Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Geologia Marinha - X Geologia Marinha Prof. Lazaro Laut Bárbara Nuic SEDIMENTAÇÃO MARINHA Introdução • Margem continental tipo passivo ou Atlântico • Quebra da plataforma é acentuada a uma profundidade de aproximadamente 130 m Início do mar profundo. • Mar profundo = talude + planícies abissais • Sedimentação: Plataforma continental ondas, marés, correntes, oscilações eustáticas do mar. Talude dinâmica de ressedimentação. Perfil fisiógrafico da costa brasileira (www.labec.com.br) FATORES DE INFLUÊNCIA NA SEDIMENTAÇÃO DOS OCEANOS Classificação dos sedimentos é baseada em sua origem ou fonte, granulometria (tamanho ou diâmetro das partículas) e na composição mineralógica 1) Fontes: a) Fontes extra-baciais ou alóctones: estabelecidas nas áreas continentais adjacentes, fornecem sedimentos de natureza terrígena, incluindo-se nesta categoria, ainda que em menor proporção, os sedimentos cosmogênicos. a) Fontes intra-baciais ou autóctones: os sedimentos são originados na própria bacia de sedimentação, decorrentes de precipitações entre a água do mar e compostos químicos orgânicos e inorgânicos, envolvendo inclusive a autogênese. 2. Granulometria - A granulometria = medida do tamanho de grão dos sedimentos. - Independente da origem. - Sedimentos grossos: cascalho e areia. - Sedimentos finos: “Lama”: silte e argila. Tipos de sedimentos presentes nos oceanos e respectivas granulometrias expressas em milímetros. (Modificado de Segar, 1998). Sedimentos Biogênicos Macroalgas calcarias (Halimeda) Foraminiferos Corais Pteropodos Esponjas (Porifera) Gastropodes e bivalves Sedimentos de Fontes Extrabaciais ou Alóctones Sedimentos Terrígenos (Inorgânicos e Orgânicos) - Fragmentos ou partículas detríticas / clásticas ( termo originado do vocábulo grego “ klastos,” que significa quebrado) de distintos tamanhos, decorrentes de processos de intemperismo (desagregação mecânica e decomposição química) e erosão das rochas continentais. - A trajetória de transporte desde as áreas fontes até o sítio marinho é efetuada por inúmeros agentes como os cursos fluviais, pela ação eólica e glacial; - Os principais constituintes terrígenos inorgânicos, são formados por fragmentos de rochas, grãos de minerais leves, (quartzo, feldspato, mica ) e grãos de minerais pesados de espécies opacas e coloridas (magnetita, ilmenita, turmalina, zircão, rutilo, etc.); - Os componentes orgânicos são representados por micro-raizes, folhas, sementes pólens, e vários outros tipos de remanescentes vegetais; - Os fragmentos de rocha, devem ter preservadas todas as características texturais e mineralógicas da rocha original; - Chegam aos oceanos apenas os clásticos que conseguiram sobreviver ao intemperismo. - O transporte seletivo dos grãos sedimentares (grãos de tamanhos similares) é modulado pela competência dos fluxos aquosos; aqueles caracterizados por energia mais baixa ou normal, transportam material mais fino em suspensão. - Nas regiões das altas latitudes, a erosão dos vales glaciais disponibiliza periodicamente para os oceanos, considerável material sedimentar representado por seixos, fragmentos de rochas, grãos individuais de minerais nos tamanhos cascalho e areia, e também peças de grande porte, tais como matacões ou calhaus, numa mistura caótica e mal selecionada de materiais terrígenos. - O baixo índice de selecionamento dos sedimentos crioclásticos, pode ser explicado pelos processos bruscos de movimentos de massa, geralmente associados à avalanches, detonadas por ocasião dos degelos sazonais, ou então por qualquer outro mecanismo eventual de desestabilização de encostas geladas. (http://www.geologia.ufpr.br) O material liberado, passa a ser agregado à massa gelada, que ao fragmentar-se em grandes blocos nas porções terminais da geleira, tem grande parte deslocada para o oceano constituindo os chamados “icebergs”. Estes, a medida que vão sofrendo fusão nas águas marinhas, vão também liberando o material previamente incorporado. Os constituintes mais grossos são depositados nas imediações da geleira continental, enquanto os finos são transportados a longas distâncias pela ação das correntes marinhas; - O vento é um agente que efetua transporte de grãos com tamanhos aproximadamente similares. A maior parte do material transportado é de granulometria muito fina, principalmente silte e argila (0.062 à <0,004mm) os quais são carreados por longas distâncias como poeira