Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Fundamentos de Geometria I UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS UFG Professor Paulo Roberto RESUMO, DISCUSSÕES E EXERCÍCIOS RESOLVIDOS EXERCÍCIOS RESOLVIDOS E DISCUSSÕES Exercício 1. Admitindo somente os dois primeiros axiomas de incidência, I-1 e I-2, é possível provar que existem retas? E que existem pontos? Resolução. Para ambos os questionamentos, a resposta é: Não!! Atenção aluno! É comum imaginar que o Ax. I-1 garanta a existência de reta. Vamos resgatá-lo para procurar entendê-lo melhor. Ax. I-1: Qualquer que seja a reta, existe ponto que pertence a ela e existe ponto que não pertence a ela. Veja bem! Embora no enunciado de sua hipótese apareça o termo “reta”, ele não garante a existência de tal objeto. O que ele quer dizer é que “Caso haja reta, deve existir ponto sobre ela e ponto fora dela”. Portanto, o Ax. I-1 não garante a existência de reta. E, já que para ele a existência de ponto está condicionada ao fato de se ter a reta, então ele também não garante a existência de ponto. Percebe? Da mesma forma, o Ax. I-2 não garante a existência de ponto, embora este objeto apareça no enunciado de sua hipótese. Reveja o Ax. I-2: Dados dois pontos distintos quaisquer, existe uma única reta que os contém. Aqui a mesma linha de raciocínio. O Ax. I-2 diz que “caso hajam dois pontos, por eles obrigatoriamente passa uma e só uma reta”. Ele não afirma decisivamente que existem pontos e, consequentemente, que haja reta. O que se conclui com a discussão acima é que somente com os axiomas I-1 e I-2 não é possível garantir a existência dos objetos indefinidos: ponto e reta. Ou seja, não é possível provar a existência de tais objetos. Como se prova dada afirmação? A prova de uma afirmação se dá por intermédio de uma sequência lógica de outras afirmações estabelecidas anteriormente (axiomas, proposições, lemas e teoremas). IMPORTANTE: As proposições, lemas e teoremas são consequências dos axiomas que se tem à disposição. Muitas vezes não é possível provar dada afirmação com os axiomas que já se tem estabelecido. Ou seja, prova-se que é impossível provar dada afirmação. A ferramenta utilizada para isso é o modelo para a geometria formada pelos axiomas em questão. O que é um modelo para uma geometria e para que serve? Um modelo para uma geometria definida por um conjunto de axiomas é dado por uma representação dos objetos primitivos (ponto e reta) e relações primitivas por outros objetos e relações matemáticos que satisfaçam os axiomas da geometria em questão. Modelos servem para dar exemplos e contra-exemplos para algumas afirmações. OBSERVAÇÃO: Um contra-exemplo é um exemplo, a partir do qual se verifica que determinada afirmação não se confirma em uma geometria definida por um conjunto de axiomas. Em outras palavras, com ele prova-se que é impossível provar tal afirmação na geometria em questão. Propriedade Fundamental dos Modelos Qualquer teorema que se pode provar com os axiomas que definem uma geometria é válido em qualquer modelo que satisfaça esses axiomas. Isto acontece porque, como o teorema decorre dos axiomas, e os axiomas são válidos no modelo, segue que o teorema também é válido no modelo. Como se prova que é impossível provar dada afirmação? A prova de que é impossível provar determinada afirmação em uma geometria definida por um conjunto de axiomas se dá exibindo um modelo para esta geometria em que a tal afirmação não se verifica. Neste caso o raciocínio é o seguinte: Se fosse possível provar a afirmação em questão na presença de um conjunto de axiomas, ela seria um teorema. E com a exibição do modelo em que a afirmação não se verifica tem-se uma contradição à Propriedade Fundamental dos Modelos, que garante que a afirmação (teorema) valeria em todos os modelos para a geometria definida por este conjunto de axiomas. Como exposto anteriormente, basta exibir um modelo para a geometria constituída dos axiomas I-1 e I-2 de modo que neste modelo tal afirmação não se confirme. Já que se quer provar a impossibilidade de provar a existência de ponto e de reta, obviamente que o modelo não deve possuir nenhuma reta e nenhum ponto (ele é vazio). Isto pode parecer estranho. Porém, como não há elementos que satisfaçam as hipóteses dos axiomas, as teses não são contrariadas. Neste caso, diz-se que os axiomas I-1 e I-2 são satisfeitos por vacuidade. Voltando ao Exercício 1). Ele quer que se prove que é impossível provar a existência de reta e de ponto, tendo como axiomas à disposição somente os dois de incidência I-1 e I-2. Verificou-se que os axiomas de incidência I-1 e I-2 não garantem (não é possível provar) a existência de ponto e nem de reta. Então, para que tais objetos existam, é necessário que seja declarado em um axioma. Daí a criação do 3º axioma de incidência I-3. Axima I-3. Existem pelo menos dois pontos. Observe que o próprio Ax. I-3 garante a existência de pontos, e juntamente ao Ax. I-2 tem-se a garantia da existência de reta. Necessidade de um 3º axioma de incidência. Exercício 2. Prove que na Geometria de Incidência (geometria definida pelos três axiomas de incidência) existem pelo menos 3 pontos e existem pelo menos 3 retas. NOTA: As afirmações 1, 2 e 3 é a sequência lógica de afirmações que provam a existência de pelo menos 3 pontos. Estas afirmações acompanhadas da afirmação 4 é a sequência lógica que provam a existência de pelo menos 3 retas. A justificativa das afirmações são os axiomas apontados. Exercício 3. Prove que é impossível provar que na Geometria de Incidência existem mais de 3 pontos e mais de 3 retas. Retas paralelas e retas que se interceptam Definição. Duas retas são paralelas se elas não têm ponto em comum. Duas retas se interceptam se elas têm um ponto em comum. NOTA IMPORTANTE: O fato de se definir um objeto não garante a sua existência. Diante da nota, surgem os seguintes questionamentos: Retas que se interceptam existem? Retas paralelas existem? A garantia da existência é dada através de uma demonstração. E no caso de não ser possível demonstrar a existência do objeto, como se garante a sua existência? O que segue dá subsídios para se responder esses questionamentos. Existência de retas que se interceptam Proposição. Existem retas que se interceptam (admitidos apenas os três axiomas de incidência). Demonstração: Pelo Ax. I3 existem dois pontos A e B. Devido ao Ax. I2 existe uma reta r que contém A e B (Até aqui foi mostrada a existência de reta). Agora, pelo Ax. I1, existe um ponto C fora da reta r. Como A pertence a r e C não pertence a r, então A e C são pontos distintos. Portanto, pelo Ax. I2, existe uma reta s que contém os pontos A e C. Assim, as retas distintas r e s têm o ponto A em comum e, portanto, são retas que se interceptam, como se queria demonstrar. Afirmação 1. Existem retas paralelas (admitindo somente os três axiomas de incidência). Resposta: A resposta é falsa. O modelo dados pelos três pontos A,B e C e pelas três retas {A, B}, {A, C} e {B, C}, no qual não existem retas paralelas, prova que é impossível provar a existência de retas paralelas, admitindo somente os axiomas de incidência. Afirmação 2. Não existem retas paralelas (admitindo somente os