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Guia de Estudos da Unidade 3 - Políticas Públicas e Educação_03

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Políticas Públicas e Educação
UNIDADE 3
1
Para início de conversa
Olá querido(a) aluno(a)! 
Vamos dar início à unidade III da disciplina “Políticas Públicas e Educação”. Você estudou na unidade pas-
sada, temas como a Organização das Nações Unidas, Declaração Universal dos Direitos Humanos, e os 
artigos 205 até o 214 da Constituição Federal Brasileira, que tratam sobre a Educação no país. Sabemos 
que a Constituição Federal não é o único documento que expõe o tema; existem, atualmente, no país, 
leis municipais, estaduais e federais que garantem uma verdadeira transformação na educação no Brasil. 
Quando falo em transformação, não me refiro somente às mudanças no sistema educacional, em formatos 
e nomenclaturas, mas também a mudança que acompanha a sociedade; o educando como parte de um 
todo, sujeito de direitos, sem padronizações no ato de ensinar, respeitando a diversidade e as peculiari-
dades de cada educando do país, seja na zona rural, na cidade ou nas aldeias.
orientações da disciPlina
Nas unidades III e IV, você vai estudar planos de educação, níveis de modalidade de ensino, gestão esco-
lar e as políticas públicas voltadas para segmentos específicos da sociedade, como a população indígena, 
a população carcerária, bem como políticas públicas que discutem gênero. 
Vamos começar?
Plano nacional de edUcaçÃo
Prezado(a) aluno(a), dia 20 de dezembro de 1996, foi uma data histórica para a Educação no país. A Lei 
n°9.394/96, que sanciona as Diretrizes e Bases da Educação Brasileira, sendo resultado de anos de es-
tudos e aprimoramento. Fundamentada pelo princípio do direito universal à educação para todos, tendo 
como relator o escritor, antropólogo e político brasileiro, Darcy Ribeiro (Minas Gerais, 1922 – Brasília, 
1997). 
Entre seus artigos, o terceiro referenda e serve de base para diversas políticas públicas existentes. Lê-se: 
Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;
IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância;
V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
2
VII - valorização do profissional da educação escolar;
VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino;
IX - garantia de padrão de qualidade;
X - valorização da experiência extraescolar;
XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais;
XII – Consideração com a diversidade étnico-racial.
visite a Página
Para saber mais sobre o assunto,clique aqui para acessar.
Garantir o acesso de todas e todos à Educação, com base no artigo 3° da LDB, criou subsídios também 
para o Plano Nacional de Educação. Sancionado no dia 25 de junho de 2014 pela Presidenta Dilma Rous-
seff e o então Ministro da Educação José Henrique Paim Fernandes, a Lei n°13.005/2004. Sendo uma 
determinação constitucional (artigo 214 da CF), determina objetivos, estratégias e orientações para a 
política educacional dos próximos dez anos (2014-2024). 
O Plano Nacional de Educação está dividido em quatro grupos. Você irá conhecê-los, a partir de agora!
•	 O primeiro são metas estruturantes para garantir à educação básica de qualidade, assim como o 
acesso, a universalização do ensino obrigatório e a ampliação às possibilidades didáticas;
•	 O segundo grupo fala a respeito da diminuição das desigualdades existentes, valorizando a diver-
sidade do nosso país, na busca pela equidade;
•	 O terceiro grupo, fala de um tema muito discutido entre os profissionais da educação e a socieda-
de em geral: a valorização do profissional da educação. Como garantir uma educação de qualidade se, 
não só o professor, mas toda a equipe de uma comunidade escolar não possua condições para exercer 
a profissão, seja pelos salários baixíssimos, pela falta de formação especifica e até mesmo condições 
de trabalho para atuar? 
•	 Já o quarto grupo faz alusão ao Ensino Superior.
visite a Página
O documento na íntegra está disponível no site. Clique aqui para acessar.
Porém, aqui no guia de estudo você acompanha um resumo dos tópicos principais. Lembrando sempre 
da importância da leitura de todo o plano. Conhecer as leis nos empodera na luta por um país mais justo. 
Vamos lá?
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13005.htm
3
a erradicação do analfabetismo
Caro(a) estudante, são duas as formas de analfabetismo: o analfabeto absoluto e o analfabeto funcional. 
