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Nota de Aula - liberdade 2014.1

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Av. Dom Luís, 911, Meireles 
Fortaleza-Ceará – CEP 60160-230 
Tel. (0xx85) 3461-2020 / FAX (0xx85) 3461.2020 Ramal 4074 
 E-mail: fc@christus.br 
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1) NOTA SOBRE O CONCEITO DE LIBERDADE: ASPECTOS FILOSÓFICOS E JURÍDICOS 
 
 ARISTÓTELES: Aquilo que a lei não permite expressamente proíbe. 
 MONTESQUIEU: é o poder de fazer o que nossa consciência moral nos indica como dever e como ausência 
de toda coerção a fazer o que nossa consciência nos reprova. 
 ROUSSEAU: liberdade significa obediência à lei que nós nos prescrevemos. Sendo a liberdade um dom que 
recebem da natureza na qualidade de homens, seus pais nenhum direito têm de os despojar. De sorte que, 
como para estabelecer a escravidão foi preciso fazer violência à natureza, também foi preciso mudá-la para 
perpetuar esse direito: e os jurisconsultos que pronunciaram gravemente que o filho de um escravo nasceria 
escravo decidiram, em outros termos, que um homem não nasceria homem. A mais cega obediência é a 
única virtude que resta aos escravos 
 HENRI-DOMINIQUE LACORDAIRE (1848): entre o forte e o fraco, entre o rico e o pobre, entre o patrão e o 
servo, o que escraviza é a liberdade, o que alforria é a lei (sobre as liberdades formais e reais). 
 EDMUND BURKE: quando os homens agem em conjunto, a liberdade torna-se poder. Todo poder sem 
limites, não pode ser legítimo. 
 BENJAMIN CONSTANT: é a fruição pacífica da independência individual ou privada. Proteção do espaço de 
existência do indivíduo. O indivíduo não é um poder, mas um ser a proteger e um valor a prezar. 
 BOBBIO: no conceito liberal, significa ausência de coerção. No conceito democrático, autonomia, 
autodeterminação. 
 ISAIAH BERLIN: opôs liberdade negativa à positiva. A primeira, ausência de coerção, isto é, liberdade 
contra possível interferência de alguém. A segunda é fruto de um desejo de autogoverno e de um anseio de 
autonomia. A negativa é a liberdade de. A positiva é a liberdade para aspiração da autodeterminação e de 
decidir com autonomia em vez de ser objeto de decisão, encontrando-se relacionada à incorporação e ao 
controle. 
 LUDWIG WITTIGENSTEIN: A liberdade da vontade consiste em não se poderem saber agora quais serão as 
ações futuras. 
 IMMANUEL KANT: É um conceito essencial na sua Crítica. Liberdade de: envolve independência de 
qualquer forma de dependência. E liberdade para: legislar para si (autonomia). 
 HANS KELSEN: O ordenamento jurídico não contém apenas a proposição de que se está obrigado a 
determinada conduta, mas também a proposição: a pessoa é livre para fazer ou não fazer aquilo a que não 
está obrigado. Trata-se do direito no sentido de liberdade juridicamente garantida. 
 ROBERT ALEXY: A liberdade e a igualdade são constitutivas da teoria do discurso e são o núcleo dos 
direitos fundamentais. Desse modo, surge uma união necessária entre direitos fundamentais e democracia. 
 ALBERT EINSTEIN: Recuso-me a crer na liberdade e neste conceito filosófico. Eu não sou livre, e sim às 
vezes constrangido por pressões estranhas a mim, outras vezes por convicções íntimas. Ainda jovem, fiquei 
DISCIPLINA: Filosofia 
Prof.: Nicodemos F. Maia 
CARGA HORÁRIA: 
80h / a 
GRAU DE ENSINO: 
GRADUAÇÃO (Bacharelado) CURSO DE DIREITO 
CÓDIGO: 
31076 
 
NOTA DE AULA 
DISCIPLINA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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impressionado pela máxima de Schopenhauer: “O homem pode, é certo, fazer o que quer, mas não pode 
querer o que quer”; e hoje, diante do espetáculo aterrador das injustiças humanas, esta moral me tranquiliza 
e me educa. Aprendo a tolerar aquilo que me faz sofrer. Suporto então melhor meu sentimento de 
responsabilidade. 
 ALAIN DE BOTTON: A única justificativa para se limitar a liberdade de alguém seria para impedi-lo de 
prejudicar os outros. 
 JOHN STUART SMILL: “A única liberdade que merece esse nome é o da busca de nosso próprio bem, à 
nossa maneira, desde que não privemos os outros do seu ou os impeçamos de se esforçarem para obtê-lo. 
Cada um é o guardião natural de sua própria saúde, seja física, mental ou espiritual.” 
 
2) TIPOS DE LIBERDADES: EVOLUÇÃO DA LIBERDADE ESTÁTICA E ABSOLUTA PARA A DINÂMICA 
 
 LIBERDADE COMO INTITULAMENTO OU SOCIAL: ausência de constrangimentos e restrições a 
autonomia da vontade. A presença de uma alternativa que permita uma escolha é um elemento definidor de 
uma ação livre. Consiste na fruição livre de direitos estabelecidos e está associada a um sentido de 
dignidade. É caracterizada quando o indivíduo exerce seu papel social protegido pela lei. É o indivíduo 
entranhado em situações sociais específicas e historicamente variáveis. É um princípio de natureza liberal 
(laisser-faire). Escola inglesa de Hobbes a Locke. São espaços de livre autodeterminação pessoal, sobre os 
quais existe limitação do poder estatal. 
 
 LIBERDADE POLÍTICA: liberdade de participar dos destinos da comunidade, escolhendo seus dirigentes ou 
se elegendo como administrador dos negócios públicos. Participação no processo de deliberação e respeito 
a decisão da maioria. Escola francesa de Rousseau (Princípio democrático). Fortalecimento do poder estatal 
para garantir a igualdade (igual proteção e aplicação das leis a qualquer pessoa). 
 
 LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA E CRENÇA: a reforma protestante inaugurou um novo ciclo de 
pensamento, fundado no pluralismo religioso. Foi secularizado no moderno direito de opinião, com reflexos 
na liberdade de imprensa e na liberdade intelectual e artística. V Século A.C os gregos incorporaram a 
isegoria, liberdade de expressão não como contraposição à censura, mas como direito de falar nas 
assembléias. 
 
 LIBERDADE DE REALIZAÇÃO PESSOAL: as pessoas se sentem livres porque dirigem suas vidas 
mediante claras opções de trabalho e de lazer. É uma tendência moderna alicerçada na crescente divisão 
do trabalho na sociedade industrial e mais recente na sociedade de consumo e de lazer. Preocupação 
humanista de formação da personalidade e aperfeiçoamento pessoal e realização. Princípio do Estado 
orgânico. Mistura de valores tradicionais e modernos. Escola alemã de Wilhelm von Humbold. 
 
DISCURSO SOBRE A ORIGEM DA DESIGUALDADE - ROUSSEAU 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. porque a liberdade é como esses alimentos sólidos e suculentos, ou esses vinhos generosos, próprios para 
nutrir e fortificar os temperamentos robustos a eles habituados, mas que inutilizam, arruinam, embriagam os 
fracos e delicados, que a ele não estão afeitos. 
 
2. Concebo na espécie humana duas espécies de desigualdade: uma, que chamo de natural ou física, 
porque é estabelecida pela natureza, e que consiste na diferença das idades, da saúde, das forças do corpo e 
das qualidades do espírito, ou da alma; a outra, que se pode chamar de desigualdade moral ou política, porque 
depende de uma espécie de convenção, e que é estabelecida ou, pelo menos, autorizada pelo consentimento 
dos homens. Consiste esta nos diferentes privilégios de que gozam alguns com prejuízo dos outros, como ser 
mais ricos, mais honrados, mais poderosos do que os outros, ou mesmo fazerem-se obedecer por eles. 
 
3. Outros inimigos mais perigosos, dos quais o homem não tem meios para se defender, são as debilidades 
naturais, a infância, a velhice, e as moléstias de toda espécie, tristes sinais de nossa fraqueza, sendo que os 
dois primeiros são comuns a todos os animais e que o último pertence principalmenteao homem que vive em 
sociedade. 
 
4. O cavalo, o gato, o touro, o próprio burro, têm, em geral, um talhe mais alto, todos uma constituição mais 
robusta, mais vigor, força e coragem nas florestas do que nas nossas casas: perdem a metade dessas 
vantagens ao se tornarem domésticos, e dir-se-ia que todos os nossos cuidados em tratar bem e nutrir esses 
animais só conseguem abastardá-los. O mesmo acontece com o homem: tornando-se sociável e escravo, torna-
se fraco, medroso, submisso; e sua maneira de viver mole e efeminada acaba de debilitar, ao mesmo tempo, a 
sua força e a sua coragem. 
 
5. Parece, à primeira vista, que os homens nesse estado, não tendo entre si nenhuma espécie de relação 
moral nem de deveres conhecidos, não podiam ser bons nem maus, nem tinham vícios nem virtudes, a menos 
que, tomando essas palavras em um sentido físico, se chamem vícios, no indivíduo, as qualidades que podem 
prejudicar a sua própria conservação, e virtudes as que podem contribuir para essa conservação. 
 
6. Não vamos, principalmente concluir com Hobbes que, por não ter nenhuma idéia de bondade, o homem 
seja naturalmente mau; que seja vicioso, porque não conhece a virtude; que recuse sempre aos seus 
semelhantes serviços que não acredita serem do seu dever; ou que, em virtude do direito que se atribui com 
razão às coisas de que tem necessidade, imagine loucamente ser o único proprietário de todo o universo. 
Hobbes viu muito bem o defeito de todas as definições modernas do direito natural: mas, as conseqüências que 
tira da sua mostram que a toma em um sentido que não é menos falso. Raciocinando sobre os princípios que 
estabelece, esse autor deveria dizer que, sendo o estado de natureza aquele em que o cuidado de nossa 
conservação é menos prejudicial à dos outros, esse estado era, por conseguinte, o mais próprio à paz e o 
mais conveniente ao gênero humano. 
 
7. Hobbes não viu que a mesma causa que impede os selvagens de usar a razão, como o pretendem os 
nossos jurisconsultos, impede-os também de abusar das suas faculdades, como ele próprio o pretende; de sorte 
que se poderia dizer que os selvagens não são maus, precisamente porque não sabem o que é ser bom. Com 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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efeito, não é nem o desenvolvimento das luzes, nem o freio da lei, mas a calma das paixões e a ignorância do 
vício que os impedem de fazer mal. 
 
8. É a razão que engendra o amor próprio, e é a reflexão que o fortifica; é ela que faz o homem cair em si; é ela 
que o separa de tudo que o incomoda e o aflige. É a filosofia que o isola; é por ela que ele diz em segredo, ao 
ver um homem que sofre: "Morre, se queres; estou em segurança". Só os perigos da sociedade inteira perturbam 
o sono tranqüilo do filósofo e o fazem levantar-se do leito. 
 
9. É preciso convir, primeiro, que, quanto mais violentas as paixões, mais necessárias são as leis para contê-
las: mas, além das desordens e dos crimes que as paixões causam todos os dias entre nós, mostrarem toda a 
insuficiência das leis a esse respeito, seria bom examinar ainda se essas desordens não nasceram com as 
próprias leis; porque, então, quando estas fossem capazes de as reprimir, o menos que se deveria exigir delas 
seria fazer cessar um mal que não existiria sem elas. 
 
10. Ora, se se comparar a diversidade prodigiosa do estado civil com a simplicidade e a uniformidade da vida 
animal e selvagem, em que todos se nutrem dos mesmos alimentos, vivem da mesma maneira e fazem 
exatamente as mesmas coisas, compreender-se-á quanto a diferença de homem para homem deve ser 
menor no estado de natureza do que no de sociedade; e quanto a desigualdade natural deve aumentar na 
espécie humana pela desigualdade de instituição. 
 