três axiomas de incidência). Resposta: A resposta também é falsa. Considere o modelo dado pelos três pontos A,B e C e pelas quatro retas {A, B}, {A, C}, {B, C} e {A}. As retas {B, C} e {A} são paralelas, pois não têm ponto em comum. Isto prova que é impossível provar que não existem retas paralelas. Como não é possível provar nem a existência e nem a não existência de retas paralelas, diz-se que esta afirmação é indecidível (sem uma decisão). Portanto, para que hajam retas paralelas, isto deve ser declarado em um axioma. E isto será feito em dois axiomas, um garantindo a existência e outrogarantindo a unicidade. Axiomas de Paralelismo Axioma P1. Qualquer que seja a reta r e qualquer que seja o ponto P fora de r, existe pelo menos uma reta paralela a r por P. (Existência) Axioma P2. Qualquer que seja a reta r e qualquer que seja o ponto P fora de r, existe no máximo uma reta paralela a r por P. (Unicidade) Exercício 4. Prove que, utilizando-se dos cinco axiomas (os três de incidência e os dois de paralelismo): (a) existem pelo menos 4 pontos e pelo menos 6 retas. COMENTÁRIO IMPORTANTE: A ferramenta fundamental na demonstração do Lema da Transversal efetuada acima foi o Axioma P-2. Sem ele não se teria chegado à contradição. Será que existe outra maneira de demonstrar esse lema que não utilize o Axioma P-2 direta ou indiretamente? Se existir tal demonstração significa que o Axioma P-2 não é imprescindível para a veracidade do lema, ou seja, pode-se dispensá-lo; caso contrário, ele é indispensável para a demonstração. O próximo exercício é referente a tal questionamento. Com apenas o conteúdo apresentado nas unidades 1 e 2 (os três axiomas de incidência e os dois de paralelismo) tem-se que as retas têm uma quantidade finita de pontos; a própria geometria tem uma quantidade finita de pontos, podendo ser denominada “geometria finita”. Portanto, para que se tenha reta com quantidade infinita de pontos, isto tem que ser declarado em um axioma. Neste intuito, na Unidade 3 deu-se uma pausa na abordagem da Geometria para dedicar-se à cardinalidade de conjuntos. Na unidade 3 vê-se que existem infinitos de diferentes cardinalidades. E assim, qual deles adotar? O 6º axioma – Axioma da Régua – apresentado na unidade 4 tem este objetivo. Além de garantir que a reta tenha infinitos pontos, ele proporciona continuidade à reta e que a distância entre dois pontos da reta é a mesma distância entre dois números reais correspondentes. A geometria definida com o acréscimo do novo axioma, o Axioma da Régua, não é mais finita. Logo, nenhum dos modelos vistos anteriormente em que pontos eram letras e retas eram conjuntos de letras é modelo para esta geometria. Desta forma, a seguir são apresentados modelos para esta nova geometria. Neste modelo, a relação de pertinência é definida assim: um ponto pertence a reta se as suas coordenadas satisfazem a equação da reta. Para a verificação do Axioma da Régua, tem-se que estabelecer a distância cartesiana e os sistemas de coordenadas apropriadamente. 1 1 -1 -1 0 1 1 -1 -1 0 Surpreso com o aspecto da circunferência no modelo do taxista? O objeto circunferência, por causa da definição, depende da definição de distância. Mudando-se a maneira de se definir distância, pode-se mudar o aspecto da figura. Estamos acostumados com o aspecto arredondado, mas isto é devido aos cursos de geometria tradicionais e de geometria analítica assumirem a definição de distância entre dois pontos aquela dada no modelo cartesiano. Existem ainda outras maneiras de se definir distância! Definição. O perímetro de uma figura plana é a medida do comprimento de seu contorno. Exercício 9. Calcule o perímetro da circunferência no modelo do taxista do Exercício 8. 1 1 -1 -1 0 1 1 -1 -1 0 Outras definições – Outros objetos A seguir, uma proposição que relaciona a ordem de pontos na reta com a ordem de suas respectivas coordenadas (números reais). RESUMO, DISCUSSÕES E EXERCÍCIOS RESOLVIDOS – UNIDADE 5 Note que, embora nos dois modelos (cartesiano e do taxista) o sistema de coordenadas para retas inclinadas seja diferente, o objeto segmento é igual. A diferença ocorre no comprimento do segmento. Modelo Bizarro Representação dos objetos indefinidos: • Ponto: como no modelo cartesiano. • Reta: como no modelo cartesiano. Assim, no modelo bizarro, segmentos verticais e inclinados têm o mesmo aspecto do que no modelo cartesiano. Porém, segmento horizontais e, consequentemente, triângulos que tenha lado horizontal, podem ter aspecto bem diferente. Como exemplo, veja o exercício 2 a seguir. Reta separa o plano Exercício 3: Prove que é impossível provar que toda reta separa o plano na presença dos seis axiomas atuais. NOTA: Lembre-se , a prova da impossibilidade de provar é feita exibindo: 1- um modelo no qual valem os axiomas atuais e 2- uma situação dentro deste modelo que a afirmação em questão não se verifica. Neste caso, a afirmação é “toda reta separa o plano”. Como os axiomas anteriores não garantem que toda reta separa o plano (Exercício 3), para que isto ocorra deve ser declarado em um axioma. Axioma de Separação do Plano Axioma de separação do plano. Toda reta separa o plano. Observação. O axioma de separação do plano é independente dos demais, pois o modelo bizarro satisfaz todos os outros seis axiomas, e, como mostrado no Exercício 3, não satisfaz o axioma de separação do plano. Pasch e o Axioma de Separação do Plano Proposição. Se uma reta corta uma lado de um triângulo, sem passar pelos vértices, então ela corta um dos outros dois lados também. Exercício 4. Prove que o axioma de separação do plano é indispensável para demonstrar a proposição acima . Prova. Caso este axioma fosse dispensável, a proposição seria válida em todo modelo que satisfaz os outros axiomas, mas que não satisfaz o axioma de separação do plano. Veja que isto não acontece na situação apresentada abaixo no modelo bizarro. Interior de Triângulo e interior de Circunferência Não tem sentido interior de triângulo no modelo bizarro, porque o interior de triângulo é definido como a interseção de semiplanos e não existe semiplano neste modelo. Por outro lado, tem sentido o interior de circunferência no modelo bizarro, pois depende de distância UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS REGIONAL CATALÃO UNIDADE ACADÊMICA ESPECIAL DE MATEMÁTICA E TECNOLOGIA CURSO DE MATEMÁTICA EAD Disciplina: Fundamentos de Geometria I Professor: Paulo Roberto Bergamaschi Gabarito da Atividade 1 Segue as soluções das questões da Atividade 1, acompanhadas de comentários, quando necessário. 