Atualmente, somos quase 207 milhões de habitantes, desse número, temos uma média de 13 milhões de 
analfabetos, ou seja, 8,7% da população brasileira não sabe ler e escrever, mais de 20% são considera-
dos analfabetos funcionais (são chamados analfabetos funcionais os indivíduos que, embora saibam reco-
nhecer letras e números, são incapazes de compreender um texto simples, não conseguindo desenvolver 
operações matemáticas mais elaboradas). Nesse país de proporções continentais, a diferença entre as 
regiões é gritante, apesar de que houve estagnação na queda do número de analfabetos no Brasil. 
veja o vídeo!
Um vídeo bem interessante que fala sobre o tema é o da Universidade Virtual do Estado 
de São Paulo, com duração de dezesseis minutos. A professora do Departamento de 
Educação da USP, Silvia Gasparian Colello relata a queda no índice de analfabetismo 
em todo o país, destacando importantes diferenças regionais. Clique aqui para assistir.
Quanto à Educação Infantil, a meta é que 100% das crianças - de 4 e 5 anos - estejam matriculadas nas 
creches e 50% das crianças de até três anos nos próximos dez anos. Vimos ao longo dos estudos na dis-
ciplina, que os municípios são responsáveis pela Educação Infantil. O documento também tem como meta 
do primeiro grupo “implementar, em caráter complementar, programas de orientação e apoio às famílias, 
por meio da articulação das áreas de educação, saúde e assistência social, com foco no desenvolvimento 
integral das crianças de até 3 (três) anos de idade”.
O que diz respeito o Plano Nacional de Educação no que refere ao Ensino Fundamental. Fazer com que 
até o final do prazo, todas as crianças e adolescentes de 6 a 14 anos estejam matriculadas no ensino 
fundamental e que pelo menos, 95% delas conclua o fundamental na idade recomendada, e que todas as 
crianças alfabetizadas até o fim do terceiro ano do ensino fundamental.
No Ensino Médio, refere-se ao atendimento escolar para 100% dos adolescentes entre as idades de 15 
e 17 anos, até o ano de 2016, bem como elevar em até dez anos a taxa líquida de matrículas dessa faixa 
etária no ensino médio. 
Já o Ensino Superior, uma das metas é elevar a taxa bruta de matrícula da educação superior para 50% 
da população entre 18 e 24 anos, além de garantir que pelo menos, 75% dos professores de educação 
superior sejam mestres e 35%, doutores.
E a Educação de Jovens e Adultos? 
O Plano Nacional de Educação tem como meta aumentar a escolaridade média da população de 18 a 29 
anos, alcançando, até 2024, a média de 12 anos de estudo para as populações do campo e dos 25%. Um 
ponto de grande destaque na meta é quando ele se refere em igualar a escolaridade média de negros e 
não negros.
https://www.youtube.com/watch?v=B1PQDJ5xeR0
https://www.youtube.com/watch?v=B1PQDJ5xeR0
4
Em relação à qualidade do ensino e a inclusão, o objetivo do PNE é oferecer educação em tempo integral 
para pelo menos 25% dos alunos do ensino básico em pelo menos 50% das escolas públicas, garantindo 
que todas as crianças e adolescentes de 4 a 17 anos tenham acesso à educação básica com atendimento 
educacional especializado. 
O documento também não poderia esquecer os professores. Formar, em até dez anos, 50% dos professo-
res da educação básicaem nível de pós-graduação, garantindo que 100% dos professores tenham curso 
de formação continuada. Ainda criar, em até dois anos, planos de carreira para os professores do ensino 
básico e superior das redes públicas, tomando como base o piso salarial.
conselHo nacional de edUcaçÃo – cne
Criado em 24 de novembro de 1995, a lei n°9.131, tem como compromisso estabelecer e aperfeiçoar a 
Educação Nacional de qualidade, proporcionando a participação de toda a sociedade. O CNE tem o papel 
de formular e avaliar a política educacional nacional, emitindo resoluções e pareceres, decidindo autono-
mamente assuntos que lhe são oportunos.
E qual a sua função? 
Você estudou no tópico anterior o que é o Plano Nacional de Educação. E uma das funções do CNE é 
acompanhar a execução do PNE, proporcionando a participação da sociedade e ainda dando estrutura ao 
MEC no reconhecimento de problemas. 
Qual a composição do CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO? 
