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Apostila - Iluminação Natural e Artificial de Ambientes

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TAU 077 Iluminação natural e artificial de ambientes 
Roberta Vieira Gonçalves de Souza, Profa. Dra. 
EA UFMG 
mar-17 
www.arq.ufmg.br/labcon 
High Museum of Artem Atlanta, arquiteto Renzo Piano 
 
 
1 Apostila TAU077 
 
EMENTA 
Adequação da qualidade luminosa do ambiente construído. Disponibilidade da luz natural e 
recursos de disponibilização da luz artificial. Exigências humanas para conforto luminoso-
visual. Iluminação natural e artificial: sistemas, medição, métodos de cálculo, análise e 
dimensionamento de componentes. Integração entre sistemas naturais e artificiais de 
iluminação. Normas técnicas e regulamentos. Eficiência energética e sustentabilidade. 
 
Sumário 
1 Grandezas e definições ................................ 5 
2 Espectro de radiação eletromagnética ........ 7 
3 Curva internacional de sensibilidade espectral do olho humano 8 
4 Campo visual humano .................................. 8 
5 Sistema CIE tristímulus ................................. 9 
6 Preferências humanas .................................. 9 
1 Eficácia visual humana ................................. 9 
2 Recomendações para um bom ambiente luminoso-visual 10 
3 Iluminação natural ..................................... 11 
4 Critérios para avaliação geral do ambiente luminoso 11 
4.1 Distribuição de luz natural ......................... 11 
4.2 Iluminâncias da zona .................................. 11 
5 Níveis gerais de iluminância recomendados pela ISO/CIE 8995-1:2013 11 
5.1 Definições ................................................... 12 
5.2 Critérios do projeto de iluminação............. 12 
5.2.1 Ambiente luminoso ..................................... 12 
5.2.2 Iluminância ................................................. 13 
5.2.3 Escala da iluminância ................................. 13 
5.3 Direcionalidade .......................................... 14 
5.3.1 Iluminação direcional de tarefas visuais .... 14 
5.4 Aspectos da cor .......................................... 14 
5.4.1 Reprodução de cor ...................................... 14 
5.5 Iluminações de estações de trabalho com monitores VDT (Visual display terminals - 
também conhecido como monitores de vídeo e displays visuais) 15 
5.6 Requisitos para o planejamento da iluminação 15 
6 Gráficos de iluminância difusa sobre o plano horizontal (Luz do céu)-Belo Horizonte 20 
7 Iluminância difusa horária (Luz do céu) de Belo Horizonte para Dezembro e Junho 
(Solstícios) 21 
8 Gráficos de “céu de projeto” para Belo Horizonte 24 
9 Geometria da insolação e carta solar ......... 26 
10 Diagrama de radiação solar incidente ........ 28 
11 Transferidor auxiliar de ângulos ................. 28 
12 Carta solar (projeção estereográfica) para latitude de 20o sul 29 
13 Construção das máscaras de obstrução da abóbada celeste 30 
14 Carta solar para cálculo de dispositivos de sombreamento no RTQ-R 32 
15 Relógio de sol para os ensaios sob céu real 34 
16 O método de cálculo da contribuição de iluminação natural (CIN) 35 
16.1 Distribuição de Luminâncias para Céu Encoberto 35 
16.2 Distribuição de Luminâncias para Céu Claro36 
16.3 Diagramas de Contribuição Relativa de Luz – DCRL 37 
16.4 Roteiro para cálculo da CIN para aberturas laterais 37 
 
 
2 Apostila TAU077 
 
16.4.1 Construção da máscara do ambiente......... 37 
16.4.2 Cálculo da Componente Celeste CC ............ 38 
16.4.3 Cálculo da Componente Refletida Externa - CRE 39 
16.4.4 Cálculo da Componente Refletida Interna - CRI 39 
16.4.5 Cálculo da Contribuição de Iluminação Natural - CIN 40 
16.4.6 Verificação de adequabilidade do sistema . 40 
16.5 Roteiro para cálculo da CIN para aberturas zenitais 41 
16.5.1 Construção da máscara do ambiente......... 41 
16.5.2 Cálculo da Componente Celeste, CC ........... 41 
16.5.3 Cálculo da disponibilidade de Luz Natural sobre a cobertura 41 
16.5.4 Determinaçãoda área iluminante total ...... 42 
16.5.5 Determinação do número de estruturas zenitais 42 
16.5.6 Espaçamento de elementos zenitais para uniformidade de iluminação 42 
17 Transferidor auxiliar ................................... 43 
18 Diagrama de fatores de forma para a hemisfera unitária 44 
19 Diagramas de contribuição relativa de luz (DCRL) para céu encoberto 45 
20 Diagramas de contribuição relativa de luz (DCRL) para céu claro 46 
21 Tabela de coeficientes de reflexão () de materiais e cores: 52 
22 Tabela de coeficientes médios de transmissão () de vidros e plásticos 52 
23 Tabela de ABSORTÂNCIA SOLAR de revestimentos de paredes e coberturas (tintas) 53 
24 Tabela de propriedades dos vidros: ........... 54 
25 Tabela de coeficientes de manutenção (m):56 
26 Percentual de obstrução por diversos tipos de fatores de sombra (FS): 56 
27 Tabela de coeficientes de utilização (u) para domos 57 
28 Tabela de coeficientes de utilização (u) para diversos elementos zenitais 58 
29 Tabela de descontos das esquadrias .......... 60 
30 O projeto de iluminação integrado ............ 62 
31 Características do projeto de iluminação artificial 62 
31.1 Tipos de Abordagem .................................. 62 
32 Aspectos fisiológicos da iluminação ........... 62 
32.1 Necessidades humanas de informação visual63 
33 Eficiência energética em edificações ......... 64 
34 Eficiência energética em iluminação .......... 64 
35 Integração com iluminação natural ........... 64 
36 Eficácia luminosa ........................................ 65 
37 Lâmpadas e LEDs ........................................ 66 
38 Características das lâmpadas ..................... 67 
38.1 Potência Nominal ....................................... 67 
38.2 Vida Útil ...................................................... 67 
38.3 EficiênciaLuminosa ..................................... 67 
38.4 IRC – Índice de Reprodução de Cores ........ 67 
38.5 Temperatura de Cor Correlata (oK) ............ 67 
38.6 Gráfico de Kruithof ..................................... 68 
38.6.1 Combinando diferentes TCC e IRC .............. 69 
38.7 Fluxo Luminoso Inicial das lâmpadas mais comuns: 69 
38.8 Intensidade Luminosa, I (cd/m2) ................ 72 
38.9 Curva de Distribuição Luminosa (CDL) ....... 72 
38.10 Vida Útil ...................................................... 72 
39 Tipos básicos de lâmpadas ......................... 73 
39.1 Incandescente ............................................ 73 
39.2 Halógena..................................................... 73 
 
 
3 Apostila TAU077 
 
39.2.1 Operação das lâmpadas halógenas ........... 73 
39.3 Lâmpadas fluorescentes de alta duração ... 73 
39.4 Vapor de mercúrio de alta pressão ............ 74 
39.5 Sódio ........................................................... 74 
39.6 Multivapores metálicos .............................. 74 
39.6.1 Partida ........................................................ 74 
39.7 Fluorescentes ............................................. 75 
39.8 Lâmpadas Fluorescentes Compactas ......... 75 
39.8.1 Descrição de Tecnologia ............................. 75 
39.9 LED .............................................................. 76 
39.10 Fibra ótica ................................................... 76 
40 REATORES ................................................... 77 
40.1.1 Tipo de circuito e modo de operação ......... 78 
40.1.2 Eficiência energética................................... 78 
41 LUMINÁRIAS ............................................... 78 
41.1 Tecnologias em Luminárias ........................ 78 
41.1.1 Luminárias para iluminação geral .............. 78 
41.1.2 Sistemas de iluminação indireta ................ 79 
41.2 Dados Fotométricos ................................... 79 
41.3 Nomenclatura ............................................. 79 
41.4 Desempenho do Sistema de Luminárias .... 81 
42 Dimensionamento de sistemas de iluminaçãoartificial 81 
42.1 Método dos Lúmens ................................... 81 
42.2 Método ponto a ponto ............................... 81 
42.3 Cálculos por Ray-Tracing (traçado de raios) 81 
43 Determinação de iluminâncias ................... 81 
43.1 Cálculo do Índice do Recinto ...................... 82 
43.2 Escolha de luminárias e lâmpadas ............. 82 
43.2.1 Lâmpadas ................................................... 82 
43.2.2 Luminárias .................................................. 82 
43.2.3 Classificação das luminárias segundo a C.I.E.:83 
43.2.4 Espaçamento entre luminárias ................... 83 
43.3 Coeficiente de utilização, Ku ....................... 83 
43.4 Fator de Depreciação, Fd ............................ 84 
44 Métodos dos lumens .................................. 84 
45 Método das cavidades zonais .................... 85 
46 Tabela de Coeficientes de Utilização (u) para Luminárias Típicas 87 
47 Recomendações de Projeto para P.S.A.L.I.*96 
48 Prática de projeto de iluminação eficiente 96 
49 Sistemas de Controle .................................. 96 
49.1 Integração da iluminação elétrica .............. 98 
49.1.1 Acompanhamento da luz natural: .............. 98 
49.1.2 Algoritmos de Controle:.............................. 98 
49.1.3 Resposta e Colocação Espacial do Foto-sensor: 98 
49.1.4 Equipamentos de dimming: ........................ 98 
49.1.5 Equipamentos de Alternação: .................... 99 
49.1.6 Conservação de Energia ............................. 99 
49.2 Sensores de Ocupação ............................... 99 
49.2.1 Sistemas Passivos de Infravermelho (PIR): . 99 
49.2.2 Sensores Ultrassônicos: ............................ 100 
49.2.3 Sensores de Teto: ...................................... 100 
 