1) Admitindo-se apenas os três axiomas de incidência, prove que: (a) existem pelo menos 3 pontos. (b) existem pelo menos 3 retas. (c) é impossível provar que existem mais de 3 retas. Resolução. (a) PROVA: Pelo Axioma I-3, existem dois pontos e . O axioma I-2 garante a existência de uma reta que contém os pontos e . E o axioma I-1 garante que existe um ponto fora da reta . Logo, fica provado que existem pelo menos três pontos, a saber, , e . (b) PROVA: Pelo Axioma I-3, existem dois pontos e . O axioma I-2 garante a existência de uma reta que contém os pontos e . E o axioma I-1 garante que existe um ponto fora da reta . Como está em e está fora de , então são distintos. Portanto, pelo Axioma I-2, existe uma reta que contém os pontos e . De modo semelhante, existe uma reta que contém os pontos e . Logo, fica provado que exisem pelo menos três retas, a saber, , e . (c) Para provar que é impossível provar que existem mais de três retas, basta exibir um modelo para a geometria formada pelos três axiomas de incidência em que se tenha exatamente três retas (e não mais de 3 retas). Um modelo que atende a este quesito é o seguinte: pontos são as letras , e e retas são os conjuntos de letras { , }, { , } e { , }. COMENTÁRIOS: 1) Note que esta representação é de fato um modelo para a geometria formada pelos três axiomas de incidência. Como ele possui 3 pontos, atende ao Axioma I-3. Já que toda reta (conjunto formada por duas letras) possui ponto (letra) pertencentea ela e ponto (letra) não pertencente a ela, então satisfaz o Axioma I-1. O Axioma I-2 também é satisfeito, já que para cada par de pontos (par de letras), existe uma reta (conjunto de letras) que os contém. 2) A prova da impossibilidade de provar se justifica pelo seguinte argumento: Caso fosse possível provar a existência de mais de 3 retas, esta afirmação se tornaria um teorema da geometria formada apenas com os três axiomas de incidência. Logo, pela Propriedade Fundamental dos Modelos, tal afirmação (teorema) deveria ser válida em todo modelo para tal geometria, o que não é verdade, já que se exibiu um modelo em que tal afirmação não é satisfeita. 2) Construa um modelo para a geometria composta pelos 5 axiomas, os três de incidência I-1, I-2 e I-3 e os dois de paralelismo P-1 e P-2. Justifique a validade do seu modelo. Resolução. Considere a seguinte representação: pontos são as letras , , e e retas são os conjuntos de letras { }, { }, { }, { }, { } e { }. A seguir, a verificação de que esta representação é um modelo para a geometria composta pelos cinco axiomas em questão. a) Os quatro pontos garantem a existência de pelo menos dois pontos. Portanto, o Axioma I-3 está satisfeito. b) Para toda reta (conjunto de par de letras) existe ponto (letra) não pertencente a ela, então o Axioma I-1 está satisfeito [Aqui considerou-se o novo enunciado do Ax. I-1, em que dispensa-se a existência de ponto na reta, com a presença dos axiomas de paralelismo (Veja o item 15 da Unidade 2)]. c) Para cada par de pontos (par de letras), existe uma única reta (conjunto de letras) que os contém. Isto mostra que o Axioma I-2 também está satisfeito. d) Para a verificação da validade do Axioma P-1, deve-se, para cada reta e para cada ponto fora da reta, exibir uma reta paralela à reta dada passando pelo ponto dado. Isto é feito na tabela abaixo. Reta Ponto fora da reta Reta paralela contendo o ponto { } { } { } { } { } { } { } { } { } { } { } { } { } { } { } { } { } { } e) Para a verificação da validade do Axioma P-2, deve-se, para cada reta e para cada ponto fora da reta, exibir no máximo uma paralela (ou uma ou nenhuma) à reta dada passando pelo ponto dado. Isto pode ser visto na tabela acima. Note que a reta da 3ª coluna é a única reta paralela à reta da 1ª coluna que passa pelo ponto da 2ª coluna. 3) Um axioma é independente dos demais se não pode ser provado a partir deles. Na verdade, o que se pretende é confirmar que eles são axiomas de fato. Prove, justificando cada passagem da prova, que: NOTA IMPORTANTE: A prova de que um axioma é independente dos demais segue o seguinte raciocínio. Supondo o contrário, que ele seja dependente dos demais axiomas, que quer dizer que seria possível prová-lo utilizando-se dos demais axiomas, ele seria um teorema na geometria composta pelos demais axiomas. Assim, pela Propriedade Fundamental de Modelos, ele seria válido em todos os modelos que satisfaz os demais axiomas. Porém, exibindo um modelo que não satisfaz tal axioma e que satisfaz os demais axiomas, chega-se a uma contradição. Fica assim provado que o axioma é independente dos demais. Logo, para a prova da independência de um axioma dos demais axiomas, basta a exibição de um modelo adequado. Isto é feito abaixo. (a) O axioma I-2 é independente de I-1, I-3, P-1 e P-2. Resolução. Modelo que satisfaz os axiomas I-1, I-3, P-1 e P-2, mas que não satisfaz o axioma I-2: os pontos são as letras , e e as retas são os conjuntos de letras { }, { } e { }. De fato, como existem 3 pontos, o Axioma I-3 é satisfeito. O Axioma I-1 também é satisfeito, pois toda reta possui ponto fora dela. A verificação de que o Axioma P-1 é satisfeito é realizada na tabela abaixo. Reta Ponto fora da reta Reta paralela contendo o ponto Verificação de que a reta é paralela { } { } { } { } { } { } { } { } { } { } { } { } { } { } { } { } { } { } { } { } { } A reta paralela dada na 3ª coluna é a única paralela à reta dada na 1ª coluna pelo ponto fora dado na 2ª coluna. Logo, também é satisfeito o Axioma P-2. Para verificar que o Axioma I-2 não é satisfeito, basta notar que para nenhum par de pontos, existe uma reta que os contém. Na verdade, basta verificar isto para um par de pontos; por exemplo, não tem nenhuma reta que contém o par formado pelos pontos e (Para que isto fosse possível, o modelo deveria ter a reta { , }, o que não acontece). (b) O axioma P-2 é independente de I-1, I-2, I-3 e P-1. Resolução. Modelo que satisfaz os axiomas I-1, I-2, I-3 e P-1, mas que não satisfaz o axioma P-2: os pontos são as letras , e e as retas são os conjuntos de letras { }, { }, { }, { }, { } e { }. De fato, como existem 3 pontos, o Axioma I-3 é satisfeito. O Axioma I-1 também é satisfeito, pois toda reta possui ponto nela e fora dela (Aqui considerou-se o enunciado antigo do Ax. I-1, pois sem o axioma P-2 não é possível provar que toda reta possui ponto sobre ela). A verificação de que o Axioma I-2 é satisfeito é realizada na tabela abaixo. Par de pontos Única reta que contém o par de pontos e { } e { } e { } A verificação de que o Axioma P-1 é satisfeito é feita com auxílio da tabela abaixo Reta Ponto fora da reta Paralela à reta pelo ponto fora dela Verificação de que a reta é paralela { } { } { } { } { } { } { } { } { } { } { } { } { } { } e { } { } { } e { } { } { } e { } { } { } e { } { } { } { } e { } { } { } e { } { } { } e { } { } { } e { } { } { } { } e { } { } { } e { } { } { } e { } { } { } e { } { } Pela tabela acima pode-se notar que existe reta e existe ponto fora dela, tal que existem mais de uma paralela à reta dada pelo ponto fora dela dado; por exemplo, tomando a reta { } e o ponto fora dela , existem duas retas, { } e { }, paralelas à reta { } (portando mais de uma) passando pelo ponto . Logo, este modelo não satisfaz o Axioma P-2. 4) Prove a propriedade transitiva de paralelismo: Se a reta r é paralela à reta s, e s é paralela à reta t, então r é paralela à t. Resolução. Hipótese: e Tese: Demonstração. Suponha, por contradição, que a reta não seja paralela à reta . Assim, a reta intercepta a reta em um ponto . Devido a hipótese, tem-se que e são ambas paralelas à reta . Desta forma, pelo ponto fora da reta existem duas paralelas a , a saber, as retas e . Isto contradiz o axioma P-2, que garante que por um ponto fora de uma reta deve ter no máximo uma paralela à reta dada. A contradição se deu ao assumir que não seja paralela à reta ; logo, a reta é paralela à reta . 