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Aula 06 deveres e responsabilidades dos servidores públicos civis

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Aula 06
Noções de Direito Administrativo p/ Polícia Civil-PA (Investigador, Escrivão e
Papiloscopista)
Professor: Daniel Mesquita
Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e 
Escrivão. 
Teoria e exercícios comentados. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 06 
 
 
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AULA 06: Regimes jurídicos. Deveres. Responsabilidades 
 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO À AULA 06 2 
2. REGIME DISCIPLINAR 2 
2.1 DOS DEVERES 6 
2.2 DAS PROIBIÇÕES 7 
2.2.1 DA ACUMULAÇÃO 9 
2.3 DAS PENALIDADES 12 
3. DAS RESPONSABILIDADES 24 
3.1 RESPONSABILIDADE CIVIL 24 
3.2 RESPONSABILIDADE PENAL 25 
3.3 RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA 27 
4. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR 27 
4.1. REVISÃO 45 
5. RESUMO DA AULA 48 
6. QUESTÕES 65 
7. REFERÊNCIAS 66 
 
 
 
 
 
 
 
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Escrivão. 
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1. Introdução à aula 06 
 
Bem vindos à nossa aula de Direito Administrativo para o PCPA ±
Investigador e Escrivão. 
Nesta aula 06, abordaremos a matéria ³10. deveres e 
responsabilidades dos servidores públicos civis. Lei nº 5.810, de 24 de 
janeiro de 1994´ 
Não se esqueça de que, ao final, você terá um resumo da aula e as 
questões tratadas ao longo dela. Use esses pontos da aula na véspera 
da prova! 
Chega de papo, vamos à luta! 
 
 
2. Regime Disciplinar 
 
Você já sabe que a Administração goza do poder disciplinar. 
O poder disciplinar é um poder-dever que cabe à Administração de 
examinar infrações cometidas por servidores públicos e demais 
pessoas com vínculo jurídico específico, sujeitas à disciplina 
administrativa. Podendo ainda aplicar penalidades se necessário após 
a devida averiguação dos fatos. 
Esse poder disciplinar está intimamente ligado ao poder 
hierárquico. No momento em que a administração exerce o controle 
interno das pessoas a ela vinculadas, exerce o poder disciplinar em uma 
relação decorrente do poder hierárquico. 
 
Se aos agentes superiores competem o comando e o dever de 
fiscalizar, é resultado natural a possibilidade de exigir o cumprimento 
das ordens e regras legais e, caso não ocorra, aplicar a respectiva 
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penalidade. Assim, para os servidores públicos, a possibilidade de 
aplicação de sanção decorre da existência de hierarquia. 
Esse poder não abrange as sanções impostas aos 
particulares, uma vez que eles não estão sujeitos à disciplina interna da 
Administração e, nesse caso, as medidas punitivas fundamentam-se no 
Poder de Polícia do Estado. 
Nos contratos administrativos regidos pela Lei nº 8.666/93 não há 
hierarquia. Apesar das cláusulas exorbitantes nos contratos 
administrativos, a Administração e o particular contratado não se 
situam em uma relação de subordinação. 
Contudo, as bancas vêm adotando cegamente o 
posicionamento doutrinário de Vicente de Paulo e Marcelo Alexandrino 
de que as sanções administrativas a que se sujeitam os contratados 
GHFRUUHP� GR� SRGHU� GLVFLSOLQDU�� XPD� YH]� TXH� HVWH� VHULD� ³XP� YtQFXOR�
juríGLFR�HVSHFtILFR´�� 
Por isso, fique atento: para concurso, o poder disciplinar 
fundamenta as sanções aplicadas nos contratos administrativos. 
Normalmente, se diz que o Poder Disciplinar é discricionário. Essa 
afirmação decorre, por exemplo, da margem que o administrador tem 
ao aplicar a pena de suspensão, por exemplo. A lei define que o prazo 
de suspensão é de até 90 dias, assim, fica ao juízo discricionário do 
administrador escolher se aplica 5, 10, 30 ou 90 dias de suspensão ao 
servidor, por exemplo. 
Segundo Fernanda Marinela, contudo, não se pode afirmar que o 
Poder Disciplinar é sempre discricionário. A liberdade e o juízo de valor 
do administrador (= a discricionariedade) estão presentes na amplitude 
da infração funcional (levando em consideração a natureza e a 
gravidade da infração e os danos para o serviço público ± Exemplo 
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clássico: qual a sanção de suspensão será aplicada? 5 dias, 10 ou 90?), 
na definição de seu conteúdo (em razão das expressões imprecisas 
contidas na lei), devendo respeitar sempre os princípios constitucionais. 
Contudo, a instauração do processo, sua construção e a aplicação 
da sanção correspondente estão determinadas na lei, não tendo o 
agente público liberdade sobre eles. Assim, ao se ver diante de uma 
situação que possa se configurar infração funcional, o administrador 
tem o dever de determinar a abertura do processo (não há 
discricionariedade aqui, o ato é vinculado). Noutro giro, se a lei definir 
que o servidor que praticar crime contra a Administração sofrerá a pena 
de demissão, a decisão do administrador só poderá ser a de demitir o 
servidor se o processo demonstrar a ocorrência de crime. 
Assim, nem sempre o Poder Disciplinar é discricionário. 
 Por força dos princípios da proporcionalidade, 
dignidade da pessoa humana e culpabilidade, aplicáveis ao regime 
jurídico disciplinar, não há juízo de discricionariedade no ato 
administrativo que impõe sanção a Servidor Público em razão do 
cometimento de infração disciplinar, de sorte que o controle 
jurisdicional é amplo, não se limitando, portanto, somente aos aspectos 
formais (MS 13.083/DF, STJ ± Terceira Seção, Rel. Min. Napoleão Nunes 
Maia Filho, julgamento: 13.05.2009, DJe: 04.06.2009) (grifo nosso). 
CUIDADO: Quando o assunto é o julgamento pela 
aplicação de pena para crimes e contravenções próprias do Código 
Penal pelo Poder Judiciário, não há manifestação do poder 
disciplinar. Nesse caso, o poder público está exercendo poder punitivo 
do Estado e não o poder disciplinar, objetivando a defesa da ordem 
pública. 
Convém destacar que, diante do fato concreto, é possível a 
tipificação de uma mesma conduta como ilícito civil, administrativo e 
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penal, admitindo-se a instauração dos três processos com competências 
diferentes, os quais se submetem à regra da independência das 
instâncias (possibilidade de decisões diferentes), salvo casos 
excepcionais. 
A principal possibilidade de comunicação/vinculação entre os 
processos decorre da absolvição penal com o reconhecimento de 
inexistência de fato e negativa de autoria. 
 
³������ ,,,� ± A independência entre as instâncias penal, civil e 
administrativa, consagrada na doutrina e na jurisprudência, permite à 
Administração impor punição disciplinar ao servidor faltoso à revelia de 
anterior julgamento no âmbito criminal, mesmo que a conduta 
imputada configure crime em tese. Somente em faceda negativa de 
autoria ou inexistência do fato, a senetença criminal produzirá 
efeitos na seara administrativa, sendo certo que a eventual extinção 
da punibilidade na esfera criminal ± in casu pela suspensão condicional 
do processo ± não obsta a aplicação da punição na esfera 
administrativa. Precedentes. IV ± A sanção administrativa é aplicada 
para salvaguardar os interesses exclusivamente funcionais da 
Administração Pública, enquanto a sanção criminal destina-se à 
proteção da coletividade. �����´� �506��������*2��67-�± Quinta Turma, 
Rel. Min. Gilson Dipp, julg: 02.05.2006, DJ: 29.05.2006). 
Importante ressaltar, ainda, que o Poder Disciplinar também está 
sujeito ao controle pelo Poder Judiciário, sempre que a conduta do 
administrador contrariar a regra legal. 
 
