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Aspectos da Culpabilidade no Direito Penal

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Prof. Fábio Motta Lopes – UNISINOS – 2014 
1
 
CULPABILIDADE 
 
 
a) IMPUTABILIDADE 
 
EMBRIAGUEZ VOLUNTÁRIA 
 
TJRS: “CRIME. ROUBO MAJORADO TENTADO. EMBRIAGUEZ 
VOLUNTÁRIA. APELO IMPROVIDO. A prática de delito sob efeito de 
embriaguez voluntária não afasta a responsabilidade penal, nos termos do inc. 
II do art. 28 do Código Penal. Apelo improvido” (Apelação Crime 70027887215, 
4ª Câmara Criminal, rel. Des. José Eugênio Tedesco, j. em 28.05.2009). 
 
 
MAORIDADE E CRIME PERMANENTE 
 
STJ: “DIREITO PENAL. HABEAS CORPUS. EXTORSÃO MEDIANTE 
SEQUESTRO. QUADRILHA OU BANDO. CRIMES PERMANENTES. 
PACIENTE QUE COMPLETOU 18 (DEZOITO) DURANTE A CONSUMAÇÃO 
DOS DELITOS. INEXISTÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL. ORDEM 
DENEGADA.1. Os crimes descritos no art. 159, § 1º, e art. 288, parágrafo 
único, do Código Penal, são permanentes. Em consequência, se o menor 
atingir a idade de 18 (dezoito) anos enquanto os delitos se encontrarem em 
plena consumação, será por eles responsabilizado. 2. No caso, não obstante 
os atos executórios tenham se iniciado em 22 de setembro de 2004, findaram-
se apenas em 9 de novembro de 2004, quando o paciente já havia atingido a 
maioridade (3/10/2004), não havendo que se cogitar de inimputabilidade. 3. 
Habeas corpus denegado” (STJ, HC 169.510, rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, 
DJe 23.04.12). 
 
 
b) POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE 
 
TJRS: “[...] O fato de o 2º adolescente ser usuário de entorpecentes não 
referenda a pretensão de exclusão da culpabilidade por ausência de potencial 
consciência da ilicitude” (Apelação Cível 70030081251, 8ª Câmara Cível, rel. 
Des. José Ataídes Siqueira Trindade, j. em 02.07.2009). 
 
TJRS: “APELAÇÃO. ART. 238 DO ECA (LEI Nº 8069/90) E ART. 299 DO CP. 
ENTREGA DO FILHO RECÉM-NASCIDO A CASAL COM MELHORES 
CONDIÇÕES FINANCEIRAS. POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE. 
NÃO CARACTERIZAÇÃO. CULPABILIDADE AUSENTE. ABSOLVIÇÃO. 
Ausente a potencial consciência da ilicitude nas condutas da ré, acreditando 
que agia para o bem do filho recém-nascido, entregando-o a casal com 
melhores condições de criá-lo, impositiva a absolvição, por ausência de 
culpabilidade. Recurso da defesa provido, para absolver a ré das imputações” 
(Apelação Crime 70025558925, 4ª Câmara Criminal, rel. Des. Gaspar Marques 
Batista, j. em 20.11.2008). 
 
 
Prof. Fábio Motta Lopes – UNISINOS – 2014 
2
 
c) INEXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA 
 
CAUSAS SUPRALEGAIS 
 
TRF DA 2ª REGIÃO: “O uso de documento falso com o claro objetivo de sair 
do país de origem para tentar a vida no Exterior em melhores condições que as 
ali encontradas não legitima decreto condenatório, ainda que aplicada a pena 
mínima e reconhecido o direito ao sursis. Delinqüência ocasional. 
Caracterização da chamada inexigibilidade de conduta diversa (precedentes 
desta Corte). Presentes a tipicidade e a ilicitude. Diante do caráter episódico da 
infração, das condições pessoais da recorrida e das circunstâncias em que 
ocorreu o delito, há que se afastar a culpabilidade por inexigibilidade de 
conduta diversa” (TRF da 2ª Região, 1ª Turma, Apelação 2000.02.01.025487-7, 
rel. Abel Gomes, j. 27.02.08, Boletim do IBCCrim n. 189, jur., p. 1188). 
 
