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Resumo Abordagens Humanistas

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“O que é o homem?” – Questão comum desde os primórdios do pensamento ocidental; – Antropologia Filosófica tenta responder à questão.
– “o que” = sujeito torna-se um objeto; sujeito é naturalizado como objeto.
“Quem é o homem?” – Sujeito que sai da posição objetificada; – Passa a ser percebido como alguém (o que inclui o mundo deste alguém).
• É esta a crítica feita pela fenomenologia em relação ao naturalismo. • Nas palavras de Husserl: é no pensar a “crise” da humanidade e da ciência que se constituiu o Humanismo.
“O homem é a medida de todas as coisas” Protágoras
“O homem é o modelo do mundo” Leonardo da Vinci
O que é humanismo?
– O reconhecimento da totalidade do homem;
 – A negação da superioridade da vida contemplativa medieval sobre a vida ativa;
 – A exaltação da dignidade e liberdade do homem;
 – O reconhecimento do sentido de historicidade do homem;
 – O apoio ao valor humano da cultura como base para a educação e formação do homem;
 – O reconhecimento de que o homem é um ser natural.
O que é humanismo?
• Renascimento – Período da história europeia; movimento cultural; – Transição do feudalismo (Idade Média) para o capitalismo (Idade Moderna); – Momento de mudanças nas tradições teocêntrica (Deus no centro) para antropocêntrica (homem no centro); – Respeito pela herança clássica grega; • Escola Sofística – sofistas (ex: Protágoras)
O que é humanismo?
Tradição geocêntrica (natureza)
Tradição teocêntrica (Deus)
Tradição antropocêntrica (homem)
Tradição tecnocêntrica (tecnologia a serviço do homem)
O que é humanismo?
• Humanismo – Todas as possibilidades de definição do homem. – Definição leva a uma contradição – homem não pode ser definido, está constantemente se transformando.
No existencialismo ateu, o homem é sua liberdade. No humanismo marxista, é o produto natural da evolução social, sendo que os fatores econômicos dominam a história da humanidade, bem como o seu destino. Sob um prima positivista, o homem está mergulhado na evolução cósmica. (...) p. 116
Umas das vertentes para o humanismo é o Renascimento, onde tira o foco de Deus e coloca o homen no centro onde ele controla a natureza. Só que esse pensamento é uma recuperação do pensamento grego. Os sofistas era como “professores “ na Grécia, o pensamento dos sofista era que “ A verdade está em cada um “ – Subjetividade. 
Sartre “O existencialismo é um humanismo”
Sartre: Define o humanismo como qualquer doutrina que pense o homem tomando como critério aquilo que o diferencia de qualquer outro ser, ou ainda, que entenda o homem na sua existencia própia.
Critica o humanismo enquanto uma teoria que toma o homem como fim e como valor superior (fechado em si mesmo)
Homem está sempre e constantemente projetando-se e fazendo-se existente.
“Somente o existencialismo possibilita o reconhecimento do valor do indivíduo, pois dá escolha ao homem” (p.146)
Heidegger “Sobre o humanismo”
Critica o humanismo que pressupõe ao homem ter uma essência (algo comum à todos/ objetificada)
Dasein é abertura do ser: rompe com o paradigma positivista; não há separação. 
• Ambos questionam: –homem como se o homem fosse previamente “dado”, já estabelecido
Humanismo resgata uma ética
• Emmanuel Lévinas (filósofo) – Homem como sujeito apenas enquanto responsável pelo outro = humanidade do homem. 
– Ética da responsabilidade: vivemos num mundo de relações, numa vida de diálogo, numa “comunidade” de sujeitos.
Movimento humanista recupera as questões de sentido
 • Questão de Sentido = “para quê”, direção para onde eu me dirijo;
 – Indivíduo como uma totalidade em movimento constante.
 • Questão da causa explicativa = indivíduo como resultado, como repertório do homem passado.
 • O que? Pede essência; Porque? Pede causa; Como? Pede Descrição.
Psicologia Humanista
O movimento humanista na psicologia 3ª força
• História da psicologia moderna – Subdivisão em três momentos: • Perspectiva analítica (Psicanálise); • Perspectiva associada ao cientificismo (Modelos Behavioristas); • Perspectiva “humanista” ou “existencial”.
• Questão: será que cada uma delas parte de um “objeto” diferente da Psicologia?
Psicologia Humanista e Psicologia Existencial
• Somente a Psicologia Humanista é considerada como 3ª força porque ela se coloca em uma clara oposição às outras duas forças/ movimento reativo.