11. Depois de haver provado que a desigualdade é apenas sensível no estado de natureza, sendo a sua 
influência quase nula, resta-me mostrar sua origem e seus progressos nos desenvolvimentos sucessivos do 
espírito humano. Depois de haver mostrado que a perfectibilidade, as virtudes sociais e as outras faculdades que 
o homem natural recebera em potencial, jamais podiam desenvolver-se por si mesmas, que para isso tinham 
necessidade do concurso fortuito de muitas causas estranhas, que poderiam não nascer nunca, e sem as quais 
é preciso ficar eternamente na sua condição primitiva, resta-me considerar e aproximar os diversos acasos que 
puderam aperfeiçoar a razão humana deteriorando a espécie, tornar um ser mau fazendo-o social e, de um 
termo tão distante, conduzir enfim o homem e o mundo ao ponto em que os vemos. 
 
12. O primeiro que, tendo cercado um terreno, se lembrou de dizer: Isto é meu, e encontrou pessoas 
bastantes simples para o acreditar, foi o verdadeiro fundador da sociedade civil. 
 
13. Instruído pela experiência de que o amor do bem-estar é o único móvel das ações humanas, achou-se 
em estado de distinguir as raras ocasiões em que o interesse comum lhe devia fazer contar com a assistência 
dos seus semelhantes, e as mais raras ainda em que a concorrência lhe devia fazer desconfiar deles adquire-se 
o hábito de se reunir diante das cabanas ou em torno de uma grande árvore: o canto e a dança, verdadeiros 
filhos do amor e da ociosidade, tornam-se divertimento, ou antes, ocupação dos homens e das mulheres ociosos 
e agrupados. Cada um começa a olhar os outros e a querer ser olhado por sua vez, e a estima pública tem um 
preço. Aquele que canta ou dança melhor, o mais belo, o mais forte, o mais destro ou o mais eloqüente, torna-se 
o mais considerado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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14. E foi esse o primeiro passo para a desigualdade e para o vício, ao mesmo tempo: dessas primeiras 
preferências nasceram, de um lado, a vaidade e o desprezo e, de outro, a vergonha e a inveja; e a fermentação 
causada por esses novos fermentos produziu, enfim, compostos funestos à felicidade e à inocência. 
 
15. Logo que os homens começaram a se apreciar mutuamente, e que a idéia da consideração se formou em 
seu espírito, cada um pretendeu ter direito a ela, e não foi mais possível faltar com ela impunemente a ninguém. 
Daí surgiram os primeiros deveres de civilidade, mesmo entre os selvagens; e daí, toda falta voluntária tornou-se 
um ultraje, porque, com o mal que resultava da injúria, o ofendido via nela também o desprezo à sua pessoa, 
muitas vezes mais insuportável do que o próprio mal. 
 
16. Foi assim que, punindo cada qual o desprezo que se lhe testemunhara de maneira proporcionada ao juízo 
que de si mesmo fazia, as vinganças se tornaram terríveis, e os homens sanguinários e cruéis. Eis, 
precisamente, o grau a que tinham chegado a maior parte dos selvagens que nos são conhecidos; e, foi por não 
terem distinguido suficientemente as idéias e notado como esses povos já estavam longe do primeiro estado de 
natureza, que muitos se apressaram em concluir que o homem é naturalmente cruel e tem necessidade de 
polícia para abrandá-lo; ao passo que não há nada tão doce como ele em seu estado primitivo, quando, 
colocado pela natureza a distâncias iguais da estupidez dos brutos e das luzes funestas do homem civilizado, e 
limitado, igualmente, pelo instinto e pela razão, a se preservar do mal que o ameaça, é impedido pela piedade 
natural de fazer mal a quem quer que seja, não sendo por nada levado a isso, mesmo depois de o ter recebido. 
 
17. Porque, segundo o axioma do sábio Locke, não pode haver injúria onde não há propriedade. Mas, desde 
o instante que um homem teve necessidade do socorro de outro; desde que perceberam que era útila um só 
ter provisões para dois, a igualdade desapareceu, a propriedade se introduziu, o trabalho tornou-se 
necessário e as vastas florestas se transformaram em campos risonhos que foi preciso regar com o suor dos 
homens, e nos quais, em breve, se viram germinar a escravidão e a miséria, a crescer com as colheitas. 
 
18. Quando os antigos, diz Grotius, deram a Ceras o epíteto de legisladora, e a uma festa celebrada em sua 
honra o nome de tesmofória, fizeram entender, por isso, que a partilha das terras produziu uma nova espécie de 
direito, isto é, o direito de propriedade, diferente do que resulta da lei natural. 
 
19. Nesse estado, as coisas poderiam ter ficado iguais, se os talentos fossem iguais, e se, por exemplo, o 
emprego do ferro e o consumo dos alimentos tivessem feito sempre uma balança exata: mas, a proporção que 
ninguém mantinha foi logo rompida: o mais forte fazia mais tarefa; o mais destro tirava melhor partido da sua; o 
mais engenhoso encontrava meios de abreviar o trabalho; o lavrador tinha mais necessidade de ferro, ou o 
ferreiro mais necessidade de trigo; e, trabalhando igualmente, um ganhava muito, enquanto outro mal podia 
viver. 
 
20. Tal foi ou deve ter sido a origem da sociedade e das leis, que deram novos entraves ao fraco e novas forças 
ao rico, destruíram sem remédio a liberdade natural, fixaram para sempre a lei da propriedade e da 
desigualdade, de uma astuta usurpação fizeram um direito irrevogável, e, para proveito de alguns ambiciosos, 
sujeitaram para o futuro todo o gênero humano ao trabalho, à servidão e à miséria. Vê-se facilmente como o 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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estabelecimento de uma única sociedade tornou indispensável o de todas as outras, e como, para fazer face a 
forças unidas, foi preciso se unir por sua vez. 
 
21. Apesar de todos os trabalhos dos mais sábios legisladores, o estado político conservou-se sempre 
imperfeito, porque era quase obra do acaso, e porque, mal começado, o tempo, descobrindo os defeitos e 
sugerindo remédios, jamais pode reparar os vícios da constituição. 
 
22. Porque o reconhecimento é bem um dever que é preciso cumprir, mas não um direito que se possa exigir. 
 
23. Como é mais legítimo dizer, com o sábio Platão, que a perfeita felicidade de um reino consiste em que um 
príncipe seja obedecido por seus súditos, que o príncipe obedeça à lei, e que a lei seja reta e sempre dirigida 
para o bem público! 
 