5) Dizer que um axioma (ou uma dada afirmação) é indispensável para provar uma determinada propriedade significa que é impossível provar esta propriedade sem a presença daquele axioma (ou daquela afirmação). Como você prova que o axioma de paralelismo P-2 é indispensável para provar a Propriedade transitiva de paralelismo? Justifique. Resolução. Como dito no enunciado da questão, um axioma é indispensável para provar dada afirmação quando é impossível prová-la sem a presença dele. Ou seja, na ausência de tal axioma não se tem a garantia da validade da afirmação. Como já mencionado, a prova da impossibilidade de provar se dá com a exibição de um modelo. Nestecaso, um modelo no qual não valha a Propriedade transitiva de paralelismo e nem o axioma P-2. O modelo dado no item (b) da 3ª questão apresenta esta situação. Lá foi mostrado que o axioma P-2 não é satisfeito. Para verificar que nele não vale a Propriedade transitiva de paralelismo, basta considerar as retas { }, { } e { }. Veja que é paralela a e é paralela a , porém e têm o ponto em comum, ou seja, não é paralela a . 6) Sejam r e s retas que se interceptam. Admitindo-se os cinco axiomas (os três de incidência e os dois de paralelismo), mostre que não existe uma reta paralela às duas retas r e s. Resolução. Hipótese: as retas r e s se interceptam em um ponto . Tese: Não existe uma reta paralela às duas retas r e s. Demonstração. Suponha, por contradição, que exista uma reta que seja paralela às duas retas r e s. No entanto, por hipótese, r e s se interceptam em um ponto . Como é paralela a (suposição) e pertence a ( é o ponto de interseção entre e ), então está fora de . Desta forma, por fora de , existem duas retas e paralelas a , fato que contradiz o axioma P-2. Com esta contradição, conclui-se que não existe a reta paralela às duas retas r e s. UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS REGIONAL CATALÃO UNIDADE ACADÊMICA ESPECIAL DE MATEMÁTICA E TECNOLOGIA CURSO DE MATEMÁTICA EAD Disciplina: Fundamentos de Geometria I Professor: Paulo Roberto Bergamaschi Atividade 2 - Gabarito 1) (Valor: 20 pontos) Prove que o Axioma da Régua é independente dos cinco primeiros axiomas. Resolução. A prova de que o Axioma da Régua é independente dos outros cinco axiomas é feita exibindo um modelo, no qual valem os cinco primeiros axiomas e não vale o Axioma da Régua. Basta exibir um modelo de geometria finita. Por exemplo, pontos são representados pelas letras , , e e retas são representadas pelos conjuntos de letras { }, { }, { }, { }, { } e { }. Evidentemente, por ser finito não satisfaz o Axioma da Régua. 2) (Valor: 20 pontos) Sejam e dois pontos quaisquer. Mostre que a distância de até no modelo do taxista é maior ou igual à distância de até no modelo cartesiano. Em que situações, estas distâncias são iguais? Sugestão: Já que distância é sempre maior ou igual a zero, faça o desenvolvimento utilizando o quadrado das distâncias. Resolução. Seguindo a sugestão, tem-se: (I) (√ ) | | | | (II) | | | | | | | | | || | Comparando as duas equações (I) e (II), nota-se que ( ) ( ) ( ) ( ) ( )( ) Já que distância é não negativa, então e, consequentemente, ou seja, , como se queria demonstrar. Se , então ( ) ( ) . Comparando as equações (I) e (II) novamente, a igualdade ocorre se | || | , acarretando: i) | | , o que significa que , ou seja, e são pontos de uma reta vertical; ou ii) | | , o que significa que , ou seja, e são pontos de uma reta horizontal. 3) Faça uma figura representando a semi-circunferência superior de centro (1, 0) e raio 1: (a) (Valor: 10 pontos) no modelo cartesiano; Resolução. : Semicircunferência cartesiana de centro e raio . { } { √ } { } Figura 1. Semicircunferência cartesiana de centro e raio . (b) (Valor: 10 pontos) no modelo do taxista; Resolução. : Semicircunferência do taxista de centro e raio . { } { | | | | } { | | } | | | | { [ ] Figura 2. Semicircunferência do taxista de centro e raio . 4) (Valor: 20 pontos) Questão no modelo do taxista. Considere os pontos , e . Sejam , e as retas determinadas pelos pontos e , e e e , respectivamente, e sejam , e os seus sistemas de coordenadas. Os números e são iguais? Teriam que ser iguais? Tem sentido calcular ? Justifique as suas respostas. Calcule os comprimentos dos lados do triângulo de duas maneiras: pela fórmula da distância e pela diferença das coordenadas. Resolução. i) A reta determinada pelos pontos e tem a equação . O sistema de coordenada para a reta é | | ; ii) A reta determinada pelos pontos e tem a equação . O sistema de coordenada para a reta é ; iii) A reta determinada pelos pontos e tem a equação . O sistema de coordenada para a reta é ; Respostas: e . Portanto, . Não teriam que ser iguais pois, embora o ponto seja o mesmo, as retas são distintas e os sistema de coordenadas, e , responsáveis pelo cálculo da coordenada, são distintos. Não tem sentido calcular , já que não pertence à reta . Cálculo dos comprimentos dos lados do triângulo pela fórmula da distância: - lado : | | | | | | | | - lado : | | | | | | | | - lado : | | | | | | | | Cálculo dos comprimentos dos lados do triângulo pela diferença das coordenadas: - lado : | | | | | | - lado : | | | | | | - lado : | | | | | | Note que os valores foram iguais nas duas maneiras de calcular o comprimento dos lados, conforme declarado no Axioma da Régua. 5) (Valor: 20 pontos) Considerando os axiomas de incidência, os de paralelismo e o da régua, é possível afirmar que em um triângulo, qualquer lado é menor que a soma dos outros dois? Justifique a sua resposta. Resposta: Não! Basta considerar o triângulo da questão (4), no modelo do taxista. Neste triângulo, conforme calculado no final da questão (4), o lado mede 6 (u.c.) e os lados e medem 3 (u. c.) cada um. Logo, nele o lado NÃO é menor do que a soma dos outros dois lados. IMPORTANTE: O que se quer dizer com a solução desta questão é que com os axiomas de incidência, os de paralelismo e o da régua não se pode afirmar que “em todo triângulo, qualquer lado tem a medida menor do que a soma das medidas dos outros dois lados” RESUMO, DISCUSSÕES E EXERCÍCIOS RESOLVIDOS – UNIDADE 6 Para a definição de ângulo, é preciso ter conhecimento do objeto semirreta. Então, primeiro será dada a definição de semirreta. Ângulo 0,50 1 0,50 1 0,50 1 2 -1 1 20,5 -1 1 20,5 Interior de ângulo IMPORTANTE: O conceito de semiplano surge quando a reta separa o plano, ou seja, quando está presente o Axioma da Separação do Plano. Como o modelo bizarro não satisfaz tal axioma, não tem sentido interior de ângulo neste modelo. Medida de ângulo Teorema do transferidor. Existe medida de ângulo. Como se mede ângulo nos modelos cartesiano e do taxista OBSERVAÇÕES 1) Embora o objeto ângulo possa ser igual nos dois modelos, note que pode ter medidadiferente no modelo do taxista em relação ao modelo cartesiano. Isto ocorre porque a maneira de medir ângulo depende de distância (comprimento do vetor) e esta pode diferir de um modelo para o outro, como ocorreu no exemplo anterior. 