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DIREITO 
ADMINISTRATIVO 
BANCEM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EeCONCURSOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Direito Administrativo EeConcursos 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
ÍNDICE 
 
1.Conceito de Direito Administrativo.............................................................................03 
2. Entidades Políticas Administrativas............................................................................04 
3. Órgãos e Agentes Públicos .........................................................................................05 
4. Princípios básicos .......................................................................................................06 
5. Poderes Administrativos..............................................................................................09 
6. Poderes e Deveres do Administrador Público.............................................................12 
7. Uso e Abuso de Poder.................................................................................................14 
8. Atos Administrativos...................................................................................................15 
9. Atributos dos Atos.......................................................................................................19 
10. Classificação dos Atos...............................................................................................20 
11. Outras Classificações dos Atos..................................................................................22 
12. Espécies dos Atos......................................................................................................26 
13. Contratos Administrativos.........................................................................................28 
14. Modalidades de Contratos.........................................................................................32 
15. Requisição Administrativa........................................................................................35 
16. Servidores Públicos...................................................................................................36 
17. Responsabilidade ......................................................................................................42 
18. Procedimento Licitatório...........................................................................................44 
19. Licitação....................................................................................................................45 
21. Modalidades de Licitação..........................................................................................53 
 
 
Regime Disciplinar dos Servidores Públicos Civis da União: Lei nº. 8.112/90..............57 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Direito Administrativo EeConcursos 
 
 
 
3 
1. Conceito de Direito Administrativo 
 
 
 
 Vários Juristas pátrios buscaram conceituar o ramo do Direito denominado 
Direito Administrativo. Entre vários, vale destacar, os conceitos do saudoso Hely Lopes 
Meirelles e de Maria Sílvia Zenella Di Pietro. 
 Para o primeiro, o conceito de Direito Administrativo sintetiza-se no conjunto 
harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes, e as atividades 
públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo 
Estado1. 
 Por seu turno, a segunda diz que, é o ramo do Direito público que tem por 
objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram a 
Administração Pública, a atividade jurídica não contenciosa que exerce e os bens de 
que se utiliza para a consecução de seus fins, de natureza pública2. 
 
1.1 Natureza e Fins da Administração Pública 
 
 A natureza da administração pública é a de múnus público para quem exerce, 
isto é, a de um encargo de defesa, conservação e aprimoramento dos bens, serviços e 
interesses da coletividade. 
 Por seu turno, os fins da administração pública resumem-se num único objetivo: 
o bem comum da coletividade administrada. Toda a atividade do administrador público 
deve ser orientada para esse objetivo. Se dele o administrador se afasta ou desvia, trai o 
mandato de que está investido, porque a comunidade não instituiu a Administração 
senão como meio de atingir o bem-estar social. Ilícito e imoral, será todo ato 
administrativo praticado que não for praticado no interesse da coletividade. 
 
1.2 Administração Pública e Governo 
 
Deixando de lado o que a Doutrina chama de sentido formal e sentido material de 
Administração Pública e Governo, focaremos nosso estudo numa visão objetiva, a qual 
sintetiza a essência de tais aspectos doutrinários. Nesse sentido, numa visão global, a 
Administração é, pois, todo o aparelhamento do Estado preordenado à realização de 
serviços, visando à satisfação das necessidades coletivas. 
 A Administração não pratica atos de Governo; pratica, tão-somente, atos de 
execução, com maior ou menor autonomia funcional, segundo a competência do órgão e 
de seus agentes. São os chamados atos administrativos, que por sua variedade e 
importância, serão abordados em separado. 
 Comparativamente, podemos dizer que Governo é uma atividade política e 
discricionária; Administração e uma atividade neutra, normalmente vinculada à lei ou à 
norma técnica. Governo é conduta independente; Administração é conduta 
hierarquizada. Por fim, Administração é o instrumental de que dispõe o Estado para por 
em prática as opções políticas do Governo3. 
 
1 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. MALHEIROS. 2001. Pág.34 
2 DI PIETRO, Maria Sílvia. Direito Administrativo. ATLAS. 2004. Pág. 52 
3 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. MALHEIROS. 2001. Pág.60 
 
 Direito Administrativo EeConcursos 
 
 
 
4 
 Portanto, Governo e Administração como criações abstratas da Constituição e 
das Leis, atuam por intermédio de suas entidades (Pessoas Jurídicas), de seus órgãos 
(Centros de Decisões) e de seus agentes (Pessoas Físicas investidas em Cargos e 
Funções). 
 
 
2. Entidades Políticas e Administrativas 
 
Entidade é pessoa jurídica, pública ou privada4; órgão é elemento 
despersonalizado incumbido da realização das atividades da entidade a que pertence, 
através de seus agentes. Na sistemática administrativa brasileira, as entidades 
classificam-se em estatais, autárquicas, fundacionais, empresariais e paraestatais. 
 
 
2.1 Entidades Estatais 
 
 São pessoas jurídicas de Direito Público que integram a estrutura do 
constitucional do Estado e têm poderes políticos e administrativos, tais como a União, 
os Estados-Membros, os Municípios e o Distrito Federal. A União é soberana, as 
demais entidades estatais têm apenas autonomia política, administrativa e financeira, 
mas não dispõem de soberania, que é privativa da Federação. 
 
2.2 Entidades Autárquicas 
 
 São pessoas jurídicas de Direito Público, de natureza meramente 
administrativa, criadas por Lei específica, para a realização de atividades, obras ou 
serviços descentralizados da entidade estatal que as criou. Funcionam e operam na 
forma estabelecida na Lei instituidora e nos termos do seu regulamento. As autarquias 
podem desempenhar atividades econômicas, educacionais, previdenciárias e quaisquer 
outras outorgadas pela entidade estatal-matriz, mas sem subordinação hierárquica, 
sujeitas apenas ao controle finalístico de sua administração e da conduta de seus 
dirigentes. 
 
2.3 Entidades Fundacionais 
 
 São pessoasjurídicas de Direito Público ou pessoas jurídicas de Direito 
Privado, devendo a Lei definir as respectivas áreas de atuação, conforme o inc. XIX do 
art. 37 da CF/88, na nova redação dada pela EC nº 19/98. No primeiro caso elas são 
criadas por Lei, à semelhança das autarquias, e no segundo caso, a Lei apenas autoriza 
a sua criação, devendo o Poder Executivo tomar as providências necessárias à sua 
instituição. 
 Lembramos que, quando Constituição Federal de 1988 refere-se à 
Administração Direta, Autárquica e Fundacional, quer se referir apenas às pessoas 
jurídicas de Direito Público, vale dizer, União, Estados-Membros, Distrito Federal, 
Municípios e suas autarquias e fundações públicas, estas somente quando de Direito 
Público, porque instituídas (criadas) diretamente por Lei específica. Não, portanto, às 
 
4 Segundo a Lei nº 9.784/99, entidade é “a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica”; órgão, 
“a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da indireta”; e autoridade, “o 
servidor ou agente público dotado de poder de decisão”. 
 Direito Administrativo EeConcursos 
 
 
 
5 
de Direito Privado, assim entendidas as fundações cujas instituições decorrem de 
autorização (não de criação) legal específica do Poder Público. 
 
2.4 Entidades Empresariais 
 
 São pessoas jurídicas de Direito Privado, instituídas sob a forma de sociedade 
de economia mista ou empresa pública, com a finalidade de prestar serviço público que 
possa ser explorado no modo empresarial, ou de exercer atividade econômica de 
relevante interesse coletivo. Sua criação deve ser autorizada por lei específica, cabendo 
ao Poder Executivo as providências complementares para a sua instituição. 
 
2.5 Entidades Paraestatais 
 
 São pessoas jurídicas de Direito Privado que, por lei, são autorizadas a prestar 
serviços ou realizar atividades de interesse coletivo ou público, mas, não exclusivo de 
Estado. São espécies de entidades paraestatais os serviços sociais autônomos (SESI, 
SENAI, SESC e outros) e recentemente, as Organizações Sociais (OS’s) e as 
Organizações Sociais Civis de Interesse Público (OSCIP’s). 
 As entidades paraestatais são autônomas, administrativa e financeiramente, têm 
patrimônio próprio e operam em regime de iniciativa particular, na forma de seus 
estatutos, ficando sujeitas apenas à supervisão do órgão da entidade estatal a que se 
encontrem vinculadas, para o controle de desempenho estatutário. São os denominados 
entes de cooperação com o Estado. 
 
 
3. Órgãos e Agentes Públicos 
 
 Órgãos são centros de competência instituídos para o desempenho de funções 
estatais, através de seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica a que 
pertencem. 
 São unidades de ação com atribuições específicas na organização estatal. Cada 
órgão como centro de competência governamental ou administrativa, tem 
necessariamente funções, cargo e agentes, mas é distinto desses elementos, que podem 
ser modificados,, substituídos ou retirados sem supressão da unidade orgânica. Isto 
explica por que a alteração de funções, ou a vacância dos cargos, ou a mudança de seus 
titulares, não acarreta a extinção do órgão. 
 Os órgãos integram a estrutura do Estado e das demais pessoas jurídicas como 
parte desses corpos vivos, dotados de vontade e capazes de exercer direitos e contrair 
obrigações para a consecução de seus fins institucionais. Por isso mesmo, os órgãos 
não têm personalidade jurídica nem vontade própria, que são atributos do corpo e não 
das partes, mas, na área de suas atribuições e nos limites de sua competência funcional 
expressam a vontade através de seus agentes (pessoa física). 
 