24. Não me deterei a investigar se, sendo a liberdade a mais nobre das faculdades do homem. 
 
25. De resto, não passando o direito de propriedade de convenção e instituição humana, todo homem pode à 
vontade dispor do que possui: mas não acontece o mesmo com os dons essenciais da natureza, tais como a 
vida e a liberdade, que é permitido a cada um gozar e que pelo menos é duvidoso que se tenha o direito de se 
despojar: perdendo-se uma, degrada-se o ser; perdendo-se a outra, aniquila-se tanto quanto existe em si: e, 
como nenhum bem temporário pode compensar uma e outra, seria ofender ao mesmo tempo a natureza e a 
razão renunciar a isso, por qualquer preço que fosse. Mas, mesmo que pudéssemos alienar nossos bens e 
nossa liberdade, a diferença seria muito grande para os filhos, que não gozassem dos bens do pai senão pela 
transmissão do seu direito. 
 
26. Sendo a liberdade, ao contrário, um dom que recebem da natureza na qualidade de homens, seus pais 
nenhum direito têm de os despojar. De sorte que, como para estabelecer a escravidão foi preciso fazer violência 
à natureza, também foi preciso mudá-la para perpetuar esse direito: e os jurisconsultos que pronunciaram 
gravemente que o filho de um escravo nasceria escravo decidiram, em outros termos, que um homem não 
nasceria homem. 
 
27. A mais cega obediência é a única virtude que resta aos escravos. 
 
28. Tal é, com efeito, a verdadeira causa de todas essas diferenças: o selvagem vive em si mesmo; o homem 
sociável, sempre fora de si, não sabe viver senão na opinião dos outros, e é, por assim dizer, exclusivamente do 
seu julgamento que tira o sentimento de sua própria existência. 
 
29. Escapa ao meu tema mostrar como de tal disposição nasce tanta indiferença pelo bem e o mal, com tão 
belos discursos de moral; como, reduzindo-se tudo às aparências, tudo se torna factício e representado, honra, 
amizade, virtude, e muitas vezes até os próprios vícios, cujo segredo de se glorificar finalmente se encontra; 
como, em uma palavra, perguntando sempre aos outros o que somos, e não ousando jamais interrogar-nos 
sobre isso nós mesmos, no meio de tanta filosofia, humanidade, polidez, máximas sublimes, não temos senão 
um exterior enganador e frívolo, honra, sem virtude, razão sem sabedoria, e prazer sem felicidade. Basta-me ter 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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provado que esse não é o estado original do homem, e que só o espírito da sociedade e a desigualdade que ela 
engendra modificam e alteram, assim, todas as nossas inclinações naturais. 
 
30. Tratei de expor a origem e o progresso da desigualdade, o estabelecimento e o abuso das sociedades 
políticas, tanto quanto essas coisas se podem deduzir da natureza do homem pelas luzes exclusivas da razão, e 
independentemente dos dogmas sagrados que dão à autoridade soberana a sanção do direito divino. 
 
31. Resulta do exposto que a desigualdade, sendo quase nula no estado de natureza, tira a sua força e o seu 
crescimento do desenvolvimento das nossas faculdades e dos progressos do espírito humano, tornando-se 
enfim estável e legítima pelo estabelecimento da propriedade e das leis. 
 
32. Mas, no homem da sociedade, é tudo bem diferente; trata-se, primeiramente, de prover ao necessário, 
depois, ao supérfluo. Em seguida, vêm as delícias, depois as imensas riquezas, e depois súditos e 
escravos. Não há um momento de descanso. O que há de mais original é que, quanto menos as necessidades 
são naturais e prementes, tanto mais as paixões aumentam, e o que é pior, o poder de as satisfazer. De sorte 
que, após longas prosperidades, depois de haver devorado muitos tesouros e desolado muitos homens, meu 
herói acabará por tudo arruinar, até que seja o único senhor do universo. Tal é, abreviadamente, o quadro 
moral, senão da vida humana, pelo menos das pretensões secretas do coração de todo homem 
civilizado. 
 
33. Os julgamentos precipitados, que não são o fruto de uma razão esclarecida, estão sujeitos a cair no exagero. 
 
- LIBERDADE NAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS: 
 
- CONSTITUICÃO POLITICA DO IMPERIO DO BRAZIL (DE 25 DE MARÇO DE 1824) 
 
Das Disposições Geraes, e Garantias dos Direitos Civis, e Politicos dos Cidadãos Brazileiros. 
 
 Art. 179. A inviolabilidade dos Direitos Civis, e Politicos dos Cidadãos Brazileiros, que tem por base a 
liberdade, a segurança individual, e a propriedade, é garantida pela Constituição do Imperio, pela maneira 
seguinte. 
 I. Nenhum Cidadão póde ser obrigado a fazer, ou deixar de fazer alguma cousa, senão em virtude da 
Lei. 
 IV. Todos podem communicar os seus pensamentos, por palavras, escriptos, e publical-os pela Imprensa, 
sem dependencia de censura; com tanto que hajam de responder pelos abusos, que commetterem no exercicio 
deste Direito, nos casos, e pela fórma, que a Lei determinar. 
 V. Ninguem póde ser perseguido por motivo de Religião, uma vez que respeite a do Estado, e não offenda a 
Moral Publica. 
 XXIV. Nenhum genero de trabalho, de cultura, industria, ou commercio póde ser prohibido, uma vez que não 
se opponhaaos costumes publicos, á segurança, e saude dos Cidadãos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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- CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL ( DE 24 DE FEVEREIRO DE 1891) 
Declaração de Direitos 
 Art 72 - A Constituição assegura a brasileiros e a estrangeiros residentes no País a inviolabilidade dos 
direitos concernentes à liberdade, à segurança individual e à propriedade, nos termos seguintes: 
 § 1º - Ninguém pode ser obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. 
 § 2º - Todos são iguais perante a lei. 
 § 3º - Todos os indivíduos e confissões religiosas podem exercer pública e livremente o seu culto, 
associando-se para esse fim e adquirindo bens, observadas as disposições do direito comum. 
 § 8º - A todos é lícito associarem-se e reunirem-se livremente e sem armas; não podendo intervir a polícia 
senão para manter a ordem pública. 
 § 12 - Em qualquer assunto é livre a manifestação de pensamento pela imprensa ou pela tribuna, sem 
dependência de censura, respondendo cada um pelos abusos que cometer nos casos e pela forma que a lei 
determinar. Não é permitido o anonimato. 
 § 24 - É garantido o livre exercício de qualquer profissão moral, intelectual e industrial. 
 § 28 - Por motivo de crença ou de função religiosa, nenhum cidadão brasileiro poderá ser privado de seus 
direitos civis e políticos nem eximir-se do cumprimento de qualquer dever cívico. 
 
