoria dos 
Motivos Determinantes, se comprovada a insubsistência de 
pressupostos de direito para a sua edição. 
b) é considerado válido, por ser de natureza discricionária e 
prescindir de motivação fática, podendo, contudo, ser revogado de 
acordo com novo juízo de conveniência e oportunidade. 
c) deve ser considerado inválido, em face da ausência de 
correspondência entre a realidade e os motivos de fato indicados para a 
sua edição. 
d) não pode ser invalidado, eis que a Teoria dos Motivos 
determinantes se aplica a atos vinculados, exclusivamente. 
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e) pode ser anulado, pela própria autoridade que o praticou ou 
por superior hierárquico, mediante novo juízo de conveniência e 
oportunidade. 
 
Letra (A). Se houver insubsistência nos pressupostos de fato, 
o ato administrativo também poderá ser invalidado. Logo, está 
INCORRETA. 
Letra (B). De acordo com a teoria dos motivos determinantes, 
mesmo o ato administrativo sendo discricionário e não exigindo a 
declaração do motivo, uma vez que o administrador decidiu declará-lo, 
como ocorreu na situação da questão, ele fica vinculado às razões de 
fato e de direito que o levaram à prática do ato. Assim, o ato é inválido 
se o motivo declarado for insubsistente, o que é o caso. Portanto, está 
ERRADA. 
Letra (C). Está CORRETA, levando em consideração o 
comentário acima. 
Letra (D). A teoria dos motivos determinantes aplica-se tanto 
a atos vinculados como a atos discricionários. Logo, está INCORRETA. 
Letra (E). O ato administrativo deve ser anulado, por ser 
inválido. A conveniência e a oportunidade referem-se à revogação, 
sendo que o caso da questão é de anulação. Portanto, está ERRADA. 
Gabarito: C 
 
15. (VUNESP ± 2015 ± PC/CE ± Escrivão de Polícia Civil de 
1ª Classe) Com relação à teoria dos motivos determinantes, é correto 
afirmar que 
a) na formulação dos atos administrativos compostos, 
dependerá sempre da bilateralidade de vontades. 
b) mesmo que um ato administrativo seja discricionário, não 
exigindo, portanto, expressa motivação, esta, se existir, passa a 
vincular o agente. 
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c) a aplicação mais importante dessa teoria incide sobre os 
atos administrativos vinculados. 
d) baseia-se no princípio de que o motivo do ato 
administrativo não deve guardar compatibilidade com a situação de fato 
que gerou a manifestação de vontade. 
e) apenas orienta a formulação dos atos administrativos 
complexos. 
 
Letra (A). O ato composto depende de mais de uma 
manifestação de vontade dentro de um mesmo órgão, em patamar de 
desigualdade (a vontade de um é instrumental em relação à do outro 
que edita o ato principal). Assim, uma vontade é a principal e a outra é 
secundária. Portanto, está ERRADA. 
Letra (B). De acordo com a teoria dos motivos determinantes, 
mesmo o ato administrativo sendo discricionário e não exigindo a 
declaração do motivo, uma vez que o administrador decidiu declará-lo, 
como ocorreu na situação da questão, ele fica vinculado às razões de 
fato e de direito que o levaram à prática do ato. Logo, está CORRETA. 
Letra (C). A aplicação mais importante dessa teoria incide 
sobre os atos discricionários e não vinculados, uma vez que existe 
maior liberdade de atuação do administrador. Portanto, está 
INCORRETA. 
Letra (D). Pelo contrário, deve sim guardar compatibilidade. 
Logo, está ERRADA. 
Letra (E). Orienta a formulação de todos os atos 
administrativos. Portanto, está INCORRETA. 
Gabarito:

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