Embora o Judiciário não possa substituir-se à Administração na 
punição do servidor, pode determinar a esta, em homenagem ao 
princípio da proporcionalidade, a aplicação de pena menos severa, 
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compatível com a falta cometida e a previsão legal (RMS 24.901/DF, 
Rel. Min. Maurício Corrêa, DJ: 11.06.2004). 
A Lei 5.810/94 dispõe, em linhas gerais, como deve ser exercido 
esse poder disciplinar com relação ao servidor público. 
O regime disciplinar encontra previsão no título VI da Lei 
5.810/94. Os seus capítulos dispõem: Capítulo I- Dos Deveres; II- Das 
Proibições; III- Das Responsabilidades; IV- Das Penalidades e sua 
Aplicação. Veremos a seguir cada um desses capítulos. Além disso, 
veremos ainda o Capítulo V da referida lei, que trata do Processo 
Administrativo Disciplinar. 
 
2.1 Dos Deveres 
 
Com relação aos deveres, vale a transcrição do art. 177 da Lei 
5.810/94: 
Art. 177. São deveres do servidor: 
I - assiduidade e pontualidade; 
II - urbanidade; 
III - discrição; 
IV - obediência às ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais; 
V - exercício pessoal das atribuições; 
VI - observância aos princípios éticos, morais, às leis e regulamentos; 
VII - atualização de seus dados pessoais e de seus dependentes; 
VIII - representação contra as ordens manifestamente ilegais e contra 
irregularidades; 
IX - atender com presteza: 
a) às requisições para a defesa do Estado; 
b) às informações, documentos e providências solicitadas por autoridades 
judiciárias ou administrativas; 
c) à expedição de certidões para a defesa de direitos, para a argüição de 
ilegalidade ou abuso de autoridade 
 
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PRESTE BEM ATENÇAO PARA O DEVER INSERTO 
NO INCISO VIII: representação contra as ordens 
manifestamente ilegais e contra irregularidades. 
E se o servidor receber uma ordem ilegal o que ele deve 
fazer? 
O servidor não deverá cumpri-la e, além disso, neste momento 
também aparece o dever do servidor de representar contra o superior 
que lhe deu a ordem. 
A representação de que trata o inciso VIII será encaminhada pela 
via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a 
qual é formulada, assegurando-se ao representando ampla defesa. 
Cada um dos deveres violados terá uma sanção disciplinar, 
observada a previsão legal e o devido processo administrativo. 
 
2.2 Das Proibições 
 
Além dos deveres, a Lei 5.810/94 arrola várias proibições. Estas 
são específicas e a lei comina a sanção que deverá ser aplicada caso o 
agente incorra em cada uma delas. 
Vejamos a classificação das proibições de acordo com as 
penalidades aplicadas: 
1. Proibições que acarretam repreensão: 
 Art. 188. A pena de repreensão será aplicada nas infrações de natureza leve, 
em caso de falta de cumprimento dos deveres ou das proibições, na forma 
que dispuser o regulamento. 
 
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2. Proibições que se infringidas têm por consequência a 
suspensão: 
Art. 178. É vedado ao servidor: 
VII - participar de gerência ou administração de empresa privada, de 
sociedade civil, ou exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, 
cotista ou comanditário; 
XI - referir-se, de modo ofensivo, a servidor público e a ato da 
Administração; 
XII - utilizar-se do anonimato, ou de provas obtidas ilicitamente; 
XIV - omitir-se no zelo e conservação dos bens e documentos públicos; 
XVII - praticar ato lesivo ao patrimônio Estadual; 
 
Lembre-se que, nos casos de reincidência em que o servidor já 
foi penalizado com a repreensão, a suspenção poderá ser aplicada. 
Além disso, a suspensão é de aplicação residual, ou seja, se não 
houver previsão de outra penalidade, a suspensão deve ser aplicada. 
 
3. Poderá ocasionar a demissão 
 Art. 190. A pena de demissão será aplicada nos casos de: 
I - crime contra a Administração Pública, nos termos da lei penal; 
II - abandono de cargo; 
III - faltas ao serviço, sem causa justificada, por 60 (sessenta) dias 
intercaladamente, durante o período de 12 (doze) meses; 
IV - improbidade administrativa; 
V - incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição; 
VI - insubordinação grave em serviço; 
VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima 
defesa própria ou de outrem; 
VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos; 
IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo; 
X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio estadual; 
XI - corrupção; 
XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas; 
XIII - lograr proveito pessoal ou de outrem, valendo-se do cargo, em 
detrimento da dignidade da função pública; 
XIV - participação em gerência ou administração de empresa privada, de 
sociedade civil, ou exercício do comércio, exceto na qualidade de acionista, 
cotista ou comanditário; 
XV - atuação, como procurador ou intermediário, junto a repartições 
públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou 
assistenciais a parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro; 
XVI - recebimento de propina, comissão, presente ou vantagem de 
qualquer espécie, em razão de suas atribuições; 
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XVII - aceitação de comissão, emprego ou pensão de Estado estrangeiro; 
XVIII - prática de usura sob qualquer de suas formas; 
XIX - procedimento desidioso; 
XX - utilização de pessoal ou recursos materiais de repartição em serviços 
ou atividades particulares. 
 
 Perceba que se trata de situações bem mais graves, em que se 
aplica a pena de demissão, extinguindo-se o vínculo entre o servidor e a 
Administração Pública. 
 
 
 
2.2.1 Da acumulação 
 
A regra geral é a vedação à acumulação. Assim, somente nas 
hipóteses expressamente previstas no texto constitucional será ela 
lícita, mesmo assim, quando houver compatibilidade dehorários. 
 
1) Não é possível a acumulação de dois cargos públicos quando a 
soma da carga horária referente aos dois cargos ultrapassar o 
limite máximo de 60 horas semanais. Assim, é vedada a 
acumulação de um cargo de professor com outro técnico ou 
científico quando a jornada de trabalho semanal ultrapassar o 
limite máximo de 60 horas semanais. STJ. 2ª Turma. REsp 
1.565.429-SE, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 
24/11/2015 (Info 576). 
 
2) É possível a acumulação de um cargo público de professor com 
outro de intérprete e tradutor da Língua Brasileira de Sinais 
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(LIBRAS). STJ. 2ª Turma. REsp 1.569.547-RN, Rel. Min. 
Humberto Martins, julgado em 15/12/2015 (Info 575). 
 A vedação só existe quando ambos os cargos, empregos ou 
funções forem remunerados. As exceções somente admitem dois 
cargos, empregos ou funções, inexistindo qualquer hipótese de tríplice 
acumulação, a não ser que uma das funções não seja remunerada. 
 
 A proibição de acumular estende-se a empregos e funções e 
abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de 
economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou 
indiretamente, pelo poder público. 
 Quando houver compatibilidade de horários, é possível 
acumular, quando o servidor está em atividade nos dois cargos e recebe 
remuneração em ambos ou quando o servidor está aposentado nos dois 
cargos e recebe proventos em ambos: 
1. Dois cargos de PROFESSOR; 
2. Um cargo de PROFESSOR com outro, TÉCNICO OU 
CIENTÍFICO; 
Cargo técnico "é aquele que requer conhecimento específico na 
área de atuação do profissional, com habilitação específica de 
grau universitário ou profissionalizante de 2º grau" (STJ. 2ª 
Turma. RMS 42.392/AC, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado 
em 10/02/2015). 
Cargo científico "é o conjunto de atribuições cuja execução tem 
por finalidade a investigação coordenada e sistematizada de 
fatos, predominantemente de especulação, visando a ampliar o 
conhecimento humano." (STJ. 5ª Turma. RMS 28.644/AP, Rel. 
Min. Laurita Vaz, julgado em 06/12/2011). 
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3. Dois cargos ou empregos PRIVATIVOS DE 
PROFISSIONAIS DE SAÚDE, com profissões 
regulamentadas. 
Lembre-se que, nesses casos, a soma das duas remunerações 
não pode ultrapassar o teto remuneratório previsto no art. 37, inciso IX, 
da CF. 
O servidor não poderá exercer mais de um cargo em comissão. A 
proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange 
autarquias, fundações mantidas pelo Poder Público, empresas públicas, 
sociedades de economia mista, da União, Distrito Federal, dos Estados, 
dos Territórios e dos Municípios, não se aplicando, porém, ao 
aposentado, quando investido em cargo comissionado. 
 Importante notar a existência, no texto 
constitucional, de outras hipóteses em que é lícita a acumulação 
remunerada, a saber: 
1. Permissão de acumulação para os VEREADORES, desde 
que haja compatibilidade de horários e condicionada ao 
limite remuneratório do art. 37, XI, CF; 
Lembrando que, no caso de mandato eletivo federal, 
estadual ou distrital, não há acumulação de cargos nem 
direito de optar pela remuneração; já no caso de mandato 
de prefeito, embora também não possa acumular, pode 
optar pela remuneração que quer receber (OBS: aplica-se a 
mesma regra do prefeito para quando o mandato for de 
vereador e inexistir compatibilidade de horários). 
2. Permissão para os JUÍZES exercerem o MAGISTÉRIO; 
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3. Permissão para os MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
exercerem o MAGISTÉRIO. 
A proibição de acumular é a mais ampla possível, abrangendo, 
salvo as exceções constitucionalmente previstas, qualquer agente 
público remunerado em qualquer poder ou esfera da Federação. 
A acumulação será havida de boa-fé, até final conclusão de 
processo administrativo. 
 