Constituído pelas Câmaras de Educação Básica e de Educação Superior, cada uma das câmaras, 12 con-
selheiros, escolhidos e nomeados pelo Presidente da República. Ao menos 50% dos indicados do Conse-
lho devem ser fundamentados em consultas a entidades da sociedade civil (na área educacional) e que 
tenham prestado serviços significativos à cultura, à ciência e à educação. Na escolha, também devem 
ser observados se todas as regiões do país estão contempladas, assim como as modalidades existentes.
Cada Câmara (Educação Básica e Ensino Superior) elege um presidente e um vice para um ano de mandato, 
podendo ser reeleitos uma única vez. Já o presidente do CNE é escolhido pelos conselheiros, tem manda-
to de dois anos e não pode ser reeleito. 
Quando assumem, o que fazem? 
Os presidentes das câmaras devem organizar comissões temporárias especiais e o presidente do conse-
lho, monitora, coordena e supervisiona todos os trabalhos, baixando portarias e resoluções. 
De acordo com o site Todos pela Educação, a função de cada Câmara é “examinar os problemas da Educa-
ção Infantil, do Ensino Fundamental, da Educação Especial e do Ensino Médio e Tecnológico, oferecendo 
sugestões para solucioná-los; analisar e emitir parecer sobre os resultados dos processos de avaliação 
dos diferentes níveis e modalidades mencionados; assessorar o MEC em todos os assuntos relativos à 
Educação Básica; manter intercâmbio com os sistemas de ensino dos Estados e do Distrito Federal, acom-
panhando a execução dos respectivos planos de educação”.
5
???
visite a Página
Saiba mais a respeito do assunto, clique aqui para acessar.
você sabia?
Querido(a) aluno(a), diante das mudanças no campo político, ocorridas ao longo de 2016 no Brasil, o 
Presidente Michel Temer revogou a nomeação de 12 integrantes do CNE, em um decreto assinado junta-
mente com o Ministro da Educação, Mendonça Filho. Desde a sua criação, em 1995, todos os integrantes 
do conselho seguiam seus mandatos. Isso gerou uma grande preocupação, uma dúvida se realmente as 
atividades realizadas pelo CNE terão continuidade.
gestÃo e FinanciaMento eM edUcaçÃo
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (INEP), apontou (últimos dados disponíveis, 
em 2007), mostra que a União responde por cerca de 18% do total dos recursos da Educação, os estados 
e o Distrito Federal, 42% e os municípios, os outros 40%.
De acordo com o site: 
“O dinheiro que abastece a Educação deriva de duas fontes principais, sendo a primeira, res-
ponsável por cerca de 20% do total de verbas, é o salário-educação, uma contribuição social 
feita pelas empresas ao governo com valor correspondente a 2,5% da folha de pagamento 
anual. Os outros 80% vêm dos impostos, que são convertidos em orçamento municipal, esta-
dual ou federal. O passo seguinte, o repasse às escolas, é regulado pela Constituição brasi-
leira por meio de uma regra pouco encontrada em outros países. É a chamada vinculação de 
recursos, que determina um percentual mínimo do orçamento a ser investido em Educação. 
Para estados e municípios, esse valor é de 25%. Para a União, 18%”. 
visite a Página
Clique aqui para acessar.
E quando esse dinheiro é arrecadado, qual o seu destino? 
http://www.todospelaeducacao.org.br/reportagens-tpe/22213/perguntas-e-respostas-o-que-e-e-como-funciona-o-cne/?pag=ultima
http://acervo.novaescola.org.br/politicas-publicas/planejamento-e-financiamento/por-dentro-grana-politicas-publicas-financiamento-dru-fundeb-pib-503941.shtml
6
analisando
Do todo, 60% é destinado para remunerar os profissionais, ou seja, professores, gestores e funcionários. 
27% vão para a estrutura física, manutenção das instituições de ensino. Agora, a grande diferença, e que 
compromete, diretamente a qualidade do ensino no país: apenas 6,6% do dinheiro são destinados para a 
reforma e construção de novas escolas e outros ignóbeis 0,4% na área de pesquisa e desenvolvimento. 
Os 6% restantes são para as contribuições trabalhistas e previdenciárias (os encargos sociais). 
