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05/10/2017 1 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo Campus Venda Nova do Imigrante Propriedades Funcionais das Proteínas Ciência e Tecnologia de Alimentos Química de alimentos Prof. Wilton Cardoso Propriedade geral Termos específicos 1- Organolépticas 2 - Cinestéticas 3 - Hidratação 4 - Atividade de superfície 5 - Estruturais 6 - Reológicas Cor, sabor, odor, textura, palatabilidade Mastigabilidade, fibrosidade, granulosidade, suavidade, coesão Solubilidade, inchamento, absorção e retenção de água, etc Emulsificação, espuma, filmes, estabilização, etc. Ligação cruzada, adesão, fibra, massa Viscosidade, gel, elasticidade Propriedades funcionais das Proteínas Alimentos Fontes de Proteínas As proteínas têm uma grande influência sobre os atributos sensoriais dos alimentos. Atributos sensoriais: Textura, sabor, cor e aparência. no alimento são o efeito líquido de interações complexas entre vários componentes. Propriedades Funcionais das Proteínas Propriedades Funcionais das Proteínas Ex: Propriedades sensoriais dos produtos de padaria: propriedades viscoelásticas e de formação da massa do glúten do trigo. Propriedades Funcionais das Proteínas Ex: produtos cárneos características texturais e de suculência dependem das proteínas do músculo (actina, miosina, actomiosina e várias proteínas solúveis da carne) 05/10/2017 2 Propriedades Funcionais das Proteínas Ex: estrutura de bolos, propriedades de batimento de alguns produtos propriedades das proteínas da clara de ovo Propriedades Funcionais das Proteínas Propriedade funcional - toda propriedade não- nutricional que influi no comportamento de um alimento . características sensoriais, propriedades físicas dos alimentos e de seus ingredientes - Processamento, armazenamento, preparo e consumo Propriedades Funcionais das Proteínas A “funcionalidade” das proteínas pode ser definida como “as propriedades químicas e físicas que afetam o comportamento das proteínas em sistemas alimentares durante o processamento, armazenamento, preparação e consumo” . As proteínas e suas propriedades espessante, gelificante, emulsionante, e de ligação à água, carnes (salsichas), produtos de padaria, queijo, sobremesas e molhos para saladas. As propriedades de coesão e adesão na produção de salsichas, massa e produtos de padaria. As proteínas do ovo pela capacidade de formar espuma, sobremesas, bolos e coberturas. As proteínas do leite, ovo e cereais pela capacidade de ligação às gorduras e ao flavor, produtos de padaria com baixo teor de gordura. As proteínas e a textura e palatibilidade nos produtos de padaria (pães, bolos, biscoitos) e salsichas. Propriedades Funcionais das Proteínas Propriedades físico-químicas proteínas X Funcionalidade das proteínas Tamanho, forma, composição e seqüência de aminoácidos, Carga líquida e distribuição das proteínas, Razão de hidrofobicidade/hidrofilicidade Conformação (estrutura secundária, terceária e quartenária), Capacidade de reação com outros componentes. Funções das proteínas alimentares em sistemas alimentícios Função Mecanismo Alimento Tipo de proteína Solubilidade Hidrofilicidade Bebidas Proteínas do soro Viscosidade Ligação à água, forma e tamanho hidrodinâmicos Sopas, molhos de carne e saladas, sobremesas Gelatina Ligação à água Pontes de hidrogênio, hidratação iônica Salsichas de carne, bolos e pães Proteínas da carne, do ovo Gelificação Retenção e imobilização de água, formação de redes Carnes, géis, bolos, produtos de panificação, queijo Proteínas da carne, do ovo e do leite Coesão-adesão Ligações hidrofóbicas, iônicas e de hidrogênio Carnes, salsichas, massas, produtos assados Proteínas da carne, do ovo e do leite Elasticidade Ligações hidrofóbicas, cruzadas dissulfeto Carnes, produtos de panificação Proteínas da carne, de cereais Emulsificação Formação de película e adsorção nas interfaces Salsichas, almondegas, sopa, bolos, molhos Proteínas da carne, do ovo e do leite Formação de espuma Adsorção interfacial e formação de película Chantilis, sorvetes, bolos, sobremesas Proteínas do ovo e do leite Fixação de lipídeos e aroma Ligações hidrofóbicas, retenção Produtos de panificação com baixo teor de gordura Proteínas do leite, do ovo e cereais 05/10/2017 3 Propriedades funcionais estão ligadas a 03 aspectos moleculares (físico-químico) - Propriedade de hidratação; - Propriedade surfactante (superficie proteíca); e, - Hidrodinâmicas e reológicas Propriedades das Proteínas • Propriedade de Hidratação: Funções Afetadas - solubilidade, dispersabilidade, umectabilidade, expansão, espessamento, absorção de água, capacidade de retenção de água; • Propriedade Surfactante: Funções Afetadas - Emulsificação, formação de espuma, fixação de