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GUIA DE ESTUDOS - 3 Ética e Cidadania

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Ética e Cidadania
UNIDADE 3
1
Para início de conversa
Olá prezado (a) estudante, como vai? Bem-vindo (a) mais uma vez à disciplina de Ética e Cidadania.
Relembrando.
Esta disciplina conforme você pode ver no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), está dividida em 
quatro unidades. 
Na primeira unidade estudamos a visão básica da Filosofia com seus princípios e funções, através do en-
tendimento dos conceitos dos principais filósofos, a construção dos princípios, a construção das teorias e 
seus principais fundadores no mundo ao longo do tempo e na atualidade. Sendo apresentado também os 
principais filósofos brasileiros e as suas contribuições para a sociedade brasileira e finalizaremos a uni-
dade discutido a Filosofia contemporânea ou filosofia atual e os principais representantes na atualidade.
Na segunda unidade vimos a introdução à Ética e Moral, em que foi discutido a interação do homem na 
sociedade, o conceito de ética e como este conceito se incorpora no comportamento da sociedade e como 
está relacionada com a moral; bem como foram descritas as principais doutrinas éticas e como adaptá-las 
na sociedade moderna.
Nesta unidade 3 o foco da discussão será a construção dos conceitos de Cidadania, como se originou, 
como evoluiu ao longo do tempo, quais as ideologias associadas e qual o conceito aplicado atualmente.
orientações da disciPlina
Em cada unidade você encontrará links e vídeos que deverão ser assistidos no momento indicado no Guia 
de Estudo. Estes irão complementar, além do Guia de Estudo, o livro texto a fim de ampliar ainda mais o 
seu conhecimento acerca do tema tratado em cada unidade.
Ao final de cada unidade você deverá realizar as atividades que constam no Ambiente Virtual de Aprendi-
zagem (AVA), como o questionário da unidade 3.
Vamos começar?
2
cidadania
Você caro (a) aluno (a), já ouviu no seu cotidiano a palavra Cidadania? 
Quem é cidadão? 
Qual a participação das pessoas na sociedade? Qual é a regra de se conviver com pessoas tão diferentes?
Para entendermos melhor este assunto vamos responder, o que é Cidadania e como ela interage com o 
homem dentro da sociedade. 
Além dos conceitos, vamos entender também as interferências que a Cidadania faz no dia a dia do cida-
dão e como pode ser melhor aplicada para uma melhoria na qualidade de vida em sociedade. 
Vamos lá! 
Bases Históricas da cidadania 
O contexto de criação da palavra Cidadania se confunde com a palavra grega polis e esta palavra pode 
ser traduzida como cidade ou comunidade política. Entre os séculos VIII e VII a.C. se começou a descrever 
e se construir o conceito desta prática que é essencial para viver em sociedade.
Cidadania na época de sua criação, segundo o professor Guilherme Pereira era, “o direito da pessoa em 
participar das decisões nos destinos da Cidade através da Ekklesia (reunião dos chamados de dentro para 
fora) na Ágora (praça pública, onde se agonizava para deliberar sobre decisões de comum acordo) ”.
•	 na Grécia
Os locais que concentravam a população, ou seja, a zona urbana como entendemos hoje eram chamadas 
de cidades-estados, como em qualquer estrutura social, nestas cidades existiam os membros das comu-
nidades políticas que, estabeleciam suas leis e escolhiam seus governantes dentro do entendimento de 
democracia grega. 
Mas quem participava ativamente nas discussões cotidianas e na resolução dos problemas inerentes à 
vida em sociedade? 
Pois bem, uma parcela de apenas 10% da população composta de homens ricos, excluindo-se, portanto, 
mulheres, crianças, escravos e os estrangeiros. 
Nesta época imperava o regime aristocrático, assim, poderíamos descrever que quem participava das 
comunidades políticas seriam os cidadãos (eram excluídos os escravos, mulheres e artesãos), ou seja, 
aqueles que gozavam de direitos e deveres e tinham participação dentro da cidade, os deveres eram para 
com a pátria e os direitos eram somente políticos.
