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POLÍTICAS EDUCACIONAIS RESUMOS

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POLÍTICAS EDUCACIONAIS – RESUMOS
O que é educação? O que é política?
Educação
De acordo com Paro (2010, p. 20), no senso comum há uma relação direta da educação com o campo de valores, comportamento e formação moral. Ou seja, a educação está relacionada à conduta das pessoas, enquanto o ensino é encarado como os conhecimentos transmitidos. Nessa visão limitada, a educação passa a ser um dever da família, e o ensino um dever da escola, como se a própria escola e os professores existissem apenas para transmitir conhecimento e instrução aos alunos.Mas você, futuro professor, precisa ampliar o entendimento sobre educação, apropriando-se de um conceito com mais rigor e mais verdade. Então devemos compreender que a educação se torna necessária justamente porque o homem, ainda que seja o autor da própria produção cultural da humanidade, quando nasce está totalmente desprovido dessa cultura e de qualquer traço cultural. E neste exercício da apropriação da cultura historicamente produzida pela humanidade, que o homem vai se tornando mais humano, ou seja, a educação permite que a humanidade seja verdadeiramente humana, mas apenas na medida em que colabora com essa apropriação.
Política
 Reconhecer o homem como um sujeito histórico nos obriga a reconhecê-lo também como um ser social e político, visto que ele próprio não pode ser tomado de forma isolada, pois só se desenvolve enquanto sujeito social na medida em que estabelece relações e contato com os demais seres humanos. Partindo de tais significados dicionarizados e modernos, percebemos que o termo política pode ter identificação positiva e também negativa. Ao mesmo tempo em que é “a arte de bem governar os povos” e “civilidade, cortesia”, é também “astúcia, artifício e esperteza”. Certamente tais conceitos foram construídos a partir da prática da política em si, com o passar dos séculos, refletindo não somente no que é política, mas principalmente no que ela tem sido. Você já aprendeu que a política está diretamente relacionada com a convivência entre pessoas e grupos, então este é o momento de refletirmos sobre o fato de que a convivência pode ser produzida pela dominação ou então, na melhor das hipóteses, pelo diálogo. Quando a segunda opção é exercitada, temos as sociedades e instituições democráticas, ou seja, o diálogo permite o exercício genuíno da democracia, possibilitando a convivência livre e pacífica entre pessoas e grupos que se afirmam como sujeitos de suas vontades, desejos e crenças.As políticas educacionais, assim como qualquer outra política, envolvem confusão, debate, necessidades, intencionalidade, legislação, crenças, valores, pragmatismo e relações de poder bastante desiguais. Portanto, finalizamos este tópico reforçando o quanto é relevante que os professores sejam conhecedores das políticas educacionais vigentes. Apenas desta forma será possível refletir sobre os rumos da educação, perceber a intencionalidade dos governos, conhecer verdadeiramente o que está implícito em cada programa e, finalmente, ter uma visão de totalidade sobre os fatos.
Questão 1 / 1
De acordo com Paro (2010, p. 20), no senso comum há uma relação direta da educação com o campo de valores, comportamento e formação moral. Ou seja, a educação está relacionada à conduta das pessoas, enquanto o ensino é encarado como os conhecimentos transmitidos. Nessa visão limitada, temos:
a educação como um dever da família e o ensino um dever da escola.
O que é público? O que é privado?
Não é recente a preocupação dos estudiosos em promover estudos que coloquem em debate o ensino público e o ensino privado. É um campo bastante polêmico na história da educação nacional, apresentando defensores para ambas as propostas. De um lado, os defensores das escolas particulares e confessionais, mantidas pelos empresários do setor. De outro, os que acreditam na escola pública, gratuita e laica, mantida com os recursos públicos, devidamente administrados pelos governantes. Este embate é histórico, e está presente em toda o percurso da educação brasileira. Desta forma, foi amenizada a postura do Estado como um agente educador, e ele passa a ser visto como um subsidiário de recursos, reforçando a dualidade entre a educação pública e a particular. Desde então, a escola particular é destinada ao atendimento da população rica, em detrimento da escola pública, que já era apenas para os filhos dos trabalhadores, com o foco na formação da mão de obra, através de cursos profissionalizantes. Para tornar o quadro ainda mais preocupante, percebemos um considerável descompromisso do poder público com a escola pública, e isso acabou gerando uma série de problemas: sucateamento dos salários dos professores, piora nas condições de trabalho, falta de estrutura física dos prédios (ou manutenção adequada) e falta de materiais. Diante deste quadro, a população passou a valorizar ainda mais a escola particular, que desde então já aparentava uma melhor organização e competência. No grupo dos defensores da escola privada, a argumentação pautada nas péssimas condições da escola pública, na fragilidade de suas condições e professores, e na falta de competência para dar conta do processo pedagógico. Em contrapartida, o grupo de apoiadores da escola pública seguiu afirmando que a crise foi propositalmente desenhada pelo próprio poder público, para estimular o esvaziamento da rede, garantindo um enriquecimento dos empresários do setor, e uma redução de custos aos cofres públicos. Precisamos considerar também a implementação das políticas neoliberais no Brasil, desde o início dos anos 90, onde o Estado mínimo é defendido e desejado, pois os gastos com as políticas sociais são considerados um verdadeiro assalto à propriedade privada. Isso fortaleceu as privatizações, o terceiro setor e as terceirizações para aliviar as despesas da máquina pública. Desta forma, o poder público se distanciou dos custos com a educação, mas não deixou de ter o controle sobre ela, pois sabe do quando o papel da escola pode interferir na formação e na transformação da sociedade. Como se não bastasse, feito o minucioso desenho reforçado da crise da escola pública, a população continuou desejando manter os filhos em escolas particulares, como se apenas isso garantisse o sucesso na formação de seus filhos. Ao observar de que forma o poder público conduz a educação no país, nos estados e nos municípios, podemos claramente perceber o tipo de mundo desejado pelos nossos governantes, que lá estão colocados pelo nosso voto. Vale aqui lembrar que, como nos alertou Mészáros (2006), “a educação tem duas funções principais numa sociedade capitalista: (1) a produção das qualificações necessárias ao funcionamento da economia, e (2) a formação dos quadros e a elaboração dos métodos de controle político” (MÉSZAROS, 2006, p. 275, grifos do autor). Neste sentido, entendemos que a escola pública precisa ser valorizada e verdadeiramente conhecida como a escola do povo. Se ela é a escola dos filhos dos trabalhadores, mantida com o dinheiro dos impostos que eles mesmos pagam, então estes trabalhadores precisam assumir a sua parcela de posse nessa escola. Quando passa a reconhecer a escola como um bem que lhe pertence, a comunidade percebe que pode interferir (e muito) não apenas na escola em si, mas principalmente nas exigências que vai apresentar aos governantes sobre o que espera, deseja e necessida para a formação de seus filhos.
Questão 1 / 1
A análise de que a escola privada é superior à pública não se sustenta, em geral, porque
As redes são muito heterogêneas, tornando as escolas únicas e peculiares. Isso faz com que haja escolas boas e más em ambas as esferas.
Eventos
Neste tópico, conheceremos três eventos bastante importantes para a condução das políticas educacionais: A Conferência Mundial de Educação para Todos, o Fórum Mundial de Educação e a Conferência Nacional de Educação.
A Conferência Mundial de Educação para Todos
Considerado um marco nas diretrizes da educação mundial, este evento contou com a participação de agências internacionais,governos e várias personalidades do ramo. Cento e cinquenta e cinco governantes assinaram a declaração aprovada na conferência, se comprometendo a trabalhar por uma educação de qualidade em seus países. Como necessidades básicas, podemos compreender a sobrevivência, o desenvolvimento pleno de suas capacidades, a vida e o trabalho dignos, participação plena no desenvolvimento, melhoria na qualidade de vida, tomada de decisões informadas e a possibilidade de continuar aprendendo.
O acordo firmado na Conferência resultou em um documento, a Declaração Mundial sobre Educação para Todos, cujos objetivos eram:
Cada pessoa – criança, jovem ou adulto – deve estar em condições de aproveitar as oportunidades educativas voltadas para satisfazer suas necessidades básicas de aprendizagem. 
A satisfação dessas necessidades confere aos membros de uma sociedade a possibilidade e, ao mesmo tempo, a responsabilidade de respeitar e desenvolver sua herança cultural, lingüística e espiritual, de promover a educação de outros, de defender a causa da justiça social, de proteger o meio-ambiente e de ser tolerante com os sistemas sociais, políticos e religiosos que difiram dos seus, assegurando respeito aos valores humanistas e aos direitos humanos comumente aceitos, bem como de trabalhar pela paz e pela solidariedade internacionais em um mundo interdependente.