 • Nas construções europeias não se observa uma “quebra” tão rigorosa. 
• Psicologia Humanista (EUA) – psicologia 
• Psicologia Existencial (Europa) – psiquiatria
Psicologia Humanista e Psicologia Existencial
• “Elementos genéticos similares”: ambas as abordagens associam-se ao pensamento fenomenológico e ao movimento existencial.
• Existem clínicas que nascem e se desenvolvem na Europa e que contribuem para o movimento humanista norte-americano. – Moreno (1889-1974) – Viktor Frankl (1905-1997) – Irving Yalom (1980) – Rollo May (1909-1994)
Jacob Levy Moreno (1889-1974)
• Psicólogo austríaco. • Psicodrama: técnica de dramatização. – Raízes existencialistas: • Aqui-e-agora: “O aqui e agora é um conceito dialético. A única forma de existência dos passados e dos futuros percebidos no aqui (este lugar) e agora (neste momento). O aqui e agora pode ter existido em inúmeros passados e se mover para inúmeros futuros” (Fundamentos do psicodrama – Moreno) • Comunidade;
Viktor Frankl (1905-1997)
• Psiquiatra austríaco • Logoterapia – Temas existenciais: Vontade de sentido, Sentido de vida, Vazio existencial. – Temos duas forças psicológicas que nos permitem suportar situações dolorosas: capacidade de decisão e a liberdade de agir.
Irving Yalom (1931) • Psiquiatra, de formação, e escritor norte-americano. • Temas existenciais e da terapia – “Desafios para a terapia” • Psicoterapia de grupo. Rollo May (1909 – 1994) • Psicólogo norte-americano. • “A descoberta do ser” – Ser e não ser – Ser-no-mundo e os três mundos (Binswanger) • Unwelt (mundo ao redor), Mitwelt (com o mundo), e Eingwelt (mundo próprio). 
• Por fim: – Difícil separação (existem diferentes leituras sobre este assunto). – Campo complicado, existem diferenças e similaridades.
Breve Histórico da Psicologia “Humanista”
Breve Histórico da Psicologia “Humanista” (Análise de Abraham Maslow) • 1ª força: Ivan Pavlov (1849 – 1936) e John Watson (1878 – 1958) – Ênfase objetivista – Aplicar métodos e valores das ciências no estudo dos seres humanos – Não abordar a complexidade da personalidade e seu desenvolvimento; subjetividade.
Breve Histórico da Psicologia “Humanista” (Análise de Abraham Maslow) • 2ª força: Psicanálise de Freud (1856 – 1939) e as “Psicologias Profundas” – Ênfase: comportamento humano é determinado pelo que ocorre na mente inconsciente. • Há uma dinâmica intrapsíquica
Breve Histórico da Psicologia “Humanista” (Análise de Abraham Maslow) • 3ª força: Psicologia Humanista – Precursores: Abraham Maslow (1908 – 1970) e Carl Rogers
Abraham Maslow (1908 – 1970) 
• Educador e psicólogo; • Universidade de Wisconsin; • Conhecido por sua teoria da motivação; • “Toward a Psychology of Being” (Introdução à Psicologia do ser) – 1954; • Rede Eupsiquiana (1954); – “interessados em ajudar o indivíduo para uma condição mais plenamente humana, a sociedade a evoluir no sentido da sinergia e da saúde, e todas as sociedades e todos os povos tornarem-se um mundo e uma espécie. (p.161) • Relação com Kurt Goldstein.
Kurt Goldstein (1878 – 1865)
• Neurologista e psiquiatra alemão. • Gênese do pensamento humanista na psicologia. • Traz à tona a relação dialética entre o vivente e o seu meio externo; reinterpretando a função do sintoma: – O sintoma não é uma expressão concomitante da doença cujo interesse seria residual: ele é o ponto de partida para se compreender concretamente um comportamento e, a partir daí, se estabelecer uma conduta terapêutica em relação ao organismo como um todo. (p.162)
• Rollo May (1909-1994) – “Existence” – publicação e tradução de textos de grandes nomes da psiquiatria fenomenológica europeia. – Mais importante porta-voz da fenomenologiaexistencial nos EUA.MASLOW ROGERS MAY
Teoria da hierarquia motivacional
“Psicoterapia centrada na pessoa”
Apresenta as correntes europeias da fenomenologia e do existencialismo, dando uma conotação filosófica à Psicologia Humanista
(p. 168): Impacto da Psicologia Humanista pode ser avaliado sob 3 primas: a) Por oferecer uma nova concepção de valores ao entendimento da natureza humana; b) Por expandir os horizontes metodológicos no estudo do comportamento humano; c) Por oferecer uma nova gama de métodos psicoterápicos.