 Agentes Públicos, são todas as pessoas físicas incumbidas, definitiva ou 
transitoriamente, do exercício de alguma função estatal. Os agentes normalmente 
desempenham funções no órgão, distribuídos entre cargos de que são titulares, mas, 
excepcionalmente podem exercer funções sem cargo. 
 Nesse sentido, cargos, são apenas os lugares criados no órgão para serem 
providos por agentes que exercerão suas funções na forma legal. O cargo é lotado no 
 Direito Administrativo EeConcursos 
 
 
 
6 
órgão e agente é investido no cargo. Por aí se vê que o cargo integra o órgão, ao passo 
que o agente, como ser humano, unicamente titulariza o cargo para servir ao órgão. 
Órgão, função e cargo são abstrações da lei; agente é a pessoa humana, real, que 
infunde vida, vontade e ação a essas abstrações da lei. 
As funções por seu turno, são os encargos atribuídos aos órgãos, cargos e 
agentes. O órgão geralmente recebe uma função in genere e a repassa aos seus cargos in 
espécie, ou a transfere diretamente a agentes sem cargos, com a necessária parcela de 
Poder público para o seu exercício. 
 
 
4. Princípios Básicos da Administração Pública 
 
 Os princípios básicos da Administração estão consubstanciados em doze regras 
de observância obrigatória e permanente para o bom administrador, são elas: 
 
1. Legalidade; 
2. Moralidade; 
3. Impessoalidade ou Finalidade; 
4. Publicidade; 
5. Eficiência; 
6. Razoabilidade; 
7. Proporcionalidade; 
8. Ampla Defesa; 
9. Contraditório; 
10. Segurança Jurídica; 
11. Motivação; 
12. Supremacia do Interesse Público. 
 
Os cinco primeiros estão expressamente previstos no art.37, caput, da CF/88; e 
os demais, embora não mencionados, decorrem do nosso regime político, tanto que, ao 
lado daqueles, foram textualmente enumerados pelo art.2º da Lei federal nº 9.784/99. 
 
4.1 Legalidade 
 
 A legalidade, como princípio da Administração (CF, art.37, caput), significa que 
o administrador público está, em toda a sua atividade funcional, sujeito aos 
mandamentos da lei e às exigências do bem comum, e deles não pode se afastar ou 
desviar, sob pena de praticar ato inválido e expor-se à responsabilidade disciplinar, civil 
e criminal, conforme o caso. A eficácia de toda atividade administrativa está 
condicionada ao atendimento da Lei do Direito. 
 Na Administração Pública não há liberdade nem vontade pessoal. Enquanto na 
administração particular é lícito fazer tudo que a lei não proíbe, na Administração 
Pública só é permitido fazer tudo o que a lei autorize. A lei para o particular significa 
“pode fazer assim”; para o administrador público significa “deve fazer assim”. 
 
 
4.2 Moralidade 
 
 Direito Administrativo EeConcursos 
 
 
 
7 
 A Moralidade administrativa constitui, hoje em dia, pressuposto de validade de 
todo ato da Administração Pública (CF, Art.37, caput). Não se trata da moral comum, 
mas sim, de uma moral jurídica entendida como o “conjunto de regras tiradas da 
disciplina interior da Administração”.5 
 
O Agente Administrativo, como ser humano dotado da capacidade de atuar, 
deve, necessariamente, distinguir o Bem do Mal, o honesto do desonesto. E, ao atuar, 
não poderá desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir 
somente entre o legal e o ilegal, o justo do injusto, o conveniente do inconveniente, o 
oportuno do inoportuno, mas também entre o honesto do desonesto. 
 Por conseqüência de Direito e de Moral, o ato administrativo não terá que 
obedecer somente à lei jurídica, mas também à ética da própria instituição, porque nem 
tudo que é legal é honesto. A moral comum é imposta ao homem para a sua conduta 
externa; a moral administrativa é imposta ao agente público para a sua conduta interna, 
segundo as exigências da instituição a que serve e a finalidade de sua ação:o bem 
comum. 
 O certo é que, a moralidade do ato administrativo juntamente com a sua 
legalidade, e finalidade, além da sua adequação aos demais princípios constituem 
pressupostos de validade sem os quais toda a atividade pública será ilegítima. 
 O inegável é que a moralidade administrativa integra o Direito como elemento 
indissociável na sua aplicação e na sua finalidade, erigindo-se em fator de legalidade. 
Daí por que o TJSP decidiu com inegável acerto, que “o controle jurisdicional se 
restringe ao exame da legalidade do ato administrativo; mas por legalidade ou 
legitimidade se entende não só a conformação do ato com a lei, como também com a 
moral administrativa e com o interesse coletivo”6. 
 
4.3 Impessoalidade ou Finalidade 
 
 O princípio da impessoalidade, referido na CF/88, nada mais é que o clássico 
princípio da finalidade, o qual impõe ao administrador público que só pratique o ato 
para o seu fim legal. E o fim legal é unicamente aquele que a norma de Direito indica 
expressa ou virtualmente como objetivo do ato, de forma impessoal. 
Esse princípio também deve ser entendido para excluir a promoção pessoal de 
autoridades ou servidores públicos sobre suas realizações administrativas (CF, art.37, § 
1º). O que o princípio da finalidade veda é a prática de ato administrativo sem interesse 
público ou conveniência para a Administração, visando unicamente a satisfazer 
interesses privados, por favoritismo ou perseguição dos agentes governamentais, sob a 
forma de desvio de finalidade. Esse desvio de conduta dos agentes públicos, constitui 
uma das formas mais insidiosas do denominado abuso de poder. 
 
 
 
 
4.4 Razoabilidade e Proporcionalidade 
 
 
5 Maurice Hariou, Précis Élémentaires de Droit Administratif, Paris, 1926, pp.197 
6 TJSP, RDA 89/134. Des. Cardoso Rolim. 
 Direito Administrativo EeConcursos 
 
 
 
8 
 Implícito na CF/88, esse princípio ganha dia a dia força e relevância no estudo 
do Direito Administrativo e no exame da atividade administrativa. 
 Sem dúvida alguma, ele pode ser chamado de princípio da proibição de excesso, 
que, em última análise, objetiva aferir a compatibilidade entre os meios e os fins, de 
modo a evitar restrições desnecessárias ou abusivas por parte da Administração Pública, 
com lesão aos direitos fundamentais.7 
 Como se percebe, parece-nos que a razoabilidade envolve a proporcionalidade. 
E vice-versa. Registre-se, ainda, que a razoabilidade não pode ser lançada como 
instrumento de substituição da vontade da lei pela vontade do julgador ou intérprete. 
 
4.5 Publicidade 
 
 Publicidade é a divulgação oficial dos atos para conhecimento público e início 
dos seus efeitos externos. Daí por que as leis, atos e contratos administrativos que 
produzem conseqüências jurídicas fora dos órgãos que os emitem exigem publicidade 
para adquirirem validade universal, isto é, perante as partes e terceiros. 
 A publicidade ao é elemento formativo do ato; é requisito de eficácia e 
moralidade. Por isso mesmo os atos irregulares não se convalidam com a publicação, 
nem os regulares a dispensam para a sua exeqüibilidade, quando a lei ou regulamento o 
exige. 
 Em princípio o ato administrativo deve ser publicado, porque pública é a 
Administração que o realiza, somente se admitindo sigilo nos casos de segurança 
nacional, investigações policiais ou interesse superior da Administração a ser 
preservado em processo previamente declarado sigiloso nos termos da Lei nº 8.159/91 e 
Dec.nº 2.134/97. 
 
4.6 Eficiência 
 
 Esse princípio exige que a atividade administrativa seja exercida com presteza, 
perfeição e rendimento funcional. É o mais moderno princípio da função 
administrativa, que já não se contenta em ser desempenhado apenas com legalidade, 
exigindo resultados positivos para o Serviço Público e satisfatório atendimento das 
necessidades da comunidade e de seus membros. 
 
4.7 Segurança Jurídica 
 
 Esse princípio é entendido como da boa-fé dos administrados ou da proteção e 
confiança. A ele está visceralmente ligada a exigência de maior estabilidade das 
situações jurídicas, mesmo daquelas que na origem apresentam vícios de ilegalidade. 
 
 
 
 
4.8 Motivação 
 
 
7 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. MALHEIROS. 2001. Pág.86 
 
 Direito Administrativo EeConcursos 
 
 
 
9 
 É um princípio que está visceralmente inserido em nosso regime político, após a 
promulgação da Constituição Federal de 1988. Sendo assim, uma exigência do Direito 
Público e da legalidade governamental. 
 Pela motivação o administrador público justifica a sua ação administrativa, 
indicando os fatos (pressupostos de fato) que ensejaram o ato e os preceitos jurídicos 
(pressupostos de direito) que autorizam a sua prática. Evidente que, em certos atos 
oriundos do chamado Poder Discricionário a justificação será dispensável, bastando 
apenas evidenciar a competência para o exercício desse poder e a conformação do ato 
com o interesse público. 
 
