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RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO - Ato Administrativos e Bens Públicos

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Aula 01 2º Bimestre Direito Administrativo 24/04/14 Prof. Afonso
 MATÉRIA AVALIAÇÃO: ATOS ADMINISTRATIVOS/BENS PÚBLICOS/DOMÍNIOS PÚBLICOS
ATOS ADMINISTRATIVOS
CONCEITO É toda manifestação unilateral da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria (Hely Lopes Meirelles).
ATO ADMINISTRATIVO x ATO JURÍDICO
    A diferença essencial entre ato jurídico e ato administrativo reside em que o ato administrativo tem  finalidade pública. Ato administrativo  é uma espécie de ato jurídico.
ATO ADMINISTRATIVO x CONTRATO ADMINISTRATIVO 
    Diferença entre ato administrativo e contrato administrativo - o contrato é bilateral (há duas partes com objetivos diversos) ; o ato administrativo é unilateral.
ELEMENTOS (Requisitos de validade) do  ATO ADMINISTRATIVO
    Os ELEMENTOS ESSENCIAIS à formação do ato administrativo, constituem a sua  infra-estrututa, daí serem reconhecidos como REQUISITOS DE VALIDADE.  As letras iniciais formam a palavra COMFIFOR MOB.
COM PETÊNCIA
FI  NALIDADE
F0R  MA             dica : COM FI FOR MOB
M      OTIVO
OB    JETO
COMPETÊNCIA  
    É o poder atribuído ao agente (agente é aquele que pratica o ato)  para o desempenho específico de suas funções.
        Ao estudarmos o gênero abuso de poder vimos que uma de suas espécies, o excesso de poder, ocorre quando o agente público excede os limites de sua competência.
FINALIDADE  
    É o objetivo de interesse público a atingir. A finalidade do ato é aquela que a lei indica explícita ou implicitamente. Os atos serão nulos quando satisfizerem pretensões descoincidentes do interesse público. Ao estudarmos o gênero abuso de poder vimos que a  alteração da finalidade caracteriza desvio de poder, conhecido também por desvio de finalidade.
FORMA
    É  o revestimento exteriorizador do ato. Enquanto a vontade dos particulares pode manifestar-se livremente, a da Administração exige  forma legal.  A forma normal é a escrita. Excepcionalmente existem :  (1) forma verbal : instruções  momentâneas de um superior hierárquico; (2) sinais convencionais : sinalização de trânsito.       
MOTIVO
    É  a situação de fato ou de direito que determina ou autoriza a realização do ato administrativo. Pode vir expresso em lei como pode ser deixado ao critério do administrador.
    Exemplo : dispensa de um servidor ocupante de cargo em comissão. A CF/88, diz  que o cargo em comissão é aquele declarado em lei de livre nomeação e exoneração. Portanto, não há necessidade de motivação do ato exoneratório, mas, se forem externados os motivos, o ato só será válido se os motivos forem verdaadeiros.
OBJETO
É o conteúdo do ato. Todo ato administrativo produz um efeito jurídico, ou seja,  tem por objeto a criação, modificação ou comprovação de situações concernentes a pessoas, coisas ou atividades sujeitas à ação do Poder Público. Exemplo : No ato de demissão do servidor  o objeto é a quebra da relação funcional do servidor com a Administração.
ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO.
ANULAÇÃO E REVOGAÇÃO
A lei 9.784, de 29.01.1999 dispõe que :
"A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vícios de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência  ou  oportunidade, respeitados os direitos adquiridos" (art. 53).
"O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data  em que foram praticados, salvo comprovada má-fé" (art. 54)
"Quando importem anulação, revogação ou convalidação de ato administrativo os  atos administrativos deverão ser motivados, com indicação  dos fatos e dos fundamentos jurídicos " (art. 50, VIII,).
JURISPRUDÊNCIA  : Súmula 473 do STF :
“ A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem  ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos,  a apreciação judicial”.    
Principais lições:
A Administração com relação aos seus atos administrativos pode :
ANULAR  quando ILEGAIS.
REVOGAR  quando INCOVENIENTES ou INOPORTUNOS ao interesse publico.
O Judiciário com relação aos atos administrativos praticados pela Administração pode :
ANULAR  quando ILEGAIS.
Assim:
Revogação - é supressão de um ato administrativo legítimo e eficaz realizada pela Administração - e somente por ela - por não mais lhe convir sua existência.
Anulação - invalidação de um ato ilegítimo e ilegal, realizada realizada pela Administração ou pelo Judiciário.
Conclusão :a administração controla seus próprios atos em toda plenitude, isto é, sob aspectos de legalidade, e de mérito (oportunidade e conveniência), ou seja, exerce a autotutela. O controle judicial sobre o ato administrativos se restringe ao exame dos aspectos de legalidade.
EFEITOS DECORRENTES :
A revogação gera efeitos - EX NUNC - ou seja,  a  partir  da  sua declaração. Não retroage.
A anulação gera efeitos EX TUNC  (retroage  à data de  início dos efeitos do ato).
CONVALIDAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
    “A convalidação é o refazimento de modo válido e com efeitos retroativos do que fora produzido de modo inválido”(Celso Antônio Bandeira de Mello, 11ª edição, editora Melhoramentos, 336).   
A lei 9.784, de 29.01.1999, dispõe que  :
"Os atos que apresentem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo  a terceiros " (art. 55).
Assim  : Só é admissível o instituto da convalidação para a doutrina dualista, que aceita possam os atos administrativos  ser nulos ou anuláveis.
Os vícios sanáveis possibilitam a convalidação, ao passo que os vícios insanáveis impedem o aproveitamento do ato,”
Os efeitos da convalidação são ex-tunc (retroativos).
ATOS DE DIREITO  PRIVADO PRATICADOS PELA ADMINISTRAÇÃO
    A Administração  Pública pode praticar certos atos ou celebrar contratos em regime de Direito Privado (Direito Civil ou Direito Comercial). Ao praticar tais atos a Administração Pública ela se nivela ao particular, e não com supremacia de poder. È o que ocorre, por exemplo, quando a Administração emite um cheque ou assina uma escritura de compra e venda ou  de doação, sujeitando-se em tudo às normas do Direito Privado.  
CLASSIFICAÇÃO  DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
    A classificação dos atos administrativos sofre variação em virtude da diversidade dos critérios adotados. Serão apresentados abaixo os critérios mais adotados pelos concursos.
Critério nº 1 – classificação quanto a liberdade de ação :
ATOS VINCULADOS - são aqueles nos quais a lei estabelece os requisitos e condições de sua realização. As imposições legais absorvem quase por completo a liberdade do administrador, pois a ação, para ser válida, fica restrita aos pressupostos estabelecidos pela norma legal.
ATOS DISCRICIONÁRIOS - são aqueles que a administração pode praticar com a liberdade de escolha de seu conteúdo, de seu destinatário, de sua oportunidade e do modo de sua realização.
    Ao praticar o ato administrativo vinculado a autoridade está presa à lei em todos os seus elementos - COMFIFORMOB-  Ao praticar o ato discricionário a autoridade é livre - dentro das opções que a própria lei prevê - quanto  a escolha da conveniência e da oportunidade.
    Não se confunda ato discricionário com ato arbitrário. Arbitrário é aquilo que é contrário a lei. Discricionário são os meios e modos de administrare nunca os fins atingir.
Critério nº 2 -  classificação quanto ao modo de execução
ATO AUTO-EXECUTÓRIO - possibilidade de ser executado pela própria Administração.
ATO NÃO AUTO-EXECUTÓRIO - depende de pronunciamento do Judiciário. Este item já foi estudado no tópico atributos do ato administrativo.
ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS  (estudo baseado em Celso Antônio Bandeira de Mello)
    Quanto as espécies devem os atos ser agrupados de um lado sob o aspecto formal e de outro lado sob o aspecto material ( ou seu conteúdo).  A terminologia utilizada diverge bastante entre os autores.
Espécies de Atos quanto à forma de exteriorização :
Decretos – são editados pelos Chefes do Poder Executivo, Presidente, Governadores e Prefeitos para fiel execução das leis (CF/88,art. 84, IV);
Resoluções – praticados pelos órgãos colegiados em suas deliberações administrativas ,a exemplo dos diversos , Tribunais (Tribunais Judiciários, Tribunais de Contas ) e Conselhos (Conselhos de Contribuintes, Conselho Curador do FGTS, Conselho Nacional da Previdência Social) ;
Instruções, Ordens de serviço, Avisos  - utilizados para a  Administração transmitir aos subordinados a maneira de conduzir determinado serviço;
Alvarás -  utilizados para a expedição de autorização e licença, denotam aquiescência da Administração no sentido de ser desenvolvida certa atividade pelo particular.
Ofícios - utilizados pelas autoridades administrativas para comunicarem-se entre si ou com terceiros. São as “cartas” ofícios, por meio delas expedem-se agradecimentos, encaminham-se papéis, documentos e informações em geral.   
Pareceres -  manifestam opiniões ou pontos de vista sobre matéria submetida a  apreciação de órgãos consultivos.
Espécies de Atos quanto ao conteúdo dos  mesmos :
Admissão – É o ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração  faculta a alguém a inclusão em estabelecimento governamental para o gozo de um serviço público. Exemplo : ingresso em estabelecimento oficial de ensino na qualidade de aluno; o desfrute dos serviços de uma biblioteca pública como inscrito entre seus usuários.  O ato de admissão não pode ser negado aos que preencham as condições normativas requeridas.
Aprovação – é o ato unilateral e discricionário  pelo qual a Administração faculta a prática de  ato jurídico (aprovação prévia)  ou manifesta sua concordância com ato jurídico já praticado (aprovação a posteriori).
Licença  -  é o ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração consente ao particular o exercício de uma atividade. Exemplo : licença para edificar que depende do alvará. Por ser ato vinculado, desde que cumpridas as exigências legais a Administração não pode negá-la.
Autorização -  e o ato unilateral e discricionário pelo qual a Administração, analisando aspectos de conveniência e oportunidade  faculta ao particular o exercício de atividade de caráter material. Numa segunda definição é o ato pelo qual a administração faculta ao particular o uso privativo de um bem público. Exemplos : autorização de porte de arma, autorização para exploração de jazida mineral (CF, art. 146, parágrafo único). A diferença em relação a Licença é que a Administração pode negar a autorização.
Homologação – é o ato unilateral e vinculado de controle pelo qual a Administração concorda com um ato jurídico, ou série de atos (procedimento), já praticados verificando a consonância deles com os requisitos legais condicionadores de sua válida emissão.
to Administrativo
Quando o Estado externa a sua vontade, por meio de seus agentes, pratica ato administrativo. Ato administrativo não se confunde com ato da administração. Quanto a essa diferenciação, há duas correntes:
 a)      1º corrente – entende que o ato da administração é gênero, que corresponde a todo e a qualquer ato praticado pelo Estado. O ato administrativo seria espécie de ato da administração. Assim, os atos de direito privado praticados pelo Estado não seriam atos administrativos. Este seria somente aquele sujeito ao regime jurídico-administrativo, com vistas a realizar o interesse público.
 b)      2º corrente – ato administrativo é qualquer ato praticado pelo Estado, valendo-se de suas prerrogativas, enquanto ato da administração seria qualquer ato praticado sem essas prerrogativas. Essa corrente é majoritária,   devendo ser adotada para concursos.
Fato administrativo, por sua vez, são situações não atribuídas ao homem, mas que geram efeitos no mundo jurídico. Ex.: a morte natural de um servidor público. É um fato natural que vai gerar efeitos na esfera administrativa, sendo um deles a vacância do cargo, conforme previsto na Lei 8.112/90.
O cargo vago pode ensejar a nomeação de outro servidor para o cargo ou mesmo a realização de outro concurso. Além disso, a família do servidor poderá pleitear pensão em decorrência de sua morte.
Atributos dos atos administrativos
São atributos do ato administrativo:
a)      Presunção de legalidade;
b)      Imperatividade;
c)      Autoexecutoriedade;
d)      Exigibilidade;
e)      Tipicidade.
A presunção de legalidade é também chamada de presunção de legitimidade. Consiste na presunção de que o agente público é competente para realizar o ato administrativo.Até prova em contrário, o ato administrativo é considerado legal, devendo ser mantido. Tal presunção é relativa (juris tantum), cedendo em face de prova em contrário. O ônus de tal prova cabe ao particular.
Porém, mesmo que o ato seja futuramente anulado, são protegidos os seus efeitos em relação ao terceiro de boa-fé, pois este não poderia saber que o ato era inquinado do vício da ilegalidade. O que já foi realizado, no entanto, deve ser indenizado pelo Estado, pois caso contrário estaria configurado o enriquecimento ilícito. Portanto, embora sendo o ato ilegal, ele pode produzir efeitos.