Carl Rogers (1902-1987)
• Nasceu em Oak Park, Illinois, nos Estado Unidos. • Família protestante = valores religiosos fortes; culto pelo valor do trabalho. • Aos 12 anos muda-se com a família para uma fazenda = interesse pela biologia e pela agricultura científica. • Winsconsin – entra para estudar agricultura; depois, opta por estudar teologia. • Vai estudar psicologia: interesse pelas conferências sobre psicologia e psiquiatria.
Eu sabia que falava apenas para uma minoria de psicólogos.
Abordagem centrada na pessoa (ACP)
• Psicoterapia (Carl Rogers) • Processo intensivo de contato consigo próprio, com vistas ao desenvolvimento pessoal. Esse processo pode se dar mediante o encontro com uma outra pessoa que, nesse momento, fica centrada na primeira, isto é, tem sua atenção voltada para a primeira, especialmente para seus sentimentos e intenções. (p.62). • Como psicólogo não se faz terapia em alguém. Quem faz isso é a própria pessoa, e ela o faz, às vezes, com nossa ajuda. Não raro, nossa função se limita a ser testemunha do esforço da pessoa. (p.63). • Estando com a atenção voltada (...), automaticamente, facilitaremos seu processo de encontro consigo mesmo. (...) para uma pessoa se conhecer melhor, um espelho humano é melhor ainda. (p.63).
Tripé da Psicoterapia (Amatuzzi)
• Quais são os esforços do psicólogo? • Acolher com empatia; • Compreender com empatia; • Eventualmente, dizer uma palavra que faça pensar.
• Acolher • Acolher bem o outro = se interessar, fazer com boa vontade. • Psicólogo: fazer com que o outro se sinta à vontade para falar sobre si, da mesma forma que o Psicólogo também se sinta à vontade.
• Compreender • 1º ponto: vai além de apropriar-se dos significados literais daquilo que está sendo falado; é um aproximar-se do que a pessoa quer dizer. • 2º ponto: não é possível realizar isso a partir de raciocínio e pensamento, mas sim num contato imediato, intuitivo e direto com a pessoa. • 3º ponto: saída da atitude cotidiana, pois essa nos leva a encaixar o que o outro fala nos nossos próprios esquemas de pensamento, julgamentos, vivências, etc.; e daí a importância de estar aberto ao novo/ diferente. • 4º ponto: reciprocidade dos interlocutores – a compreensão será uma transformação do nosso ser juntamente com a transformação que está acontecendo no outro.
• Eventualmente, dizer uma palavra que faça pensar • Importância do: eventualmente. • A palavra facilita a relação terapêutica deixar de ser impessoal: quando o terapeuta diz o que está pensando, como aquela conversa o afetou, será estabelecida uma relação pessoal.
Abordagem Centrada na Pessoa (ACP)
• Contexto da psicoterapia: • Ênfase na disposição do terapeuta, ao invés de uma técnica psicoterápica. • Disposição: o importante nas relações terapêuticas não é no que o terapeuta faz, mas sim as raízes deste fazer e pensar sobre elas. • Disposições do terapeuta são suas “atitudes” = predisposição. • Predisposição = posição mais recuada em relação a um ato. • Valores também estão mais recuados. • A ACP propõe valores, e não atos determinados do fazer de um psicólogo.
• Ênfase na relação humana e não em uma relação técnica. • Não são determinados atos que tornam o fazer do psicólogo terapêutico, mas sim a qualidade humana oferecida por ele na relação. • Atitudes Rogerianas: • Dos gestos e das palavras de acolhimento (aceitação incondicional) = aceitar a pessoa do cliente da forma como ele se manifesta, o que posteriormente, propicia que o próprio cliente aceite quem ele é. • Dos gestos e das palavras de compreensão (compreensão empática) = mergulhar no mundo dos sentimentos e intenções do cliente (empatia), o que posteriormente, propicia que o próprio paciente tenha empatia por si mesmo. • Do dizer uma palavra que faça pensar (congruência) = predisposição ao ser autêntico/ sem máscaras; psicólogo deve estar atento e confiar nas suas próprias experiências.
