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MÓDULO A – FASE II Curso: Licenciatura Plena em Filosofia – EaD Disciplinas: FILOSOFIA DA MENTE e PRÁTICA PROFISSIONAL: PRODUÇÃO DE MATERIAIS E SISTEMAS DE ENSINO EM FILOSOFIA Roteiro de Estudos para realização da Atividade Pedagógica On-Line Prazo: 01/05/2017 a 30/06/2017 “Sapere aude! Tem coragem de fazer uso de teu próprio entendimento, tal é o lema do esclarecimento” (IMMANUEL KANT) Disciplina: Filosofia da Mente Tema: Relação corpo e mente em Descartes [...] para Descartes, tais máquinas ainda que pudessem fazer muitas coisas que os seres vivos fazem, não podiam e não poderiam nunca pensar. Isto por uma razão bastante simples, pensar não era um processo físico para esse filósofo. Em sua maneira de ver, a mente era algo imaterial que interagia com o corpo, mas não se confundia com este por ser uma substância diferente da material. (Livro-base, p. 25) Tema: Concepção de mente para Descartes Outro ponto importante no argumento da imaterialidade da mente é sua indivisibilidade. Segundo Descartes ao analisarmos a nós mesmos, analisarmos nossa mente, nos damos conta de que só podemos ter uma apreensão de nós mesmos como algo não constituído de partes, o que é exatamente o oposto se pensar em meu corpo [...] dessa presunção podemos concluir que nosso “eu” é uma substância imaterial. (Livro-base, p. 29) Tema: Teorias que se contrapõem ao dualismo cartesiano Há duas outras posições que negam as relações causais entre mente e corpo; são elas o paralelismo e o ocasionalismo. Tanto uma posição quanto a outra sugerem que as relações entre mente e corpo são meras ilusões. O paralelismo foi proposto pelo filósofo alemão Wilhelm von Leibniz (1646-1716), mas, antes dele, o filósofo holandês de origem portuguesa Bento de Spinoza (1632-1677), seu contemporâneo, já havia pensado a relação entre alma e corpo de uma maneira muito semelhante àquela de Leibniz. (Livro-base, p. 33) Tema: Corpo e Alma para Spinoza “Para Spinoza a mente, ou alma nada mais era que a ideia do corpo. Corpo e alma seriam expressões de uma mesma substância: a Natureza, ou, seu sinônimo para Spinoza, Deus. Apesar de serem ‘modos’ de ser da Natureza/Deus, corpo e alma não interagiam diretamente para Spinoza. Assim, toda modificação que se dá em um corpo é parte de uma série causal de eventos materiais que é determinada por leis que regem o comportamento da matéria e atuam em outros corpos com os quais está em relação. O mesmo ocorre com as ideias, que são partes de uma cadeia de ideias cujas relações são determinadas por sua natureza mental. Não há, por consequência, relação causal entre matéria e pensamento, nem o contrário. O que há, segundo Spinoza, é uma correlação entre as séries de eventos mentais e corporais. A cada estado da mente corresponde um estado do corpo. Há como que uma espécie de espelhamento entre eventos mentais e físicos por serem, em última instância, modos da mesma substância original”. (Livro-base, p. 33) Tema: Teorias contemporâneas da Filosofia da Mente. De acordo com o behaviorismo lógico estados mentais são, efetivamente, disposições comportamentais. Veremos que essa afirmação é válida mesmo no caso de nossos próprios estados mentais contrariamente à visão cartesiana para a qual teríamos um acesso privilegiado à nossa própria mente. Funcionalismo é uma corrente materialista, na medida em que descreve as funções realizadas por redes neuronais como sendo o que entendemos por mente. Mas não somente por tais redes, mas por qualquer sisTema material que seja capaz de executar o tipo de função que observamos nas redes neuronais (Livro-base, p. 63 e 82). Tema: Estado mental segundo Gilbert Ryle O filósofo inglês Gilbert Ryle (1900-1976) não só refinou os argumentos do behaviorismo lógico como foi seu maior expoente. Ao analisar como termos que identificam estados mentais são usados na linguagem ordinária, Ryle concluiu que não haveria sentido em se falar de estados mentais. O termo “estado mental” não se referiria a coisa alguma