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GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE LUZIA BRIGIDA DE OLIVEIRA D’ÁVILA PROPOSTA DE ANÁLISE DA AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM E A PRÁTICA PEDAGÓGICA ALTO PIQUIRI - 2008 2 LUZIA BRIGIDA DE OLIVEIRA D’ÁVILA Unidade Didática apresentada como parte dos quesitos do Programa de Desenvolvimento Educacional _ PDE 2008 Orientadora: Prof. Ms. Leila Pessôa Da Costa ALTO PIQUIRI - 2008 3 SUMÁRIO INTRODUÇÃO..................................................................................................04 APRESENTAÇÃO............................................................................................05 CRITÉRIOS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO.........................................07 ATIVIDADES DE AUTO-AVALIAÇÃO............................................................11 REGISTRANDO...............................................................................................12 INSTRUMENTOS AVALIATIVOS...................................................................13 PRATICANDO................................................................................................18 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA...................................................................19 4 INTRODUÇÃO Como parte das atividades desenvolvidas no PDE (Programa de Desenvolvimento Educacional, esta Unidade Pedagógica fará parte de um Caderno Pedagógico elaborado por uma equipe composta de colegas professores e pedagogos, participantes do PDE 2008. Esta produção Pedagógica tem como tema a “avaliação”. Todo trabalho foi realizado através de uma pesquisa intensa de vários autores, conversas informais com os professores da Escola Estadual Professor Jucundino Furtado e leituras indicadas pelos palestrantes da UEM (Universidade Estadual de Maringá) O presente texto é o resultado e um instrumento de trabalho que foi constituído em função do referencial teórico da perspectiva histórico – social. Com base nesse referencial a pesquisa foi desenvolvida com ênfase especial no Ensino Fundamental – séries finais. O próximo passo é envolver professores da rede pública, através de um processo de formação continuada, para que esses estudos possam ser aprofundados a partir das necessidades e dos desafios do cotidiano da escola e da sala de aula no que concerne a avaliação do processo ensino aprendizagem. Este trabalho de formação continuada implica a elaboração de novas atividades a serem explicitadas a partir dos textos de autores que seguem a corrente histórico- social. Pretendo com este texto estimular a reflexão de outros autores e tomar como base de trabalho as Diretrizes Curriculares de cada disciplina, pois acredito que diante da formação continuada e em serviço, o pedagogo deve assumir uma tarefa de grande responsabilidade dando suporte coletivo e individual ao professor. Desta forma pretendo oferecer possibilidades da construção coletiva de ferramentas que permitam o desenvolvimento do professor como educador, pesquisador e elaborador de suas atividades. 5 APRESENTAÇÃO A avaliação educacional é uma das tarefas mais difíceis para os docentes e tem como função normatizar as ações em sala de aula e fora dela, ajudar a definir as etapas e os procedimentos do ensino. Através da avaliação o professor dá continuidade às atividades ou rompe com as mesmas e replaneja sua prática pedagógica. Com toda essa relevância e a seriedade que exige é preciso realizá-la com muita clareza, humanidade e justiça para que não haja prejudicados, uma vez que é certo a influência que ela exerce. Porém a avaliação continua sendo um ponto frágil da tarefa do professor, revela-se ainda um entendimento inadequado da avaliação, pois muitos a colocam como mecanismo de controle de qualidade do ensino, às vezes como forma de selecionar ou como atividade burocrática servindo apenas para cumprir etapas de formalização e registros escolares. Tendo os registros muito valor nos sistemas de ensino, vários educadores praticam a avaliação de forma limitada, improvisada, desarticulada e simplificada reforçando comportamentos que não ajudam os professores a refletirem e mudarem sua