2.3 Das Penalidades 
 
O servidor estará sujeito às penalidades sempre que descumprir 
suas obrigações e faltar com seus deveres, devendo ser observado o 
devido processo legal. 
Por devido processo legal se entende tanto a necessidade de se 
observar o procedimento previsto em lei para se aplicar a penalidade 
(não pode o superior hierárquico criar um procedimento para punir um 
subordinado, ele deve seguir o rito que a lei prevê) como a necessidade 
de aplicar, tão somente, as infrações previstas na lei de acordo com a 
conduta praticada pelo servidor (devido processo legal substancial). 
Esses postulados decorrem dos seguintes dispositivos do art. 5º 
da Constituição de 1988: 
Art. 5º 
(...) 
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido 
processo legal; 
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em 
geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e 
recursos a ela inerentes;. 
 
O artigo 183 da Lei nº 5.810/94 prevê as penalidades 
disciplinares: 
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Art. 183. São penas disciplinares: 
I - repreensão; 
II - suspensão; 
III - demissão: 
IV - destituição de cargo em comissão ou de função gratificada; 
V - cassação de aposentadoria ou de disponibilidade. 
 
Perceba que o rol traz 5 penas, da mais branda (repreensão) até 
a mais grave (demissão e cassação de aposentadoria ou 
disponibilidade). 
A demissão e a cassação de aposentadoria e da disponibilidade 
são equivalentes, pois não faz sentido aplicar a demissão a um servidor 
que já se aposentou. Nesse caso, o que faz sentido é destituir a 
aposentadoria desse servidor, pois ele já não está trabalhando e vai 
passar a não perceber nenhum valor, interrompendo seu vínculo com o 
serviço público. 
Veja que a remoção de ofício não é uma sanção disciplinar e não 
pode ser utilizada para esse fim, sob pena de se caracterizar num 
desvio de finalidade. Nesse passo, vale destacar que o administrador 
não poderá inovar nas sanções a serem aplicadas no servidor (não pode 
criar uma nova sanção), tal dispositivo é numerus clausus. 
Você deve ter observado que há uma discricionariedade no grau 
de aplicação da pena, por isso sempre será analisado a natureza e a 
gravidade da infração cometida, bem como o princípio da 
proporcionalidade. 
ATENÇÃO: Também se verifica, ao aplicar a penalidade, o 
tamanho do dano para o serviço público, as circunstâncias 
agravantes ou atenuantes e os antecedentes funcionais. 
 Veja o seguinte dispositivo da Lei nº 5.810/94: 
Art. 184. Na aplicação das penalidades serão considerados cumulativamente: 
I - os danos decorrentes do fato para o serviço público;II - a natureza e a gravidade da infração e as circunstâncias em que foi 
praticada; 
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III - a repercussão do fato; 
IV - os antecedentes funcionais. 
Parágrafo único. O ato de imposição da penalidade mencionará sempre o 
fundamento legal e a causa da sanção disciplinar. 
 
Vamos a cada uma das penalidades? 
 
a) REPREENSÃO: nas infrações de natureza leve, em caso de falta 
de cumprimento dos deveres ou das proibições, na forma que 
dispuser o regulamento. 
Destacamos ainda que a repreensão será por portaria, a em 
180 (cento e oitenta) dias, quanto à repreensão. O prazo de 
prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou 
conhecido. 
 
b) SUSPENSÃO: A pena de suspensão, que não exceder a 90 
(noventa) dias, será aplicada em caso de falta grave, 
reincidência, ou infração ao disposto no art. 178, VII, XI, XII, 
XIV e XVII. 
Lembre-se das hipóteses que ensejam a suspensão: 
Art. 178. É vedado ao servidor: 
VII - participar de gerência ou administração de empresa privada, de 
sociedade civil, ou exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, 
cotista ou comanditário; 
XI - referir-se, de modo ofensivo, a servidor público e a ato da 
Administração; 
XII - utilizar-se do anonimato, ou de provas obtidas ilicitamente; 
XIV - omitir-se no zelo e conservação dos bens e documentos públicos; 
XVII - praticar ato lesivo ao patrimônio Estadual; 
 Quando for conveniente ao serviço público, a 
penalidade de suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 
50% (cinqüenta por cento) por dia de vencimento ou remuneração, 
ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço (art. 189, §2º). 
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Essa hipótese é menos prejudicial ao servidor, uma vez que no 
período da suspensão ele fica sem receber os seus vencimentos. 
CUIDADO! Dentre as penalidades expostas no art. 183 da Lei 
5.810/94 QmR�H[LVWH�D�³SHQD�GH�PXOWD´��D�PXOWD�VHUi�DSOLFDGD�VRPHQWH�
no caso de conversão da suspensão. 
O cancelamento do registro da suspensão só se dará após 2 anos 
de efetivo exercício, desde que não praticada nova infração disciplinar. 
A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar 
interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por autoridade 
competente. 
Mais uma vez, isso deve ficar claro: O servidor, enquanto 
suspenso, perderá os direitos e vantagens de natureza pecuniária, 
exceto o salário-família. 
 
 
c) DEMISSÃO: Neste caso não há cancelamento do registro da 
pena, o servidor perde o seu vinculo com a Administração e deixa de 
prestar o serviço público. Vimos acima proibições que ensejam a 
demissão, se descumpridas. 
Para que você não esqueça, vamos relembrar as hipóteses: 
 Art. 190 - a pena de demissão será aplicada nos casos de: 
I - crime contra a Administração Pública, nos termos da lei penal; 
II - abandono de cargo; 
III - faltas ao serviço, sem causa justificada, por 60 (sessenta) dias 
intercaladamente, durante o período de 12 (doze) meses; 
IV - improbidade administrativa; 
V - incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição; 
VI - insubordinação grave em serviço; 
VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima 
defesa própria ou de outrem; 
VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos; 
IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo; 
X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio estadual; 
XI - corrupção; 
XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas; 
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XIII - lograr proveito pessoal ou de outrem, valendo-se do cargo, em 
detrimento da dignidade da função pública; 
XIV - participação em gerência ou administração de empresa privada, de 
sociedade civil, ou exercício do comércio, exceto na qualidade de acionista, 
cotista ou comanditário; 
XV - atuação, como procurador ou intermediário, junto a repartições 
públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou 
assistenciais a parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro; 
XVI - recebimento de propina, comissão, presente ou vantagem de 
qualquer espécie, em razão de suas atribuições; 
XVII - aceitação de comissão, emprego ou pensão de Estado estrangeiro; 
XVIII - prática de usura sob qualquer de suas formas; 
XIX - procedimento desidioso; 
XX - utilização de pessoal ou recursos materiais de repartição em serviços 
ou atividades particulares. 
 
Veja que os fatos que ensejam a demissão são fatos graves 
(aplicar irregularmente dinheiro público, corrupção, incontinência 
pública, improbidade administrativa, praticar crime contra a 
administração, bater em um colega de trabalho, revelar segredo do 
cargo etc.). 
 
