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JOSÉ DAVID PINHEIRO SILVÉRIO FINANCEIRO DIREITO @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br Advogado da União. Coordenador de Contencioso Administra�vo Subs�tuto no Departamento de Assuntos Extrajudiciais da Consultoria- Geral da União (DEAEX/CGU), com atuação perante o Conselho Nacional de Jus�ça (CNJ), Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (CFOAB), Tribunal de Contas da União (TCU), bem assim em demandas afetas ao combate à corrupção e ao desvio de recursos públicos. Membro da Comissão Permanente de Convênios e Instrumentos Congêneres (CPCIC/CGU) e da Comissão Permanente de Defesa da Probidade e Repressão de Ilícitos (CPDPRI/CGU), ambas da Consultoria-Geral da União. Ex- Advogado Público Municipal. Ex-Consultor Jurídico de en�dades do Terceiro Setor. Pós-graduado em Direito do Estado. Pós-graduado em Direito Cons�tucional. Pós-graduando em Direito Digital e compliance. MBA em Gestão Pública. Aprovado em 10 (dez) concursos jurídicos, a saber: Advocacia-Geral da União (Advogado da União), PGE-AM (procurador do Estado), PGM-Eusébio (procurador do Município), ARCE (procurador autárquico), CEF (advogado), ECT (advogado), CAGECE (advogado), AL-CE (analista legisla�vo – área do Direito), TRF-1 (analista judiciário – área judiciária) e TRF-5 (analista judiciário – área judiciária). Autor do livro O direito à prova em face do contraditório na perspec�va dos direitos fundamentais. Autor de ar�gos e pareceres jurídicos. @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br Autor: JOSÉ DAVID PINHEIRO SILVÉRIO Professor de Direito Administra�vo e Direito Financeiro 3 Apresentação O Mege atua em determinados certames que cobram com maior regularidade questões de Direito Financeiro. Em especial, citamos as nossas turmas de Advocacias Públicas, onde a matéria ganha um destaque decisivo na vida do concurseiro. Diante disso, decidimos oferecer aos nossos seguidores um apoio especial na matéria. Em uma leitura obje�va tentamos sinte�zar, em cerca de 30 páginas, as principais informações cobradas em concursos públicos. Não se procura nesta proposta esgotar o conteúdo (longe disso), a intenção é facilitar o estudo de quem precisa de uma leitura rápida, seja para uma semana de prova obje�va ou até mesmo diante de um ponto de prova oral. Trata-se de um auxílio pensado para desmis�ficar as informações básicas que podem aparecer em prova. O professor David Pinheiro, que enobrece a nossa equipe de Advocacia Pública, reuniu com carinho as informações aqui veiculadas. Desde já, agradecemos por baixar o material e esperamos que ele possa ser ú�l nos próximos desafios. Contem sempre com o Mege! Arnaldo Bruno Oliveira Fundador do Mege @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br 4 ATENÇÃO! DOUTRINA 1.1 Direito financeiro O Direito financeiro no Brasil foi objeto de sistema�zação em 1964, mediante a edição da Lei nº 4.320/64, que delimitou o objeto do direito financeiro, trazendo as primeiras normas gerais da matéria. Quais os debates anteriores? Ø Cons�tuição de 1824: questões a�nentes à discriminação de rendas e à divisão da arrecadação tributária entre o Governo Geral e as Províncias; Ø Temas centrais: relacionado com a necessidade de garan�r receitas aos entes da Federação; Ø Melhor obtenção de receitas por parte do Estado: meio de viabilizar e assegurar a autonomia polí�ca administra�va dos Entes polí�cos. Qual o quadro antes da Lei nº 4.320/64? Ausência de separação clara e didá�ca entre Direito financeiro e Direito tributário. Dois anos depois, o Código Tributário Nacional (CTN) foi publicado, deixando-se clara a dis�nção entre: Ø Exercício da tributação: Direito tributário; Ø Finanças públicas: Direito financeiro. Seguindo essa linha de garan�r autonomia ao Direito financeiro em relação ao Direito tributário, a CRFB/88 dispôs, em seu ar�go 24, I que “compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: I – direito tributário, financeiro (...)”. Quais as fontes do Direito financeiro? Dividem-se em “primárias” (legislação e diplomas norma�vos que têm vigor de lei – inovam no Ordenamento Jurídico) e “secundárias” (demais estatutos regradores da conduta humana, porém com norma�vidade subme�da à observância das disposições legais, podendo conter preceitos gerais e abstratos ou individuais e concretos – não inovam na ordem jurídica). - FONTES PRIMÁRIAS: a) CRFB/88: há inúmeras previsões cons�tucionais sobre Direito financeiro (arts. 70 a 75; 157 a 162; 163; 164; 165 a 169). Memorizar tais disposi�vos, já que “despencam” em provas. @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br 1. Finanças públicas na Cons�tuição de 1988 5 ATENÇÃO! @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br b) Leis Complementares: a própria CRFB dispõe que, em determinados casos sobre Direito financeiro (arts. 163 e 165, §9º), a matéria submete-se à reserva de lei complementar. Com o advento da CRFB/88, tanto o Código Tributário Nacional (Lei nº 5.172/66) quanto a Lei 4.320/64 foram recepcionados com status de Lei Complementar (ADI 1726). Já com a LRF (LC nº 101/2000), a disciplina das finanças públicas passou a ter maior controle e transparência. Nem todas as matérias de direito financeiro reservadas à regulamentação por lei complementar foram abarcadas pela LRF e pela Lei 4.320/64. Cite-se como exemplo a lei complementar de que trata o art. 165, §9º, I da CF/88 que exige a regulamentação da vigência, dos prazos, da elaboração e da organização das leis orçamentárias. Enquanto não regulamentada a matéria, devem ser aplicados os prazos de vigência con�dos no art. 35 do ADCT. c) Leis Ordinárias: os seus principais exemplos são a Lei do Plano Plurianual (PPA), Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), Lei Orçamentária Anual (LOA). d) Leis Delegadas: tais instrumentos norma�vos são de pouca valia e incidência na a�vidade financeira do Estado, tendo em vista as seguintes vedações cons�tucionais: Ø Art. 68, § 1º, caput: proíbe a edição de leis delegadas sobre matérias reservadas à lei complementar; Ø Art. 68, § 1º, inciso III: veda a delegação alusiva aos planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos; Logo, considerando que substancial parcela do Direito financeiro é reservada à lei complementar e gira em torno de PPA, LDO e LOA, tem-se que as poucas matérias restantes podem, em tese, ser objeto de leis delegadas, desde que, por óbvio, observados os impedimentos cons�tucionais supracitados. e) Medida Provisória: a leitura associada do preceito norma�vo inserido no art. 62, § 1º, inciso II c/c (combinado com) o art. 62, § 1º, alínea “d”, ambos da CRFB/88, resulta na proibição de medidas provisórias sobre matérias reservadas à lei complementar e sobre matérias a�nentes a PPA, LDO, LOA, créditos adicionais e suplementares, salvo nas hipóteses previstas no art. 167 § 3º (para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública). Em assim sendo, é forçoso concluir que, por via de regra, não se admite medida provisória em sede de Direito financeiro, exceto em relação ao conteúdo norma�vo do art. 167, 6 ATENÇÃO! ATENÇÃO! § 3º da CRFB/88, dantes mencionado, o qual, aliás, traz situações inerentes à edição de “crédito extraordinário”, que será melhor estudado em tópico próprio ADI 4048 e ADI 4049: Em ambos os julgamentos foi analisada a mesma situação fá�co-jurídica, qual seja: “as medidas provisórias podem ser editadas em toda situação de relevância e urgência ou apenas nas estritas hipóteses declinadas no art. 167, § 3º da CRFB? Firmou-se, nas duasocasiões, a tese de que só serão cabíveis medidas provisórias para as situações semelhantes às previstas no art. 167, § 3º da CRFB. Note, aluno MEGE, que a tese vitoriosa exarou interpretação conforme a Cons�tuição para aceitar a edição de medidas provisória “apenas para atender a despesas imprevisíveis e urgentes”, como as (leia-se situações semelhantes) “de guerra, comoção interna ou calamidade pública”. - FONTES SECUNDÁRIAS: a) Decretos: como cediço, são atos de competência exclusiva da lavra do chefe do Poder Execu�vo, insusce�veis de delegação e vocacionados a emprestar fiel execução às leis despidas de autoexecutoriedade. Em outras palavras, representam-se por atos decorrentes do Poder Regulamentar da Administração Pública, uma vez que tendentes a regulamentar uma lei, caracterís�ca que os posicionam abaixo da lei, portanto, têm natureza jurídica de atos infralegais e inaptos a inovar na ordem jurídica. Grosso modo, há uma subdivisão em decreto regulamentar (art. 84, IV