4.9 Ampla Defesa e Contraditório 
 
 A disposição constitucional constante no Art.5º, LV, assegura “aos litigantes em 
processo(...) administrativo, o contraditório a ampla defesa, com os meios e recursos a 
ela inerentes”. 
 
4.10 Interesse Público ou Supremacia do Interesse Público 
 
 O princípio do interesse público está intimamente ligado ao da finalidade. A 
primazia do interesse público sobre o privado é inerente à atuação estatal e domina-a, na 
medida em que a existência do Estado Justifica-se pela busca do interesse geral. Em 
razão dessa inerência, deve ser observado, mesmo quando as atividades ou serviços 
sejam delegadas aos particulares. 
 
5. Poderes Administrativos 
 
 Para bem entender o Interesse Público, a Administração é dotada de poderes 
administrativos – distintos dos poderes políticos – consentâneos e proporcionais aos 
encargos que lhe são atribuídos. Tais poderes são verdadeiros instrumentos de trabalho, 
adequados à realização das tarefas administrativas. Daí serem considerados poderes 
instrumentais, diversamente dos poderes políticos, que são estruturais e orgânicos, 
porque compõem a estrutura do Estado e integram a organização constitucional. 
 Em sua diversidade, são classificados, consoante a liberdade da Administração 
para a prática dos seus atos, a saber: 
 
 a). Poder Vinculado; 
b). Poder Discricionário; 
 c). Poder Hierárquico; 
 d). Poder Disciplinar; 
 e). Poder Regulamentar; 
 f). Poder de Polícia. 
 
 Esses poderes são inerentes à Administração de todas as entidades estatais – 
União, Estados, Distrito Federal e Municípios – na proporção e limites de suas 
competências institucionais, e podem ser usados isolado e cumulativamente para a 
consecução do mesmo ato. Tal o que ocorre, p.ex., com o ato de polícia administrativa, 
que normalmente precedido de uma regulamentação do Executivo (poder regulamentar), 
em que a autoridade escalona a distribui as funções dos agentes fiscalizadores (poder 
hierárquico), concedendo-lhes atribuições vinculadas (poder vinculado) ou 
 Direito Administrativo EeConcursos 
 
 
 
10 
discricionárias (poder discricionário), para a imposição de sanções aos infratores (poder 
de polícia). 
 
5.1 Poder Vinculado 
 
 Poder Vinculado é aquele que o Direito Positivo – a lei - confere à 
Administração Pública para a prática de ato de sua competência, determinando os 
elementos e requisitos necessários à sua formalização. 
 Dificilmenteencontraremos um ato administrativo inteiramente vinculado, 
porque haverá sempre aspectos sobre os quais a Administração terá opções na sua 
realização. Mas o que caracteriza o ato vinculado é a predominância de especificações 
da lei sobre os elementos deixados livres para a Administração. 
 Elementos vinculados serão sempre a competência, a finalidade e a forma, além 
de outros que a norma legal indicar para a consecução do ato. Realmente ninguém pode 
exercer Poder Administrativo sem competência legal, ou desviado do seu objetivo 
público, ou com preterição de requisitos ou de procedimentos estabelecidos em lei, 
regulamento ou edital. Relegando qualquer desses elementos, além de outros que a 
norma exigir, o ato é nulo, e assim pode ser declarado pela própria Administração ou 
pelo Judiciário, porque a vinculação é matéria de legalidade. 
 
5.2 Poder Discricionário 
 
 Poder discricionário é o que o Direito concede à Administração, de modo 
explícito ou implícito, para a prática de atos administrativos com liberdade na escolha 
de sua conveniência, oportunidade e conteúdo. 
 Convém lembrar que o poder discricionário não se confunde com poder 
arbitrário. Discricionariedade e arbítrio são atitudes inteiramente diversas. 
Discricionariedade é liberdade de ação administrativa, dentro dos limites permitidos 
em lei; arbítrio é ação contrária ou excedente da lei. Ato discricionário, quando 
autorizado pelo Direito, é legal e válido; ato arbitrário é sempre ilegítimo e inválido. 
 A atividade discricionária encontra plena justificativa na impossibilidade de o 
legislador catalogar na lei todos os atos que a prática administrativa exige. O ideal seria 
que a lei regulasse minuciosamente a ação administrativa, modelando cada um dos atos 
a serem praticados pelo administrador, mas como isto não é possível, dada, a 
multiplicidade e diversidade dos fatos que pedem pronta solução ao Poder Público, o 
legislador somente regula a prática de alguns atos administrativos que reputa de maior 
relevância deixando o cometimento dos demais ao prudente critério do administrador. 
 Mas, embora não cuidando de todos os aspectos dos atos relegados à faculdade 
discricionária, o legislador subordina-se a um mínimo legal, consistente na estrita 
observância, por parte de quem os vai praticar, da competência, da forma, e da 
finalidade, deixando o mais à livre escolha do agente administrativo. Em tal hipótese, 
executa a lei vinculadamente, quanto aos elementos que ela discrimina, e 
discricionariamente, quanto aos aspectos em que ela admite opção. 
 Se o administrador se desviar desse roteiro, praticando ato que, embora 
discricionário, busque outro objetivo, incidirá em ilegalidade, por desvio de poder ou de 
finalidade, que poderá ser reconhecido e declarado pela própria Administração ou pelo 
Poder Judiciário. Erro é considerar que o ato discricionário é imune à apreciação 
judicial, pois só a Justiça poderá dizer da legalidade da invocada discricionariedade e 
dos limites de opção do agente administrativo. 
 Direito Administrativo EeConcursos 
 
 
 
11 
 O que o Judiciário não pode é, no ato discricionário, substituir o 
discricionarismo do administrador pelo do Juiz. Mas pode sempre proclamar as 
nulidades e coibir os abusos da Administração. 
 
5.3 Poder Hierárquico 
 
 Esse poder é o que dispõe o Executivo para distribuir e escalonar as funções de 
seus órgãos, ordenar e rever a atuação dos seus agentes, estabelecendo relação de 
subordinação entre os servidores do seu quadro de pessoal. 
 Poder hierárquico e poder disciplinar não se confundem, mas andam juntos, por 
serem os sustentáculos de toda organização administrativa. 
 O poder hierárquico tem por objetivo ordenar, coordenar, controlar e corrigir as 
atividades, no âmbito interno da Administração Pública. 
 Nesse sentido, do poder hierárquico decorrem faculdades implícitas para o 
superior tais como: dar ordens e fiscalizar o seu cumprimento, a de delegar e avocar 
atribuições e a de rever os atos dos inferiores. 
 
5.4 Poder Disciplinar 
 
 É a faculdade de punir internamente as infrações funcionais dos servidores e 
demais pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração. É uma 
supremacia especial que o Estado exerce sobre todos aqueles que se vinculam à 
Administração por relações de qualquer natureza, subordinando-se às normas de 
funcionamento do serviço ou do estabelecimento que passam a integrar definitiva ou 
transitoriamente. 
 A punição disciplinar e a criminal têm fundamentos diversos, e diversa é a 
natureza das penas. A diferença não é de grau, mas, de substância. 
 
5.5 Poder Regulamentar 
 
 O poder regulamentar é a faculdade de que dispõe os Chefes do Executivo 
(Presidente da República, Governadores e Prefeitos) de explicar a lei para a sua correta 
execução, ou de expedir Decreto autônomo sobre matéria de sua competência ainda não 
disciplinada por lei. 
 É um poder inteiramente privativo do Chefe do Executivo (CF,art.84,IV), e, por 
isso mesmo, indelegável a qualquer pessoa subordinada. 
 Os vazios da lei e a imprevisibilidade de certos fatos e circunstâncias que 
surgem, a reclamar providências imediatas da Administração, impõem se reconheça ao 
Chefe do Executivo o poder de regulamentar, através de Decreto as normas legislativas 
incompletas, ou de prover situações não previstas pelo legislador, mas ocorrentes na 
prática administrativa. O essencial é que o Executivo, ao expedir regulamento 
autônomo ou de execução de lei –, não invada as chamadas “reservas da lei”, ou seja, 
aquelas matérias só disciplináveis por lei, e tais são, em princípio, as que afetam as 
garantias e os direitos individuais assegurados pela Constituição (art.5º). 
 Regulamento é ato administrativo geral e normativo, expedido privativamente 
pelo Chefe do Executivo (Federal, Estadual, Distrital ou Municipal), através de Decreto, 
com o fim de explicar o modo e a forma de execução da lei (regulamento de execução) 
ou prover situações ainda não disciplinadas em lei (regulamento autônomo ou 
independente). 
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12 
 
5.6 Poder de Polícia 
 
 Dentre os poderes administrativos figura, com especial destaque o chamado 
poder de polícia administrativa, que a Administração Pública exerce sobre todas as 
atividades e bens que afetam ou possam afetar a coletividade. Pra esse policiamento há 
competências exclusivas e concorrentes das três esferas estatais, dada a descentralização 
político-administrativa decorrente do nosso sistema constitucional. 
 Em princípio, tem competência para policiar a entidade que dispõe do poder de 
regular a matéria. Assim sendo, os assuntos de interesse nacional ficam sujeitos a 
regulamentação e policiamento da União; as matérias de interesse regional sujeitam-se 
às normas e à polícia estadual; e os assuntos de interesse local subordinam-se aos 
regulamentos edilícios e ao policiamento administrativo municipal. 
 Sendo assim podemos conceituar o poder de polícia como a faculdade de que 
dispõe a Administração pública para condicionar e restringir o uso e gozo de bens, 
atividades e direitos individuais, em benefício da coletividade ou do próprio Estado. 
 