 
4 Apostila TAU077 
 
49.2.4 Sensores de Caixa de Parede: ................... 100 
49.2.5 Diretrizes de Aplicação ............................. 100 
49.3 Sistemas de Temporizadores ................... 101 
49.3.1 Componentes: ........................................... 101 
49.3.2 Métodos de Acendimento (overrides) ...... 101 
49.3.3 Diretrizes de Aplicação ............................. 101 
49.3.4 Economia de Energia ................................ 101 
49.3.5 Diretrizes de Especificação ....................... 101 
50 Análise Econômica de Projetos de Iluminação Artificial: 101 
51 Campos de atuação para projetistas de iluminação 102 
52 Eficiência Energética em Edifícios ............ 103 
52.1 Regulamento de Eficiência Energética em Edifícios Comerciais, de Serviços e Públicos 103 
52.1.1 Método das áreas do edifício ................... 104 
52.1.2 Método das atividades ............................. 106 
52.2 Regulamento de Eficiência energética em Edifícios Residenciais 109 
52.2.1 Unidades habitacionais autônomas ......... 109 
52.2.2 Edificações Unifamiliares ......................... 110 
52.2.3 Edificações multifamiliares ....................... 110 
52.2.4 Áreas de uso comum ................................ 110 
53 Bibliografia ............................................... 113 
54 Exercícios do módulo de iluminação natural117 
55 Exercícios do módulo de insolação .......... 115 
56 Exercícios do módulo de iluminação artificial124 
57 Roteiro básico de trabalho para análise de iluminação naturalde um ambiente 133 
57.1 PARTE 1 – LUZ NATURAL .......................... 133 
57.2 PARTE 2 – ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL ......... 134 
Deve ser proposto um sistema de iluminação artificial para o ambiente, contemplando as diferentes 
atividades nele previstas (recepção, projeto, etc.). ... 134 
58 Roteiro básico de trabalho para análise das TIPOLOGIAS ARQUITETÔNICAS 135 
59 ANEXO – Lista de siglas ............................ 136 
 
 
 
 
5 Apostila TAU077 
 
1 Grandezas e definições 
 
FLUXO RADIANTE [W] -é a potência da radiação eletromagnética emitida ou recebida por um corpo. 
O fluxo radiante pode conter frações visíveis e não visíveis (PEREIRA, 1994 -A). 
FLUXO LUMINOSO[lm] - componente de qualquer fluxo radiante que gera uma resposta visual 
entre os limites de comprimento de onda da radiação visível (380 a 780 nm). Sua unidade é lumen, 
definida como o fluxo emitido por uma fonte uniforme de 1cd com 1sr (esterradiano ou ângulo 
sólido). O fluxo total emitido por uma fonte de 1cd é 4π lúmens (SZOKOLAY, 1980). 
 É a quantidade de luz emitida por uma fonte, medida em lúmens, na tensão 
nominal de funcionamento. 
Fig.8.1- Fluxo luminoso (Fonte: Manual OSRAM) 
EFICIÊNCIA LUMINOSA [lm/W] - habilidade da fonte luminosa de converter potência em luz. Uma 
fonte de luz ideal seria aquela que converteria toda sua potência [W] de entrada em luz [lm]. No 
entanto, qualquer fonte de luz converte parte da potência em radiação infra-vermelha ou ultra-
violeta (PEREIRA, 1994-A). 
 [Equação 1] 
 w        
INTENSIDADE LUMINOSAI [cd] - uma fonte de luz emite um fluxo luminoso em várias direções. A 
quantidade emitida em cada direção pode variar. A intensidade luminosa é a luz que se propaga 
numa dada direção, dentro de um ângulo sólido. Sua unidade é a candela [cd], ou 
lúmen/esterradiano, definida como a intensidade de um corpo negro de 1/60 cm2 de área, quando 
aquecido até a temperatura do ponto de fusão da platina (MOORE, 1991; SZOKOLAY, 1980). O ângulo 
sólido [ω], expresso em esterradianos, é uma medida do espaço tridimensional, assim como o 
radiano o é para o espaço bidimensional (PEREIRA, 1994 -A). 
 [Equação 2] 
          
ILUMINÂNCIAE [lux] -(o símbolo E vem de éclairage)Quando o fluxo luminoso atinge uma superfície, 
esta superfície é dita iluminada. Iluminância é, portanto, a densidade de fluxo luminoso recebido por 
uma superfície: caracteriza o efeito de iluminação produzido pela luz incidente numa só ou numa 
infinidade de direções. É a medida da quantidade de luz incidente numa superfície por unidade de 
área cuja unidade é lux = lumen/m2 (iluminação é o processo; iluminância é o produto) (MOORE, 
1991; SZOKOLAY, 1980). 
 E
A
lux

 [Equação 3] 
Como em toda radiação, a direção do fluxo luminoso é divergente em relação à fonte de luz. Uma vez 
que sua direção não é paralela, sua área de abrangência é maior quanto maior for a distância da 
fonte (ou seja, o fluxo contido em um ângulo sólido, se mantém constante com a distância). Por isso, 
a iluminância é uma função inversa ao quadrado da distância (MOORE,1991; SZOKOLAY, 1980). 
E
I
d

2
 [Equação 4] 
 
 
 
6 Apostila TAU077 
 
LEI DO COSSENO - se não se considerar um elemento normal (perpendicular) ao feixe de radiação, 
tem-se que a iluminação varia com o cosseno do ângulo normal à superfície e o raio de luz. Ela é 
máxima quando o raio é normal à superfície, ou seja, quando o ângulo de incidência  = 0o. Em 
qualquer outro caso o raio de luz cobrirá uma área maior, com uma consequente redução do nível de 
iluminação (PEREIRA, 1994-A). 
cos
2

d
I
E
 [Equação 5] 
LUMINÂNCIAL [cd/m2] - quando parte da luz incidente numa superfície é refletida, esta superfície é 
observada como uma fonte de luz (PEREIRA, 1994 - A). Portanto, luminância é a medida do brilho de 
uma superfície; é a intensidade luminosa de um elemento de qualquer superfície, numa dada direção, 
por unidade de área perpendicular a esta direção: depende, em geral, da direção segundo a qual é 
observado o elemento, e varia também, geralmente, de um elemento para outro da mesma 
superfície. O olho humano detecta luminâncias da ordem de 1 milionésimo de cd/m2 até um limite de 
1 milhão de cd/m2 (PRADO, 1961; SZOKOLAY, 1980). 
'A
I
L


 [Equação 6] 
Onde A’ = A cos  
A é a área total da superfície, 
 é oângulo de incidência à normal da superfície e à direção de observação, e 
Iᵦé a intensidade luminosa na direção considerada (PEREIRA, 1994 -A). 
 
Luminância de uma superfície, seja fonte primária ou secundária de luz, é, portanto, a intensidade de 
luz por área aparente da superfície, a partir do ponto em que é observada. A partir da luminância do 
céu, pode-se quantificar o quanto de fluxo luminoso incide sobre a área de uma superfície, obtendo-
se, assim, seu nível de iluminação natural (HOPKINSON, 1986). 
A luminância devido a uma superfície difusa pode ser calculada por: 
L
E

 

 [Equação 7] 
Onde: é o fator de reflexão da superfície. 
MODELOS DE CÉU - formas de representação matemática e/ou gráfica da distribuição das 
luminâncias de céu. Podem ser modelos para céu uniforme, encoberto, claro e parcialmente 
encoberto. 
DISCRETIZAÇÃO DA ABÓBODA CELESTE -é a subdivisão da abóboda celeste em porções definidas por 
ângulos horizontais e verticais. Uma discretização em porções de 6 x 24, por exemplo, significa que se 
subdividiu a abóboda passando-se seis linhas paralelas ao plano do horizonte (com 15o de altitude 
cada uma) e em 24 linhas longitudinais que cortam a abóboda do zênite para o horizonte (em “fatias” 
de 15o de varredura azimutal). 
DISTRIBUIÇÃO DA LUMINÂNCIA NO CÉU- a iluminância decorrente da luz do céu, pode ser 
determinada a partir da distribuição da luminância celeste. Uma única distribuição da luminância 
celeste é usada para representar cada uma das condições básicas de céu. A luminância do céu é 
função: 
• Da distribuição da relação entre a luminância de cada um dos pontos da hemisfera celeste e a 
luminância do zênite; 
 
 
7 Apostila TAU077 
 
• De valores absolutos para a luminância do zênite(SCARAZZATO, 1995). 
FATOR DE LUZ DIURNA (daylightfactor) - uma vez que a iluminância no interior da edificação muda 
em função das condições de céu, valores de iluminância não são indicativos diretos do real 
desempenho da edificação. O fator de luz diurna (DF ou FLD) é a razão da iluminância exterior pela 
interior sob um céu encoberto (medido em um plano horizontal em ambos os locais e expresso como 
uma percentagem), e é constante mesmo sob mudanças da luminância absoluta do céu. Isso se deve 
ao fato de que a distribuição em um céu uniforme é constante e não varia com o tempo. A constância 
do DF para uma edificação se aplica apenas para condição de céu encoberto; sob condição de céu 
claro, o DFpode variar de acordo com as mudanças de distribuição de luminância do céu e com a 
posição do sol (MOORE, 1991). 
ILUMINAÇÃO PLANAR - as condições de iluminação são geralmente descritas, medidas ou 
especificadas em termos de iluminâncias em um dado plano, comumente o plano de trabalho 
horizontal; em outras palavras, nós geralmente tratamos da iluminação planar (SZOKOLAY, 1980). 
OFUSCAMENTO - perturbação, desconforto ou mesmo perda de visibilidade devido a uma variação 
muito grande da iluminação e/ou uma velocidade muito grande. O efeito de saturação ocorre a partir 
de 25.000 cd/m2. O efeito de contraste ocorre caso a proporção entre as luminâncias do campo visual 
seja superior a 10:1. 
FATOR DE FORMA - é a fração da radiação deixando um elemento de superfície finita S1que chega a 
uma outra superfície S2 de área. 
FFS1 - S2 = fluxo recebido por S2vindo de S2 [Equação 8] 
 fluxo total emitido por S2 
Quando os elementos possuem áreas diferentes A1 e A2, pela relação de reciprocidade se tem: 
FFS1 - S2 .A1 = FFS1 - S2. A2 finita (TREGENZA, 1993, INCROPERA, 1990). 
2 Espectro de radiação eletromagnética 
 
O espectro eletromagnético visível abrange o grupo de radiações com comprimentos de onda entre 
380 e 760 nm, capazes de estimular a retina do olho humano produzindo a sensação luminosa. 
Fig.2.1. Espectro eletromagnético. 
 