Outro objetivo, não menos fundamental, do desenvolvimento da educação, é o enriquecimento dos valores culturais e morais comuns. É nesses valores que os indivíduos e a sociedade encontram sua identidade e sua dignidade.
A educação básica é mais do que uma finalidade em si mesma. Ela é a base para a aprendizagem e o desenvolvimento humano permanentes, sobre a qual os países podem construir, sistematicamente, níveis e tipos mais adiantados de educação e capacitação (UNESCO, 1990)
A partir dos objetivos, seis metas foram estabelecidas, para serem executadas durante o decênio:
Expansão da assistência e das atividades de desenvolvimento da primeira infância, inclusive as intervenções da família e da comunidade, especialmente para crianças pobres, desassistidas e impedidas;
Acesso universal à educação básica até o ano 2000;
Melhoria dos resultados da aprendizagem;
Redução da taxa de analfabetismo dos adultos à metade do total de 1990 até o ano 2000 e modificação da desigualdade entre índices de alfabetização de homens e mulheres;
Ampliação dos serviços de educação básica e de formação para outras competências necessárias a jovens e adultos, avaliando-se os programas em razão da modificação da conduta e do impacto na saúde, no emprego e na produtividade;
Aumento, por indivíduos e famílias, dos conhecimentos, capacidades e valores necessários para viver melhor e para conseguir desenvolvimento racional e sustentável por meio de canais de educação 
Em 1992, após o impedimento do presidente Collor, o ideário lançado na Conferência passou a movimentar de maneira mais efetiva o pensamento dos brasileiros a respeito da educação, o que inspirou a publicação do Plano Decenal de Educação para Todos, em 1993, onde foram traçados os objetivos e ajustes do país para garantir o acordo firmado em Jomtien, demonstrando ao mundo que o projeto educacional por eles planejado estava sendo implantado também no Brasil.
Fórum Mundial de Educação
O Fórum Mundial de Educação existe desde o ano 2001 e se constituiu numa rede constante de mobilização da sociedade (movimentos sociais e organizações da sociedade civil) em oposição ao neoliberalismo e ao processo de globalização capitalista.O Conselho é assistido por uma Secretaria Executiva, de caráter permanente, e Comissões Organizadoras, de caráter temporário, integradas por entidades locais, nacionais e regionais que, organizadas em Comissões de Trabalho, são as responsáveis pela estruturação dos principais encontros. Essas unidades visam garantir a ação de uma rede permanente de mobilização mundial pela educação. A crítica contundente às políticas neoliberais, fortemente ancoradas nas recomendações dos organismos internacionais de crédito – como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional – cobra forma na rejeição à mercantilização da educação e à privatização escolar.
Conferência Nacional de Educação - CONAE
 A Conferência Nacional de Educação (CONAE) é um espaço democrático aberto pelo Poder Público e articulado com a sociedade para que todos possam participar do desenvolvimento da Educação Nacional, subsidiando a criação e implementação do Plano Nacional de Educação - PNE.As conferências nacionais de educação são coordenadas pelo Fórum Nacional de Educação (FNE), e precedidas por etapas preparatórias, compreendidas em conferências livres e conferências ordinárias municipais e/ou intermunicipais, estaduais e do Distrito Federal. De acordo com o MEC, o objetivo é garantir a participação da sociedade nas discussões pertinentes à melhoria da educação nacional.
Questão 1 / 1
Assinale a alternativa correta, de acordo com as ideias de Moacir Gadotti.
Há muitas formas de fazer política. Por intermédio de sindicatos, partidos, governos, parlamentos, igrejas, participando de campanhas eleitorais etc. Tudo o que é humano tem uma dimensão política.
Propostas
As propostas internacionais, desde os anos 90, alertaram para a necessidade urgente de ajustar a educação à então nova configuração do mercado, determinada pela reestruturação produtiva. O documento econômico do CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe) de 1990 já demonstrava este viés de encaminhamento, orientando os países a adequarem os seus sistemas educacionais de forma que as competências e habilidades requeridas pelo sistema produtivo fossem desenvolvidas pelas escolas. Dentre as novas características desejadas para os futuros trabalhadores, podemos destacar a versatilidade, a capacidade de inovação, comunicação, motivação, destrezas básicas, flexibilidade para adaptar-se a novas tarefas e habilidades como cálculo, ordenamento de prioridades e clareza na exposição, que deveriam ser construídas na educação básica (SHIROMA; MORAES; EVANGELISTA, 2011, p. 43).
Nos anos seguintes, a CEPAL (com o apoio da UNESCO e de outras agências internacionais) continuou estimulando o ajuste dos sistemas educacionais, para que fosse possível transformar as escolas em ambientes apropriados às necessidades já apresentadas acima. Esta motivação acabou desencadeando uma verdadeira avalanche de reformas educacionais na grande maioria dos países em desenvolvimento, sempre apoiadas em objetivos ligados à cidadania e à competitividade, com políticas inspiradas nos conceitos de equidade e eficiência, e diretrizes ancoradas em integração e descentralização.
A UNESCO convocou especialistas de todo o mundo para comporem a Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI, coordenada por Jacques Delors. O trabalho da comissão resultou no diagnóstico das necessidades que a educação precisava enfrentar para o novo século que estava se aproximando. Entre 1993 e 1996, a comissão elaborou e apresentou o Relatório Delors O documento faz uma análise do contexto mundial, reconhecendo que a busca pelo progresso nos anos anteriores não resolveu as questões da desigualdade social, da miséria e do desemprego. Para resolver tais problemas, a sugestão de que era preciso resolver a tensão que ainda existia entre o processo de globalização e a necessidade de manter as referências e raízes, sinalizando “os três grandes desafios do século XXI: a) ingresso de todos os países no campo da ciência e da tecnologia; b) adaptação de várias culturas e modernização das mentalidades à sociedade da informação; c) viver democraticamente, ou seja, viver em comunidade” (SHIROMA; MORAES; EVANGELISTA, 2011, p. 56).Diante dos desafios traçados, a educação passa a ser colocada como um trunfo para a paz, liberdade e justiça social, passando a escola a ser a responsável pelo desenvolvimento dos indivíduos e da sociedade, o que nos parece uma visão bastante delicada e arriscada, visto as limitações e impossibilidades.A declaração lança um novo conceito: educação ao longo de toda a vida, desejando que todos os espaços e tempos pudessem se transformar em espaços educativos, numa sociedade educativa, construídas a partir de quatro pilares, conforme segue. Numa primeira leitura, certamente que o documento pode parecer muito positivo, com intenções reais de trazer benefícios à população mundial com a melhoria da educação. Mas não podemos deixar de fazer uma leitura mais crítica, onde é preciso reconhecer o viés mercadológico defendido no documento, que claramente deseja a formação dos futuros trabalhadores ideais e passivos. Com relação aos quatro pilares, é importante refletir se uma educação apoiada apenas nestes princípios pode dar conta de formar cidadãos críticos e reflexivos, com visão e participação política e também solidária. Além disso, também devemos considerar forte teor moralista das propostas, e a valorização da cultura ocidental, ainda que nas entrelinhas.Neste sentido, foram elaboradas e aplicadas as políticas educacionais, com a intenção de criar um aparente envolvimento do professor com as reformas do sistema, fazendo com que ele tenha “confiança nas inovações e, sobretudo, nas vantagens em aderir à medidas que assegurem possíveis mecanismos de recompensa aos que obtiverem melhores resultados entre os alunos. E é neste contexto de propostas que o Brasil vem, desde os anos 90, criando e implementando suas políticas educacionais de ajuste, ou seja, "medidas pelas quais o país se moderniza, adquire as condições de inserção no mundo globalizado e, assim, se ajusta à exigências de globalização da economia.
Questão 1 / 1
Assinale a alternativa correta.