prática pedagógica e os alunos não revêem seu processo de ensino aprendizagem. Alguns educadores teimam em entender por avaliação os tipos de provas, de exercícios, de testes, de trabalhos etc. Não compreendem a avaliação como um processo amplo da aprendizagem, que envolve responsabilidades do professor e do aluno. Ao tratar a avaliação dessa forma, afastam-na de seus verdadeiros propósitos, de sua relação com o ensinamento, de seu aspecto formativo. O alargamento do conceito da Avaliação mostra suas diversas faces, o seu fim e os seus meios e como o poder está associado a ela. Falar da Avaliação no âmbito da Educação Escolar, no campo da Educação de Direitos, leva a pensar a sua função, o papel social do professor, a razão da existência da Escola. Traz a discussão sobre inclusão e exclusão, privilégios e direitos, direitos e obrigações, instrução e formação, que alunos queremos formar, que escola estamos construindo para a nossa sociedade. A aplicação de provas, testes, exercícios, trabalhos e a obrigatoriedade de fornecer as notas têm representado obstáculos a serem superados. Esse enfoque nas notas é quantitativo e não há como se analisar perspectivas e possibilidades de superar 6 limitações, pois essa identificação, muitas vezes é realizada de forma automática e mecânica. Os professores que agem assim evidenciam apenas a preocupação com a medida em si, de quanto o aluno aprendeu ou deixou de aprender, o que se associa a uma concepção burocrática da avaliação e por isso não oportuniza a orientação do processo de aprendizagem. Para Luckesi: “a avaliação é um julgamento de valor sobre manifestações relevantes da realidade, tendo em vista uma tomada de decisão” (1978). Isto significa que a avaliação é uma conclusão valorativa a que se chega através da análise de instrumentos elaborados com base em critérios preestabelecidos, adequados à realidade do aluno e aos objetivos previstos que leva o professor a tomar decisões em relação ao processo ensino aprendizagem. Pra que se chegue a uma conclusão qualitativa da avaliação é necessário que haja um planejamento, considerando que este (o planejamento) é uma tentativa de responder à sondagem diagnóstica, é também conseqüência da avaliação e serve de base para o replanejamento. Para tanto deve estar coerente com os documentos oficiais da escola (Diretrizes Curriculares, Projeto Político Pedagógico, Regimento Escolar, Plano de Trabalho Docente e Proposta Pedagógica Curricular). Estes documentos atuais, bem como a legislação vigente, primam por conceder uma grande importância à avaliação, reiterando que ela deve ser: contínua, formativa e personalizada, concebendo-a como mais um elemento do processo de ensino aprendizagem, o qual permite conhecer o resultado das ações didáticas dos professores e, por conseguinte, melhorá-las. Essas idéias, presentes no papel precisam, porém, concretizarem-se e desenvolverem-se para modificaras práticas cotidianas (as quais infelizmente são divergentes) para uma direção inovadora que traga um aumento da qualidade do ensino. 7 CRITÉRIOS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO Pensa-se que o processo isolado da avaliação já tenha ficado no passado e o que se efetiva hoje, nas escolas, é a avaliação produzida coletivamente, de acordo com cada instituição respeitando e articulando os diversos sujeitos escolares envolvidos. Os critérios e instrumentos elencados na avaliação devem ser os mais significativos ou pertinentes de acordo com o contexto, a realidade, dentro do projeto político- pedagógico da escola. A participação de alunos, professores, equipe técnica, demais funcionários, pais de alunos se faz necessária na discussão e elaboração dos critérios e instrumentos, afinal, todos são sujeitos ativos nessa avaliação. Os critérios de avaliação não devem servir apenas para auxiliar o professor a identificar a apreensão de determinado conhecimento, de uma informação específica, devem servir para orientar a dinâmica pedagógica, entrelaçando os conhecimentos a que os alunos têm direito com seus saberes já consolidados e seus modos de aprender. Os critérios precisam, portanto, ser flexíveis, orientando a coleta e análise dos dados sobre o processo pedagógico. Não devem se