Fonte: http://solutions.3m.com.br/wps/portal/3M/ 
 
 
8 Apostila TAU077 
 
3 Curva internacional de sensibilidade espectral do olho humano 
 
Indica a variação da sensibilidade de um olho humano médio para níveis de luminância acima de 
3cd/m2. Verifica-se que o olho humano não é igualmente sensível a todas as cores do espectro visível. 
Sendo assim quanto menor o comprimento de onda (violeta e azul), maior será a intensidade de 
sensação luminosa com pouca luz. Quanto maior comprimento de onda (laranja e vermelho), menor 
será a intensidade de sensação luminosa com pouca luz. 
Fig.3.1. Curva Internacional de Sensibilidade Espectral do Olho Humano. 
 
Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAArNgAA/iluminacao-artificial 
4 Campo visual humano 
 
O campo visual humano está limitado a 130o no sentido vertical e 180o no sentido horizontal. Dentro 
do campo visual total podem-se distinguir três zonas: campo visual central, entorno do campo central 
e campo visual periférico (de visão binocular e de visão monocular). 
 
Fig.4.1. Campo Visual Humano. Adaptado de: EGAN, 1983. 
 
 
 
 
 
9 Apostila TAU077 
 
5 Sistema CIE tristímulus 
 
Exprime, através do diagrama de cromaticidade, a composição de cores em função de 3 componentes 
que correspondem à sensibilidade espectral relativa do olho humano padrão ao vermelho (R), verde 
(G) e azul (B). 
 
Fig.5.1. Diagrama de Cromaticidade. Fonte: Catálogo Sylvania, s/ data. 
6 Preferências humanas 
 
Fig. 9.1. Gráfico de Preferências Humanas em relação a iluminância 
Fonte: Adaptado de Manual de Iluminação, Philips Lighting Division, 1981 
1 Eficácia visual humana 
Como se observa nos gráficos abaixo, a agudeza visual cresce com o aumento da iluminância até o 
ponto onde passa a vigorar a “lei dos retornos regressivos”. Do mesmo modo, a sensibilidade de 
 
 
10 Apostila TAU077 
 
contraste melhora com o aumento da luminância média do campo visual até um ponto onde começa 
a haver ofuscamento perturbador (deslumbramento). 
 
Fig. 6.1. Gráfico de Agudeza 
Visual 
 
6.2. Gráfico de Sensibilidade 
ao Contraste 
 
 
Fig. 6.3. Gráfico de Capacidade 
Visual 
 
Fonte: KOENIGSBERGER ET ALT, 1977 
2 Recomendações para um bom ambiente luminoso-visual 
 
O objetivo da iluminação em arquitetura é criar o ambiente visual mais adequado às atividades 
previstas. O conforto luminoso-visual resulta da percepção clara da informação visual demandada 
consciente ou inconscientemente. Para tanto, EGAN (1983) apresenta as seguintes recomendações: 
a) As condições visuais melhoram com o aumento da iluminância até um ponto onde passa a 
vigorar a “lei dos retornos regressivos” em que o ofuscamento atrapalha a visualização; 
b) As condições visuais melhoram se a tarefa visual pode ser distinguida de seu entorno por ser 
mais brilhante, mais contrastante, mais colorida, fortemente definida, ou uma combinação 
de dois ou mais destes fatores; 
c) As condições visuais são melhores se a tarefa visual está num cenário desobstruído e não 
confuso; 
d) A iluminação deve ser livre tanto do ofuscamento inabilitador quanto do ofuscamento 
perturbador. As fontes de luz não podem ser fontes de ofuscamento perturbador. 
Consequentemente, as aberturas do edifício devem ter elementos de proteção contra a luz 
direta do sol ou reflexões indesejáveis do entorno externo; 
e) O entorno da tarefa visual deve ter luminosidade moderada. Esta luminosidade deve resultar 
da reflexão das superfícies de teto e paredes e das aberturas para iluminação natural; 
f) A luz natural deve ser providenciada em qualquer ambiente para permitir contato com a 
natureza, com as pessoas e para induzir sensações de bem-estar e frescor. A variabilidade da 
luz é a característica dominante da luz natural do dia; 
g) As fontes de luz artificial devem ser selecionadas de acordo com as necessidades humanas de 
reprodução de cor, finalidades do ambiente e tipode mobiliário; 
h) Iluminação geral deve ser feita nos ambientes, com focos de luz sobre as tarefas visuais. 
Evitar criar condições onde os olhos devem se adaptar muito rapidamente a uma grande 
variedade de luminosidades; 
i) Ambientes uniformemente sombrios devem ser evitados. Pequenos pontos de luz 
corretamente distribuídos podem contribuir para criar uma agradável variação de 
luminosidade sem ofuscamento; 
j) Superfícies retas não devem ser iluminadas desigualmente, a menos que os focos estejam 
sobre peças de arte, painéis, entradas, etc.; 
k) Luz suficiente deve chegar aos forros, para evitar condições sombrias que ocorrem quando 
uma informação visual desejada sobre a estrutura do ambiente é perdida ou não está clara. 
 
 
11 Apostila TAU077 
 
3 Iluminação natural 
Chama-se natural à iluminação que se obtém com a luz proveniente do sol e é representada 
quer pelos raios solares diretos, quer pelos raios indiretos da mesma proveniência, mas 
retransmitidos pelo céu, pelas nuvens, pela vegetação, pelos edifícios ou por outros corpos. É uma luz 
dita de espectro total e que apresenta a melhor resposta visual humana com a melhor reprodução de 
cores dentre as fontes existentes (PRADO, 1961; ROBBINS, 1986). 
4 Critérios para avaliação geral do ambiente luminoso 
 
Em geral trabalha-se com dois critérios para o projeto de um bom ambiente luminoso: a 
uniformidade do campo visual, dado pelo índice de uniformidade e a eficácia visual da tarefa, dada 
pela preferência do usuário. 
O índice de diversidade do ambiente é a razão entre a mais alta e a mais baixa entre as iluminâncias 
encontradas. Este índice fornece uma idéia da variação das iluminâncias ao longo do ambiente e, 
portanto, da assimetria da distribuição da luz no ambiente interno. 
4.1 Distribuição de luz natural 
Tabela 10.1 – Distribuição da luz natural e critério para o índice de diversidade 
DISTRIBUIÇÃO DE LUZ NATURAL 
Valor Conceito Critério do índice de diversidade 
1,0 a 3,0 Ótimo (Iluminância máxima / iluminância mínima) < = 3,0 
3,1a 5,0 Bom 3,1 < (Iluminância máxima / iluminância mínima) < 5,0 
5,1 a 10,0 Aceitável 5,1 < (Iluminância máxima / iluminância mínima) < 10,0 
>10,1 Inadequado (Iluminância máxima / iluminância mínima) > = 10,0 
Fonte: MACEDO, 2002 
4.2 Iluminâncias da zona 
Para um ambiente em geral, e em função da preferência do usuário pode-se adotar a seguinte 
classificação para ambiente iluminados sob luz natural. Níveis mais precisos para os ambientes de 
trabalho podem ser obtidos através da norma ABNT NBR ISOCIE 8995-1 2013. 
Tabela 10.2 – Níveis de iluminância interna 
ILUMINÂNCIA INTERNA 
 Conceito Critério 
1 Insuficiente Iluminância inferior a 300 lux 
2 Adequado Iluminância de 300 a 1.000 lux 
3 Ótimo Iluminância de 1.000 a 2.000 lux 
4 Admissível Iluminância de 2.000 a 3.000 lux 
5 Excessivo Iluminância superior a 3.000 lux 
5 Níveis gerais de iluminância recomendados pela ISO/CIE 8995-1:2013 
De acordo com a ABNT NBR ISSO/CIE 8995-1: 2013, vamos criar condições para iluminação de locais 
de trabalho internos e para que as pessoas desempenhem tarefas visuais de maneira eficiente, com 
conforto e segurança durante todo o período de trabalho. 
 
 
12 Apostila TAU077 
 
5.1 Definições 
Em geral os termos utilizados nesta Norma estão definidos no Vocabulário de Iluminação CIE (CIE 17.4 
– 1987), mas existe alguns termos a mais que estão definidos abaixo: 
• Tarefa visual: Os elementos visuais da tarefa a ser realizada. 
• Área da tarefa: A área parcial em um local de trabalho no qual a tarefa visual está localizada e 
é realizada. 
• Entorno imediato: uma zona de no mínimo 0,5 m de largura ao redor da área da tarefa 
dentro do campo de visão. 
5.2 Critérios do projeto de iluminação 
5.2.1 Ambiente luminoso 
A prática de uma boa iluminação para locais de trabalho é muito mais que apenas fornecer uma boa 
visualização da tarefa. É essencial que as tarefas sejam realizadas facilmente e com conforto. Desta 
maneira a iluminação deve satisfazer os aspectos quantitativos e qualitativos exigidos pelo ambiente. 
 
Em geral a iluminação assegura: 
 
• Conforto visual, onde os trabalhadores têm uma sensação de bem-estar, 
• Desempenho visual, onde os trabalhadores estão capacitados a realizar suas tarefas visuais, 
rapidamente e precisamente mesmo sob circunstâncias difíceis e durante longos períodos, 
• Segurança visual, ao olhar ao redor e detectar perigos. 
 
A fim de satisfazer isto, é requerido que seja dada atenção a todos os parâmetros que contribuem 
para o ambiente luminoso. 
Os principais parâmetros são: 
• Distribuição da luminância, 
• Iluminância, 
• Ofuscamento, 
• Direcionalidade da luz, 
• Aspectos da cor da luz e superfícies, 
• Luz natural, 
• Manutenção. 
 
Os valores de projeto para os parâmetros quantificáveis de iluminância, desconforto referente ao 
ofuscamento e reprodução de cor estão estabelecidos na tabela 11.3 para várias atividades. 
Nota: Adicionalmente à iluminação, existem outros parâmetros ergonômicos visuais que influenciam 
o desempenho visual dos operadores, tais como: 
a) As propriedades intrínsecas da tarefa (tamanho, forma, posição, cor e refletância do detalhe e 
do fundo). 
b) Capacidade oftálmica do operador (acuidade visual, percepção de profundidade, percepção da 
cor). 
 