3
Definia-se na época que o cidadão como aquele que tinha um conjunto de direitos e deveres, pelo simples 
fato de serem originários de uma dada cidade-estado determinados pelas leis escritas, mas mesmo as 
mulheres e os escravos que nasciam nestas mesmas cidades-estados não tinham qualquer direito, con-
centrando o poder de decidir a vida da sociedade nas mãos dos homens ricos e filhos da terra (PEREIRA, 
2016).
•	 em roma
A descrição da cidadania em Roma estava escrita em um estatuto jurídico-político, que determinava 
uma série de direitos e deveres a uma pequena parcela da população, os patrícios, de acordo com as 
leis do Imperador. A plebe, ou os mais pobres ou romanos não nobres não tinha qualquer tipo de direito, 
caracterizando-se claramente uma típica sociedade escravista.
A essência política na realidade greco-romana envolvia a seguinte relação: 
 democracia real X democracia ideal
Na democracia ideal, todos tinham direitos iguais, na democracia real defendia-se uma igualdade de 
direitos políticos que, de fato, não era praticada. 
O feudalismo começa a surgir e com ele nasce uma nova estruturação social: NOBREZA, CLERO E CAM-
PONESES, estimulando mudanças nas estruturas socioeconômicas e, consequentemente, na evolução do 
conceito e da prática da cidadania.
•	 idade Média
Passando para a Idade Média, a forte influência da Igreja estabelece um forte movimento de submissão 
da população à Igreja e a Deus. Mas, muda-se a seguinte questão: os homens começam a ser considera-
dos iguais, porque são filhos de um mesmo Deus, assim a ideia de ninguém ser por natureza escravo ou 
senhor começa a mudar. 
•	 capitalismo 
O Capitalismo e reformas religiosas começam a se consolidar a partir do século XV e com eles surgem a 
contestação dos valores e as injustiças praticadas pelo clero e pela nobreza, além da ascensão da classe 
burguesa.
Surgem os iluministas-liberais, ou melhor o iluminismo devido a divisão da Igreja, através da Reforma 
Protestante, transformando a realidade social que passa a ser vista de forma mais racional, como objeto 
de reflexão e questionamento.
Prezado (a) estudante, outro fator estimulante foram as inovações nos conceitos de cidadania a partir dos 
produtos criados com os avanços nas ciências experimentais, criando uma nova racionalidade, por meio 
da qual se procurava entender o mundo.
4
É importante destacar que essas novas atitudes da população influenciaram a criação de uma repaginação 
do que seria a identidade do cidadão através da aceitação de que cada indivíduo faz parte da conquista de 
cada civilização, e, portanto, deve ser entendido como um indivíduo livre e não apenas como um ente da 
comunidade política, esse pensamento era compartilhado por diversos filósofos e pensadores como Locke 
e Rousseau. Esses ideais deram base para a criação do Estado Democrático e Liberal.
•	 idade Moderna 
Entre os séculos XVI e XVIII já na Idade Moderna, ocorreram três importantes movimentos políticos que 
determinaram significativas mudanças na conceituação de cidadania: 
•	 A centralização do Estado determinando o fim do poder arbitrário dos grandes senhores;
•	 Na Inglaterra, os próprios cidadãos colocam fim ao poder absoluto que os reis tinham fortale-
cendo o princípio da igualdade de todos perante à lei e a expansão do poder do Estado garantindo a 
liberdade, a igualdade e a propriedade para todos;
•	 Cresce a concepção de que os homens independentemente do estado, nação ou país a que per-
tençam, possuem direitos por serem seres humanos crescendo o conceito de direitos humanos. 
Continuando.
século XiX e século XX
Chegando ao Século XIX, inicia-se a fase contemporânea que já falamos quando tratamos das épocas da 
Filosofia. Nesse período muitas lutas sociais aconteciam por toda a Europa, todas buscavam uma maior 
participação política dos cidadãos e uma maior expansão econômica principalmente devido à ascensão 
da Burguesia, classe social que nem era escravo e servo nem detinha o poder, mas com o crescimento das 
indústrias, possuía dinheiro e queria também maispoder, já outras revoluções queriam o direito de poder 
decidir a quem eleger ou substituir quem os governassem, ou seja, queriam direito ao voto.
Já no Século XX os embates de cunho social avançam no sentido de uma melhor distribuição da riqueza, 
o discurso era diminuir as desigualdades sociais na busca de uma melhor qualidade de vida para todos 
os cidadãos. 