da CRFB) e decreto autônomo (art. 84, VI da CRFB). Levando em conta que este só pode tratar de “organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou ex�nção de órgãos públicos” e/ou “ex�nção de funções ou cargos públicos, quando vagos”, não há espaço para se baixar decreto autônomo em matéria de Direito financeiro. Por conseguinte, apenas será cabível o decreto regulamentar. b) Resoluções: são deliberações advenientes do Congresso Nacional ou, isoladamente, do Senado Federal ou da Câmara dos Deputados, que não observam o devido processo legisla�vo (rito para a elaboração de leis), desse modo, por evidente, não ostentam natureza jurídica de lei, tampouco são subme�das à sanção presidencial, cuja promulgação promana (tem origem) da Mesa da Casa legisla�va que as expedir. Tais par�cularidades, no entanto, não re�ram a sua importância para o Direito financeiro, notadamente no que tange às Resoluções do Senado Federal, mediante o exercício @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br 7 de sua competência priva�va para tratar das matérias pormenorizadas no art. 52, incisos V, VI, VII, VIII, IX da CRFB. Sublinhe-se, ainda, as Resoluções 42 e 43/Senado Federal sobre a regulamentação do limite de endividamento dos Estados e Municípios. c) Atos norma�vos: são atos infralegais exarados por autoridades administra�vas para o fito (obje�vo) de complementar a lei ou o decreto, conferindo eficácia e adequação para as suas unidades administra�vas. Não se pode perder de vista, por per�nente, a relevância das resoluções dos Tribunais de Contas, já que indicam, dentre outros, boas prá�cas de gestão administra�va, eficiência e transparência dos gastos públicos. d) Decisões administra�vas: referem-se às decisões dos órgãos de controle interno (Controladorias, Procuradorias e afins) e externo (vide a expressiva atuação dos Tribunais de Contas neste par�cular) da Administração Pública. Todas elas servem de fontes orientadoras da atuação administra�va. e) Decisões judiciais – Judicialização das polí�cas públicas: é digna de nota a afirmação no sen�do de que cresce a cada dia, de forma ver�ginosa, o fenômeno da “judicialização das polí�cas públicas”, daí decorrendo verdadeira transmutação do orçamento aprovado pelo Poder Legisla�vo, este o qual, repise-se, detém natureza jurídica de lei. Impende elucidar, no ponto, que a temá�ca subjacente (tema de fundo) é tratada ro�neiramente no dia a dia dos Advogados Públicos de todas as esferas (federal, estadual, distrital e municipal). Não há rés�a de dúvida de que o tema é palpitante e merece um preciso aprofundamento a ser levado a efeito no vindouro curso de 2ª fase. Porém, não se pode ignorar que há alguns pressupostos, conceitos e jurisprudências passíveis de cobrança na 1ª fase, ensejando, pois, a confecção de observações pontuais a respeito, nas linhas que se seguem: Quais os pressupostos da judicialização das polí�cas públicas? Nos termos do art. 2º da CF/88, são Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legisla�vo, o Execu�vo e o Judiciário. Cuida-se, portanto, do princípio da separação dos poderes, que, diga-se de passo, ostenta índole de cláusula pétrea, a teor da regra insculpida no art. 60, § 4º, III da CRFB. Remonta a Montesquieu a lição de que cabe ao Legisla�vo legislar, Execu�vo executar e Judiciário julgar. Logo, não se pode perder de vista que, tomando como exemplo a polí�ca pública da saúde, o art. 196 da CRFB prevê que a sua garan�da de prestação pelo Estado será realizada mediante polí�cas sociais e econômicas. Desse comando norma�vo, verificam-se duas atuações: (i) a do Legisla�vo (mediante lei, regulamentar a polí�ca e emi�r autorização orçamentária) (ii) e a do Execu�vo (implementar a polí�ca pública de saúde). Consequentemente, não se vislumbra (percebe) uma atuação direta e imediata do Poder Judiciário neste par�cular. No entanto, o Supremo Tribunal Federal (STF) admite, @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br 8 excepcionalmente, a judicialização de polí�cas públicas, desde que observados os seguintes requisitos (RE 440028/SP): (a) natureza cons�tucional da polí�ca reclamada; (b) manifesta omissão estatal ou prestação deficiente (vedação à proteção insuficiente), desde que não haja jus�fica�va obje�va e razoável para o mento; (c) a polí�ca pública reclamada deve se reves�r em direito fundamental. O Superior Tribunal de Jus�ça (STJ), por seu turno, também acolhe a “judicialização” e acrescenta um requisito: não houver comprovação obje�va (fá�ca e não meramente jurídica) da incapacidade econômico-financeira da pessoa estatal. “ADMINISTRATIVO. CONTROLE JUDICIAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS. POSSIBILIDADE EM CASOS EXCEPCIONAIS - DIREITO À SAÚDE. FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS. MANIFESTA NECESSIDADE. OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA DE TODOS OS ENTES DO PODER PÚBLICO. NÃO OPONIBILIDADE DA RESERVA DO POSSÍVEL AO MÍNIMO EXISTENCIAL. NÃO HÁ OFENSA À SÚMULA 126/STJ. 1. Não podem os direitos sociais ficar condicionados à boa vontade do Administrador, sendo de suma importância que o Judiciário atue como órgão controlador da a�vidade administra�va. Seria uma distorção pensar que o princípio da separação dos poderes, originalmente concebido com o escopo de garan�a dos direitos fundamentais, pudesse ser u�lizado justamente como óbice à realização dos direitos sociais, igualmente importantes. 2. Tratando-se de direito essencial, incluso no conceito de mínimo existencial, inexis�rá empecilho jurídico para que o Judiciário estabeleça a inclusão de determinada polí�ca pública nos planos orçamentários do ente polí�co, mormente quando não houver comprovação obje�va da incapacidade econômico-financeira da pessoa estatal.” (STJ - AgRg no REsp: 1107511 RS 2008/0265338-9, Relator: Ministro HERMAN BENJAMIN, Data de Julgamento: 21/11/2013, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 06/12/2013) (destacou-se) Noutro vér�ce, porém, a orientação ins�tucional dos órgãos de representação judicial (Procuradorias) é de que a “judicialização das polí�cas públicas” implica grave ofensa ao princípio da harmonia e independência dos poderes (sinônimo do princípio da separação dos poderes). A propósito disso, segundo o STF, não há direito, valor ou princípio absoluto, notadamente em razão do princípio da unidade da cons�tuição (inexistência de hierarquia entre princípios cons�tucionais). Com base nisso, caberá ao Estado formular as “escolhas trágicas” fundamentadas no princípio da reserva do possível. Aliás, já se disse com acerto que o reconhecimento de que todas as dimensões dos direitos fundamentais têm custos públicos empresta especial relevo ao tema da reserva dopossível, pois a escassez dos recursos faz com que o Poder Público leve a cabo “escolhas aloca�vas”, é dizer: aferindo-se as necessidades públicas, consulta ao interesse público, que a formulação de polí�cas sociais e econômicas voltadas à implementação dos direitos sociais @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br 9 devem ser escolhas de quais demandas serão prestadas pelo Estado. Nesse viés é que surgem as “escolhas trágicas”, tendo em vista que a escolha da des�nação de recursos para uma polí�ca e não para a outra leva em consideração o número de cidadãos a�ngidos pela polí�ca eleita, a eficácia do serviço a ser prestado, a maximização dos resultados etc. Doutrinariamente, importa consignar que CANOTILHO ques�ona a validade do princípio da universalidade para os direitos sociais (p. ex., saúde e educação), porquanto as necessidades são infinitas ao passo que os recursos são escassos. Quais os conceitos-chave sobre a judicialização das polí�cas públicas? Alguns conceitos foram tratados pela primeira vez (ou de forma mais aprofundada) pelo STF na Suspensão de Tutela Antecipada 175 e pela doutrina nacional na consubstancial obra de Gilmar Ferreira Mendes e Paulo Gustavo Gonet Branco (in Curso de Direito cons�tucional). Aliás, é nelas que se podem consultar os significados de “macrojus�ça”, “microjus�ça”, “minimum core approach” e “metodologia fuzzy”. Vejamos um a um: Ÿ Macrojus�ça: realizada pelo Poder Execu�vo com fulcro na “jus�ça distribu�va”, consiste em �picas opções polí�cas em vista do bem comum, tomando por base a amplitude global da polí�ca pública e os seus potenciais des�natários. Ÿ Microjus�ça: realizada pelo Poder Judiciário, que está vocacionado apenas a solucionar o caso concreto (em regra, individual) a par�r de sua visão míope da realidade lato sensu da polí�ca reclamada e à míngua (despida) de aferição acerca do prejuízo à polí�ca pública como um todo, resultante da efe�vação dos provimentos judiciais. Ÿ Minimum core approach: é o mínimo existencial ou abordagem do núcleo mínimo, é dizer, trata-se do núcleo essencial (portanto, mínimo) que é intangível, devendo- se manter incólume (ileso) quando em contraste com a reserva do possível (ra�o decidendi da ADPF 45). Sem a garan�a desse núcleo essencial, esvazia-se o conteúdo norma�vo do direito e há inadimplemento do Poder Público no que toca ao respec�vo mandamento cons�tucional. Ÿ Metodologia fuzzy: também conhecida como “fuzzismo”. Cuida-se de expressão cunhada por José Joaquim Gomes CANOTILHO para cri�car o avanço desmedido do a�vismo judicial, que se imiscuindo (subs�tuindo) ao Poder Execu�vo, promove a seu talante (arbítrio) e de forma míope, a implementação dos direitos econômicos, sociais e culturais. Entretanto, tal atuação é marcada pela nota da “imprecisão metodológica”, uma vez que os juristas não sabem o que fazem e desconhecem os impactos de suas decisões no que tange à universalidade da polí�ca pública, máxime (especialmente) quando abordam complexos problemas dos direitos econômicos, sociais e culturais (cf. Metodología 'Fuzzy' y 'Camaleones Norma�vos' en la Problemá�ca Actual de los Derechos Económicos, Sociales y Culturales). Ÿ @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br 10 Quais as premissas do Direito Financeiro? Segundo o famigerado (famoso) conceito de orçamento público talhado por Ricardo Lobo Torres, sobrelevam-se 2 (dois) pressupostos do Direito Financeiro: ü Recursos limitados: é ressabido que as necessidades públicas são infinitas, mas os recursos financeiros são escassos. Paralelamente a isso, não se pode negar que a sa�sfação daquelas passam pelo gerenciamento destes, porquanto (visto que) toda polí�ca social tem um custo. A par�r dessa constatação, a doutrina germânica engendrou (produziu) a teoria da “reserva do possível”. Inicialmente, a referida teoria foi importada para o Brasil, sem os necessários temperamentos, de modo a conformá-la à realidade social brasileira. Hodiernamente, um pouco mais amadurecida, a “reserva do possível” con�nua sendo aplicada pelos Tribunais brasileiros, mas, essencialmente, desde que atendidas algumas condicionantes impostas pelo STF e pelo STJ, já tratadas em linhas anteriores. Relembre-se: Ø diante de manifesta omissão estatal ou prestação deficiente, deve haver jus�fica�va obje�va e razoável para o inadimplemento (STF, RE 440028/SP); Ø não esvazie o núcleo intangível do direito fundamental, ou seja, desde que reste assegurado o mínimo existencial (STF, ADPF 45); Ø houver comprovação obje�va (fá�ca e não meramente jurídica) da incapacidade econômico-financeira da pessoa estatal. (STJ, AgRg no REsp: 1107511-RS, 2ª Turma). Escolhas trágicas: já suficientemente abordado acima nos pressupostos da judicialização das polí�cas públicas. 1.1.1 Conceito “O direito financeiro consiste no ramo do direito público que estuda as finanças do Estado em sua estreita relação com a a�vidade financeira. Ou seja, é o conjunto de regras e princípios que estuda a a�vidade financeira do Estado, compreendida esta como receita, despesa, orçamento e crédito públicos.” (LEITE, Harrison) “O direito financeiro visa à disciplinar a a�vidade financeira do Estado, estabelecendo regras rela�vas aos três pilares dessa a�vidade: orçamento, receita e despesa públicos.” (PISCITELLI, Ta�ane) @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br 11 ATENÇÃO! Há divergência doutrinária em relação aos pilares do Direito financeiro, pois, para HARRISON LEITE são 4 (quatro) enquanto para TATHIANE PISCITELLI são 3 (três). 1.1.2 Objeto Tratamento da a�vidade financeira do Estado, a par�r de seus pilares (receita, orçamento, despesa, crédito públicos). 1.1.3 Direito financeiro na CRFB/88 Estudaremos, neste ponto, a repar�ção da competência legisla�va. Os demais disposi�vos cons�tucionais ínsitos ao Direito financeiro (arts. 70 a 75; 157 a 162; 163; 164; 165 a 169) serão versados juntamente com o seu respec�vo tema. De par�da, cumpre registrar que dispor, mediante lei, sobre Direito financeiro e orçamento, insere-se na competência concorrente da União, dos Estados e do Distrito Federal, conforme a regra vazada no art. 24, incisos I e II da CRFB. Como funciona o regramento da competência legisla�va concorrente? Neste aspecto, os parágrafos do art. 24 da CRFB são autoexplica�vos: “§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. § 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados. § 3º Inexis�ndo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legisla�va plena, para atender a suas peculiaridades. § 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.” (destacou-se) Adite-se, a propósito, que a par�r da “competência suplementar dos Estados”, estes, uma vez respeitadas as normas gerais da União, podem estabelecer normas específicas sobre Direito financeiro. Por derradeiro, é questão reiterada de concurso a afirmação no sen�do de que a superveniência de lei federal sobre normas gerais tem o condão de suspender a eficácia da lei estadual ou distrital, no que lhe for contrária, não ocorrendo a sua revogação. Isso se jus�fica em face da adoção, pela CRFB/88, do federalismo de cooperação, no qual inexiste hierarquia entre os entes federados, mas sim repar�ção de competências, com base no princípio da @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br 12 preponderância do interesse (União: interesse nacional; Estados/DF: interesse regional; Municípios: interesse local).Qual a competência dos Municípios em Direito financeiro? Muito embora repouse importante celeuma doutrinária a respeito, em razão de os Municípios não estarem elencados expressamente no art. 24, incisos I e I da CRFB, a doutrina majoritária e o CESPE (CEBRASPE) consideram correta a asser�va de que compete aos Municípios legislar concorrentemente sobre Direito financeiro, com fulcro no art. 30, incisos I e II da CRFB. Desse modo, é isso que importa para a sua prova! REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ALMEIDA, Ricardo Damasceno de; LISBOA, Marcelo Jucá. Direito Financeiro (Leis especiais para concursos, v. 13). Salvador: Juspodivm, 2017. CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Julgados resumidos Dizer o direito 2012/2015. Manaus: Dizer o direito editora, 2016. LEITE, Harrison. Manual de Direito Financeiro. Salvador: Editora Juspodivm, 2016. MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito cons�tucional. São Paulo: Saraiva, 2016. PISCITELLI, Tathiane. Direito Financeiro Esquema�zado. São Paulo: Editora Método, 2015. ROCHA, Roberval; GOUVEIA, Mila. Principais julgamentos STF/STJ: versão resumida para concursos. Salvador: Editora Juspodivm, 2016. @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br 13 LEGISLAÇÃO E ENUNCIADOS DE SÚMULA Ø Ler e marcar os seguintes disposi�vos da CRFB: Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanís�co; II - orçamento; (...) Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: I – rela�va a: (...) d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º; (...) Seção IX DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das en�dades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legi�midade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder. Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa �sica ou jurídica, pública ou privada, que u�lize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento; II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades ins�tuídas e man�das pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público; @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br 14 III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer �tulo, na administração direta e indireta, incluídas as fundações ins�tuídas e man�das pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório; IV - realizar, por inicia�va própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administra�vas dos Poderes Legisla�vo, Execu�vo e Judiciário, e demais en�dades referidas no inciso II; V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União par�cipe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado cons�tu�vo; VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município; VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respec�vas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas; VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário; IX - assinar prazo para que o órgão ou en�dade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade; X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal; XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados. § 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Execu�vo as medidas cabíveis. § 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Execu�vo, no prazo de noventa dias, não efe�var as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito. § 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de �tulo execu�vo. § 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente, relatório de suas a�vidades. @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br 15 Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere o art. 166, §1º, diante de indícios de despesas não autorizadas, ainda que sob a forma de inves�mentos não programados ou de subsídios não aprovados, poderá solicitar à autoridade governamental responsável que, no prazo de cinco dias, preste os esclarecimentos necessários. § 1º Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes insuficientes, a Comissão solicitará ao Tribunal pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de trinta dias. § 2º Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão, se julgar que o gasto possa causar dano irreparável ou grave lesão à economia pública, proporá ao Congresso Nacional sua sustação. Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Ministros, tem sede no Distrito Federal, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o território nacional, exercendo, no que couber, as atribuições previstas no art. 96. . § 1º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomeados dentre brasileiros que sa�sfaçam os seguintes requisitos: I - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade; II - idoneidade moral e reputação ilibada; III - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de administração pública; IV - mais de dez anos de exercício de função ou de efe�va a�vidade profissional que exija os conhecimentos mencionados no inciso anterior. § 2º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão escolhidos: I - um terço pelo Presidente da República, com aprovação do Senado Federal, sendo dois alternadamente dentre auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de an�güidade e merecimento; II - dois terços pelo Congresso Nacional. § 3° Os Ministrosdo Tribunal de Contas da União terão as mesmas garan�as, prerroga�vas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros do Superior Tribunal de Jus�ça, aplicando-se-lhes, quanto à aposentadoria e pensão, as normas constantes do art. 40. § 4º O auditor, quando em subs�tuição a Ministro, terá as mesmas garan�as e impedimentos do �tular e, quando no exercício das demais atribuições da judicatura, as de juiz de Tribunal Regional Federal. Art. 74. Os Poderes Legisla�vo, Execu�vo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de: @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br 16 I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União; II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e en�dades da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por en�dades de direito privado; III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garan�as, bem como dos direitos e haveres da União; IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão ins�tucional. § 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária. § 2º Qualquer cidadão, par�do polí�co, associação ou sindicato é parte legí�ma para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União. Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que couber, à organização, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios. Parágrafo único. As Cons�tuições estaduais disporão sobre os Tribunais de Contas respec�vos, que serão integrados por sete Conselheiros. Seção VI DA REPARTIÇÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal: I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer �tulo, por eles, suas autarquias e pelas fundações que ins�tuírem e man�verem; II - vinte por cento do produto da arrecadação do imposto que a União ins�tuir no exercício da competência que lhe é atribuída pelo art. 154, I. Art. 158. Pertencem aos Municípios: I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer �tulo, por eles, suas autarquias e pelas fundações que ins�tuírem e man�verem; II - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre a propriedade territorial rural, rela�vamente aos imóveis neles situados, cabendo a totalidade na hipótese da opção a que se refere o art. 153, § 4º, III; @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br 17 III - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre a propriedade de veículos automotores licenciados em seus territórios; IV - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre operações rela�vas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação. Parágrafo único. As parcelas de receita pertencentes aos Municípios, mencionadas no inciso IV, serão creditadas conforme os seguintes critérios: I - três quartos, no mínimo, na proporção do valor adicionado nas operações rela�vas à circulação de mercadorias e nas prestações de serviços, realizadas em seus territórios; II - até um quarto, de acordo com o que dispuser lei estadual ou, no caso dos Territórios, lei federal. Art. 159. A União entregará: I - do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e proventos de qualquer natureza e sobre produtos industrializados, 49% (quarenta e nove por cento), na seguinte forma: a) vinte e um inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Par�cipação dos Estados e do Distrito Federal; b) vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Par�cipação dos Municípios; c) três por cento, para aplicação em programas de financiamento ao setor produ�vo das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, através de suas ins�tuições financeiras de caráter regional, de acordo com os planos regionais de desenvolvimento, ficando assegurada ao semi- árido do Nordeste a metade dos recursos des�nados à Região, na forma que a lei estabelecer; d) um por cento ao Fundo de Par�cipação dos Municípios, que será entregue no primeiro decêndio do mês de dezembro de cada ano; e) 1% (um por cento) ao Fundo de Par�cipação dos Municípios, que será entregue no primeiro decêndio do mês de julho de cada ano; II - do produto da arrecadação do imposto sobre produtos industrializados, dez por cento aos Estados e ao Distrito Federal, proporcionalmente ao valor das respec�vas exportações de produtos industrializados. III - do produto da arrecadação da contribuição de intervenção no domínio econômico prevista no art. 177, § 4º, 29% (vinte e nove por cento) para os Estados e o Distrito Federal, distribuídos na forma da lei, observada a des�nação a que se refere o inciso II, c, do referido parágrafo. @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br 18 § 1º Para efeito de cálculo da entrega a ser efetuada de acordo com o previsto no inciso I, excluir- se-á a parcela da arrecadação do imposto de renda e proventos de qualquer natureza pertencente aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, nos termos do disposto nos arts. 157, I, e 158, I. § 2º A nenhuma unidade federada poderá ser des�nada parcela superior a vinte por cento do montante a que se refere o inciso II, devendo o eventual excedente ser distribuído entre os demais par�cipantes, man�do, em relação a esses, o critério de par�lha nele estabelecido. § 3º Os Estados entregarão aos respec�vos Municípios vinte e cinco por cento dos recursos que receberem nos termos do inciso II, observados os critérios estabelecidos no art. 158, parágrafo único, I e II. § 4º Do montante de recursos de que trata o inciso III que cabe a cada Estado, vinte e cinco por cento serão des�nados aos seus Municípios, na forma da lei a que se refere o mencionado inciso. Art. 160. É vedada a retenção ou qualquer restrição à entrega e ao emprego dos recursos atribuídos, nesta seção, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, neles compreendidos adicionais e acréscimos rela�vos a impostos. Parágrafo único. A vedação prevista neste ar�go não impede a União e os Estados de condicionarem a entrega de recursos: I – ao pagamento de seus créditos, inclusive de suas autarquias; II – ao cumprimento do disposto no art. 198, § 2º, incisos II e III. Art. 161. Cabe à lei complementar: I - definir valor adicionado para fins do disposto no art. 158, parágrafo único, I; II - estabelecer normas sobre a entrega dos recursos de que trata o art. 159, especialmente sobre os critérios de rateio dos fundos previstos em seu inciso I, obje�vando promover o equilíbrio sócio-econômico entre Estados e entre Municípios; III - dispor sobre o acompanhamento, pelos beneficiários, do cálculo das quotas e da liberação das par�cipações previstas nos arts. 157, 158 e 159. Parágrafo único. O Tribunal de Contas da União efetuará o cálculo das quotas referentes aos fundos de par�cipação a que alude o inciso II. Art. 162. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios divulgarão, até o úl�mo dia do mês subseqüente ao da arrecadação, os montantes de cada um dos tributos arrecadados,os recursos recebidos, os valores de origem tributária entregues e a entregar e a expressão numérica dos critérios de rateio. Parágrafo único. Os dados divulgados pela União serão discriminados por Estado e por Município; os dos Estados, por Município. @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br 19 CAPÍTULO II DAS FINANÇAS PÚBLICAS Seção I NORMAS GERAIS Art. 163. Lei complementar disporá sobre: I - finanças públicas; II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais en�dades controladas pelo Poder Público; III - concessão de garan�as pelas en�dades públicas; IV - emissão e resgate de �tulos da dívida pública; V - fiscalização financeira da administração pública direta e indireta; VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e en�dades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; VII - compa�bilização das funções das ins�tuições oficiais de crédito da União, resguardadas as caracterís�cas e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional. Art. 164. A competência da União para emi�r moeda será exercida exclusivamente pelo banco central. § 1º É vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamente, emprés�mos ao Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou en�dade que não seja ins�tuição financeira. § 2º O banco central poderá comprar e vender �tulos de emissão do Tesouro Nacional, com o obje�vo de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros. § 3º As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no banco central; as dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou en�dades do Poder Público e das empresas por ele controladas, em ins�tuições financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei. Seção II DOS ORÇAMENTOS Art. 165. Leis de inicia�va do Poder Execu�vo estabelecerão: I - o plano plurianual; @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br 20 II - as diretrizes orçamentárias; III - os orçamentos anuais. § 1º A lei que ins�tuir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, obje�vos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as rela�vas aos programas de duração con�nuada. § 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a polí�ca de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. § 3º O Poder Execu�vo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, relatório resumido da execução orçamentária. § 4º Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Cons�tuição serão elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional. § 5º A lei orçamentária anual compreenderá: I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e en�dades da administração direta e indireta, inclusive fundações ins�tuídas e man�das pelo Poder Público; II - o orçamento de inves�mento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as en�dades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações ins�tuídos e man�dos pelo Poder Público. § 6º O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstra�vo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anis�as, remissões, subsídios e bene�cios de natureza financeira, tributária e credi�cia. § 7º Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste ar�go, compa�bilizados com o plano plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional. § 8º A lei orçamentária anual não conterá disposi�vo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei. § 9º Cabe à lei complementar: @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br 21 I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual; II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta bem como condições para a ins�tuição e funcionamento de fundos. III - dispor sobre critérios para a execução equita�va, além de procedimentos que serão adotados quando houver impedimentos legais e técnicos, cumprimento de restos a pagar e limitação das programações de caráter obrigatório, para a realização do disposto no § 11 do art. 166. Art. 166. Os projetos de lei rela�vos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum. § 1º Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados: I - examinar e emi�r parecer sobre os projetos referidos neste ar�go e sobre as contas apresentadas anualmente pelo Presidente da República; II - examinar e emi�r parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Cons�tuição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação das demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com o art. 58. § 2º As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que sobre elas emi�rá parecer, e apreciadas, na forma regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional. § 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso: I - sejam compa�veis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias; II - indiquem os recursos necessários, admi�dos apenas os provenientes de anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre: a) dotações para pessoal e seus encargos; b) serviço da dívida; c) transferências tributárias cons�tucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou III - sejam relacionadas: a) com a correção de erros ou omissões; ou b) com os disposi�vos do texto do projeto de lei. § 4º As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas quando incompa�veis com o plano plurianual. @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br 22 § 5º O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor modificação nos projetos a que se refere este ar�go enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista, da parte cuja alteração é proposta. § 6º Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e do orçamento anual serão enviados pelo Presidente da República ao Congresso Nacional, nos termos da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º. § 7º Aplicam-se aos projetos mencionados neste ar�go, no que não contrariar o disposto nesta seção, as demais normas rela�vas ao processo legisla�vo. § 8º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser u�lizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legisla�va. § 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento)da receita corrente líquida prevista no projeto encaminhado pelo Poder Execu�vo, sendo que a metade deste percentual será des�nada a ações e serviços públicos de saúde. § 10. A execução do montante des�nado a ações e serviços públicos de saúde previsto no § 9º, inclusive custeio, será computada para fins do cumprimento do inciso I do § 2º do art. 198, vedada a des�nação para pagamento de pessoal ou encargos sociais. § 11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das programações a que se refere o § 9º deste ar�go, em montante correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida realizada no exercício anterior, conforme os critérios para a execução equita�va da programação definidos na lei complementar prevista no § 9º do art. 165. § 12. As programações orçamentárias previstas no § 9º deste ar�go não serão de execução obrigatória nos casos dos impedimentos de ordem técnica. § 13. Quando a transferência obrigatória da União, para a execução da programação prevista no §11 deste ar�go, for des�nada a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios, independerá da adimplência do ente federa�vo des�natário e não integrará a base de cálculo da receita corrente líquida para fins de aplicação dos limites de despesa de pessoal de que trata o caput do art. 169. § 14. No caso de impedimento de ordem técnica, no empenho de despesa que integre a programação, na forma do § 11 deste ar�go, serão adotadas as seguintes medidas: I - até 120 (cento e vinte) dias após a publicação da lei orçamentária, o Poder Execu�vo, o Poder Legisla�vo, o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública enviarão ao Poder Legisla�vo as jus�fica�vas do impedimento; @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br 23 II - até 30 (trinta) dias após o término do prazo previsto no inciso