Com as propostas e reformas, o poder público foi transformado num avaliador da educação, e não mais num administrador. Um Estado que deixou de ser o organizador e o mantenedor da educação, e que passou à condição de motivador e gerador de políticas
Agências
Banco Mundial
 O Banco Mundial existe desde 1944 e é formado por 176 países, incluindo o Brasil. Ele exerce grande influência nos rumos da educação e do desenvolvimento de todos os países do mundo. Seus esforços estão em financiar e definir novas políticas relacionadas à educação, meio ambiente, assentamento de populações, energia e acesso à informação, sempre e absolutamente pautados numa visão de supremacia da forma mercantil. Pretendem levar os sistemas de educação à descentralização, sem perder de vista a formação de futuros trabalhadores flexíveis e com capacidade de adquirir facilmente novas habilidades. A autora completa a citação acima afirmando que o Banco pretende resolver os problemas da educação brasileira através de três objetivos básicos: melhorar a capacidade de aprendizagem do aluno, reduzir as altas taxas de repetência e aumentar as despesas por aluno. Para colocar a ação em prática, estabelece que sejam providenciados livros didáticos para todos os alunos da educação básica, e também materiais escolares. Outra exigência está na formação continuada dos professores, que deve ser estimulada presencialmente e também à distância.Outras características das exigências postas pelo Banco Mundial estão relacionadas ao aumento de tempo do aluno na escola, programas de nutrição escolar, direcionamento de currículos unificados e também a valorização da meritocracia nos planos de carreira dos professores.
Unicef
O Unicef conduz suas ações a partir de quatro linhas específicas: mobilização social, monitoramento dos indicadores educacionais, registro e disseminação de boas experiências e apoio a programas educacionais, principalmente os pequenos projetos, de caráter comunitário. Não tem um grande volume de dinheiro para investimento, mas tem muito peso na estratégias e na ideologia que vai, aos poucos e cada vez mais, sendo posta como verdade aos educadores e à sociedade em geral.
UNESCO
 Além disso, devemos ressaltar que o Plano Decenal de Educação para Todos é a maior expressão brasileira das ações mundialmente desenvolvidas pela UNESCO (e financiadas pelo Banco Mundial) e assumidas pelo Brasil como ideologia orientadora das políticas públicas para a educação que resultaram na reforma educacional brasileira da década de 90, com diretrizes curriculares, referenciais curriculares e parâmetros curriculares nacionais para diferentes níveis e modalidades de ensino.
Questão 1 / 1
Assinale a alternativa correta.
A condução do processo de dependência e associação de países ao mundo capitalista foi cuidadosamente pensada a partir dos conceitos de planejamento da época, centralizando decisões e consolidando a hegemonia dos Estados Unidos no mundo, sob o conceito de interdependência.
Financiamento
A proporção do dinheiro público que deve ser gasto com a educação está estabelecida em lei. A Constituição Federal de 1988 determina que a União deve utilizar o mínimo de 18% da receita resultante de impostos. Da mesma forma, estados e municípios devem reservar, no mínimo 25%. Importante ressaltar aqui que a lei determina um percentual da receita exclusiva de impostos, excluindo taxas e contribuições.Mesmo assim, sabemos que não são poucos os impostos que pagamos, não é mesmo? Todo cidadão, independente da condição social e econômica, paga muitas taxas, contribuições e impostos durante toda a vida. Alguns impostos são pagos diretamente, percebemos que estamos pagando. Outros estão embutidos no valor das mercadorias e serviços que consumimos, então pagamos sem perceber. Por exemplo, ao comprar uma garrafa de água e solicitar a nota fiscal, você não vai observar nenhum imposto apontado; mas o comerciante que vendeu, paga impostos sobre a operação, então obviamente que isso está embutido no preço. É importante saber que existem impostos federais, estaduais e municipais. Porém, uma parte dos impostos federais retorna aos estados e aos municípios, através dos fundos de participação. m nível estadual, os dois principais impostos são: imposto sobre circulação de mercadorias e serviços (ICMS) e imposto sobre propriedade de veículos automotores (IPVA). Além disso, os estados recebem o repasse de recursos da União equivalente a 21,5% do IR e IPI recolhidos dentro do próprio estado.Na esfera municipal, os principais impostos são: imposto predial e territorial urbano (IPTU), imposto sobre transmissão de bens móveis (ITBI), imposto sobre venda a varejo de combustíveis líquidos e gasosos (IVVC) e imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISSQN). Da mesma forma que os estados, as prefeituras também recebem repasse da esfera federal, sendo 22,5% do IR e IPI, além de 50% do ITR arrecadado no município. Além disso, também recebem repasse dos estados: 50% do IPVA e 25% do ICMS correspondentes à arrecadação da cidade (LIBANEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 377). Atualmente em nosso país, dois fundos regulam boa parte do dinheiro destinado à educação: FUNDEB (Fundo de Manutenção de Desenvolvimento da Educação Básica) e FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento Educacional).
FUNDEB
Trata-se de um dinheiro reservado por todos, proporcionalmente às arrecadações, destinado a garantir padrões mínimos de remuneração aos professores (piso salarial) e de qualidade das escolas. Então o dinheiro é recolhido de acordo com a arrecadação, e redistribuído de acordo com a quantidade de alunos matriculados na educação básica da rede pública.
FNDE
 O principal objetivo do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento Educacional) é fornecer condições para a execução de planos e programas destinados a subsidiar a educação pública. Além disso, investe na construção e recuperação de prédios escolares e também na distribuição de recursos para merenda escolar.
Os principais programas do FNDE são: Biblioteca na Escola, Alimentação Escolar, Programa Dinheiro Direto na Escola, Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), Plano de Ações Articuladas (PAR) e Transporte Escolar, entre outros.
Questão 1 / 2
Aprendemos que a proporção do dinheiro público que deve ser gasto com educação está determinada em lei, e é contabilizada a partir da arrecadaçãode impostos em cada esfera. Assinale a alternativa que apresenta os impostos arrecadados pelos municípios
Imposto predial e territorial urbano (IPTU), imposto sobre transmissão de bens móveis (ITBI), imposto sobre venda a varejo de combustíveis líquidos e gasosos (IVVC) e imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISSQN).
A abordagem neoliberal
A introdução à 3ª Edição do livro A educação como polítca pública confirma a educação como política social, representando a materialidade da intervenção do Estado. A autora defende que as políticas educacionais são um elemento estrutural das economias de mercado, pois representam o tipo de regulação colocado em prática, configurando, assim, os modos de articulação entre Estado e sociedade. Também nos apresenta a polaridade entre os pesquisadores deste campo, que (de uma maneira geral) se dividem entre liberais e marxistas, possibilitando a ela a busca de um campo de intersecção que decorre dos extremos destes dois pólos. A questão central do neoliberalismo é derrubar o modo de organização centrado na intervenção estatal, ou seja, os neoliberais acreditam que quanto mais Estado houver, menos espaço existirá para o mercado, o que os leva a defender o que chamamos de Estado Mínimo. Neste contexto, apoiam-se na liberdade individual já defendida pelos liberais clássicos no passado, onde cada indivíduo tenha determinada liberdade e segurança na esfera privada, garantidas as condições para que ninguém possa intervir nisso. Assim, o Estado deve apenas normatizar a sociedade de uma maneira geral, não cabendo ao governo decidir quem poderá ou não fornecer serviços e mercadorias, nem interferir nos preços, e nem nenhum tipo de medida que apresente controle, inclusive sobre os salários dos trabalhadores. Os neoliberais defendem que o próprio mercado é quem deve regular tais questões, considerando uma afronta a intervenção estatal nas questões privadas. Os neoliberais acreditam que, na medida em que os governos gastam dinheiro com programas sociais, acabam colaborando para o crescimento e o inchaço do Estado, onerando o aumento de impostos e encargos. Ou seja, os neoliberais aceitam os gastos públicos com a educação pois reconhecem o viés ideológico que ela carrega em si, tornando necessária a formação de cidadãos que aceitem viver dentro do que, para eles, é considerado como ideal. Diferente do que pensam sobre a habitação e aposentadoria, por exemplo, pois acreditam que cada indivíduo deve garantir sua parcela com recursos próprios, sem a colaboração do Estado.Ainda assim, os neoliberais defendem o fato de que os poderes públicos devem transferir a responsabilidade da educação para o setor privado, através de repasses financeiros. Desta forma, acreditam que a qualidade da educação estaria garantida, dentro dos parâmetros que eles defendem, pois as famílias poderiam exercer a liberdade de escolher qual seria a melhor escola para seus filhos, estimulando a competitividade entre elas. Já com relação à formação técnica e profissional, os neoliberais não admitem o investimento de dinheiro público, pois defendem que cada cidadão deve conquistar a partir de seu próprio esforço.