TRIPÉ DA PSICOTERAPIA ATITUDES PROPICIA O PACIENTE A...
Acolhimento com empatia Aceitação incondicional: Aceitar a pessoa do cliente da forma como ele se manifesta
Aceitar quem ele é
Compreensão com empatia Compreensão empática: Mergulhar no mundo das intenções e sentimentos do cliente/ ter empatia com aquilo que é sentido pelo cliente
Tenha empatia por si mesmo
Eventualmente dizer uma palavra que faça pensar
Congruência: Predisposição do terapeuta de ser genuíno, autêntico (sem máscaras)
Possibilidades da ACP
• Plantão Psicológico: O que muda são as disposições externas (um ou dois encontros, sem agendamento) e não as disposições e valores do terapeuta. • Ludoterapia infantil: O meio de comunicação mais viável é o brincar; o terapeuta cria condições, permite e acolhe o brincar; num segundo nível, ele responde no interior do brincar, isto é, brincando junto. • Prática de grupos: O terapeuta, além de prestar atenção no cliente, precisa estar atendo a como o grupo se organiza, ao próprio desenrolar da relação e tornar-se um facilitador daquele que fala para o restante do grupo. • Oficinas (social): Promover, convidar e prover são responsabilidades do terapeuta, além de se ater às necessidades da comunidade.
Ser o que realmente se é: objetivos pessoais vistos por um terapeuta • Questões pertencentes a existência humana: • “Qual é o objetivo da minha vida?”, • “De que é que ando a procura?”, • “Qual a minha finalidade?”. • Objetivo de Rogers é: “Por isso gostaria de vos comunicar a minha maneira de ver o que é que o ser humano parece procurara quando tem a liberdade de escolher”. (p.144) • Resposta: Ser o que realmente se é (Kiekegaard) • Processo terapêutico é permitir que o cliente seja o que realmente se é.
Direções tomadas pelos pacientes
• Por detrás das fachadas • CASO: Eu sei que não sou assim tão exuberante e tenho receio de que o descubram. É por isso que faço essas coisas... Qualquer dia descobrem que eu não sou assim tão impulsivo. Estou precisamente a fazer que para que esse dia seja o mais longínquo possível... Se me conhecesse como me conheço (Pausa). Não vou lhe dizer a pessoa que penso ser realmente. Há apenas uma coisa em que eu não quero cooperar e que é esta... Não favorecia a sua opinião a meu respeito saber o que eu penso de mim mesmo. (p.147) • Paciente mostra tendência a se afastar de um eu que ele não é; esse receio existe para que ele não seja aquilo que ele pensa que não é. Quando nomeado, passa a existir.
Direções tomadas pelos pacientes
• Para além do “devia”; • Para além do que os outros esperam; • Para além de agradar os outros; • Para a direção de si; • Para a realidade do processo; • Para a complexidade; • Para abertura a uma experiência; • Para a aceitação dos outros; • Para a confiança em si mesmo.
Direções tomadas pelos pacientes
• A direção geral: • “(...) o indivíduo se dispõe a ser, com conhecimento de causa e numa atitude de aceitação, o processo que ele é de fato em profundidade.” (p.155) • “Ele está cada vez mais atento ao que se passa nas profundidades do seu ser fisiológico e emotivo e descobre-se cada vez mais inclinado a ser, com uma precisão e uma profundidade maiores, aquilo que é da maneira mais verdadeira.” (p.155) • “Quer dizer que, se eu fosse realmente como tenho vontade de ser, tudo estaria certo?” (p.155)
Por fim...
• Mal-entendidos: • Ser o que se é pode parecer que ser é estático. • Ser o que se é = mergulhar num processo.
• Ser o que se é pode parecer ser mau, descontrolado e destrutivo. • Ser o que se é = ser descobre pouco a pouco que pode ser seus sentimentos, intenções e percepções (por mais “julgáveis”que elas sejam); aceita-os na sua complexidade.
• Implicações sociais: • Grupos e organizações = fachada x o ser que realmente se é.
Carl Rogers (1902-1987)
• Rogers coloca sob um novo enfoque a relação terapeuta-cliente. • Baseia-se no seu cotidiano clínico. • Terapia não-diretiva: enquanto postura, não método ou técnica. • Processo terapêutico como um processo com vistas a “ser o que se realmente se é”.
1ª e 2ª força 3ª Força
Descontentamento com as tendências mecanicistas e materialistas;
humanizar a atividade psicológica;
Psicanálise e behaviorismo concentravam-se apenas em partes do ser humano (ics ou comportamentos observáveis), desatentos à complexidade.