I, o Poder Legisla�vo indicará ao Poder Execu�vo o remanejamento da programação cujo impedimento seja insuperável; III - até 30 de setembro ou até 30 (trinta) dias após o prazo previsto no inciso II, o Poder Execu�vo encaminhará projeto de lei sobre o remanejamento da programação cujo impedimento seja insuperável; IV - se, até 20 de novembro ou até 30 (trinta) dias após o término do prazo previsto no inciso III, o Congresso Nacional não deliberar sobre o projeto, o remanejamento será implementado por ato do Poder Execu�vo, nos termos previstos na lei orçamentária. § 15. Após o prazo previsto no inciso IV do § 14, as programações orçamentárias previstas no § 11 não serão de execução obrigatória nos casos dos impedimentos jus�ficados na no�ficação prevista no inciso I do § 14. § 16. Os restos a pagar poderão ser considerados para fins de cumprimento da execução financeira prevista no § 11 deste ar�go, até o limite de 0,6% (seis décimos por cento) da receita corrente líquida realizada no exercício anterior. § 17. Se for verificado que a rees�ma�va da receita e da despesa poderá resultar no não cumprimento da meta de resultado fiscal estabelecida na lei de diretrizes orçamentárias, o montante previsto no § 11 deste ar�go poderá ser reduzido em até a mesma proporção da limitação incidente sobre o conjunto das despesas discricionárias. § 18. Considera-se equita�va a execução das programações de caráter obrigatório que atenda de forma igualitária e impessoal às emendas apresentadas, independentemente da autoria. Art. 167. São vedados: I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual; II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais; III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legisla�vo por maioria absoluta; IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repar�ção do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a des�nação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de a�vidades da administração tributária, como determinado, respec�vamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garan�as às @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br 24 operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste ar�go; V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legisla�va e sem indicação dos recursos correspondentes; VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legisla�va; VII - a concessão ou u�lização de créditos ilimitados; VIII - a u�lização, sem autorização legisla�va específica, de recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos, inclusive dos mencionados no art. 165, § 5º; IX - a ins�tuição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização legisla�va. X - a transferência voluntária de recursos e a concessão de emprés�mos, inclusive por antecipação de receita, pelos Governos Federal e Estaduais e suas ins�tuições financeiras, para pagamento de despesas com pessoal a�vo, ina�vo e pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. XI - a u�lização dos recursos provenientes das contribuições sociais de que trata o art. 195, I, a, e II, para a realização de despesas dis�ntas do pagamento de bene�cios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201. § 1º Nenhum inves�mento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade. § 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos úl�mos quatro meses daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro subseqüente. § 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admi�da para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto no art. 62. § 4º É permi�da a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a que se referem os arts. 155 e 156, e dos recursos de que tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b, e II, para a prestação de garan�a ou contragaran�a à União e para pagamento de débitos para com esta. § 5º A transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra poderão ser admi�dos, no âmbito das a�vidades de ciência, tecnologia e inovação, com o obje�vo de viabilizar os resultados de projetos restritos a essas @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br 25 funções, mediante ato do Poder Execu�vo, sem necessidade da prévia autorização legisla�va prevista no inciso VI deste ar�go. Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os créditos suplementares e especiais, des�nados aos órgãos dos Poderes Legisla�vo e Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos, na forma da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º. Art. 169. A despesa com pessoal a�vo e ina�vo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos, empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação de pessoal, a qualquer �tulo, pelos órgãos e en�dades da administração direta ou indireta, inclusive fundações ins�tuídas e man�das pelo poder público, só poderão ser feitas: I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes; II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de economia mista. § 2º Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar referida neste ar�go para a adaptação aos parâmetros ali previstos, serão imediatamente suspensos todos os repasses de verbas federais ou estaduais aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios que não observarem os referidos limites. § 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste ar�go, durante o prazo fixado na lei complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as seguintes providências: I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de confiança; II - exoneração dos servidores não estáveis. § 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar referida neste ar�go, o servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato norma�vo mo�vado de cada um dos Poderes especifique a a�vidade funcional, o órgão ou unidade administra�va objeto da redução de pessoal. § 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus a indenização correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço. § 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será considerado @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br 26 ex�nto, vedada a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos. § 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na efe�vação do disposto no § 4º. Ø Não há súmulas sobre o ponto. @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br 27 JURISPRUDÊNCIA INVASÃO DE COMPETÊNCIA LEGISLATIVA DA UNIÃO: LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL (STF, Plenário. ADI 5449, 10.3.2016 – Informa�vo 817) Ÿ DECISUM (Decisão): É incons�tucional lei estadual que amplia os limites máximos de gastos com pessoal es�pulados nos arts. 19 e 20 da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF – Lei complementar 101/200). Ÿ RATIO DECIDENDI (Fundamentação jurídica): A teor do art. 169 da CRFB/88, a despesa com pessoal da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder limites fixados em lei complementar. A par disso, é sabido que, no âmbito da competência legisla�va concorrente, a União disporá sobre as normas gerais (art. 24, I da CRFB), as quais já estão traçadas na LRF, mo�vo que ensejou a declaração de incons�tucionalidade por usurpação de competência da União para tratar a respeito. INVASÃO DE COMPETÊNCIA LEGISLATIVA DA UNIÃO: DEPÓSITOS JUDICIAIS (STF, Plenário. ADI 5409, 25.11.2015 – Informa�vo 809) Ÿ DECISUM (Decisão): É incons�tucional lei estadual que prevê a permissão de o Poder Execu�vo u�lizar os valores constantes dos depósitos judiciais não apenas relacionados com os processos em que os Estados sejam parte, mas também oriundos de outros processos em que estejam li�gando somente par�culares. Ÿ RATIO DECIDENDI (Fundamentação jurídica): Leis dessa natureza (obs.: o STF já declarou a incons�tucionalidade várias delas) são incons�tucionais por violarem o seguinte: (i) o princípio da separação dos poderes; (ii) a inicia�va priva�va legisla�va da União (art. 22, I da CRFB/88), e (iii) a Lei complementar federal 151/2015, que apenas autoriza o levantamento de 70% dos valores que sejam objeto de depósitos vinculados a processos em que os entes federados sejam parte. DESPESAS ORÇAMENTÁRIAS E VÍCIO DE INICIATIVA (STF, Plenário. ADI 2072/RS, 4.2.2015) Ÿ DECISUM (Decisão): É incons�tucional norma estadual que, mediante emenda parlamentar, ao tornar o governo estadual devedor principal de obrigações que agricultores daquele Estado-membro assumiram, inicialmente, com o governo Federal, altera a natureza do pacto originalmente