De forma mais clara, podemos dizer que o poder de polícia é o mecanismo de 
frenagem de que dispõe a Administração Pública para conter os abusos de direito 
individual. Por este mecanismo, que faz parte de toda Administração, o Estado detém a 
atividade dos particulares que se revelar contrária, nociva ou inconveniente ao bem-
estar social, ao desenvolvimento e à segurança pública. 
 A legislação pátria, bem conceituou o poder de polícia, veja-se o art.78do CTN: 
“considera-se poder de polícia a atividade da Administração Pública que, limitando ou 
disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de 
fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos 
costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades 
econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à 
tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais e 
coletivos”. 
 
6. Poderes e Deveres do Administrador Público 
 
Os Poderes e Deveres do Administrador Público são aqueles que expressos em lei, 
são impulsionados pela moral administrativa e os exigidos pelo interesse da 
coletividade. Fora dessa generalidade não se poderá indicar o que é Poder e o que é 
Dever do gestor público, porque, estando sujeito ao ordenamento jurídico geral e às leis 
administrativas especiais, só essas normas poderão catalogar, para cada entidade, órgão 
ou cargo, função, serviço ou atividade pública, os poderes e deveres de quem os exerce. 
 Sendo assim, cada agente administrativo é dotado é investido de necessária 
parcela de Poder Público para o desempenho de suas funções/atribuições. Esse Poder é 
de ser usado normalmente, como atributo do cargo ou da função, e não como privilégio 
da pessoa que o exerce. É exatamente esse Poder que empresta autoridade ao agente 
público quando recebe da lei a competência decisória e força para impor suas decisões 
aos administrados. 
 De acordo com o explicitado, quando despido da função ou fora do exercício do 
cargo, não pode usar da autoridade pública, nem mesmo invocá-la ao talante do seu 
capricho para superpor-se aos demais cidadãos. Tal conduta se praticada, configura-se 
no que chama-se de abuso de autoridade, definido pela Lei nº 4.089/65. 
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13 
 
6.1 Poder-Dever de Agir 
 
 O Poder-Dever de agir da autoridade administrativa é hoje reconhecido tanto pela 
doutrina como pela jurisprudência. O Poder tem para o agente público o significado de 
Dever para com a comunidade e para com os indivíduos, no sentido de quem o detém 
está sempre na obrigação de exercitá-lo. Não se compreenderia que uma autoridade 
pública – um Governador p.ex. – abrisse mão de seus poderes administrativos, deixando 
de praticar atos do seu dever funcional. O poder do administrador público, revestido ao 
mesmo tempo de Dever para a comunidade, é insuscetível de renúncia pelo titular. Tal 
atitude importaria fazer liberalidades com o direito alheio, o Poder Público não é, nem 
pode ser, instrumento de cortesia administrativas. 
 Se para o particular o poder de agir é uma faculdade, para o administrador público é 
uma obrigação de atuar, desde que se apresente o ensejo de exercita-lo em proveito e 
benefício da comunidade. 
 
6.2 Dever de Eficiência 
 
 O Dever de Eficiência foi erigido à categoria de Princípio constitucional, norteando 
toda atividade administrativa, com nova redação dada ao caput do art. 37 da CF/88, 
através da Emenda Constitucional nº 19. 
 Objetivando o cumprimento desse Dever, as alterações introduzidas no art.41 da 
CF/88, possibilita a dispensa do servidor público, mesmo estável, mediante 
procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma da Lei Complementar. 
 O que se entende por Eficiência Funcional, não está restrito à produtividade do 
exercente do cargo ou função, mas, também, a perfeição do trabalho adequando-se à 
técnica e aos fins visados pela Administração. 
 
6.3 Dever de Probidade 
 
 O Dever de Probidade está constitucionalmente integrado na conduta do 
administrador público como elemento necessário à legitimidade de seus atos. 
 A Lei nº 8.429/92, dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos 
de improbidade administrativa, que classifica em três espécies, a saber: A). os que 
importam Enriquecimento Ilícito (art.9º); B). os que causam prejuízo ao Erário (art.10); 
e C). os que atentam contra os Princípios da Administração Pública (art.11). 
 
6.4 Dever de Prestar Contas 
 
 O Dever de Prestar Contas é decorrência natural da administração como encargo de 
gestão de bens e interesses alheios. Se o administrador corresponde ao desempenho de 
um mandato de zelo e conservação de bens e interesses de outrem, manifesto é que 
quem o exerce deverá contas ao proprietário. 
 
7. Uso e Abuso de Poder 
 
 Nos Estados de Direito como nosso, a Administração Pública deve obediência à lei 
em todas as suas manifestações. 
 Direito Administrativo EeConcursos 
 
 
 
14 
 O poder administrativo concedido à autoridade pública tem limites certos e forma 
legal de utilização. Não sendo carta branca para arbítrios, violência, perseguições ou 
favoritismos governamentais. Qualquer ato de autoridade, para ser irrepreensível, deve 
conformar-se com a lei, com a moral da instituição e com o interesse público. Sem 
esses requisitos o ato administrativo expõe-se a nulidade. 
 
7.1 Uso do Poder 
 
 O uso do poder é prerrogativa da autoridade. Mas o poder há que ser usado 
normalmente, sem abuso. Usar normalmente o poder é empregá-lo segundo as normas 
legais, a moral da instituição, a finalidade do ato e as exigências do serviço público. 
Abusar do poder é empregá-lo fora da lei e sem utilidade pública. 
 O uso do poder será sempre lícito, ao contrário, o abuso de poder será ilícito. Daí 
porque todo ato abusivo é nulo, por excesso ou desvio de poder. 
 
7.2 Abuso do Poder 
 
 O abuso de poder ocorre quando a autoridade, embora competente para praticar o 
ato, ultrapassa os limites de suas atribuições ou se desvia das finalidades 
administrativas. 
 O abuso de poder tanto pode revestir a forma comissiva como omissiva, porque 
ambas são capazes de afrontar a lei e causar lesão a direito individual do administrado. 
 Adverte Caio Tácito8, que a inércia da autoridade administrativa, deixando de 
executar determinada prestação de serviço a que por lei é obrigado, lesa o patrimônio 
jurídico individual. Considerando-se como forma omissiva de abuso de poder, quer o 
ato seja doloso ou culposo. 
 Na nossa sistemática administrativa, o abuso de poder se apresenta de duas espécies 
distintas, bem caracterizadas: o excesso de poder e o desvio de finalidade. Nesse 
sentido, o excesso de poder caracteriza-se quando, a autoridade mesmo competente para 
a prática do ato, vai além do permitido e exorbita no uso das suas faculdades 
administrativas. 
 Já o desvio de finalidade ou de poder, verifica-se quando a autoridade, embora 
atuando nos limites de sua competência, pratica ato por motivos ou fins diversos dos 
objetivados pela lei ou exigidos pelo interesse público. 
 
 
 
 
 
 
8. Atos Administrativos 
 
O Conceito de ato administrativo é o mesmo de ato jurídico, do qual diferencia 
como uma categoria informada pela finalidade pública. Segundo a Lei Civil, “é ato 
jurídico todo aquele que tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, 
modificar ou extinguir direitos.” 
 
8 Caio Tácito. O Abuso de Poder Administrativo no Brasil. RDA 56/1. 
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15 
 Partindo dessa definição legal, podemos conceituar ato administrativo com os 
mesmo elementos fornecidos pela Teoria Geral do Direito, acrescentando-se, apenas, a 
finalidade pública que é própria da espécie e distinta do gênero ato jurídico, como 
acrescentam os administrativistas mais autorizados.9 
 Em outras palavras, ato administrativoé toda manifestação unilateral de 
vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato 
adquirir resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos direitos, ou 
impor obrigações aos administrados ou a si própria10. 
 Esse conceito, segundo a Doutrina, é restrito ao ato administrativo unilateral, 
ou seja, aquele que se forma com a vontade única da Administração, e que é o ato 
administrativo típico, e que focamos agora. Os atos bilaterais constituem os contratos 
administrativos, estudados em separado mais adiante. 
 A condição primeira para o surgimento do ato administrativo é que a 
Administração aja nessa condição, usando de sua supremacia de Poder Público, visto 
que algumas vezes nivela-se ao particular e o ato perde a característica administrativa, 
igualando-se ao ato jurídico privado; a segunda é que contenha manifestação de 
vontade apta a produzir efeitos jurídicos para os administrados, para a própria 
Administração ou para os seus servidores; a terceira é que provenha de agente 
competente, com finalidade pública e revestido de forma legal. Resumindo: 
 
 
CONDIÇÃO PARA SURGIMENTO DO ATO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Por aí se vê que o ato administrativo típico11 é sempre manifestação volitiva da 
Administração Pública, no desempenho de suas funções de Poder Público, visando a 
produzir algum efeito jurídico, que o distingue do fato administrativo, que, em si, é 
atividade pública material, desprovida de conteúdo de direito. 
 