Defendo sempre a importância da Educação Infantil como parte essencial (e primeira) no processo peda-
gógico. Mas, em se tratando da divisão em níveis de ensino, a Educação Infantil representa 7,5% dos, 
dos 84,5% do total da Educação Básica (64% para o Ensino Fundamental e 13% para o Ensino Médio). 
Já o Ensino Superior, fica com 15,5%. Mas a porcentagem da Educação Básica, não significa que a nação 
investe mais dinheiro no “básico”: um aluno na faculdade “vale” 12.322 por ano. E o aluno da Educação 
Básica, pouco mais que 2.000 reais. 
Diante dessa realidade, segue o questionamento: o dinheiro destinado à educação é pouco ou mal distri-
buído? 
Em comparação a muitos países, o Brasil sai perdendo em ambos os critérios. 
FUndeb
O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais de 
Educação (Fundeb) foi criado em 2006, através da Emenda Constitucional n°53/2006 e regulamentado 
pela Lei n°11.494/2007 e pelo Decreto n° 6.253/2007, substituindo o Fundo de Manutenção e Desen-
volvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef), que vigorou de 1998 a 2006. 
Formado na quase totalidade, por recursos que vem dos impostos e transferências dos estados, do distrito 
Federal e dos municípios.
A principal finalidade do FUNDEB é a crescente inclusão de todas as crianças da creche ao Ensino Fun-
damental I, tal como a de todos os adolescentes, jovens e adultos que não concluíram o Ensino Médio.
O controle dessa verba, bem como a forma como ela é distribuída e utilizada são feitas através da União, 
estados e municípios, com base no número de matrículas, fundamentado no censo escolar do ano an-
terior. Mas nem sempre foi assim. Historicamente, a aplicação de recursos para a educação no Brasil, 
sempre deixou a desejar. Durante o Estado Novo, no governo de Getúlio Vargas (1937), a vinculação foi 
suprimida. Já em 1969, acredite, estados e União deixaram de aplicar recursos para a educação, tornando 
apenas os municípios responsáveis. Em 1988, o percentual da união foi ampliado para 18%.
Das grandes “turbulências” econômicas vividas pelos brasileiros em seu país, o início dos anos 1990 foi 
especialmente trágico. Com o então Presidente da República, Fernando Collor de Mello (Rio de Janeiro, 
1949) e sua esposa na época, Roseane Collor (1964, Canapi/AL) comprovadamente corruptos, acusados 
de realizar várias ações fraudulentas, a bagunça estava generalizada. Inclusive os órgãos fiscalizadores 
do FUNDEB foram acusados de corrupção. A configuração que conhecemos hoje (18% da União, 42 dos 
estados e o distrito Federal e os outros 42%, o município). 
7
Por que o professor no Brasil ganha tão pouco?
Pois é, querido(a) aluno(a), a vida é feita de perguntas difíceis.
Certamente, você já parou para pensar acerca do assunto.
Por que o professor brasileiro ganha um dos piores salários de profissionais com formação acadêmica do 
país? 
Prejuízo. É assim que alguns governantes tratam a educação no Brasil. Educação por aqui é visto como 
gastoe não investimento. 
Você já parou para pensar que uma população consciente, que sabe busca os seus direitos é uma popu-
lação que teve uma boa educação? 
Infelizmente, apenas uma pequena parcela da população (comparada aos 207 milhões de brasileiros) 
“desfruta” dessa educação de qualidade, que, infelizmente, está atrelada ao ensino privado.
O professor brasileiro recebe menos da metade do salário dos docentes dos países da OCDE (Organização 
de Cooperação e Desenvolvimento Econômico), que é uma organização internacional, composta por 34 
países. Em pesquisa realizada pela própria organização, um professor brasileiro do Ensino Fundamental II 
ganha, em média US$ 16,3 mil por ano. Enquanto isso, a média salarial desses mesmos profissionais nos 
países que fazem parte da organização é de US$ 41,7 mil/ano. E esse valor é ganho pelo professor da rede 
privada. Na escola pública, a situação piora: US$ 15,4 mil por ano. Lembrando que a pesquisa foi feita 
em 2009, quando o dólar nem de longe tinha alcançado R$ 3,19 do valor atual da moeda estadunidense.
Investir mais, muito mais em pesquisas e formação para o docente são duas importantes alternativas, 
mas não as únicas. Investir na Educação Infantil, transformando o olhar de “prejuízo” para investimento. 