e, portanto, não teria significado. A partir dessa observação, Ryle disse que apenas podemos falar de comportamentos. Contra a tendência comum de se pensar que nomes se referem a entes, por exemplo, “estados mentais” se referem a tipos de entes, Ryle demonstrou que existe uma série de nomes que não são o caso. (Livro-base, p. 64-65) Tema: O problema da essência humana Um dos problemas centrais da filosofia tem sido o de entender qual é a essência de cada coisa e das coisas em geral, isto é, do que as coisas são fundamentalmente feitas, quais são as propriedades das quais elas não podem prescindir. Parte desse interesse filosófico recai sobre entender qual a nossa essência, do que somos constituídos. O problema da essência do homem encerra-se em uma longa tradição da filosofia e a questão da identidade pessoal é parte desse problema. A despeito de todas as mudanças que ocorrem em nosso corpo no decorrer do tempo, há algo que permanece e faz com que nós sejamos nós mesmos e não um outro qualquer. (Livro base, p. 142). Tema: A noção de consciência A noção de consciência parece ser uma daquelas que se destacam na história recente da filosofia. De maneira geral, tem-se como ponto passivo que a noção de consciência e sua centralidade na filosofia surgem a partir do século XVII, sobretudo com Descartes. Em suas Meditações Metafísicas ele propõe a certeza imediata da consciência ou do “eu” que pensa em comparação ao conhecimento mediado que temos de outros entes ou mesmo de outras consciências. (livro-base, p. 152) [...]. Alguns filósofos sugerem que a consciência existe, mas apenas como uma propriedade secundária da mente e nada conta na sua descrição científica (livro-base, p. 155) [...]. Nem todo estado mental é consciente, ou é imediatamente consciente. Um estado consciente em filosofia da mente pressupõe as “experiências da consciência. (Livro base, p.157). Tema: O problema da intencionalidade na Filosofia da Mente Como vimos um dos problemas do conceito de consciência é sua dificuldade de definição. É em grande medida um termo vago, podendo abarcar desde estados de atenção até conteúdos de experiências subjetivas. No entanto, parece consenso que uma vez aceita a noção de consciência ela deve conter necessariamente intencionalidade e, portanto, causalidade. Assim sendo, intencionalidade é central no problema da consciência. O fato de que a consciência é sempre sobre, ou “consciência de...” implica uma forma de representação de coisas, propriedades, ocorrências e assim por diante, que pode ser entendida como intencionada. E tudo o que é objeto de intencionalidade pode ser enunciado. Dessa maneira, intencionalidade é um conceito caro tanto à filosofia da mente, como à filosofia da linguagem. Em seu sentido etimológico intencionalidade quer dizer “tender para”, mas pode ser também interpretado no sentido de algo direcionado, voltado para. Dizer que algo é "intencional", entretanto, pode, por vezes, soar de maneira confusa e, mesmo controversa. (Livro base, p. 160-163). Tema: A teoria dos qualia Conteúdos conceituais não são suficientes para definir os estados mentais, segundo uma perspectiva fenomenológica da filosofia da mente. O termo fenômeno em filosofia tem uma longa história. Qualia é o plural de quale, palavra derivada do advérbio latino qualis e significa literalmente “qual tipo”. Assim, qualia se refere ao modo como experimentamos nossas sensações, sentimentos, isto é, certos estados mentais. (livro-base, p. 17[...]