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TIPOS PSICOLÓGICOS DE PACIENTES

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News.med.br
MOREIRA FILHO, Augusto Alonso. Relação médico-paciente: teoria e prática, o fundamento mais 
importante da prática médica. Belo Horizonte: Coopmed, 2005. (p.162-168)
 
TIPOS PSICOLÓGICOS DE PACIENTES 
Os "tipos psicológicos" são descrições teóricas ideais, de finalidade esquemática. É impossível 
tipificar pessoas, mas é importante tentar fazê-lo porque cada uma delas aporta problemas 
específicos à relação médico-paciente e demanda atitudes especiais do médico. A categorização que 
a seguir apresentamos é apenas uma das possíveis e foi escolhida porque nos pareceu bastante 
prática e ao alcance do médico, mesmo que ele não seja versado em Psicologia. Aqui não estão todos 
os tipos que poderiam ser descritos, apenas, seguramente, os principais. 
O tipo ansioso
O tipo ansioso está em permanente expectativa catastrófica e vive constantemente 
amedrontado. Qualquer pequeno sinal que lhe pareça prenunciar uma enfermidade, por insignificante 
que seja, é logo tomado como algo de muita gravidade. Sempre voltado para um futuro desastroso, 
não consegue curtir o presente. Dá a impressão de estar "de passagem" pelos lugares e de não 
conseguir instalar-se plenamente em nenhum deles. Está sempre "apressado" e passa pelas coisas 
sem aprofundamento e sem discriminação, superficialmente e não as aprecia em seus detalhes. Se 
uma palavra de conselho pudesse ser dita a esses pacientes, ela deveria ser: desacelerem-se. 
É assim que se apresentam às consultas. Seu medo é freqüentemente disfarçado sob a forma 
de uma pseudocoragem. Julgam ser bastante relatarem ligeiramente os sintomas, para os quais 
cobram rápidas soluções. Da mesma forma, ouvem mal, geralmente têm idéias pré-formadas. 
Esquivam-se o quanto podem dos médicos, dos exames e dos remédios ou tornam-se adictos a eles. 
Por vezes procuram, desde o início; sentir-se íntimos com o médico e com o pessoal associado, 
buscando, assim, sentirem-se mais seguros. Esses dois comportamentos têm idêntica finalidade: 
controlar o medo da doença e se negarem à assimetria ao papel de paciente. 
A reação do médico (um psicanalista diria: a sua contratransferência) é decisiva. A ansiedade 
pode ser "contagiosa", mas o médico não pode se deixar contaminar. A melhor tranqüilização que ele 
pode transmitir ao paciente baseia-se em dois pilares que lhes são contrários: uma serenidade não 
simulada e a possibilidade de verbalizar para ele os medos que ele tem e dos quais não consegue 
falar. A pior atitude, a mais deletéria para a relação é deixar-se levar pelos temores e, como os 
pacientes, ter necessidade de negar seus medos. Muitas vezes isso pode ser feito com atitudes 
simples. "Percebo que você tem medo de que isso seja um câncer" é mais tranqüilizador do que "isto 
é uma coisinha simples. Use esse remédio (freqüentemente remedinho!), que vai deixá-lo bem." 
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Ao solicitar exames e ao receitar, o médico deve ter em mente: que o paciente tem dele e das 
medicações idéias mágicas e é altamente influenciável; e que ele pode valer-se dessa condição para 
sugestioná-lo favoravelmente. 
O tipo fóbico
Considera-se que a fobia seja resultante da cristalização da ansiedade sobre um objeto ou 
situação externa, na qual a pessoa projeta impulsos interiores. O fóbico é também um ansioso. 
Geralmente, apresenta medos diante de coisas, lugares ou situações específicos, que não despertam 
essas reações nas demais pessoas e que passam a ser evitados. Como o que mais os caracteriza é a 
evitação, costuma-se chamar sua personalidade de evitativa. Muitas vezes a evitação aparece 
racionalizada como questão de preferência. "Eu não gosto de lugares muito movimentados" pode 
esconder o medo de multidões; "eu gosto de dormir de luz acesa" pode encobrir o medo da escuridão, 
e assim por diante. Do ponto de vista da relação médicopaciente, o fóbico procura esconder sua 
enfermidade evitando os dados que poderiam levar ao diagnóstico. 