O que é considerado abandono de cargo, uma das situações que 
geram a aplicação de pena de demissão??? A ausência intencional do 
servidor ao serviço por mais de 30 dias consecutivos (art. 190, §2º). 
E a inassiduidade habitual, que também gera demissão??? 
Consiste na falta ao serviço, sem causa justificada, por período igual ou 
superior a 60 dias intercaladamente, durante o período de 12 meses 
(art. 190, III). 
Dessa forma, a demissão está vinculada a uma das situações 
específicas. Isso quer dizer que a pena de demissão é um ato 
vinculado, ou seja, ocorrida uma das hipóteses descritas no quadro, o 
julgador deve aplicar a sanção de demissão ± ele não tem escolha! 
 
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d) Cassação de aposentadoria ou indisponibilidade: Será 
aplicada no caso do inativo que houver cometido, na atividade, falta 
punível com a demissão. 
Sobre a cassação de aposentadoria, você deve saber que o direito 
de requerer também prescreve em 5 dias. 
Para este fato é necessário que haja prévio processo 
administrativo, entenda que a instaura. Esta pena será aplicada nos 
seguintes casos: 
x Aceitou ilegalmente cargo ou função pública; 
x Aceitou ilegalmente representação, comissão, emprego ou 
pensão de Estado estrangeiro; 
x Praticou a usura em qualquer de suas formas; 
x Não assumiu no prazo legal o exercício do cargo em que foi 
aproveitado. 
 
 
e) Destituição de cargo em comissão: será aplicada ao não 
ocupante de cargo efetivo nos casos de infração sujeita à penalidade de 
demissão (Art. 192 da Lei 5.810/94). 
Se o servidor tiver sido exonerado do cargo em comissão a pedido 
ou a critério da autoridade competente, na forma do art. 60 da Lei nº 
5.810/94, e constatar-se a ocorrência de infração sujeita às penalidades 
de suspensão ou demissão, será convertida em destituição de cargo em 
comissão ou de função gratificada 
 Por fim, com relação às penalidades, você deveatentar-se para o 
disposto nos arts. 190 e 193 da Lei nº 5.810/94, que revela hipóteses 
em que (IV) improbidade administrativa; (VIII) aplicação irregular de 
dinheiros públicos; (X) lesão aos cofres públicos e dilapidação do 
patrimônio estadual e (XI) corrupção. 
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Art. 136. A demissão ou a destituição de cargo em comissão, nos casos dos 
incisos IV, VIII, X e XI do art. 132, implica a indisponibilidade dos bens e 
o ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação penal cabível. 
São as seguintes hipóteses: 
IV - improbidade administrativa; 
VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos; 
X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; 
XI - corrupção; 
 
(I) o servidor demitido vai estar incompatível para outro cargo 
público ESTADUAL por 5 anos: 
x lograr proveito pessoal ou de outrem, valendo-se do cargo, em 
detrimento da dignidade da 
x atuação, como procurador ou intermediário, junto a repartições 
públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou 
assistenciais a parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou 
companheiro; 
Art. 195 - A demissão ou a destituição de cargo em comissão ou de função 
gratificada, nas hipóteses do art. 190, incisos XIII e XV, incompatibiliza o 
servidor para nova investidura em cargo público estadual, pelo prazo de 5 
(cinco) anos. 
 
(III) o servidor nunca poderá retornar ao serviço público estadual e 
DLQGD�VHUi�DSOLFDGD�D�QRWD�³D�EHP�GR�VHUYLoR�S~EOLFR´: 
x crime contra a administração pública; 
x improbidade administrativa; 
x aplicação irregular de dinheiros públicos; 
x lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio 
nacional; 
x corrupção; 
Art. 194 - A pena de demissão será aplicada com a nota "a bem do serviço 
público", sempre que o ato fundamentar-se no art. 190, incisos I, IV, VII, X e 
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XI. Parágrafo Único - O servidor demitido ou destituído do cargo em comissão 
ou da função gratificada, na hipótese prevista neste artigo, não poderá 
retornar ao serviço estadual. 
 
Não podemos encerrar este tópico sem mencionar que não é uma 
penalidade, mas encontra previsão da Lei nº 5.810/94 o 
afastamento preventivo. 
Esse afastamento é uma medida cautelar adotada pela 
Administração que afasta o servidor de suas funções, pelo prazo de até 
60 dias (pode ser prorrogado por uma só vez), para que ele não 
influa na apuração da irregularidade cometida por ele. 
ATENÇÃO: Nesse período, o servidor continua recebendo! 
Outra coisa bastante importante refere-se à competência para 
aplicação das penalidades, aplicando-se o disposto no art. 197 da Lei 
nº 5.810/94: 
 Art. 197 - As penalidades disciplinares serão aplicadas, observada a 
vinculação do servidor ao respectivo Poder, órgão ou entidade: 
I - pela autoridade competente para nomear em qualquer caso, e 
privativamente, nos casos de demissão, destituição e cassação de 
aposentadoria ou disponibilidade; 
II - pelos Secretários de Estado e dirigentes de órgão a estes equiparados, 
nos casos de suspensão superiores a 30 (trinta) dias; 
III - pelo chefe da repartição e outras autoridades, na forma dos respectivos 
regimentos ou regulamentos, nos casos de repreensão ou de suspensão até 
30 (trinta) dias. 
 
Ah, já ía me esquecendo da prescrição. Afinal, quando uma 
infração administrativo-disciplinar prescreve? Até quando os servidores 
ficarão sujeitos a uma punição se a Administração se mantiver inerte e 
não instaurar qualquer procedimento? 
Esses questionamentos são respondidos pelo seguinte dispositivo 
da Lei nº 5.810/94: 
 
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 Art. 198 - A ação disciplinar prescreverá: 
I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação 
de aposentadoria ou disponibilidade e destituição; 
II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão; 
III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à repreensão. 
§ 1°. - O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se 
tornou conhecido. 
§ 2°. - Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às infrações 
disciplinares capituladas também como crime. 
§ 3°. - A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar 
interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por autoridade 
competente. 
 
Assim como há uma autoridade julgadora para cada pena prevista, 
há um prazo prescricional para cada sanção, de forma que, quanto mais 
grave a penalidade, maior é o prazo prescricional. Como se viu, para a 
demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, a 
Administração deve promover a abertura de processo disciplinar em 5 
anos. 
Nos demais casos, salvo quando outro prazo por fixado em lei 
E qual o termo inicial para a contagem desses prazos, professor? 
A partir de quando começam a contar os 5 anos ou 120 dias? 
O termo inicial é a data em que o fato tornou-se conhecido 
pela Administração. Na data da publicação do ato impugnado ou da 
data da ciência pelo interessado, quando o ato não for publicado. 
Outro ponto que você deve saber sobre a prescrição é de que, na 
hipótese em que um ilícito administrativo seja também um crime (ex: 
corrupção), a prescrição administrativa segue o prazo da prescrição 
criminal (que costuma ser maior). Contudo, MUITA ATENÇÃO, isso só 
ocorre se já aberto o processo criminal de apuração da conduta do 
servidor. 
Leia com atenção o seguinte trecho de julgados do Superior 
Tribunal de Justiça: 
DIREITO ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. 
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INQUÉRITO CIVIL INSTAURADO PELO MINISTÉRIO PÚBLICO PARA 
INVESTIGAR A PRÁTICA DE ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. 
POLICIAL CIVIL DO RIO GRANDE DO SUL. IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO 
DO PRAZO PRESCRICIONAL PREVISTO NO CPB, POR INEXISTÊNCIA DE AÇÃO 
PENAL E CONDENAÇÃO EM DESFAVOR DO IMPETRANTE. APLICAÇÃO DO 
PRAZO QUINQUENAL PREVISTO NO ART. 23, II DA LEI 8.429/92. 
OCORRÊNCIA DA PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA. AGRAVO 
REGIMENTAL DO MPF DESPROVIDO. 
1. O poder-dever de a Administração punir falta cometida por seus 
funcionários não é absoluto, encontrando limite temporal no princípio da 
segurança jurídica, de hierarquia constitucional, pela evidente razão de que 
os administrados não podem ficar indefinidamente sujeitos à instabilidade do 
Poder Disciplinar do Estado. 
(...) 
5. Segundo entendimento pacífico desta Corte, a eventual presença de 
indícios de crime, sem a devida apuração em Ação Criminal, afasta a 
aplicação da norma penal para o cômputo da prescrição. Isso porque não 
seria razoável aplicar-se à prescrição da punibilidade administrativa o prazo 
prescricional da sanção penal, se sequerse deflagrou a iniciativa criminal, 
sendo incerto, portanto, o tipo em que o Servidor seria incurso, bem como a 
pena que lhe seria imposta, o que inviabiliza a apuração da respectiva 
prescrição. 
6. Agravo Regimental do Ministério Público Federal desprovido. 
(AgRg no REsp 1196629/RJ, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, 
PRIMEIRA TURMA, julgado em 14/05/2013, DJe 22/05/2013) 
 