TRF DA 4ª REGIÃO: “A jurisprudência tem se inclinado a tolerar, sob o 
aspecto criminal, que hospitais, ainda que não exclusivamente filantrópicos, em 
face da carência de seus recursos, sacrifiquem os valores destinados à 
Previdência Social em favor da manutenção de suas atividades essenciais. [...] 
No crime de apropriação indébita previdenciária, a comprovação de alegadas 
dificuldades econômicas do empreendimento administrado pelo acusado 
justifica a exclusão da culpabilidade por inexigibilidade de conduta diversa” 
(TRF da 4ª Região, Apelação 2008.71.16.000136-8, rel. Paulo Afonso Brum 
Vaz, j. 22.04.09). 
 
TJPR: Penal. Manutenção de paciente em nosocômio como garantia de 
quitação dos débitos hospitalares. Inexigibilidade de conduta diversa. Causa de 
exclusão da culpabilidade. “1. A r. decisão recorrida entendeu acertadamente 
que pelas provas colhidas nos autos, o réu estaria cumprindo ordem não 
manifestamente ilegal de superior hierárquico, causa excludente da 
culpabilidade, nos termos do artigo 22 (2ª parte) do Código Penal. 2. Caberia a 
acusação demonstrar de forma clara e precisa que o réu exercia função diretiva 
ou de gerência, com poder de decisão junto à administração do Hospital, o que 
efetivamente não restou comprovado nos autos. 3. Quanto aos requisitos para 
caracterização da excludente da culpabilidade, não se poderia exigir do réu que 
ele tivesse conhecimento da ilegalidade da ordem recebida, ou seja, não era 
ela manifestamente ilegal a ponto de afastar a incidência da excludente. 4. É 
certo também que um dos elementos da obediência hierárquica é uma relação 
de subordinação entre o mandante e o executor, em direito público, 
circunstância que não ficou sobejamente demonstrada nos autos. Contudo, 
mesmo que se admita que a relação existente entre o réu e o seu superior seja 
apenas a empregatícia regulada pelo direito privado, diante da ordem recebida, 
não se poderia exigir outra conduta do acusado, situação que também é causa 
de exclusão da culpabilidade quando se aceita a inexigibilidade de conduta 
diversa como princípio geral do direito penal e independente das excludentes 
da coação moral irresistível e da obediência hierárquica, a fim de evitar a 
punição dezarrazoada e injustificada do executor da ordem. 5. No caso em 
análise, além da ordem não ter sido manifestamente ilegal, não se pode negar 
que o réu atuou em situação de inexigibilidade de conduta diversa, diante do 
 
Prof. Fábio Motta Lopes – UNISINOS – 2014 
3
temor de perder o emprego, no caso de não cumprir com a ordem recebida” 
(TJPR, 1ª Câmara, Ap. 0581859-1, rel. Des. Macedo Pacheco, j. 01.10.09, 
DOE 16.10.09). 
 
 
INOCORRÊNCIA DE CAUSA SUPRALEGAL 
 
STJ: “PENAL. RECURSO ESPECIAL. ART. 304 DO CÓDIGO PENAL. 
PASSAPORTE FALSO. ABSOLVIÇÃO NAS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS. 
INEXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA. INOCORRÊNCIA. A tese de que 
era inexigível conduta diversa do réu - que passava por dificuldades financeiras 
e buscava melhores condições de sobrevivência nos Estados Unidos - não 
pode ser admitida como fundamento para a sua absolvição, a uma porque o 
delito previsto no art. 304 do Código Penal se consuma com a simples 
apresentação do documento falso para o fim proposto e a duas, porque no 
caso, o réu dispendeu considerável quantia (três mil dólares) para falsificar o 
passaporte e comprar a passagem para o país de destino, não restando 
demonstrada as alegadas dificuldades financeiras. Recurso provido” (REsp 
335.072/RJ, rel. Felix Fischer, j. 16.09.04).

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