Consequentemente, começam a se estabelecer e fortalecer os direitos e deveres dos cidadãos, sendo 
assim a cidadania confere automaticamente um vasto conjunto de direitos econômicos, sociais, culturais, 
etc. assegurados por anos de lutas da sociedade.
Para refletir
Diante de todo este contexto histórico o conceito de Cidadania começou a ser recriado para relacionar 
condições de viver em sociedade. As lutas sociais buscavam com isso uma maior participação política dos 
cidadãos e também estava relacionada a uma série de deveres da sociedade para com o cidadão.
5
Ao longo das épocas, grandes transformações estruturais ocorreram a exemplo:
•	 Estrangeiros foram colocados na categoria de cidadão;
•	 Aristocracia cedeu espaço a favor das Assembleias e dos conselhos com participação popular;
•	 Ideia de um Estado centralizado evoluiu;
•	 Modificou-se as noções clássicas de cidadania, ligada à concessão de direitos políticos;
•	 A revolução inglesa (1640 -1688), americana (1776), francesa (1789) foram imprescindíveis para 
a formulação dos direitos civis, políticos e sociais da população de cada país e influenciou os demais 
países;
•	 Registrou-se profundas alterações sociais, produto da crescente urbanização. 
Agora, vamos tratar da questão da Ideologia. 
ideologias 
A Idade Média foi, em termos sociais, econômicos e políticos, um período de transformações e adap-
tações a uma nova realidade organizacional da sociedade. As mudanças revolucionaram o conceito e a 
prática da cidadania, moldando-os de acordo com as necessidades de cada época.
No século XVIII, modificaram-se as visões sobre a economia, a sociedade e a política, principalmente pela 
ascensão da burguesia.
Caro (a) aluno (a), precisamos compreender que o conceito de Cidadania está baseado no entendimento 
de que as questões sociais e os problemas existentes são uma herança do processo que criou as atuais 
democracias ou democracias modernas.
você saBia?
Querido (a) estudante, você sabia que existem alguns atos que foram importantíssimos e merecem serem 
lembrados como marcos das conquistas sociais?
Vamos conhecê-los!
•	 1793 - a Constituição Francesa permitia que todos os homens tivessem o direito de votar;
•	 1832 - a Lei da Reforma reforçou a representatividade política nos centros urbanos com a criação 
da legislação trabalhista, a redução da jornada de trabalho e melhores salários;
•	 1867 - o Ato da Reforma permitiu que todos que tivessem residência própria ou que pagassem 
aluguel teriam direito de voto; 
•	 1884 - o direito de votar foi estendido aos trabalhadores; 
•	 1893 - o Partido Trabalhista foi criado, a Nova Zelândia se torna o primeiro país a ter sufrágio 
universal, permitindo o voto feminino;
•	 1918 - estabeleceu-se o sufrágio universal feminino, mulheres alcançando o direito a voto em 
diversos países;
•	 1932 - as mulheres conquistam o direito de votar no Brasil. 
???
6
visite a PáGina
Entenda melhor o movimento sufragista feminino clicando aqui. 
Se destacam também as grandes revoluções como a Independência dos Estados Unidos e o processo da 
Revolução Francesa, ambas elaboraram um novo tipo de estado, baseados principalmente nas teorias de 
liberdade e de igualdade, proporcionando a inclusão de um número bem maior de pessoas participantes 
nas decisões políticas; mesmo assim os abismos sociais da população economicamente menos favoreci-
da ainda estavam e estão distantes de acabar.
A Segunda Guerra Mundial, trouxe uma grande discussão de trabalhar a cidadania e os direitos humanos. 
Os tempos foram passando e a ênfase ideológica da cidadania começou a ser explicada pela relação 
ESTADO-CIDADÃO, ou seja, sujeito perante o Estado em que se determinam direitos e deveres.
Com o Capitalismo, os ideais de igualdade e liberdade basearam a ideia de democracia liberal dos filóso-
fos modernos, como Locke e Rousseau, que trouxeram as discussões em torno das inovações de pensa-
mento que nos remetem à atual concepção de direito civil, levantando a questão dos direitos políticos e 
de quem os deve possuir e exercer.
Karl Marx já afirmava que a cidadania era uma expressão de alienação própria à sociedade moderna, e 
considerava a sociedade como um modo de organização e produção de riquezas sociais.