  Alguns autores subdividem a presunção de legalidade em presunção de veracidade epresunção de legalidade. A presunção de veracidade seria fática, ligada a fatos, enquanto que a presunção de legalidade seria jurídica. Ex: fiscal de trabalho constata que em determinada obra os empregados trabalham com risco à vida, sem condições de segurança. O fiscal enquadra tal fato na lei, impondo multa ao dono da obra. A veracidade está ligada aos fatos, dizendo respeito à falta de condições de segurança na obra. A legalidade está ligada ao enquadramento legal de tal fato.
A imperatividade significa que o Estado pode constituir qualquer cidadão em uma obrigação, sendo irrelevante a vontade pessoal. Ex: multa de trânsito. A vontade em aceitar a multa não importa. O Estado sempre limita a atuação do particular, em vista do interesse público, pois se assim não fosse seria impossível atingir tal interesse.
A auto-executoriedade significa a prerrogativa que o Estado possui para executar seus atos sem que precise recorrer ao Poder Judiciário. O interesse público exige providências imediatas. O Estado pratica milhares de atos administrativos todos os dias. Se, para poder agir, ele precisasse de autorização legal para praticá-los, seria inviabilizada a atividade administrativa.
Porém, nem sempre esse atributo está presente nos atos administrativos. Ex: cobrança de uma sanção pecuniária. A possibilidade de autuar determinada multa é auto-executável (multa de trânsito), mas a execução, a cobrança dessa multa não o é, pois no Brasil não existe a execução administrativa, nem a penhora administrativa. Se o pagamento da multa for resistido pelo particular, o Estado-Administração vai precisar do Estado-Juiz para penhorar os bens do devedor, para satisfazer o seu crédito por meio da execução judicial.
Há autores que diferenciam a executoriedade da exigibilidade. Para tais autores, a executoriedade corresponderia à própria auto-executoriedade do ato, enquanto a exigibilidade estaria relacionada à criação de meios indiretos para o cumprimento da obrigação, como, p.ex, a criação de um cadastro de devedores.
A tipicidade do ato administrativo está ligada à legalidadedo ato, ou seja, seria a prática do ato em conformidade com a lei. É mais uma forma de limitar a atividade do Estado do que uma prerrogativa sua. Por isso tal atributo não é mencionado por alguns autores.
 è Em provas de concursos, a banca costuma inverter os conceitos dos atributos do ato administrativo. Atentar para a correta classificação e divisão deles, tendo bem claro os conceitos, principalmente os da imperatividade e da autoexecutoriedade. 
Elementos do ato administrativo
            Alguns autores preferem a denominação de requisitos do ato administrativo. São eles: competência, finalidade, forma, motivo e objeto, segundo a concepção clássica.
            O artigo 2º da Lei 4.717/65 faz alusão a tais elementos. Essa lei regulamenta a ação popular, que está prevista no artigo 5º, inciso LXXIII, da CF, podendo ser proposta por qualquer cidadão com o objetivo de anular atos ilegais que atentem contra o patrimônio público. Portanto, a origem desses cinco elementos possui base legal.
            Todo ato administrativo possui agente competente para praticá-lo. Alguns autores utilizam a denominação sujeito ao invés de competência. Ela está ligada ao princípio da legalidade estrita, em que somente se pode praticar o ato administrativo se houver previsão legal.
            A competência está ligada à finalidade, pois não existe aquela sem essa. Competência vinculada a um fim significa o poder ligado a um dever, não podendo o agente público desse se afastar.
            A forma, por sua vez, é fundamental principalmente para limitar a atividade estatal. O Estado pode, p.ex, punir o servidor público, desde que obedeça ao processo administrativo. É um elemento sempre presente em todo e qualquer ato administrativo.
            O objeto ou conteúdo do ato é o próprio ato efetivado na vida real. Ex: na portaria de demissão, o objeto é a própria demissão. Não existe objeto sem motivo. O legislador, ao elaborar a lei, valora certos fatos da vida, impondo determinadas conseqüências. O motivo se apresenta como a causa legal do objeto. Ex: servidor é demitido por ter cometido infração. A causa legal da demissão (objeto) é o cometimento da infração (motivo).
            A lei 4.717/65 traz não somente os elementos do ato, mas também os vícios que os atingem. Quando o ato está viciado, algum de seus elementos restará desatendido.
            A motivação do ato não se confunde com o seu motivo. Motivo é a causa legal do objeto, como já afirmado, sendo a motivação a demonstração da existência do motivo. É a prova da existência do motivo. Ex: determinado servidor é acusado da prática de infração administrativa, vindo a responder a processo disciplinar. Ao final, a comissão disciplinar afirmar ter o servidor praticado atos de corrupção, devendo ser demitido.
            Não houve, nesse caso, motivação do ato, pois não estão caracterizados e explicados quais teriam sido os atos de corrupção. A simples enunciação da prática de ato de corrupção é insuficiente para a aplicação da pena ao servidor.
            A motivação, nos atos administrativos, é a regra. A lei 9.784/99, no artigo 50, enumera os atos que devem ser motivados. A motivação corresponde á fundamentação das decisões judiciais, para se fazer um paralelo. Sabemos que a sentença divide-se em relatório, fundamentação e dispositivo. A sentença deve ser fundamentada para que a parte sucumbente possa conhecer das razões do juiz para recorrer ou se conformar.
            Da mesma forma ocorre com os atos administrativos. Porém, muitos desses atos não são motivados, embora causem gravames e restrições ao particular, o que inviabiliza a defesa desse. P.x: em um relatório, a comissão disciplinar apenas afirma que em face da prática de atos de corrupção, recomenda-se a demissão do servidor. Mas quais foram os fatos praticados? Como se defender de uma enunciação genérica? Por isso a falta de motivação é muitas vezes identificada como defeito de forma, por inviabilizar eventual recurso do administrado.
Teoria dos motivos determinantes
            Os motivos apontados como suportes para o ato são determinantes. Se não existirem, o ato será inválido. Essa teoria aplica-se inclusive nos atos em que o administrador não é obrigado a motivar, mas o fez.
            Nos atos em que a lei exige a motivação, como os previstos no artigo 50 da Lei 9.784, a motivação também é vinculante. Se os motivos enunciados para a realização do ato não existirem, o ato será inválido, pois o objeto só existe se houver o motivo.  
Atos vinculados e discricionários
            No ato vinculado, todos os elementos são vinculados, como o próprio nome diz: a competência, a finalidade, a forma, o motivo e o objeto. Já no ato discricionário, o motivo e o objeto não são vinculados.
            É equivocado dizer que ato discricionário não possui elemento vinculado, pois a competência, a finalidade e a forma sempre o serão. A doutrina refere-se ao motivo e ao objeto do ato discricionário como mérito administrativo.
Motivação do ato administrativo
            Em regra, os atos devem ser motivados. No ato vinculado, o Estado está adstrito à lei, dela não podendo se afastar. Para alguns autores, se há somente um único objeto possível em tais atos, não há que se falar em motivação. Porém tal visão é equivocada, pois no ato vinculado há o motivo e o objeto, mas a motivação reside na adequação do fato à norma.
            Não se pode, assim, simplesmente afirmar que tal servidor praticou ato de corrupção, devendo haver a motivação de tal ato, provando-se que o motivo legal existe, sendo o objeto uma conseqüência necessária.
            O ato discricionário, igualmente, exige motivação, não só para demonstrar que o motivo existe, mas também para justificar a escolha do objeto. Discricionariedade significa liberdade, mas as opções devem ser justificadas, pois deve o administrador escolher a opção mais razoável.
Controle judicial
            No Brasil vigora o princípio da jurisdição única, com base no artigo 5º, inciso XXXV da Constituição Federal (inafastabilidade da jurisdição), ou seja, há sempre a possibilidade de se desfazer um ato administrativo desfavorável recorrendo-se ao Poder Judiciário, pelos mais diversos meios existentes (ações, mandado de segurança, ação popular, etc.).
            A doutrina divide esse controle em exame de legalidade e exame de mérito. O controle de legalidade é sempre cabível, verificando o juiz se o ato está ou não em acordo com a lei. Esse exame pode ser feito em relação ao ato vinculado, pois os seus elementos são vinculados; cabe também em relação aos elementos vinculados do ato discricionário (competência, finalidade e forma).
            Também cabe o controle de legalidade em relação aos elementos discricionários do ato discricionário (motivo e objeto) quando houver uma opção ilegal. A discricionariedade é a liberdade dentro da lei, não podendo o agente extrapolar seus limites. Ex: se a lei prevê suspensão de 10 a 90 dias, não pode o agente público aplicar tal penalidade por 120 dias. Nesse caso, há arbitrariedade,pois a opção é ilegal.
            Quanto ao mérito, a corrente clássica entende que o Judiciário não pode fazer essa análise, sob pena de ofensa ao princípio da separação dos Poderes. O mérito administrativo não é sindicável, não é passível de controle. A liberdade do agente público deve ser respeitada. É a posição adotada para provas de concursos.
            Outra corrente, mais recente, admite a possibilidade de haver esse controle judicial. Haveriam dois fundamentos para se admitir tal controle: o princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional e o princípio da razoabilidade (aplicação de penas diferenciadas para o mesmo fato). 
Espécies de atos
            Quanto ao conteúdo:
a)      Autorização;
b)      Licença;
c)      Admissão;
d)      Permissão;
e)      Homologação;
f)        Aprovação;
g)      Parecer;
h)      Visto.
A autorização é utilizada, em uma primeira acepção, comocontrole de atividades privadas. Essas atividades são exercidas normalmente sem controle estatal, mas algumas delas, pela sua repercussão pública, dependem de autorização. Ex: empresas de segurança, instituições financeiras. O ato que vai controlar e permitir que tal atividade funcione será a autorização.
Em uma segunda acepção, autorização é uma delegação ao particular para utilizar bens públicos. Ex: em algumas situações, o Estado pode delegar seus bens a particulares, para que estes o utilizem de forma privativa, como uma banca de revistas instalada em uma praça pública.
Em uma terceira acepção, significa a autorização uma forma de delegação de serviços públicos. Nada obsta que o Estado delegue um serviço público ao particular, por meio de concessão, permissão ou autorização. Alguns autores não admitem a autorização como forma de delegação, pois o artigo 175 da Constituição Federal a ela não faria alusão. Porém, outros dispositivos constitucionais a ela se referem, apenas não estando prevista no artigo 175 para que não se lhe aplique a licitação.
            A autorização, em qualquer situação, é um ato discricionário. Não há direito subjetivo por parte do particular para utilizar o bem público. 
 A licença assemelha-se à autorização no que se refere ao controle de atividade privadas, com a diferença de ser um ato vinculado. Se os pressupostos necessários para a obtenção da licença existem, a licença deve ser concedida, obrigatoriamente.
            A admissão também é um ato vinculado, estando ao associado ao controle relativo ao direito do particular de utilizar serviços públicos. O Estado atesta que o particular cumpre os requisitos para exercer determinada atividade. Ex: se o aluno se submete ao Enem, podendo fazer escolha da faculdade que deseja cursar, o Estado deve assegurar esse direito se o aluno cumprir os requisitos para tanto.
            A permissão é delegação do uso de bens e de serviços públicos, sendo um ato discricionário em ambas as situações. A diferença da permissão de uso de bem público e da autorização de uso de bem público refere-se às garantias concedidas ao permissionário, que são mais amplas.
            É um ato administrativo. A lei 8.987/95 gerou uma dúvida, pois em seu artigo 40 está dito que a permissão de serviços públicos é um contrato. Portanto, pela lei, a permissão é um contrato. Se cair em uma questão objetiva, referindo-se à lei 8.987, essa deve ser a opção a marcar.
            O artigo 2º da mesma lei 8.987 faz a diferenciação entre concessão e permissão. Aconcessão é realizada por meio de concorrência, ao passo que a permissão exige qualquer modalidade de licitação. Outra diferença é o fato de que a concessão só pode ser deferida à pessoa jurídica, enquanto a permissão pode sê-lo a pessoa física ou jurídica.
	CONCESSÃO
	PERMISSÃO
	Licitação na modalidade concorrência
	Licitação em qualquer modalidade
	Deferida somente a pessoa jurídica
	Deferida a pessoa física ou jurídica
           