. Um grande problema epistemológico se apresenta com a teoria dos qualia. Essa noção vai contra o princípiofundamental da física que afirma que tudo o que há no mundo pode ser explicado em termos físicos e leis causais físicas, portanto em termos objetivos. (Livro base, p. 174-175). Tema: As principais correntes sobre teoria da mente As três principais correntes sobre teoria da mente são Behaviorismo lógico, Dualismo e Funcionalismo. (Livro base, p. 62-89). Tema: A área do cérebro é responsável pela fala “Após a morte de um paciente cuja capacidade de entender tudo que era dito era perfeita, porém não era capaz de falar, Broca procedeu uma dissecação em seu cérebro e percebeu uma lesão em seu lobo frontal”. (Livro base, p. 108). Tema: Contribuições de Darwin para as neurociências De acordo com Darwin várias espécies teriam evoluído de uma espécie comum por meio do processo de seleção natural. Traços adquiridos aleatoriamente em uma geração (traços que não estão presentes nos pais) podem ser mantidos e passados para as gerações seguintes por meio da reprodução se tiverem um papel fundamental na sobrevivência de um grupo, isto é, se forem imprescindíveis ou muito importantes para a adaptabilidade dos membros dessa espécie ao meio. Por essa razão, ainda que indiretamente, Darwin contribui para o entendimento da evolução do sisTema nervoso. (livro-base, p. 111) Tema: O microscópio e o avanço nos estudos acerca do cérebro Grande avanço na área dos estudos sobre o cérebro no século XIX se deve à melhoria técnica dos microscópios que forneceu aos cientistas a possibilidade de realizar observações mais acuradas dos tecidos cerebrais. No final da década de trinta do século XIX surge a teoria celular que propõe serem todos os tecidos orgânicos compostos por unidades microscópicas denominadas “células”. As células nervosas, portanto, são identificadas e descritas sem, entretanto, haver um consenso acerca de quais funções realizam no cérebro. (livro-base, p. 109-110) Tema: A ideia do cérebro como uma máquina Já era conhecida a conexão entre o corpo e o cérebro por meio dos nervos e que o cérebro contém diferentes partes, provavelmente associadas a funções diversas. Acreditava-se que o cérebro trabalhava como uma máquina que segue as leis inexoráveis da natureza. Durante o século seguinte algumas descobertas seriam fundamentais e definitivas para garantir o progresso do entendimento das funções cerebrais. (Livro base, p. 107). Tema: Disciplinas que compõem o campo das neurociências: De acordo com o livro-base, das disciplinas acima só as de Biologia, Química e Computação (hipóteses cibernéticas) estão incluídas no campo das Neurociências. Segundo o livro-base, houve como que uma ampliação dos estudos sobre o cérebro para além dos campos da neurologia, neuroanatomia e psiquiatria, abarcando a física de partículas, psicologia evolucionista, antropologia, filosofia, biologia, química, linguística, especialistas em lógica e assim por diante. Sob o impacto das novas formas de observação da anatomia e das funções cerebrais, bem como sob a influência das hipóteses cibernéticas e do modelo do cérebro eletrônico baseado em teorias cognitivistas e na inteligência artificial formou-se a moderna Neurociência. (livro-base, p. 107). Tema: Autonomia da Neurociência O domínio específico dos estudos do cérebro que se denomina Neurociência só recentemente, após a Segunda Guerra Mundial, adquiriu os contornos definitivos que a caracterizam. Determinar as funções do cérebro e o funcionamento da mente, encontrar suas correlações a partir das bases biológicas e anatômicas adquiridas na evolução da espécie, pouco a pouco tornou-se um campo em rápida evolução e, portanto, fascinante de pesquisa, sobretudo devido às descobertas das bases bioquímicas e eletroquímicas do funcionamento cerebral e das formas e especializações dos neurônios e como interagem entre si. (Livro base, p. 106). Tema: Contribuiu de Charles Darwin para a Neurociência Ao incluir os comportamentos entre os dados entre os dados de herança biológica, Darwin (2014) concluiu que eles evoluíram também de um ancestral comum por razões de sobrevivência e adaptabilidade. Considerando-se que os comportamentos que compartilhamos como outras espécies refletem as atividades do sisTema nervoso, quer pensemos que tais atividades sejam idênticas aos comportamentos ou simplesmente subjacentes aos mesmos, infere-se que compartilhamos semelhanças fundamentais de nosso sisTema nervoso com outras espécies, que evoluíram de um ancestral comum. (Livro base, p. 112) Tema: Por que estudar o cérebro