eólica , e antes de sua deposição como sedimentos no fundo marinho, sofrem processo de ressuspensão e transporte pelas correntes. O fluxo eólico, é particularmente efetivo em algumas regiões, principalmente em zonas semi-áridas e áridas onde predominam ventos que sopram de áreas desérticas para os oceanos; - Embora o volume de sedimentos eólicos para os oceanos não seja tão substancial, a persistência dos fluxos ao longo do tempo tem sido o principal fator de contribuição; - Partículas de fontes ígneas (vulcões) introduzidas - na atmosfera durante erupções, em áreas - de atividade constante do fenômeno, - também costumam ser transportadas pelo vento, - principalmente cinzas e pequenos fragmentos vítreos. • O Transporte consiste no deslocamento de partículas através dos agentes geológicos, como por exemplo vento e a água. • Os materiais transportados em solução sedimentam após a precipitação e os que estão em suspensao na água sedimentam por decantação. http://rusoares65.pbworks.com Sedimentos Cosmogênicos - Micro-fragmentos de meteoritos. - A maior parte penetra na atmosfera terrestre, sendo posteriormente depositada tanto na superfície dos continentes como na dos oceanos; ao atingir o fundo marinho, os micro-fragmentos são incorporados aos sedimentos pré- existentes; - Os tipos de meteoritos que chegam ao sistema terrestre se caracterizam como fragmentos líticos, enriquecidos por ferro, e também como poeira cósmica. Sedimentos de Fontes Intrabaciais ou Autóctones Sedimentos Bioquímicos - Aguas rasas: produção carbonática está fundamentalmente associada à sedimentos biogênicos, de natureza tanto animal como vegetal. Após a morte e a deposição desses organismos, os detritos mais grossos podem sofrer abrasão, desarticulação e fragmentação por processos físicos, químicos e biológicos, sendo posteriormente redistribuídos como cascalhos e areias biodetríticos nas margens continentais; Ex. fragmentos esqueletais, carapaças, ossículos de vários organismos, entre os quais salientam-se foraminíferos, briozoários, algas, espongiários, ouriços do mar e muitos outros. - Mar profundo: os fragmentos e peças de granulometrias mais finas (lamas) se acumulam como vasas carbonáticas ou silicosas, através do lento processo de assentamento ao longo da coluna d’água, caracterizando a sedimentação pelágica; Entre os grandes fatores controladores do suprimento biogênico marinho, destacam-se a produtividade primária de nutrientes nas massas d’água superficiais, os processos de dissolução de carbonato e sílica, a partir de determinadas profundidades, etambém o mascaramento e diluição dos carbonatos, provocados pelo aporte de sedimentos terrígenos; - Nas altas latitudes e em áreas de ressurgência costeira (ascensão de águas de fundo à superfície, caracterizadas por temperaturas mais baixas e enriquecidas de nutrientes) são comuns os organismos silicosos, especialmente as diatomáceas, fito-organismos planctônicos com granulometria em torno dos 2 mm. Os radiolários, constituídos por zoo-organismos silicosos, igualmente microscópicos, possuem estrutura opalina intrincada e são abundantes em águas tropicais caracterizadas por elevada produtividade de sílica; -Nas baixas latitudes, proliferam delgados organismos algais destituídos de estrutura rígida, mas cobertos por finas laminas calcárias que enriquecem os outros organismos fitoplanctônicos, como por exemplo os cocolitóferos. Muitos desses organismos microscópicos, tem uma média de vida relativamente curta, pois acabam sendo consumidos pelos animais maiores, sem que haja digestão total de suas estruturas rígidas e portanto decomposição; dessa forma, a porção não digerida é expelida através dos excrementos como pelitos fecais. Estes, devido sua granulometria um pouco maior, afundam de forma um tanto rápida, e acabam servindo de alimento nas águas mais profundas ou então sofrendo decomposição pela atividade bacterial. Conseqüentemente, em muitas áreas, parte desse material orgânico remanescente é incorporado nos sedimentos de fundo, contribuindo para o aumento de sedimentos biogênicos; - Os zooplânctons, com carapaças e esqueletos calcários são representados por foraminíferos e pterópodos, constituintes principais das vasas carbonáticas pelágicas; - A diluição dos componentes biogênicos por aporte terrígeno, é um processo comum nas margens continentais, principalmente em áreas da plataforma, devido à intensa deposição de sedimentos fluviais, os quais tendem a soterrar ou até mesmo diluir a maior parte dos constituintes carbonáticos; - No talude e elevação continental, o processo de mascaramento está associado à presença abundante de inúmeros componentes pelágicos; - Os principais elementos químicos dos carbonatos são a aragonita e a calcita, razão pela qual muitos organismos possuem carapaças e estruturas calcíticas (foraminíferos) ou aragoníticas (pterópodos); - As condições que favorecem a preservação da sílica e dos carbonatos são diferentes, uma vez que a saturação de sílica na água marinha é menor que a de carbonatos. Seu nível de compensação é limitado à 2. 