Dimensão não consciente ou comportamentos observáveis são perspectivas da realidade do homem, não sua totalidade. - Propõe-se a retomada da dimensão consciente humana (pensamento holístico)
Psicanálise: impulsos primitivos Quando se abre mão dos aspectos positivos do ser humano, a psicologia ignorava forças e potencialidades. - Propõe-se a tendência à autorrealização, status de homem consciente e importância do momento presente (liberdade)
Maslow, Rogers
Gestalt-terapia
“É útil informar que a psicologia humanista não é uma escola de pensamento, mas um conjunto de diversas correntes teóricas que tem em comum a convergência humanizadora da abordagem do homem. Por suas origens fenomenológico-existenciais e holísticas, a Gestaltterapia, que se enquadra nessa abordagem, chegou ao Brasil somente no final dos anos 1960.” (p.79)
Gestalt-terapia e fenomenologia
• Valor do mundo vivido como fonte de conhecimento e da consciência; • GT: voltar às coisas mesmas = retorno ao vivido do cliente. • Concepção de ser humano como detentor de liberdade de escolha, processo que acontece a cada momento. • GT: importância da experiência presente e imediata.
Gestalt-terapia e o pensamento holístico
• A GT está especialmente associada ao humanismo pela sua visão holística do homem. • Homem como um ser inteiro. • Existe um potencial humano, impulso que se movimenta rumo ao crescimento. • “Esse preceito positivo é o que move o esforço dessa abordagem. A autonomia do espírito humano, capaz de encontrar por si mesmo a melhor alternativa para suas dificuldades, é o ponto de encontro entre humanismo e a GT. Ambos veem o homem como possuidor de um valor positivo, capaz de se autorregular sem a tutela de autoridade externa, inclusive a do terapeuta.” (p. 80)
Cuidado!
• Pode parecer que estamos tratando de um individualismo antropocêntrico – mas não é esta a proposta! • Tomar o homem como centro, em si, solipsismo. • Escuta do terapeuta: • Sem pressupostos ou julgamentos que fechem/ direcione uma compreensão de sentido (colada na experiência do cliente). • Atenta a como aquela temática tem sua profundidade de ser e existir na vida do outro; • Eu e o Outro (Buber) estão sempre conectados e em relação; não há como separar. • Ex: “Você está falando de sua filha e não está falando de você!”. • Natureza do relacionamento íntimo – promove respeito e a apreciação pela individualidade do outro (intimidade Eu-Tu é antagônica ao individualismo = com-partilhar = deixar o outro tomar parte).
Ética humanista e dignidade humana
1. Reverência fenomenológica do terapeuta pela experiência do cliente, seja ela qual for. • “(...) aquilo que está sendo é o que tem de ser. E o que ainda está sendo, o que tem de ser, ao defrontar-se no encontro no qual tem a permissão para ser, não é aquilo que já é, como somos tentados a pensar, mas entre as várias possibilidades de sua plenitude, da sua totalização, uma possibilidade resulta do encontro criador do inter-humano terapeuta/cliente.” (p.83) • Encontro terapeuta x cliente: “o cliente é ...”(definição, realidade fixa e estática) => “o cliente está sendo ...”(possibilidades expressivas ou de manifestação dentro de um encontro).
Ética humanista e dignidade humana
2. A preocupação do terapeuta com a comunidade próxima do cliente. • Não se está falando de uma consciência autocentrada, mas sim que está sendo/ se dando nas relações. • Herda do existencialismo a nossa condição de ser com. • Empatia segundo a dialógica buberiana. • Diálogo é quando duas pessoas se encontram como pessoas; um se deixa impactar e responder ao outro (Eu-tu)
Duas dimensões de cura existencial
• Permissão ao cliente de deixar ser aquilo que está sendo. • Awareness como processo vivencial = cliente sabe o que está fazendo agora (e como). • O acesso do cliente à capacidade de estabelecer relações de intimidade no espaço próximo da convivência. • Awareness como experiência transformadora = tendo um conhecimento/ entendimento, amplia-se/ estende para suas relações.
Dignidade humana
• GT isenta de exploração humana. • Relacionamento horizontal cliente/terapeuta = EU-TU; quando uma pessoa é tratada como “categoria” ou “objeto” relação torna-se EU-ISSO; “Eu” que tem um poder sobre um “isso”, conhecimento prévio, aplicável. • Linguagem também deve ser horizontal = diálogo e trabalho conjunto, como iguais. • Garante com que se chegue ao centro da existência do que o cliente está vivendo.