8.1 Fato Administrativo 
 
9 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. MALHEIROS. 2001. Pág.138 
10 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. MALHEIROS. 2001. Pág.139 
11 Ato administrativo típico é derivado de manifestação volitiva da Administração na faculdade de sua 
atuação dentro das suas funções inerentes ao Poder Público, visando produzir algum efeito jurídico. 
2. contenha 
manifestação de 
vontade apta a 
produzir efeitos 
jurídicos para os 
administrados, para 
a própria 
Administração ou 
para os próprios 
servidores 
1. A Administração 
aja nessa condição, 
usando a supremacia 
do Poder Público. 
Exceção: Em certas 
condições nivelando-
se ao particular. 
3. provenha de 
agente 
competente, 
com finalidade 
pública e 
revestido de 
forma legal. 
 Direito Administrativo EeConcursos 
 
 
 
16 
 
 Fato administrativo é toda realização material da Administração em 
cumprimento de alguma decisão administrativa, tal como a construção de uma ponte, a 
instalação de um serviço público, etc. O fato administrativo como materialização da 
vontade administrativa é dos domínios da técnica e só reflexamente interessa ao Direito, 
em razão das conseqüências jurídicas que dele possam advir para a Administração e 
para os administrados. O que convém fixar é que o fato administrativo não se confunde 
com o ato administrativo, se bem que estejam intimamente relacionados, por ser este 
conseqüência daquele. O fato administrativo resulta sempre do ato administrativo que 
o determina. 
 
8.2 Requisitos 
 
 O exame do ato administrativo revela nitidamente a existência de cinco 
elementos, a saber: competência, finalidade, forma, motivo e objeto. Tais 
componentes, podem-se dizer, constituem a infra-estrutura do ato administrativo, seja 
ele vinculado ou discricionário, simples ou complexo, de império ou de gestão. 
 Além desses componentes, merecem apreciação, pelas implicações com a 
eficácia de certos atos, o mérito administrativo e o procedimento administrativo, 
elementos que embora não integrem sua contextura , concorrem para a sua formação e 
validade. 
 Sem a convergência desses elementos não se aperfeiçoa o ato e, 
conseqüentemente, não terá condições de eficácia para produzir efeitos válidos. Bastam 
essas considerações para realçar a importância do conhecimento desses componentes do 
ato administrativo e justificar as considerações que passaremos a tecer sobre os 
mesmos. 
 
8.2.1 Competência 
 
 Para a prática do ato administrativo a competência é a condição primeira de sua 
validade. Nenhum ato – discricionário ou vinculado – pode ser realizado validamente 
sem que o agente disponha de poder para praticá-lo. 
 Entende-se por competência administrativa o poder atribuído ao agente da 
Administração para o desempenho específico de suas funções. A competência resulta 
da lei e por ela é delimitada. Todo ato emanando de agente incompetente, ou realizado 
além do limite de que dispõe a autoridade incumbida de sua prática, é inválido, por lhe 
faltar um elemento básico de sua perfeição, qual seja, o poder jurídico para manifestar a 
vontade da Administração. Daí a oportuna advertência de Caio Tácito de que “não é 
competente quem quer, mas quem pode, segundo a norma do Direito”.12 
 A competência Administrativa sendo um requisito de ordem pública, é 
intransferível e improrrogável pela vontade do interessado. Pode, entretanto, ser 
delegada e avocada, desde que o permitam as normas reguladoras da Administração.13 
Sem que a lei faculte essa deslocação de função não é possível a modificação 
discricionária da competência, porque ela é elemento vinculado de todo ato 
administrativo, e, pois, insuscetível de ser fixada ou alterada ao nuto do administrador e 
ao arrepio da lei. 
 
 
12 Caio Tácito, O Abuso de Poder Administrativo no Brasil, Rio, 1959, p.27 
13 Caio Tácito, O Abuso de Poder Administrativo no Brasil, Rio, 1959, p.18 
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17 
8.2.2 Finalidade 
 
 Outro requisito necessário ao ato administrativo é a finalidade, ou seja, o 
objetivo de interesse público a atingir. Não se compreende ato administrativo sem fim 
público. A finalidade é assim elemento vinculado de todo ato administrativo – 
discricionário ou regrado – porque o Direito Positivo não admite ato administrativo sem 
finalidade pública ou desviado de sua finalidade específica. Desde que a 
Administração Pública só se justifica como fator de realização do interesse coletivo, 
seus atos hão de se dirigir sempre e sempre para um fim público, sendo nulos quando 
satisfizerem pretensões descoincidentes do interesse coletivo. 
 A finalidade do ato administrativo é aquela que a lei indica explícita ou 
implicitamente. Não cabe ao administrador escolher outra, ou substituir a indicada na 
norma administrativa, ainda que ambas colimem fins públicos. Neste particular, nada 
resta para a escolha do administrador, que fica vinculado integralmente a vontade 
legislativa. 
 
8.2.3 Forma 
 
 O revestimento exteriorizado do ato administrativo constitui requisito vinculado 
e imprescindível à sua perfeição, e, conseqüentemente à sua validade. Enquanto a 
vontade dos particulares pode manifestar-se livremente, a da Administração exige 
procedimentos especiais e forma legal para que se expresse validamente. Daí podermos 
afirmar que, se, no Direito Privado, a liberdade da forma do ato jurídico é regra, no 
Direito Público é exceção. Todo ato administrativo é, em princípio, formal. E 
compreende-se essa exigência, pela necessidade que tem o ato administrativo de ser 
contrasteado com a lei e aferido, freqüentemente, pela própria Administração e até pelo 
Judiciário, para verificação de sua validade. 
 Não se confunde, entretanto, simples defeito material na forma com relegação da 
própria forma; aquele é corrigível e não anula o ato (como Poe exemplo, um erro 
material em um Decreto expropriatório), esta é insuprível e nulificadora doato (como 
no mesmo exemplo; se a desapropriação for decretada por um ofício). 
 
 
8.2.4 Motivo 
 
 O motivo ou causa é a situação de direito ou de fato que determina ou autoriza a 
realização do ato administrativo. O motivo, como elemento integrante da perfeição do 
ato, pode vir expresso em lei como pode ser deixado ao critério do administrador. No 
primeiro caso será um elemento vinculado; no segundo, discricionário, quanto à sua 
existência e valoração.14 
 Denomina-se motivação a exposição ou indicação por escrito dos fatos e dos 
fundamentos jurídicos do ato (cf. art.50, caput, da Lei nº 9.784/99). Hoje, em face da 
ampliação do princípio do acesso ao judiciário (CF, art.5º, XXXV), conjugado com o da 
Moralidade Administrativa (CF, art.37, caput), a motivação é, em regra, obrigatória. Só 
não o será quando alei a dispensar ou se a natureza do ato for com ela incompatível. 
Portanto, na atuação vinculada ou discricionária, o agente da Administração, ao praticar 
o ato, fica na obrigação de justificar a existência do motivo, sem o quê o ato será 
 
14 CINTRA, Antônio Carlos de Araújo. Motivo e Motivação do Ato Administrativo. São Paulo, 1978. Pág. 
39 
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18 
inválido ou, pelo menos, invalidável, por ausência de motivação. Quando, porém, o 
motivo não for exigido para a perfeição do ato, fica o agente com a faculdade 
discricionária de praticá-lo sem motivação, mas, se o fizer, vincula-se aos motivos 
aduzidos, sujeitando-se à obrigação de demonstrar a sua efetiva ocorrência. 
 Senso assim, para a dispensa de um servidor exonerável ad nutum não há 
necessidade de motivação do ato exoneratório, mas, se forem dados os motivos, ficará a 
autoridade sujeita à comprovação de sua real existência. 
 
8.2.5 Objeto 
 
 Todo ato administrativo tem por objeto a criação, modificação ou comprovação 
de situações jurídicas concernentes a pessoas, coisas ou atividades sujeitas à ação do 
Poder Público. Nesse sentido, o objeto identifica-se com o conteúdo do ato, através do 
qual a Administração manifesta seu poder e sua vontade, ou atesta simplesmente 
situações preexistentes. 
 O objeto, nos atos discricionários, fica na dependência da escolha do Poder 
Público, constituindo essa liberdade opcional o mérito administrativo. Não se pode 
pois, em tal elemento, substituir o critério da Administração pelo pronunciamento do 
Judiciário, porque isto importaria revisão do mérito administrativo, por uma simples 
mudança de juízo subjetivo – do administrador pelo Juiz – sem qualquer fundamento 
em lei. 
 