000 metros. Os organismos com estruturas silicosas mais delgadas, quase sempre são dissolvidos antes de sua acumulação. Sedimentos Autigênicos Sedimentos formados “in situ “ a partir de lentas reações químicas entre a água do mar e determinados compostos minerais. O processo ocorre diretamente sobre o assoalho oceânico ou então sobre os sedimentos ali residentes. Os principais produtos são os nódulos polimetálicos, especialmente os de ferro e manganês, podendo ser citadas também as fosforitas. Encontrados entre 3000 a 5000 m. Importante fonte de minerais = $$$$$$$ Deposição Autigênica e Produtos - A deposição autigênica se processa diretamente no oceano através de reações físico- químicas envolvendo a própria água do mar ou soluções intersticiais, que promovem alterações nos sedimentos durante e após sua deposição; - As condições de Eh e pH da água marinha são fundamentais na oxidação e precipitação do ferro e do manganês. A formação dos minerais associados à esses dois elementos depende dos seguintes mecanismos: - O ferro e o manganês liberados pelo intemperismo das rochas continentais são inicialmente introduzidos nos oceanos através dos cursos d'água, onde são lentamente oxidados e precipitados no fundo marinho, originando pequenas partículas que se dispersam nos sedimentos ou então formando crostas ou concreções de diâmetros variados; - Áreas de vulcanismo submarino, atividade hidrotermal e alteração de rochas ígneas no fundo oceânico, são fatores responsáveis pela introdução de ferro e manganês, os quais se tornam oxidados pelo oxigênio existente na água do mar, e posteriormente precipitados; - Sedimentos hemipelágicos enriquecidos com material orgânico, em condições redutoras (anóxicas) geralmente se depositam abaixo do topo da coluna sedimentar; - Os produtos mais característicos da sedimentação autigênica são os nódulos de manganês e de fosforita. Os primeiros têm aparência de seixos ou concreções formados a partir de camadas concêntricas, podendo atingir vários diâmetros de espessura; - A fosforita tem como componentes principais os minerais fosfáticos, abundantes na plataforma e talude superior; - Sua formação decorre provavelmente da substituição de carbonato por fosfato em sedimentos biogênicos anóxicos, sendo essa substituição progressiva com a profundidade da água, conforme foi observado em sedimentos superficiais. O fosfato é derivado da produtividade planctônica nas águas superficiais; - As zeolitas são minerais aluminosilicáticos com coloração branca ou então acromáticos, com composição similar à do feldspato; constituem produtos secundários de intemperismo, com lenta acumulação nos sedimentos de mar profundo, principalmente em argilas pelágicas; - Ampla distribuição pelos oceanos. VARIAÇÕES DO NÍVEL DO MAR - Grandes glaciações do Pleistoceno: expansão das calotas de gelo continental retração no volume das águas oceânicas regressão do nível de mar em caráter global - Aquecimento do clima fusão parcial das superfícies outrora congeladas aumento no volume das águas e naturalmente no nível de mar; Variação do nível do mar - Evidências: feições sedimentares e erosionais (praias, terraços, vales fluviais, cordões arenosos, camadas de turfa, e outros materiais de natureza terrígena em condições de submersão nas plataformas continentais atuais, ainda que preservados, mas em desequilíbrio com os padrões dinâmicos vigentes, são evidências concretas de que o nível de mar já esteve abaixo do atual (regressão) e subseqüentemente subiu avançando em direção ao continente (transgressão); - Nível de mar abaixo do atual (Pleistoceno) superfície das plataformas continentais ficou exposta (emersão), sujeita a processos de erosão e deposição tipicamente continentais que promoveram a progradação da linha de costa. Muitos dos grandes sistemas fluviais aí escavaram e aprofundaram