A homologação e a aprovação são atos de controle de outros atos. A homologação é ato de controle quanto à legalidade, enquanto que a aprovação incide sobre a conveniência e a oportunidade. Se o ato for inconveniente e inoportuno, será revogado.
Em regra a homologação é ato expresso e a aprovação é ato implícito, que dá sequência ao prosseguimento do ato. Também costumam os autores dizer que a homologação é ato vinculado e a aprovação, discricionário, pois o chefe é quem avalia se o ato interessa ou não ao Estado.
A revogação de um ato administrativo somente pode ser feita pelo Estado, enquanto a anulação pode ser feita também pelo Poder Judiciário, quanto à sua legalidade. Nesse sentido, ver o enunciado das súmulas 346 e 473 do STF:
Súmula 346. A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.
Súmula 473. A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvadas, em todos os casos, a apreciação judicial.
            Os pareceres são atos opinativos, muitas vezes servindo de fundamento para que outros atos administrativos sejam praticados. Alguns autores fazem a diferenciação entre parecer individual e parecer normativo. O primeiro seria aplicável a determinado caso concreto enquanto que o parecer normativo é uma norma, não se limitando ao caso concreto, normatizando determinada situação. 
O parecer normativo geralmente é expedido pela alta hierarquia, sendo, após a sua aprovação, vinculativo. Não diz respeito a um processo específico, mas sim a todos que eventualmente se encontrem na situação normada.
            Outra classificação muito cobrada em concursos públicos, que remonta a Helly Lopes Meirelles, é a que divide os atos em: normativos, ordinatórios, negociais, enunciativos e punitivos.
            O poder de normatizar pode ser exercido pela Administração Pública, a exemplo do decreto regulamentar, já tratado anteriormente. Os atos ordinatórios disciplinam o funcionamento do Estado, a exemplo das circulares, portarias, avisos, etc. Os atos negociais estariam associados às situações em que a vontade estatal vai ao encontro da vontade do particular, como, p.ex, as licenças.
            Os atos enunciativos, como o próprio nome denota, são aqueles atos que atestam, que certificam, a exemplo dos atestados, pareceres e certidões. O Poder Público certifica uma situação existente. Os atos punitivos são atos que implicam punições, restrições a direito. O Estado faz uso do seu poder de limitar, de restringir.
            Os atos punitivos podem se externar, por exemplo, quando do exercício do poder de polícia e também pelo poder disciplinar.  Os atos punitivos devem assegurar ao particular o exercício da defesa. Além disso, o Estado deve motivar os atos punitivos, possibilitando ao particular irresignar-se por meio de recursos administrativos ou de ação judicial.
           