aroma, ligação a pigmentos • Propriedade Hidrodinâmicas/reologia: Funções Afetadas - Elasticidade, viscosidade, coesividade, mastigabilidade, adesão, gelificação, formação de massa, texturização Proteínas 1) Hidratação proteica A capacidade da proteína de se ligar à água é definida como gramas de água ligada por grama de proteína, quando um pó seco de proteína é equilibrado com vapor de água a uma umidade relativa de 90-95%. INTERAÇÕES ENTRE ÁGUA E PROTEÍNA Moléculas de água ligam-se a diversos grupos nas proteínas Propriedades das Proteínas • Capacidade de ligação com a água (ou de hidratação): gH2O/g de ptns - Variação entre tipos de aas – polares iônicos até 7 moles H2O/mol de resíduo; apolares 1 mol H2O/mol; - Equação empírica para Ptns monoméricas; oligoméricas não se aplica; - Fatores ambientais influenciam na hidratação de um proteína: pH, força iônica, temperatura, tipos de sais e conformação proteica. - Menos hidratadas no PI, devido a interações ptn:ptn, menos interações ptn:H2O; - Acima e abaixo do PI, mais ligações com a água; - pH 9 e 10 maior capacidade de ligação de água (ionização grupos sulfidrilas e tirosina); Hidratação proteica - Sais em baixa concentração aumentam capacidade de ligação com a água; - Alta concentração de sal , desidratação das proteínas; - Aumento temperatura, diminui capacidade de ligação de água (menos ponte de hidrogênio); - Ptn desnaturadas mais capacidade de ligação a água (10% maior), mas agregação de ptn diminui a capacidade – ptn:ptn; - Solubilidade de ptn não depende só da capacidade de ligar-se a água, mas de outros fatores termodinâmicos – ptn alimentares desnaturadas baixa solubilidade. Hidratação proteica • Em alimentos a capacidade de reter água é mais importante que a capacidade de ligação com a água • Reter água: embeber água e retê-la contra a ação da gravidade, dentro da matriz proteica (gel ou musculo bovino) • Retenção ligado a capacidade de ligação; • Retenção de água ligada a suculência e a maciez do produtos cárneos. Hidratação proteica 05/10/2017 4 Conformação: # Ordenaçãono espaço ao longo das cadeias polipeptídicas unidas por pontes de hidrogênio – ESTRUTURA SECUNDÁRIA # Organização tridimensional dessas cadeias ordenadas – ESTRUTURA TERCEÁRIA Relacionado com fatores ambientais: pH, força iônica, temperatura, tipo de sais Propriedades das Proteínas “Propriedades de hidratação das proteínas estão relacionadas com fatores intrínsecos da própria molécula” Composição de aminoácidos e conformação : interação com a água através de pontes de hidrogênio, ligações dipolo-dipolo ou cadeias laterais de aminoácidos (interação com os grupos ionizados). Propriedades das Proteínas Composição de aminoácidos: # aminoácidos com cadeias laterais hidrofóbicas: menor capacidade de hidratação # aminoácidos com cadeia laterais hidrófilas: estabelecem mais facilmente pontes de hidrogênio com a água Propriedades das Proteínas pH Valores menores ou maiores que o ponto isoelétrico Cargas positivas ou negativas (repulsão entre as moléculas de proteína) – moléculas de água interagem com essas cargas, solubilizando a proteína. pH próximo ao ponto isoelétrico (cargas líquida neutra) Aumento da interação proteína-proteína Propriedades das Proteínas Solubilidade As propriedades funcionais das proteínas são afetadas pela solubilidade da proteína Espessamento, formação de espuma, emulsificação e geleificação A solubilidade manifestação do equilíbrio entre as interações proteína-proteína e proteína-solvente Proteína-Proteína+ Água Proteína-Água Propriedades das Proteínas Proteína solúvel Interage com solvente (pontes de hidrogênio, dipolo-dipolo e interações iônicas) Interações de natureza hidrofóbica – promovem interação proteína-proteína, resultando em diminuição da solubilidade Propriedades das Proteínas 05/10/2017 5 Proteína solúvel Interações de natureza iônicas – promovem interação proteína-água, resultando em aumento da solubilidade Resíduos iônicos- repulsão eletrostática entre as moléculas de proteína que se deve à carga positiva ou à negativa líquida, em qualquer pH que não seja o pH isoelétrico Propriedades das Proteínas Classificação das Proteínas quanto a Solubilidade Albuminas São solúveis em água em pH 6,6 (ovoalbumina, α-lactoalbumina) Globulina São solúveis em soluções salinas diluídas em um pH 7,0 (glicinina, β-lactoalbumina) Propriedades das Proteínas Classificação das Proteínas quanto a Solubilidade # Proteínas altamente hidrofóbicas Glutelinas São solúveis apenas em soluções ácidas de pH 2,0 e soluções alcalinas de pH 12 (ex. glutelinas do trigo) Prolaminas São solúveis em etanol a 70% (gliadinas) Propriedades das Proteínas pH e Solubilidade pH abaixo ou acima do pH isoelétrico # proteínas possuem carga líquida positiva ou