limitar a enquadrar os alunos em padrões fechados; tampouco podem impedir que o professor veja outras aprendizagens, outras qualidades, outros saberes, além daqueles pressupostos pelo que foi delineado. Quanto aos instrumentos de avaliação, há diversas modalidades que podem ser empregadas na escola, dependendo do que se pretende verificar. As formas de avaliação que, atualmente, parecem ser mais freqüentemente empregadas nas escolas são a prova escrita, os trabalhos individuais ou em grupo, a auto-avaliação. Os instrumentos devem propiciar ao aluno o aproveitamento de tudo o que ele aprendeu durante as aulas, para compreender os temas estudados e para resolver problemas propostos pela disciplina estudada. Uma boa alternativa é permitir que os alunos re-elaborem as questões da prova nas quais não conseguiram um bom resultado, de modo que possam recuperar as falhas anteriores. Cabe ao professor ter o cuidado de observar se o tipo de avaliação e a forma de correção empregada estão realmente contribuindo para o aprendizado de seus alunos, tornando válido o esforço dedicado a sua realização. É preciso não perder de vista que a razão de tudo o que acontece na escola é o aprendizado dos alunos e se a avaliação não puder ensinar nada a eles, não se justificam o tempo e a energia 8 gastos na sua preparação e correção. Nesse sentido, é fundamental também aproveitar a correção da prova como uma preciosa oportunidade de os alunos identificarem as suas principais dificuldades, para que possam dedicar-se mais tempo ao estudo dos conceitos que ainda não se apropriaram, não compreenderam. Em uma análise de avaliação importa muito pouco saber quantas respostas certas ou erradas os alunos irão alcançar, mas, fundamentalmente é importante saber de que maneira chegou a elas, que probabilidade e relações a professora estabeleceu a seus educandos para encontrarem as soluções fáceis aos problemas propostos. Então, a intervenção pedagógica avaliativa deverá ocorrer no sentido de provocar desequilíbrio que levem a novas interações e buscas e, neste momento a processualidade da avaliação requer observações, registros e análises sistemáticas do processo de elaboração do conhecimento pelo aluno, registrando seu crescimento e desenvolvimento no que se refere a autonomia intelectual, a criatividade, a capacidade de organização e a participação, condições de elaboração e generalização, relacionando o coletivo, comunicação e outros critérios que o professor julga serem necessários e pertinentes na fase de desenvolvimento e maturidade em que se encontra o educando. Sendo assim, pode-se dizer que a avaliação é vista como um processo abrangente da existência humana que implica uma reflexão crítica no sentido de captar seus avanços, suas resistências, suas dificuldades e possibilitar uma tomada de decisão de o que fazer para superar os obstáculos, tendo como função o processo transformador da educação na sociedade. Portanto, para uma avaliação desempenhar as funções que a educação moderna exige, faz-se necessário o uso de critérios e instrumentos efetivos de fato. Não medimos a aprendizagem e sim alguns comportamentos que nos permita inferir se houve ou não aprendizagem. Quando o professor verifica o rendimento escolar dos alunos, ele está avaliando comportamentos que lhe permitam deduzir o que o aluno aprendeu. Quanto maior for a amostragem, mais perfeita é a avaliação. Todos os recursos disponíveis de avaliação devem ser utilizados para a obtenção dos dados. Ressalta-se que para que a avaliação proceda de forma satisfatória deve-se utilizar alguns critérios: a avaliação deve ser constante e continua; as verificações periódicas fornecem maior número de amostras; as verificações podem ser informais (trabalhos , exercícios, seminários, debates, dinâmicas, etc); é importante que o 9 aluno conheça suas dificuldades para poder afirmar seus acertos. Isso garante a eficácia da avaliação. As técnicas e instrumentos de avaliação devem estar de acordo com a natureza da área de estudo ou do componente curricular; com os objetivos visados (informações, habilidades, atitudes, aplicação de conhecimentos, etc); com as condições de tempo do professor e com o número de alunos. A avaliação escolar é um