8.3 Mérito do Ato Administrativo 
 
 O mérito administrativo, conquanto não se possa considerar requisito de sua 
formação, deve ser apreciado neste tópico, dada as suas implicações com o motivo e o 
objeto do ato e, conseqüentemente, com as suas condições de validade e eficácia. 
 O conceito de mérito administrativo é de difícil fixação, mas poderá ser 
assinalada sua presença toda vez que a Administração decidir ou atuar valorando 
internamente as conseqüências ou vantagens do ato. 
 O mérito administrativo consubstancia-se, portanto, na valoração dos motivos e 
na escolha do objeto do ato, feitas pela Administração incumbida de sua prática, quando 
autorizada a decidir sobre a conveniência, oportunidade e justiça doa to a realizar. Daí a 
exata afirmativa da Doutrina majoritária de que “o merecimento é aspecto pertinente 
apenas aos atos administrativos praticados no exercício de competência 
discricionária”.15 
Com efeito, nos atos vinculados, onde não há faculdade de opção do 
administrador, mas unicamente a possibilidade de verificação dos pressupostos de 
direito e de fato que condicionam o processus administrativo, não há de que falar em 
mérito, visto que toda atuação do Executivo se resume no atendimento das imposições 
legais. 
Em tais casos a conduta do administrador confunde-se com a do Juiz na 
aplicação da lei, diversamente no que ocorre nos atos discricionários, em que, além dos 
elementos sempre vinculados (competência, finalidade e forma), outros existem (motivo 
e objeto), em relação aos quais a Administração decide livremente, e sem possibilidade 
de correção judicial, salvo quando seu proceder caracterizar excesso de desvio de poder. 
 
 
15 M. Seabra Fagundes. “Conceito de Mérito no Direito Administrativo”, RDA 23/1-6 
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19 
9. Atributos dos Atos Administrativos 
 
 Os atos administrativos, como emanação do Poder Público, trazem em si certos 
atributos que os distinguem dos atos jurídicos privados e lhes emprestam características 
próprias e condições peculiares de atuação. Referimo-nos à presunção de legitimidade, 
à imperatividade e à auto-executoriedade. 
 
 
9.1 Presunção de Legitimidade 
 
 Os atos administrativos, qualquer que seja a sua categoria, nascem com 
presunção de legitimidade, independentemente de norma legal que assim estabeleça. 
Essa presunção decorre do princípio da legalidade da Administração, que, nos Estados 
de Direito, informa toda atuação governamental. Além disso, a presunção de 
legitimidade atende a exigências de celeridade e segurança das atividades do Poder 
Público, que não poderiam ficar na dependência da solução de impugnação dos 
administrados, quando à legitimidade de seus atos, para só após dar-lhes execução.16 
 
9.2 Imperatividade 
 
 A imperatividade é o atributo do ato administrativo que impõe a coercibilidade 
para o seu cumprimento ou execução. Esse atributo não está presente em todos os atos, 
visto que alguns (v.g., os atos enunciativos, os negociais) os dispensam, por 
desnecessário à sua operatividade, uma vez que os efeitos jurídicos do ato dependem 
exclusivamente do interesse do particular na sua utilização. 
 Os atos, porém, que consubstanciam um provimento ou uma ordem 
administrativa (atos normativos, ordinatórios, punitivos) nascem sempre com 
imperatividade, ou seja, com a força impositiva própria do Poder Público, e que obriga 
o particular ao fiel atendimento, sob pena de se sujeitar a execução forçada pela 
Administração (atos auto-executórios) ou pelo Judiciário (atos não-executórios). 
 A imperatividade decorre da só existência do ato administrativo, não 
dependendo da sua declaração de validade ou invalidade. Assim sendo, todo ato dotado 
de imperatividade deve ser cumprido ou atendido enquanto não for retirado do mundo 
jurídico por revogação ou anulação, mesmo porque as manifestações de vontade do 
Poder Público trazem em si a presunção de legitimidade. 
 
9.3 Auto-Executoriedade 
 
 A auto-executoriedade consiste na possibilidade que certos atos administrativos 
ensejam de imediata e direta execução pela própria Administração, independente de 
ordem judicial. 
 Realmente, não poderia a Administração bem desempenhar sua missão de 
autodefesa dos interesses sociais se, a todo momento, encontrando natural resistência do 
particular, tivesse que recorrer ao Judiciário para promover a oposição individual à 
atuação pública. 
 
 
 
16 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. MALHEIROS. 2001. Pág.148 
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20 
10. Classificação dos Atos Administrativos 
 
 A classificação dos atos administrativos não é uniforme entre os publicistas, 
dada a diversidade de critérios que podem ser adotados para o seu enquadramento em 
espécies ou categorias afins.17Esses agrupamentos, entretanto, são úteis para metodizar o estudo e facilitar a 
compreensão, o que nos leva a classificar os atos administrativos, inicialmente, quanto 
aos seus destinatários, em atos gerais e individuais; quanto ao seu alcance, em atos 
internos e externos; quanto ao seu objeto, em atos de império, de gestão e de 
expediente; quanto ao seu regramento em atos vinculados e discricionários. 
 
 
10.1 Atos Gerais e Individuais 
 
 ATOS GERAIS - Atos administrativos gerais ou regulamentares são aqueles 
expedidos sem destinatários determinados, com a finalidade normativa, alcançando 
todos os sujeitos que se encontrem na mesma situação de fato abrangida por seus 
preceitos. São atos de comando abstrato e impessoal semelhantes ao da lei, e, por isso 
mesmo, revogáveis a qualquer tempo pela Administração, mas inatacáveis por via 
judicial, a não ser pelo questionamento da constitucionalidade (art.102,I,”a”, da CF). 
 Como exemplos desses atos temos nos Regulamentos, nas Instruções 
Normativas (IN) e nas Circulares Ordinatórias de Serviço. 
 
 ATOS INDIVIDUAIS – Atos administrativos individuais ou especiais são 
todos aqueles que se dirigem a destinatários certos, criando-lhes situação jurídica 
particular. O mesmo ato pode abranger um ou vários sujeitos, desde que sejam 
individualizados. 
 Exemplo desses atos temos: os Decretos de Desapropriação, de Nomeação, de 
Exoneração, assim como as outorgas de Licença, Permissão e Autorização. 
 
 
10.2 Atos Internos e Externos 
 
 ATOS INTERNOS – São os destinados a produzir efeitos no recesso das 
repartições administrativas, e por isso mesmo incidem, normalmente, sobre os órgãos e 
agentes da Administração que os expediram. São os chamados atos de “operatividade 
caseira”, que não produzem efeitos em relação a estranhos. Esses atos têm sido 
utilizados pela Administração – diga-se pelas autoridades – de forma distorcida, pois, 
sua característica indica que seus efeitos só são extensivos às repartições públicas. 
Entretanto, as altas autoridades do Executivo têm se utilizado desse mecanismo para 
impor situações aos administrados em geral. É o exemplo das Portarias e Instruções 
Ministeriais, que só deviam impor aos seus servidores, mas, contém imposições aos 
cidadãos – especialmente em matéria fiscal -, próprias de atos externos. 
 
 
 
17 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. MALHEIROS. 2001. Pág.153 
 
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21 
 ATOS EXTERNOS – São considerados atos de efeitos externos, sendo todos 
aqueles que alcançam os administrados, os contratantes e, em certos casos, os próprios 
servidores, provendo sobre os seus direitos, obrigações, negócios ou conduta perante a 
Administração. Tais atos pela sua destinação, só entram vigor ou execução depois de 
divulgados pelo órgão oficial, dado o interesse do público no seu conhecimento. 
 A publicidade de tais atos é princípio de legitimidade e moralidade 
administrativa que se impõe tanto à Administração direta como indireta, porque ambas 
gerem bens e dinheiros públicos cuja a guarda e aplicação todos devem conhecer e 
controlar. 
 
10.3 Atos de Império, de Gestão e de Expediente 
 
 ATOS DE IMPÉRIO – Atos de império ou de autoridade são todos aqules que 
a Administração pratica usando de sua supremacia sobre os administrados ou servidores 
e lhes impõem obrigatório atendimento. É o que ocorre nas desapropriações, nas 
interdições de atividades, nas ordens estatutárias. 
 Tais atos podem ser gerais ou individuais, internos ou externos, mas sempre 
unilaterais, expressando a vontade onipotente do Estado e seu poder de coerção. São, 
normalmente, atos revogáveis e modificáveis a critério da Administração que o expediu. 
 
 ATOS DE GESTÃO – São aqueles em que a Administração pratica sem usar 
de sua supremacia sobre os destinatários. Tal ocorre nos atos puramente de 
administração dos bens e serviços públicos e nos negociais com os particulares, que 
não exigem coerção sobre os interessados. Esses atos são sempre de administração, 
mas nem sempre administrativos típicos, principalmente quando bilaterais, de 
alienação, oneração ou aquisição de bens, que se igualam ao Direito Privado, apenas 
antecedidos de formalidades administrativas para a sua realização (ex.: autorização 
legislativa, avaliação). 
 