canais, estendendo seus cursos até a zona de quebra, dando origem a extensos depósitos terrígenos. Nessa fase, a linha de costa e a zona de quebra da plataforma estiveram praticamente contíguas, favorecendo a transferência de material clástico para as regiões de mar profundo, principalmente através de mecanismos de transporte de massa, impulsionados por fluxos de gravidade ao longo do talude continental; - A subseqüente subida do nível do mar durante o Holoceno, foi responsável pelo afogamento ou submersão da maior parte dos depósitos sedimentares e feições erosionais anteriormente formados, promovendo também o recuo concomitante das linhas de costa em direção ao continente; - Em função das oscilações eustáticas do nível do mar, grande parte dos sedimentos grossos, principalmente areias e cascalhos biogênicos, depositados em nível de mar abaixo do atual, ficaram preferencialmente concentrados ao longo da zona de quebra da plataforma, sofrendo retrabalhamento por processos paleoambientais, enquanto no setor interno da plataforma, predominamareias terrígenas relíquias, recobertas ou misturadas com areias e lamas atuais. Nível do mar está alto, predomina deposição na plataforma e deposição pelágica em águas profundas. Queda do nível do mar, plataforma exposta, e deposição avança. Formação de leques submarinos. PROCESSOS E PRODUTOS SEDIMENTARES MARINHOS PLATAFORMAS CONTINENTAIS ATUAIS Dinâmica Deposicional - O estilo da sedimentação nas plataformas continentais atuais, resulta basicamente da dinâmica deposicional e suas modalidades: A) Deposição Terrígena B) Deposição carbonática Deposição terrígena - Introduzidos no sistema dinâmico da plataforma através da linha de costa, que funciona como um aparelho de filtragem durante a ultrapassagem dos sedimentos. Os rios que chegam à linha de costa, quando formam desembocaduras deltaicas progradantes, acabam alterando o traçado costeiro em função da gradativa acumulação sedimentar, e produzindo protuberâncias litorâneas de considerável extensão e espessura que atingem os limites internos da plataforma continental; - Ondas, marés e correntes distribuir e retrabalhar os sedimentos assim depositados, incorporando-os aos previamente existentes; - Transgressões marinhas (início do Holoceno): desembocaduras fluviais foram afogadas transformando-se em estuários que ficaram sujeitos à atuação de processos tanto fluviais como marinhos ambientes retentores ou trapeadores de sedimentos fluviais e marinhos, inibindo dessa forma o fornecimento de terrígenos para as plataformas. - O avanço da linha de costa em direção ao continente (queda do nível do mar), desencadeou severos processos de erosão através do solapamento hidrodinâmico do perfil praial e do substrato arenoso pré-holocênico de plataforma interna. Desta forma, os sedimentos são disponibilizados e creditados no próprio local de produção, caracterizando um regime de suprimento sedimentar arenoso tipicamente autóctone ou autofágico; - A produtividade, tipos e abundância de sedimentos carbonáticos na plataforma continental são pelas condições climáticas, temperatura, salinidade e intensidade fótica (luminosidade); - O clima controla a temperatura e a salinidade da água e o regime hidrodinâmico. - A intensidade da luminosidade associado á profundidade da água - A ressurgência é também particularmente importante para os ambientes carbonáticos - As variações glacio-eustáticas do nível do mar, podem retardar ou inibir a produtividade carbonática, principalmente quando a elevação ou abaixamento do nível marinho se processam de forma rápida, causando alterações no nível médio do mar, traduzidas por afogamento súbito ou emersão das superfícies mais rasas, e conseqüentemente, interferindo nos níveis de profundidade exigidos para o desenvolvimento da maior parte dos organismos produtores; Deposição carbonática - Material detrítico carbonático permanecem “in situ” incrustações ou cimentação carbonática estruturas rígidas que servem de suporte para determinados tipos de recifes; - Indicadores paleoambientais; - Os pelóides são grãos carbonáticos, que podem ocorrer no tamanho areia, silte ou argila, são sedimentos característicos de águas muito rasas, quentes e saturadas de carbonato de cálcio; - Os agregados, partículas também de tamanho areia, resultam da aglutinação ou ligação de grãos através de finas películas, típicas de ambientes de águas rasas com baixa energia; - A lama carbonática, geralmente