2) Não tem sentido medida de ângulo no modelo bizarro, pois para a definição de medida de ângulo é preciso estar valendo o axioma de separação do plano. O Modelo de Moulton 1 1 -1 -1 1 1 -1 -1 1 1 -1 -1 IMPORTANTE O modelo de Moulton satisfaz os axiomas anteriores. Para maiores detalhes, veja o texto encaminhado via plataforma Moodle – Ipê, Unidade 6. Distância no modelo de Moulton Distância no modelo de Moulton Medida de ângulo no modelo de Moulton 1ª Situação 2ª Situação Definição. Um ângulo é dito ângulo reto quando a sua medida é 90°. Retas Perpendiculares Resposta: Com os axiomas vistos até o momento não se pode garantir existência e nem unicidade. A prova de que é impossível provar a existência e/ou unicidade é exibindo um exemplo em um modelo, lembra-se? Isto será feito a seguir no modelo de Moulton. Perpendicular por um ponto fora de uma dada reta IMPORTANTE: No modelo cartesiano, distância e medida de ângulo (e consequentemente, retas perpendiculares) funciona como na geometria analítica. Nos demais modelos, isto também pode ser utilizado, com as devidas adequações. Nestes, é preciso estar atento para aquilo que eles são distintos do modelo cartesiano. Retas Perpendiculares na Geometria Analítica Distância de um ponto a uma reta Como se sabe, na geometria euclidiana, determina-se a distância de um ponto a uma reta baixando-se uma perpendicular do ponto à reta e calculando-se a distância do ponto ao pé da perpendicular (ponto de encontro da perpendicular com a reta). Como se viu, na presença dos sete axiomas atuais, nem sempre a perpendicular existe. Por esta razão define-se distância de um ponto a uma reta de outra maneira. Retas Equidistantes UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS REGIONAL CATALÃO UNIDADE ACADÊMICA ESPECIAL DE MATEMÁTICA E TECNOLOGIA CURSO DE MATEMÁTICA EAD Disciplina: Fundamentos de Geometria I Professor: Paulo Roberto Bergamaschi Atividade 3 - Gabarito 1) Considere os pontos e e a reta que os contém. Resolução. A reta que contém os pontos e é horizontal e tem equação . (a) (Valor: 10 pontos) Encontre um sistema de coordenadas para a reta no modelo cartesiano, no modelo do taxista e no modelo bizarro. Um sistema de coordenadas para a reta : no modelo cartesiano é √ ; no modelo do taxista é | | ; no modelo bizarro é { se inteiro se n o inteiro NOTA: No modelo bizarro, caso a reta seja horizontal, observe que se a abscissa do ponto é um número inteiro, a imagem do ponto ainda é um inteiro, só que transladado de 2 unidades para a direita; ao passo que se a abscissa não é um número inteiro, a imagem do ponto também não é um inteiro, já que é o valor da própria abscissa. (b) (Valor: 10 pontos) Calcule a distância do ponto ao ponto nos modelos: cartesiano, do taxista e no bizarro. Distância do ponto ao ponto : No modelo cartesiano: √ √ ; No modelo do taxista: | | | | | | ; No modelo bizarro: | | | | | | | | . 2) Considere os pontos , e ( ). Resolução. Os três pontos , e estão sobre a reta horizontal de equação . Um sistema de coordenadas para esta reta , nos modelos cartesiano e bizarro, foi apresentado no item (a) da questão (1) anterior. (a) (Valor: 5 pontos) Verifique que, no modelo cartesiano, o ponto está entre os pontos e . Apresente os cálculos. Resolução. Para verificar se um ponto está entre outros dois, basta utilizar a proposição dada no item 17 da Unidade 4, que relaciona a ordem de pontos na reta com a ordem de suas respectivas coordenadas. Lembre-se que coordenadas dos pontos são as suas imagens (números reais) via sistema de coordenadas. No modelo cartesiano: , e ( ) . Como , ou seja, , então, pela proposição mencionada, está entre e . (b) (Valor: 10 pontos) A ordem dada no item (a) se mantém no modelo bizarro? Justifique a sua resposta, apresentando os cálculos. Resolução. NÃO! No modelo bizarro, a ordem dada no item (a) não se mantém. No modelo bizarro: , e ( ) . Portanto, , e, pela proposição mencionada, está entre e , diferentemente do modelo cartesiano. (c) (Valor: 10 pontos) Determine e desenhe, no modelo bizarro, o segmento . Resolução. Por definição de segmento: { } { }. { } { } { } { } { } { } { } { } Na 2ª igualdade, utilizou-se o símbolo “ ” para indicar que a ordem das coordenadas obedece à mesma ordem dos respectivos pontos, conforme proposição do item 17 da Unidade 4, ou seja, a imagem do ponto está entre as imagens dos pontos e . Na 3ª igualdade, já que a coordenada de é menor do que a coordenada de , visto que , obteve-se a desigualdade . Uma vez que entre e não há números inteiros, conforme nota no final da resolução da 1ª Questão, obteve-se a desigualdade , apresentada após a 4ª igualdade e finalizando a determinação do segmento . Portanto, { } { }. Figura 1. Segmento no modelo bizarro. (d) (Valor: 5 pontos) O ponto pertence ao segmento ? Justifique a sua resposta Resolução. O ponto não pertence ao segmento , pois ele é distinto de e de e, como verificado no item (b), ele não está entre e . Proposição. Se uma reta corta o interior de um lado de um triângulo sem passar pelos vértices, então ela terá que cortar um dos outros dois lados. 3) Resolva os itens abaixo. IMPORTANTE: Por definição, um triângulo é a união de três segmentos, definidos por três pontos não colineares. Se o segmento pertence a uma reta vertical ou inclinada, nos modelos vistos até aqui (cartesiano, do taxista e bizarro), independentemente dos pontos, ele tem o mesmo aspecto. Por outro lado, no modelo bizarro, se o segmento pertence a uma reta horizontal, dependendo de seus pontos extremos e devido à maneira em que foi definido o sistema de coordenadas, , ele pode ter um aspecto distinto em relação aos outros dois modelos e, consequentemente, triângulo também pode ter um aspecto distinto. (a) (Valor: 15 pontos) Construa, no modelo bizarro, o triângulo , sendo , e . Verifique que a reta corta o lado deste triângulo. Justifique a sua construção. Resolução. Como os pontos e pertencem à reta vertical , e e pertencem à reta inclinada , no modelo bizarro os segmentos e têm o mesmo aspecto que tem no modelo cartesiano. Já que o segmento pertence à reta horizontal , no modelo bizarro não tem o mesmo aspecto que no modelo cartesiano (Veja Figura (2)). De fato, e e { } { } { } { } { } {} { } { } Figura 2. Triângulo e reta vertical cortando somente o lado do triângulo . ATENÇÃO: Evidentemente, pela Figura (2), nota-se que a reta não corta o lado e sim o lado do triângulo . Houve um erro em parte do enunciado do item (a). Ao inv s de: “Verifique que a reta corta o lado deste triângulo”, deveria ser enunciado: “Verifique que a reta corta o lado deste triângulo”. Por m, n o há nenhum prejuízo no restante da quest o. Considera-se correto, então, tanto a resposta que a reta NÃO corta o lado como a resposta que a reta corta o lado . (b) (Valor: 15 pontos) O triângulo e a reta , obtidos no item (a), servem para provar que a proposição enunciada acima é dependente do Axioma de Separação do Plano? Justifique a sua resposta. Resolução. A resposta à pergunta feita no exercício é SIM. De fato, caso a proposição não fosse dependente do Axioma de Separação do Plano, seria possível prová-la sem a presença desse axioma. Portanto, pela Propriedade Fundamental dos Modelos, tal proposição seria válida em todo modelo para a geometria anterior a este axioma (composta somente pelos axiomas de incidência, de paralelismo e da régua); em particular no modelo bizarro. Isto é uma contradição, já que o triângulo e a reta , do modelo bizarro, exibidos na Figura (2), mostram que existe um triângulo e existe uma reta que corta um dos lados deste triângulo, sem passar pelos vértices, mas que não corta nenhum dos outros dois lados do triângulo. 