A prescrição da ação disciplinar acarreta a extinção da 
punibilidade, restando à Administração Pública apenas o registro do fato 
nos apontamentos do servidor. 
 Interrompe a prescrição a abertura de sindicância 
ou a instauração de processo disciplinar, até a decisão final proferida 
por autoridade competente. Interrompido o curso da prescrição, o prazo 
começará a correr a partir do dia em que cessar a interrupção, do zero. 
Art. 198 - A ação disciplinar prescreverá: 
I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação 
de aposentadoria ou disponibilidade e destituição; 
II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão; 
III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à repreensão. 
§ 1°. - O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se 
tornou conhecido. 
§ 2°. - Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às infrações 
disciplinares capituladas também como crime. 
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§ 3°. - A abertura de sindicância ou a instauração de processo 
disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por 
autoridade competente. 
 
 ³������ �. É cabível a interrupção da prescrição, 
em face da instauração de sindicância, somente quando este 
procedimento sumário tiver caráter punitivo e não meramente 
investigatório ou preparatório de um processo disciplinar, pois, neste 
caso, dar-se-á a interrupção somente com a instauração do processo 
administrativo disciplinar, apto a culminar na aplicação de uma 
penalidade ao servidor. 2. A Terceira Seção desta Corte tem 
entendimento no sentido de que o anterior processo administrativo 
disciplinar declarado nulo, por importar em sua exclusão do mundo 
jurídico e consequente perda de eficácia de todos os seus atos, não tem 
o condão de interromper o prazo prescricional da pretensão punitiva 
estatal, que deverá ter como termo inicial, portanto, a data que a 
AdminisWUDomR�WRPRX�FLrQFLD�GRV�IDWRV������´��06��������')��67-��5HO��
Min.ª Maria Thereza de Assis Moura, julg: 24.03.2010, DJe: 
07.04.2010). 
No Direito Administrativo, a prescrição é 
matéria de ordem pública, portanto deve ser declarada pela 
Administração de ofício, independentemente de provocação da parte 
interessada, não podendo ser relevada pela administração. O momento 
adequando é o julgamento. 
 
1) (VUNESP -2014- TJ-PA- Auxiliar Judiciário) 
Conforme previsto na Lei n.º 5.810/94, o servidor que praticar atos de 
lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio estadual ficará 
sujeito à aplicação da pena de 
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 a) suspensão. 
 b) demissão a bem do serviço público. 
 c) multa. 
 d) ressarcimento ao erário. 
 e) repreensão. 
Art. 190 - a pena de demissão será aplicada nos casos de: 
X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio estadual; 
*DEDULWR��/HWUD�³E´ 
 
 
2) (FCC -2009 -TJ-PAProva: Analista Judiciário) Jânia, 
funcionária pública efetiva do Tribunal de Justiça do 
Estado do Pará, logrou proveito de outrem, valendo-se do 
cargo, em detrimento da dignidade da função pública. Ela 
foi demitida. Neste caso, a demissão de Jânia 
 a) incompatibiliza Jânia para nova investidura em cargo público 
estadual, pelo prazo de nove anos. 
 b) não incompatibiliza a servidora para nova inves- tidura em cargo 
público estadual. 
 c) incompatibiliza a servidora para nova investidura em cargo público 
estadual, pelo prazo de cinco anos. 
 d) incompatibiliza Jânia para nova investidura em cargo público 
estadual, pelo prazo de três anos. 
 e) incompatibiliza Jânia para nova investidura em cargo público 
estadual, pelo prazo de dez anos. 
 
 
O servidor demitido vai estar incompatível para outro cargo público 
Estadual por 5 anos: 
x lograr proveito pessoal ou de outrem, valendo-se do cargo, em 
detrimento da dignidade da 
x atuação, como procurador ou intermediário, junto a repartições 
públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou 
assistenciais a parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou 
companheiro; 
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Gabarito: /HWUD�³F´ 
 
 
3. Das Responsabilidades 
 
O servidor público responde pelo exercício irregular de suas 
atribuições na esfera civil, penal e também administrativamente. Isso 
quer dizer que, por um mesmo fato, o servidor pode ter que pagar pelo 
erro em 3 esferas diferentes: (a) pelo Poder Judiciário que o condena a 
reparar o dano àquele que o servidor prejudicou (responsabilidade civil 
= $$$); (b) pela Administração que aplica uma sanção disciplinar ao 
servidor (responsabilidade administrativa); (c) pela Justiça que condena 
o servidor em um processo criminal a uma pena privativa de liberdade 
ou restritiva de direitos (se o ato praticado estiver previsto como crime 
no Código Penal ou nas leis penais) ± responsabilidade penal. 
Vamos detalhar cada uma das espécies de responsabilidade. 
 
3.1 Responsabilidade Civil 
 
Observe o que diz Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo sobre a 
UHVSRQVDELOLGDGH�FLYLO�� ³$� UHVSRQVDELOLGDGH�FLYLO�GRV�DJHQWHV�S~EOLFRV�p�
do tipo subjetiva, por culpa comum, isto é, eles só respondem pelos 
danos que causarem se o Estado provar que houve culpa e dolo 
(intenção) do servidor. A ação do Estado contra o agente público é 
GHQRPLQDGD�DomR�UHJUHVVLYD�´ 
 
 
Art. 180 - A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, 
doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros. 
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 O Estado irá responder pelos danos causados 
pelos seus agentes independente de dolo ou culpa, por isso a 
responsabilidade do Estado é objetiva, só depende do fato, do dano e 
do nexo causal entre o ato do Estado e o dano (art. 37, § 6º, da 
Constituição). Já o agente público só responderá, só vai colocar a mão 
no bolso e arcar com o prejuízo, se comprovado que houve culpa ou 
dolo dele no ato que causou o dano (responsabilidade subjetiva). 
Assim, o Estado vai ser demandado por aquele que teve prejuízo, 
vai pagar o prejuízo e pode se voltar contra o servidor que praticou o 
ato danoso se ± e somente se ± esse ato do servidor foi praticado com 
dolo (=vontade de causar o dano) ou culpa (=imperícia, imprudência ou 
negligência). 
De forma bem simplespodemos definir a ação regressiva citada 
pelos autores da seguinte forma: Quem irá ressarcir o dano causado 
pelo servidor ao terceiro será o Estado. Este por sua vez será 
indenizado pelo servidor que causou o dano, por meio de uma ação 
regressiva do Estado x Servidor. 
O servidor poderá ainda ter o desconto efetuado diretamente em 
seu vencimento, na forma da lei, independe de seu consentimento. 
A obrigação de reparar o dano estende-se aos 
sucessores e contra eles será executada, até o limite do valor da 
herança recebida. 
 
3.2 Responsabilidade Penal 
 
Ao praticar crime ou contravenção o servidor responderá na 
esfera penal. 
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Tendo em vista o princípio da independência, as sanções penais, 
civis e administrativas podem ser acumuladas. Porém a esfera penal 
WHP�XP�³SHVR´�PDLRU�VREUH�DV�GHPDLV��XPD�GHFLVmR�SRGH�³DFDUUHWDU�R�
reconhecimento automático da responsabilidade do servidor nas demais 
esfHUDV´��FRQIRUPH�HQVLQDP�0DUFHOR�$OH[DQGULQR�H�9LFHQWH�3DXOR� 
Isso ocorre quando a sentença penal reconhece a autoria e a 
materialidade do fato irregular. Se houver decisão judicial nesse 
sentido, a Administração estará vinculada às conclusões sobre a autoria 
e a materialidade definidas na Justiça. 
Da mesma forma, se ocorrer o contrário, ou seja, se a justiça 
criminal reconhecer a inocência (quanto à falta de autoria e a falta de 
materialidade), a possibilidade de julgá-lo culpado nas demais esferas 
será afastada. Veja o que diz o art. 182 da Lei nº 5.810/94: 
 
 
Se o servidor, em processo judicial, for absolvido 
por falta de provas, essa decisão judicial não vinculará a decisão da 
esfera administrativa. 
 