Embora ele possa parecer cooperativo, as informações que fornece a princípio são pouco 
significativas e mais servem para dissimular o diagnóstico que para aproximar-se dele. Quando ele 
pensa já saber do que sofre, procura afastar o médico desse caminho e só tardiamente, ou nunca, 
aponta os dados cruciais. Um paciente que tenha cuidado por longo tempo de um tuberculoso não 
informará isto, se julga estar sofrendo de uma tuberculose; aquele outro que recebeu uma transfusão 
de sangue não relatará o fato se pensa estar sofrendo de aids. Muitas vezes os dados essenciais são 
negados de tal forma pelo paciente que só podem ser obtidos de outras pessoas. A evitação é uma 
espécie de marca registrada do tipo fóbico. 
Esse tipo é muito sugestionável e o médico pode valer-se dessa característica em benefício 
dele. É importante perceber que não é por falta de vontade de colaborar, mas por uma imperiosa 
defesa inconsciente, que o paciente o afasta do diagnóstico e parece não cooperativo. 
Uma primeira tarefa do médico deve ser a de diminuir as evitações, transmitindo confiança e levando 
o paciente a viver com mais serenidade os perigos dos quais está se esquivando. Para isso, precisa 
conceder-lhe tempo e ganhar-lhe a confiança, o que se consegue sendo autêntico para com ele. 
Como o fóbico vive uma vida falsa, perceber a calma genuína do médico muito o tranqüiliza. Os 
convencionalismos e as frases feitas, por conterem algo de hipocrisia, devem ser evitados, ainda que 
bem intencionados. O fóbico aprecia encontrar nas demais pessoas a autenticidade que lhe falta e 
que as convenções sociais escamoteiam. O médico que conseguir transmitir autenticidade já terá 
lavrado um bom tento com esse tipo. 
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O tipo histérico
Uma das marcas do histérico é a tendência à representação dramática de suas queixas. Como 
ele vivencia tudo com exuberância emocional, sua expressividade segue o mesmo caminho. Seu 
vocabulário usualmente é carregado de adjetivos (superlativos, muitas vezes) que dão uma expressão 
contida às suas falas. Sente uma dor terrÍvel, o remédio que lhe foi receitado agiu maravilhosamente, 
suas férias foram bárbaras, está malíssimo, sente uma dor agudíssima, pirou muitíssimo ... e assim 
tendem ao exagero e ao espalhafato. Podem chegar ao consultório arrastando a perna, quando 
poderiam apenas mancar, lamentam-se em alta voz, quando poderiam apenas estar contritos, e por aí 
afora. 
Outra característica do histérico é a sedução que vai desde atitudes que buscam a simpatia do 
médico, com elogios e apreciações positivas sobre a sua pessoa ou o seu ambiente, até outras 
grosseiramente eróticas. O histérico tem necessidade de parecer agradável, mesmo que para isto 
tenha de faltar com a verdade e talvez diga, só para produzir esse efeito, que está melhorando, que o 
tratamento tem sido ótimo, etc. 
Ele identifica-se facilmente com as demais pessoas, o que pode ter importância no seu 
adoecer. Aquele que cuidou de um doente com tumor cerebral poderá sofrer, algum tempo depois, 
uma dor de cabeça; o outro que acompanhou um tuberculoso passa a tossir; e outras. 
Essa capacidade de identificação e a sugestionabilidade de que são passíveis podem ser 
aproveitadas terapeuticamente pelo médico. A quem queira aprofundar-se neste ponto, 
recomendamos ler sobre o caráter histérico nos livros de Psicanálise. 
O médico não deve ver neles uma simulação voluntária e, em conseqüência, sentir 
inamistosidades para com eles. Suas reações são inconscientes e involuntárias. Deve recusar, sem 
ser rejeitante, as manobrasdo paciente porque elas contribuem para uma relação pouco autêntica, já 
que são manobras defensivas. Há mais: essas reações escondem uma impossibilidade de 
verdadeiros envolvimentos emocionais, o que se manifestará com o tempo. Apesar de ser um tipo 
aparentemente fácil de estabelecer relações sociais, tem, no entanto, grandes dificuldades com elas. 
Aquele que se deixar levar pela sua aparência inicial constatará, no futuro, suas imensas dificuldades. 
O tipo obsessivo
O tipo obsessivo tem necessidade de que tudo esteja explicado nos seus detalhes. É 
minucioso, ordeiro, parcimonioso. De certa forma, esse tipo tem características inversas às do 
histérico: avesso à expressividade emocional, ele é um racionalista; afeito à persuasão, é pouco 
sugestionável; muito contido, falta-lhe o brilho necessário à sedução. Isto pode conferir-lhe, 
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enganosamente, uma aparência de frieza, todavia, sob essa superfície, subjaz uma grande 
hipersensibilidade. 
