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* Defeitos da estrutura cristalina UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO CAMPUS ANGICOS Disciplina: Química Aplicada à Engenharia Estrutura cristalina -3ª - aula Defeitos da estrutura cristalina Natal-2018. * Os defeitos influenciam as propriedades mecânicas dos materiais. Defeitos na estrutura cristalina • Os cristais descritos até agora são todos ideais, ou seja, não possuem defeitos. • Os cristais reais apresentam inúmeros defeitos, que são classificados pelo grau de dimensões. * • Lacunas • Átomos intersticiais • Átomos substitucionais • Deslocações(discordâcias) • Fronteiras de grão Defeitos pontuais Tipos de defeitos • Poros Bulk (volume) defects Defeitos lineares Defeitos planares • Maclas • Fissuras • Inclusões * • Resistividade elétrica do cobre: • A adição de “impurezas” ao Cu aumenta a resistividade. • A Deformação do Cu aumenta a resistividade. Propriedades Elétricas * Propriedades Elétricas Resistividade elétrica (também resistência elétrica específica) é uma medida da oposição de um material ao fluxo de corrente elétrica. Quanto mais baixa for a resistividade mais facilmente o material permite a passagem de uma carga elétrica. A unidade SI da resistividade é o ohm metro (Ωm). * • Condutividade térmica do cobre - Diminui com a adição de Zn. Propriedades Térmicas * Defeitos pontuais • Finalmente, é praticamente impossível obter um material infinitamente puro. Haverá sempre impurezas presentes na rede cristalina. • Devido à agitação térmica, os átomos de um cristal real estão sempre vibrando. O grau de vibração é tanto maior quanto maior a temperatura. • Quanto maior a energia térmica (ou temperatura), maior será a possibilidade dos átomos sairem das suas posições, deixando um vazio (lacuna) no seu lugar. • Por outro lado, dentro da rede cristalina existem inúmeros interstícios, espaços vazios entre os átomos, nos quais é possível alojar outros átomos. * Defeitos pontuais * Defeitos pontuais A dopagem é um processo químico no qual átomos estranhos são introduzidos na estrutura cristalina de uma substância. Em um cristal semicondutor a dopagem é geralmente realizada para alterar suas propriedades elétricas. Existem dois tipos de materiais semicondutores, tipo N e tipo P, que dependem do tipo de impureza introduzida na rede. * • Lacunas: - Lugares vazios numa estrutura. • Intersticiais: -"extra" átomos colocados entre os lugares da rede. Defeitos pontuais * FATORES QUE CONTRIBUEM PARA A FORMAÇÃO DE UMA SOLUÇÃO SÓLIDA SUBSTITUCIONAL (leis de Hume-Rothery) Fator tamanho atômico: o “soluto” pode ser acomodado no “solvente” se a diferença de tamanho atômico for menor que 15% Se a estrutura do cristal for a mesma pode haver solubilidade total As eletronegatividades devem ser similares A valência do soluto deve ser igual ou maior do que a do “solvente” Exemplo: O Cu e o Ni são completamente solúveis um no outro; os tamanhos atômicos são similares (0.128 e 0.125 nm), ambos têm estruturas c.f.c., as eletronegatividades são semelhantes (1.9 e 1.8), e as valências para o Cu são 1 ou 2, e para o Ni é 2. Defeitos pontuais em Ligas * Os átomos de impurezas ou soluto preenchem os vazios ou interstícios da rede do solvente. Então, o diâmetro do átomo intersticial deve ser substancialmente menor que o do solvente. Tipicamente, a concentração máxima de um átomo de um soluto intersticial é < 10%, já que mesmo átomos muito pequenos, introduzem distorções importantes na rede cristalina do solvente. Exemplo: o carbono, quando adicionado ao ferro até 2% em peso forma uma solução sólida intersticial. Os raios do C e Fe são de 0.071 e 0.124 nm (rC/rFe = 0,57 – comparar com o valor do maior interstício nas redes CFC e CCC, que são, respectivamente, r/R = 0,41 e r/R = 0,29). SOLUÇÃO SÓLIDA INTERSTICIAL Defeitos pontuais em Ligas * • São defeitos lineares. • Podem ser imaginados como uma linha que separa a zona do cristal onde houve deslizamento da zona não deformada. • São os defeitos responsáveis pelo comportamento mecânico dos materiais. • São os defeitos responsáveis pelo fato dos metais serem cerca de 10 vezes menos resistentes do que deveriam. • Existem três tipos fundamentais de deslocações: - Deslocação em cunha (edge dislocation) - Deslocação em hélice (screw dislocation) - Deslocação mista (mixed dislocation) • Quando se movimentam provocam deslizamento no cristal. • São responsáveis pela deformação