A atenção a estes fatores pode otimizar o desempenho visual sem a necessidade de um incremento 
dos níveis de iluminância. 
 
 
13 Apostila TAU077 
 
5.2.2 Iluminância 
A iluminância e sua distribuição nas áreas de trabalho e no entorno imediato têm um maior impacto 
em como uma pessoa percebe e realiza a tarefa visual de forma rápida, segura e confortável. Para 
lugares onde a área específica é desconhecida, a área onde a tarefa pode ocorrer é considerada como 
a área de tarefa. 
Todos os valores de iluminância especificados nesta Norma são iluminâncias mantidas e 
proporcionam a segurança visual no trabalho e as necessidades do desempenho visual. 
5.2.2.1 Iluminâncias recomendadas na área de tarefa 
Os valores dados na tabela 11.3 são as iluminâncias mantidas sobre a área da tarefa no plano de 
referência que pode ser horizontal, vertical ou inclinado. A iluminância média para cada tarefa não 
pode estar abaixo dos valores dados independentemente da idade e condições da instalação. Os 
valores são válidos para uma condição visual normal e são levados em conta os seguintes fatores: 
• Requisitos para a tarefa visual, 
• Segurança, 
• Aspectos psico-fisiológicos assim como conforto visual e bem estar, 
• Economia, 
• Experiência prática. 
 
Os valores de iluminância podem ser ajustados em pelo menos um nível na escala da iluminância, se 
as condições visuais forem diferentes das assumidas como normais. Convém que a iluminância seja 
aumentada quando: 
• Contrastes excepcionalmente baixos estão presentes na tarefa, 
• O trabalho visual é crítico, 
• A correção dos erros é onerosa, 
• É da maior importância a exatidão ou a alta produtividade, 
• Capacidade de visão dos trabalhadores está abaixo do normal. 
 
A iluminância mantida necessária pode ser reduzida quando: 
 
• Os detalhes são de um tamanho excepcionalmente grande ou de alto contraste, 
• A tarefa é realizada por um tempo excepcionalmente curto. 
 
Em áreas onde um trabalho contínuo é realizado, a iluminância mantida não pode ser inferior a200 
lux. 
5.2.3 Escala da iluminância 
Um fator de aproximadamente 1,5 representa a menor diferença significativa no efeito subjetivo da 
iluminância. Em condições normais de iluminação aproximadamente 20 lux de iluminância horizontal 
é exigida para diferenciar as características da face humana e é o menor valor considerado para a 
escala das iluminâncias. A escala recomendada das iluminâncias é: 
 
20 – 30 – 50 – 75– 100 – 150 – 200 – 300 – 500 – 750 – 1 000 – 1 500 – 2 000 – 3 000 – 5 000 lux 
5.2.3.1 Iluminâncias no entorno imediato 
A iluminância no entorno imediato deve estar relacionada com a iluminância da área de tarefa e, 
convém que provenha uma distribuição bem balanceada da luminância no campo de visão. 
Mudanças drásticas nas iluminâncias ao redor da área de tarefa podem levar a um esforço visual 
estressante e desconforto. 
 
 
14 Apostila TAU077 
 
A iluminância mantida das áreas do entorno imediato pode ser mais baixa que a iluminância da área 
da tarefa, mas não pode ser inferior aos valores dados tabela abaixo. 
Tabela 11.1 – Valores mínimos de iluminâncias da tarefa e seu entorno imediato 
 
Adicionalmente à iluminância na área de tarefa deve prover uma adequada adaptação da luminância 
de acordo com a tabela 11.3 
5.3 Direcionalidade 
A iluminação direcional pode ser utilizada para destacar objetos, para revelar texturas e melhorar a 
aparência das pessoas em um espaço. Isto está descrito pelo termo “modelagem”. A iluminação 
direcional de uma tarefa visual pode também aumentar sua visibilidade. 
5.3.1 Iluminação direcional de tarefas visuais 
A iluminação em uma direção específica pode revelar os detalhes de uma tarefa visual, aumentando 
sua visibilidade e fazendo com que a tarefa seja realizada mais facilmente. É particularmente 
importante para tarefas de texturização finas e gravações/entalhes. 
5.4 Aspectos da cor 
As qualidades da cor de uma lâmpada próxima à cor branca são caracterizadas por dois atributos: 
• A aparência de cor da própria lâmpada, 
• Sua capacidade de reprodução de cor, que afeta a aparência da cor de objetos e das pessoas 
iluminadas pela lâmpada. 
5.4.1 Reprodução de cor 
É importante tanto para o desempenho visual quanto para a sensação de conforto e bem-estar que 
as cores do ambiente, dos objetos e da pele humana sejam reproduzidas naturalmente, corretamente 
e de modo que façam com que as pessoas tenham uma aparência atrativa e saudável. 
As cores para segurança de acordo com a ISO 3864 devem sempre ser reconhecíveis e claramente 
discriminadas. 
Para fornecer uma indicação objetiva das propriedades de reprodução de cor de uma fonte de luz foi 
introduzido o índice geral de reprodução de cor Ra. O valor máximo de Ra é 100. Este valor diminui 
com a redução da qualidade de reprodução de cor. 
Não se recomenda a utilização de lâmpadas com Ra inferior a 80 em interiores onde as pessoas 
trabalham ou permanecem por longos períodos. Pode haver exceções para a iluminação de 
montagem alta (“high-bay” – iluminação utilizada em alturas de montagem superior a 6 m) e para 
iluminação externa. Mas mesmo nessas condições devem ser tomadas medidas adequadas para 
garantir que lâmpadas com uma reprodução de cor mais alta sejam utilizadas em locais de trabalho 
continuamente ocupados e também onde as cores para segurança têm que ser reconhecidas. 
Os valores mínimos recomendados do índice geral de reprodução de cor (Ra) de diferentes tipos de 
ambientes internos, tarefas ou atividades estão estabelecidos tabela 11.3. 
Iluminância da tarefa 
[lux] 
Iluminância do entorno imediato 
[lux] 
≤750 500 
500 300 
300 200 
≤200 Mesma iluminância da área de tarefa 
 
 
15 Apostila TAU077 
 
5.5 Iluminações de estações de trabalho com monitores VDT (Visual display 
terminals - também conhecido como monitores de vídeo e displays visuais) 
A iluminação para estações de trabalho VDT deve ser apropriada para todas as tarefas realizadas na 
estação de trabalho, por exemplo: leitura de telas, textos impressos, escritas no papel, uso do 
teclado, etc. 
Por esta razão, para estas áreas, os critérios de iluminação e os sistemas devem ser escolhidos de 
acordo com a atividade, o tipo de tarefa e o tipo ambiente da tabela 11.3. 
Os monitores VDT e, em algumas circunstâncias, o teclado podem sofrer, através de reflexos, 
ofuscamento desconfortável ou ofuscamento inabilitador. Por esta razão é necessário selecionar, 
localizar e gerenciar as luminárias a fim de evitar desconforto por reflexões de alto brilho. 
O projetista deve determinar a zona de montagem crítica, escolher um equipamento de controle da 
luminância adequado e planejar posições de montagem que não causem reflexos perturbadores. 
Para os locais de trabalho onde são utilizadas telas de visualização que estão na vertical ou inclinadas 
em um ângulo de até 15°, estão estabelecidos na tabela abaixo os limites de luminância para o fluxo 
descendente das luminárias que possam refletir nas telas VDT para direções normais de visualização. 
Os limites de luminância média da luminária são dados para os ângulos de elevação de 65° e acima 
em relação à vertical descendente em torno da luminária. 
Tabela 11.2 – Limites de luminância para o fluxo descendente das luminárias 
 
Classes das telas (ver ISO 9241-7) I II III 
Qualidade da tela Boa Média Pobre 
Limite da luminância média das luminárias ≤ 1 000 cd/m2 ≤ 200 cd/m2 
NOTA: Para certos locais especiais que utilizam, por exemplo, telas sensitivas ou com inclinação variável convém que os 
limites de luminância acima sejam aplicados para ângulos de elevação inferiores (por exemplo 55°) da luminária. 
5.6 Requisitos para o planejamento da iluminação 
Os requisitos de iluminação recomendados para diversos ambientes e atividades estão estabelecidos 
nas tabelas desta seção da seguinte maneira: 
Coluna 1: Lista de ambientes (áreas), tarefas ou atividades - A coluna 1 lista aqueles ambientes, 
tarefas ou atividades para os quais os requisitos específicos são dados. Se um ambiente em particular, 
tarefa ou atividade não estiver listado, convém que sejam adotados os valores dados para uma 
situação similar. 
 
Coluna 2: Iluminância mantida (Em, lux) - A coluna 2 estabelece a iluminância mantida na superfície 
de referência para um ambiente, tarefa ou atividade estabelecidos na coluna 1 
 
Coluna 3: Índice limite de ofuscamento unificado (UGRL) - A coluna 3 estabelece o UGR limite 
aplicável para a situação listada na coluna 1, 
 
Coluna 4: Índice de reprodução de cor mínimo (Ra) - A coluna 4 estabelece o índice de reprodução 
de cor mínimo para a situação listada na coluna 1 
 
Coluna 5: Observações - Recomendações e notas de rodapé são dadas para as exceções e aplicações 
especiais referentes às situações listadas na coluna 1. 
 