Classificação dos atos administrativos
            Quanto às prerrogativas, dividem-se em atos de império e atos de gestão. Os atos de império correspondem aos atos que ficavam a cargo do rei e os atos de gestão, a cargo dos servidores. Posteriormente, adquiriu outra roupagem, com o entendimento de que qualquer ato praticado pelo Estado seria um ato administrativo, sendo os atos de império os exercidos com algumas prerrogativas e os atos de gestão, os exercidos sem prerrogativas.
            Nos dias atuais, os atos de império se confundem com o próprio exercício do ato administrativo, enquanto os atos de gestão estariam mais associados aos atos em que o Estado se equipara ao particular, p.ex., quando atua na economia, igualando-se às empresas privadas.
            Quanto à função da vontade, dividem-se em atos administrativos propriamente ditos e meros (puros) atos administrativos. Nos primeiros, o Poder Público se manifesta externando a sua vontade, como na nomeação de um servidor público. Os últimos não contêm uma vontade estatal, mas declaram uma vontade existente, como as certidões e atestados.
            Quanto à formação de vontade, podem ser simples, complexos e compostos. O ato simples se aperfeiçoa com a prática de um só ato por parte do órgão responsável, como a portaria. O ato complexo é aquele que depende, para ser aperfeiçoar, da vontade de mais de um órgão. As vontades são externadas em momentos distintos por órgãos também distintos, como, p.ex., a indicação de ministro para o STF, onde há a vontade do Presidente da República, que o nomeia, dependendo da vontade do Senado para ratificar a indicação.
            No ato composto, o ato existe no âmbito de um único órgão, mas resultando de manifestações distintas, em momentos distintos. São atos que dependem de homologação, de confirmação. Alguns autores utilizam a terminologia no plural, afirmando trataram-se de atos compostos.
            Quanto aos destinatários, podem ser geraise individuais. Os primeiros são dirigidos a destinatários indeterminados, a todos que se encontram em uma determinada situação. Os atos individuais são aqueles em que são identificáveis os destinatários ou o destinatário.
            Quanto à exeqüibilidade, dividem-se em ato perfeito, ato imperfeito, ato pendente e ato consumado (exaurido). A perfeição do ato está associada aos aspectos formais do ato administrativo. Ato pendente é aquele ato cuja eficácia está a depender de um evento futuro (ex: condição suspensiva). Ato consumado é aquele que já se exauriu, já realizou o objeto que lhe é próprio, atingindo a sua finalidade. 
É possível haver um ato válido e imperfeito, como também pode haver um ato inválido e perfeito.
Os atos podem ainda ser eficazes ou ineficazes. O ato pode ser perfeito, válido e ineficaz. A ineficácia refere-se a algum evento pendente, de um evento futuro, que ainda não ocorreu. Resumindo, o ato pode ser:
• Perfeito, válido e eficaz – concluído o ciclo de formação, encontra-se ajustado às exigências legais e está disponível para deflagração dos efeitos que lhe são típicos;
• Perfeito, inválido e eficaz – concluído o seu ciclo de formação e apesar de não se achar conformado às exigências normativas, encontra-se produzindo os efeitos que lhe seriam inerentes;
• Perfeito, válido e ineficaz – concluído o seu ciclo de formação e estando adequado aos requisitos de legitimidade, não se encontra disponível para eclosão de seus efeitos típicos, por depender de um termo inicial ou de alguma condição suspensiva, ou autorização, aprovação ou homologação, a serem manifestados por uma autoridade controladora;
• Perfeito, inválido e ineficaz – esgotado seu ciclo de formação, estando em desconformidade com a ordem jurídica, seus efeitos não podem fluir por se encontrarem na dependência de algum acontecimento previsto como necessário para a aprovação dos efeitos (condição suspensiva ou termo inicial, ou aprovação ou homologação dependentes de outro órgão).
Quanto aos efeitos, o ato pode ser constitutivo, declaratório e enunciativo. O ato enunciativo não produz efeitos concretos, como p.ex. os pareceres. No ato declaratório o Estado apenas externa o Direito, pois ele já existe, como p.ex., o requerimento de aposentadoria. No ato constitutivo, a pretensão só surge após o ato em si. 
Quanto aos direitos, o ato pode ser ampliativo ou restritivo. O ato ampliativo assegura direitos ao particular ou ao agente público, como a nomeação de servidor para um cargo público. O ato restritivo é um ato que restringe direitos, como a cassação de uma licença, uma multa aplicada ao particular, a demissão de um servidor público, etc. 
Formas de extinção do ato administrativo
São elas:
a) Exaurimento;
b) Desaparecimento;
c) Cassação;
d) Caducidade;
e) Contraposição;
f) Anulação;
g) Revogação.
O exaurimento é a extinção natural do ato administrativo, quando este atinge o seu objetivo, o seu fim. Ato exaurido ou consumado é o ato que já cumpriu o seu objeto. É a forma mais comum de extinção do ato administrativo. 
O desaparecimento pode dar-se em relação ao sujeito ou em relação ao objeto. Exemplo da primeira hipótese é a permissão na qual o seu beneficiário vem a falecer, sendo extinta, automaticamente, a permissão. Extingue-se a permissão, na segunda hipótese, p.ex., quando o objeto da permissão foi destruído por alguma circunstância, como um incêndio. 
A cassação se configura quando a pessoa beneficiada pelo ato administrativo deixa de cumprir as condições que lhe são impostas. A caducidade, por sua vez, dá-se quando o ato não mais se conforma com o ordenamento jurídico, pela superveniência de uma lei que o desfaz, p.ex. 
Na contraposição, também há uma lei ou ato administrativo que atinge o primeiro ato, porém fazendo-o de forma direta, ou seja, visando realmente desfazê-lo. Ex: a exoneração é a contraposição à nomeação.
A anulação e a revogação estão previstas no artigo 53 da Lei 9.784/99, além de estarem contempladas nas súmulas 473 e 346 do STF. Análise comparativa:
	ANULAÇÃO
	REVOGAÇÃO
	Ato ilegal
	Ato inoportuno ou incoveniente
	Declarada pela Administração Pública ou pelo Poder Judiciário
	Declarada pela Administração Pública
	Efeitos “ex tunc” (retroativos)
	Efeitos “ex nunc” (proativos)
	Ato vinculado – se a ilegalidade existe, há obrigação de anular o ato
	Ato discricionário – o Estado decide se o ato atende ou não ao interesse público
            O Poder Judiciário pode revogar os seus atos administrativos, ou seja, as funções atípicas por ele exercidas, pois que possui autonomia administrativa. O que não pode é, na função jurisdicional (função típica), revogar ato administrativo de outro Poder.
            Quando houver anulação, devem ser respeitados os eventuais direitos de terceiro de boa-fé. Todo ato administrativo é presumivelmente legal, sendo assim mantido enquanto não for desfeito. O ato que está produzindo efeitos gera conseqüências, como, p.ex., o investimento por determinada pessoa ou empresa, em virtude desse mesmo ato.
            Sendo desfeito o ato, isso poderia gerar enriquecimento ilícito por parte do Estado em detrimento do particular, o que deve ser rechaçado pelo Direito, garantindo-se àquele a justa indenização pelo desfazimento do ato, pois que este já produziu efeitos.
            Há alguns atos que não admitem a revogação, como o ato exaurido (ou consumado) e os atos vinculados.
Ato anulável, ato nulo e ato inexistente
            O ato nulo e o anulável são aparentemente legais, apesar de ilegais, ou seja, a sua ilegalidade é de difícil visualização. No ato inexistente, por sua vez, há flagrante ilegalidade, sendo esta manifesta. O defeito é de fácil visualização nesses atos, que não chegam a produzir efeitos.
            O ato anulável admite convalidação, podendo o defeito ser sanado, ao contrário do que ocorre com o ato nulo. O direito brasileiro adota a teoria dualista quanto aos atos nulos e anuláveis, em detrimento da teoria monista. 
Em princípio, a anulação é auto-executável, mas nada impede que em certas situações seja assegurada a ampla defesa e o contraditório ao administrado.
            Anteriormente havia dificuldade em convalidar um ato, pois não havia previsão legal para tanto, ao contrário do que ocorre hoje, pois que prevista no artigo 55 da Lei 9.784. Desde essa lei adotou o Brasil a teoria dualista da nulidade dos atos, abandonando a teoria monista, pois há dois caminhos possíveis: a anulação ou a revogação do ato. Portanto, toda a diferenciação entre atos nulos e anuláveis decorre da adoção dessa teoria.
            Alguns autores costumam apontar alguns tipos de convalidação: ratificação, reforma e conversão. A ratificação está associada a atos que são praticados pela mesma autoridade administrativa ou por uma autoridade superior, ratificando ato anterior, particularmente no que diz respeito à forma e à competência.
            A reforma, por sua vez, ocorre quando um ato administrativo é praticado, havendo uma parte válida e uma inválida, extirpando-se somente a parte inválida. Ex: determinado servidor é beneficiado com férias e licença. Após a prática do ato, o servidor público constata que não foi cumprido determinado requisito para a obtenção da concessão da licença, reformando o ato na parte inválida, por meio de portaria, concedendo-lhe apenas as férias.
            A conversão ocorre quando pratica-se determinado ato administrativo que também possui uma parte válida e outra inválida, editando-se outro ato corrigindo o ato anterior. Ex: os servidores A e B são promovidos, o primeiro por antiguidade e o último por merecimento. Posteriormente, constata-se que o servidor B não tinha direito à promoção. Edita-se outra portaria, mantendo a promoção de A e substituindo B por C, que é o servidor que deveria realmente ser promovido. Há a conversão do ato em outro, sanando-se o defeito existente.
            O artigo 55 da Lei 9.784 enumeraalguns requisitos indispensáveis para que possa o ato ser convalidado, devendo estar presentes de forma cumulativa. São eles: a) não pode prejudicar terceiros; b) deve visar a realização do interesse público; c) o vício que atinge o ato deve ser sanável.
            Questão muito discutida na doutrina é sobre a convalidação ser um ato vinculado ou um ato discricionário. Prevalece o entendimento de que é um ato vinculado, pois a anulação também o é. Não sendo o caso de anulação, sanado o defeito existente, deve-se aproveitar o ato. 
Fatos e atos da administração se tornam atos da administração quando ele provoca, ou traz prejuízo para a sociedade. 
Fatos e atos administrativos: É as conseqüências que esse ato produz em relação aos administrados.
ATO ADMINISTRATIVO
Conceito:É todo ato jurídico praticado pela administração pública, que tenha por objetivo adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos. 
Espécies de atos administrativos: 
Normativos: está se implantando uma norma a ser cumprida. Ela pode ter efeito interno ou externo. Materializa-se, por exemplo, em um Decreto (está adotando uma norma a ser cumprida), ou o regulamento (embora ele possa ser objeto do Decreto), mas é um ato administrativo regulamentador. Uma resolução (toda resolução contem uma norma); 
Natureza Ordinatória: o objetivo desses atos é disciplinar o funcionamento de determinado órgão ou serviço da administração. (toda vez que a administração materializa seu poder hierárquico ela vai utilizar os atos administrativo de caráter ordinatório); Ex. instruções, ordem de serviços e os ofícios circulares e portarias internas emanadas de diversos órgãos da administração. 
Atos negociais: são aqueles que a administração realiza que se assemelha com os atos particulares, com o fim de concretizar os negócios jurídicos. Todos os atos que realizamos na esfera privada, se forem utilizados na administração pública será usada como ato negocial. Ex. doação de bem para entidade, realização de uma bem ao ente público. 
Atos administrativos declaratórios ou enunciativos: Apenas se destinam a declarar ou externar uma situação de fato ou de direito. Ex. certidão pública, atestado. 
Atos punitivos: aplicar penalidades, sanções ou restrições de direito. Todos esses atos são manifestações do Poder Disciplinar ou Poder de Polícia.
O que é necessário para que esse ato tenha validade? Precisa ter certos requisitos.
REQUISITOS DE VALIDADE DO ATO
Competência (de autoridade): a.1. Da pessoa Jurídica responsável pela pratica do ato; tinha ele competência para realizar aquele ato, a resposta vêem da C.F., LEI Estadual e Municipal. 
 a.2. Do agente público
a.3. Se ficou dentro da esfera de competência do agente: Pode ser que ele tenha competência para realizar atos administrativo, mas naquele ato ele se excedeu. 
Pode haver delegação para prática dos atos que não sejam privativos;
Avocar: quando a autoridade superior chama-se para si, ou traz para si a responsabilidade pela pratica de um ato administrativo de responsabilidade de seu subordinado. Ele assume as conseqüências, mesmo que o subordinado pense diferente; 
Finalidade do ato administrativo: o que se espera atingir com aquele ato. Ex. adquirir uma área para implantar uma escola. No momento que se desvirtue esse objetivo, o ato se desvincula. 
Forma: através de uma espécie de ato administrativo. Ex. Decreto (ato administrativo por excelência); Portaria; instrução normativa, resolução, ordem de serviços, contrato de licitação, circular, alvará, certidão, atestado, etcs. Todos eles escritos. Outra exigência para a validade do ato, para que se cumpram, precisa-se de publicação. Tornar público. Princípio da Publicidade. Eficácia após na publicação. 
Motivo: o que dá ensejo e o que fundamenta prática daquele ato para atingir aquele objetivo. 
Ver teoria dos motivos determinante; 
►Conceitos
Ato Administrativo: é o ato jurídico praticado pela Administração Pública; todo o ato lícito, que tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos;
só pode ser praticado por agente público competente.
Fato Jurídico: é um acontecimento material involuntário, que vai produzir consequências jurídicas.
 
