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PESQUISA E PRATICA EDU. AULA 10

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Reconstruindo o olhar:
O aluno, ao chegar à universidade para iniciar os seus estudos no curso de Pedagogia, depara-se com um conjunto de referenciais teóricos e metodológicos que, em sua maioria, apresentam-se com conteúdos e formas que se diferenciam das crenças que herdou em seu processo de humanização e socialização até então.
Dessa forma, o corpo discente começa a se deparar com outros olhares sobre a origem, o sentido e a finalidade da existência humana, ou seja, de como a história da humanidade veio se construindo e firmando verdades que estabelecem relações entre grupos, classes e sujeitos.
Podemos apontar alguns aspectos importantes, tais como:
-----Historicamente, a humanidade produziu a sua própria existência, ou seja, produziu a natureza humana.  Esta, por sua vez, faz parte da cultura.
-----Os conhecimentos mítico-religioso, filosófico, artístico, científico e o senso comum são produtos históricos e sociais, portanto humanos. Em outras palavras, foi produzida, a partir da necessidade de homens e mulheres, em sua historicidade, a construção de sentidos e significados para se localizarem no tempo e no espaço, como também para a própria existência humana.
----O ser humano é um ser inacabado, ou seja, de que sua natureza se constrói no conflito do homem com a natureza e com os demais seres humanos. O inacabamento do ser humano permite a compreensão de que o mundo humano (cultura, sociedade, conhecimento) encontra-se em construção, em movimento, ou seja, pode ser modificado e/ou transformado.
----A educação é um fenômeno humano e a mesma resulta da necessidade de transmitir às futuras gerações as experiências e conhecimentos acumulados na produção da existência humana, ou seja, é produzir no outro a própria humanidade construída e em construção.
----A transformação do mundo dependerá do grau de consciência da historicidade humana, como também dos rumos que queremos dar à humanidade, pois “A teoria em si [...] não transforma o mundo. Pode contribuir para sua transformação, mas para isso tem que sair de si mesma e, em primeiro lugar, tem que ser assimilada pelos que vão ocasionar com seus atos reais, efetivos, tal transformação” (VÁZQUEZ. Adolpho Sanches. Filosofia da práxis. 2.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977, p. 207).
----As instituições sociais (família, religião, trabalho, escola, universidade, sindicatos, associação de moradores, partidos políticos, meios de comunicação e etc.), as instituições políticas (o Estado) e o exercício do poder resultam de relações que se constroem em determinado espaço e tempo histórico segundo interesses e necessidades que se estabelecem entre grupos ou classes.
----A formação do professor no curso de Pedagogia exige o domínio do saber sistematizado que fundamenta o pensamento e a prática educativa a partir das condições reais da vida em sociedade.
Nos séculos XV e XVI, a universidade criada na Idade Média não se identificará com os ideais desenvolvidos pelo espírito do humanismo renascentista dos séculos XV e XVI, com a Reforma Protestante e com o nascimento da Ciência Moderna. Esse período foi marcado pela passagem do feudalismo para o capitalismo comercial, impulsionados pelas Grandes Navegações e a descoberta da América em 1492. Também foi marcado por uma notável diversificação do conhecimento humano e uma fragmentação dos órgãos de formação da transmissão do saber e, com isso, o conceito de universidade torna-se inconsistente com a nova realidade que se gestava, pois, cada vez mais, evidenciava-se o declínio dos valores teocêntricos e a ascensão dos valores antropocêntricos.
Na Idade Moderna (séculos XVII e XVIII), as universidades parecem não desempenhar mais o papel que desempenhara no período medieval, ou seja, de focos culturais criadores, além de serem acusadas por seus opositores como perpetuadoras de ensinamentos ultrapassados e por ignorarem as novas correntes de pensamento na época que se baseavam nos estudos do grego e do hebraico no progresso da Ciência Moderna, no desenvolvimento do Direito Positivo (século XVII) e na filosofia do iluminismo do século XVIII. Contudo, a história também apresenta as suas contradições, pois é na modernidade que teremos o surgimento de novas universidades.
Atualmente, a universidade se caracteriza pelos serviços prestados através do ensino, da pesquisa e da extensão. Dessa forma, ela tem o papel de difundir o conhecimento filosófico e científico, como também produzir novos conhecimentos a partir das demandas sociais. Contudo, a lógica da sociedade capitalista em seu atual estágio de desenvolvimento vem reduzindo sua função em preparar o ser humano para atender às exigências do mercado de trabalho.
O curso de Pedagogia e a formação do professor pesquisador
No Projeto Político-Pedagógico do curso de Pedagogia da Unesa, enfatizamos que a pesquisa é incorporada como um dos elementos centrais da formação do pedagogo. Tal projeto enfatiza que: 
“O pensar e o agir pedagógico decorrem de uma relação direta entre teoria e prática do fazer humano. A relação entre o binômio teoria/prática é indissociável, ou seja, se constitui concomitantemente. Tal formulação decorre da compreensão e da importância epistemológica do conceito de práxis como atividade prático-crítica, ou seja, como atividade sensível da subjetividade humana que permita a superação da rígida oposição que fora estabelecida entre as ciências da natureza e a história, entre o método da explicação causal e as suas formas de compreensão intuitiva.”