 
 
16 Apostila TAU077 
 
Tabela 11.3 – Planejamento dos ambientes (áreas), tarefas e atividades com a especificação da 
iluminância, limitação de ofuscamento e qualidade da cor. 
Tipo de ambiente, tarefa ou atividade 
Em 
[lux] 
UGR[L] Ra Observações 
1. Áreas gerais da edificação 
Saguão de entrada 100 22 60 
Sala de espera 200 22 80 
Áreas de circulação e corredores 100 28 40 
Nas entradas e saídas estabelecer uma zona de 
transição a fim de evitar mudanças bruscas 
Escadas, escadas rolantes e esteirasrolantes 150 25 40 
Rampas de carregamento 150 25 40 
Refeitório / Cantinas 200 22 80 
Salas de descanso 100 22 80 
Salas para exercícios físicos 300 22 80 
Vestiários, banheiros, toaletes 200 25 80 
Enfermaria 500 19 80 
Salas para atendimento médico 500 16 90 Tcpno mínimo4 000 K 
Estufas, sala dos disjuntores 200 25 60 
Correios, quadros de distribuição 500 19 80 
Depósito, estoques, câmara fria 100 25 60 200 lux se forem continuamente ocupadas 
Expedição 300 25 60 
Estação de controle 150 22 60 200 lux se forem continuamente ocupadas 
3. Padarias 
Preparação e fornada 300 22 80 
Acabamento, decoração 500 22 80 
10. Cabeleireiros 
Cabeleireiro 500 19 90 
12. Lavanderias e limpeza a seco 
Entrada de mercadorias, marcação e distribuição 300 25 80 
Lavagem e limpeza a seco 300 25 80 
Passar roupas 300 25 80 
Inspeção e reparos 750 19 80 
16.Subestações 
Instalação de abastecimento de combustíveis 50 28 20 As cores para segurança devem ser reconhecíveis. 
Casa da caldeira 100 28 40 
Salas de máquinas 200 25 80 
Salas auxiliares, por exemplo: sala das bombas, 
sala dos capacitores, quadro de chave de 
distribuição, etc. 
200 25 60 
Salas de controle 500 16 80 
Os painéis de controle frequentemente estão na 
vertical.Dimerização pode ser necessária. 
Para trabalho com VDT ver 10.5. 
17. Gráficas 
Corte, douração, gravação em relevo,gravura em 
bloco, trabalhos em pedras eplacas, impressoras, 
matriciais 
500 19 80 
Triagem de papel e impressão manual 500 19 80 
Configuração de tipo, retoque, litografia 1 000 19 80 
Inspeção de cor em impressão multicolorida 1 500 16 90 Tcp5 000 K. 
Gravação em aço e cobre 2 000 16 80 
22. Escritórios 
Arquivamento, cópia, circulação, etc. 300 19 80 
Escrever, teclar, ler, processar dados 500 19 80 Para trabalho com VDT ver 10.5. 
Desenho técnico 750 16 80 
Estações de projeto assistido por computador 500 19 80 Para trabalho com VDT ver 10.5. 
Salas de reunião e conferência 500 19 80 Recomenda-se que a iluminação seja controlável. 
Recepção 300 22 80 
Arquivos 200 25 80 
 
 
17 Apostila TAU077 
 
Tipo de ambiente, tarefa ou atividade 
Em 
[lux] 
UGR [ L] Ra Observações 
23. Varejo 
Área de vendas pequena 300 22 80 
Área de vendas grande 500 22 80 
Área da caixa registradora 500 19 80 
Mesa do empacotador 500 19 80 
24. Restaurantes e hotéis 
Recepção/caixa/portaria 300 22 80 
Cozinha 500 22 80 
Restaurante, sala de jantar, sala de eventos. 200 22 80 
Recomenda-se que a iluminação seja projetada para 
criar um ambiente íntimo. 
Restaurante self-service 200 22 80 
Bufê 300 22 80 
Salas de conferência 500 19 80 Recomenda-se que a iluminação seja controlável. 
Corredores 100 25 80 
Durante o período da noite são aceitáveis baixos níveis 
de iluminação. 
25. Locais de entretenimento 
Teatros e salas de concerto 200 22 80 
Salas com multiuso 300 22 80 
Salas de ensaio, camarins 300 22 80 
É necessário que a iluminação do espelho seja isenta 
de ofuscamento para a maquiagem. 
Museus (em geral) 300 19 80 
Iluminação adequada para atender os requisitos de 
exibição, proteção contra os efeitos de radiação. 
26. Bibliotecas 
Estantes 200 19 80 
Área de leitura 500 19 80 
Bibliotecárias 500 19 80 
27. Estacionamentos públicos (internos) 
Rampas de entrada e saída (durante o dia) 300 25 40 As cores para segurança devemser reconhecíveis. 
Rampas de entrada e saída (durante a noite) 75 25 40 As cores para segurança devem ser reconhecíveis. 
Pistas de tráfego 75 25 40 As cores para segurança devemser reconhecíveis. 
Tipo de ambiente, tarefa ou atividade 
Em 
[lux] 
UGR [ L] Ra Observações 
Estacionamento 75 28 40 
Uma iluminância vertical elevada aumenta 
oreconhecimento das faces das pessoas e por 
estarazão a sensação de segurança. 
Guichê 300 19 80 
Evitar reflexões nas janelas. 
Prevenir ofuscamento oriundo do lado externo. 
28. Construções educacionais 
Brinquedoteca 300 19 80 
Berçário 300 19 80 
Sala dos profissionais do berçário 300 19 80 
Salas de aula, salas de aulas particulares 300 19 80 Recomenda-se que a iluminação seja controlável. 
Salas de aulas noturnas, classes e educação de 
adultos 
500 19 80 
Sala de leitura 500 19 80 Recomenda-se que a iluminação seja controlável. 
Quadro negro 500 19 80 Prevenir reflexões especulares. 
Mesa de demonstração 500 19 80 Em salas de leitura 750 lux 
Salas de arte e artesanato 500 19 80 
Salas de arte em escolas de arte 750 19 80 Tcp> 5 000 K 
Salas de desenho técnico 750 16 80 
Salas de aplicação e laboratórios 500 19 80 
Oficina de ensino 500 19 80 
Salas de ensino de música 300 19 80 
Salas de ensino de computador 500 19 80 Para trabalho com VDT ver 10.5 
Laboratório linguístico 300 19 80 
Salas de preparação e oficinas 500 22 80 
Salas comuns de estudantes e salas de reunião 200 22 80 
Salas dos professores 300 22 80 
Salas de esportes, ginásios e piscinas 300 22 80 
Para as instalações de acesso público, ver CIE 58 – 1983 
e CIE 62 – 1984. 
 
 
18 Apostila TAU077 
 
Tipo de ambiente, tarefa ou atividade 
Em 
[lux] 
UGR [ L] Ra Observações 
29. Locais de assistência médica 
Salas de espera 200 22 80 Iluminância ao nível do piso 
Corredores: durante o dia 200 22 80 Iluminância ao nível do piso 
Corredores: durante a noite 50 2 80 Iluminância ao nível do piso 
Quartos com claridade 200 22 80 Iluminância ao nível do piso 
Escritório dos funcionários 500 19 80 
Sala dos funcionários 300 19 80 
Enfermarias 
- iluminação em geral 100 19 80 Iluminância ao nível do piso 
- iluminação de leitura 300 19 80 
- exame simples 300 19 80 
Exames e tratamento 1 000 19 90 
Iluminação noturna, iluminação de observação. 5 19 80 
Banheiros e toaletes para os pacientes 200 22 80 
Sala de exames em geral 500 19 90 
Exames do ouvido e olhos 1 000 90 Luminária para exame local 
Leitura e teste da visão colorida comgráficos de 
visão 
500 16 90 
Escaner com intensificadores de imagem e 
sistemas de televisão 
50 19 80 Para trabalho com VDT ver 10.5 
Salas de diálise 500 19 80 
Salas de dermatologia 500 19 90 
Salas de endoscopia 300 19 80 
Salas de gesso 500 19 80 
Banhos medicinais 300 19 80 
Massagem e radioterapia 300 19 80 
Salas pré-operatórias e salas derecuperação 500 19 90 
Sala de cirurgia 1 000 19 90 
Cavidade cirúrgica Especial Em = 10 000 lux – 100 000 lux 
UTI 
- iluminação em geral 100 19 90 No nível do piso 
- exame simples 300 19 90 No nível do piso 
- exame e tratamento 1 000 19 90 No nível do piso 
- observação noturna 20 19 90 
Dentistas 
- Iluminação em geral 500 19 90 
Convém que a iluminação seja isenta de ofuscamento 
para o paciente. 
- No paciente 1 000 90 Luminária para exame local 
- Cavidade cirúrgica 5 000 90 Valores maiores que 5 000 lux podem ser necessários. 
- Branqueamento dos dentes 5 000 90 Tcp> 6 000 K 
Inspeção de cor (laboratórios) 1 000 19 90 Tcp> 5 000 K 
Salas de esterilização 300 22 80 
Salas de desinfecção 300 22 80 
Salas de autópsia e necrotérios 500 19 90 Valores maiores que 5 000 lux podem ser necessários. 
Mesa de autópsia e mesa de dissecação 5 000 90 
30. Aeroportos 
Saguões de embarque e desembarque, áreas de 
entrega da bagagem 
200 22 80 
Áreas de conexão, escadas rolantes, esteiras 
rolantes 
150 22 80 
Balcão de informações, check-in 500 19 80 Para trabalho com VDT, ver 10.5. 
Alfândega e balcão de controle do passaporte 500 19 80 É importante a iluminância vertical. 
Salas de espera 200 22 80 
Local de armazenamento das bagagens 200 22 80 
Áreas da verificação de segurança 300 19 80 Para trabalho com VDT ver 10.5 
Torre de controle do tráfego aéreo 500 16 80 
Recomenda-se que a iluminação seja dimerizável 
Para trabalho com VDT ver 10.5 
Recomenda-se que seja evitado o ofuscamento 
oriundo da luz natural 
 
 
19 Apostila TAU077 
 
Tipo de ambiente, tarefa ou atividade 
Em 
[lux] 
UGR [ L] Ra Observações 
Salas de trafego aéreo 500 16 80 
Recomenda-se que a iluminação seja dimerizável. 
Para trabalho com VDT, ver 10.5. 
Hangares de reparos e testes 500 22 80 
Áreas de testes dos motores 500 22 88 
Áreas de medição em hangares 500 22 80 
Plataformas e passagens subterrâneaspara 
passageiros 
50 28 40 
Saguão de compra de passagens e grandes 
espaços abertos para circulação de multidões 
200 28 40 
Escritórios das bagagens e passagens e 
Contadores 
300 19 80 
Salas de espera 200 22 80 
31. Igrejas, mosteiros, sinagogase templos. 
Corpo da igreja 100 25 80 
Cadeira, altar, púlpito. 300 22 80 
Fonte: ABNT NBR ISOCIE 8995-1 2013. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 Apostila TAU077 
 
 
6 Gráficos de iluminância difusa sobre o plano horizontal (Luz do céu)-Belo 
Horizonte 
 
 
 
Fig. 12.1. 
Céu Claro 
(N  2,0) 
 
 
 
Fig. 12.2. 
Céu 
Parcialmente 
Encoberto 
(2,1  N  7,0) 
 
 
 
Fig. 12.3. 
Céu Encoberto 
(7,1  N  10,0) 
 
 
 
Dados gerados pelo software DLN versão 2.06, para dias luminosos típicos mensais (DLT) segundo 
SCARAZZATO (1995). 
 