Neoliberalismo na educação
Então a educação passa a ser considerada apenas pelos seus aspectos técnicos e científicos, sendo deixadas de lado as questões sociais e humanitárias. Absolutamente ajustada à lógica do mercado e da administração de empresas, a escola é transformada,  e isso fica bastante claro nos termos e ações que surgiram: eficácia, competência, ranking, meta, prêmio, gestão, avaliações externas. A valorização da iniciativa privada transforma a educação em um mercado cada vez mais lucrativo. O Estado neoliberal deve ser mínimo ao financiar a escola pública, mas precisa ser máximo quando estabelece o controle sobre ela. Neste caminho, percebemos a implementação de práticas centralizadas, de ações autoritárias e da retirada da possibilidade de reflexão e escolha dos professores, que precisam ser cada vez mais desvalorizados e precarizados, para poderem carregar boa parte da culpa pelo fracasso da escola.
Questão 1 / 1
Os neoliberais aceitam os gastos públicos com a educação pois reconhecem o viés ideológico que ela carrega. Para tanto, defendem:
Investimentos do poder público no setor privado, reforçando a competitividade de mercado e a liberdade de escolha das famílias.
- A abordagem marxista
Esclarece que o próprio Karl Marx não apresentou em sua obra uma preocupação particular com a análise das políticas sociais no capitalismo. O que ele pretendia era encontrar os meios para realizar a mais ampla condição de igualdade e bem-estar dos seres humanos, e fez isso demonstrando em sua obra as raízes da desigualdade e da exploração, diretamente relacionadas à sociedade de classes. Diante disso, a teoria marxista multiplicou-se durante todo o século XX, fazendo nascer o que chamamos de marxismo ocidental. Nos estudos acadêmicos, as atenções voltaram-se para a compreensão das contradições existentes no papel do Estado diante dos interesses econômicos do capital e o papel do Estado diante os interesses do trabalho e da ordem social. Então muitas vertentes surgiram dentro do marxismo, a partir das inúmeras formas de interpretação destes fenômenos. Em geral, foram se diferenciando pela ênfase de análise na questão econômica, na política ou nos aspectos ideológicos. Não pretendemos aqui analisar ou explorar todas as variantes que estão neste debate, mas é importante que você, aluno, compreenda a complexidade e a relevância da questão. Nesta ótica, fica perceptível que o Estado, mesmo representando os interesses políticos do capital, acaba comportando em suas estruturas um jogo de força que permite reconhecer que também existem interesses do trabalhador. Então alguns interesses da classe dominada também são atendidos, mesmo que não sejam favoráveis aos interesses do capital. Ainda que pareça ser muito positivo num primeiro olhar, devemos destacar que as políticas sociais passam a ser vistas como instrumentos de manutenção da ordem capitalista, sem as quais a lógica do capital não sobreviveria. E estão incluídas aqui as políticas educacionais, que determinam a regulação do Estado como uma estratégia para manter a regularidade do próprio trabalho assalariado.
Questão 1 / 1
Uma das vertentes do marxismo está nos derivacionistas, que defendem
que a evolução das formas e funções do Estado, bem como os limites que dificultam a sua atuação, tem relação direta com os interesses gerais da acumulação do capital.
Espaço de intersecção das abordagens
As diversas abordagens
 
A abordagem neoliberal: concepção de Estado Mínimo, determinando que as atividades lucrativas devem ser entregues à iniciativa privada. O mercado é o único caminho para as regulações das mazelas sociais. Entendem que o Estado não deve interferir na liberdade dos cidadãos, que precisam conquistar suas vitórias a partir do esforço individual (meritocracia). Os neoliberais são contra a intervenção do Estado no oferecimento de serviços sociais, mas concordam que a Educação merece investimento público para que os futuros trabalhadores sejam formados. São adeptos da privatização dos serviços públicos e da terceirização. Com relação às políticas educacioanis, dão à Educação um viés de produto de mercado.
A abordagem pluralista: busca entender como as reivindicações e demandas sociais são lidas e processadas pelo sistema político: como funcionam os sistemas de pesos e contrapesos sociais na definição das políticas públicas, e de que modo se dão tais articulações. As políticas educacionais são consideradas um elemento de vínculo entre o conhecimento e o poder na sociedade, dando à escola o dever de formar cidadãos com condições de se apropriarem da realidade política, interferindo nela quando necessário, exercendo o seu papel de cidadão.
A abordagem social-democrata: modelo de bem-estar onde o Estado interfere apenas quando o setor privado não consegue resolver ou em situações de emergência. Consideram as políticas sociais comoum complemento das intituições econômicas, onde os direitos do cidadão devem estar garantidos e oferecidos sem nenhuma discriminação. Neste sentido, a regulação estatal é a essência no bloqueio de poderes destrutivos do capital, sendo necessária para um equilíbrio entre os interesses do mercado e os interesses do trabalho. O que desejam é a convivência pacífica, ainda que contraditória, entre o capitalismo e a democracia.
A abordagem marxista: defendem a organização dos trabalhadores como a grande possibilidade de resistência à  exploração deles próprios, na conquista de melhores condições de trabalho e de vida. Neste sentido, a educação tem um papel fundamental na formação dos cidadãos que precisam lutar contra a burguesia, e que , para isso, necessitam de formação política. Ainda que defendam amplamente os direitos sociais e os serviços públicos, questionam a regulação da Educação pelas mãos do Estado, que tende a controlar as políticas de modo a sempre favorecer a classe dominante. As diferentes interpretações dos fenômenos sociais e econômicos geraram uma multiplicidade de vertentes dentro do próprio marxismo, sempre referenciados em face do Estado e de sua atuação diante das crises.
As três dimensões são: dimensão cognitiva, dimensão instrumental e dimensão normativa. A primeira está relacionada ao conhecimento técnico e às representações sociais daqueles que fazem a política, e de suas maneiras de interpretar os problemas e criar formas de solução. A segunda dimensão está relacionada às medidas que são lançadas para atacar as causas dos problemas. Já a dimensão normativa carrega em si as práticas culturais e os valores, relacionados à política, que é sempre considerada parte de um projeto global de sociaedade.
Questão 1 / 2
Ao analisar as representações sociais que norteiam a formulação das políticas públicas, devemos considerar as seguintes dimensões:
Dimensão cognitiva, dimensão instrumental e dimensão normativa..
Questão 2 / 2
Ao analisar as representações sociais que norteiam a formulação das políticas públicas, devemos considerar as seguintes dimensões:
Dimensão cognitiva, dimensão instrumental e dimensão normativa..
Mudanças na configuração do estado e sua influência na política educacional
Neste sentido, cabe uma reflexão importante, para buscarmos compreender aos interesses de quem o Terceiro Setor está trabalhando e quais objetivos motivam verdadeiramente as suas ações. Apesar de ter sido criado como um contraponto ao Neoliberalismo, a autora reconhece a hipótese de que o Terceiro Setor e o Neoliberalismo podem possuir sólidas relações, a partir dos seguintes pontos de observação:
ao retirrar o poder das intituições, delegando, assim, responsabilidades que historicamente foram do Estado e das entidades representativas em geral, esvazia o poder das Instituições e enfraquece a democracia, com o argumento de que estas atrapalham o livre andamento do mercado/
ao propor o Estado mínimo, retirando do mesmo os compromissos com a população, outorga essa responsabilidade para a sociedade civil a fim de que esta atue na prestação de serviços;
ao fomentar o discurso transversal, desvia o debate das questões de fundo, como se os problemas da luta de classes estivessem resolvidos, quando, ao contrário, foram intensificados;
as agências internacionais, ao enviarem os recursos financeiros dos projetos, que têm sido cada vez mais significativos, sem passar pelo Estado, deslocam as esferas de poder, provocando novas relações de força na esfera nacional e internacional;
ao influenciarem o conteúdo e a forma dos projetos, que estão sendo implementados junto à sociedade, as agências internacionais estão exercendo influência na formação de uma nova ambiência cultural, ou seja, na formação da subjetividade e objetividade necessárias a este período particular do capitalismo em que estamos vivendo (PERONI, 2006, p. 21).
Muitas questões, então, ainda permanecem obscuras ao olhos de quem busca um entendimento ampliado sobre as organizações do Terceiro Setor: 
Como são estabelecidas verdadeiramente estas parceriais?
Quanto de dinheiro as organizações recebem?
Quem fiscaliza os gastos?
Quem acompanha os projetos?
Peroni (2006, p. 26) nos alerta que, se a ideia é transportar para a sociedade a responsibilidade de acompanhamento, então temos o Estado transferindo suas tarefas para o povo. Na educação, assistimos à retirada do Estado, que em vários projetos e programas deu à sociedade em geral a responsabilidade de dar conta de algumas demandas. 