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL (DE 16 DE JULHO DE 1934) 
 
 Art 113 - A Constituição assegura a brasileiros e a estrangeiros residentes no País a inviolabilidade dos 
direitos concernentes à liberdade, à subsistência, à segurança individual e à propriedade, nos termos seguintes: 
 1) Todos são iguais perante a lei. Não haverá privilégios, nem distinções, por motivo de nascimento, sexo, 
raça, profissões próprias ou dos pais, classe social, riqueza, crenças religiosas ou idéias políticas. 
 2) Ninguém será obrigado a fazer, ou deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude de lei. 
 4) Por motivo de convicções filosófica, políticas ou religiosas, ninguém será privado de qualquer dos seus 
direitos, salvo o caso do art. 111, letra b . 
 5) É inviolável a liberdade de consciência e de crença e garantido o livre exercício dos cultos religiosos, 
desde que não contravenham à ordem pública e aos bons costume. As associações religiosas adquirem 
personalidade jurídica nos termos da lei civil. 
 12) É garantida a liberdade de associação para fins lícitos, nenhuma associação será compulsor iamente 
dissolvida senão por sentença judiciária. 
 13) É livre o exercício de qualquer profissão, observadas as condições de capacidade técnica e 
outras que a lei estabelecer, ditadas pelo interesse público. 
 
- CONSTITUIÇÃO DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL (DE 10 DE NOVEMBRO DE 1937) 
 
 Art 122 - A Constituição assegura aos brasileiros e estrangeiros residentes no País o direito à liberdade, à 
segurança individual e à propriedade, nos termos seguintes: 
 1º) todos são iguais perante a lei; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 2º) todos os brasileiros gozam do direito de livre circulação em todo o território nacional, podendo fixar -se 
em qualquer dos seus pontos, aí adquirir imóveis e exercer livremente a sua atividade; 
 - todos os indivíduos e confissões religiosas podem exercer pública e livremente o seu culto, associando-se 
para esse fim e adquirindo bens, observadas as disposições do direito comum, as exigências da ordem pública e 
dos bons costumes; 
 8º) a liberdade de escolha de profissão ou do gênero de trabalho, indústria ou comércio, observadas as 
condições de capacidade e as restrições impostas pelo bem público nos termos da lei; 
 9º) a liberdade de associação, desde que os seus fins não sejam contrários à lei penal e aos bons 
costumes; 
 10) todos têm direito de reunir-se pacificamente e sem armas. As reuniões a céu aberto podem ser 
submetidas à formalidade de declaração, podendo ser interditadas em caso de perigo imediato para a segurança 
pública; 
 15) todo cidadão tem o direito de manifestar o seu pensamento, oralmente, ou por escrito, impresso ou por 
imagens, mediante as condições e nos limites prescritos em lei. 
 
CONSTITUIÇÃO DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL (DE 18 DE SETEMBRO DE 1946) 
 
 Art 141 - A Constituição assegura aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade dos 
direitos concernentes à vida, à liberdade, a segurança individual e à propriedade, nos termos seguintes: 
 § 1º Todos são iguais perante a lei. 
 § 2º Ninguém pode ser obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. 
 § 3º - A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. 
 § 4º - A lei não poderá excluir da apreciação do Poder Judiciário qualquer lesão de direito individual. 
 § 5º - É livre a manifestação do pensamento, sem que dependa de censura, salvo quanto a espetáculos e 
diversões públicas, respondendo cada um, nos casos e na forma que a lei preceituar pelos abusos que cometer. 
Não é permitido o anonimato. É assegurado o direito de resposta. A publicação de livros e periódicos não 
dependerá de licença do Poder Público. Não será, porém, tolerada propaganda de guerra, de processos 
violentos para subverter a ordem política e social, ou de preconceitos de raça ou de classe. 
 § 7º - É inviolável a liberdade de consciência e de crença e assegurado o livre exercício dos cultos religiosos, 
salvo o dos que contrariem a ordem pública ou os bons costumes. As associações religiosas adquirirão 
personalidade jurídica na forma da lei civil. 
 § 12 - É garantida a liberdade de associação para fins lícitos. Nenhuma associação poderá ser 
compulsoriamente dissolvida senão em virtude de sentença judiciária. 
 § 14 - É livre o exercício de qualquer profissão, observadas as condições de capacidade que a lei 
estabelecer. 
 
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1967 
 
 Art 150 - A Constituição assegura aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pais a inviolabilidade dos 
direitos concernentes à vida, à liberdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
 § 1º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção, de sexo, raça, trabalho, credo religioso e convicções 
políticas. O preconceito de raça será punido pela lei. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 § 2º - Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. 
 § 5º - É plena a liberdade de consciência e fica assegurado aos crentes o exercício dos cultos religiosos, 
que não contrariem a ordem pública e os bons costumes. 
 § 6º - Por motivo de crença religiosa, ou de convicção filosófica ou política, ninguém será privado de 
qualquer dos seus direitos, salvo se a invocar para eximir-se de obrigação legal imposta a todos, caso em que a 
lei poderá determinar a perda dos direitos incompatíveis com a escusa de consciência. 
 § 8º - É livre a manifestação de pensamento, de convicção políticaou filosófica e a prestação de 
informação sem sujeição à censura, salvo quanto a espetáculos de diversões públicas, respondendo cada um, 
nos termos da lei, pelos abusos que cometer. 
 § 23 - É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, observadas as condições de capacidade 
que a lei estabelecer. 
 