Assumir como horizonte de um projeto tal relação é considerarmos outro elemento como sendo central para a formação do profissional em educação, ou seja, tal perspectiva nos remete à importância da pesquisa não só do ponto de vista teórico, mas também político, cultural, histórico, ideológico. No que se refere à pesquisa, esta deve ser considerada como “(...) um princípio formativo e cognitivo da docência” (BRZEZINSKI, 2001, p. 316)[12], sendo um componente constitutivo tanto da teoria quanto da prática pedagógica. A pesquisa fundamenta a construção e a reconstrução das teorias, assim como a dimensão investigativa da atuação prática permite a permanente criação e recriação do conhecimento.
A prática da investigação sistemática no curso de Pedagogia favorece a formação discente para a atuação do professor com atitude de pesquisador, crítico e reflexivo e/ou como profissional de educação, constantemente atento às transformações e às contradições do mundo do trabalho que busca a autonomia, a elaboração própria, a constante atuação e inovação de conhecimentos e estabelece o diálogo com os diversos sujeitos sociais e a discussão coletiva sobre as experiências e a realidade concreta. Nessa perspectiva de formação, as articulações entre conhecimentos teóricos, pesquisa e prática pedagógica devem constituir-se como eixos articuladores do currículo do curso de Pedagogia.
A formação do pedagogo implica uma sólida formação teórica em todas as atividades curriculares aliada à formação na e a partir da prática.
A PEDAGOGIA COMO CIENCIA
A ciência moderna tem como ponto de partida a superação do modelo do geocentrismo (que vigorou durante quase 20 séculos), da antiguidade pelo modelo heliocêntrico defendido por Nicolau Copérnico, como também da defesa de Galileu Galilei da linguagem matemática ser a linguagem da nova ciência e que permite compreender as leis que regem os fenômenos da natureza.
O conhecimento científico válido é um conhecimento que prima pela observação, levantamento e verificação de hipóteses através da experimentação e da dissertação dos resultados obtidos.
O pensamento moderno em oposição ao pensamento metafísico e especulativo do período medieval se caracteriza pelo uso da razão, de uma visão antropocêntrica, um saber ativo (aplicado ao mundo do trabalho e da produção) e da utilização de um método específico: o método científico.
A nova racionalidade advoga que podemos conhecer as leis que regem a natureza e assim exercer um domínioe um controle sobre a mesma. Diante disso, os cientistas compreendem ser possível estabelecer a ordem, atingir o progresso e proporcionar a felicidade humana.
Esta crença fundamentou o desenvolvimento das ciências naturais (física, química e biologia) e foi a base para que no século XIX se firmassem o princípio de um novo campo científico: as ciências humanas e sociais e, dentre elas, a Pedagogia como ciência e o pedagogo como um cientista.
As diferentes abordagens teóricas e metodológicas das Ciências Humanas e Sociais
Portanto, permite a compreensão de um determinado fenômeno se evidenciada através do experimento, bem como da sistematização e do controle dos dados coletados e das análises estatísticas e teóricas. 
Fenomenológica-Hermenêutica
a ciência consiste na compreensão dos fenômenos em suas diversas manifestações (variantes) através de uma estrutura cognitiva (invariante) ou na explicação dos pressupostos, das implicações e dos mecanismos ocultos (essência) nos quais se fundamentam os fenômenos.
Os fenômenos objetos da pesquisa (palavras, gestos, ações, símbolos, sinais, textos, artefatos, obras, discursos etc.) precisam ser compreendidos, isto é, pesquisar consiste em captar o significado dos fenômenos, saber ou desvendar seu sentido ou seus sentidos.
Crítico-Dialética
Nas pesquisas dialéticas, o homem é tido como ser social e histórico. Embora determinado por contextos econômicos, políticos e culturais, ele é o criador da realidade social e o transformador desses contextos. 
A educação é vista como uma prática nas formações sociais e resulta de suas determinações econômicas, sociais e políticas; faz parte da superestrutura e, junto às outras instâncias culturais, atua na reprodução da ideologia dominante.
A formação do professor pesquisador
Pesquisa é um processo de investigação rigorosa, organizada e sistemática acerca de um tema ou problema identificado como sendo fundamental a ser enfrentado pelo pesquisador, ou seja, é uma questão que resulta de um questionamento, de uma dúvida, da incerteza ou de algo que é desconhecido ao ser humano. Sendo assim, toda pesquisa pressupõe uma organização prévia que é determinada por um projeto de pesquisa.
A finalidade da pesquisa está na construção de um conhecimento que evidencia o conteúdo e a forma de algo ou alguma coisa, como também poder corroborar algum conhecimento pré-existente. Dessa forma, uma atividade de pesquisa também se constitui como uma aprendizagem para o pesquisador. Os resultados de uma pesquisa, ao serem apresentados e aceitos, ou seja, validados por uma comunidade específica, atinge o caráter social da mesma, pois se constitui como um modelo explicativo.
Contudo, para se assumir o papel de pesquisador deve-se tomar conhecimento das produções teóricas e metodológicas que compõem uma área de investigação ou de conhecimento, pois um pesquisador não elabora uma pesquisa a partir do nada ou do não domínio do saber sistematizado e acumulado historicamente.
Ao pensarmos a pesquisa como princípio educativo em nosso curso, significa compreender uma educação que tenha por base a relação entre teoria e prática. Isso permite voltar o nosso olhar para a (re)construção dos conhecimentos existentes que alicerçam a prática educativa de forma coerente e consistente.
Ao entrarmos na universidade e iniciarmos os estudos das áreas de conhecimento que compõem a estrutura curricular do curso de Pedagogia, nos deparamos com uma série de compreensões que, até então, não faziam parte da visão de mundo que orientam o nosso pensamento, a nossa fala e nossa ação, ou seja, de como nos relacionamos com a natureza, com os demais seres humanos e conosco.

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