Questão 1 / 1
O termo "parceria entre Estado e sociedade civil" é utilizado na Terceira Via para:
Justificar a transferência de dinheiro público do Estado para as organizações não-governamentais.
A reforma como política educacional dos anos 1990
A política educacional no governo Collor
Depois de quase trinta anos, os brasileiros foram chamados às urnas para a eleição direta de um presidente. Collor foi eleito sem nenhuma proposta específica para a educação, o que já nos dava uma ideia de quais seriam (ou de quais não seriam) as prioridades no mandato. Por outro lado, com a promulgação da Constituição Federal de 1988, as discussões sobre o campo educacional estavam muito presentes em todas as esferas, sendo uma grande preocupação a universalização do ensino fundamental e a erradicação do analfabetismo. Nos dois anos de governo, a educação foi contemplada em três textos oficiais, que não saíram do nível de ideais e intenções, ou seja, não foram colocados em prática. O primeiro era o Programa Nacional de Alfabetização e Cidadania (PNAC), que tinha como objetivo erradicar o analfabetismo e universalizar o ensino fundamental. O segundo texto era o Programa Setorial de Ação do Governo Collor na área da educação, que arriscava em ter como objetivo a universalização da pré-escola e também da educação de jovens e adultos. O terceiro era Brasil: um projeto de reconstrução nacional, apoiado na expansão do atendimento, alterações nos aspectos pedagógicos e reestruturação curricular para melhorar a educação básica.
A política educacional no governo Itamar
1– A educação é a verdadeira prioridade nacional.
2– Todos os brasileiros, independentemente de qualquer situação, têm direito a uma educação de qualidade.
3– A política educacional deve resultar de uma elaboração participativa capaz de dar unidade às ações educativas dos diversos organismos do governo no âmbito nacional.
4– É indispensável o desenvolvimento da capacidade crítica pelo processo educativo diante da comunicação social, entendido como uma responsabilidade da família, da escola e da comunidade.
5– Há de ser assegurada, progressivamente, a gratuidade total para o aluno do ensino fundamental (1ºgrau), desde que resolvidos em um primeiro momento os problemas do ensino de responsabilidade do Poder Público. Essa gratuidade está assegurada também em níveis de 2ºgrau e no ensino superior nas unidades escolares de responsabilidade do Poder Público federal.
6– O educador será devidamente valorizado como pessoa, como cidadão e como profissional.
7– A educação terá que vivenciar com serenidade adulta, tranqüilidade e segurança os conflitos e tensões sociais que nos envolvem.
8– As universidades e instituições de ensino em geral serão convocadas a se colocar a serviço do desenvolvimento do ser humano e da sociedade, da transformação das estruturas econômicas, jurídicas e sociopolíticas injustas, da procura de uma sociedade mais participativa e solidária e de uma cultura encarnada na vida do povo (HINGEL, 1992).
A política educacional no governo FHC
Então deram início ao processo de concretização de políticas que atendessem às diretrizes das agências multilaterais. Muitas ações foram elencadas, mas não houve uma ampliação dos recursos financeiros. A educação era apresentada como prioridade nos discursos e nos documentos, com o entendimento de que apenas ela poderia garantir a inserção do país no mercado globalizado. Na esfera educacional, os documentos Mãos à obra Brasil: proposta de governo(CARDOSO, 1994) e o Planejamento Estratégico - 1995/1998 (MEC, 1995) serviram de alicerce para orientar as ações que foram posteriormente desencadeadas. Foi lançado o Programa Acorda Brasil, com pontos importantes apresentados para a melhoria do ensino fundamental, e muito alinhados com o Plano Decenal elaborado no governo Itamar:
1- definir um padrão curricular mínimo para o Brasil;
2- descentralizar a compra e a distribuição e promover a melhoria da qualidade do livro didático;
3- repassar diretamente às escolas o dinheiro do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação — FNDE por meio de convênios com estados e municípios;
4- promover o treinamento de professores mediante o ensino a distância, com a parceria de empresas e da comunidade na aquisição dos equipamentos;  
5- avaliar os alunos de todas as séries, anualmente, nas escolas públicas (GARCIA, 1999).
Questão 1 / 1
O Programa Acorda Brasil apresentou cinco pontos fundamentais para o alicerce das políticas educacionais da era FHC:
I - definir um padrão curricular mínimo para o Brasil;
II - centralizar a compra e a distribuição e promover a melhoria da qualidade do livro didático;
III - repassar diretamente às secretarias municipais o dinheiro do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
IV - promover o treinamento de professores mediante o ensino a distância, com a parceria de empresas e da comunidade na aquisição dos equipamentos;
V - avaliar os alunos de todas as séries, anualmente, nas escolas públicas.
Assinale a alternativa correta:
Apenas II e III estão incorretas.
As políticas educacionais dos anos 2000
Uma Escola do Tamanho do Brasil foi o nome escolhido para o projeto educacional assumido desde o programa de governo, que tinha como carro chefe o entendimento de que "pensar a educação como uma ação relevante na transformação da realidade econômica e social do povo brasileiro é pensar numa Escola do Tamanho do Brasil" (PT, 2002, p. 7).
Uma Escola do Tamanho do Brasil era um projeto apoiado em três diretrizes gerais:
1- Democratização do acesso e garantia de permanência, afirmando que “a ampliação do tempo de duração da educação básica no Brasil é necessária e possível. Depende de vontade política e da ousadia em investir mais recursos, colocando-os sob controle público, promovendo, dessa forma, o acesso e a permanência de crianças, adolescentes, jovens e adultos nas escolas” (PT, 2002, p. 6);
2- Qualidade social da educação, tratando “o conhecimento a partir do enfoque interdisciplinar, superando a fragmentação e a segmentação; planejar a ação coletiva do trabalho docente e dos demais segmentos da escola; superar a avaliação classificatória e seletiva; estabelecer a avaliação participativa, diagnóstica e formativa; considerar os ritmos e tempos de aprendizagem dos educandos (PT, 2002, p. 8);
3- Instituição de um novo regime de colaboração federativo, valorizando a democratização da gestão. “A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional descreveu, sob a orientação constitucional, as incumbências de cada esfera administrativa. Em todas, o princípio da colaboração se repete, subordinado não somente ao cumprimento do direito público subjetivo ao qual correspondem deveres de Estado e ações de governo, como também à superação de desigualdades, à formação básica comum e à consolidação de um padrão de qualidade (PT, 2002, p. 11)
Para alcançar os objetivos, o plano apresenta as seguintes propostas de ação:
"1. Instituir o Sistema Nacional de Educação com a finalidade de articular as ações educacionais da União, Estados e Municípios;
2. Implantar um novo Conselho Nacional de Educação, normativo e deliberativo, com representação social das três esferas de administração e das instituições representativas de educadores e estudantes;
3. Criar o Fórum Nacional de Educação, encarregado de organizar e promover as Conferências Nacionais Quinquenais para construir e propor, avaliar e acompanhar a execução do Plano Nacional de Educação e de seus similares em cada esfera administrativa;
4. Fortalecer os fóruns, conselhos e instâncias da educação buscando sempre que possível ações integradas que evitem a fragmentação e dispersão de recursos e esforços;
5. Garantir a autonomia político-pedagógica e de gestão financeira às instituições educacionais públicas assegurando-lhes condições materiais e financeiras adequadas;
6. Redefinir as competências no regime de colaboração a ser implantado entre os entes federados buscando reverter o atual processo de municipalização predatória da educação;
7. Estimular a instalação de processos constituintes escolares para definição de planos nacional, estaduais e municipais de educação bem como do orçamento participativo nas esferas de governo e unidades escolares;
8. Estabelecer normas de aplicação dos recursos federais, estaduais e municipais diretamente voltados para a manutenção de prédios, instalações e equipamentos, a partir da definição de um custo-qualidade por aluno, por tipo de escola, por turnos de funcionamento, por localização e modalidade de oferta e tempo de uso;
9. Instituir o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização do Magistério (FUNDEB), em substituição ao FUNDEF (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério);
10. Regulamentar, em lei complementar federal, o parágrafo único do Artigo 23 da Constituição Federal - “normas para cooperação entre União, Estados e Municípios” (PT, 2002, p. 11-12).