processo pelo qual se observa, se verifica, se analisa, se interpreta um determinado fenômeno (construção do conhecimento), situando-o concretamente quanto os dados relevantes, objetivando uma tomada de decisão em busca da produção humana. Portanto um processo de avaliação efetivo deve oportunizar aos alunos a realização de determinadas ações, tais como: analisar, classificar, comparar, criticar, imaginar, seriar, levantar hipóteses, justificar, explicar, interpretar, supor, reescrever, descrever, localizar, opinar, calcular, determinar, comentar, substituir, expor, construir, relacionar, sintetizar e outras. Os instrumentos de avaliação podem ser realizados através de aplicação de provas, observação, estudo de caso, dinâmicas de grupo, auto-avaliação, etc. Segundo Luckesi, avaliar tem basicamente três passos: conhecer o nível de desempenho do aluno em forma de constatação da realidade; comparar essa informação com aquilo que é considerado importante no processo educativo; tomar as decisões que possibilitem atingir os resultados esperados. Neste sentido, é essencial definir critérios onde caberá ao professor listar os itens realmente importantes, pois a avaliação só tem sentido quando é contínua e provoca o desenvolvimento do educando. O importante é que o educador utilize o diálogo como fundamental eixo norteador e significativo papel da ação pedagógica. "O diálogo é a confirmação conjunta do professor e dos alunos no ato comum de conhecer e reconhecer o objeto de estudo. Então, em vez de transferir o conhecimento estaticamente, como se fosse fixa do professor, o diálogo requer uma aproximação dinâmica na direção do objeto". (Freire, 1986: 125). Vasconcellos (1995) complementa ainda que o diálogo é visto como uma concepção dialética de educação, pois supera-se tanto o sujeito passivo da educação tradicional, quanto o sujeito ativo da educação nova em busca de um sujeito interativo. Faz-se necessário ao educador o comprometimento como profissional durante as suas inter-relações em que o compromisso não pode ser um ato passivo, mas sim a inserção da práxis na prática educativa de professor e aluno. 10 A auto-avaliação deve estar presente em todos os momentos da vida,uma vez que é o ato de julgar o próprio desempenho de aluno e professores. O educador deve se auto-avaliar, revendo as metodologias utilizadas na sua prática pedagógica. E a auto-avaliação do aluno para avaliar o professor deve servir como subsídio para a sua própria auto-avaliação, momento este que servirá para refletir sobre a relação e interação entre educando e educador. Portanto, o professor deve utilizar instrumentos avaliativos vinculados a necessidade de dinamizar, problematizar e refletir sobre a ação educativa/avaliativa da instituição. Pode utilizar métodos tais como: O instrumento de como vai se chegar a uma análise de avaliação importa muito pouco saber de quantas maneiras, isto é, respostas certas ou erradas os alunos irão alcançar, mas, fundamentalmente é importante saber de que maneira chegou a elas, que probabilidade e relações o professor estabeleceu a seus educandos para estes encontrarem as soluções fáceis para os problemas propostos para que no momento de equilíbrio já esteja preparado para operar no nível de complexidade que o conteúdo exige. Então, a intervenção pedagógica avaliativa deverá ocorrer no sentido de provocar desequilíbrio que levem a novas interações e buscas e, neste momento a processualidade da avaliação requer observações, registros e análises sistemáticas do processo de elaboração do conhecimento pelo aluno, registrando seu crescimento e desenvolvimento no que se refere a autonomia intelectual, a criatividade, a capacidade de organização e a participação, condições de elaboração e generalização, relacionando o coletivo, comunicação e outros critérios que o professor julga ser necessário e pertinente na fase de desenvolvimento e maturidade em que se encontra o educando. Sendo assim, pode-se dizer que não são apenas instrumentos usados que caracterizam uma avaliação conservadora, mas principalmente as formas de como estes instrumentos serão usados e analisados, pois a avaliação é vista como um processo abrangente da existência humana que implica uma reflexão