 
 
 
 
Art. 182 - a absolvição judicial somente repercute na esfera 
administrativa, se negar a existência do fato ou afastar do servidor a 
autoria. 
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3.3 Responsabilidade Administrativa 
 
³2� VHUYLGRU� UHVSRQGH� DGPLQLVWUDWLYDPHQWH� SHORV� LOtFLWRV�
administrativos definidos na legislação estatutária e que apresentam os 
mesmos elementos básicos do ilícito civil: Ação ou omissão contrária à 
OHL��FXOSD�RX�GROR�H�GDQR´�'L�3LHWUR��� 
Veja o que prescreve o art. 180 da Lei nº 5.810/94: 
 
 
A administração que irá apurar as irregularidades cometidas pelo 
servidor público. A lei prevê a averiguação dos fatos através da 
sindicância e do processo administrativo disciplinar. 
Com a conclusão dos fatos, o servidor responderá 
disciplinarmente pelas irregularidades, como vimos no artigo 179 da 
5.810/94. 
4. Processo Administrativo Disciplinar 
 
Os ilícitos administrativos são apurados pelo processo 
administrativo disciplinar e os meios sumários. 
Segundo /DGLVDHO� %HUQDGR� H� 6pUJLR� 9LDQD�� ³R� 3URFHVVR�
Administrativo pode ser conceituado com como um instrumento formal 
em que a Administração Pública, tendo como suporte o jus puniendi do 
Estado (via Poder Disciplinar, espécie do gênero Poder Administrativo), 
apura a existência de infrações de natureza funcional praticadas por 
seus servidores e, caso o apuratório resulte pela autoria da prática 
infracional, aplica a sanção adequada e prevista em instrumento legal 
SHUWLQHQWH�´ 
Veja o diz esse artigo: 
Art. 180 - A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, 
doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros. 
 
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Aqui o legislador nos trouxe duas preciosas informações: 
1º) O processo disciplinar é um instrumento destinado a apurar 
responsabilidade de servidor por infração praticada no exercício de suas 
atribuições. 
2º) O instrumento destinado a apurar responsabilidade de servidor 
por infração que tenha relação com as atribuições do cargo em que se 
encontre investido. 
Segundo Marinela, tal processo administrativo tem como principais 
objetivos: 
a) apurar ação ou omissão de servidor público, desde que 
punível disciplinarmente; 
b) promover o deslinde de anormalidade prejudicial ao bom 
desempenho dos serviços públicos; 
c) evitar que autoridades, com base tão somente no poder 
discricionário, condenem seus administrados, afastando-os da 
fundamental ampla defesa; 
d) oferecer ao servidor a oportunidade de provar sua 
inocência, corolário do direito de ampla defesa, que serve como 
mecanismo para evitar atitudes arbitrárias; 
e) funcionar como mecanismo que viabiliza o controle da 
atividade da Administração Pública; 
f) ser utilizado como mecanismo de legitimação e 
fundamentação da conduta estatal. 
No âmbito do direito disciplinar do servidor público há o processo 
administrativo disciplinar e a sindicância. 
Art. 204 - O processo disciplinar é o instrumento destinado a apurar 
responsabilidade de servidor por infração praticada no exercício de suas 
atribuições, ou que tenha relação com as atribuições do cargo em que se 
encontre investido. 
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A verdade sabida era um procedimento 
utilizado na Administração Pública brasileira antes da Constituição de 
1988. Ocorria quando a autoridade competente para punir o servidor 
infrator tomava conhecimento pessoal da infração e, após presenciar os 
fatos, aplicava a pena pela verdade sabida, de imediato, sem 
procedimento algum, consignando no ato punitivo as circunstâncias em 
que foi cometida e presenciada a falta. Essa possibilidade não é mais 
aceita pelo ordenamento vigente, em razão dos princípios do devido 
processo legal, do contraditório e da ampla defesa. 
'L�3LHWUR�GHILQH�VLQGLFkQFLD�FRPR��³IDVH�SUHOLPLQDU à instauração do 
processo administrativo; corresponderia ao inquérito policial que se 
realiza antes do processo penal... A lei não estabelece procedimento 
para a sindicância, que pode ser realizada por funcionário ou por 
comissão de IXQFLRQiULR�´ 
Segundo o art. 201 da Lei nº 5.810/94, da sindicância poderá 
resultar: a) arquivamento do processo; b) aplicação de penalidade de 
repreensão ou suspensão de até 30 (trinta) dias; c) instauração de 
processo disciplinar. 
 Assim, a sindicância pode ter duas 
naturezas: (a) preparatória ou investigatória e (b) punitiva ou 
autônoma ou contraditória ou acusatória ou apuratória. 
Na primeira, a sindicância apenas apura de modo preliminar a 
existência de anomalia na conduta do servidor. Se verificado que a 
prática do ato investigado pode se caracterizar como uma infração 
disciplinar, a sindicância concluirá pela necessidade de sindicância 
apuratória ou de abertura de um processo administrativo disciplinar. Se 
afastada qualquer possibilidade de infração, a sindicância é arquivada.Na segunda natureza da sindicância ± a punitiva ± esse 
procedimento verificará, de plano, que o fato praticado pelo servidor 
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caracteriza-se como ato infracional sujeito à sanção de repreensão 
ou suspensão de até 30 (trinta) dias. Nessa hipótese, não será 
necessária a abertura do processo disciplinar, poderá ser aplicada a 
repreensão ou a suspensão de até 30 dias no próprio procedimento da 
sindicância. 
Imagina-se que, com a previsão do procedimento de sindicância, o 
legislador quis conceder ao Administrador um novo instrumento com 
procedimento célere, destinado a punir infrações funcionais de menor 
gravidade. 
Veja o que diz o art. 199 da Lei nº 5.810/94: 
 
ATENÇÃO: Você não pode ler esse dispositivo sem se atentar para 
um fato de suma relevância: seja na sindicância PUNITIVA, seja no 
processo administrativo disciplinar, deve ser assegurado ao 
acusado a ampla defesa. 
Repare: na sindicância investigativa não é necessário observar a 
ampla defesa, pois esta se dará quando da abertura do processo 
administrativo disciplinar. 
 ³������ ,� ± A sindicância, que visa apurar a 
ocorrência de infrações administrativas, sem estar dirigida, desde logo, 
à aplicação de sanção, prescinde da observância dos princípios do 
contraditório e da ampla defesa, por se tratar de procedimento 
inquisitorial, prévio à acusação e anterior ao processo administrativo 
GLVFLSOLQDU�� DLQGD� VHP� D� SUHVHQoD� REULJDWyULD� GH� DFXVDGRV�� �����´� �06�
10.828/DF, STJ ± Terceira Seção, Rel. Min. Paulo Gallotti, DJ: 
02.10.2006). 
Art. 199 - A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é 
obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou 
processo administrativo disciplinar, assegurada ao acusado ampla 
defesa. 
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Outras duas importantes características da sindicância é que ela 
deve ser concluída em 30 (trinta) dias, prorrogáveis por igual período, e 
que ela deve ser impulsionada pela autoridade superior. 
Assim, a sindicância, quando instaurada com caráter punitivo e não 
meramente investigatório ou preparatório de um processo disciplinar, 
tem natureza de verdadeiro processo disciplinar principal, no qual é 
indispensável a observância das garantias do contraditório e da ampla 
defesa e, além disso, do princípio da impessoalidade e da 
imparcialidade, mediante a convocação de uma comissão disciplinar 
composta por três servidores (STJ: REsp 509318). 
No caso da sindicância, não há previsão de procedimento na lei, 
podendo ser instaurada por qualquer autoridade desde que atenda à 
regra de competência, por meio de ato de desnecessária publicidade, 
designando apenas um sindicante ou uma comissão com número de 
integrantes a critério da autoridade competente. 
Segundo Marinela, o mais coerente é estender para a sindicância o 
rito que a própria lei previu para o processo administrativo disciplinar, 
no que for cabível. 
Vistas as principais características da sindicância, você pode passar 
para o estudo do processo administrativo disciplinar. 
A legislação brasileira retrata o PAD da seguinte forma: 
x Constituição Federal: 
 
 
x Lei 5.810/94 
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores 
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. 
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: 
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; 
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla 
defesa; 
 III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na 
forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. 
 