plástica de um cristal. Deslocações: Defeitos lineares * 1. Inicial 2. Carga pequena 3. Descarga Elástico significa reversível! Deformação elástica * 1. Inicial 2. Carga elevada 3. Descarga - Plástica significa permanente! - As deslocações são fundamentais para este processo. Deformação plástica * Deslocação cunha Meio plano extra de átomos Linha de deslocação cunha: perpendicular ao plano de visão Os átomos acima do plano estão em compressão e os abaixo em tração. Deslocação hélice Linha de deslocação hélice: separa a zona da frente já “deslizada” da zona de trás ainda perfeita. * Deslocação mista Linha de deslocação * Como se processa a deformação plástica? Por deslizamento de planos uns sobre os outros Deformação plástica A tensão de corte crítica é o valor máximo, acima do qual se dá o deslizamento. Baseado no esquema acima, os valores teóricos são muito maiores do que os obtidos experimentalmente. Esta discrepância só pode ser entendida pela presença de deslocações. * Deformação plástica O deslizamento prossegue pela movimentação de deslocações. * Deformação plástica A criação de degraus sucessivos na superfície dos cristais permite alterar a sua forma exterior - deformar-se plasticamente * Deformação plástica Comparação entre tipos de materiais • Metais: Movimento de deslocações fácil. - ligação não direcional - direções e planos compactos. electron cloud ion cores • Cerâmicos covalentes (Si, diamante): movimento de deslocações difícil. - ligação forte e direcional • Cerâmicos iónicos (NaCl): movimento de deslocações difícil. - necessidade de evitar contatos entre vizinhos ++ e - - da mesma espécie. * Defeitos planares Superfícies livres Fronteiras de grão Maclas Falhas de empilhamento Paredes de domínios * Defeitos planares Superfícies livres (externas) – defeito planar mais comum. Os átomos localizados sobre a superfície têm ligações atômicas somente de um lado (baixo número de vizinhos – alto estado de energia quando comparados aos átomos localizados no interior do cristal. * Fronteiras de grão: • são fronteiras entre cristais. • são produzidas, p.ex., durante o processo de solidificação. • os cristais adjacentes têm orientações distintas. • constituem um entrave ao movimento das deslocações Fronteiras de grão • Os átomos nas fronteiras de grão estão menos organizados e por isso têm energias mais elevadas As impurezas e as lacunas tendem a ser segregadas para as fronteiras de grão. * Solidificação de Metais Processo de Solidificação Diminuição da temperatura 1. Aparecimento dos primeiros embriões T=Tsolidificação 1 2. Crescimento livre (geometria perfeita) 3. Obstrução ao crescimento de alguns cristais Policristalino = formado por vários graõs 4. Metal policristalino (estado sólido) 2 3 4 Solidificação * Nota: Se a velocidade de arrefecimento for muito elevada, DT é muito elevado, existe uma taxa elavada de nucleação e o tamanho de grão final é menor. Solidificação * Esquema de fronteiras de baixo e alto ângulo Fronteiras de grão * Maclas A fronteira é um espelho dos dois lados do cristal. * Outros defeitos planares Falhas de empilhamento: Interrupção na sequência de empilhamento dos planos atômicos. Exemplo: A sequência de empilhamento da CFC é …ABCABCABCABC Falha de empilhamento: …ABCABCABABC… Fronteiras entre fases Fronteiras entre duas fases que diferem na composição química. Paredes de domínios Fronteira entre regiões de magnetização diferente em materiais magnéticos. * Tecnicas de observação de defeitos estruturais Microscopia óptica até 2000X ampliação Limitada pelo comprimento de onda da luz visível (~ 1 micron) Microscopia eletrônica Comprimento de onda dos elétrons < 1 Angstrom Pode resolver detalhes à escala atômica * • Amostras polidas são atacadas quimicamente; • O polimento pode remover alguns artefatos superficiais que poderiam ser interessantes analisar (riscos na superfície); • O ataque químico varia a reflectância dependendo da orientação do cristal. close-packed planes micrograph of Brass (Cu and Zn) 0.75mm Microscopia óptica As fronteiras de grão menos compactas são mais facilmente atacadas. * Microscopia eletrônica de varrimento Grãos de um intermetálico evidenciados durante a fratura frágil. Linhas condutoras num circuito integrado. * Microscopia eletrônica de transmissão Àtomos evidenciados numa micrografia de alta resolução. Deslocações observadas numa liga de Ti. FIM
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