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988 
 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: 
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; 
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; 
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; 
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; 
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos 
e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; 
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a 
lei estabelecer; 
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, 
nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; 
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de 
autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas 
exigido prévio aviso à autoridade competente; 
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar. 
 
JURISPRUDÊNCIA: 
E M E N T A: RECURSO EXTRAORDINÁRIO - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO RECEBIDOS COMO 
RECURSO DE AGRAVO - CONSELHO PROFISSIONAL - ORDEM DOS MÚSICOS DO BRASIL - 
EXIGÊNCIA DE INSCRIÇÃO PARA EFEITO DE EXERCÍCIO DA ATIVIDADE ARTÍSTICA - 
INCOMPATIBILIDADE COM O TEXTO DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA - 
LIBERDADESCONSTITUCIONAIS DE EXPRESSÃO ARTÍSTICA (CF, ART. 5º, IX) E DE OFÍCIO OU 
PROFISSÃO (CF, ART. 5º, XIII) - SIGNIFICADO E ALCANCE DESSAS LIBERDADES FUNDAMENTAIS - 
ARTE E CULTURA, QUE REPRESENTAM EXPRESSÕES FUNDAMENTAIS DA LIBERDADE HUMANA E 
QUE CONSTITUEM DOMÍNIOS INTERDITADOS À INTERVENÇÃO, SEMPRE PERIGOSA E NOCIVA, DO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ESTADO - A QUESTÃO DA LIBERDADE PROFISSIONAL E A REGULAÇÃO NORMATIVA DE SEU 
EXERCÍCIO - PARÂMETROS QUE DEVEM CONFORMAR A AÇÃO LEGISLATIVA DO ESTADO NO PLANO 
DA REGULAMENTAÇÃO PROFISSIONAL: (a) NECESSIDADE DE GRAU ELEVADO DECONHECIMENTO 
TÉCNICO OU CIENTÍFICO PARA O DESEMPENHO DA PROFISSÃO E (b) EXISTÊNCIA DE RISCO 
POTENCIAL OU DE DANO EFETIVO COMO OCORRÊNCIAS QUE PODEM RESULTAR DO EXERCÍCIO 
PROFISSIONAL - PRECEDENTES DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL QUE SE CONSOLIDARAM DESDE 
A CONSTITUIÇÃO DE 1891 - LIMITES À AÇÃO LEGISLATIVA DO ESTADO, NOTADAMENTE QUANDO 
IMPÕE RESTRIÇÕES AO EXERCÍCIO DE DIREITOS OULIBERDADES OU, AINDA, NOS CASOS EM QUE A 
LEGISLAÇÃO SE MOSTRA DESTITUÍDA DO NECESSÁRIO COEFICIENTE DE RAZOABILIDADE - 
MAGISTÉRIO DA DOUTRINA - INCONSTITUCIONALIDADE DA EXIGÊNCIA LEGAL DE INSCRIÇÃO NA 
ORDEM DOS MÚSICOS DO BRASIL E DE PAGAMENTO DE ANUIDADE, PARA EFEITO DE ATUAÇÃO 
PROFISSIONAL DO MÚSICO - RECURSO IMPROVIDO. (RE 635023) 
 
EMENTA: DIREITO CONSTITUCIONAL. EXERCÍCIO PROFISSIONAL E LIBERDADE DE EXPRESSÃO. 
EXIGÊNCIA DE INSCRIÇÃO EM CONSELHO PROFISSIONAL. EXCEPCIONALIDADE. ARTS. 5º, IX e XIII, DA 
CONSTITUIÇÃO. Nem todos os ofícios ou profissões podem ser condicionadas ao 
cumprimento de condições legais para o seu exercício. A regra é a liberdade. Apenas quando houver 
potencial lesivo na atividade é que pode ser exigida inscrição em conselho de fiscalização profissional. A 
atividade de músico prescinde de controle. Constitui, ademais, manifestação artística protegida pela 
garantia da liberdade de expressão. (RE 414426) 
 