É importante ressaltar que, além da política educacional, o governo Lula esteve bastante apoiado em políticas sociais, sendo um bom exemplo disso o Programa Bolsa-Família, que tem o afinalidade de repassar diretamente às famílias pobres um benefício em dinheiro. As principais críticas que recebe dizem respeito ao repasse de dinheiro direto à população mais carente, como uma política social passiva, incapaz de estimular e desenvolver a autonomia dos assistidos para que alcancem algum nível de independência e saiam dessa condição. O PDE apoia-se em quatro grandes pontos de ação: educação básica, ensino superior, alfabetização e educação continuada, ensino profissional e tecnológico.
Desta forma, podemos afimar que as políticas educacionais do período apresentam certa dualidade: em alguns casos, estabelecem a ruptura com as políticas dos governos anteriores, determinando um avanço significativo; mas, em outros, percebemos a clara intenção de manter o que estava posto em políticas já daterminadas em outras décadas. "Ao mesmo tempo em que se assiste, na matéria educativa, à tentativa de resgate de direitos e garantias estabelecidos na Constituição Federal de 1988, adotam-se políticas que estabelecem nexo entre a elevação dos padrões de desempenho educativo e a crescente competitividade internacional (a referência do IDEB justificada nos padrões do desempenho educacional dos países da OCDE é um exemplo). A naturalização de políticas que vinculam as capacidades de escolha e ação individual à transformação institucional, traduzida na idéia do estabelecimento do compromisso de todos com a educação, como se os baixos níveis de desempenho fossem resultado da falta de compromisso e não de outras carências, atribui à educação certo voluntarismo que é contrário à noção de direito público assegurado" (ANDRADE, 2009, p. 209). À medida em que as polítcas passam a ser vinculadas aos indicadores oficiais, o governo consegue descentralizar as ações, mas permanece com o controle sobre elas, mesmo que indiretamente.
Questão 1 / 1
Uma Escola do Tamanho do Brasil era um projeto apoiado em três diretrizes gerais. Assinale a alternativa que não corresponde às diretrizes do programa. Qualidade de mercado da educação.
A importância do poder legislativo na implementação de políticas educacionais
Poder Judiciário
Em nível nacional, é formado pelos tribunais superiores, sendo o Supremo Tribunal Federal (STF) o principal, além do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Tribunal Superior do Trabalho (TST).  A principal função dojudiciário é verificar a legalidade das leis em relação à Constituição Brasileira.
Poder Executivo
Em nosso país, o poder executivo é exercido pelo Presidente da República na esfera federal, pelos governadores nos estados, e pelos prefeitos em nível municipal.Com relação às políticas educacionais, é importante compreender que elas "não correspondem ao programa de governo lançado no período eleitoral, embora este possa ser uma de suas fontes, ainda que frequentemente nele inseridas em termos genéricos . Numa democracia, os partidos disputam eleições nas quais se apresentam à sociedade por meio de diversos instrumentos, entre os quais programas no horário gratuito na televisão e rádio e, formalmente, um programa da candidatura. 
Antes desta providência, o governo passa por quatro etapas:
negociação interna;
oitiva e negociação com os diversos segmentos da sociedade civil;
negociação com representantes das demais esferas federativas;
negociação com o Congresso Nacional" (MARTINS, 2014, p.14).
Quando um governo é eleito, seja ele na esfera federal, estadual, ou municipal, inicia-se um processo de negociação interna para que as políticas sejam aprovadas. A intenção dos eleitos (via de regra) é colocar em prática aquilo que está previsto em seus programas de governo. Mas, para tanto, é necessária uma intensa articulação política para que consigam transformar os projetos em realidade.  
Poder Legislativo
"As normas que estabelecem os instrumentos das políticas públicas ganham a versão final no Poder Legislativo (ressalvada a possibilidade de vetos, que de qualquer forma, podem ser derrubados pelo Legislativo) se editadas por lei ou Medida Provisória. Ainda que estabelecidas por decreto, estes devem remeter à lei que estão regulamentando e o Legislativo dispõe do instrumento do decreto legislativo para sustar atos do Executivo que considere como tendo invadido sua competência (art.49, V, CF). .No caso das emendas constitucionais, não há possibilidade jurídica de veto, sendo do Legislativo a palavra final" (MARTINS,, p.16).
O poder legislativo e as políticas educacionais
Da maneira como está instituído o poder legislativo, e da maneira como se dá o seu exercício em nosso país, fica evidente uma grande possibilidade de que seja controlado e manipulado pelo poder executivo. O que percebemos nas últimas décadas, é que os parlamentares construíram, em sua maioria, uma cultura de que os projetos para polítcas educacionais devem partir apenas das sugestões do executivo. Como projetos individuais e específicos, costumam-se reservar a outras questões da sociedade, e sobre a educação. Os brasileiros precisam compreender que a força do poder executivo vem, justamente, pelas mãos do legislativo, quando são aprovadas as suas propostas. Desta forma, é necessário se libertar da visão limitada de que apenas um presidente é o culpado pelos problemas do país, ou que apenas um governador é o responsável pelas mazelas do estado que governa. Há de se considerar, também, a importância do legislativo, visto que o executivo depende diretamente de sua aprovação para poder governar.
As novas pedagogias da hegemonia
O conceito de hegemonia está relacionado à dominação, predominância, liderança, supremacia e poder.
A noção de hegemonia foi criada no seio da tradição marxista para pensar as diversas configurações sociais que se apresentavam em distintos pontos no tempo e no espaço. [...] A noção de hegemonia propõe uma nova relação entre estrutura e superestrutura e tenta se distanciar da determinação da primeira sobre a segunda, mostrando a centralidade das superestruturas na análise das sociedades avançadas. Nesse contexto, a sociedade civil adquire um papel central, bem como a ideologia, que aparece como constitutiva das relações sociais. Deste modo, uma possível tomada do poder e construção de um novo bloco histórico passa pela consideração da centralidade dessas categorias que, até então, eram ignoradas (ALVES, 2010, p. 71).
Terceira Via
A Terceira Via é um programa político específico, que surgiu como uma alternativa ao neoliberalismo, mas que, com o passar dos anos, demonstrou um viés ideológico que defende princípios muito semelhantes.
“Um dos mais importantes princípios constitutivos da Terceira Via refere-se à reinvenção da sociedade civil. As elaborações sobre esse tema sugerem a necessidade de construção de uma noca sociedade civil denominada ‘sociedade civil ativa’ e a importância da eliminação de todos os nexos teóricos e históricos ainda presentes que insistiriam em ligar o mundo atual com o chamado ‘velho mundo das polaridades’ (LIMA; MARTINS, 2005, p. 52).
Parâmetros Curriculares Nacionais
Nos anos 1990 o Brasil atravessou uma grade reforma educacional, apoiada em discursos que defendiam a formação para a cidadania e a universalização do ensino. Com a publicação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional em 1996, surgiu a necessidade de reformulação dos currículos de toda a educação básica, o que desencadeou na elaboração dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), um material que serve de apoio ao professor para a elaboração dos planos de ensino e dos planos de aula.
os fundamentos pedagógicos gerais dos PCN são:
A psicologia genética e suas descobertas no campos da construção do conhecimento;
O enfoque social do processo de ensino-aprendizagem;
O desenvolvimento de competências em substituição às especializações tradicionais.
Mesmo não tendo caráter obrigatório, os PCN ocuparam a uma posição de extrema relevância para o trabalho docente, onde a grande maioria dos professores brasileiros passou a se apoiar nestes documentos para o direcionamento de suas práticas pedagógicas. As escolas passaram a ter uma imensa responsabilidade com relação à formação para a cidadania mas, em momento algum, foram chamadas para participar da elaboração dos documentos.
Com uma visão de coletivo e de cidadania muito distantes daquilo que se espera para uma sociedade justa e igualitária, as perdas pedagógicas nos parecem ter sido sem medida.
Pedagogia das Competências
O caráter polissêmico do conceito de competências requer que sua análise crítica e apropriação, diferentemente do modo como tem ocorrido pelos reformistas da educação e pelo modismo preconizado pelas pedagogias do aprender a aprender, seja realizada de modo profundo e amplo. Essa contradição é indispensável para que a crítica possibilite mostrar a estreiteza com que tal pedagogia concebe a formação humana (CARVALHO, 2007, p. 54). Mas acreditamos que o maior problema da pedagogia das competências está no fato de que, mesmo apoiada na valorização da prática social, em momento algum ela realiza a crítica dessa própria prática, como se ela fosse apenas um dado natural, inevitável e sem importância.