de animais para compreender o cérebro humano? Muitos detalhes da condução de impulsos elétricos por fibras nervosas e funções relacionadas foram primeiramente observados em certos tipos de moluscos, cujas ligações neuronais são mais simples, antes de serem verificadas em seres humanos. É nesse sentido que o uso de “modelos” animais é corrente na neurociência atual para se entender o funcionamento de processos neuronais nos humanos. Muitos comportamentos evocam uma grande adaptação ao meio por parte de certas espécies. Os ratos possuem uma sensibilidade extrema ao toque de seus “bigodes”, mas não enxergam bem, enquanto certos macacos que habitam as copas das árvores têm visão ampliada necessária para se locomoverem saltando entre galhos. (livro-base, p. 112) Tema: A abordagem contemporânea da neurociência A abordagem contemporânea da neurociência, por meio da sua característica interdisciplinar, trabalha com a possibilidade de trazer modelos cada vez mais simples do funcionamento cerebral por meio da análise funcional. Isto é, algo que é complexo como a anatomia cerebral e suas funções deve ser “quebrado” em partes menos complexas para análise experimental; os níveis de análise são separados pela importância e tamanho das partes e, podemos dizer, os campos da neurociência são definidos em função desses níveis de análise que abarcam desde o aspecto molecular, passando pelo celular, sisTemas funcionais, comportamentos e cognição, até chegar às interações sociais. (livro-base p. 113) Prática Profissional: Produção de Materiais e Sistemas de Ensino em Filosofia Tema: Democracia grega A democracia grega, mesmo estritamente vinculada à filosofia, apresentava uma característica excludente, pois, em sua gênese, admitia só os homens livres, “deixando de lado mulheres, escravos, analfabetos e estrangeiros. Essas pessoas representavam a maior parte da população” (livro-base, p. 48). Tema: Filósofo que estabeleceu o homem como medida Protágoras, filósofo sofista, defendia o homem como medida de todas as coisas, porque, segundo essa teoria, a verdade fica sujeita à cultura de determinada pessoa ou população; dessa forma, fica minimizada a possibilidade de verdades absolutas (livro-base, p.49). Tema: Fases da Filosofia “As fases principais da filosofia contemporânea são: romântica; iluminista; materialista; existencialista, linguagem” (livro-base, p. 63). Tema: concepção do homem como lobo do homem O autor destas frases é o filósofo Thomas Hobbes (livro-base, p. 63). Tema: Conhecimento como meio “Com Francis Bacon surgiu o empirismo na idade moderna, quando o filósofo defendeu que ´o conhecimento não tem valor em si mesmo, mas é apenas um meio para que o homem domine a natureza´” (livro-base, p. 61). Tema: Ciberespaço para Ursua Para Ursua “o ciberespaço é, em poucas palavras, o espaço conceitual onde têm lugar as conexões on-line” (livro-base, p. 100). Tema: Conceito de conteúdos nas diretrizes curriculares do Estado do Paraná “(...) alguns conteúdos são situados como marco paraessa ação do Estado, denominados conteúdos estruturantes (...)” (livro-base, p. 151). Tema: Nascimento da Filosofia segundo a tradição “a filosofia nasceu na Grécia, sendo atribuída aos pré-socráticos Heráclito e Parmênides, cujas obras foram, em grande parte, perdidas pela ação do tempo” (livro-base, p. 39). Tema: Características do Período Socrático “(...) Naquele tempo, os nomes mais importantes da filosofia foram os relacionados aos sofistas, além de Sócrates, Platão e Aristóteles, por meio dos quais a própria ciência filosófica mudou o vetor de suas indagações, saindo da preocupação com os fenômenos da natureza e direcionando-se ao homem. Esse movimento iniciou uma reflexão sobre o mundo e a cultura, fazendo do homem o objeto da filosofia” (livro-base, p. 41). Referências: MENON. Walter. Filosofia da Mente. Curitiba: InterSaberes, 2015. FARIA, Adriano Antonio. Produção de Materiais e sistemas de Ensino em Filosofia. Curitiba: InterSabres, 2015.
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