Ementa: LIBERDADE DE INFORMAÇÃO - DIREITO DE CRÍTICA - PRERROGATIVA POLÍTICO-
JURÍDICA DEÍNDOLE CONSTITUCIONAL - MATÉRIA JORNALÍSTICA QUE EXPÕE FATOS E VEICULA 
OPINIÃO EM TOM DE CRÍTICA - CIRCUNSTÂNCIA QUE EXCLUI O INTUITO DE OFENDER - AS 
EXCLUDENTES ANÍMICAS COMO FATOR DE DESCARACTERIZAÇÃO DO “ANIMUS INJURIANDI VEL 
DIFFAMANDI” - AUSÊNCIA DE ILICITUDE NO COMPORTAMENTO DO PROFISSIONAL DE IMPRENSA - 
INOCORRÊNCIA DE ABUSO DA LIBERDADE DE MANIFESTAÇÃO DO PENSAMENTO - 
CARACTERIZAÇÃO, NA ESPÉCIE, DO REGULAR EXERCÍCIO DO DIREITO DE INFORMAÇÃO - O 
DIREITO DE CRÍTICA, QUANDO MOTIVADO POR RAZÕES DE INTERESSE COLETIVO, NÃO SE REDUZ, 
EM SUA EXPRESSÃO CONCRETA, À DIMENSÃO DO ABUSO DA LIBERDADE DE IMPRENSA- A 
QUESTÃO DA LIBERDADE DE INFORMAÇÃO (E DO DIREITO DE CRÍTICA NELA FUNDADO) EM FACE 
DAS FIGURAS PÚBLICAS OU NOTÓRIAS - JURISPRUDÊNCIA - DOUTRINA - RECURSO DEAGRAVO 
IMPROVIDO. - A liberdade de imprensa, enquanto projeção das liberdades decomunicação 
e de manifestação do pensamento, reveste-se de conteúdo abrangente, por compreender, dentre outras 
prerrogativas relevantes que lhe são inerentes, (a) o direitode informar, (b) o direito de buscar a 
informação, (c) o direito de opinar e (d) o direito decriticar. - A crítica jornalística, desse modo, traduz 
direito impregnado de qualificação constitucional, plenamente oponível aos que exercem qualquer 
atividade de interesse da coletividade em geral, pois o interesse social, que legitima o direito de criticar, 
sobrepõe-se a eventuais suscetibilidades que possam revelar as pessoas públicas ou as figuras notórias, 
exercentes, ou não, de cargos oficiais. - A crítica que os meios de comunicação social dirigem a pessoas 
públicas (e a figuras notórias), por mais dura e veemente que possa ser, deixa de sofrer, quanto ao seu 
concreto exercício, as limitações externas que ordinariamente resultam dos direitos de personalidade. - 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Não induz responsabilidade civil a publicação de matéria jornalística cujo conteúdo divulgue 
observações em caráter mordaz ou irônico ou, então, veicule opiniões em tom de crítica severa, dura ou, 
até, impiedosa, ainda mais se a pessoa, a quem tais observações forem dirigidas, ostentar a 
condição defigura notória ou pública, investida, ou não, de autoridade governamental, pois, em tal 
contexto, a liberdade de crítica qualifica-se como verdadeira excludente anímica, apta a afastar o intuito 
doloso de ofender. Jurisprudência. Doutrina. - O Supremo Tribunal Federal tem destacado, de modo 
singular, em seu magistério jurisprudencial, a necessidade depreservar-se a prática da liberdade 
de informação, resguardando-se, inclusive, o exercício do direito de crítica que dela emana, verdadeira 
“garantia institucional da opinião pública” (Vidal Serrano Nunes Júnior), por tratar-se de prerrogativa 
essencial que se qualifica como um dos suportes axiológicos que conferem legitimação material ao 
próprio regime democrático. - Mostra-se incompatível, com o pluralismo de idéias (que legitima a 
divergência de opiniões), a visão daqueles que pretendem negar, aos meios decomunicação social (e aos 
seus profissionais), o direito de buscar e de interpretar as informações, bem assim a 
prerrogativa de expender as críticas pertinentes. Arbitrária, desse modo, e inconciliável com a proteção 
constitucional da informação, a repressão à crítica jornalística, pois o Estado - inclusive seus Juízes e 
Tribunais -não dispõe de poder algum sobre a palavra, sobre as idéias e sobre as convicções 
manifestadas pelos profissionais da Imprensa, não cabendo, ainda, ao Poder Público, estabelecer 
padrões deconduta cuja observância implique restrição indevida aos “mass media”, que hão de ser 
permanentemente livres, em ordem a desempenhar, de modo pleno, o seu dever-poder deinformar 
e de praticar, sem injustas limitações, a liberdade constitucional de comunicação e de manifestação do 
pensamento. Precedentes do Supremo Tribunal Federal. Jurisprudência comparada (Corte 
Européia de Direitos Humanos e Tribunal Constitucional Espanhol). (AI 690841) 
 