 
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(
k
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Mês
5:00/19:00
6:00/18:00
7:00/17:00
8:00/16:00
9:00/15:00
10:00/14:00
11:00/13:00
12:00
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Mês
5:00/19:00
6:00/18:00
7:00/17:00
8:00/16:00
9:00/15:00
10:00/14:00
11:00/13:00
12:00
 
 
21 Apostila TAU077 
 
7 Iluminância difusa horária (Luz do céu) de Belo Horizonte para Dezembro 
e Junho (Solstícios) 
Dados gerados pelo software DLN versão 2.06, para dias luminosos típicos mensais (DLT) segundo 
SCARAZZATO (1995). 
CÉU CLARO 
 
Fig.13.1. Condição de Céu Claro (N  2): DEZEMBRO (DLT = 12/12) 
 
Fig.13.2. Condição de Céu Claro (N  2): JUNHO (DLT = 11/06) 
 
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22 Apostila TAU077 
 
CÉU PARCILAMENTE ENCOBERTO 
Fig.13.3. Condição de Céu Parcialmente Encoberto (2,1  N  7,0): DEZEMBRO (DLT = 12/12) 
 
 
Fig.13.4. Condição de Céu Parcialmente Encoberto (2,1  N  7,0): JUNHO (DLT = 11/06) 
 
 
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23 Apostila TAU077 
 
CÉU ENCOBERTO 
Fig.13.5. Condição de Céu Encoberto (7,1  N  10,0): DEZEMBRO (DLT = 12/12) 
 
Fig.13.6. Condição de Céu Encoberto (7,1  N  10,0): JUNHO (DLT = 11/06) 
 
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24 Apostila TAU077 
 
8 Gráficos de “céu de projeto” para Belo Horizonte 
 
A iluminância do “céu de projeto” para uma dada localidade corresponde, segundo Koenigsberger et 
al (1977), a um nível de iluminamento exterior (Ee ou EH) que é ultrapassado em 85% a 90% do tempo 
de luz solar. 
 
 
 
Fig.14.1. Frequência de ocorrência de níveis típicos de iluminância para céu encoberto, cidade de 
Belo Horizonte. 
 
Fig. 14.2. Gráfico de Eficiência X FLD para céu encoberto, Belo Horizonte. 
0
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Iluminância Exterior (lux)
Frequência de Ocorrência dos Níveis de Iluminância 
para Céu Encoberto, Belo Horizonte
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25 Apostila TAU077 
 
 
Fig. 14.3. Frequência de ocorrência de níveis típicos de iluminância paracéu parcialmente encoberto, 
cidade de Belo Horizonte. 
 
Fig.14.4. Gráfico de Eficiência X FLD para céu parcialmente encoberto, Belo Horizonte 
Extraído de: ASSIS (2000). Dados gerados pelo software DLN versão 2.06, para dias luminosos típicos mensais 
(DLT), segundo SCARAZZATO (1995). Gráficos gerados segundo método proposto por ALUCCI (1992). 
 
 
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(
%
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Iluminância Exterior (lux)
Freqüência de Ocorrência dos Níveis de Iluminância para Ceú 
Parcialmente Encoberto, Belo Horizonte
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0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
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 (
%
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FLD (%)
Iluminância
Interna 
Requerida (lx)
100
200
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400
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600
700
800
900
1000
 
 
26 Apostila TAU077 
 
9 Geometria da insolação e carta solar 
No projeto de uma edificação é importante considerar a posição relativa do sol através do ano, e o 
projetista deve ser capaz de visualizar o efeito de arranjos alternativos antes de tomar uma decisão 
(SZOKOLAY, 1980). Para se localizar a posição do sol na abóbada celeste é importante conhecer a sua 
altura e seu azimute. 
Altura solar é a distância angular acima do horizonte. A altura solar é o ângulo entre o centro do sol e 
o horizonte, do ponto de vista do observador. É obtido em função da hora do dia, da época do ano e 
da latitude e longitude geográfica do local considerado. A variação da altura solar é de 0 a 90, sendo 
que, quando o sol encontra-se no zênite, sua altura é igual a 90. 
Azimute solar é o ângulo entre o norte geográfico e o círculo vertical que passa pelo centro do sol. O 
azimute solar é medido a partir do norte no sentido horário. Assim como a altura solar, o azimute 
solar também é função da hora do dia, época do ano e coordenadas geográficas do local considerado. 
 
 
Fig. 15.1 – Os ângulos de azimute (s) e altura (s) do sol. 
 
 
O movimento aparente do sol pelo céu se deve à rotação da terra ao redor dele e sobre seu eixo, 
mas o aumento e o decréscimo do período deinsolação, além da intensidade da radiação e 
iluminação solar em um ponto na superfície da Terra, é mais fácil de obter se retomarmos a noção 
primitiva de uma Terra estática e plana e um sol circundante. 
A partir da projeção da hemisfera faz-se a construção das trajetórias solares, por meio de uma matriz 
data versus hora, na qual qualquer data do ano pode ser localizada. Se o ponto desejado é localizado, 
o ângulo azimutal pode ser lido através da determinação de uma linha radial que passe pelo ponto. 
As linhas curvas indicadas por dias e meses do ano representam as trajetórias solares nas datas 
mostradas. Linhas “radiais”, a partir do Polo Norte, indicam as horas (OLGYAY, 1963). 
O sistema de diagramas de trajetória solar mostra a abóbada celeste projetada em um plano do 
horizonte. No diagrama resultante (ver figura 17.1), a linha do horizonte aparece como um círculo e 
as trajetórias solares como curvas cuja curvatura depende do método de projeção adotado e da 
latitude local (OLGYAY, 1963). 
 
 
27 Apostila TAU077 
 
 
Fig. 15.2 – Órbita da Terra em torno do Sol. Adaptado de BARDOU & ARZOUMANIAN (1984). 
A órbita aparente do sol em qualquer dia do ano pode ser então representada numa projeção da 
esfera unitária que representa a abóbada celeste (LYNES: 1968), como mostra a figura 14.3. 
 
 
(A) (B) 
Fig. 15.3 – Projeção da abóbada celeste local (hemisfera) para a marcação da trajetória aparente do 
sol (A), originando, assim, a “carta solar” para aquela latitude (B). 
 
 
 
 
28 Apostila TAU077 
 
10 Diagrama de radiação solar incidente 
Estima as condições de radiação solar incidente sobre as superfícies horizontais, perpendiculares à 
direção da radiação incidente e sobre as superfícies verticais em condições de céu parcialmente 
encoberto. Deve ser usado sobreposto à carta solar e, no caso das superfícies verticais, 
convenientemente orientado. 
 
Fig.16.1 - Diagrama de radiação solar incidente para nebulosidade média de 5 décimos. 
Extraído de: KOENIGSBERGER et al, 1977 ). 
11 Transferidor auxiliar de ângulos 
 
 
Fig.17.1- Transferidor auxiliar 
 
Indica, segundo FROTA & SCHIFFER (1995), as projeções estereográficas sobre o plano do horizonte, 
para um observador situado em uma superfície vertical, dos planos definidos pelos ângulos  
(determinação das retas horizontais paralelas ao plano de horizonte do observador),  (determinação 
 
 
29 Apostila TAU077 
 
das retas verticais perpendiculares ao plano de horizonte do observador) e  (determinação das retas 
horizontais perpendiculares à superfície vertical). 
12 Carta solar (projeção estereográfica) para latitude de 20o sul 
Representa a trajetória aparente do sol durante o ano sobre o plano do horizonte do observador, 
para a latitude considerada. Para outras latitudes, ver FROTA & SCHIFFER (1988 ou 1995). 
 
Fig.18.1: Carta solar de Belo Horizonte 
Fonte: FROTA & SCHIFFER (1988) 
 
 
30 Apostila TAU077 
 
13 Construção das máscaras de obstrução da abóbada celeste 
Placas/barras horizontais infinitas: imagine uma série de barras paralelas horizontais, acima da linha 
de horizonte, como visto do ponto de referência no solo (fig. 18.1 – a). Se estas barras forem 
projetadas como linhas na abóbada celeste, elas formariam um modelo de uma “meia laranja”, com 
as linhas convergindo para os pontos no horizonte, já que as barras são supostas infinitas. Este 
modelo se projetaria no plano horizontal como uma série de linhas curvas convergentes (fig. 18.1 – b). 
 
Fig. 19.1 – Projeção das retas horizontais sobre o plano horizontal. Fonte: MOORE: 1991. 
Placas/barras verticais infinitas: imagine agora uma série de barras verticais arranjadas num círculo. 
Projetando estas barras como linhas sobre a abóbada celeste, a partir do ponto de vista do 
observador, teríamos um padrão de retas convergentes sobre o plano horizontal para o centro, como 
mostra a fig. 18.2. 
 
Fig. 19.2 – Projeção das retas verticais sobre o plano horizontal. Extraído de MOORE: 1991. 
 
 
Placas finitas: as projeções anteriores ocorreriam se as barras ou placas fossem infinitas, mas, para as 
aplicações em construção civil, é necessário trabalhar com a concepção realista de que estas barras 
 
 
31 Apostila TAU077 
 
ou placas são finitas. Observe o caso das figuras 18.3 e 18.4, onde uma placa horizontal ou vertical 
estende-se em certo comprimento (finito) de cada lado da janela. Então, a máscara de obstrução 
deve ser modificada para mostrar a porção da abóbada celeste “visível” sobre cada lado finito da 
placa. Cada final da placa define, portanto, um novo ângulo, chamado ângulo (), a partir do plano 
horizontal, só que desta vez não ortogonal ao plano onde está a janela, como (), mas paralelo a ele e 
que indica que a placa horizontal tem um comprimento finito, em vez de uma extensão infinita no 
horizonte. 
 