4) No modelo bizarro, a circunferência de centro em e raio é idêntica* àquela do modelo cartesiano. Em relação a esta circunferência, responda, justificando a sua resposta; (a) (Valor: 10 pontos) O ponto é interior a esta circunferência? (b) (Valor: 10 pontos) O ponto é exterior a esta circunferência? *A circunferência pode diferir daquela do modelo cartesiano, em relação aos pontos dela que pertencem à reta horizontal que passa pelo seu centro, principalmente se o raio e/ou a abscissa do centro não for um número inteiro. Verifique! Resolução. Um ponto é interior à circunferência se a distância dele até o centro da circunferência é menor do que o raio. E é exterior à circunferência se a distância dele até o centro é maior do que o raio. (a) Os pontos e pertencem à reta inclinada . Portanto, a distância entre eles é a mesma do modelo cartesiano, ou seja, √ √ √ √ Como , conclui-se que o ponto é interior à circunferência dada. (b) Os pontos e pertencem à reta horizontal cuja equação é . Assim, suas respectivas coordenadas são (a abscissa de é não inteira) e (a abscissa de é inteira) Portanto, | | | | | | Já que , tem-se que o ponto é exterior à circunferência dada. UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS REGIONAL CATALÃO UNIDADE ACADÊMICA ESPECIAL DE MATEMÁTICA E TECNOLOGIA CURSO DE MATEMÁTICA EAD Disciplina: Fundamentos de Geometria I Professor: Paulo Roberto Bergamaschi Atividade 4 - Gabarito 1) (Valor: 20 pontos) Encontre a equação da reta perpendicular à reta de Moulton pelo ponto . Desenhe a reta e a perpendicular procurada. Justifique a sua resposta. Resolução. Como a reta tem declividade negativa ( ), a perpendicular a ela, aqui denominada , tem declividade positiva ( ), e no modelo de Moulton, é do tipo “quebrada”, definida assim: { Como a reta cruza a reta no ponto , o valor da constante é . Para a determinação do coeficiente de inclinação , pode-se utilizar do fato (da Geometria Analítica*) que o produto entre os coeficientes angulares da reta e de sua perpendicular é igual a , ou seja, . Logo, a equação da reta perpendicular s procurada é: { . Figura 1. Reta e reta perpendicular , por , no modelo de Moulton. * Perceba que todo modelo se apoia no modelo cartesiano, cada um com sua particular diferença. Assim, os conceitos da Geometria Analítica, que são aplicáveis ao modelo cartesiano, são ferramentas bastante úteis que podem ser utilizadas na resolução de problemas envolvendo os modelos, bastando estar atento para a diferença do modelo em estudo. Por exemplo, o modelo de Moulton se difere do cartesiano apenas em relação às retas de declividade positiva, as quais sofrem uma “quebra” exatamente sobre o eixo . Portanto, fora do eixo , os objetos se comportam como no modelo cartesiano. A diferença ocorre quando o objeto está contido em uma reta “quebrada” e atravessa o eixo . 2) Considere a reta de Moulton dada por se e se ⁄ . (a) (Valor: 10 pontos) Determine a reta de Moulton paralela à reta e que passa pelo ponto . Justifique a sua resposta, apresentando os seus cálculos. Resolução. No modelo de Moulton, as retas verticais, horizontais e de declividade negativa são como no modelo cartesiano. A reta de declividade positiva sofre uma quebra no eixo , de modo a reduzir a sua declividade pela metade a partir do eixo ; no entanto cada uma de suas partes, à esquerda e à direita deste eixo, é parte de uma reta cartesiana. Assim, novamente, pode-se utilizar de conceitos da Geometria Analítica, a saber: retas paralelas têm o mesmo coeficiente angular. Desta forma, a paralela tem o mesmo coeficiente angular da reta , que é à esquerda do eixo e ½ à direita do eixo (veja a equação da reta no enunciado da questão). Como a paralela passa pelo ponto ela corta o eixo no valor . Essas informações são suficientes para se determinar a paralela à reta , que passa pelo ponto : { (b) (Valor: 10 pontos) A reta dada na questão e a paralela obtida no item (a) são equidistantes? Justifique a sua resposta. Resposta: Não! As paralelas e não são equidistantes. Analisando a Fig. (2) abaixo, nota-se que , ou seja, existem dois pontos e em tais que , o que implica que, de fato, e não são equidistantes. Figura 2. Retas r e s paralelas, no modelo de Moulton. Cálculo da distância de até : A reta perpendicular à reta , pela origem, tem equação . O ponto é a interseção das retas e ; portanto, ( ). Assim, √( ) ( ) √ √ . Cálculo da distância de até : A reta perpendicular à reta , pelo ponto A, tem equação . O ponto é a interseção das retas e ; portanto, ( ). Assim, √( ) ( ) √ √ . Logo, . 3) Considere a reta de Moulton dada por se e se ⁄ . (a) (Valor: 10 pontos) Qual é a distância do ponto ( ) à reta dada. Justifique a sua resposta, apresentando os seus cálculos. Resolução. O ponto está na região, acima da reta , entre as retas e e, portanto, não existe perpendicular à , passando por . Seja o ponto de encontro da reta com o eixo . Então,Figura 3. Distância do ponto à reta A menor das distâncias entre o ponto e pontos da reta é a distância de até , que no modelo de Moulton é: √ ( ) √ . Logo, a distância do ponto à reta é √ . ========================================== Verificação: Seja um ponto qualquer sobre a parte da reta que está à esquerda do eixo (veja a Fig. (3)). O segmento está totalmente contido à esquerda do eixo e, por isso, é um segmento cartesiano, seja qual for a declividade da reta que contém e . Então, , isto é, Seja um ponto qualquer sobre a parte da reta que está à direita do eixo . Neste caso, e podem estar sobre uma reta horizontal ou de declividade negativa (veja o ponto na Fig. (3)) ou podem estar sobre uma reta de declividade positiva (veja o ponto na Fig. (3)). Em todo caso, tem-se . Logo, a distância de até é a menor das distâncias de a pontos da reta , ou seja, { } . =============================================== (b) (Valor: 10 pontos) Qual é a distância do ponto ( ) à reta dada. Justifique a sua resposta, apresentando os seus cálculos. Resolução. O ponto está na região, abaixo da reta , entre as retas e e, portanto, existem duas perpendiculares à , passando por , uma que corta a reta à direita do eixo , no ponto ( ), e outra que corta à esquerda do eixo , no ponto ( ) (Veja Fig. (4)). Seja um ponto qualquer situado na parte da reta que está à esquerda do eixo , tem-se . Seja um ponto qualquer na parte da reta que está à direita do eixo , tem-se . Isto implica que varrendo todos os pontos da reta r, as duas menores distâncias de Q a r são: e . Assim, a menor das distâncias de à reta é a menor dentre estas duas distâncias. Figura 4. Distância do ponto à reta . Cálculo das distâncias: √( ( )) ( ) √ √ . √( ) ( ) √ √ . Como √ √ , tem-se . Portanto, a distância de à reta é √ . ================================ Determinação do ponto : A perpendicular à reta , à esquerda do eixo , que passa por tem equação . Substituindo nela as