Valorizar o professor desde a sua formação acadêmica, tornar o salário do docente, um salário digno, sem 
sobrecarga de trabalho (muito difícil ver um professor que se dedica exclusivamente a uma única escola 
e consegue ao menos, pagar todas as suas contas no final do mês), certamente, são algumas das alterna-
tivas para valorizar esse profissional que forma todos os outros.
gestÃo escolar
O que antes conhecíamos por administração escolar, hoje chamamos de gestão escolar; isto é, trazer 
para o contexto educacional conceitos essenciais par aumentar, melhorar e dinamizar as instituições de 
ensino. Ela desenvolve a mobilização e organização de todos os envolvidos da instituição, fazendo com 
que todos os estudantes realmente aprendam. Afinal, esse é o grande objetivo da gestão escolar: ensinar 
com qualidade e formar cidadãos com as habilidades e competências indispensáveis a sua vida pessoal e 
profissional; motivar a equipe para alcançar os objetivos desejados, destacando a qualidade do currículo, 
e focando na participação dos pais nesse processo.
A gestão escolar se divide em seis pilares que procuram a autonomia financeira, administrativa e pedagó-
gica, além do aprimoramento na questão do tempo. Vale salientar que esses seis pilares que vou apresen-
tar não funcionam sozinhos, todos precisam estar alinhados, para que a escola evolua, não só na questão 
curricular, mas em todo o processo socioeducacional. Uma boa escola, não apenas ensina matemática 
e português descontextualizado, a escola, junto à família, educa cidadãos, que devem necessariamente 
respeitar o outro, mesmo que o outro seja completamente diferente. 
8
Agora, conheça os seis pilares da Gestão Escolar. São eles: 
•	 Gestão Pedagógica;
•	 Gestão Administrativa; 
•	 Gestão Financeira;
•	 Gestão de Recursos Humanos;
•	 Gestão da Comunicação;
•	 Gestão de tempo e eficiência. 
gestão escolar Pedagógica
Quando falo a expressão “Gestão Escolar”, lembre-se de que não me refiro apenas à educação básica e/
ou o ensino regular. Cursos profissionalizantes, instituições de ensino superior, cursos de idiomas, todos 
precisam do planejamento “regidos” por esses pilares. Os gestores e coordenadores são personagens 
fundamentais para que os processos pedagógicos funcionem. 
Mas como? Que tal desenvolver formas de envolver mais o professor na gestão? 
Fazer com que ele se sinta parte (e é) essencial nessa relação de ensino e aprendizagem. Atuar na rela-
ção da escola com a comunidade e desenvolver estratégias e métodos para o ambiente educacional. O 
contato entre a direção e os professores precisa ser constante. Estabelecer metas que tenham como eixo 
central melhorar as práticas educacionais, encontrando outras maneiras de se ensinar cada vez melhor.
gestão escolar administrativa
Assim como o nome já diz, gestão administrativa diz respeito aos recursos financeiros e materiais da 
instituição, cuidando dos bens e garantir que os mesmos sejam utilizados no estabelecimento de ensino. 
O desperdício é um dos grandes problemas, zelar pela boa utilização dos materiais é uma das funções 
da gestão administrativa. Estar vigilante às rotinas da secretaria, conhecer a legislação educacional e 
organizar a lista de compras, consertos e manutenção dos materiais são outras e não menos importantes 
atribuições da gestão administrativa. Sem esquecer o conhecimento em tecnologia da educação, ferra-
menta essencial nos dias atuais para um bom funcionamento das instituições de ensino.
gestão escolar Financeira
Calcular corretamente os gastos. Prestar contas e dar retorno acerca dos mesmos e controlar a entrada e saída de 
verbas, mantendo o fluxo organizado, são algumas das funções dos responsáveis pelos recursos da instituição. Para 
se ter um setor financeiro capaz de tomar decisões corretas. Quando falamos de instituições privadas de ensino, um 
grande problema é a inadimplência, mantendo-a sob controle. 
visite a Página
O site, a seguir, registra um artigo muito importante acerca dos recursos financeiros das instituições.
Clique aqui para acessar.
http://www.infoescola.com/educacao/gestao-financeira-da-educacao/
9
Vamos conhecer alguns trechos da LDB, a partir de agora!