Ato Jurídico: é uma manifestação de vontade destinada a produzir efeitos jurídicos.
Fato da Administração:	é o acontecimento material da Administração, que produz consequências jurídicas. Ex.: A construção de uma obra pública; o ato de ministrar uma aula em escola pública; o ato de realizar uma cirurgia em hospital público, 
 
	O Fato da Administração não se destina a produzir efeitos no mundo jurídico, embora muitas vezes esses efeitos ocorram, como exemplo, uma obra pública mal executada vai causar danos aos administrados, ensejando indenização. Uma cirurgia mal realizada em um hospital público, que também resultará na responsabilidade do Estado.
	Nesses casos, o Fato da Administração constitui-se Fato Administrativo.
►Espécies de Atos Administrativos 
Atos Normativos:	aqueles que contêm um comando geral do Executivo, visando a correta aplicação da lei; estabelecem regras gerais e abstratas, pois visam a explicitar a norma legal. Exs.: Decretos, Regulamentos, Regimentos, Resoluções, Deliberações, etc.
Atos Ordinatórios: visam disciplinar o funcionamento da Administração e a conduta funcional de seus agentes. Emanam do poder hierárquico da Administração. Exs.: Instruções, Circulares, Avisos, Portarias, Ordens de Serviço, Ofícios, Despachos.
Atos Negociais:	aqueles que contêm uma declaração de vontade do Poder Público coincidente com a vontade do particular; visa a concretizar negócios públicos ou atribuir certos direitos ou vantagens ao particular. Ex.: Licença; Autorização; Permissão; Aprovação; Apreciação; Visto; Homologação; Dispensa; Renúncia; 
Atos Enunciativos: aqueles que se limitam a certificar ou atestar um fato, ou emitir opinião sobre determinado assunto; não se vincula a seu enunciado. Ex.: Certidões; Atestados; Pareceres.
Atos Punitivos: atos com que a Administração visa a punir e reprimir as infrações administrativas ou a conduta irregular dos administrados ou de servidores. É a aplicação do Poder de Policia e Poder Disciplinar. Ex.: Multa; Interdição de atividades; Destruição de coisas; Afastamento de cargo ou função.
►REQUISITOS DO ATO ADMINISTRATIVO
REQUISITOS Competência, Finalidade, Forma, Motivo e Objeto
 (COFIFOMOB)
Competência 	é o poder, resultante da lei, que dá ao agente administrativo a capacidade de praticar o ato administrativo; é vinculado;
 É necessário verificar se a Pessoa Jurídica tem atribuição para a prática daquele ato. É preciso saber, em segundo lugar, se o órgão daquela Pessoa Jurídica que praticou o ato, estava investido de atribuições para tanto. Finalmente, é preciso verificar se o agente público que praticou o ato, fê-lo no exercício das atribuições do cargo.
A competência admite DELEGAÇÃO E AVOCAÇÃO. Esses institutos resultam da hierarquia.
Finalidade: é o bem jurídico objetivado pelo ato administrativo; é vinculado;
	O ato deve alcançar a finalidade expressa ou implicitamente prevista na norma que atribui competência ao agente para a sua prática. O Administrador não pode fugir da finalidade que a lei imprimiu ao ato, sob pena de nulidade do ato pelo desvio de finalidade específica. Havendo qualquer desvio, o ato é nulo por desvio de finalidade.
Forma: é a maneira regrada (escrita em lei) de como o ato deve ser praticado; É o revestimento externo do ato.
	Em princípio, exige-se a forma escrita para a prática do ato. Excepcionalmente, admitem-se as ordens através de sinais ou de voz, como são feitas no trânsito.
 
Motivo: é a situação de direito que autoriza ou exige a prática do ato administrativo; 
 motivação obrigatória - ato vinculado 	pode estar previsto em lei (a autoridade só pode praticar o ato caso ocorra a situação prevista), 
 motivação facultativa - atodiscricionário a autoridade tem a liberdade de escolher o motivo em vista do qual editará o ato;
	A efetiva existência do motivo é sempre um requisito para a validade do ato. 
Teoria dos Motivos Determinantes: Se o Administrador invoca determinado motivo, a validade do ato fica subordinada à efetiva existência do motivo invocado para a sua prática. 
Objeto: é o conteúdo do ato; é a própria alteração na ordem jurídica; é aquilo que o ato dispõe. Pode ser vinculado ou discricionário. 
 ato vinculado o objeto já está predeterminado na lei (Ex.: aposentadoria do servidor). 
 ato discricionário há uma margem de liberdade do Administrador para preencher o conteúdo do ato (Ex.: desapropriação – cabe ao Administrador escolher o bem, de acordo com os interesses da Administração). 
 