crítica no sentido de captar seus avanços, suas resistências, suas dificuldades e possibilitar uma tomada de decisão, o que fazer para superar os obstáculos, tendo como função o processo transformador da educação na sociedade. Para tanto se torna necessário fazer com que a prática educacional esteja conscientemente preocupada coma promoção da transformação social e o professor 11 precisa mudar a sua concepção de avaliação para desenvolver uma prática avaliativa mediadora sendo que as transformações de avaliação são multidimensionais. Uma grande questão é que avaliar envolve valor, e valor envolve pessoa. Quando se avalia uma pessoa, se envolve por inteiro – o que se sabe, o que sente, o que se conhece desta pessoa, a relação que se tem com ela. E é esta relação que o professor acaba criando com seu aluno. Na verdade, mediante as reprovações e defasagens de conhecimento que encontram os alunos, hoje, é preciso parar e refletir sobre a forma que os alunos estão sendo avaliados, se esta avaliação está servindo para aprovar ou reprovar o aluno. A avaliação deve ser feita de forma para contribuir para formar um individuo capaz de resolver os conflitos encontrados no dia a dia. Sendo assim um verdadeiro cidadão, conhecedor e capaz de exercer sua cidadania. A verdadeira avaliação que pode alcançar êxodo na formação de nossos docentes deve ser de forma diagnóstica, formativa e somativa, não para aprovar ou reprovar, mas para detectar as dificuldades do mesmo, e a partir daí, procurar técnicas, formas pela qual possamos fazer com que desenvolvam seus conhecimentos e possam chegar no final do ano com índice de conhecimento satisfatório e não apenas uma nota e sim conhecimento. ATIVIDADES DE AUTO-AVALIAÇÃO 1- Como atividade inicial propomos algumas questões à guisa de auto- avaliação, para todo professor que se sinta desafiado a melhorar constantemente a própria prática: a) A metodologia que aplico leva em conta as novas concepções de mente, de cognição, de construção do conhecimento, de preparação para a vida, de formação da cidadania? b) Considerando que uma avaliação contrária à metodologia prejudica a qualidade e os fins do processo, realizo uma avaliação coerente com a metodologia? c) Estou avaliando (e utilizando como dado para minha ação educativa) algo além daquilo que pode ser medido numericamente? d) Além das notas, meus alunos recebem algum outro parecer de minha parte, advindo de observações qualitativas? 12 e) Os resultados das avaliações provocam alguma mudança no meu modo de ensinar ou no modo dos meus alunos lidarem com os conhecimentos? REGISTRANDO 2- Tendo como parâmetro a Lei de Diretrizes e Bases 9.394/96 faça uma análise do Projeto Político Pedagógico de sua escola, da Proposta Pedagógica e o Plano de Trabalho Docente de sua disciplina. Levante as distorções existentes em cada documento, no que concerne a avaliação da aprendizagem e proponha alternativas para a efetivação da avaliação explicitada na Lei. 13 INSTRUMENTOS AVALIATIVOS A diversificação dos instrumentos de avaliação deve estar ligada à concepção de avaliação contínua e formativa visando à aprendizagem e a formação do aluno. Neste sentido a Coordenação do Grupo de Estudos de 2008 da SEED do Estado do Paraná elencou algumas atividades de ensino aprendizagem que acontecem na sala de aula e estão de acordo com as Diretrizes curriculares de cada disciplina, sendo: • atividade de leitura compreensiva de textos; • projeto de pesquisa bibliográfica; • produção de texto; • palestra/ apresentação oral; • atividades experimentais; • projeto de pesquisa de campo; • relatório; • seminário; • debate; • atividades com textos literários; • atividades a partir de recursos audiovisuais; • trabalho em grupo; • questões discursivas; • questões objetivas. As propostas curriculares atuais, bem como a legislação vigente, primam por conceder uma grande importância à avaliação, reiterando que ela deve ser: contínua, formativa e personalizada, concebendo-a como mais um elemento do processo de ensino aprendizagem, o qual nos permite conhecer o resultado de nossas ações didáticas e, por conseguinte, melhorá-las. Analisando-se as propostas pedagógicas das escolas, os planos escolares, os regimentos escolares, todos eles pertencentes ao plano das ordenações legais, pode-se afirmar que esse conceito de processo de avaliação encontra-se presente na maioria deles. Essas idéias, presentes no papel e no discurso formal de muitos docentes, precisam, porém, concretizarem-se e desenvolverem-se para modificar as práticas cotidianas (as quais infelizmente divergem do discurso e dos papéis) para uma direção inovadora que traga um aumento da qualidade do ensino. 