coordenadas do ponto , obtem-se . Assim, a equação da perpendicular é . Sendo a interseção entre as retas e , tem-se ( ). Determinação do ponto : A perpendicular à reta , à direita do eixo , que passa por tem equação . Substituindo nela as coordenadas do ponto , obtem-se . Assim, a equação da perpendicular é . Sendo a interseção entre as retas e , tem-se ( ). ====================================== 4) Um ângulo é, por definição, o conjunto formado pelos pontos que estão em duas semirretas de mesma origem. Sejam , e . Calcule a medida do ângulo , justificando a sua resposta, apresentando os seus cálculos: (a) (Valor: 10 pontos) no modelo cartesiano; Figura 5. Ângulo , no modelo cartesiano. Resolução. ⃗⃗⃗⃗ ⃗ , ⃗⃗⃗⃗ ⃗ , ⃗⃗⃗⃗ ⃗ ⃗⃗⃗⃗ ⃗ . A medida do ângulo é a medida do ângulo tal que ⃗⃗⃗⃗ ⃗ ⃗⃗⃗⃗ ⃗ | ⃗⃗⃗⃗ ⃗|| ⃗⃗⃗⃗ ⃗| ; . Já que ⃗⃗⃗⃗ ⃗ ⃗⃗⃗⃗ ⃗ , tem-se , ou seja, . Logo, ( ) . Outra Maneira: Como o lado AC é bissetriz do 1º quadrante, a semirreta faz com o eixo um ângulo de 45°. Do mesmo modo, a semirreta faz com o eixo um ângulo de 45°. Logo, somando-se estes ângulos, tem-se ( ) . (b) (Valor: 10 pontos) no modelo de Moulton. Resolução. O vértice do ângulo está sobre o eixo . A definição de medida de ângulo no modelo de Moulton indica que a medida do ângulo de Moulton é igual à medida de um ângulo cartesiano . O lado do ângulo está à esquerda do eixo , então pode-se tomar igual a . O lado do ângulo está à direita do eixo ; assim o ponto deve ser tomado no prolongamento cartesiano, à direita do eixo , da parte da reta de Moulton ⃡⃗⃗⃗ ⃗ que está à esquerda do eixo . Por exemplo, . Veja a Fig. (6). ⃗⃗⃗⃗ ⃗ , ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗⃗ , ⃗⃗⃗⃗ ⃗ ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗⃗ . | ⃗⃗⃗⃗ ⃗| √ √ | ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗⃗ | √ √ Figura 6. Ângulo BÂC, no modelo de Moulton. A medida de Moulton do ângulo é a medida cartesiana do ângulo tal que ⃗⃗⃗⃗ ⃗ ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗ | ⃗⃗⃗⃗ ⃗|| ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗| √ √ ( ) √ . Logo, a medida do ângulo no modelo de Moulton é . OBSERVAÇÃO: Para a medida de ângulo no modelo cartesiano, veja o item 8 da Unidade 6, e para a medida de ângulo no modelo de Moulton, veja o item 15 desta mesma unidade. 5) (Valor: 20 pontos) Como você definiria ângulos opostos pelo vértice? Com os axiomas vistos até o presente momento, é possível provar que ângulos opostos pelo vértice têm a mesma medida? Justifique a sua resposta. Resolução. Definição. Dois ângulos são opostos pelo vértice se os lados de um são as semirretas opostas dos lados do outro. Figura 7. Ângulos opostos pelo vértice. OBSERVAÇÃO. Na Fig. (7), os ângulos e são opostos pelo vértice, assim como os ângulos e também são. SIM, é possível provar que os ângulos opostos pelo vértice têm a mesma medida. Prova: Pelo Teorema 22L da Unidade 6, tem-se: (1) e (2) . Comparando as equações (1) e (2), conclui-se que . UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS REGIONAL CATALÃO UNIDADE ACADÊMICA ESPECIAL DE MATEMÁTICA E TECNOLOGIA CURSO DE MATEMÁTICA EAD Disciplina: Fundamentos de Geometria I Professor: Paulo Roberto Bergamaschi 07 de outubro de 2017. Avaliação Presencial - Gabarito 1) Admitindo-se apenas os três axiomas de incidência, prove que: (a) (Valor: 10,0 pontos) existem pelo menos 3 pontos e pelo menos 3 retas. Resolução. Pelo Axioma I-3 existem pelo menos dois pontos; sejam e estes pontos. Devido ao Axioma I-2, existe uma única reta que contém os pontos e . Pelo Axioma I-1, existe um ponto fora da reta . Até aqui provou-se que existem pelo menos 3 pontos, , e . O ponto está fora da reta , então ele é distinto de e também de (já que estes estão em ). Logo, pelo Axioma I-2, existe uma única reta que contém e e existe uma única reta que contém e . Fica, então, provado que existem 3 retas, a saber: , e . (b) (Valor: 10,0 pontos) é impossível provar que existem mais de 3 pontos. Justifique. Resolução. Para provar que é impossível provar que existem mais de 3 pontos, basta exibir um modelo para a geometria formada pelos três axiomas de incidência em que se tenha exatamente três pontos (e não mais de 3 pontos). Um modelo que atende a este quesito é o seguinte: pontos são as letras , e e retas são os conjuntos de letras { , }, { , } e { , }. Verificação de que a representação dada é, de fato, um modelo: A representação possui 3 pontos, atende ao Axioma I-3. Já que todareta (conjunto formada por duas letras) possui ponto (letra) pertencente a ela e ponto (letra) não pertencente a ela, então satisfaz o Axioma I-1. O Axioma I-2 também é satisfeito, já que para cada par de pontos (par de letras), existe uma reta (conjunto de letras) que os contém. 2) Lema da Transversal: Sejam r e s retas paralelas. Se uma reta t corta s, então t corta r também. (a) (Valor: 10,0 pontos) Segue os passos de uma demonstração do Lema da Transversal. A sua tarefa é justificar cada um dos passos. A justificativa pode ser o apontamento da utilização da hipótese, de um determinado axioma, de um passo anterior, ou outro fato. Para a justificativa, utilize o espaço entre parênteses à frente da afirmação do passo ou espaço adicional, se necessário (Veja, como exemplo, a justificativa do Passo 2). Demonstração do Lema da Transversal: Passo 1: Seja o ponto de interseção entre as retas e (Devido a hipótese: a reta corta ); Passo 2: Suponha que não intercepta a reta (negação da tese); Passo 3: A reta é paralela à reta , por (Pelo Passo 2: não intercepta ); Passo 4: A reta é paralela à reta , por (Pela hipótese e Passo 1 ( )); Passo 5: O ponto está fora da reta (Pelo passo 1 e hipótese ( e é paralela a )); Passo 6: Por , fora de , passam duas paralelas à reta (Passos 3 e 4: // e // , por ); Passo 7: Portanto, tem-se uma contradição (Contradição ao Axioma P-2); Passo 8: Logo, a reta corta a reta (Devido a contradição à suposição no Passo 2). (b) (Valor: 10,0 pontos) Prove que o axioma de paralelismo P-2 é indispensável para provar o Lema da Transversal. Resolução. O Axioma P-2 ser indispensável para se provar o Lema da Transversal significa que não é possível prova-lo sem a presença deste axioma. Para tanto, basta apresentar um modelo que não valha o axioma P-2 (satisfaz somente I-1, I-2, I-3 e P-1) e uma situação neste modelo em que não se verifica o Lema da Transversal. Tal modelo é: pontos são as letras , e ; e retas são os conjuntos de letras , , , , e . Situação em que não se verifica o Lema da Transversal: Considere as paralelas e e a reta corta em ; porém não corta . Verificação de que a representação dada satisfaz os axiomas I-1, I-2, I-3 e P-1, ma não satisfaz P-2: A representação possui 3 pontos, então atende ao Axioma I-3. Já que toda reta (conjunto formada por duas letras) possui ponto (letra) pertencente a ela e ponto (letra) não pertencente a ela, então satisfaz o Axioma I-1 (Veja Tab. (1) abaixo). O Axioma I-2 também é satisfeito, já que para cada par de pontos (par de letras), existe uma única reta (conjunto de letras) que os contém (Veja Tab (2) abaixo). Vale o Ax. P-1, pois qualquer que seja a reta e qualquer que seja o ponto fora da reta, existe pelo menos uma reta paralela à reta