Esta sociedade é que pode vir a assegurar a igualdade entre todos os indivíduos, no que tange a sua 
participação na condução das atividades e dos negócios coletivos. Podendo-se concluir que o sistema 
capitalista, possibilitou a propagação dos ideais de igualdade e liberdade reforçando que estes devem ser 
assegurados pelo respeito aos direitos de cidadania se não, não seriam realmente alcançadas.
Atualmente, observamos dois importantes movimentos com reflexos profundos ao nível da cidadania. 
No primeiro, os estados-nação estão se organizando para cada vez mais se consolidar os grandes blocos 
econômicos, mas os direitos estão cada vez mais esquecidos ou diminuídos pela população. No segundo, 
as sociedades estão se modificando, as tecnologias se dissipando, a mobilidade das pessoas entre países 
é cada vez maior, as sociedades estão cada vez mais heterogêneas. Caminhamos para um novo conceito 
de cidadania identificada com uma visão cosmopolita.
Prezado (a) estudante, você acredita ser importante entender bem o que é Cidadania?
Espero que diga sim, pois mesmo sem perceber você utiliza os conceitos de cidadania todos os dias, em 
todas as suas ações, na escola, no trabalho, com os filhos, pais e vizinhos. 
Chegou o momento de você se aprofundar nesses conceitos. Vamos começar!
https://www.nexojornal.com.br/video/video/Voto-feminino-um-direito-que-conquistou-o-mundo-em-122-anos
7
conceitos
A essência do significado de cidadania está relacionada, em essência, ao direito de viver de forma digna, 
é você poder ter uma ideia e poder expressá-la, dividir com o próximo, escrever no seu perfil em redes 
sociais, é você ter o direito de falar e de defender estes ideais.
É você pode ter vários candidatos e votar em quem quiser, sem ser pressionado ou obrigado a votar em 
determinada pessoa.
É poder processar a empresa de telefonia, de água, de luz, o shopping ou qualquer empresa que por algum 
motivo não cumpriu com o que determina em um contrato.
É ter o direito de devolver o produto, caso o mesmo esteja estragado, e receber o dinheiro de volta. 
É ter o direito de expressar a sua essência, o que você é, se homossexual, negro, índio, travesti, mulher, 
deficiente e não ser descriminado por sua escolha.
É você ter o direito de assumir qualquer religião que deseja e se sentir bem e, por isto, não ser perseguido.
Você pode observar que todos esses “detalhes” são direitos, e para que fossem alcançados, precisou-se 
de muitas revoluções, guerras e movimentos. Muitos morreram por esses DIREITOS, no entanto muito 
tempo precisou-se para que fossem construídos os DEVERES e entender que: respeitar o sinal vermelho 
no trânsito, não perturbar o vizinho com som alto, não beber e dirigir, usar o cinto de segurança, não jogar 
papel na rua, não destruir o patrimônio público.
A cidadania se consolidou como a ideia de participação, do atuar, do agir de cada uma na sociedade com 
a finalidade de construir um destino próprio, mas comum, em que todos pudessem ter qualidade de vida 
e direitos iguais. 
Guarde essa ideia!
Vale destacar que a definição de cidadania, como já discutido, é ampla, complexa, incompleta e variável 
entre os países, pois cada país desenvolveu suas leis de acordo com o entendimento de cada grupo social, 
portanto, o sentido de cidadania varia no tempo e no espaço.
Já são mais de dois mil e quinhentos anos de história, desdeo surgimento dos ideais de cidadania. As 
mudanças sociais decorridas ao longo desse tempo provocaram mudanças na política, na economia e, 
consequentemente, fortes impactos na sociedade. No entanto, apesar de tantos ganhos dos cidadãos em 
relação aos direitos e deveres de cada um na sociedade, ainda existem diversos desajustes dos sistemas 
de classificação dos cidadãos, ou melhor o sistema em classes. Embora saibamos que a relação entre os 
mais favorecidos e os menos favorecidos numa sociedade sempre gerou conflitos, não é verdade? 
Então, como conceituar o termo Cidadania?
8
Na definição do Dicionário Aurélio, Cidadania é a “qualidade ou estado de cidadão”, e cidadão é definido 
como o “indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos de um Estado, ou no desempenho de seus deveres 
para com este”.