Além disso, é importante reconhecer, também, que uma prática pedagógica apoiada apenas em desenvolver competências e habilidades nos alunos, deixa de lado o que consideramos o mais importante dos saberes escolares, que é a apropriação de conceitos. Para construir conhecimento, é fundamental que o aluno se aproprie de conceitos. As competências e habilidades são importantes, mas não podem ser colocadas em detrimento aos conceitos.
Questão 1 / 1
A respeito da pedagogia das competências, é correto afirmar que:
O que há de específico nela é a tentativa de decomposição do aprender a aprender em uma listagem de habilidades e competências cuja formação deve ser objeto da avaliação, em lugar da avaliação da aprendizagem de conteúdos.
PNLD
O Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) tem como principal objetivo garantir o provimento de livros didáticos para todos os alunos das escolas públicas do país, além de dicionários e livros de literatura e de apoio.Com relação aos livros didáticos, o programa acontece em ciclos alternados de três anos, ou seja, os livros são de edições não-consumíveis, devendo ser utilizados por três anos seguintes, por alunos diferentes. Ao final de cada ano, o aluno deve devolver o livro em boas condições para escola, possibilitandoque outro colega utilize no ano seguinte.Ainda que tenha um lado bastante positivo no programa, é preciso saber que há muitos estudos que tecem severas críticas à utilização de livros didáticos e, por consequência, ao PNLD, principalmente porque o interpretam como uma estratégia de controle social através do currículo escolar.
PDDE
Criado pelo Ministério da Educação (MEC) em 1995, o Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE)  tem como objetivo prestar apoio financeiro às escolas públicas da educação básica das redes estaduais, municipais e do Distrito Federal, e também às escolas privadas de educação especial mantidas por organizações não governamentais. Com o dinheiro que é enviado anualmente, as escolas podem desenvolver uma série de ações: compra de materiais e equipamentos, manutenção em geral, cursos de capacitação, custos com avaliação, despesas com implementação de projetos pedagógicos e outras atividades, desde que tenham como objetivo a melhoria do espaço e da aprendizagem do aluno.O objetivo deste programa, além de melhorar a qualidade do ensino fundamental, é envolver a comunidade escolar a fim de otimizar a aplicação dos recursos. 
Programa Mais Educação
O Programa Mais Educação representa uma estratégia do Ministério da Educação para motivar e proporcionar a ampliação da jornada escolar e a organização curricular na perspectiva da Educação Integral. O objetivo maior do programa está em ampliar o tempo diário escolar dos meninos e meninas matriculados escola públicas de educação básica com baixos índices de aprendizagem.
São finalidades do PMEd, de acordo com o Artigo 2º da Portaria Normativa Interministerial nº. 17/2007:
 
I – apoiar a ampliação do tempo e do espaço educativo e a extensão do ambiente escolar nas redes públicas de educação básica de Estados, Distrito Federal e municípios, mediante a realização de atividades no contraturno escolar, articulando ações desenvolvidas pelos Ministérios integrantes do Programa;
II – contribuir para a redução da evasão, da reprovação, da distorção idade/série, mediante a implementação de ações pedagógicas para melhoria de condições para o rendimento e o aproveitamento escolar;
III – oferecer atendimento educacional especializado às crianças, adolescentes e jovens com necessidades educacionais especiais, integrado à proposta curricular das escolas de ensino regular o convívio com a diversidade de expressões e linguagens corporais, inclusive mediante ações de acessibilidade voltadas àqueles com deficiência ou com mobilidade reduzida;
IV – prevenir e combater o trabalho infantil, a exploração sexual e outras formas de violência contra crianças, adolescentes e jovens, mediante sua maior integração comunitária, ampliando sua participação na vida escolar e social e a promoção do acesso aos serviços sócio-assistenciais do Sistema Único de Assistência Social – SUAS; V – promover a formação da sensibilidade, da percepção e da expressão de crianças, adolescentes e jovens nas linguagens artísticas, literárias e estéticas, aproximando o ambiente educacional da diversidade cultural brasileira, estimulando a sensorialidade, a leitura e a criatividade em torno das atividades escolares;
VI – estimular crianças, adolescentes e jovens a manter uma interação efetiva em torno de práticas esportivas educacionais e de lazer, direcionadas ao processo de desenvolvimento humano, da cidadania e da solidariedade;
VII – promover a aproximação entre a escola, as famílias e as comunidades, mediante atividades que visem a responsabilização e a interação com o processo educacional, integrando os equipamentos sociais e comunitários entre si e à vida escolar; e
VIII – prestar assistência técnica e conceitual aos entes federados de modo a estimular novas tecnologias e capacidades para o desenvolvimento de projetos com vistas ao que trata o artigo 1º desta Portaria.
O Mais Educação é uma política educacional brasileira que defende a ampliação do tempo e dos espaços escolares como uma estratégia para solucionar os problemas com qualidade de ensino, pobreza, exclusão social e marginalização cultural. De certa forma, acaba transferindo para a sociedade civil a responsabilidade de resolver os problemas, visto que não investe no pagamento de profissionais para a execução das tarefas, contando apenas com voluntários que recebem somente pelo custo com transporte.
SAEB
De acordo com seu portal oficial, o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) tem como principal objetivo avaliar a educação básica brasileira e contribuir para a melhoria de sua qualidade e para a universalização do acesso à escola, oferecendo subsídios concretos para a formulação, reformulação e o monitoramento das políticas públicas voltadas para a Educação Básica. Além disso, procura também oferecer dados e indicadores que possibilitem maior compreensão dos fatores que influenciam o desempenho dos alunos nas áreas e anos avaliados.O Saeb é desenvolvido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia do Ministério da Educação (MEC). Podemos afirmar que se trata de uma importante iniciativa para avaliação do sistema educacional brasileiro que, além de coletar dados sobre a qualidade da educação no país, também procura conhecer e compreender as dificuldades e especificidades que interferem no processo educativo.
PNAIC
O PNAIC está apoiado em quatro princípios centrais:
1. o Sistema de Escrita Alfabética é complexo e exige um ensino sistemático e problematizador;
2. o desenvolvimento das capacidades de leitura e de produção de textos ocorre durante todo o processo de escolarização, mas deve ser iniciado logo no início da Educação Básica, garantindo acesso precoce a gêneros discursivos de circulação social e a situações de interação em que as crianças se reconheçam como protagonistas de suas próprias histórias;
3. conhecimentos oriundos das diferentes áreas podem e devem ser apropriados pelas crianças, de modo que elas possam ouvir, falar, ler, escrever sobre temas diversos e agir na sociedade;
4. a ludicidade e o cuidado com as crianças são condições básicas nos processos de ensino e de aprendizagem.
Com relação aos governantes que firmaram o pacto, o compromisso está em três aspectos centrais:
alfabetizar todas as crianças em língua portuguesa e em matemática;
realizar avaliações anuais universais, aplicadas pelo INEP, junto aos concluintes do 3º ano do ensino fundamental;
no caso dos estados, apoiar os municípios que tenham aderido às Ações do Pacto, para sua efetiva implementação.
As Ações do Pacto apoiam-se em quatro eixos de atuação:
1.Formação continuada presencial para os professores alfabetizadores e seus orientadores de estudo;
2.Materiais didáticos, obras literárias, obras de apoio pedagógico, jogos e tecnologias educacionais;
3.Avaliações sistemáticas;
4.Gestão, mobilização e controle social.
PDE
De acordo com os textos oficiais, o PDE tem como prioridade uma educação de qualidade. Com ele, o Ministério da Educação pretende mostrar à sociedade tudo o que se passa dentro e fora da escola, realizando uma grande prestação de contas. Se as iniciativas do MEC não chegarem à sala de aula e beneficiarem a criança, não se conseguirá atingir a qualidade que se deseja à educação brasileira. Por isso, é importante a participação de toda a sociedade no processo.
Trata-se de uma política de alcance nacional que apresenta um importante diagnóstico da realidade das escolas públicas brasileiras, tornando possível que os gestores locais identifiquem as necessidades e fragilidades, para então criarem os seus próprios projetos. O PDE está organizado em quatro eixos: 
1. educação básica;
2. ensino superior;
3. alfabetização e educação continuada;
4. ensino profissional e tecnológico.
FUNDEB
O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) é um fundo organizado em esfera federal para beneficiar toda a rede pública de educação básica do país. O Fundeb é o substituto do Fundo deManutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef), que vigorou de 1997 a 2006, o Fundeb está em vigor desde janeiro de 2007 e se estenderá até 2020. É um fundo de natureza contábil, instituído pela Emenda Constitucional nº 53, de 19 de dezembro de 2006.