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Como se vê, quando o servidor estiver sujeito a penalidade de 
suspensão por mais de 30 (trinta) dias, demissão, cassação de 
aposentadoria ou disponibilidade, ou destituição de cargo em 
comissão, o procedimento que deve ser instaurado é o processo 
administrativo disciplinar. 
O PAD segue as seguintes fases: instauração, instrução, defesa, 
relatório e decisão. 
Veja bem, são 5 fases! INSTA ± INSTRU ± DE ± RE ±DE 
Mas essa sequência de fases pode ser simplificada com a seguinte 
operação: 
 
 
 
 
 
 
 
Com isso, teremos as três fases: instauração, inquérito e 
decisão. 
Para decorar: INSTA ± INQUÉ ± DE 
A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público 
é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante sindicância 
ou processo administrativo disciplinar, assegurada ao acusado ampla 
defesa. 
Trata-se de uma decisão vinculada, não restando ao 
Administrador o juízo de valor. 
Art. 202 - Sempre que o ilícito praticado pelo servidor, ensejar a imposição de 
penalidade de suspensão por mais de 30 (trinta) dias, de demissão, 
cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou destituição, será 
obrigatória a instauração de processo disciplinar. 
Instrução 
Defesa 
Relatório 
Inquérito 
administrativo 
(ou instrução 
sumária) 
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As denúncias sobre irregularidades serão objeto de apuração, 
desde que contenham a identificação e o endereço do 
denunciante e sejam formuladas por escrito, confirmada a 
autenticidade. Entretanto, quando o fato narrado não configurar 
evidente infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia será arquivada, 
por falta de objeto. 
 
Atualmente, a jurisprudência reconhece a possibilidade de se 
apurar denúncia anônima, desde que os fatos seja narrados de forma 
objetiva e plausível. Observe decisão do STJ nesse sentido: 
³���.) I ± A carta anônima é meio hábil para a instauração de 
processo administrativo disciplinar, cabendo à Administração a 
apuração dos fatos narrados na denúncia, ainda que apócrifa. (...) (RMS 
19.224/MT, STJ ± Quinta Turma, Rel. Min. Felix Fischer, julg: 
19.04.2005, DJ: 01.07.05). 
A instauração é promovida por meio da portaria de instauração. 
Ela é elemento processual indispensável, devendo estar juntada aos 
autos. A portaria, em sua redação, deve conter determinados requisitos 
formais essenciais, tais como, a identificação dos integrantes da 
comissão processante (nome, cargo e matrícula), destacando o 
presidente; o procedimento do feito (se sindicância ou PAD - no caso de 
rito sumário) e o nome e matrícula do servidor investigado. Sua 
finalidade principal é dar publicidade da constituição da Comissão 
Processante. 
Na expedição da Portaria, a Autoridade pública não 
poderá afirmar a extensão dos fatos e o responsável pela possível 
irregularidade, sob pena de incorrer-se em arbitrária presunção deresponsabilidade. 
 
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É importante observar que o Superior Tribunal de Justiça 
sedimentou o entendimento no sentido de que, na portaria de 
instauração do PAD, não é necessária a descrição detalhada dos fatos. 
Esse cuidado só é exigido no momento de indiciamento do servidor, que 
ocorre após a produção das provas, com um conjunto probatório 
robusto e uma convicção mais reforçada para a definição da infração, 
com a finalidade de viabilizar a defesa do acusado. 
A portaria deve também incluir a 
possibilidade de serem apurados os fatos conexos ao principal, podendo 
ser investigadas outras condutas e outros servidores, desde que 
guardem relação de pertinência de fatos e pontos de convergência com 
o objeto inicial do processo e não prejudiquem a eficiência processual e 
o direito de defesa. 
A portaria deve ser publicada, o que representa termo inicial para 
contagem do prazo para a realização do processo, interrompendo a 
prescrição até a decisão final. Gera, ainda, a impossibilidade de 
exoneração a pedido do servidor e a aposentadoria voluntária, até a 
conclusão do processo e o cumprimento da penalidade, acaso aplicada. 
Segundo destaca Marinela, a competência para a instauração do 
PAD depende de previsão legal, observando sempre a autoridade 
competente à época do cometimento do fato. Mesmo nos casos de 
incidentes após a prática da infração (exs: remoção, licenças e 
afastamentos, investidura em outros cargos, etc), a autoridade deve ser 
a mesma da época da infração. Caso ocorra defeito de competência, é 
sanável com a ratificação da autoridade competente e a conseqüente 
convalidação do ato. 
E quem conduz, instrui e preside o PAD? Ou melhor, quem é a 
³$GPLQLVWUDomR´�QDV�IDVHV�GR�3$'" 
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O PAD é conduzido por comissão processante composta de 3 
servidores estáveis, conforme art. 205 da Lei 5.810/94. Isso quer dizer 
que eles devem ser ocupantes de cargo efetivos, ou seja, ingressaram 
na Administração por meio de concurso. A ausência de estabilidade do 
servidor poderá comprometer a validade do processo. 
ATENÇÃO: O STJ definiu que a estabilidade desse servidor se dá 
com 3 anos no serviço público e não no cargo. Isso quer dizer que o 
servidor da comissão deve ter ingressado no serviço público (não 
importa se é no cargo atual ou não) há mais de 3 anos. Assim, não 
precisa o servidor da comissão ter 3 anos no mesmo cargo (MS 17583). 
Para defender o indiciado revel, a autoridades instauradora do 
processo designará um servidor como defensor dativo, ocupante de 
cargo de nível igual ou superior ao do indiciado. 
A comissão terá como secretário servidor designado pelo seu 
presidente, podendo a indicação recair em um de seus membros, art. 
205, §1º da Lei 5.810/94. 
Não há hierarquia entre os membros, existindo somente 
para o Presidente a competência para a prática de atos exclusivos. 
Confira, por oportuno, a redação do art. 205 da Lei nº 5.810/94: 
Art. 205 - O processo disciplinar será conduzido por comissão composta de 3 
(três) servidores estáveis, designados pela autoridade competente, que 
indicará, dentre eles, o seu presidente. 
§ 1°. - A Comissão terá como secretário, servidor designado pelo seu 
presidente, podendo a indicação recair em um de seus membros. 
§ 2°. - Não poderá participar de comissão de sindicância ou de inquérito, 
cônjuge, companheiro ou parente do acusado, consangüíneo ou afim, em 
linha reta ou colateral, até o terceiro grau. 
 