14 Os índices de aprovação das escolas têm mostrado o quanto é necessário a conjugação dos conceitos de educação/ensino-aprendizagem e avaliação. Temos percebido projetos interessantíssimos desenvolvidos nas escolas, mas com práticas avaliativas que não traduzem os avanços dos trabalhos pedagógicos realizados. Neste sentido, faz-se necessário uma reflexão mais profunda sobre a prática avaliativa das escolas subsidiada pelo diálogo com diferentes autores pesquisadores sobre a temática da avaliação, que possam iluminar as práticas avaliativas existentes nas escolas com vistas a aperfeiçoar as que caminham numa linha libertadora e redefinir as que consciente ou inconscientemente se caracterizam como práticas punitivas e freiadoras do processo de aprendizagem. Muitos são os instrumentos de avaliação propostos pelo grupode estudos da SEED, porém o que se observa é que os professores ainda não fazem uso dessas atividades. Por mais que se tenha discutido propostas inovadoras para a avaliação tornar-se um instrumento eficaz e colaborador do processo de ensino, ainda encontram-se em nossas escolas professores amedrontados e cheios de dúvidas. O ponto de partida para mudar essa realidade é a promoção de grupos de estudos, desta maneira o professor expõe suas angústias, reflete sua prática, conforme destaca HOFFMANN: “Promover encontros e estudos para que todos tenham a oportunidade de expressar seus anseios, compreender as perspectivas alheias, refletir sobre as próprias crenças. O grande dilema é que não há como “ensinar melhores fazeres em avaliação”. Esse caminho precisa ser construído por cada um de nós, pelo confronto de idéias, repensando e discutindo, em conjunto, valores, princípios e metodologias.” (2001, p.11) Ao propor essa ação de estudo e reflexão da prática o professor certamente traçará sua metodologia dando um olhar diferenciado para avaliação. Um olhar que possibilite ao professor enxergar uma prática avaliativa no sentido ético, onde o professor respeite as diferenças e se comprometa com a aprendizagem de todos os alunos para a formação da cidadania. A avaliação não começa nem termina na sala de aula. A avaliação do processo pedagógico envolve o Planejamento e o Desenvolvimento do processo de ensino. Neste contexto é necessário que a avaliação cubra desde o Projeto Curricular e a Programação, do ensino em sala de aula e de seus resultados (a aprendizagem produzida nos alunos). Diante disso faz-se necessário um esforço coletivo, pois o mundo inteiro, atualmente, está passando por este processo de discussão e mudanças para uma 15 retomada de concepções de democracia, de cidadania, de direito à educação e esse compromisso deve ser assumido coletivamente. Infelizmente a avaliação ainda tem sido usada como objeto de pressão psicológica, sob pretexto de serem um 'elemento motivador da aprendizagem'. É comum ver professores utilizando ameaças como "Estudem! Caso contrário, vocês poderão se dar mal no dia da prova!" ou "Fiquem quietos! Prestem atenção! O dia da prova vem aí e vocês verão o que vai acontecer..." desta maneira as provas são utilizadas como um fator negativo de motivação. Os alunos estudam pela ameaça da prova, não pelo que a aprendizagem pode lhes trazer de proveitoso e prazeroso. Estimula o desenvolvimento da submissão e de hábitos de comportamento físico tenso (estresse). Sabe-se que estas práticas avaliativas contemplam juízos, na maioria das vezes, de punição, porém não é isso que se busca através da avaliação, mas sim uma ação pedagógica que seja capaz de trazer reflexão sobre a prática do ensino para uma promoção de melhoria e principalmente um norteamento para o educador. De acordo com os levantamentos de dados sobre o sistema de avaliação escolar, notamos o grau de complexidade e seus