Jaime Pinsky e Carla Bassanezi Pinsky (2003, p.09) definem cidadão da seguinte forma: 
Ser cidadão é ter direito à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade perante a lei: é, em resumo, ter 
direitos civis. É também participar no destino da sociedade, votar, ser votado, ter direitos políticos. Os 
direitos civis e políticos não asseguram a democracia sem os direitos sociais, aqueles que garantem a 
participação do indivíduo na riqueza coletiva: o direito à educação, ao trabalho, ao salário justo, à saúde, 
a uma velhice tranquila. Exercer a cidadania plena é ter direitos civis, políticos e sociais.
Os estudos contemporâneos sobre cidadania escritos por exemplo por MARSHALL em 1967 e BARBALET 
em 1989 discutem as desigualdades de classe, mas você pode perguntar: a desigualdade entre as classes 
sociais sempre existiu, por que é tratado como um assunto contemporâneo?
Porque antigamente os mais pobres sequer eram considerados cidadãos, hoje por serem considerados e 
continuarem ainda à margem da sociedade, estão associados às grandes problemáticas de discriminação, 
desprezo, pobreza, violência; mudaram-se os tempos, mas não os problemas. Assim, entende-se que não 
só os políticos que elegemos, mas toda a sociedade deve se conscientizar dos problemas sociais e TODOS 
atuarem em benefício da sociedade.
Devemos continuar a lutar para garantir A TODOS os direitos básicos à vida, como moradia digna, alimen-
tação, água, educação de qualidade, serviços gratuitos de saúde, lazer, emprego, entre outros. 
Como esta é uma questão universal, ou seja, não só depende de um líder, um país ou um estado e sim de 
TODOS, a Organização das Nações Unidas (ONU) entendem que os direitos humanos universais devem 
ser tratados como uma questão de primeira ordem para a cidadania contemporânea e propôs em 1948 a 
Declaração Universal dos Direitos Humanos estabelecendo a proteção universal dos Direitos Humanos. 
Desde então, este documento inspirou as constituições de muitos Estados e democracias no mundo.
A esta Declaração foi incorporada o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos e seus dois Protocolos 
Opcionais (sobre procedimento de queixa e sobre pena de morte); e o Pacto Internacional dos Direitos 
Econômicos, Sociais e Culturais, constituindo a Carta Internacional dos Direitos Humanos.
Em 1945, após diversos tratados internacionais ligados aos direitos humanos expandiram os direitos 
humanos para direitos humanos internacionais, onde foram incluídos:
•	 Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio
•	 Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial
•	 Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres
•	 Convenção sobre os Direitos da Criança 
•	 Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, entre outras.
9
visite a PáGina
Quer saber mais sobre estas Convenções? Clique aqui 
para acessar
Agora, veja o que diz alguns artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos (2009):
Artigo I - Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e 
consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade
Artigo II 1 - Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta 
Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, idioma, religião, opinião política 
ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.
Artigo III Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
Artigo IV Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de escravos serão 
proibidos em todas as suas formas.
Artigo VII Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. 
Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra 
qualquer incitamento a tal discriminação.
Artigo XV 
1 Todo homem tem direito a uma nacionalidade. 
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade.
Quer ler toda a Declaração?
visite a PáGina
Clique aqui para acessar.
Após a leitura sugerida, você deve ter percebido que os aspectos discutidos na Declaração Universal dos 
Direitos Humanos, demonstra que a Cidadania passa a significar uma ideia de relacionamento entre uma 
sociedade política e seus membros. Mas, mesmo com guerras mundiais, conflitos civis, ascensão e queda 
de regimes totalitários, diversas garantias constitucionais e os vários acordos firmados entre os países 
ainda não são suficientes para promover as condições necessárias ao exercício de uma cidadania plena, 
com liberdade, igualdade e garantia de direitos humanos.