ATOS DE EXPEDIENTE – Atos administrativos de expediente são todos 
aqueles que destinam a dar andamento aos processos e papéis que tramitam pelas 
repartições públicas, preparando-os para decisão de mérito a ser proferida pela 
autoridade competente. São atos de rotina interna , sem caráter vinculante e sem forma 
especial, geralmente praticados por servidores subalternos, sem competência decisória. 
Na prática de tais atos o Poder Público sujeita-se às indicações legais ou 
regulamentares e delas não se pode afastar ou desviar sem viciar irremediavelmente a 
ação administrativa. 
Tratando-se de atos vinculados ou regrados, impõe-se à Administração o dever 
de motivá-los, no sentido de evidenciar a conformação de sua prática com as exigências 
e requisitos legais que constituem pressupostos necessários de sua existência e validade. 
 
10.4 Atos Vinculados e Discricionários 
 
 ATO VINCULADO – Também chamado de regrado, são aqueles para os quais 
a lei estabelece os requisitos e condições de sua realização. Nessa categoria de atos, as 
imposições legais absorvem, quase que por completo, a liberdade do administrador, 
uma vez que sua atuação fica adstrita aos pressupostos estabelecidos pela norma legal 
para a validade da atividade administrativa. Desatendido qualquer requisito, 
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22 
compromete-se a eficácia do ato praticado, tornando-o passível de anulação pela 
Administração, ou pelo Judiciário, se assim o requerer o interessado. 
 Na prática de tais atos o Poder Público sujeita-se às indicações legais ou 
regulamentares e delas não se pode afastar ou desviar sem viciar irremediavelmente a 
ação administrativa. 
 Tratando-se de ato vinculado ou regrado, impõe-se à Administração o dever de 
motivá-lo, no sentido de evidenciar a conformação de sua prática com as exigências e 
requisitos legais que constituem pressupostos necessários de sua existência e validade. 
 
 ATO DISCRICIONÁRIO – São todos aqueles em que Administração pode 
praticar com liberdade de escolha de seu conteúdo, de seu destinatário, de sua 
conveniência, de sua oportunidade e do modo de sua realização. 
 A rigor, a discricionariedade não se manifesta no ato em si, mas sim no poder 
que tem a Administração de praticá-lo da maneira e nas condições que repute mais 
conveniente ao interesse público. 
 
11. Outras Classificações dos Atos Administrativos 
 
 Além da classificação precedente, temos que, outras ainda podem ser 
apresentadas, consoante diversos critérios pelos quais os Atos Administrativos são 
selecionados para fins de estudo. 
 
11.1 Ato Simples, Complexo e Composto (Quanto à formação do Ato) 
 
 ATO SIMPLES – É que resulta da manifestação de vontade de um único 
órgão, unipessoal ou colegiado. Não importa o número de pessoas que participem da 
formação do ato; o que importa é a vontade única que expressam para dar origem ao ato 
colimado pela Administração18. Tanto é ato administrativo simples o Despacho de um 
chefe de seção como a decisão de um conselho de contribuintes. 
 
 ATO COMPLEXO – É o que se forma pela conjugação de vontades de mais de 
um órgão administrativo. O essencial, nesta categoria de atos, é o concurso de 
vontades de órgãos diferentes para a formação de um único ato. 
 Nãose confunda ato complexo com procedimento administrativo. No ato 
complexo integram-se as vontades de vários órgãos para a obtenção de um mesmo ato; 
no procedimento administrativo praticam-se diversos atos intermediários e autônomos 
para a obtenção de um ato final e principal. Vejamos a diferença em claros exemplos: 
A investidura de um funcionário é um ato complexo consubstanciado na nomeação 
feita pelo Chefe do Executivo e complementado pela posse e exercício dados pelo 
Chefe da repartição em que vai servir o nomeado; por sua vez, a concorrência é um 
procedimento administrativo, porque, embora realizada por um único órgão, a ato final 
e principal (adjudicação da obra ou do serviço) é precedido de vários atos autônomos e 
intermediários (edital, verificação de idoneidade, julgamento das propostas) até chegar-
se ao resultado pretendido pela Administração. 
 
 
18 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. MALHEIROS. 2001. Pág.161 
 
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 ATO COMPOSTO – É o que resulta da vontade única de órgão, mas, depende 
da verificação por parte de outro, para se tornar exeqüível. Como exemplo, podemos 
citar uma autorização que dependa do visto de uma autoridade superior. Em tal caso a 
autorização é o ato principal e o visto é o complementar que lhe dar exeqüibilidade. 
 O ato composto distingue-se do ato complexo porque este só se forma mediante 
as vontades de órgãos diversos, ao passo que o ato composto é formado pela vontade 
única de um só órgão sendo apenas ratificado por uma autoridade. 
 
 
11.2 Ato Constitutivo, Extintivo, Declaratório, Alienativo, Modificativo 
ou Abdicativo (Quanto ao conteúdo) 
 
 ATO CONSTITUTIVO – É o que cria uma nova situação jurídica individual 
para os seus destinatários, em relação à Administração. Suas modalidades são 
variadíssimas, abrangendo mesmo a maior parte das declarações de vontade do Poder 
Público. São atos dessa categoria, as licenças, as nomeações de funcionários, as 
sanções administrativas e outros mais que criam direitos ou impõem obrigações aos 
particulares ou aos próprios servidores públicos. 
 
 ATO EXTINTIVO OU DESCONSTITUTIVO – É o que põe termo a 
situações jurídicas individuais, v.g., a cassação de autorização, a encampação de 
serviço de utilidade pública. 
 
 ATO DECLARATÓRIO – É o que visa a preservar direitos, reconhecer 
situações preexistentes ou, mesmo, possibilitar seu exercício. São exemplos desses atos 
a apostila de título de nomeação, a expedição de certidões e demais atos fundados em 
situações jurídicas anteriores. 
 
 ATO ALIENATIVO – É o que opera a transferência de bens ou direitos de um 
titular a outro. Tais atos em geral, dependem de autorização legislativa ao Executivo, 
porque sua realização ultrapassa os poderes ordinários de administração. 
 
 ATO MODIFICATIVO – É o que tem o fito de alterar situações preexistentes, 
sem suprimir direitos ou obrigações, como bem ocorre com aqueles que alteram 
horários, percursos, locais de reunião e outras situações anteriores estabelecidas pela 
Administração. 
 
 ATO ABDICATIVO – É aquele pelo qual o titular abre mão de um direito. A 
peculiaridade desse ato é seu caráter incondicionável e irretratável. Desde que 
consumado, o ato é irretratável e imodificável, como são as renúncias de qualquer tipo. 
Todo ato abdicativo a ser expedido pela Administração depende de autorização 
legislativa, por exceder da conduta ordinária do administrador público. 
 
 
11.3 Ato Válido, Nulo, e Inexistente (Quanto à eficácia) 
 
 ATO VÁLIDO – É o que provém de autoridade competente para praticá-lo e 
contém todos os requisitos necessários à sua eficácia. O ato válido pode, porém, ainda 
não ser exeqüível, por pendente de condição suspensiva ou termo não verificado. 
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 ATO NULO – É o que nasce afetado de vício insanável por ausência ou defeito 
substancial em seus elementos constitutivos ou no procedimento formativo. A nulidade 
pode ser explícita ou virtual. É explícita quando a lei a comina expressamente, 
indicando os vícios que lhe dão origem; é virtual quando a invalidade decorre da 
infringência de princípios específicos do Direito Público, reconhecidos por interpretação 
das normas concernentes ao ato. 
 Em qualquer desses casos, porém, o ato é ilegítimo ou ilegal e não produz 
qualquer efeito válido entre as partes, pela evidente razão de que não se pode adquirir 
direitos contra a lei.19 A nulidade, todavia, deve ser Reconhecida e proclamada pela 
Administração ou pelo Judiciário, não sendo permitido ao particular negar 
exeqüibilidade ao ato administrativo, ainda que nulo, enquanto não for regularmente 
declarada sua invalidade, mas essa declaração opera ex tunc, isto é, retroage às suas 
origens e alcança todos os seus efeitos passados, presentes e futuros em relação às 
partes, só se admitindo exceção para com os terceiros de boa-fé, sujeitos às suas 
conseqüências reflexas. 
 A Lei Federal nº 9.784/99 admite a convalidação do ato administrativo, dizendo: 
“Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem 
prejuízos a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser 
convalidados pela própria Administração”(art.55). 
 
 ATO INEXISTENTE – É o que apenas tem aparência de manifestação regular 
da Administração, mas não chega a se aperfeiçoar como ato administrativo. É o que 
ocorre, por exemplo, com o “ato” praticado por um usurpador de função pública. 
Tais atos em nosso Direito, equiparam-se aos atos nulos, sendo, assim, irrelevante e sem 
interesse prático a distinção entre nulidade e inexistência, porque ambas conduzem ao 
mesmo resultado – a invalidade – e subordinam-se às mesmas regras de invalidação. 
Ato inexistente ou ato nulo é ato ilegal e imprestável, desde o seu nascedouro. 
 
 
 
 
11.4 Ato Perfeito, Imperfeito, Pendente e Consumado (Quanto à 
exeqüibilidade) 
 
 ATO PERFEITO - É aquele que reúne todos os elemntos necessários à sua 
exeqüibilidade ou operatividade, apresentando-se apto e disponível para produzir seus 
regulares efeitos. 
 