Humanismo Humanismo presente na GT
O homem visto como o centro do mundo cuja raiz encontra-se na célebre proposição de Protágoras: “O homem é a medida de todas as coisas”.
A exaltação da razão como atributo maior e exclusivo do homem.
O homem pensado como fim e nunca como meio ou como instrumento, sendo tomado como valor absoluto.
Pretende libertar o homem de tendências antropocentradas e individualistas.
Reitera a nossa consciência empática, que nos impulsiona à aceitação de todos como membros de uma única família universal. (ser com)
Histórico da Gestalt-terapia
• 1951: marco do surgimento da GT. • Gestalt-therapy: excitement and growth in the human personality – Frederick Perls, Paul Goodman e Ralph Hefferline. • Nasce em meio a Psicologia Humanista e contribui para uma nova concepção de homem e mundo, distinta da que disseminada na época (behaviorismo e psicanálise). • Enfatiza a autorrealização humana: homem que se autodetermina, interage com seu ambiente e é livre para escolher, sendo responsável por estas escolhas.
Frederick “Fritz” Perls (1893-1970)
• Psicoterapeuta e psiquiatra alemão. • 1934: migra para a África do Sul por conta das perseguições vividas na Alemanha. • 1946: migra para os EUA por conta do apartheid africano. • Relação com Paul Goodman (1911-1972) • Escritor e psicoterapeuta norte-americano. • Gestalt-terapia: Excitação e crescimento na personalidade humana. • Consideravam importante o conceito de autorregulação organísmica (Wilhelm Reich). • Influência de Otto Rank – primeiro a utilizar a expressão “aqui e agora”.
Laura Perls(1905 – 1990)
• Psicoterapeuta alemã. • Estuda Kiekegaard e Heidegger e de Husserl. • Conhecedor da Psicologia da Gestalt (Wertheimer) • Trabalhou com Kurt Goldstein – ampliou a Psicologia da Gestalt para a compreensão do organismo em sua totalidade. • Considerado o criador da teoria organísmica (qualquer coisa que aconteça em parte do organismo, o afeta em sua totalidade).
Duas correntes na GT
1. Perls (1960-1970): Califórnia, workshops vivenciais. • Pouca ou nenhuma elaboração teórica. 2. Laura Perls, Isadore From e Paul Goodman: mais restrita a NY, tendo se espalhado para Europa. • Aprofundada em bases filosóficas e teóricas. 3. Mais recentemente (a partir de 1980) aparece “Gestalt-terapia relacional” – inspiração na filosofia de Buber. • Ênfase no campo relacional estabelecido terapeuta e cliente.
Por fim...
• A GT enquadra-se na Psicologia Humanista: • Concepção de homem enquanto ser-no-mundo, como ser-em-relação e na dialética: transforma mundo e é transformado. • Ênfase no imediato, no tempo presente, aqui e agora. • Terapeuta escuta atenta, acolhedora, postura horizontal e propicia que o cliente tenha consciência de si mesmo, “dar-se conta” de si mesmo. • Ênfase nos “aspectos positivos” da existência, da potencialidade, possibilidade. • Preocupação na experiência consciente, experiência vivida, subjetiva docliente. • É holística: homem está sendo uma totalidade constante.
Psicologia da Gestalt
Fritz Perls: “A minha relação com os psicólogos da Gestalt era muito peculiar. Eu admirava muita coisa no trabalho dles, especialmente o trabalho inicial de Kurt Lewin*. Não pude concordar com eles quando se tornaram positivistas lógicos. Não li nenhum dos seus livros-texto, só li alguns de Lewin, Wertheimer e Köhler. Para mim, mais importante era a ideia da situação inacabada, a Gestalt incompleta. Os gestaltistas acadêmicos obviamente nunca me aceitaram. Eu não era certamente um gestaltista puro.”
* Nota sobre Koffka
Psicologia da Gestalt
• Escola Gestáltica surge no início do século 20: estudo da percepção, memória e aprendizagem. • Max Wertheimer (1880-1942), Kurt Koffka (1886-1941) e Wolfgang Köhler (1887-1967) • Gestalt (configuração, dar forma) = modo particular de organização das partes individuais que entram em uma composição; consideração de figura e fundo. • Princípio de figura/fundo: percebemos totalidades; dependendo da situação algo se destaca (figura), enquanto que o restante fica em segundo plano (fundo). • Ideia de situação inacabada (Gestalt não fechada): quando uma Gestalt é forte, ela tem a necessidade de ser fechada, compreendida. No entanto, existem situações em que isso não acontece;uma situação/experiência fica em aberto.