poligenética, pode ser derivada da desintegração de algas calcárias, principalmente as clorofíceas, que produzem ampla quantidade de lama aragonítica após sua morte. A lama calcítica é produzida a partir da bioerosão de material calcítico; - A porção interna de algumas plataformas evidencia presença escassa de sedimentos carbonáticos devido à processos de diluição, intenso aporte de material fluvial - Plataforma externa são comuns substratos rígidos, os quais constituem condições ideais para a fixação e crescimento de algas coralígenas; - A formação de recifes é resultante da acumulação de material orgânico carbonático, envolvendo uma suíte de organismos cuja proliferação e manutenção está associada a um sistema de intensa produtividade, metabolização carbonática e cadeia alimentar complexa. - Após sua deposição nas plataformas continentais, os sedimentos estão sujeitos às atividades de organismos e reações químicas. - Bioturbação destruição ou reformulação de estruturas sedimentares. - Os organismos podem desenvolver dois tipos principais de atividades: perfuração e escavação. Esses dois tipos são característicos de ambientes marinhos, atuais ou pretéritos; - Processos contínuos de bioturbação são mais facilitados quando a sedimentação se processa de forma lenta e sem grandes interferências de processos hidrodinâmicos, principalmente ondas e correntes; - Os processos químicos, caracteristicamente pós-deposicionais promovem mudanças químicas nos sedimentos e muitas vezes favorecem o equilíbrio dos mesmos com as condições do ambiente onde foram depositados; - Os processos físicos afetam a distribuição de componentes químicos nos sedimentos de plataformas continentais. - A cimentação e a aglutinação (coesão) são decorrentes de interações químicas entre os grãos, promovendo alterações em suas granulometrias originais e conseqüentemente nas condições de transporte. Atividade Pós-deposicionais Organo- químicas Feições Sedimentares Associadas à Dinâmica Marinha - As marés, ondas, e correntes associadas dinâmica na distribuição, remobilização e retrabalhamento de sedimentos e formação de feições sedimentares características. É preciso considerar também os efeitos esporádicos de correntes oceânicas, que embora restritas ao mar profundo, se propagam para as porções externas da plataforma; - As atividades das correntes de marés, produzem efeitos bem documentados em amplas regiões das plataformas. As feições mais proeminentes relacionadas à este tipo de dinâmica, são os bancos de areia (sand ridges). A existência desses bancos parece estar vinculada tanto às condições hidrodinâmicas pretéritas como atuais; Modelos de feições arenosas em plataformas dominadas por correntes de marés, baseados no volume de areia, na variação de velocidade e direção dos fluxos das correntes. (Modificado de Belderson, Johnson & Kenyon, 1982). - O zoneamento e os principais tipo de feições deposicionais e erosionais produzidas pelo efeito de correntes de marés em plataformas continentais dominadas por esses processos. As feições refletem a direção, a velocidade dos fluxos das correntes e a trajetória de transporte, levando em consideração, a maior ou menor disponibilidade do material arenoso; - plataformas continentais, quando submetidas às severas condições de ondas e correntes que caracterizam episódios de tempestades, com duração de horas ou dias, possuem feições com camadas gradacionais. - As correntes oceânicas, geralmente fluem poucos centímetros por segundo, tendo capacidade para transportar apenas sedimentos finos em suspensão, mas em algumas situações de fluxos mais elevados tornam-se suficientemente poderosas para produzir feições erosionais ou então feições arenosas de grande porte, do tipo ondas de areia gigantescas (megaripples). TALUDE, ELEVAÇÃO CONTINENTAL E PLANÍCIE ABISSAL Dinâmica Deposicional e Feições Resultantes - A dinâmica responsável pela deposição e transportedos vários tipos de sedimentos e feições presentes nas províncias fisiográficas do talude, elevação ou sopé continental e bacias oceânicas (planície abissal), engloba mecanismos de deslocamento descendente de material, associados a processos de ressedimentação, ação de correntes de fundo, deposição pelágica e processos autigênicos . Processos deposicionais no talude continental, elevação e bacias de mar profundo, representados por eventos de curta duração, fluxos gravitacionais (ressedimentação) correntes de fundo, deposição pelágica