firmado. @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br 28 Ÿ RATIO DECIDENDI (Fundamentação jurídica): A emenda parlamentar em questão dispõe sobre despesa orçamentária, afrontando a competência do Poder Execu�vo prevista nos arts. 84, XXIII e 165, III, ambos da CRFB, além de não se adequar a nenhuma das hipóteses admi�das de “emenda parlamentar ao projeto de lei rela�vo ao orçamento anual” (art. 166, §3º, CRFB). Art. 84. Compete priva�vamente ao Presidente da República: (...) XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta Cons�tuição; (...) Art. 165. Leis de inicia�va do Poder Execu�vo estabelecerão: (...) III - os orçamentos anuais.” (...) Art. 166. Os projetos de lei rela�vos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum. (...) § 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso: I - sejam compa�veis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias; II - indiquem os recursos necessários, admi�dos apenas os provenientes de anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre: a) dotações para pessoal e seus encargos; b) serviço da dívida; c) transferências tributárias cons�tucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou III - sejam relacionadas: a) com a correção de erros ou omissões; ou b) com os disposi�vos do texto do projeto de lei.” JUDICIALIZAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS: ESTOQUE MÍNIMO DE MEDICAMENTOS (STF, 1ª Turma. RE 429903/RJ, 25.6.2014 – Informa�vo 752) Ÿ DECISUM (Decisão): O Poder Execu�vo pode ser obrigado – por força de decisão do Poder Judiciário –, a manter estoque mínimo de determinado medicamento u�lizado no combate a certa doença grave, para o fim de evitar (reiteradas) interrupções no tratamento. Ÿ RATIO DECIDENDI (Fundamentação jurídica): Para o STF, inexiste ofensa ao princípio da separação dos poderes, uma vez que a decisão do Poder Judiciário não interfere nas metas e prioridades do Estado, pois sequer transmuta a gestão orçamentária. Logo, tendo-se comprovado a ilegalidade ou o abuso por parte da Administração Pública ao deixar “zerado” o estoque de medicamentos de um tratamento con�nuo de doença grave, há apenas e tão @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br 29 somente controle judicial do serviço público, apto a manter a higidez do núcleo essencial do direito fundamental à saúde (mínimo existencial), jus�fica�va que afasta a incidência da teoria da reserva do possível. JUDICIALIZAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS: ACESSIBIDADE EM PRÉDIOS PÚBLICOS (STF, 1ª Turma. RE 440028/SP, 29/10/2013 – lnforma�vo 726). Ÿ Ÿ DECISUM (Decisão): A CRFB/88 e a Convenção Internacional sobre Direitos das Pessoas com Deficiência asseguram o direito dos portadores de necessidades especiais ao acesso a prédios públicos, sendo dever da Administração Pública a adoção de providência que viabilizem tal direito de acessibilidade a prédios públicos. Ÿ RATIO DECIDENDI (Fundamentação jurídica): O Poder Judiciário, em situações excepcionais, podedeterminar que o Poder Execu�vo adote medidas assecuratórias de direitos cons�tucionalmente dispostos como essenciais, desde que se limite a garan�r o núcleo intangível do direito essencial (mínimo existencial), pois assim procedendo, estará zelando pelo princípio da harmonia e independência dos poderes, que foi talhado como meio de garan�a de direitos, e não como escusa de responsabilidades. JUDICIALIZAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS: REFORMA DE CADEIA PÚBLICA OU CONSTRUÇÃO DE NOVA UNIDADE PRISIONAL (STJ, 2ª Turma. REsp 1.389.952-MT, 3.6.2014 – lnforma�vo 543) Ÿ DECISUM (Decisão): Se forem constatadas inúmeras irregularidades em cadeia pública (ex.: superlotação, celas sem condições mínimas de salubridade para a permanência de detentos, especialmente em razão de defeitos estruturais, de ausência de ven�lação, de iluminação e de instalações sanitárias adequadas, desrespeito à integridade �sica e moral dos prisioneiros, havendo, ainda, relatos de que as visitas ín�mas seriam realizadas dentro das próprias celas e em grupos, outrossim que exis�riam detentas acomodadas improvisadamente), a alega�va de ausência de previsão orçamentária não obsta que seja julgado procedente o pedido de Ação civil Pública (ACP) que, dentre outros, tenha por objeto determinar ao Estado que adote as providências administra�vas e aloque as respec�vas rubricas orçamentárias para fazer face à reforma ou à construção de unidade prisional, notadamente quando inexis�r comprovação obje�va da incapacidade econômico-financeira da pessoa estatal. Ÿ RATIO DECIDENDI (Fundamentação jurídica): Não prospera a invocação da reserva do possível quando não houve comprovação obje�va (fá�ca, e não meramente jurídica) da incapacidade econômico-financeira da pessoa estatal, já que prevalece a garan�a do mínimo existencial dos presos. @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br 30 JUDICIALIZAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS: OBRAS EMERGENCIAIS EM ESTABELECIMENTO PRISIONAL (STF, Plenário. RE 592581/RS, 13.8.2015 – lnforma�vo 794) Ÿ DECISUM (Decisão): Admite-se ao Poder Judiciário determinar ao Poder Execu�vo o cumprimento de obrigação de fazer consistente em promover medidas tendentes à execução de obras emergenciais em estabelecimentos prisionais. Ÿ RATIO DECIDENDI (Fundamentação jurídica): Prevalece, na espécie, a garan�a à integridade �sica e moral dos detentos (art. 5º, XLIX, CRFB) e o postulado da dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, CRFB), não sendo oponível à decisão o argumento da reserva do possível, tampouco o princípio da separação dos poderes. JUDICIALIZAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS: SISTEMA CARCERÁRIO E ESTADO DE COISAS INCONSTITUCIONAL (STF, Plenário. ADPF 347 MC/DF, 9.9.2015 – lnforma�vo 798) Ÿ DECISUM (Decisão): O Estado de Coisas Incons�tucional ocorre quando se constata a existência de um quadro de violação generalizada e sistêmica de direitos fundamentais, causado pela inércia ou incapacidade reiterada e persistente das autoridades públicas em modificar a conjuntura. Portanto, apenas transformações estruturais da atuação do Poder Público e a atuação de uma pluralidade de autoridades podem modificar a situação incons�tucional. Reconheceu-se que o sistema penitenciário brasileiro vive um "Estado de Coisas Incons�tucional", com uma violação generalizada de direitos fundamentais dos presos Ÿ RATIO DECIDENDI (Fundamentação jurídica): Entendeu-se que as penas priva�vas de liberdade aplicadas nos presídios acabam sendo penas cruéis e desumanas (vedadas pelo art. 5º, XLVII, alíneas “d” e “e”, CRFB). Outrossim, asseverou-se que a responsabilidade por essa situação deve ser atribuída aos três Poderes (Legisla�vo, Execu�vo e Judiciário), em nível de União, de Estados-membros e de Distrito Federal. Aliás, a ausência de medidas legisla�vas, administra�vas e orçamentárias eficazes representa uma verdadeira "falha estrutural", que gera ofensa aos direitos dos presos, além da perpetuação e do agravamento da situação. Em assim sendo, cabe ao STF o papel de re�rar os demais poderes da inércia, coordenar ações, colimando (obje�vando) resolver o problema e monitorar os resultados alcançados. @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br 31 1. (CESPE – PGE-PI/2014): A Lei nº 4.320/1964, apesar de ser lei ordinária, foi recepcionada pela CF com status de lei complementar, só podendo, hoje, ser alterada por lei estatura. ( ) 2. (CESPE – PGE-PI/2014): Ao tratar da competência concorrente para legislar sobre orçamento, a CF não se referiu aos municípios, estando a doutrina majoritária posicionada no sen�do de que, apesar de o cons�tuinte ter silenciado a respeito, os municípios podem reivindicar tal competência. ( ) 3. (CESPE – TCE-PR/2016): A competência legisla�va da União sobre direito financeiro limita-se ao estabelecimento de normas gerais. ( ) 4. (CESPE – PGEBA/2014): O instrumento legisla�vo exigido pela CF, na esfera federal, para dispor sobre normas de finanças públicas é sempre a lei complementar. ( ) 5. (CESPE – PGE-BA/2014): Os estados podem legislar sobre direito financeiro e, sempre que o fizerem, estarão revogando qualquer norma preexistente, ainda que editada pela União. ( ) 6. (CESPE – PG-DF/2013): O Distrito Federal tem competência exclusiva para dispor sobre normas gerais de direito financeiro. ( ) 7. (CESPE – PG-DF/2013): Enquanto a Lei n.