Participação e formação política
Formação política
Compreendemos que a formação humana é produto de seu próprio trabalho, a partir da forma que utiliza e transforma os recursos naturais para sua existência, e também das relações que estabelece com os outros humanos nessa transformação. A questão é que, numa sociedade capitalista, as relações de dominação permeiam constantemente a formação humana, transformando-a em algo bastante complexo, que pode ir da alienação até a formação humanizadora. Com relação aos professores, não podemos deixar de considerar que são formados em condições bastante complicadoras para a construção da consciência de classe, visto que muitas práticas culturais são tomadas como verdades absolutas, muitos compreendem a docência como missão, e muitos procuram apenas estabilidade de emprego individual. Outro elemento importante no estudo sobre a formação política dos professores está no fato de que a docência vem sido historicamente construída como um exercício de sacerdócio. Algo muito próximo, muitas vezes, de “professor-missionário, profissão vocação, escolas-templo de saber, missões pedagógicas, a nobre tarefa de ensinar, a ilustração como evangelização e assim sucessivamente” (ENGUITA, 2004, p. 18). Desta forma, apenas pelo fato de serem professores, muitos já sentem uma particular sensação de nobreza. Com a universalização do acesso à educação, a quantidade de escolas aumentou consideravelmente e, por consequência, aumentaram também as vagas para professores na rede pública de educação básica, oferecendo a muito mais pessoas a oportunidade de atuar junto à formação das crianças e jovens. Ao chegarem na escola, para trabalhar, os professores são absorvidos por práticas absolutamente controladoras, que distanciam o seu exercício da reflexão, criando mais um elemento dificultador da formação de consciência coletiva. Pensar na educação em sua totalidade, como um elemento importante na constituição do tipo de sujeitos e de sociedade que se deseja.Além da competência técnica, ou seja, dos saberes relacionados à prática cotidiana da aula, é necessário que o professor também tenha compromisso político.
Participação política
Participar das decisões políticas significa participar das decisões referentes aos problemas que são de interesse coletivo. Quem não tem participação política, ocupa-se apenas em resolver os seus próprios problemas individuais. Quando alguém afirma que não tem interesse por política, e que prefere não se envolver em tais questões, está revelando falta de consciência, por não compreender que é impossível atender apenas aos anseios individuais. Se a vida em sociedade é uma necessidade da natureza humana, se o homem é um ser social, precisamos reconhecer dois elementos importantes da participação política:
Você, na condição de professor e cidadão, precisa participar politicamente das decisões que envolvem o coletivo social, bem como o coletivo dos trabalhadores da educação.
Você, na condição de professor, precisa colaborar com a formação de cidadãos que compreendam a importância dessa participação, tornando-se adultos mais ativos politicamente.
Para finalizar este tópico, reforçamos a importância de que você, futuro professor, compreenda a importância de sua formação e de sua participação política. Se desejamos uma sociedade melhor e mais justa, não há outra maneira de desencadear a mudança, não é mesmo? Além de nos transformarmos em sujeitos ativos do exercício político, também precisamos plantar este desejo em nossos alunos. E isso não significa, necessariamente, carregar a bandeira de um partido político (seja ele qual for) em defesa de ideais. O professor, em razão de seu trabalho, já exerce uma atividade absolutamente política, que é a educação, e negar isso só aumenta a distância entre a prática e a mudança, entre a verdade e a consciência.
Organizações coletivas
Sindicalismo docente
O primeiro sindicato de professores do Brasil foi fundado em 1931, no Rio de Janeiro, então capital do país, após publicação de decreto que regulamentava a existência de organizações sindicais, mas proibia os funcionários públicos de sindicalizarem e concebia os sindicatos como colaboradores do Estado, como se não existisse luta de classes Nas décadas seguintes, acompanhamos muitas conquistas e lutas, mas também muitas comunhões dos sindicatos com os governos (LANÇA, 2013, p. 16). O processo de precarização da educação pública, bem como o achatamento dos salários dos professores e o desprestígio a qual estão sendo submetidos nas últimas décadas, vem colaborando para que cada vez mais os professores se reconheçam como classe trabalhadora, aproximando-os também dos sindicatos docentes. Inicialmente, estes sindicatos viveram momentos de grande exercício político e de mobilização, com grandes mobilizações e conquistas para a categoria. A partir da implementação das políticas neoliberais, os sindicatos atravessaram um grande refluxo, desencadeado por fatores relacionados à sua própria estrutura (que foi se tornando burocratizada e hierarquizada), bem como também a fatores externos à própria hegemonia política mundial. O sindicato é uma construção de sua própria base, ou seja, é feito pelos próprios professores que, além de escolherem com consciência a presidência e a diretoria da entidade, devem participar ativamente das discussões e propostas. O fato de existir um sindicato não isenta o professor de uma militância constante, sob a pena de ser conduzido por práticas que não vão de encontro aos seus anseios.
Questão 1 / 1
A partir da implementação das políticas neoliberais na educação brasileira, podemos afirmar que:
os sindicatos atravessaram um grande refluxo, desencadeado por fatores internos e externos.
Identidade coletiva
A identidade humana é construída ao longo de toda a vida de cada indivíduo, mas é importante compreender que essa construção não se dá na individualidade, visto que a identidade depende da construção social, ou seja, da convivência entre os seres humanos, determinando as permanências e as mudanças, num processo que envolve tensão entre imutabilidade e dinamismo. Vianna (1999, p. 51) define a identidade como “o conjunto de representações do eu pela qual o sujeito comprova que é sempre igual a si mesmo e diferente dos outros”. De acordo com Freire (1996, p. 46), “a assunção de nós mesmos não significa a exclusão dos outros. E é a outredade do não eu, ou do tu, que me faz assumir a radicalidade do meu eu”. Compreendemos, então, que o outro representa grande importância na construção do eu, tanto na manutenção como na transformação da identidade individual. E é inevitável que, neste mundo em constante transformação, a escola e o professor sejam constantemente chamados a novas construções identitárias, fazendo surgir novas formas de se ver e de se fazer a profissão, nos aspectos individual e coletivo. Na construção da identidade coletiva, certamente que há conflitos, trocas de experiências e negociações, além de posicionamentos perante as decisões que são tomadas. E é justamente durante essas ações que a identidade coletiva se constrói e toma forma.Portanto, podemos perceber que somente os indivíduos ativos neste processo é que participam, mesmo que inconscientemente, da construção da identidade coletiva. A motivação é um fator primordial nas ações coletivas, determinando a disponibilidade e a disposição dos indivíduos em se envolverem nas questões de sua categoria, que também são influenciadas pela capacidade de mobilização e organização, além do talento para a liderança e da facilidade de comunicação. Ainda buscando compreender melhor a formação da consciência dos trabalhadores da educação, devemos considerar um importante debate que existe no campo acadêmico,que discute o fato de o trabalho docente ser ou não produtivo, no sentido de produzir lucro.Alguns estudiosos defendem que os professores se deslocaram para o grupo dos trabalhadores improdutivos em razão das grandes mudanças das últimas décadas. Outros acreditam que apenas os professores da rede privada de ensino podem ser considerados produtivos, pois dão lucro direto ao patrão. Há também aqueles que afirmam ser o professor um trabalhador produtivo na medida em que a sua própria força de trabalho é considerada como mercadoria. Ferreira (1996) diz ser necessário reconhecer a heterogeneidade que caracteriza o grupo profissional dos professores, desde as diferenças individuais até as afinidades ou discordâncias coletivas. Podemos encontrar muitos fatores que colaboram com isso, como o nível de ensino que os professores atuam, a disciplina que ministram, a formação acadêmica, o tempo de magistério e as especificidades das instituições onde trabalham.Acreditamos que é preciso conhecer os processos pelos quais os professores se reconhecem coletivamente, da visão que apresentam não apenas sobre si mesmos, mas também sobre as ações que a categoria constrói e pode construir coletivamente. Para buscar outros rumos e um fortalecimento da identidade coletiva docente, é preciso romper com a paralisia e com o sentimento de impotência que boa parte dos professores carregam. É preciso que reconheçam que não estão caminhando sozinhos. Mesmo vivendo a crise na educação e as dificuldades na escola, os professores precisam reconhecer a importância do engajamento, da ação e da identidade da categoria. É preciso, mais do que nunca, colocar os interesses do coletivo acima dos interesses individuais. Mas esta é uma prática que apenas os professores conscientes conseguem exercer.

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