 
Fig. 19.3 – A obstrução da abóbada celeste da placa horizontal (A) sobre a janela representada sobre o 
transferidor auxiliar de ângulos (B). Extraído de MOORE (1991) 
 
Fig. 19.4 - A obstrução da abóbada celeste da placa vertical finita sobre a janela representada sobre o 
transferidor auxiliar de ângulos. Extraído de MOORE (1991). 
 
 
 
A B 
 
 
32 Apostila TAU077 
 
14 Carta solar para cálculo de dispositivos de sombreamento no RTQ-R 
 
No Regulamento Técnico da Qualidade para o Nível de Eficiência Energética em Edificações 
Residenciais (RTQ-R), as cartas solares são utilizadas para auxiliar no dimensionamento dos 
dispositivos de proteção solares. 
Assim para a confecção das cartas solares de diferentes latitudes, primeiramente, faz-se um 
levantamento e tratamento dos dados das normais climatológicas definindo a variação de 
temperatura média mensais da cidade em análise (entre 6h às 18h). 
O centro da zona de conforto térmico é determinado pelo cálculo da temperatura neutra, e as 
temperaturas devem ser classificadas de acordo com limites, determinados pelo cálculo e 
representado pela equação abaixo: 
Tn = 0,31Te+17,6 
Onde: 
Tn: temperatura neutra (°C); 
Te: temperatura do ar média mensal (°C), extraída das Normais Climatológicas (BRASIL, 1991) ou dos dados 
de TRY, nas cidades que possuem estes dados disponíveis. 
As temperaturas neutras (Tn) fornecem variações acima das quais a insolação deve ser bloqueada, 
dadas em número de graus acima da Tn (Tn+2, Tn+3...), e das quais a insolação deve ser permitida, 
dados em graus abaixo da Tn (Tn-6, Tn-7, Tn-8...). 
De posse dos dados horários de temperatura média mensal, deve-se plotar os dados em uma tabela, 
como mostra a Figura 19.1 com dados para Belo Horizonte. Esta tabela auxilia na análise das 
temperaturas locais e na construção da carta solar. Uma cor é dada a cadagrau a mais ou a menos 
da temperatura neutra (Tn), a partir das médias mensais. Estas cores são levadas para a tabela 
com as médias horárias para cada mês. 
 
Fig.20.1 - Exemplo de tabela de temperatura horária média mensal para a cidade de Belo Horizonte 
 
 
 
 
33 Apostila TAU077 
 
Uma vez que a carta solar representa duas trajetórias solares ao longo do ano (a primeira de 22 de 
dezembro a 22 de junho e a segunda de 22 de junho a 22 de dezembro), ao se marcar as 
temperaturas na carta solar devem-se marcar prioritariamente as temperaturas mais extremas tanto 
no período de calor quanto no período de frio de cada uma destas trajetórias. 
Como as trajetórias solares representam dois momentos do ano, deve-se ainda criar uma escala de 
cores que represente a ocorrência de temperaturas nas faixas estabelecidas de Tn nas duas épocas 
do ano em que o sol estará presente em determinada região de céu. A escala de cores (baseada na 
tabela anterior) para o preenchimento da carta solar éapresentada na Figura 19.2 e será 
considerada uma cor para cada intervalo de 1 hora, nas épocas do ano consideradas. A Figura 
20.2 apresenta a escala e um exemplo de preenchimento para a cidade de Belo Horizonte. 
 
Fig.20.2 - Escala de cores para preenchimento da carta solar e exemplo de preenchimento para a 
cidade de Belo Horizonte (ZB3) 
Caso a edificação seja projetada para uma cidade em que não existam dados climáticos do INMET, 
deve-se utilizar a da cidade mais próxima, da mesma Zona Bioclimática, que apresente características 
climáticas de radiação e temperatura semelhantes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 Apostila TAU077 
 
15 Relógio de sol para os ensaios sob céu real 
 
 
Fig.15.1 – Relógio de sol 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 Apostila TAU077 
 
16 O método de cálculo da contribuição de iluminação natural (CIN) 
O método de cálculo da Contribuição de Iluminação Natural (CIN) ou fator de luz diurna (FLD) é um 
método gráfico para cálculo de iluminâncias internas a ser utilizado em avaliações iniciais da 
quantidade de luz que se obtém por determinada abertura. 
A iluminação produzida pelo céu visto através de uma janela é independente da “distância” do céu; 
ela é completamente definida pela direção e luminância de cada zona de céu e pelo ângulo sólido que 
subentende. Nós podemos especificar a iluminação em qualquer ponto do espaço apenas em termos 
do campo de luminância cercando o ponto (LYNES: 1968).Os diagramas apresentados neste método 
consideram a distribuição de luminâncias para céus encobertos e claros e possibilitam a verificação 
dos níveis de iluminância em determinados pontos situados em planos horizontais no interior de 
ambientes. Estes diagramas representam a distribuição de luminâncias em céu claro para as altitudes 
solares de 15o, 30o, 45o, 60o, 75o e 90o, e são usados para se calcular os níveis de iluminância em um 
ponto escolhido, situado em planos horizontais no interior de ambientes iluminados naturalmente. 
Para o estudo da luz incidente em um ponto se utiliza o método de divisão do fluxo em que se avalia 
a iluminação a partir de três componentes distintas: a componente celeste (CC), a componente 
refletida externa (CRE) e a componente refletida interna (CRI). A somatória dos valores obtidos para 
a CC, CRE e CRI multiplicados pelos devidos fatores de correção para o tipo de vidro, tipo de 
caixilharia da abertura, de manutenção e de proteção solar fornecerá a contribuição total de 
iluminação natural, CIN ou FLD, relativa a um ponto situado em um plano horizontal. 
 
 
 
Componente celeste Componente refletida externa Componente refletida interna 
Fig.16.1 – Componentes da iluminação natural 
 
 
16.1 Distribuição de Luminâncias para Céu Encoberto 
Em um dia completamente encoberto não há luz solar direta atingindo o solo e a luz de céu é tão 
uniformemente difundida que o padrão da luminância de céu é visualmente simétrico com relação ao 
zênite. A luminância de um céu encoberto é três vezes menor no horizonte do que acima. 
 
 
 
 
 
 
 
36 Apostila TAU077 
 
16.2 Distribuição de Luminâncias para Céu Claro 
O modelo de distribuição de luminâncias do céu em um dia claro se baseia inteiramente na luz do sol 
dispersa em sua passagem pela atmosfera, chamada de luz do céu. A luminância de um dado 
elemento de céu visto da terra dependerá da altitude do elemento acima do horizonte; do ângulo 
zenital do sol, medido em radianos a partir do zênite; do ângulo no solo, entre o ponto central do 
elemento e o centro do sole do fator de turvamento da atmosfera local (LYNES, 1968; CIE, 1996; 
PEREIRA, 1994b). Esta condição encontra-se padronizada pela CIE (1996), onde a luminância de 
qualquer ponto da abóbada celeste é dada como uma fração da luminância do zênite, em função da 
posição do sol e da posição relativa do ponto considerado. 
 
 
 
 
Fig. 16.2 - Distribuição de luminâncias para 
céu encoberto, segundo MOORE (1991) e 
CLARO et al (2004) 
Fig. 16.3 - Distribuição de luminâncias para 
céu claro, segundo MOORE (1991) e CLARO et 
al (2004) 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 Apostila TAU077 
 
16.3 Diagramas de Contribuição Relativa de Luz – DCRL 
A abóbada celeste pode ser considerada como um hemisfério de raio “infinito”, tendo no centro, o 
ponto de estudo considerado. A iluminância devido a esta abóbada pode ser determinada a partir do 
conhecimento e da distribuição de luminâncias do céu. Para se determinar esta distribuição, a 
abóbada celeste deve ser subdividida em zonas, assumindo-se um valor de luminância único para 
cada zona. 
Para determinada divisão da abóbada são calculados, os valores da relação Lp/Lz, tanto para céu 
encoberto quanto para céu claro. Estes são multiplicados por fatores de forma calculados pela área 
do rebatimento da abóbada celeste em plano horizontal, de acordo com a divisão que se queira 
adotar. Para inserção no diagrama, os valores obtidos ponderados para que as tabelas geradas 
possuam umvalor de somatório total igual a 10.000 lux. Ou seja, cada 100 unidades representam 1% 
da iluminação total obtida sobre um plano horizontal desobstruído. 
Os gráficos de fatores de forma para uma hemisferaunitária e os Diagramas de Contribuição Relativa 
de Luz para céu encoberto e para céu claro com alturas solares de 15o, 30o, 45o, 60o, 75o e 90o 
produzidos para divisões de céu de 10o em 10o são fornecidos nesta apostila a partir do item 23 desta 
apostila. 
A partir dos diagramas e de uma máscara do ambiente construída com o auxílio de um transferidor 
auxiliar pode-se, então, calcular a luz que chega em determinado ponto (CIN – Contribuição de 
Iluminação Natural), seja vinda do céu visto pela abertura (lateral e/ou zenital), das obstruções 
externas e/ou das paredes e teto do ambiente interno. 
16.4 Roteiro para cálculo da CIN para aberturas laterais 
16.4.1 Construção da máscara do ambiente 
• Determinação de ângulos horizontais () e verticais () das superfícies internas e externas; 
 
 
 
Fig. 16.4. Determinação dos ângulos no ambiente e projeção sobre o transferidor auxiliar. 
 
 
 
 
38 Apostila TAU077 
 
16.4.2 Cálculo da Componente Celeste CC 
Céu encoberto 
• Sobreposição da máscara construída sobre o DCRL para céu encoberto. 
• CC = soma dos valores vistos através da abertura correspondentes ao céu. 
Céu claro 
• Definição do dia para cálculo 
• Levantamento de azimute e altura solar 
• Escolha do DCRL para céu claro com altura solar mais próxima à encontrada (DCRL 15o, 30o, 45o, 
60o, 75o, 90o) 
• Localização do Norte no DCRL (fig. 21.5). 
 