Na LDB nº 9. 394/96, em seu Art. 15, estabelece que:
“Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de educação básica que os integram 
progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as nor-
mas gerais de direito financeiro público.” 
Ao afirmar que à escola devem ser atribuídos progressivos graus de autonomia, reconheceu que não se 
trata de autonomia absoluta, mas que, mesmo parcial, deve progredir até um ponto que lhe garanta seu 
pleno funcionamento, nas suas múltiplas dimensões.
gestão de recursos Humanos
A área de Recursos Humanos deve ser uma preocupação constante no trabalho do gestor escolar, criando 
um ambiente que estimule a todas e todos a participarem das atividades, garantindo um bom rendimento 
da escola. Estimular a formação continuada, manter uma atmosfera de cooperação e respeito entre todos 
os funcionários e investir em ferramentas que facilitem o trabalho em equipe, são alguns dos atributos 
necessários para uma boa gestão financeira. 
gestão da comunicação
Cabe a escola, a gestão de comunicação, por em prática de maneira clara e objetiva a interlocução entre os funcioná-
rios. O uso de aplicativos tecnológicos já faz parte do dia a dia das escolas, facilitando a interação entre pais, alunos 
e a escola. É papel da gestão de comunicação: que os setores saibam quais são suas prioridades; que os pais com-
preendam a importância do seu papel na relação de ensino e aprendizagem, mantendo-os informados sobre tarefas 
e atividades dos filhos; manter o aluno informado acerca do calendário escolar; informar aos responsáveis acerca das 
notas, frequências e ocorrências disciplinares dos alunos. 
gestão de tempo e eficiência dos processos 
A Gestão de tempo e eficiência dos processos está diretamente relacionada com a produtividade da instituição de 
ensino. Se algumas dessas gestões não funcionam, ou funciona mal, a escola “não vai para frente”. 
Você já percebeu a importância de aperfeiçoarmos o nosso tempo, no dia a dia?
Quantas vezes finalizamos o dia com a sensação de que não fizemos nada? 
Na escola não é diferente. Saber utilizá-lo (o tempo), conseguindo identificar e mapear algo que não está funcionando 
bem deve ser uma normativa, cabendo à direção e a coordenação saber organizar o tempo, delegar funções, e priori-
zar atividades para que o dia seja mais produtivo.
entrevista coM PaUlo Freire (Por Moacir gadotti)
Imagine uma entrevista com Paulo Freire (Recife, 1921 – São Paulo, 1997) sendo Moacir Gadotti (SantaCatarina, 
1941) o entrevistador? 
10
Para reFletir
Acompanhe um trecho da entrevista! Reflita!
Moacir gadotti - O brasileiro é um povo que vive de esperanças, só que uma atrás da outra vão embora, 
e sempre vem a frustração depois. Foi assim com as diretas já, com a Constituinte, com o Collor... Hoje 
vivemos um momento de incertezas, parece que o chão que pisamos está se movendo, e nós, no Brasil, 
não conseguimos enxergar a dia de amanhã. De onde vem essa esperança de que é possível transformar 
o mundo a que você se refere em Pedagogia da Esperança?
Paulo Freire - É uma pergunta que exige uma reflexão, mesmo que sucinta, em torno de nós próprios. O 
que estamos sendo no mundo João, Maria, Carlos? E não importa aí a classe social, embora esta tenha 
uma influência fantástica na forma como estamos sendo. Mas o que estamos sendo, por que estamos 
sendo, como estamos sendo, quem estamos sendo? Isso me permite fazer comparações. Por exemplo: 
olho agora o quintalzinho de minha casa e vejo outros seres também vivos, mas de ordem natural - uma 
jabuticabeira e o canil onde está o Jim, um pastor alemão -, e já poderia estabelecer comparações entre 
como eu estou sendo, como a jabuticabeira está sendo e como o Jim está sendo. Sem ir muito longe, eu 
chego a uma primeira conclusão, de que as relações que há entre eu e as minhas jabuticabeiras e entre 
eu e Jim não são as mesmas que há entre mim e você. Há uma qualidade diferente nessas relações. Se-
gundo, eu posso tomar como referência, para me distinguir dos outros dois seres (o Jim e a jabuticabeira), 
que, embora os três seres sejamos finitos, inacabados, incompletos, imperfeitos, somente eu entre os três 
sei que somos finitos, inacabados e incompletos. A jabuticabeira não sabe. Ela tem outro tipo de saber.
gadotti - A esperança é uma marca, é a expressão ontológica do ser humano?