e deposição autigênica. (Modificado de Stow, 1994). Ressedimentação - Envolve transferência de sedimentos dos ambientes de águas rasas, temporariamente estocados no talude continental, para os ambientes de mar profundo. Trata-se de um conjunto de processos dinâmicos de grande complexidade que atua sobre o talude continental, envolvendo movimentos de massa com fluxos controlados pela gravidade e pela perda de estabilidade do talude; - A queda de rochas e colapsos de blocos, embora sejam processos integrantes da ressedimentação, não são classificados como fluxos gravitacionais de sedimentos, mas sim como eventos de curta duração, que podem ser agilizados por processos tectônicos, sísmicos ou então decorrentes de erosão durante aprofundamento de cânions submarinos; (Modificado de Fichter, 2000. geollab.jmu.edu). As correntes de turbidez, também denominadas correntes de densidade, constituem os mecanismos mais atuantes no transporte de sedimentos ao longo do talude continental. Caracterizam-se como eventos episódicos, envolvendo uma mistura de água e sedimentos sob contínua turbulência, sendo de grande eficiência no transporte de sedimentos grossos e finos de águas rasas para o mar profundo, gerando depósitos sedimentares de variadas espessuras e dimensões; - As correntes de turbidez são referenciadas como importantes mecanismos de erosão e aprofundamento de cânions submarinos (feições tipicamente erosionais). - O comportamento do fluxo dessas correntes é altamente controlado pelas variações de gradiente, implicando em aceleração e desaceleração, cujos produtos seriam a erosão e a deposição, respectivamente; - A força e a velocidade dos fluxos de turbidez tem sido responsáveis por danos catastróficos em alguns equipamentos, tais como cabos e oleodutos construído no fundo submarino; - Os cânions submarinos constituem uma série de fontes pontuais a partir das quais os fluxos se espalham para o fundo oceânico; - No domínio submarino, a morfologia de um leque é também reconhecidamente radial, alimentada pelo cânion, em cujo sopé constrói amplos depósitos configurando feições do tipo leques ou lobos, conhecidas como leques submarinos; Fonte: A TERRA SOB OS OCEANOS, 2004. W. H. Freeman & Company -A sedimentação nos leques submarinos é mantida principalmente pelas correntes de turbidez, quando estas perdem aceleração na superfície do leque. Isto cria um padrão geral de deposição no qual, os sedimentos mais grossos são acumulados na porção mais proximal do leque, e a medida que a corrente vai progressivamente desacelerando, os mais finos vão sendo depositados nas partes mais distais do leque. No entanto, este padrão de transporte e deposição pode ser substancialmente modificado conforme a localização dos canais abastecedores; -A definição leque submarino fica restrita à ambiente de mar profundo, quando as correntes de turbidez constroem um corpo sedimentar na forma de leque, com vários km de diâmetro. - Os turbiditos, constituem depósitos de larga ocorrência nos ambientes de mar profundo, os quais formam camadas sedimentares estratigraficamente superpostas, que podem atingir vários quilômetros de espessura. - Camadas distintas de sedimentos associados à variações no regime de fluxo da corrente. Da base para o topo fica evidenciado um decréscimo ascendente de grão, com deposição de cascalho e areia grossa na base gradando para areia fina, silte e argila em direção ao topo. Essa gradação ascendente é representativa do decréscimo de velocidade do fluxo da corrente. Seqüência de Bouma em leques submarinos. Registro de seqüência de Bouma completa (ABCDE) apenas nos canais alimentadores do setor médio do leque submarino; as seqüências incompletas são registradas nos canais proximais, distais e ou ambientes laterais. (Modificado de Fichter, 2000. Geollab.jmu.edu). A arquitetura é determinada pelo tipo de sedimento predominante! http://www.geostud.dk Sand-rich http://www.geostud.dk Muddy system Gravel rich Amazon Fan Damuth & Flood 1985. Amazon Fan, Atlantic Ocean. Amazon Fan • Terceiro maior leque submarino • 700 km de comprimento. No ponto onde ocorre a quebra da plataforma tem 250 km de largura, que passa para 650 km rapidamente. • Cobre uma area de 330.000 Km2 • Volume total de sedimento passa de 700.000Km3 • Upper fan amazon submarine canyon, largo canal principal. Gradient 14m;1000m • Middle fan mudança subtida de gradiente para 10-4;1000m. Vários canais. • Lower fan Smooth and gently sloping 