domínios sobre a vida escolar e social dos educandos. Acredita-se que através da avaliação o educador poderá estar condenando seus alunos a uma pena cruel, sem que ele perceba o que esteja fazendo ou então poderá ser entendido como facilitador da visão do que é uma avaliação do desempenho escolar. Propõe-se, portanto, uma avaliação que promova a aprendizagem, melhorando a ação pedagógica, onde o papel do professor é de investigador, de organizador de experiências significativas de aprendizagem. Muitas escolas apresentam regimentos escolares que contemplam uma avaliação contínua, porém estabelecem normas classificatórias e somativas. O que se apresenta realmente, no processo avaliativo, é um caráter seletivo e burocrático, basta observar as posturas dos professores frente as dicussões de promoção do aluno. Ao sugerir regimes não seriados, ciclos ou programas de aceleração o que se encontra é uma resistência, por parte do professor, que ainda tem uma concepção classificatória, mesmo que, em seus discursos, proclamam uma prática inovadora o que se percebe é a revelação do caráter seletivo e burocrático, ou seja, há um enorme descompasso entre o pretendido e o realizado pela maioria das instituições escolares. 16 Dentre muitas questões é preciso ter em mente a verdadeira finalidade da avaliação que é subsidiar o professor e a escola em suas ações favorecendo o desenvolvimento do aluno, pois a verdadeira finalidade é a evolução da aprendizagem dos educandos. Os registros e anotações dos professores são documentos importantes que reúnem informações que justificam e explicam as etapas vivenciadas pelos alunos e diante deste documento o professor planeja e desenvolve ações que favoreçam a evolução da trajetória do educando. Porém esse é outro desafio a ser encarado, pois o que se encontra nas escolas são professores reclamando da falta de tempo de “preencher fichas”, que, segundo eles, são burocracias que normalmente ficam dento de um arquivo onde ninguém tem acesso. Quantos professores se questionam, na hora de avaliar, se o seu objetivo foi alcançado ou não? E que ele pretendia com aquele conteúdo. Essas questões são, também, de fundamental importância, pois percebe-se uma preocupação errônea por parte dos professores que se queixam de “dar boas aulas”, porém os alunos não aprendem, não se interessam, será que o professor e a escola tem tido o compromisso de conhecer e respeitar as diferenças de seus alunos? A construção do projeto político-pedagógico da escola é essencial, assim como, o planejamento didático, o delineamento de objetivos que devem estar em consonância com a realidade de determinada escola, respeitando sua cultura, seus valores, suas crenças e vivências. Quando se avalia para promover o aluno compromete-se com o verdadeiro ato de ensinar e aprender, para isso é preciso que o professor se utilize de procedimentos diversificados de análise. Se focalizarmos a prática das intervenções dos professores o que mais se tem é uma visão tradicional onde o professor se utiliza de exercícios de memorização e apontamentos de respostas corretas e que se precisa de fato é o confronto de hipóteses, o uso do material concreto é o favorecimento de oportunidades e tempo para descoberta do aluno, da sua ação sobre o objeto de conhecimento, veja o que observa HOFFMANN a esse respeito: “A intervenção pedagógica deve adaptar-se ao processo de construção do aluno, com situações de ensino e aprendizagem concebida para superar desafios, que possam ser enfrentados pelos alunos e que possam faze-los avançar sempre. Assim, as condições de aprendizagem definem, igualmente, as condições de avaliação, uma vez que se cria ou não 17 situações de investigação e intervenção adequadas à observação ampla e continuada da evolução de cada aluno em todas as dimensões abordadas.” (2001, p.72) Desta maneira busca-se uma avaliação onde o professor possa acompanhar a construção do conhecimento do aluno, conhecendo sua evolução e tomando as melhores decisões para que esse processo se efetive. Os profissionais que atuam na educação devem se conscientizar e efetivar critérios e técnicas de avaliação que sirvam de ferramenta para suposta exclusão social, ressaltando que a diversificação