 
Então, as exigências feitas pela Lei aos três integrantes detentores 
de cargo efetivo são relacionadas ao nível do cargo efetivo ou de grau 
de escolaridade do presidente em relação ao acusado. 
Como o legislador colocou de forma expressa requisitos legais 
alternativos, não cabe ao aplicador da lei criar restrições que a norma 
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não previu, tais como requisitos de nível de cargo ou grau de 
escolaridade dos vogais em relação ao acusado e de experiência de 
qualquer dos integrantes na matéria técnica de que cuida o processo. 
Outra coisa que você deve ter em mente é que a autoridade 
instauradora pode designar servidor experiente na matéria para 
integrar a comissão. Na comissão, pode haver servidores de órgão 
distinto do órgão de lotação do acusado, mas nesse caso, convém 
prévia solicitação ao titular daquele órgão. 
 O servidor é obrigado a integrar a comissão 
quando for designado para tanto? 
Quanto a esse assunto saiba que a convocação, por parte da 
autoridade competente, para servidor integrar comissões disciplinares é 
encargo obrigatório e irrecusável, não depende nem mesmo de 
liberação do superior hierárquico do servidor indicado. 
Importante notar, ainda com relação à comissão, é que ela 
exercerá suas atividades com independência e imparcialidade, 
assegurado o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo 
interesse da administração. Por essa razão, as reuniões e as audiências 
das comissões terão caráter reservado. 
Vistos os requisitos da instauração, ou melhor, da portaria, vamos 
à instrução. 
Na fase de inquérito, primeiro ato do inquérito administrativo, a 
Administração promoverá a tomada de depoimentos, acareações, 
investigações e diligências cabíveis, objetivando a coleta de prova, 
recorrendo, quando necessário, a técnicos e peritos, de modo a permitir 
a completa elucidação dos fatos. Trata-se da etapa de construção do 
conjunto probatório. 
As testemunhas serão intimadas a depor mediante mandado 
expedido pelo presidente da comissão, devendo a segunda via, com o 
ciente do interessado, ser anexado aos autos. Se a testemunha for 
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servidor público, a expedição do mandado será imediatamente 
comunicada ao chefe da repartição onde serve, com a indicação do dia 
e hora marcados para inquirição. O depoimento será prestado 
oralmente e reduzido a termo, não sendo lícito à testemunha trazê-
lo por escrito, sendo cada uma inquirida separadamente. Na 
hipótese de depoimentos contraditórios ou que se infirmem, proceder-
se-á à acareação entre os depoentes. 
É assegurado ao servidor o direito de acompanhar o processo 
pessoalmente ou por intermédio de procurador, arrolar e reinquirir 
testemunhas, produzir provas e contraprovas e formular quesitos, 
quando se tratar de prova pericial. O presidente da comissão poderá 
denegar pedidos considerados impertinentes, meramente protelatórios, 
ou de nenhum interesse para o esclarecimento dos fatos. Da mesma 
forma, será indeferido o pedido de prova pericial, quando a 
comprovação do fato independer de conhecimentoespecial de perito. 
Como bem lembra Marinela, o direito á produção de 
provas representa garantia de contraditório e ampla defesa, portanto, 
elemento fundamental para a validade do processo. Entretanto, esse 
direito não é absoluto, podendo a Administração indeferir tal pedido, 
desde que de forma razoável e devidamente motivada. Para a 
realização da defesa técnica, portanto, a presença do advogado é 
IDFXOWDWLYD��FRQIRUPH�6~PXOD�9LQFXODQWH�Qž����³$�IDOWD�GH�GHIHVD�WpFQLFD�
por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a 
ConstituiomR´�� 
Concluída a inquirição das testemunhas, a comissão promoverá o 
interrogatório do acusado. No caso de mais de um acusado, cada um 
deles será ouvido separadamente, e sempre que divergirem em suas 
declarações sobre fatos ou circunstâncias, será promovida a acareação 
entre eles. 
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O procurador do acusado poderá assistir ao interrogatório, bem 
como à inquirição das testemunhas, sendo-lhe vedado interferir nas 
perguntas e respostas, facultando-se-lhe, porém, reinquiri-las, por 
intermédio do presidente da comissão. 
Também é parte desse conjunto de provas o processo de 
sindicância, que funciona como peça informativa da instrução. 
Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do acusado, a 
comissão proporá à autoridade competente que ele seja submetido a 
exame por junta médica oficial, da qual participe pelo menos um 
médico psiquiatra. O incidente de sanidade mental será processado em 
auto apartado e apenso ao processo principal, após a expedição do 
laudo pericial. 
Também é possível durante a instrução do processo o afastamento 
preventivo como medida cautelar e a fim de que o servidor não venha a 
influir na apuração da irregularidade, determinado pela autoridade 
instauradora do PAD, pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, sem 
prejuízo da remuneração. O afastamento poderá ser prorrogado por 
igual prazo, findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda que não 
concluído o processo. 
A instrução se encerra com a tipificação da infração disciplinar, ou 
seja, a comissão processante informa qual dever foi violado pelo 
servidor ou qual ato infracional foi praticado. Aqui é onde ocorre o 
indiciamento do servidor. 
No indiciamento, os fatos devem ser bem especificados, de modo 
que o servidor saiba de qual acusação ele deve se defender e a qual 
pena ele está sujeito. 
O indiciamento é, em outras palavras, o 
instrumento de acusação formal do servidor inicialmente notificado para 
acompanhar o processo administrativo disciplinar, refletindo convicção 
preliminar da comissão de que ele cometeu irregularidade. 
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O indiciamento é para o PAD o que a denúncia é para o processo 
penal. 
É dentro dos limites do indiciamento que o servidor deverá 
apresentar sua defesa escrita. Dessa forma, a indiciação (além da 
notificação como acusado e da intimação para interrogar) é peça 
essencial no processo em que se cogita de responsabilização funcional. 
Se a Comissão entender por não indiciar o acusado, ele não será 
citado e nem precisará apresentar defesa escrita. 
O indiciado será citado por mandado expedido pelo presidente da 
comissão para apresentar defesa escrita, no prazo de 10 (dez) dias, 
assegurando-se-lhe vista do processo na repartição. Havendo dois ou 
mais indiciados, o prazo será comum e de 20 (vinte) dias. 
O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo dobro, 
para diligências reputadas indispensáveis. 
No caso de recusa do indiciado em apor o ciente na cópia da 
citação, o prazo para defesa contar-se-á da data declarada, em termo 
próprio, pelo membro da comissão que fez a citação, com a assinatura 
de (2) duas testemunhas. 
E se o indiciado encontrar-se em lugar incerto e não 
sabido??? É cabível a citação por edital, publicado no Diário Oficial da 
União e em jornal de grande circulação na localidade do último domicílio 
conhecido, para apresentar defesa. ATENÇÃO!!! Nessa hipótese, o prazo 
para defesa será de 15 dias e não 10 dias, a partir da última publicação 
do edital. 
Considerar-se-á revel o indiciado que, regularmente citado, não 
apresentar defesa no prazo legal. A revelia será declarada, por termo, 
nos autos do processo e devolverá o prazo para a defesa. Para defender 
o indiciado revel, a autoridade instauradora do processo designará um 
servidor como defensor dativo, que deverá ser ocupante de cargo 
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efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual 
ou superior ao do indiciado. Como é possível perceber, a lei disponibiliza 
nova chance de defesa para o indiciado. 
 Não há ilegalidade na ampliação da acusação a 
servidor público, se durante o processo administrativo forem apurados 
fatos novos que constituam infração disciplinar, desde que 
rigorosamente observados os princípios do contraditório e da ampla 
defesa (RMS 24.526/DF, Rel. Min. Eros Grau, julg: 03.06.2008, DJe: 
15.06.2008). 
Após a apresentação da defesa, a comissão processante 
apresentará seu relatório final, minucioso e conclusivo, onde exporá as 
suas convicções e opinará pela aplicação da penalidade ou não ao 
servidor, resumindo as peças principais dos autos e mencionando as 
provas em que se baseou para formar a sua convicção, o dispositivo 
legal ou regulamentar transgredido, bem como as circunstâncias 
agravantes ou atenuantes. 
Esta última foi a sequência de fases adotada pela lei. Veja o 
disposto no art. 207 da Lei nº 5.810/94: 
 
Art. 207. O processo disciplinar se desenvolve nas seguintes fases: 
I - instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão; 
II - inquérito administrativo, que compreende instrução, defesa e 
relatório; 
III - julgamento. 
 
 
É bom observar, ainda, que, para não expor o servidor investigado, 
as reuniões e as audiências das comissões terão caráter reservado. 
Além disso, o PAD corre em sigilo na Administração. 
E com relação aos prazos, professor, em quanto tempo o PAD 
deve se encerrar? 
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A Lei nº 5.810/94 informa que o PAD tem o prazo de 60 dias para 
sua conclusão (art. 208). Esse prazo pode ser prorrogado. OBS: sempre 
que necessário, a fim de obedecer esse prazo, a comissão dedicará 
tempo integral aos seus trabalhos, ficando seus membros dispensados 
do ponto, até a entrega do relatório final. 
E se a Administração não respeitar esse prazo e solicitar a 
prorrogação do prazo do PAD por diversas vezes ou se esquecer de 
pedir a prorrogação, o processo será nulo, professor? 
Não, meus caros. 
O STJ já sedimentou entendimento

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