 O Motivo e o Objeto, nos chamados atos discricionários, caracterizam o que se denomina de MÉRITO ADMINISTRATIVO.
MÉRITO ADMINISTRATIVO 	corresponde à esfera de discricionariedade reservada ao Administrador e, em princípio, não pode o Poder Judiciário pretender substituir a discricionariedade do administrador pela discricionariedade do Juiz. Pode, no entanto, examinar os motivos invocados pelo Administrador para verificar se eles efetivamente existem e se porventura está caracterizado um desvio de finalidade.
Ato Legal e Perfeito é o ato administrativo completo em seus requisitos e eficaz para produzir seus efeitos.
►QUADRO – Requisitos dos Atos Administrativos:
	Requisitos
	Tipo do Ato
	Características
	Competência
	Vinculado
	 é o poder, resultante da lei, que dá ao agente administrativo a capacidade de praticar o ato administrativo. Admite DELEGAÇÃO e AVOCAÇÃO.
	Finalidade
	Vinculado
	 é o bem jurídico objetivado pelo ato administrativo; é ao que o ato se compromete;
	Forma
	Vinculado
	 é a maneira regrada (escrita em lei) de como o ato deve ser praticado; É o revestimento externo do ato.
	Motivo
	Vinculado ou Discricionário
	 é a situação de direito que autoriza ou exige a prática do ato administrativo; é o por que do ato !
	Objeto
	Vinculado ou Discricionário
	 é o conteúdo do ato; é a própria alteração na ordem jurídica; é aquilo de que o ato dispõe, trata.
Aula 02 2º Bimestre Direito Administrativo 28/04/14 Prof. Afonso
ATOS ADMINISTRATIVOS
►Atributos e qualidades do Ato Administrativo
Presunção de Legitimidade: todo ato administrativo presume-se legítimo, isto é, verdadeiro e conforme o direito; é presunção relativa (juris tantum). Ex.: Execução de Dívida Ativa – cabe ao particular o ônus de provar que não deve ou que o valor está errado. Decorre do princípio da legalidade. Dentro de suas atribuições está legalmente competente para atuar com atos legítimos dentro de sua pasta. Quem alega, deverá apontar onde esta a legitimidade ou a não veracidades daquele ato. Art. 19, II, CF. 
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
II - recusar fé aos documentos públicos;
Imperatividade: é a qualidade pela qual os atos dispõem de força executória e se impõem aos particulares, independentemente de sua concordância; Ex.: Secretário de Saúde quando dita normas de higiene – decorre do exercício do Poder de Polícia – pode impor obrigação para o administrado. 
É o poder do próprio ato contém. Se é verdadeiro, automaticamente pode-se dizer que ele pode ser cumprido. 
AutoExecutoriedade: é o atributo do ato administrativo pelo qual o Poder Público pode obrigar o administrado a cumprí-lo, independentemente de ordem judicial; 
Dá a administracao a prerogativa de ela propria de praticar e exigir por si só o cumprimento imediato e direto do ato. Tem pra isso sua estrutura de fiscalizacao, etc. 
►Classificação dos Atos Administrativos
	Quanto aos
	Atos
	
	Exemplos
	Destinatários
	Gerais
	 destinam-se a uma parcela grande de sujeitos indeterminados e todos aqueles que se vêem abrangidos pelos seus preceitos;
Gerais: atingir todos os administrados que atingem de forma indistinta os administrados, todos aqueles que têm qualquer relação com a matéria tratada naquele ato administrativo. Ex. norma que estabelece requisitos para construção, prazo para pagamentos em tributos, etc.
	Edital;
	
	
	
	Regulamentos;
	
	
	
	Instruções.
	
	Individuais
	 Destina-se a uma pessoa em particular ou a um grupo de pessoas determinadas. Quando não atinge toda a coletividade de forma geral. Atinge determinada pessoa ou determinado grupo de pessoas, tem destinatário certo; Ex. Nomeação de servidor público
	Demissão;
	
	
	
	Exoneração;
	
	
	
	Outorga de Licença
	Alcance
	Internos
	 os destinatários são os órgãos e agentes da Administração; não se dirigem a terceiros. Quando ele não é expedido para a coletividade, tendo seu alcance interno, estabelecendo normas e condutas dos próprios órgãos da administração. Ex. Portarias internas (dizem sobre os próprios órgãos).
	Circulares;
	
	
	
	Portarias;
	
	
	
	Instruções;
	
	Externos
	 alcançam os administrados de modo geral (só entram em vigor depois de publicados). Destinam-se aos administrados, incluindo os agentes públicos, devendo regulamentar alguma conduta do regulamentado. Ex.
	Admissão;
	
	
	
	Licença.
	Regramento
	Vinculado
	 Quando não há, para o agente, liberdade de escolha, devendo se sujeitar às determinações da Lei;
# São aqueles nos quais a lei estabelece os requisitos e condições de sua realização. As imposições legais absorvem quase por completo a liberdade do administrador, pois a ação, para ser válida, fica restrita aos pressupostos estabelecidos pela norma legal.
# Ao praticar o ato administrativo vinculado a autoridade está presa à lei em todos os seus elementos
	Licença;
	
	
	
	Pedido de Aposentadoria
	
	Discricionário
	 quando há liberdade de escolha (na lei) para o agente, no que diz respeito ao mérito (conveniência e oportunidade).
a administração pode praticar com a liberdade de escolha de seu conteúdo, de seu destinatário, de sua oportunidade e do modo de sua realização.
Não se confunda ato discricionário com ato arbitrário. Arbitrário é aquilo que é contrário a lei. Discricionário são os meios e modos de administrar e nunca os fins atingir.
	Autorização
	Formação do ATO
	Simples
	 produzido por um único órgão; podem ser simples singulares ou simples colegiais.
	Despacho
	
	Composto
	 produzido por um órgão, mas dependente da ratificação de outro órgão para se tornar exeqüível.
	Dispensa de licitação
	
	Complexo
	 resultam da soma de vontade de 2 ou mais órgãos. Não deve ser confundido com procedimento administrativo (Concorrência Pública).
	Escolha em lista tríplice (
	Quanto à
Execução
	ATO AUTOEXECUTÓRIO - possibilidade de ser executado pela própria Administração.
ATO NÃO AUTOEXECUTÓRIO - depende de pronunciamento do Judiciário. Este item já foi estudado no tópico atributos do ato administrativo.
 