dos instrumentos de avaliação deve estar ligada à concepção de avaliação contínua e formativa visando à aprendizagem e a formação do aluno. Enquanto a avaliação permanecer presa a uma pedagogia ultrapassada a evasão permanecerá, e o educando, o cidadão, o povo continuará escravo de uma minoria, que se considera a elite intelectual, voltada para os valores da matéria ditadora, fruto de uma democracia mascarada e opressora. Acredita-se que o grande desafio para construir novos caminhos é uma avaliação com critérios de entendimento reflexivo, conectado, compartilhado e autonomizador no processoensino/aprendizagem. Desta forma, estaremos formando cidadãos conscientes, críticos, criativos, solidários e autônomos. Por isso, a avaliação que propomos aqui, é algo constante e que permite refletir sobre o conteúdo trabalhado, o modo de trabalho e os resultados obtidos. Toda esta análise implica na revisão do conteúdo e no planejamento da continuidade de atividades significativas a cada aluno, que vão além das propostas de qualquer que seja o livro didático adotado. O momento de avaliação deve sempre ser encarado como um dos instrumentos do trabalho do professor e não como um fim. E neste sentido, o mais adequado é avaliar as conquistas e os avanços de cada aluno, inseridos constantemente nesse processo e nesse percurso de ensino-aprendizagem. As situações de avaliação não precisam ser criadas para avaliar e medir o que a criança ainda não conseguiu aprender, mas sim para analisar intervenções adequadas que contribuam para o avanço de cada uma delas. 18 PRATICANDO Faça uma análise no Projeto Político Pedagógico de sua escola e no Plano de Trabalho Docente de sua disciplina, responda as questões abaixo e proponha correções no PTD, se necessário. 1) Qual a concepção de avaliação do processo de ensino e aprendizagem está sendo contemplada no PPP? 2) Existe clareza quanto aos critérios de avaliação indicados no PTD? 3) Os critérios de avaliação do PTD estão de acordo com as Diretrizes Curriculares? 4) Os instrumentos de avaliação propostos no PTD estão em consonância com a SEED? 5) Quais os caminhos ou alternativas para a efetivação da avaliação contínua enquanto instrumento de acompanhamento do processo de ensino aprendizagem? 19 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA DAMIÃO, Maria Helena. Pré, inter e pós acção: planificação e avaliação em pedagogia. Coimbra: Minerva: 1996. FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986. HOFFMANN, Jussara. Avaliar para promover: as setas do caminho. Porto Alegre: Mediação, 2001. LUCKESI, Cipriano C. Avaliação da Aprendizagem Escolar. 2 ed. São Paulo:Cortez, 1994. PARANÁ. SEED. Departamento de Educação Básica, Grupos de Estudos: Avaliação na Escola. Disponível em http://www.seed.pr.gov.br/portals/bancoquestaoavaliativa/OrientacoesGeraisGE2008 .pdf. Acessado em 05/12/2008. PERRENOUD, Philippe. Práticas Pedagógicas, profissão docente e formação; publicações de Dom Quixote. 1988 PILETTI, Claudino. Didática Geral. São Paulo: Ática, 1997. PILETTI, Nelson. Ensino de 2º Grau: Educação Geral ou profissionalizando? São Paulo: EPU, 1988. _______,Nelson. Série Educação, Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental. 23ª Edição. Editora Ática, 1998. RABELO, Henrique Edmar. Avaliação: Novos Tempos, Novas Práticas. Petrópolis- RJ: Vozes, 1998. TURRA, Clódia Maria Godoy et al. Planejamento de ensino e avaliação. 11ed. Porto Alegre, Sagres, 1988. VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Avaliação: concepção dialética libertadora do processo de avaliação escolar. 11 ed. São Paulo: Libertad (Centro de Formação e Assessoria Pedagógica v. 3), 2000. http://www.centrorefeducacional.com.br/avaforma.htm. Acessado em 05/11/2008. 20 http://www.caduda.pro.br/P%E1ginas/caduda.htm. Acessado em 07/12/2008. - http://www.serprofessoruniversitario.pro.br/ler.php?modulo=4&texto=88. Acessado em 08/12/2008. http://www.webartigos.com/articles/5308/1/a-importancia-da-avaliacao-no-ensino- fundamental/pagina1.html. Acessado em 08/12/2008. http://www.anj.org.br/jornaleeducacao/biblioteca/artigos/ensino-2013-aprendizagem-os- multiplos-desafios. Acessado em 09/12/2008. 21
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