º 4.320/1964, que tem hoje status de lei complementar, dispõe sobre normas gerais sobre a elaboração do orçamento, a LRF procura estabelecer normas de finanças públicas para a responsabilidade na gestão fiscal. ( ) 8. (CESPE – Procurador do TC-DF/2013): Um estado brasileiro pretende reorganizar seu sistema de finanças públicas, para melhorar a eficiência do planejamento e do gasto público; para isso, deverá, entre outras ações, modificar o aparato jurídico que ordena a matéria. Entretanto, o referido estado não poderá editar norma geral dispondo sobre orçamentos, diretrizes orçamentárias e plano plurianual. ( ) 9. (CESPE – PGM/FORTALEZA – 2017): A adoção do federalismo coopera�vo equilibrado pela CF visa à redução das desigualdades regionais. ( ) 10. (CESPE – PGM/FORTALEZA – 2017): No que diz respeito ao Direito Financeiro, a CF pode ser classificada como semirrígida, uma vez que restringe a regulação de certos temas de finanças públicas a lei complementar e deixa outros à disciplina de lei ordinária. ( ) @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br QUESTÕES PARA RESOLUÇÃO Observação: seguem questões de provas anteriores para resolução. Em seguida, há tópico com as mesmas questões, acompanhadas dos comentários per�nentes. 32 @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br GABARITO QUESTÃO 1 CERTO QUESTÃO 2 CERTO QUESTÃO 3 CERTO QUESTÃO 4 CERTO QUESTÃO 5 ERRADO QUESTÃO 6 ERRADO QUESTÃO 7 CERTO QUESTÃO 8 CERTO QUESTÃO 9 CERTO QUESTÃO 10 ERRADO 33 1. (CESPE – PGE-PI/2014): A Lei nº 4.320/1964, apesar de ser lei ordinária, foi recepcionada pela CF com status de lei complementar, só podendo, hoje, ser alterada por lei dessa estatura. (CERTO) Jus�fica�va: ADI 1726 é conclusão da associada ao princípio do paralelismo das formas, segundo o qual a alteração da lei deve se efe�var pelo mesmo instrumento que a originou ou outro de maior amplitude. À vista disso, uma lei ordinária só pode ser alterada por outra lei ordinária ou por uma lei complementar ao passo que uma lei complementar só pode ser modificada por outra lei complementar. Apesar de não exis�r hierarquia entre lei ordinária e lei complementar (o que háé uma reserva de matérias a serem tratadas apenas por lei complementar), o quórum de aprovação da primeira é de maioria rela�va enquanto da segunda é de maioria absoluta, razão pela qual torna a lei complementar de maior amplitude. Técnica de resolução da questão “PARECE, MAS NÃO É”: geralmente, o uso de expressões “absolu�zadoras” (excluem as exceções. No enunciado, u�lizou-se o termo “só”) torna a asser�va errada, visto que o Direito é conformado de inúmeras exceções. Todavia, não se trata de regra absoluta, já que existem, sim, raras asser�vas que não admitem exceções. Portanto, a asser�va está CORRETA, apesar de parecer errada por conta da u�lização do “só”. Por isso, o aluno MEGE deve ficar atento a tal detalhe. 2. (CESPE – PGE-PI/2014): Ao tratar da competência concorrente para legislar sobre orçamento, a CF não se referiu aos municípios, estando a doutrina majoritária posicionada no sen�do de que, apesar de o cons�tuinte ter silenciado a respeito, os municípios podem reivindicar tal competência. (CERTO) Jus�fica�va: Muito embora repouse importante celeuma doutrinária a respeito, em razão de os Municípios não estarem elencados expressamente no art. 24, incisos I e I da CRFB, a doutrina majoritária e o CESPE (CEBRASPE) consideram correta a asser�va de que compete aos Municípios legislar concorrentemente sobre Direito financeiro, com fulcro no art. 30, incisos I e II da CRFB. 3. (CESPE – TCE-PR/2016): A competência legisla�va da União sobre direito financeiro limita-se ao estabelecimento de normas gerais. (CERTO) Jus�fica�va: art. 24, § 1º, CRFB. Nos casos de competência concorrente, a União editará normas gerais e os Estados podem suplementar a legislação nacional, que se limita às normas gerais. Técnica de resolução da questão “PRECEITO NORMATIVO, E NÃO TEXTO NORMATIVO”: d i ferentemente da maior ia das bancas examinadoras, o CESPE (CEBRAPE) não cobra a literalidade da legislação, a qual é conhecida como . Nesse sen�do, a maior texto norma�vo parte das bancas apenas faz o famoso “copia e cola” em relação ao e cobra na texto norma�vo prova. Porém, o es�lo CESPE (CEBRASPE) de cobrança é prezar pela solidez do conhecimento do candidato, logo não cobrará a literalidade da lei ou da Cons�tuição, e sim o seu preceito norma�vo, que nada mais é do que o conteúdo da norma. E qual o preceito norma�vo cobrado na questão? Quando se tratar de competência legisla�va concorrente, a União só poderá dispor sobre normas gerais! 4. (CESPE – PGE-BA/2014): O instrumento legisla�vo exigido pela CF, na esfera federal, para dispor sobre normas de finanças públicas é sempre a lei complementar. (CERTO) Jus�fica�va: Art. 163, inciso I, CRFB (“ Lei complementar disporá sobre: Ar�go 163. I - finanças públicas. (...)” Técnica de resolução da questão “PARECE, MAS NÃO É”: geralmente, o uso de expressões “absolu�zadoras” (excluem as exceções. No enunciado, u�lizou-se o termo “sempre”) torna a asser�va errada, v isto que o Direito é @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br QUESTÕES COMENTADAS 34 conformado de inúmeras exceções. Todavia, não se trata de regra absoluta, já que existem, sim, raras asser�vas que não admitem exceções. Portanto, a asser�va está CORRETA, apesar de parecer errada por conta da u�lização do “sempre”. Por isso, o aluno MEGE deve ficar atento a tal detalhe. 5. (CESPE – PGE-BA/2014): Os estados podem legislar sobre direito financeiro e, sempre que o fizerem, estarão revogando qualquer norma preexistente, ainda que editada pela União. (ERRADO) Jus�fica�va: não há hierarquia entre os entes federados, e sim repar�ção de competências ( ), com base no federalismos de cooperação princípio da preponderância do interesse (União: interesse nacional; Estados/DF: interesse regional; Municípios: interesse local). Por isso, i n ex i s te revo ga çã o, n o ca s o, j á q u e a superveniência de lei da União sobre normas gerais resultará em suspensão da eficácia da lei estadual, no que lhe for contrária (art. 24, § 1º, CRFB). 6. (CESPE – PG-DF/2013): O Distrito Federal tem competência exclusiva para dispor sobre normas gerais de direito financeiro. (ERRADO) Jus�fica�va: a competência legisla�va para editar normas gerais pertence à União (art. 24, § 1º, CRFB). Esse é o preceito norma�vo. 7. (CESPE – PG-DF/2013): Enquanto a Lei n.º 4.320/1964, que tem hoje status de lei complementar, dispõe sobre normas gerais sobre a elaboração do orçamento, a LRF procura estabelecer normas de finanças públicas para a responsabilidade na gestão fiscal. (CERTO) Jus�fica�va: é exatamente a ementa de cada uma das leis citadas. 8. (CESPE – Procurador do TC-DF/2013): Um estado brasileiro pretende reorganizar seu sistema de finanças públicas, para melhorar a eficiência do planejamento e do gasto público; para isso, deverá, entre outras ações, modificar o aparato jurídico que ordena a matéria. Entretanto, o referido estado não poderá editar norma geral dispondo sobre orçamentos, diretrizes orçamentárias e plano plurianual. (CERTO) Jus�fica�va: a competência legisla�va para a edição de normas gerais de Direito financeiro e orçamento é da União (art. 24, incisos I e II c/c §1º, CRFB). É esse o preceito norma�vo! 9. (CESPE – PGM/FORTALEZA – 2017): A adoção do federalismo coopera�vo equilibrado pela CF visa à redução das desigualdades regionais. (CERTO) Jus�fica�va: A asser�va corresponde ao teor do art. 3º, III da CF/88: A r t . 3 º C o n s � t u e m o b j e � v o s fundamentais da República Federa�va do Brasil: (...) I I I - e r r a d i c a r a p o b r e z a e a m a r g i n a l i z a ç ã o e r e d u z i r a s desigualdades sociais e regionais; 10. (CESPE – PGM/FORTALEZA – 2017): No que diz respeito ao Direito Financeiro, a CF pode ser classificada como semirrígida, uma vez que restringe a regulação de certos temas de finanças públicas a lei complementar e deixa outros à disciplina de lei ordinária. (ERRADO) Jus�fica�va: Denomina-se rígida a cons�tuição que determina procedimento especial e solene para a sua modificação, não admi�ndo ser alterada da mesma forma que as leis ordinárias. A atual Cons�tuição Federal é rígida, posto que determina uma forma solene de alteração, que será através de Emenda Cons�tucional aprovada em dois turnos, por 3/5 dos membros das duas casas do Congresso Nacional (Art. 60, 2º, Cons�tuição Federal), ao contrário das Leis Ordinárias que são modificadas em único turno, por maioria simples e da Lei Complementar - por maioria absoluta, além das hipóteses que a Cons�tuição prevê a inicia�va restrita.
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