Traços desses pacientes que podem tornar-se desagradáveis são a prolixidade e a 
minuciosidade. Da mesma maneira como são dados a minúcias, eles também desejam longas e 
detalhadas explicações. Enquanto os tipos abordados anteriormente respondem as sugestões, este 
exige que as explicações pareçam-lhe lógicas. Com os primeiros, o médico pode ser sugestivo, mas 
tem de ser persuasivo com este último. "Isto aqui será bom para você" serve para os primeiros, para 
os quais a autoridade que conferem ao médico é mais valiosa que as razões, não, porém, para o 
obsessivo, que necessita que lhe seja dito o porquê disso ser bom. 
O obsessivo é muito sensível a qualquer tipo de erro. Uma pequena imperfeição na grafia do 
seu nome ou no receituário pode ser motivo de grandes mágoas. Do mesmo modo, são intensamente 
observadores e muito sensíveis às mudanças, que normalmente interpretam como dirigidas a eles. 
Em geral, esses pacientes não expressam as suas reações, mas vivem-nas secretamente, às vezes 
com grandes ressentimentos. 
O tipo depressivo
É pessimista, não só com relação ao que está acontecendo, mas ao que pode vir a acontecer. 
Para ele, tudo está ou estará inevitavelmente mau, mesmo que este não seja o julgamento das 
demais pessoas. Como ele é retraído do mundo externo, o médico e o seu entorno não lhe causam 
impressões. Não está" interessado em qualquer coisa que não seja ele mesmo e por isso o médico 
terá dificuldades em conseguir que ele fale de coisas que não a sua doença. E mesmo dela falará de 
forma monocórdica e monótona. É um paciente com· grande carga de agressividade contida, que se 
extravasa nas entrelinhas do que diz e que faz com que a entrevista com ele seja incómoda e 
cansativa. Ele acusa o médico pelos seus fracassos e reclama como se ele fosse o responsável pelos 
seus infortúnios, não crê nem valoriza qualquer esforço do profissional... 
Uma reação comum do médico é o enfado, que aparece às vezes como irritação, sonolência e 
desinteresse e que pode levá-lo a uma atitude de rejeição. Com tais pacientes é preciso tratar a 
depressão para que eles passem a ter mais participação nas entrevistas. 
O tipo hipertímico
Este é o inverso do tipo depressivo. Ele é tomado por um quase permanente (e às vezes 
irrazoável) sentimento de bemestar e por uma constante euforia. Tudo lhe parece fácil e tende a ver 
desse modo mesmo as situações mais complicadas, como as enfermidades. É muito loquaz e dado a 
florear as suas falas. Por aí já se pode imaginar que tipo de relação procurará estabelecer com o 
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médico. 
De especial importância é que certas hipertimias, sobretudo aquelas que são incongruentes, 
caricatas ou exageradas, habitualmente encobrem uma depressão que pode vir à tona em 
determinadas situações. É preciso, pois, não se deixar enganar pela aparente facilidade do paciente 
para lidar com situações difíceis, inclusive com as enfermidades. 
O estado de ânimo desses pacientes pode oscilar entre a hipo e a hipertimia e por isso o 
médico deve estar preparado para assistir grandes mudanças em suas queixas de uma entre- vista 
para outra. Haverá aquele que num dia pode dizer que tudo está maravilhosamente bem e, no outro, 
que tudo está terrivelmente mal. O que parece ser uma melhora ou uma piora pode não passar de 
flutuações emocionais. 
O tipo esquizóide
O esquizóide apresenta-se como desligado do ambiente. Não lhe impressiona nem o 
formidável equipamento técnico que o médico dispõe nem as suas especiais atenções para com ele 
ou o moderníssimo tratamento que lhe dispensa. 
Tais pacientes podem ser muito difíceis para o médico porque parecem desinteressados da 
doença ou do tratamento. Muito freqüentemente são levados a ele por outras pessoas que tomam a 
iniciativa de procurar ajuda já que eles próprios são descuidados com a própria saúde. Uma reação 
comum nos médicos é achá-los desinteressantes e, reativamente, sentiremse pouco motivados para 
tratá-los e deles se desligarem. 
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