"Um homem entrando num recinto cheio de gente, por exemplo, não percebe apenas gotas de cor e movimento, rostos e corpos. Percebe o local como uma unidade, na qual um elemento, selecionado entre muitos presentes, sobressair, enquanto os outros ficam em segundo plano. A escolha de qual elemento se distinguirá é o resultado de muitos fatores, e todos eles podem, juntos, ser englobados no termo interesse. Enquanto há interesse a cena total parecerá organizada de modo significativo. Apenas quando há completa falta de interesse, a percepção é atomizada e o lugar é visto como uma confusão de objetos sem relação entre si." (p.18)
Homeostase
• Ou adaptação; processo pelo qual o organismo mantém seu equilíbrio, e, sua saúde sob condições diversas; processo através do qual o organismo satisfaz suas necessidades. • É um processo contínuo/ constante. • Quando um organismo se mantém por muito tempo num estado de desequilíbrio, o organismo morre.
Homeostase
• Exemplos: regulação de açúcar no sangue e regulação da quantidade de água no sangue. • Processo de homeostase como um processo de autorregulação em que o indivíduo está em uma constante interação com seu meio. • Não está presente somente em situações de vida e morte, mas em todas as adaptações que realizamos/ passamos.
Homeostase
• Necessidades fisiológicas e necessidades psicológicas estão intimamente ligadas e associadas. • "Quanto mais intensamente as sentimos como essenciais para o prosseguimento da vida, mais de perto nos identificamos com elas e mais intensamente dirigimos nossas atividades para satisfazê-las." (p.22)
Homeostase
• Discordância a respeito de teorias que limitam/ listam quais seriam os impulsos humanos. (Ex: Freud com os impulsos de vida e de morte). • Perls: Há milhares de necessidades (fisiológicas e sociais); e a necessidade de sobrevivência é nossa força propulsora/ todos nós temos duas tendências (ou objetivos fixos): sobreviver e crescer. • Perls: existiu uma confusão entre nossos instintos e impulsos humanos com sintomas. Não há como reprimir nossos impulsos, eles estão fora da nossa capacidade de percepção e do alcance da nossa ação deliberada: não podemos reprimir nossa necessidade de sobrevivência, mas impedir seus sintomas e sinais.
Homeostase
• Escala de valores: nós agimos de acordo com o princípio das coisas fundamentais. • A necessidade dominante se torna a figura de primeiro plano e as outras necessidades recuam (por um momento) para o segundo plano. • O primeiro plano é a necessidade que precisa ser atendida naquele instante, é mais urgente. • Exemplo: mãe que consegue dormir com barulhos altos, mas que quando escuta o choro de seu bebê acorda imediatamente.
Homeostase
• "Para que o indivíduo satisfaça suas necessidades, feche a Gestalt, passe para outro assunto, deve ser capa de manipular a si próprio e ao seu meio, pois mesmo as necessidades puramente fisiológicas só podem ser satisfeitas mediante a interação do organismo com o meio." (p.24)
A Doutrina Holística 
• Termo holismo, deriva do grego holus: todo, tudo. • Homem enquanto organismo unificado. • Tradição da Psicologia: • Homem enquanto corpo + mente. • Nível do pensar (pensamento, raciocínio); nível do agir (ação concreta); como se fossem entidades separadas de si/ existissem independentemente uma da outra. • Mente seria a morada da razão, do pensamento e de um inconsciente. • Inconsciente = poder de reprimir vivências desagradáveis; “(...)pequeno deus ex-machina que nos controla em todos os sentidos.” (p. 25)
Doutrina Holística
• Atividades mentais: Manipular símbolos e abstrações (pensamento); atenção; capacidade de conscientização; vontade. • Pensar: sonhar, imaginar, teorizar, antecipar...
“Em todas estas atividades mentais, a relação entre o que fazemos e pensamos é muito clara. Quando nos conscientizamos de algo, fixamos nossa atenção em algo, ou tentamos exercer nossa vontade sobre algo, há alguns sinais explícitos, pelos quais o espectador pode ver estes processos em ação.” (p.26).