Muitas são as denúncias sobre violações desses direitos, promovidos principalmente por países que esti-
veram ou estão em guerra (s). Nos últimos anos, diversos conflitos demonstram realidades destruídas, leis 
civis dilaceradas, países totalmente perturbados socioeconomicamente, o que evidentemente demonstra 
a total falta de cidadania e direitos humanos. 
http://www.dudh.org.br/declaracao/
http://www.dudh.org.br/declaracao/
http://www.dudh.org.br/wp-content/uploads/2014/12/dudh.pdf
10
Alguns dos mais preocupantes na atualidade são:
•	 Guerra Civil na República Democrática do Congo
•	 Guerra civil da Síria
•	 Conflitos no Egito
•	 Conflitos entre Ucrânia e Rússia
•	 Conflitos causados pelo Boko Haram na Nigéria
•	 Guerra Civil Líbia
•	 Conflitos no Iêmen
Sabemos que certamente existe o temor de que os conflitos podem abalar ainda mais a estabilidade civil 
do mundo.
Quer saber mais? Acesse a reportagem sobre este assunto no link a seguir:
visite a PáGina
Clique aqui para acessar.
Embora saibamos que muitas sociedades políticas sejam consideradas democráticas, observa-se muitos 
cidadãos excluídos ou à margem da sociedade e das decisões políticas, consequentemente, estes fatores 
podem estar diretamente ligados aos problemas entre classes sociais, a falta de vontade política de ges-
tão dos problemas sociais, corrupção e ausência de uma educação voltada às práticas cidadãs.
Assim, podemos dizer que Cidadania só pode se constituir por meio de acirrada luta cotidiana por direitos 
e pela garantia daqueles que já existem, tais direitos e deveres do cidadão devem ser amplamente discu-
tidos e divulgados, seja por meio de educação formal ou através dos meios de comunicação. 
No Facebook, no Twitter, no LinkedIn, na TV vemos diariamente tantas notícias de violência, falta de ha-
bitação, saúde e educação ou ausência de direitos básicos como água, luz. 
A discussão deve se ampliar cada vez mais a fim de discutir os seguintes aspectos:
•	 O status de cidadão e os direitos humanos;
•	 O desenvolvimento da cidadania;
•	 Capitalismo X Cidadania;
•	 Descaso do poder público;
•	 Buscar saúde e educação de qualidade;
•	 Entender e incorporar os conceitos de cidadania nas escolas, no trabalho, em casa;
•	 Entender as leis como instrumento de saber direitos e deveres;
•	 Violações dos direitos humanos;
•	 Ineficiências no campo social e o processode marginalização das periferias do capitalismo.
http://exame.abril.com.br/mundo/10-conflitos-que-podem-abalar-ainda-mais-o-mundo-em-2016/
11
Viu como ainda temos muito a melhorar, muito a evoluir?
Guarde essa ideia!
O que entendemos de Cidadania é como a qualidade ou estado de um cidadão, e este como indivíduo no 
gozo dos direitos civis ou políticos de um Estado, no desempenho de seus deveres para com este, que 
deve se ampliar e continuar se adaptando para continuar diminuindo as desigualdades sociais que vivem 
muitos cidadãos. 
Cabe, portanto, à sociedade civil o caráter representativo e decisivo para minimizar as fragilidades sociais 
na busca da qualidade de vida merecida por todos os seres humanos, ou seja, em busca da felicidade.
Outra pergunta que deve ser feita: como é o cidadão atual? 
Por cidadão entende-se como aquele que possui e exerce todos os Direitos Humanos, constitucional e 
legalmente garantidos, vota, possui capacidade crítica e de discernimento de condutas sociais, é livre, 
busca ativamente os Direitos Sociais (saúde, educação, trabalho, lazer...) e Individuais (liberdade, igual-
dade, direito à vida digna...), e participa da construção de futuro de uma nação, entende da legislação 
(direitos e deveres) e segue os princípios estabelecidos para o convívio harmônico em sociedade, ou seja, 
é o indivíduo que possui e exerce todos estes direitos constitucionais e legalmente garantidos pelas leis 
do país em que vive.
A professora Lígia Airemoraes Siqueira (2014) descreve que o cidadão não é dependente de sua condição 
social e econômica ou de seu sexo para atingir esta condição. Esta é alcançada pelo simples fato de sua 
existência como ser humano. 
Mas no Brasil, qual a lei que assegura os direitos dos cidadãos?
A Constituição Federal de 1988, é nela que fica estabelecido o direito ao voto para escolher os represen-
tantes do Legislativo e do Executivo, bem como o direito de se candidatarem a estes cargos. 
você saBia?