 
Fig. 16.5 - Orientação do DRCL com o auxílio da carta solar local. 
• Coloca-se a máscara construída sobre o DCRL de forma que a abertura fique orientada 
adequadamente a partir do Norte já marcado e procede-se à soma dos valores internos à mascara 
de obstrução - as subdivisões do diagrama que forem cortadas pelas linhas das máscaras serão 
consideradas proporcionalmente à divisão. 
 
 
EX:CC = 3.13% Ee (Ee – Iluminãncia externa 
horizontal) 
Fig. 22.6 - Superposição da máscara de obstrução 
sobre o DRCL orientado. 
NN
SS
OO
LL
NN
LL
SS
OO
 
 
39 Apostila TAU077 
 
16.4.3 Cálculo da Componente Refletida Externa - CRE 
Existem duas estratégias básicas para o cálculo da CRE: uma para céu claro e outra para céu 
encoberto. 
• Céu Encoberto - considera-se que as luminâncias das obstruções vistas do ponto em estudo sejam 
iguais à luminância do céu. Faz-se a projeção estereográfica desta superfície e se superpõe esta ao 
DCRL para céu encoberto, lendo assim seu valor. Multiplica-se, então, o valor encontrado pela 
refletividade[, da superfície em consideração. 
• Céu Claro - quandouma parcela do céu é obstruída por uma edificação não iluminada 
diretamente pelo sol, esta pode obstruir uma parcela “clara” ou uma parcela “escura” de céu. 
Portanto, a disponibilidade de luz natural poderá ser maior ou menor do que sem a presença de 
obstrução. A porção de céu vista por reflexão pelo ponto P é então considerada como sendo a que 
se veria a sua imagem Pi através da superfície S de refletividade . 
CRE = CCvista por reflexão *  
onde: 
 - coeficiente de reflexão da superfície vista da abertura 
 
 
Fig. 16.7 - Porção de céu “vista” através de uma superfície refletora e projeção de obstrução externa 
na hemisfera unitária vista através de uma abertura. 
 
Obs.: Este cálculo é valido apenas quando a superfície externa não estiver diretamente iluminada 
pelo sol. 
16.4.4 Cálculo da Componente Refletida Interna - CRI 
A componente refletida interna irá contribuir para a iluminância total que chega ao ponto interno e 
seus valores dependem da quantidade de luz que entra no ambiente através da abertura - a qual por 
sua vez depende do céu e das obstruções externas (GIRARDIN, 1993). 
O cálculo da área de contribuição de cada superfície leva em conta o fator de forma de cada uma das 
superfícies internas em relação ao ponto P e suas respectivas refletividades. O fator de forma é 
calculado pela superposição da superfície projetada (desenhada pelo transferidor auxiliar) sobre o 
diagrama de fatores de forma. O valor encontrado do fator de forma de cada uma das superfícies, FFP, 
é multiplicado pela refletância média desta superfície, m, obtendo-se assim o valor percentual da 
contribuição da CRI. 
 n =i 
CRI =  (FFpi .i). (CC+CRE)*Kp 
n= 1 
onde: 
n - número de superfícies 
 
 
40 Apostila TAU077 
 
FFpi - área projetada de cada superfície 
i - refletância de cada superfície interna 
16.4.4.1 Tabela de correção, Kp, dos valores de CRI encontrados, em função da posição do ponto 
em relação à janela 
Verificou-se através de diversos estudos que o método DCRL tende a subestimar as reflexões 
ocorridas nas superfícies internas do ambiente. Foi proposto então por Souza (2004) a introdução de 
índices de correção para evitar esta distorção, não só pela profundidade do ponto calculado, mas 
também pela refletividade média do ambiente. Estes índices são apresentados na tabela a seguir. 
Tabela 22.1 - Índices Kp para a correção da CRI no método DCRL. 
Posição do ponto Valor de kP 
próximo à abertura 0,9 
posição intermediária 1,15 
afastado da abertura 1,6 
16.4.5 Cálculo da Contribuição de Iluminação Natural - CIN 
A Contribuição de Iluminação Natural (para céu claro ou encoberto), também chamada de Fator de 
Luz Diurna (quando se refere apenas a céu encoberto) é o somatório das componentes celeste, 
componente refletida interna e componente refletida externa, minorados das perdas de luz sofridas 
pelos seguintes fatores: transmissividade do vidro (), obstrução do caixilho (kc) e sujeira que se 
acumula no sistema de aberturas, função do grau de manutenção (km). Deve-se considerar também a 
existência ou não de proteção solar que pode ser computada através de um fator de obstrução (ko) 
ou através de sua representação gráfica. 
CIN = (CC + CRE + CRI). m 
onde: m =  . kc . km.ko 
16.4.6 Verificação de adequabilidade do sistema 
 
Comparar nível de iluminação obtido com o nível necessário preconizado na norma NBR-ISO-
8995/2013 
Ep = CIN. Ee [lux] 
Caso o nível esteja acima ou abaixo dos níveis desejáveis, propor alterações no sistema (dimensão, 
cor, transmissividade, manutenção, etc) de forma a melhor adequá-lo às necessidades visuais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 Apostila TAU077 
 
 
16.5 Roteiro para cálculo da CIN para aberturas zenitais 
 
O cálculo da iluminação zenital permite a obtenção da área de abertura necessária na superfície da 
zenital para a obtenção do nível de iluminação desejado no plano de trabalho. 
16.5.1 Construção da máscara do ambiente 
• Determinação de ângulos horizontais () e verticais () das obstruções externas; 
• Construção da máscara de obstrução do entorno imediato da edificação tomando-se como 
referência o ponto central da cobertura. 
 
 
Fig. 22.8 - Planta de uma edificação com 
representação do entorno imediato. 
Fig. 22.9 - Projeção do entorno da edificaçãopara o 
ponto central de sua cobertura. 
 
16.5.2 Cálculo da Componente Celeste, CC 
Céu encoberto 
• Sobreposição da máscara de obstrução de entorno sobre o DCRL para céu encoberto. 
CC = (100% - CCobst. + CCvisto.prédio) [%] 
Céu claro 
• Definição do dia para cálculo 
• Levantamento de azimute e altura solar 
• Escolha do DCRL para céu claro com altura solar mais próxima à encontrada (DCRL 15o, 30o, 45o, 
60o, 75o, 90o) 
• Localização do Norte no DCRL 
• Sobreposição da máscara de obstrução de entorno sobre o DCRL. 
16.5.3 Cálculo da disponibilidade de Luz Natural sobre a cobertura 
• Determinação do nível de iluminação em plano horizontal, Ee, em função do dia do ano, hora e 
tipo de céu (valor tabelado) 
• Disponibilidade de luz no plano de trabalho 
Ed= CC. Ee 
 
 
42 Apostila TAU077 
 
 
16.5.4 Determinaçãoda área iluminante total 
𝐸 =

𝑆
ou𝑠 =

𝐸
 
Então: 
𝑆𝑧𝑒𝑛𝑖𝑡𝑎𝑙 =
𝐸𝑖 . 𝑆𝑎𝑚𝑏 
𝐸𝑑 . 𝑚. 𝐾𝑢
 
 
onde: 
Ei = nível de iluminação requerida no plano de trabalho (verificar tabelas da NBR-ISO-8995/2013) 
Sambiente = área total do ambiente interno 
Ed = disponibilidade de luz natural no ponto médio da cobertura( percentagem de Ee, visível) 
m =.kc.km.ko(coeficiente que representa o quanto de luz atravessa o sistema após as perdas por 
transmissividade do vidro, caixilho, manutenção e obstrução) 
ku = coeficiente de utilização da zenital , tabelado – item 33 da apostila 
Para a determinação de ku, deve-se saber o valor das refletividades das superfícies internas do 
ambiente, e o índice do recinto, ir: 
𝑖𝑟 =
𝑐 . 𝑙 
(𝑐 + 𝑙). ℎ
 
onde: 
c - comprimento do recinto 
l - largura do recinto 
h - altura do plano de trabalho ao teto 
 
Interpolar os valores das refletividades e de ir para se achar ku. 
16.5.5 Determinação do número de estruturas zenitais 
𝑁𝑧𝑒𝑛𝑖𝑡𝑎𝑖𝑠 =
𝑆𝑧
𝑆𝑢
 
onde: 
Sz= área total de zenitais 
Su = área unitária de cada zenital 
 
16.5.6 Espaçamento de elementos zenitais para uniformidade de iluminação 
• Verificar as relações entre distância entre cada uma das aberturas zenitais e altura do plano de 
trabalho D/H  1,25 
• Verificar relações entre as distâncias entre cada uma das aberturas zenitais e as distâncias até as 
paredes d  D/x, onde x varia para cada tipo de sistema. 
 
 
43 Apostila TAU077 
 
17 Transferidor auxiliar 
 
 
 
 
Fig. 23.1 - Transferidor Auxiliar 
Extraído de: SOUZA (1997) 
 
 
 
44 Apostila TAU077 
 
18 Diagrama de fatores de forma para a hemisfera unitária 
 
 
 
 
Fig. 24.1. Fatores de Forma da Hemisfera Unitária 
Extraído de: SOUZA (1997) 
 
 
45 Apostila TAU077 
 
19 Diagramas de contribuição relativa de luz (DCRL) para céu encoberto 
 
 
 
Fig. 25.1 - DCRL para Céu Encoberto 
Extraído de: SOUZA (1997) 
 
 
46 Apostila TAU077 
 
20 Diagramas de contribuição relativa de luz (DCRL) para céu claro 
 
 
 
 
Fig. 26.1 - DCRL para altura solar 15 
Extraído de: SOUZA (1997) 
 
 
 
47 Apostila TAU077 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 26.2 - DCRL para altura solar 30 
Extraído de: SOUZA (1997) 
 
 
 
48 Apostila TAU077 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 26.3 - DCRL para altura solar 45 
Extraído de: SOUZA (1997) 
 
 
 
 
49 Apostila TAU077

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