EMENTA: JORNALISMO. EXIGÊNCIA DE DIPLOMA DE CURSO SUPERIOR, REGISTRADO PELO 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, PARA O EXERCÍCIO DA PROFISSÃO DE JORNALISTA. LIBERDADES 
DE PROFISSÃO, DE EXPRESSÃO E DE INFORMAÇÃO. CONSTITUIÇÃO DE 1988 (ART. 5º, IX E XIII, E ART. 
220, CAPUT E § 1º). NÃO RECEPÇÃO DO ART. 4º, INCISO V, DO DECRETO-LEI N° 972, DE1969. 1. 
RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS. ART. 102, III, "A", DA CONSTITUIÇÃO. REQUISITOS PROCESSUAIS 
INTRÍNSECOS E EXTRÍNSECOS DE ADMISSIBILIDADE. Os recursos extraordinários foram 
tempestivamente interpostos e a matéria constitucional que deles é objeto foi amplamente debatida nas 
instâncias inferiores. Recebidos nesta Corte antes do marco temporal de 3 de maio de 2007 (AI-QO nº 
664.567/RS, Rel. Min. Sepúlveda Pertence), os recursos extraordinários não se submetem ao regime da 
repercussão geral. 2. LEGITIMIDADE ATIVA DO MINISTÉRIO PÚBLICO PARA PROPOSITURA DA AÇÃO 
CIVIL PÚBLICA. O Supremo Tribunal Federal possui sólida jurisprudência sobre o cabimento da ação 
civil pública para proteção de interesses difusos e coletivos e a respectiva legitimação do Ministério 
Público para utilizá-la, nos termos dos arts. 127, caput, e 129, III, da Constituição Federal. No caso, a ação 
civil pública foi proposta pelo Ministério Público com o objetivo de proteger não apenas os interesses 
individuais homogêneos dos profissionais do jornalismo que atuam sem diploma, mas também os 
direitos fundamentais de toda a sociedade (interesses difusos) à plena liberdade de expressão 
e de informação. 3. CABIMENTO DA AÇÃO CIVIL PÚBLICA. A não-recepção do Decreto-Lei n° 972/1969 
pela Constituição de 1988 constitui a causa de pedir da ação civil pública e não o seu pedido principal, o 
que está plenamente de acordo com a jurisprudência desta Corte. A controvérsia constitucional, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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portanto, constitui apenas questão prejudicial indispensável à solução do litígio, e não seu pedido único 
e principal. Admissibilidade da utilização da ação civil pública como instrumento de fiscalização 
incidental de constitucionalidade. Precedentes do STF. 4. ÂMBITO DE PROTEÇÃO DA LIBERDADE 
DE EXERCÍCIO PROFISSIONAL (ART. 5º, INCISO XIII, DA CONSTITUIÇÃO). IDENTIFICAÇÃO DAS 
RESTRIÇÕES E CONFORMAÇÕES LEGAIS CONSTITUCIONALMENTE PERMITIDAS. RESERVA LEGAL 
QUALIFICADA. PROPORCIONALIDADE. A Constituição de 1988, ao assegurar a liberdadeprofissional 
(art. 5º, XIII), segue um modelo de reserva legal qualificada presente nas Constituições anteriores, as 
quais prescreviam à lei a definição das "condições decapacidade" como condicionantes para o exercício 
profissional. No âmbito do modelo dereserva legal qualificada presente na formulação do art. 5º, XIII, da 
Constituição de 1988, paira uma imanente questão constitucional quanto à razoabilidade e 
proporcionalidade das leis restritivas, especificamente, das leis que disciplinam as qualificações 
profissionais como condicionantes do livre exercício das profissões. Jurisprudência do Supremo 
Tribunal Federal: Representação n.° 930, Redator p/ o acórdão Ministro Rodrigues Alckmin, DJ, 2-9-1977. 
A reserva legal estabelecida pelo art. 5º, XIII, não confere ao legislador o poder derestringir o exercício 
da liberdade profissional a ponto de atingir o seu próprio núcleo essencial. 5. JORNALISMO 
E LIBERDADES DE EXPRESSÃO E DE INFORMAÇÃO. INTEPRETAÇÃO DO ART. 5º, INCISO XIII, EM 
CONJUNTO COM OS PRECEITOS DO ART. 5º, INCISOS IV, IX, XIV, E DO ART. 220 DA CONSTITUIÇÃO. O 
jornalismo é uma profissão diferenciada por sua estreita vinculação ao pleno exercício das liberdades 
de expressão e de informação. O jornalismo é a própria manifestação e difusão do pensamento e da 
informação de forma contínua, profissional e remunerada. Os jornalistas são aquelas pessoas que se 
dedicam profissionalmente ao exercício pleno da liberdade de expressão. O jornalismo e a liberdade 
de expressão, portanto, são atividades que estão imbricadas por sua própria natureza e não podem ser 
pensadas e tratadas de forma separada. Isso implica, logicamente, que a interpretação do art. 5º, inciso 
XIII, da Constituição, na hipótese da profissão de jornalista, se faça, impreterivelmente, em conjunto com 
os preceitos do art. 5º, incisos IV, IX, XIV, e do art. 220 da Constituição, que asseguram as liberdades 
de expressão, de informação e decomunicação em geral. 6. DIPLOMA DE CURSO SUPERIOR COMO 
EXIGÊNCIA PARA O EXERCÍCIO DA PROFISSÃO DE JORNALISTA. RESTRIÇÃO INCONSTITUCIONAL 
ÀS LIBERDADES DE EXPRESSÃO E DE INFORMAÇÃO. As liberdades de expressão e de informação e, 
especificamente, a liberdade de imprensa, somente podem ser restringidas pela lei em hipóteses 
excepcionais, sempre em razão da proteção de outros valores e interesses constitucionais igualmente 
relevantes, como os direitos à honra, à imagem, à privacidade e à personalidade em geral. Precedente do 
STF: ADPF n° 130, Rel. Min. Carlos Britto. A ordem constitucional apenas admite a definição legal das 
qualificações profissionais na hipótese em que sejam elas estabelecidas para proteger, efetivar e reforçar 
o exercício profissional das liberdades de expressão e de informação por parte dos jornalistas. Fora 
desse quadro, há patente inconstitucionalidade da lei. A exigência de diploma de curso superior para a 
prática do jornalismo - o qual, em sua essência, é o desenvolvimento profissional dasliberdades 
de expressão e de informação - não está autorizada pela ordem constitucional, pois constitui uma 
restrição, um impedimento, uma verdadeira supressão do pleno, incondicionado e efetivo exercício 
da liberdade jornalística, expressamente proibido pelo art. 220, § 1º, da Constituição. 7. 
PROFISSÃO DE JORNALISTA. ACESSO E EXERCÍCIO. CONTROLE ESTATAL VEDADO PELA ORDEM 
CONSTITUCIONAL. PROIBIÇÃO CONSTITUCIONAL QUANTO À CRIAÇÃO DE ORDENS OU 
CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO PROFISSIONAL. No campo da profissão de jornalista, não há espaço 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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para a regulação estatal quanto às qualificações profissionais. O art. 5º, incisos IV, IX, XIV, e o art. 220, 
não autorizam o controle, por parte do Estado, quanto ao acesso e exercício da profissão de jornalista. 
Qualquer tipo decontrole desse tipo, que interfira na liberdade profissional no momento do próprio 
acesso à atividade jornalística, configura, ao fim e ao cabo, controle prévio que, em verdade, caracteriza 
censura prévia das liberdades de expressão e de informação, expressamente vedada pelo art. 5º, inciso 
IX, da Constituição. A impossibilidade do estabelecimento decontroles estatais sobre a profissão 
jornalística leva à conclusão de que não pode o Estado criar uma ordem ou um conselho profissional 
(autarquia) para a fiscalização desse tipo deprofissão. O exercício do poder de polícia do Estado é 
vedado nesse campo em que imperam as liberdades de expressão e de informação. Jurisprudência do 
STF: Representação n.° 930, Redatorp/ o acórdão Ministro Rodrigues Alckmin, DJ, 2-9-1977. 8. 
JURISPRUDÊNCIA DA CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS. POSIÇÃO DA 
ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS - OEA. A Corte Interamericana de Direitos Humanos 
proferiu decisão no dia 13 de novembro de 1985, declarando que a obrigatoriedade do diploma 
universitário e da inscrição em ordem profissional para o exercício da profissão de jornalista viola o art. 
13 da Convenção Americana de Direitos Humanos, que protege a liberdade de expressão em sentido 
amplo (caso "La colegiación obligatoria de periodistas" - Opinião Consultiva OC-
5/85, de 13 de novembro de 1985). Também a Organização dos Estados Americanos - OEA, por meio da 
Comissão Interamericana de Direitos Humanos, entende que a exigência de diploma universitário em 
jornalismo, como condição obrigatória para o exercício dessa profissão, viola o direito àliberdade 
de expressão (Informe Anual da Comissão Interamericana de Direitos 
Humanos,de 25 de fevereiro de 2009). RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS CONHECIDOS E PROVIDOS. (RE 
511961) 
 
 
Ementa: ALGEMAS - UTILIZAÇÃO. O uso de algemas surge excepcional somente restando justificado 
ante a periculosidade do agente ou risco concreto de fuga. JULGAMENTO - ACUSADO ALGEMADO - 
TRIBUNAL DO JÚRI. Implica prejuízo à defesa a manutenção do réu algemado na sessão de julgamento 
do Tribunal do Júri, resultando o fato na insubsistência do veredicto condenatório. (HC 91952)

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