Quando ao regramento o ato podera ser discricionario ou vinculado. 
Extinção dos Atos Administrativos
A lei 9.784, de 29.01.1999 dispõe que : 
"A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vícios de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos" (art. 53). 
Súmula 473 – STF – A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. 
A Administração com relação aos seus atosadministrativos pode:
ANULAR quando ILEGAIS. Ilegalidade, irregularidade e com vício. Ela própria anula os atos, poder de controle interno. 
REVOGAR quando INCOVENIENTES ou INOPORTUNOS ao interesse publico.
O controle judicial sobre os atos administrativos se restringe ao exame dos aspectos de legalidade. 
Revogação: é a extinção de um ato administrativo legal e perfeito, por razões de conveniência e oportunidade, pela Administração, no exercício do poder discricionário. O ato revogado conserva os efeitos produzidos durante o tempo em que operou. A partir da data da revogação é que cessa a produção de efeitos do ato até então perfeito e legal. Só pode ser praticado pela Administração Pública por razões de oportunidade e conveniência. A revogação não pode atingir os direitos adquiridos
	 Revogação - é supressão de um ato administrativo legítimo e eficaz realizada pela Administração - e somente por ela - por não mais lhe convir sua existência. Depende da vontade da pessoa. Tirar do mundo jurídico um ato administrativo, pois não é mais necessário ou oportuno que aquele ato exista. É ato discricionário, depende da vontade da administração de revogar ou não; 
Como se revoga um ato administrativo? Por um da mesma espécie. 
Quais as primeiras formas de extinguir determinado ato jurídico? Revogação ou anulação. 
	 Efeitos Ex-nunc = sem efeito retroativo
Anulação: é a supressão do ato administrativo, com efeito retroativo, por razões de ilegalidade e ilegitimidade. Pode ser examinado pelo Poder Judiciário (razões de legalidade e legitimidade) e pela Administração Pública (aspectos legais e no mérito). 
Anulação - invalidação de um ato ilegítimo e ilegal, realizada realizada pela Administração ou pelo Judiciário.
Efeitos EX TUNC: retroação à data de início dos efeitos do ato.
Aula 03 2º Bimestre Direito Administrativo 05/05/14 Prof. Afonso
EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
Cassação: embora legítimo na sua origem e formação, torna-se ilegal na sua execução; quando o destinatário descumpre condições pré-estabelecidas. Ex.:: alguém obteve uma permissão para explorar o serviço público, porém descumpriu uma das condições para a prestação desse serviço. Vem o Poder Público e, como penalidade, procede a cassação da permissão.
Pode ter sido totalmente ilegal, mas pode ter surgido fato superviniente que impede que aquele ato seja desenvolvido. 
Caducidade: É a cessação dos efeitos do ato em razão de uma lei superveniente, com a qual esse ato é incompatível. A característica é a incompatibilidade do ato com a norma subseqüente.
Terceira forma de extinção do ato administrativo. Art. 15 Decreto Lei 3.365/41 Licitações. 
Atos Nulos:	são aqueles que atingem gravemente a lei ( Ex.: prática de um ato por uma pessoa jurídica incompetente).
Ato Anulável: representa uma violação mais branda à norma (Ex.: um ato que era de competência do Ministro e foi praticado por Secretário Geral. Houve violação, mas não tão grave porque foi praticado dentro do mesmo órgão).
►ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS (Celso Antônio Bandeira de Mello) 
	Quanto as espécies devem os atos ser agrupados de um lado sob o aspecto formal e de outro lado sob o aspecto material (conteúdo). A terminologia utilizada diverge bastante entre os autores. 
Espécies de Atos quanto à forma de exteriorização : 
a) Decretos – são editados pelos Chefes do Poder Executivo, Presidente, Governadores e Prefeitos para fiel execução das leis (CF/88,art. 84, IV); 
b) Portarias – atos de efeito geralmente interno.
c) Resoluções – praticados pelos órgãos colegiados em suas deliberações administrativas ,a exemplo dos diversos , Tribunais (Tribunais Judiciários, Tribunais de Contas ) e Conselhos (Conselhos de Contribuintes, Conselho Curador do FGTS, Conselho Nacional da Previdência Social) ; tornar pública decisões de órgãos colegiados. 
d) Instruções, Ordens de serviço, Avisos - utilizados para a Administração transmitir aos subordinados a maneira de conduzir determinado serviço; 
e) Alvarás - utilizados para a expedição de autorização e licença, denotam aquiescência da Administração no sentido de ser desenvolvida certa atividade pelo particular. Tem por objetivo licença ou autorização, para a pratica de algum ato. Ex. licença para realização de um evento; 
f) Ofícios - utilizados pelas autoridades administrativas para comunicarem-se entre si ou com terceiros. São as “cartas” ofícios, por meio delas expedem-se agradecimentos, encaminham-se papéis, documentos e informações em geral. 
g) Pareceres - manifestam opiniões ou pontos de vista sobre matéria submetida a apreciação de órgãos consultivos.
São meras opiniões e sugestões de procedimento. 
Espécies de Atos quanto ao conteúdo dos mesmos : 
a) Admissão – É o ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração faculta a alguém a inclusão em estabelecimento governamental para o gozo de um serviço público. Exemplo : ingresso em estabelecimento oficial de ensino na qualidade de aluno; o desfrute dos serviços de uma biblioteca pública como inscrito entre seus usuários. O ato de admissão não pode ser negado aos que preencham as condições normativas requeridas. 
b) Aprovação – é o ato unilateral e discricionário pelo qual a Administração faculta a prática de ato jurídico (aprovação prévia) ou manifesta sua concordância com ato jurídico já praticado (aprovação a posteriori).
c) Licença - é o ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração consente ao particular o exercício de uma atividade. Exemplo : licença para edificar que depende do alvará. Por ser ato vinculado, desde que cumpridas as exigências legais a Administração não pode negá-la.
d) Autorização - e o ato unilateral e discricionário pelo qual a Administração, analisando aspectos de conveniência e oportunidade faculta ao particular o exercício de atividade de caráter material. Numa segunda definição é o ato pelo qual a administração faculta ao particular o uso privativo de um bem público. Exemplos : autorização de porte de arma, autorização para exploração de jazida mineral (CF, art. 146, parágrafo único). A diferença em relação a Licença é que a Administração pode negar a autorização.
e) Homologação – é o ato unilateral e vinculado de controle pelo qual a Administração concorda com um ato jurídico, ou série de atos (procedimento), já praticados verificando a consonância deles com os requisitos legais condicionadores de sua válida emissão. 
f) Atos Punitivos: são os que contêm uma sanção imposta pela Administração àqueles que infringem disposições legais, regulamentares ou ordinatórias dos bens e serviços públicos; visam a punir e reprimir as infrações administrativas ou a conduta irregular dos servidores ou dos particulares perante a Administração.
Multa: é toda imposição pecuniária a que sujeita o administrado a título de compensação do dano presumido da infração; é de natureza objetiva e se torna devida independentemente da ocorrência de culpa ou dolo do infrator.
Interdição de Atividade: é o ato pelo qual a Administração veda a alguém a prática de atos sujeitos ao seu controle ou que incidam sobre seus bens; deve ser precedida de processo regular e do respectivo auto, que possibilite defesa do interessado.
Destruição de coisas: é o ato sumário da Administração pelo qual se inutilizam alimentos, substâncias, objetos ou instrumentos imprestáveis ou nocivos ao consumo ou de uso proibido por lei.
►CONVALIDAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
“A convalidação é o refazimento de modo válido e com efeitos retroativos do que fora produzido de modo inválido”(Celso Antônio Bandeira de Mello, 11ª edição, editora Melhoramentos, 336). 
É a prática de um ato posterior que vaiconter todos os requisitos de validade, inclusive aquele que não foi observado no ato anterior e determina a sua retroatividade à data de vigência do ato tido como anulável. Os efeitos passam a contar da data do ato anterior – é editado um novo ato.
A lei 9.784, de 29.01.1999, dispõe que :
"Os atos que apresentem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros " (art. 55).
Os vícios sanáveis possibilitam a convalidação, ao passo que os vícios insanáveis impedem o aproveitamento do ato,”
►OUTROS ATOS PRATICADOS PELA ADMINISTRAÇÃO
Convênios Administrativos: são acordos firmados por entidades públicas de qualquer espécie, ou entre estas e organizações particulares, para realização de objetivos de interesse comum dos partícipes; é acordo, mas não é contrato; a organização não tem forma própria. ms sempre se faz com autorização legislativa e recursos financeiros para atendimento dos encargos assumidos no termo de cooperação.
Termos de Cooperação Técnica – o objetivo é a conjugação de esforços para o atingimento de determinada finalidade, mediante a aplicação de conhecimentos e tecnologias de ambos os partícipes.
 
Consórcios Administrativos: são acordos firmados entre entidades estatais, autárquicas, fundacionais ou paraestatais, sempre de mesma espécie, para realização de objetivos de interesse comum; o que o caracteriza é que ele só e feito entre entidades da mesma espécie, diferentemente do Convênio, que é celebrado entre pessoas jurídicas de espécies diferentes.
►EXCEÇÕES À REGRA DA publicidade dos atos administrativos
a) nos casos de segurança nacional: 	seja ela de origem militar, econômica, cultural etc.. Nestas situações, os atos não são tornados públicos. Por exemplo, os órgãos de espionagem não fazem publicidade de seus atos; 
 
b) nos casos de investigação policial: onde o Inquérito Policial é extremamente sigiloso (só a ação penal que é pública); 
 
c) nos casos dos atos internos da Adm.Pública: nestes, por não haver interesse da coletividade, não há razão para serem públicos. 
	Por outro lado, embora os processos administrativos devam ser públicos, a publicidade se restringe somente aos seus atos intermediários, ou seja, a determinadas fases processuais. 
	A publicidade dos atos administrativos é feita tanto na esfera federal (através do Diário Oficial Federal) como na estadual (através do Diário Oficial Estadual) ou municipal (através do Diário Oficial do Município). Nos Municípios, se não houver o Diário Oficial Municipal, a publicidade poderá ser feita através dos jornais de grande circulação ou afixada em locais conhecidos e determinados pela Administração. 
	A Publicidade deve ter objetivo educativo, informativo e de interesse social, não podendo ser utilizados símbolos, imagens etc. que caracterizem a promoção pessoal do Agente Administrativo.
Aula 05 2º Bimestre Direito Administrativo 19/05/14 Prof. Afonso
ROTEIRO 11 – BENS PÚBLICOS E DOMÍNIO PÚBLICO - I
1. CONCEITOS:
a) Domínio Público: é o poder de dominação ou de regulamentação que o Estado, para atender a sua vontade ou o interesse público, exerce sobre:
a) os bens do seu patrimônio (bens públicos);
b) os bens do patrimônio privado (bens particulares de fruição geral da coletividade). Ex.: área de preservação, parque, etc.
b) Domínio Patrimonial: é o direito de propriedade pública propriamente dito, sujeito a um regime especial, compreendendo o poder de utilização e o dever de conservação de todos os bens das pessoas administrativas.
c) Bens públicos: são todos os bens (corpóreos ou incorpóreos, imóveis, móveis e semoventes, créditos, direitos e ações), que pertençam, a qualquer título, às pessoas jurídicas de Direito Público. 
	