2.3m;1000m Correntes de Fundo - Incluem correntes com velocidades de fluxos, capazes de erodir, remobilizar, transportar e depositar sedimentos, como também construir feições de formas e dimensões variáveis; - Das correntes de fundo, as mais importantes em termos de transporte de sedimentos e modelagem de feições, são as chamadas correntes de contorno, que fluem paralelas ou aproximadamente paralelas ao longo dos contornos da margem continental; - Se a velocidade de fluxo dessas correntes for elevada, as mesmas são capazes de transportar ao longo da elevação continental, sedimentos com diâmetros muito diversificados. Conturitos - São depósitos característicos associados ás correntes de contorno. - Material proveniente da porção superior do talude, e quando acumulado no sopé, passa a ser remobilizado pelas correntes de contorno. - Granulometria predominantemente fina (argila, silte e areia muito fina) de natureza silicoclástica, vulcanoclástica ou biogênica, caracterizando-se de forma distinta dos componentes turbidíticos. - As camadas são formadas em escala centimétrica com laminações cruzadas, onduladas ou paralelas. Dependendo dos diâmetros de grão que a corrente tem capacidade para transportar, as feições conturíticas podem ser lamosas ou arenosas; - Associadas às correntes de fundo de maior velocidade têm sido identificadas camadas nefelóides (águas turvas), com baixa concentração de material transportado em suspensão por longas distâncias; - Os critérios que têm sido utilizados para diferenciar conturitos de turbiditos incluem dados de paleocorrentes e características de proveniência, mas infelizmente é difícil determinar a direção de fluxos em depósitos de sedimentos muito finos. Deposição e Produtos Pelágicos/Hemipelágicos - Assentamento lento ao longo da coluna d’água, de sedimentos de granulometria muito fina (argilas e colóides), colocados inicialmente em suspensão no talude e elevação continental, como também na maior parte da superfície das bacias oceânicas; - Os depósitos pelágicos, com ampla distribuiçãono fundo oceânicos são individualizados em três classes principais, de acordo com o predomínio de componentes: a) Depósitos biogênicos carbonáticos: sedimentos de natureza biológica cujas estruturas ósseas são formadas por elemento calcítico ou aragonítico (CaCO3); b) Depósitos biogênicos silicosos com predominância de detritos esqueletais de organismos planctônicos constituídos por sílica (SiO2); c) Depósitos de argilas terrígenas de coloração dominantemente vermelha, constituídas principalmente por argilo-minerais e pequena proporção de material biogênico, tanto calcário como silicoso. A distribuição dos diferentes tipos de sedimentos pelágicos é governada pela interação dos seguintes fatores: condições climáticas, padrões de circulação, produtividade e fertilidade de nutrientes orgânicos nas águas superficiais, solubilidade relativa de carbonato e sílica, e suprimento de partículas argilosas de natureza terrígena e vulcânica; Distribuição atual dos principais tipos de sedimentos nos oceanos. (Modificado de Open University, 1989). -Vasas calcárias ou carbonáticas: depósitos pelágicos carbonáticos, -Formação controlada pelo fornecimento de carbonatos para os oceanos: bicarbonato de cálcio por via fluvial, troca de dióxido de carbono (CO2) na interface ar/água e da remoção de carbonato de cálcio por precipitação nas camadas mais superficiais da água marinha; -Cerca de 90% do material carbonático é dissolvido antes de chegar ao seu destino nos depósitos pelágicos, dissolução essa controlada pela profundidade de compensação calcítica; Abaixo desse nível se processa a dissolução de carbonato calcítico (mais resistente do que o aragonítico) e o conseqüente impedimento de sua acumulação; Vasas Calcárias ou Carbonáticas Souza et al 2012 Tipos de Vasas carbonáticas - Nas vasas de foraminíferos, predominam espécies planctônicas com tamanho de grão na fração areia (< 61 mm), assessoradas por granulometrias menores. São comuns neste tipo de vasa as espécies globigerinóides. Dos vários parâmetros ambientais controladores da distribuição dos foraminíferos planctônicos, a temperatura é considerada um dos mais importantes, embora a salinidade se encaixe também nessa importância para determinadas espécies; - Nas vasas de nanofósseis ou cocólitos, predominam componentes de algas recentes, de granulometria fina, mais resistentes do que os foraminíferos planctônicos; - Vasas de