Doutrina Holística
• Conceito holístico na Psicologia: conceito de campo unificado. • “Em psicoterapia, este conceito nos dá um instrumento para lidar com o homem global. Agora podemos ver como suas ações mentais e físicas estão entrelaçadas. Podemos observar o homem de modo mais agudo e usar nossas observações mais significativamente.” (p.30). • “Nem o paciente nem o terapeuta estão limitados pelo que o paciente diz e pensa: ambos podem agora levar em consideração o que ele faz.” (p.30). • Valorização do papel do paciente na construção das suas compreensões. • Valorização do tempo presente.
Limite de contato
• “Ninguém é auto-suficiente; o individuo só pode existir num campo circundante. É, inevitavelmente, a cada momento, uma parte de algum campo. Seu comportamento é uma função do campo total, que inclui a ambos: ele e seu meio. O tipo de relação homem/meio determina o comportamento do ser humano.” (p.31). • Tradição da Psicologia: homem = corpo + mente ; seu comportamento é regido por forças externas e internas.
Limite de contato
• O limite no qual o indivíduo e o meio se tocam. • Relação entre individuo e seu meio: relação de reciprocidade; dialética.
“Para satisfazer suas necessidades, o organismo tem que achar os suplementos necessários no meio. O sistema de orientação descobre o que é procurado; todos os seres vivos são capazes de sentir quais são os objetos externos que satisfarão suas necessidades.” (p.32).
Limite de contato
• Hierarquia das necessidades: • Necessidade mais importante = fica em evidência/ se sobressai à outras secundárias (fundo) = torna-se a figura, é exigido do indivíduo a sua resolução. • As emoções são a nossa própria vida, nos impulsa a satisfazer nossas necessidades. • Contato e fuga: • Catexis (Freud) = Atitudes do individuo para com o meio que podem ajudar (catexis positiva) ou impedir (catexis negativa) a sua busca de satisfação. • Na Gestalt-terapia, catexis é = objetos que se tornam figuras. • Existe contato e fuga.
Limite de contato
• “O contato e a fuga são opostos dialéticos. São descrições dos caminhos pelos quais encontramos os fatos psicológicos. São nossos meios de lidar na fronteira de contato com objetos do campo. No campo organismo/meio, as catexis positiva e negativa (contato/fuga) se comportam de maneira muito semelhante às forças de atração e repulsão do magnetismo.” (p.36) • “Contato e fuga, num padrão rítmico, são nossos meios de satisfazer nossa necessidade de continuar os progressivos processos da vida.” (p.37).
Limite de Contato
• Contato= catexis positiva= objeto investido, uma figura= são desejáveis; ajudam a satisfazer as necessidades de um indivíduo,reestabelecendo um equilibro. • Ex: A água é uma catexis positiva para o homem que está com sede.
• Fuga= catexis negativa= objeto investido, uma figura= são indesejáveis; ameaçam o indivíduo, não satisfazem as necessidades do mesmo e tendem a perturbar seu equilíbrio. • Ex: O fazendeiro tentará matar a raposa que ronda seu galinheiro. • Nós tentaremos remover nossos pensamentos “maus” e indesejáveis da nossa mente.
Limite do Contato
ISOLAMENTO
CONFLUÊNCIA
CONTATO
Limite do Contato
• Movimentação: contatar-se, fundir-se (eu e outro); afastamento e separação. • “Fronteiras eficazes são permeáveis e permitem transações entre o organismo e o meio. Uma fronteira fechada equivale a uma parede na qual o organismo se fecha para o exterior(isolamento) e tenta ser auto-suficiente, nutrir a si mesmo. Uma fronteira que é aberta demais ameaça a existência autônoma do organismo, via perda da identidade independende (confluência/fusão). Uma fronteira eficaz exige permeabilidade suficiente para permitir o acesso da nutrição, e impermeabilidade suficiente para manter a autonomia e deixar o que é tóxico fora.” Gary Yontef (1998)
Limite de Contato
• Neurose: o indivíduo perde (ou nunca desenvolveu) a habilidade de organizar seus comportamentos a partir da hierarquia indispensável das necessidades e não consegue se concentrar na realização de uma por vez. • “Na terapia, ele tem que aprender a distinguir, entre miríades de necessidades, uma da outra, e como dedicar-se a uma de cada necessidade; deve aprender como, a cada momento, ficar totalmente envolvido no que está fazendo, como manter uma situação o tempo suficiente para fechar a Gestalt e passar para outro assunto.” (p.33).

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