2. CLASSIFICAÇÃO: os bens públicos podem ser federais, estaduais ou municipais. 
3. Categorias Segundo a destinação, o Código Civil classifica os bens públicos em três categorias: 
a) Bens de uso comum do povo (Domínio Público): são os que se destinam à utilização geral pela coletividade. Ex.: mares, rios, praias, estradas, ruas e praças (locais abertos à utilização pública).
b) Bens de uso especial ou institucional (Patrimônio Administrativo Indisponível): São os que se destinam especialmente à execução dos serviços administrativos e serviços públicos em geral Educação, cultura, saúde, administração.
c) Bens dominicais ou dominiais (Patrimônio Disponível): São os bens que embora constituam o patrimônio público, não possuem uma destinação pública determinada ou um fim administrativo específico, podendo, inclusive, ser alienados, conforme a conveniência e a oportunidade.
4. AFETAÇÃO E DESAFETAÇÃO
 Afetação Ato pelo qual se dá a destinação específica a um bem público.
Formas:
a) explícita mediante Lei específica;
b) implícita por outro ato determinado em Lei, mas não por lei específica.
Ex.: Desapropriação de área para determinado equipamento público.
Os Bens Dominicais são desafetados
 Desafetação É a mudança da destinação de um bem, mediante lei específica. 
Geralmente, a desafetação objetiva incluir bens de uso comum do povo ou bens de uso especial na categoria de bens dominicais, às vezes com a finalidade de proceder à sua alienação.
Para ser alienado, o bem não poderá estar afetado a um fim público.
5. CARACTERÍSTICAS DOS BENS PÚBLICOS
a) Inalienabilidade;
b) Não usucapíveis: se os bens públicos são originariamente inalienáveis, ninguém os pode adquirir por usucapião; 
c) Impenhorabilidade: os bens públicos não respondem por débitos do Poder Público na hipótese de inadimplemento. Os créditos de terceiros são satisfeitos mediante expedição de Precatórios. 
d) Não-oneração: impossibilidade dos bens públicos serem gravados com direito real de garantia em favor de terceiros.
6. AQUISIÇÃO DE BENS PELA ADMINISTRAÇÃO
A aquisição de bens pelo Poder Público pode ocorrer:
a) pelas formas previstas no Direito Privado: compra, permuta, doação, dação em pagamento autorização legislativa prévia, avaliação e licitação;
b) compulsoriamente: por desapropriação, confisco ou adjudicação em execução de sentença;
c) por força de lei: destinação de áreas públicas em loteamentos.
6.1 – DESAPROPRIAÇÃO (ou Expropriação)
a) Conceito: é a transferência compulsória da propriedade particular (ou pública de entidade de grau inferior para superior) para o Poder Público ou seus delegados.
b) Previsão legal: art. 5º, XXIV – CF
	 Competência para legislar: União Federal (art. 22, II – CF)
c) Espécies de desapropriação:
	1) comum ou ordinária – desapropriações em geral (utilidade pública ou interesse social);
 Pressupostos: taxativos
	► utilidade ou necessidade pública – Decreto-Lei nº 3.365/41:
	- utilidade pública – quando a transferência do bem seja conveniente ou útil para a administração. Compreende a necessidade pública, pois tudo o que é necessário será útil;
	 - necessidade pública – decorre de situações de emergência, que, para serem resolvidas satisfatoriamente, exigem a transferência urgente de bens de terceiros para o seu domínio e uso imediato.
	 - interesse social – Lei nº 4.132/62 - casos em que se busca atender a função e destinação social da propriedade. Poder pública busca, de certa forma, neutralizar certas desigualdades coletivas. Ex.: reforma agrária, assentamento de colonos, habitação popular.
Declaração da utilidade pública da necessidade pública ou do interesse social:
- decreto: identificando a situação (DL 3365/41 ou DL 4.132/62);
- 
d) Objeto da desapropriação: qualquer bem móvel ou imóvel de valor patrimonial, ações, cotas ou direitos;
	 Bens públicos podemser desapropriados, desde que observada a hierarquia;
	 Não é possível a desapropriação entre entes da mesma hierarquia.
e) Requisitos:
	►competência declaratória: declaração pela autoridade competente (lei ou decreto), mediante identificação do bem e especificação da finalidade e dispositivo legal que a autoriza: competência concorrente da UF, E, DF e M.
	►prévia e justa indenização (CF, art. 5º, XXIV).
	Observação: a declaração é sempre pelo titular do ente público, mesmo que a finalidade seja para entidades da administração indireta. Ex.: SANEPAR, COPEL.
	►Competência executória: promover a desapropriação – medidas e atividades para a efetiva transferência da propriedade para atender o motivo da declaração.
	- próprio declarante;
	- entidade da administração indireta, concessionário ou permissionário.
f) Processo expropriatório:
Não podem ser desapropriados:
- Moeda corrente R$; pois não teria qualquer sentido;
- Direitos personalíssimos, pertencem a pessoa não tendo utilidade para terceiros; 
a) via administrativa: consubstancia-se no acordo entre as partes quanto ao preço, com posterior lavratura da Escritura Pública de Desapropriação Amigável;
b) por processo judicial: rito especial estabelecido na Lei Geral das Desapropriações (DL 3365/41), admitindo os preceitos de CPC.
Requisitos para imissão provisória na posse:
- Alegação de urgência	.
- Depósito do valor da avaliação do bem
►Retrocessão: é a obrigação que se impõe ao expropriante de oferecer o bem expropriado, mediante a devolução do valor da indenização, quando não lhe der o destino declarado no ato expropriatório (CC, art. 1150).
►Caducidade do ato declaratório:
- Casos de utilidade pública: 5 anos, a partir da expedição
- Casos de interesse social: 2 anos.
Nova Declaração só poderá ocorrer após 1 (um) ano após o prazo de caducidade.
Aula 06 2º Bimestre Direito Administrativo 22/05/14 Prof. Afonso
ROTEIRO 11 – BENS PÚBLICOS E DOMÍNIO PÚBLICO - I
6.1 – DESAPROPRIAÇÃO (ou Expropriação)
a) Conceito: é a transferência compulsória da propriedade particular (ou pública de entidade de grau inferior para superior) para o Poder Público ou seus delegados.
b) Previsão legal: art. 5º, XXIV – CF
	 Competência para legislar: União Federal (art. 22, II – CF)
c) Espécies de desapropriação:
comum ou ordinária – desapropriações em geral (utilidade pública ou interesse social);
Sancionatória: 
Por descumprimento da função social da propriedade urbana Estatuto da Cidade – Lei nº 10.257/01
Por descumprimento da função social da propriedade rural art. 186, CF.
 
Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
 I - aproveitamento racional e adequado;
 II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
 III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
 IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
- Tem que observar que a Lei 8.629/93 diz que não pode ocorrer sobre a pequena propriedade, desde que a pessoa não tenha outra. 
 - O pagamento se dá em Títulos de Dívida Pública Federal com praz de 20 (vinte) anos. 
Em razão do cultivo de plantas psicotrópicas art. 243, CF.
Art. 243. As glebas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas serão imediatamente expropriadas e especificamente destinadas ao assentamento de colonos, para o cultivo de produtos alimentícios e medicamentosos, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.
 Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins será confiscado e reverterá em benefício de instituições e pessoal especializados no tratamento e recuperação de viciados e no aparelhamento e custeio de atividades de fiscalização, controle, prevenção e repressão do crime de tráfico dessas substâncias.
Nesse caso do art. 243, tem efeito de sanção. Vai desapropriar como forma de sanção sem qualquer indenização. É confiscada pelo uso indevido. 
 Obs. O confisco em geral é aquela forma de apropriar de uma propriedade particular por uso indevido. É o que ocorre, por exemplo, quando um veículo ou bem está sendo usado para transportar algum produto indevido. Ex. Drogas.
3. Por força de Lei: Lei 6.766/79 – Normas e diretrizes para parcelamento de glebas. 
- Lei do parcelamento do solo urbano: define que 35% (trinta e cinco por cento) da gleba, devem ser destinadas (leia-se doada), ao Poder Público Municipal. 
- Todo o sistema viário do loteamento terá que ser doado ao Município. Área de uso comum do povo: Ruas, praças, parques, passeios, etc.;
- áreas de uso institucional (especial): serviços públicos (postos públicos de saúde, escolas, etc.; 
Quando se pretende alterar a finalidade da área para outro fim, deverá ser feito Lei previa para desafetação.
Atentar para o detalhe que elas entregam ao Município por força de Lei, não precisando nem de escritura pública. 
- Parcelamento do solo urbano: tudo isso vem dentro da Lei especifica do parcelamento do solo;
- edificações: 
- sistema viário: 
- zoneamento do uso e da ocupação do solo urbano: A Lei do Zoneamento estabelece em cada uma dessas zonas a altura permitida, tamanho, sempre no tocante a ocupação do solo e os parâmetros para seu uso. Ex. Zona residência x pode ter indústria ou outro tipo de comercio. Quem vai dizer sempre é...
- Posturas: É legislação que rege comportamento, função de uma cidade. Ex. o que é que tem que ser observada nas atividades que possuem ruídos. Sempre refletem a paz, a segurança e ordem da população.
- Código Tributário: 
No momento 	que o Município tiver um plano diretor, ele pode definir na Lei quais seriam determinadas áreas públicas que não atender interesse social. 
 Pressupostos: taxativos
	► utilidade ou necessidade pública – Decreto-Lei nº 3.365/41:
	- utilidade pública – quando a transferência do bem seja conveniente ou útil para a administração. Compreende a necessidade pública, pois tudo o que é necessário será útil;
	 - necessidade pública – decorre de situações de emergência, que, para serem resolvidas satisfatoriamente, exigem a transferência urgente de bens de terceiros para o seu domínio e uso imediato.
	 - interesse social – Lei nº 4.132/62 - casos em que se busca atender a função e destinação social da propriedade. Poder pública busca, de certa forma, neutralizar certas desigualdades coletivas. Ex.: reforma agrária, assentamento de colonos, habitação popular.
Declaração da utilidade pública da necessidade pública ou do interesse social:
- decreto: identificando a situação (DL 3365/41 ou DL 4.132/62);
- 
d) Objeto da desapropriação: qualquer bem móvel ou imóvel de valor patrimonial, ações, cotas ou direitos;
	 Bens públicos podem ser desapropriados, desde que observada a hierarquia;
	 Não é possível a desapropriação entre entes da mesma hierarquia.
e) Requisitos:
	►competência declaratória: declaração pela autoridade competente (lei ou decreto), mediante identificação do bem e especificação da finalidade e dispositivo legal que a autoriza: competência concorrente da UF, E, DF e M.
	►prévia e justa indenização (CF, art. 5º, XXIV).
	Observação: a declaração é sempre pelo titular do ente público, mesmo que a finalidade seja para entidades da administração indireta. Ex.: SANEPAR, COPEL.
	►Competência executória: promover a desapropriação – medidas e atividades para a efetiva transferência da propriedade para atender

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