 ATO IMPERFEITO – É o que se apresenta incompleto na sua formação ou 
carente de um ato complementar para tornar-se exeqüível ou operante. 
 
 ATO PENDENTE – É aquele que, embora perfeito, por reunir todos os 
elementos de sua formação, não produz efeitos, por não verificado o termo ou a 
condição de que depende sua exeqüibilidade ou operatividade. O ato pendente 
pressupõe sempre um ato perfeito, apenas não se verifica de início o termo ou a 
condição pendente para a sua exeqüibilidade. 
 
19 STF, RDA 38/259, 51/274; TASP, RT 299/518. 
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 ATO CONSUMADO – É o que produz todos os seus efeitos, tornando-se, por 
isso mesmo, irretratável ou imodificável. 
 
 
11.5 Ato Irrevogável, Revogável e Suspensível (Quanto à 
retratabilidade) 
 
 ATO IRREVOGÁVEL - É aquele que se tornou insuscetível de revogação 
(não confundir com anulação), por ter produzido seus efeitos ou gerado direitos 
subjetivos para o beneficiário ou, ainda, por resultar de coisa julgada administrativa. 
Advirta-se, nesse passo, que a coisa julgada administrativa só o é para Administração, 
uma vez que não impede a reapreciação judicial do ato. 
 A decisão administrativa, ainda que final, não produz coisa julgada em sentido 
próprio, mas opera a irretratabilidade do ato pelaAdministração. 
 A tendência moderna é considerar-se a irrevogabilidade do ato administrativo 
como regra e a revogabilidade como exceção, para dar-se cada vez mais estabilidade 
às relações entre a Administração e os administrados.20 
 
 ATO REVOGÁVEL – É aquele que a Administração, e somente ela, pode 
invalidar, por motivos de conveniência, oportunidade ou justiça (mérito administrativo). 
Nesses atos devem ser respeitados todos os efeitos já produzidos, porque decorrem de 
manifestação válida da Administração (se o ato for ilegal, não enseja revogação e sim 
anulação), e a revogação só atua ex nunc. 
 Em princípio todo ato administrativo é revogável até que se torne irretratável 
para a Administração, quer por ter exaurido seus efeitos ou seus recursos, quer por ter 
gerado direito subjetivo para o beneficiário, interessado na sua manutenção. 
 
 ATO SUSPENSÍVEL – É aquele em que a Administração pode fazer cessar os 
seus efeitos, em determinadas circunstâncias ou por certo tempo, embora mantendo o 
ato para oportuna restauração de sua operatividade. 
 Difere a suspensão da revogação, porque esta retira o ato do mundo jurídico, ao 
passo que aquela susta, apenas, a sua exeqüibilidade. Em geral a suspensão do ato cabe 
à própria Administração, mas, por exceção, em mandado de segurança e em certas ações 
(interditos possessórios, nunciação de obra nova e ações cautelares) é admissível a 
suspensão do ato administrativo pelo Judiciário. 
 
11.6 Ato auto-Executório e não Auto-Executório (Quanto ao modo de 
execução) 
 
 ATO AUTO-EXECUTÓRIO – É aquele que traz em si a possibilidade de ser 
executado pela própria Administração, independentemente de ordem judicial. Tais atos 
são, na realidade, auto-executáveis, como já discorremos anteriormente sobre as 
características gerais dos atos administrativos (ver auto-executoriedade, pág. 18). 
 
 ATO NÃO AUTO-EXECUTÓRIO – É o que depende de pronunciamento 
judicial para a produção de seus efeitos finais, tal como ocorre com a dívida fiscal, cuja 
 
20 AGUSTIN. A. Gordillo. El Acto Administrativo. Buenos Aires, 1969, pág.143 
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execução é feita pelo Judiciário, quando provocado pela Administração interessada na 
sua efetivação. 
 
 
11.7 Ato Constitutivo, Desconstitutivo e de Constatação (Quanto aos 
seus efeitos) 
 
 ATO CONSTITUTIVO – É aquele pelo qual a Administração cria, modifica 
ou suprime um direito do administrado ou de seus servidores. Tais atos, ao mesmo 
tempo que geram um direito para uma parte, constituem obrigação para outra. 
 
 ATO DESCONSTITUTIVO – É aquele que desfaz uma situação jurídica 
preexistente. Geralmente, vem precedido de um processo administrativo com 
tramitação idêntica à que deu origem ao ato desfeito. 
 
 ATO DE CONSTATAÇÃO – É aquele pelo qual a Administração verifica e 
proclama uma situação fática ou jurídica ocorrente. Tais atos, vinculam a 
Administração que os expede, mas não modificam, por si sós, a situação constatada, 
exigindo um outro ato constitutivo ou desconstitutivo para alterá-la. Seus efeitos são 
meramente verificativos 
 
 
12. Espécies de Atos Administrativos 
 
 Vejamos agora os aspectos com que se apresentam na prática, enquadrando-os 
pelos caracteres comuns e pelos traços individuais que os distinguem, nas espécies 
correspondentes, segundo o fim imediato a que se destinam e o objeto que encerram. 
 
 
 
 
12.1 Atos Normativos 
 
 São aqueles que contêm um comando geral do Executivo, visando a correta 
aplicação da lei. O objetivo imediato de tais atos, é explicitar a norma legal a ser 
observada pela Administração e pelos administrados. 
 A essa categoria pertencem: Decretos Regulamentares, Regimentos, 
Resoluções, Instruções Normativas, Deliberações e Portarias de Conteúdo Geral. 
 
 
12.2 Atos Ordinatórios 
 
São os que visam disciplinar o funcionamento da Administração e a conduta 
funcional de seus agentes. São provimentos, determinações ou esclarecimentos que se 
endereçam aos servidores públicos a fim de orientá-los no desempenho de suas 
atribuições. Dentre os atos ordinatórios de maior freqüência e utilização na prática 
podemos mencionar: as Instruções, as Circulares, os Avisos, as Portarias, as Ordens 
de Serviço, os Ofícios e os Despachos. 
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12.3 Atos Negociais 
 
 Além daqueles que encerram um mandamento geral (Normativos e 
Ordinatórios), outros são praticados contendo uma declaração de vontade do Poder 
Público e coincidente com a vontade do particular, visando a concretização de 
negócios jurídicos públicos ou atribuição de certos direitos ou vantagens ao interessado. 
 Diante de tal conceituação, temos que são considerados atos negociais públicos, 
a Licença, Autorização, Permissão, Admissão, Visto, Aprovação, Homologação, 
Dispensa, Renúncia e até mesmo Protocolo Administrativo. 
 
*Observação: A Autorização é ato discricionário em que Administração age de 
acordo com a conveniência e oportunidade, ou seja, se o interessado cumprir com 
todas as exigências legais para obtenção de uma Autorização, caberá a 
Administração decidir dentro da sua conveniência e oportunidade (discricionário). 
De forma diversa, ocorre com a Licença e a Admissão, em que, satisfeitas as 
prescrições legais, fica a Administração obrigada a LINCECIAR ou ADMITIR. 
 
 
12.4 Atos Enunciativos 
 
 São aqueles que enunciam uma situação existente, sem qualquer manifestação 
de vontade da Administração. São considerados atos administrativos em sentido 
formal, visto que materialmente não contêm manifestação da vontade da 
Administração. 
 Portanto, atos enunciativos são todos aqueles em que a Administração se limita a 
certificar ou atestar um fato, ou emitir uma opinião sobre determinado assunto, sem se 
vincular ao seu enunciado. Dentre eles, podemos citar as Certidões, os Atestados, os 
Pareceres Administrativos. 
 
 
12.5 Atos Punitivos 
 
 Atos administrativos punitivos são os que contêm uma sanção imposta pela 
Administração àqueles que infringirem disposições legais, regulamentares ou 
ordinatórias dos bens ou serviços públicos. Visam punir e reprimir as infrações 
administrativas ou a conduta irregular dos servidores ou particulares perante a 
Administração. 
 Vale ressaltar que, existem duas modalidades de atos punitivos, a saber: externo 
e interno. A punição externa é endereçada ao administrado, e por isso mesmo, 
vinculada em todos os seus termos à forma legal que a estabelecer, ao passo que, a 
punição interna, sendo, de caráter eminentemente disciplinar e endereçada aos 
servidores públicos, é discricionária quanto á oportunidade, conveniência e valoração 
dos motivos que a ensejaram. 
 Dentre os atos administrativos punitivos de atuação externa, merecem destaque a 
Multa, a Interdição de Atividades e a destruição de coisas. 
 
 
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13. Contratos Administrativos 
 
 A Teoria Geral do Direito informa que, contrato é todo acordo de vontades, 
firmado livremente pelas partes, para criar obrigações e direitos recíprocos. Nesse 
sentido, todo contrato é negócio jurídico bilateral e comutativo, isto é, realizado entre 
pessoas que se obrigam a obrigações mútuas e equivalentes em encargos e vantagens. 
 Como pacto consensual, pressupõe liberdade e capacidade jurídica das partes 
para se obrigarem validamente. Sendo assim, requer, objeto lícito, possível e forma 
prescrita ou não vedada em lei.

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