Você sabia que a mesma Constituição estabelece que o cidadão também pode apresentar projetos de lei, 
participar de plebiscito, o direito de propor certas ações judiciais?
Você sabia que a mesma constituição estabelece uma participação obrigatória de representantes da co-
munidade em órgãos de consulta e decisão sobre os direitos da criança e do adolescente.
E que existem também representantes do povo nos órgãos de consulta e decisão da saúde e da educação?
Vamos ver outros direitos previstos em lei:
???
12
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do 
Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros 
e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segu-
rança e à propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, 
moral ou à imagem;
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos 
religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, 
salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação 
alternativa, fixada em lei;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemen-
te de censura ou licença;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a 
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao 
exercício profissional;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo 
vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
 XXII - é garantido o direito de propriedade;
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;
XLVII - não haverá penas:
 a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
 b) de caráter perpétuo;
 c) de trabalhos forçados;
 d) de banimento;
 e) cruéis;
 LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
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LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegu-
rada a assistência da família e de advogado;
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o 
lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desam-
parados, na forma desta Constituição;
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua con-
dição social:
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
III - fundo de garantia do tempo de serviço;
IV – salário mínimo;
V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;
IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
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Quer saber mais sobre a Constituição Brasileira? 
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Só existirá cidadania e o exercício pleno desta se houver a prática da reivindicação, da apropriação de 
espaços, da luta diária para se fazer valer os direitos do cidadão, mas não só direitos, deve-se entender 
também os deveres para uma convivência harmoniosa e a construção de uma sociedade melhor.
veja os vídeos!
Para você entender melhor sobre a história dos Direitos Humanos, 
acesse esse vídeo de apenas três minutos e cinquenta e oito se-
gundos. É bem interessante! Clique aqui para assistir.
 
Para saber um pouco mais sobre a história da Cidadania no Brasil, 
acesse esse vídeo de dezoito minutos clicando aqui.
 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
https://www.youtube.com/watch?v=quQQrPC7WME
https://www.youtube.com/watch?v=sq0xzNWk8Kc
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acesse o aMBiente virtual
Agora, você deve ir ao Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e realizar a (s) atividade (s) referente (s) 
ao conteúdo aprendido nesta terceira unidade, na unidade um você deve realizar o questionário e o fórum 
avaliativo, fique atento as datas do cronograma da disciplina!
Caso tenha alguma dúvida você deve entrar em contato com o (a) tutor (a) para que as esclareça. 
Encontramo-nos em breve na próxima unidade. 
Até lá!
referências BiBlioGráficas
REZENDE FILHO, Cyro de Barros; CÂMARA NETO, Isnard de Albuquerque. A EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE 
CIDADANIA. Disponível em: http://www.ceap.br/material/MAT16092013195054.pdf Acesso em: 10 dez. 
2016
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro 
de 1988. 24ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2000. (Coleção Saraiva de Legislação). 
PEREIRA, Guilherme Alves. Noções Básicas de Ética e Cidadania. Disponível em: http://r1.ufrrj.br/cfar/d/
download/Etica%20e%20Cidadania%20.pdf Acesso em: 10 dez. 2016
PINSKY, Jaime e PINSKY, Carla Bassanezi (orgs). História da Cidadania. 2ª Ed. São Paulo: Contexto, 2003.
SIQUEIRA, Lígia Airemoraes; LOPES, Marcelo LeandroPereira. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS CONCEITOS 
DE CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS. Disponível em: http://www.mobilizadores.org.br/wp-content/
uploads/2014/07/Evolucao-Historica-dos-Conceitos-de-Cidadania-e-Direitos-Humanos.pdf Acesso em: 
10 dez. 2016
http://www.ceap.br/material/MAT16092013195054.pdf
http://r1.ufrrj.br/cfar/d/download/Etica%20e%20Cidadania%20.pdf
http://r1.ufrrj.br/cfar/d/download/Etica%20e%20Cidadania%20.pdf
http://www.mobilizadores.org.br/wp-content/uploads/2014/07/Evolucao-Historica-dos-Conceitos-de-Cidadania-e-Direitos-Humanos.pdf
http://www.mobilizadores.org.br/wp-content/uploads/2014/07/Evolucao-Historica-dos-Conceitos-de-Cidadania-e-Direitos-Humanos.pdf

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