dada passando pelo ponto dado (Veja Tab (3) abaixo). Não vale o Ax. P-2, já que existem duas retas paralelas e à reta , passando pelo ponto fora da reta . Tabela 1. Verificação da validade do Axioma I-1. Reta Ponto sobre a reta Ponto fora da reta Tabela 2. Verificação da validade do Axioma I-2. Par de pontos Única reta que contém o par de pontos e Única reta que contém, simultaneamente e , é e Única reta que contém, simultaneamente e , é e Única reta que contém, simultaneamente e , é Tabela 3. Verificação da validade do Axioma P-1. Reta Ponto fora da reta Paralelas à reta pelo ponto fora e e e e e e 3) Sejam os pontos e (a) (Valor: 10,0 pontos) Determine a equação da reta que contém os pontos e nos modelos cartesiano, do taxista e de Moulton. Apresente os seus cálculos. Resolução. Note que e . Então, os pontos e pertencem a uma reta de declividade positiva. Ou seja, nos modelos cartesiano e do taxista estes pontos pertencem a uma reta de equação . Assim, para os pontos e , tem-se, respectivamente: (I), (II). Resolvendo o sistema formado pelas equações (I) e (II), obtém-se e . Logo, em ambos os modelos cartesiano e do taxista a equação da reta que contém os pontos e é . Por ser de declividade positiva, no modelo de Moulton, a reta que contém os pontos P e sofre uma “quebra” e é da seguinte maneira { Para obter os valores de e , basta substituir as coordenadas dos pontos e , de acordo com o sinal de suas abscissas. Para o ponto ( ), tem-se (i) E para o ponto , tem-se (ii). A solução do sistema composto pelas equações (i) e (ii) é e . Logo, para o modelo de Moulton, a equação da reta que contém os pontos e é: { . (b) (Valor: 10,0 pontos) Calcule a distância de a nos três modelos mencionados no item (a). Em qual modelo esta distância é maior? Em qual é menor? Justifique, apresentando os cálculos e argumentos. Figura 1. Distância de P a Q nos modelos cartesiano, do taxista e de Moulton. Resolução. Cálculo da distância de a : - No modelo cartesiano: √ √ ; - no modelo do taxista: | | | | | | | | - no modelo de Moulton: √ √ √ √ (√ √ ) Tem-se: √ (√ √ ) . Logo, a distância maior é a do modelo do taxista e a menor é a do modelo cartesiano, conforme exibido na Fig. (1). 4) Sejam , e ( ). (a) (Valor: 10,0 pontos) Decida qual dos três pontos está entre os outros dois, no modelo bizarro. Justifique a sua decisão, apresentando os cálculos. Resolução. Os três pontos , e pertencem à reta horizontal No modelo bizarro, o sistema de coordenadas para esta reta é: { se nte ro se . Assim, ; e ( ) . Portanto, . Logo, pela Proposição (do item 17 da unidade 4) que relaciona a ordem dos pontos sobre uma reta com a ordem de suas respectivas coordenadas, via sistema de coordenadas, tem-se que está entre e , no modelo bizarro. (b) (Valor: 10,0 pontos) Determine e desenhe o segmento , no modelo bizarro. Justifique, apresentando os cálculos. Resolução. { } { } { nte ro} { n o nte ro} { nte ro} { n o nte ro} { nte ro} {n o nte ro} Logo, { n o nte ro}. Figura 2. Segmento no modelo bizarro. 5) (Valor: 20,0 pontos) No modelo de Moulton, seja a reta de equação . Determine a reta perpendicular à reta , que passa pelo ponto . Desenhe as duas retas e em um mesmo sistema de coordenadas. Justifique, apresentando os cálculos. Resolução. A reta tem declividade negativa, então a perpendicular a ela tem declividade positiva. Por se no modelo de Moulton, sofre “quebra” sobre o e xo , de modo que á direita do eixo a sua declividade reduz pela metade. A equação da perpendicular é { . Além disso, a reta e a reta que contém a parte da perpendicular que fica à esquerda do eixo são retas cartesianas (Veja Fig. (3)) e, portanto, para elas vale o seguinte: “o produto dos coeficientes angulares de retas perpendiculares é igual a ”. Ass m, já que o coef c ente angular da reta é , o coeficiente angular da parte da reta “quebrada” que f ca à esquerda do e xo é . Já que a reta perpendicular passa pelo ponto , tem-se . Logo, a reta perpendicular à reta , pelo ponto , é definida por { . Figura 3. Retas perpendiculares no modelo de Moulton. Outra maneira: A reta perpendicular a sofre uma quebra sobre o eixo , no ponto . Conhecendo-se a parte dela que está à esquerda desse eixo, basta lembrar que a declividade à direita do eixo é reduzida pela metade e tem-se também a parte à direita do eixo. Figura 4. Auxiliar para a determinação da perpendicular à reta , pelo ponto . Para determinar a parte à esquerda do eixo , basta então conhecer outro ponto de . Faça (Veja Fig. (4)). Por definição, para que duas retas sejam perpendiculares, a união delas deve conter um ângulo reto. Assim, tomando o ponto na reta , tem-se ⃗⃗⃗⃗ ⃗ ⃗⃗⃗⃗ ⃗ | ⃗⃗⃗⃗ ⃗|| ⃗⃗⃗⃗ ⃗| , ou seja, ⃗⃗⃗⃗ ⃗ ⃗⃗⃗⃗ ⃗ . Portanto, . Tomando , tem-se . Agora, para determinar a parte à esquerda do eixo , basta encontrar a equação da reta cartesiana que contém e , que é . E o fato da parte à direita ter a declividade reduzida pela metade dá que ela tem equação . Unindo-se as duas partes, tem-se a equação da reta perpendicular a , pelo ponto : { Número do slide 1 Número do slide 2 Número do slide 3 Número do slide 4 Número do slide 5 Número do slide 6 Número do slide 7 Número do slide 8 Número do slide 9 Número do slide 10 Número do slide 11 Número do slide 12 Número do slide 13 Número do slide 14 Número do slide 15 Número do slide 16 Número do slide 17 Número do slide 18 Número do slide 19 Número do slide 20 Número do slide 21 Número do slide 22 Número do slide 23 Número do slide 24 Número do slide 25 Número do slide 26 Número do slide 27 Número do slide 28 Número do slide 29 Número do slide 30 Número do slide 31 Número do slide 32 Número do slide 33 Número do slide 34 Número do slide 35 Número do slide 36 Número do slide 37 Número do slide 38 Número do slide 39 Número do slide 40 Número do slide 41 Número do slide 42 BB.pdf Número do slide 1 Número do slide 2 Número do slide 3 Número do slide 4 Número do slide 5 Número do slide 6 Número do slide 7 Número do slide 8 Número do slide 9 Número do slide 10 Número do slide 11 Número do slide 12 Número do slide 13 Número do slide 14 Número do slide 15 Número do slide 16 Número do slide 17 Número do slide 18 Número do slide 19 Número do slide 20 Número do slide 21 CC.pdf Número do slide 1 Número do slide 2 Número do slide 3 Número do slide 4 Número do slide 5 Número do slide 6 Número do slide 7 Número do slide 8 Número do slide 9 Número do slide 10 Número do slide 11 Número do slide 12 Número do slide 13 Número do slide 14 Número do slide 15 Número do slide 16 Número do slide 17 Número do slide 18 Número do slide 19 Número do slide 20 Número do slide 21 Número do slide 22 Número do slide 23 Número do slide 24 Número do slide 25 Número do slide 26 Número do slide 27 Número do slide 28 Número do slide 29 Número do slide 30 Número do slide 31 Número do slide 32 Número do slide 33 Número do slide 34 Número do slide 35 Número do slide 36 Número do slide 37 Número do slide 38 Número do slide 39 Número do slide 40 Número do slide 41 Número do slide 42 Número do slide 43 Número do slide 44 Número do slide 45 Número do slide 46 Número do slide 47 Número do slide 48 Número do slide 49 Número do slide 50 Número do slide 51 Número do slide 52
Compartilhar