pterópodos: formadas por moluscos planctônicos do tipo gastrópodos, de granulometrias maiores que as espécies de foraminíferos. Suas carapaças bastante frágeis são constituídas de aragonita e, portanto mais vulneráveis à dissolução, razão pela qual ficam restritos às águas tropicais; Obs.: Ss índices de boa ou pobre preservação são fornecidos através das lisoclinas; Vasas Silicosas • Constituído por mais do que 30 % de microfósseis silicosos • Adquirem maior expressividade onde a produção de carbonato decai, ou seja, onde a dissolução carbonática excede sua produtividade; - Fonte: erosão de rochas continentas ricas em silica. Transporte fluvial. - Ao atingir o oceano, a sílica desenvolve um ciclo onde predominam dois fatores principais: a) absorção por organismos viventes (diatomáceas, radiolários, e sílicoflagelados) que constroem suas carapaças e esqueletos com sílica amorfa hidratada; b) dissolução do material esqueletal silicoso após a morte do organismo que em suspensão ao longo da coluna d’água sofre processo de redissolução; - As vasas de diatomáceas, de natureza vegetal, Tipos de Vasas Silicosas 1) Vasas de diatomáceas - Algas silicosas fitoplanctônicas, - Crescimento é favorecido pela redução da salinidade (desembocaduras fluviais) - Individuais ou em colônias - Constituem o primeiro grupo de produtores primários de sílica em suspensão na coluna d’água, secundados pelos radiolários; - A granulometria mais característica nas vasas de diatomáceas fica em torno da fração síltica; - Sua granulometria reduzida, leveza e propriedades hidrodinâmicas, favorecem seu transporte por correntes do fundo oceânico, por isso tem sido utilizadas como traçadores dos fluxos das águas de fundo das regiões de baixas para altas latitudes; - Algumas diatomáceas de águas doce, transportadas para o oceano pelo vento, são depositadas como sedimentos marinhos. Este processo pode ser utilizado como indicativo de fontes lacustres em zonas desertas, tais como o Sahara, e fornecer o registro histórico de aridez continental; 2) Vasas de radiolários •Características das baixas latitudes, são formadas por organismos zooplanctônicos, do tipo protozoários que segregam a sílíca em seus esqueletos, onde a dissolução carbonática é ativa; •Os silicoflagelados são organismos marinhos planctônicos unicelulares, cuja estrutura esqueletal é constituída por sílica opalina. Sua distribuição nos sedimentos de fundo oceânico ricos em sílica tem sido usada como critérios para determinações estratigráficas e paleocanográficas, principalmente em relação à gêneros e espécies características de determinadas profundidades e temperaturas; Sedimentação hemipelágica • Em determinadas áreas das margens continentais e bacias restritas, predominam sedimentos clásticos terrígenos, no tamanho silte e argila, que acabam por mascarar os sedimentos biogênicos pelágicos, dando origem aos depósitos hemipelágicos; - Os constituintes terrígenos envolvidos na sedimentação hemipelágica são decorrentes de: a) materiais liberados pelas desembocaduras fluviais que entram em processo de suspensão nos oceanos; b) sedimentos finos jogados em áreas de plataformas durante eventos de tempestades ou erodidos de linhas de costas lamosas; c) sedimentos glaciais finos transportados por icebergs; d) poeira eólica de regiões áridas e semi-áridas e resíduos vulcânicos finos, soprados pelo vento; - A sedimentação hemipelágica geralmente tem sua maior distribuição ao longo de muitos taludes continentais; - As argilas pelágicas: partículas terrígenas de diâmetros microscópicos, especialmente representadas por grupos de minerais aluminosilicatados (ilita, montmorillonita, caulinita e clorita) como também poeira eólica, quartzo, feldspato, poeira cósmica e vulcânica; • A montmorilonita material vulcânico continental soprado pelo vento, e produto vulcânico submarino. Depósitos mais significativos nos oceanos Pacífico e Índico. • A ilita componentes argiláceos decorrentes da alteração de micas por processos de intemperismo, em áreas fontes tipicamente continentais; • A caulinita produto de intenso intemperismo químico em áreas tropicais. É um tipo de argilo- mineral que reflete processos formadores de solos em áreas fontes continentais em regiões de baixas latitudes; • A clorita decorrente de erosão física de rochas submetidas à metamorfismo de baixo grau, amplamente expostas em zonas glaciais; - O gelo é seu principal agente de transporte. OBRIGADA!
Compartilhar