 
Freire - A esperança é uma invenção do ser humano que hoje faz parte da nossa natureza que se vem 
constituindo histórica e socialmente. Ou seja, a esperança é um projeto do ser humano e é também a via-
bilização do projeto. Por isso é que os ditadores, tanto quanto podem, aniquilam a esperança das massas. 
Ora sob o susto, o medo, o pavor. Ora sob o assistencialismo. Eu não sou contra a assistência, porque não 
é possível você ver um homem morrendo e dizer que não dá pão porque é assistencial. Isso está errado, 
é um crime. O que não podemos ser é assistencialistas, quer dizer, transformar a assistência em uma 
estratégia. Mas como tática é absolutamente válida.
 
gadotti - O que há de novo no novo livro e o que permanece de Pedagogia do Oprimido?
 
Freire - Permanece um monte de coisas. Além da crença, da esperança, permanece o respeito e a con-
vicção da importância do papel da subjetividade. Quando os marxistas - e também os não-marxistas - de 
natureza de pensar puramente mecanicista me criticavam nos anos 70, me acusavam de ser idealista, 
kantiano, na melhor das hipóteses de neo-hegeliano, por causa de minhas propostas de conscientização 
que entravam em choque com aquelas ideias de que a superestrutura condiciona a consciência. Hoje 
estamos vendo emergir a crítica segura e séria a esse mecanismo de origem marxista, que não foi compe-
tente para explicar o próprio papel de sua luta contra o projeto capitalista - luta na qual anulou a presença 
do indivíduo, o gosto do indivíduo, o medo do indivíduo, o prazer do indivíduo.
gadotti - Então você continua criticando esse mecanicismo que sustenta a tese da inexorabilidade do 
homem e de que há uma sucessão na história que inevitavelmente levará ao socialismo?
11
Freire - Claro. Veja como há uma contradição enorme nessa inexorabilidade: brigava-se pela inexorabi-
lidade. Se a coisa vem de qualquer maneira amanhã, por que eu vou morrer hoje lutando por ela? Vou 
esperar. Esse mecanicismo deveria inclusive conduzir à apatia. E está provado que não é assim.
 
gadotti - Veja que coisa engraçada: você diz na Pedagogia da Esperança que “a luta de classes não é o 
matar da história, mas certamente é um deles”. Você, que foi criticado na Pedagogia do Oprimido por não 
usar a expressão luta de classes, sabe que agora vai ser criticado porque está usando?
 
Freire - Isso é interessante. Sabe um dos riscos que a gente vai enfrentar no começo do milênio - e já 
está enfrentando hoje? E que muita gente de esquerda ficou de tal maneira inquietada com a queda do 
Muro de Berlim, que perdeu parâmetros e se sente imobilizada. Essas pessoas estão aturdidas diante da 
história precisamente porque pensavam que o amanhã era inexorável, e não tiveram tempo de se recons-
truir e de se repensar.
gadotti - Mas quais são esses riscos?
Freire - Primeiro, de uma minoria dessas pessoas conseguir chegar ao poder e reativar em si, odienta-
mente, o gosto stalinista. O segundo risco é de alguns desses que estão impactados caírem num imobilis-
mo tal que passem a acreditar no discurso neoliberal de que a luta entre as classes sociais se acabou, de 
que a ideologia se acabou, de que a história se acabou. Esse segundo grupo constitui um perigo enorme 
para a própria progressividade, termina por dar força à maioria de direita e à minoria de esquerda que 
pretende reativar o stalinismo. Um terceiro risco que estamos correndo no começo do milênio em face 
de todo esse desarranjo histórico é exatamente o poder do neofascismo, que se assanha, sobretudo na 
Europa, mas também no Terceiro Mundo (seja o surto de neonazismo em São Paulo, essas ameaças de 
fuzilar nordestinos, esse racismo de direita). É uma ameaça assustadora, que é de natureza material, mas, 
sobretudo espiritual, ideológica - o que não se via anteriormente. O educador não pode estar distante 
dessa preocupação. Isso tem que estar sendo discutido nas classes primárias, com linguagem de menino.
 
gadotti - O que significa respeitar a diferença? É simplesmente, tomo diz a ideologia burguesa, respeitar 
o pobre, respeitar o negro...?
 
Freire - Trata-se de entrar na pele dele e aprender também.
 
gadotti - Na Pedagogia da Esperança você aborda a questão da mulher, da armadilha que a linguagem 
nos coloca, por exemplo, quando afirmamos que os homens fazem a história, ou quando para nos defender 
diante de certas perguntas que as mulheres nos fazem sobre o uso da linguagem, nós afirmamos que, 
quando falo em homem, a mulher necessariamente esta incluída. Como sair dessa armadilha?
 
Freire - Em primeiro lugar, a gente tem de reconhecer que a linguagem é uma produção social, com uma 
presença individual nessa produção social. Segundo, é precisamente por isso que a linguagem é corpo 
ideológico. Não é possível pensar em linguagem sem ideologia e sem poder. Terceiro a própria gramática 
nasce historicamente como uma regulamentação do poderoso, de quem tem poder. Nas culturas machistas, 
evidentemente que a linguagem se amolda a esse machismo. Numa perspectiva progressista, é absoluta-
mente fundamental que se reinvente também a linguagem, por que não é possível você democratizar uma 
sociedade deixando de lado um dos aspectos fundamentais do que fazer da sociedade, que é a linguagem 
humana. Num tempo de busca de igualdade, de superação das ideologias restritivas, não é possível per-
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manecerem sintaxes proibitivas da mulher. Certa vez, falando a um auditório onde havia 1500 mulheres, 
de repente olho e vejo a cara de um homem e digo: “Todos vocês”. Isso não é gramática. Isso é ideologia. 
Eu tenho que dizer “todas vocês” mesmo. Eu falo nesse livro que é possível que alguém diga que a inven-
ção da linguagem, antes da invenção das estruturas sociais, era puro idealismo. Não é. No momento em 
que você não pensa a história como determinismo, mas como possibilidade, a reinvenção da linguagem 
faz parte da reinvenção do mundo. Então, você pode até começar pela briga da reinvenção da linguagem. 
gadotti - O que você faria, como professor, na sala de aula?
 
Freire - Uma das coisas que a professora deveria fazer, por exemplo, para compreender a cultura mul-
ticulturalmente. É comentarcom os alunos as diferenças e dizer que, quando você discute tal coisa do 
conteúdo do programa, essa coisa não é universal, ela tem suas dimensões regionais, até de família, e 
entra aí o problema de classe. A cultura de classe existe. A linguagem de classe existe. Há uma sinta-
xe que é da classe trabalhadora e outra que não é. É preciso saber como você reinventa a linguagem, 
compreendendo a diversidade dessas sintaxes, como consegue recriar a linguagem de forma correta. 
E como professor você pode testemunhar diariamente a sua postura e aí compreender muito bem a re-
lação dialética entre tática e estratégia. Quer dizer, você tem o sonho estratégico, que é o da multicul-
turalidade, mas tem que ter táticas para falar dele, porque você pode cair nos exageros do discurso 
- que são idealistas, voluntaristas - e você pode perder o emprego. E a questão sua não é perder o seu 
emprego; é manter o emprego e ajudar o seu sonho. Acho que não há fórmulas para isso. Você tem 
que recriar todo dia as suas táticas para superar o exclusivismo de uma compreensão cultural estreita. 
visite a Página
Para acessar a reportagem na íntegra, clique aqui.
 
Palavras Finais
Caro(a) aluno(a), chegamos ao fim de mais uma unidade. Você estudou assuntos de grande importância 
para o cenário nacional: o Plano Nacional de Educação, um documento que institui 20 metas a serem 
atingidas em um período de 10 anos. É preciso que se tenha a consciência da relevância desses objetivos, 
construindo uma educação melhor para todas e todos.
acesse o aMbiente virtUal
Nunca é demais lembrar que suas dúvidas podem e devem ser tiradas pelo seu tutor; e que a leitura acer-
ca do tema, assim como as sugestões de vídeos e livros, devem fazer parte da sua rotina, não só nessa 
disciplina, mas toda a sua vida acadêmica. 
Não se esqueça de realizar as atividades disponíveis no Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA.
Na próxima e última unidade da disciplina, outros assuntos relevantes farão parte do conteúdo.
Até a próxima!
http://novaescola.org.br/conteudo/266/paulo-freire-nos-podemos-reinventar-o-mundo

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