negativa A repulsão eletrostática e a hidratação dos resíduos carregados promovem a solubilidade da proteína. Gráfico solubilidade X pH = formato em U Propriedades das Proteínas pH e Solubilidade Solubilidade mínima próxima ao pH isoelétrico falta de repulsão eletrostática, o que promove a agregação e a precipitação por meio de interações hidrofóbicas. Propriedades das Proteínas pH e Solubilidade Maior parte das proteínas é altamente solúvel em pH alcalino de 8-9 Extração proteica de fontes vegetais, como farinha de soja, é realizada a esse pH Propriedades das Proteínas 05/10/2017 6 pH e Solubilidade Desnaturação pelo calor pelo calor muda o perfil da solubilidade-pH das proteínas Alteração no perfil da solubilidade na presença da desnaturação pelo calor se deve ao aumento da hidrofobicidade da superfície proteica como conseqüência do desdobramento. # Alteração do equilíbrio entre as interações proteína-proteína e proteína-solvente, a favor da primeira. Propriedades das Proteínas Força iônica e solubilidade Íons estabilizam a proteína aumentando a hidratação proteica, ligando-se fracamente a proteínas Concentrações < 1 Salting in: baixa concentração salina – aumenta a solubilidade Diminui a atração eletrostática entre as proteínas Abre-se a rede protéica que estará em maior contato com a água Propriedades das Proteínas Força iônica e solubilidade Íons estabilizam a proteína aumentando a hidratação proteica, ligando-se fracamente a proteínas Concentrações < 1 Salting in: baixa concentração salina – aumenta a solubilidade Diminui a atração eletrostática entre as proteínas Abre-se a rede protéica que estará em maior contato com a água Propriedades das Proteínas Saltin-out: alta concentração salina –diminui a solubilidade Concentrações > 1M concorrência entre os íons e as proteínas para captar água diminui as interações água-proteína Propriedades das Proteínas Temperatura Solubilidade aumenta com temperatura 0 e 400C Propriedades das Proteínas Temperatura Aumento de temperatura acima de 400C Diminui a capacidade de ligar água Ruptura das pontes de hidrogênio Desnaturação seguida de agregação (redução da superfície da proteína exposta a água) Propriedades das Proteínas 05/10/2017 7 Solventes Orgânicos e Solubilidade Adição de solventes orgânicos (etanol e acetona)- redução da constante dielétrica do meio Forças eletrostáticas de atração aumentam Intramolecular (dentro da molécula) – desdobramento da molécula proteica Intermolecular (entre as moléculas) – ligação entre grupos de carga oposta AGREGAÇÃO PRECIPITAÇÃO DAS PROTEÍNAS Propriedades das Proteínas Solventes Orgânicos e Solubilidade Adição de solventes orgânicos Competem pelas moléculas de água reduzindo a solubilidade das proteínas Redução da solubilidade é explicada por dois fatores: # redução da constante dielétrica do meio # redução da hidratação das moléculas proteicas Propriedades das Proteínas b) Propriedades Interfaciais das Proteínas Incluem-se neste item a capacidade de formação de espumas, as emulsões e todos os fenômenos relacionados com a tensão superficial. Propriedades das Proteínas Propriedades Interfaciais das Proteínas Alimentos – produtos de tipo emulsão (sistemas dispersos instáveis) Necessário Substância anfifílicas entre as duas fases (estabilidade) Proteínas – moléculas anfifílicas, migram espontaneamente para uma interface ar-água ou interface óleo-água SURFACTANTES (redução da tensão interfacial) b) Propriedades Interfaciais das Proteínas PROTEÍNAS COMO SURFACTANTES Formam uma película altamente viscoelástica, em uma interface, a qual tem a capacidade de suportar choques mecânicos durante a estocagem e a manipulação. - As espumas e as emulsões estabilizadas por proteínas são mais estáveis do que as preparadas com surfactantes de baixo peso molecular e, por causa disso, as proteínas são muito usadas para esses fins. b) Propriedades Interfaciais das Proteínas Figura 1: Diferença entre o modo de adsorção de um surfactantede baixo peso molecular e o de uma proteína, nas interfaces ar-água e óleo-água. A migração espontânea das proteínas a partir do volume total de líquido para uma interface indica que a energia livre das proteínas é menor na interface que na fase aquosa total. Dessa, forma quando o equilíbrio é estabelecido, a concentração da proteína na região interfacial é sempre maior do que a encontrada na fase aquosa. 05/10/2017 8 Propriedades Interfaciais das Proteínas Atributos que as proteínas com propriedades surfactantes devem ter: 1) Capacidade de adsorver rapidamente à interface 2) Capacidade de desdobrar-se com rapidez e orientar-se em uma interface 3) Uma vez na interface, a capacidade de interagir com moléculas vizinhas e formar uma forte película coesiva e viscoelástica que pode suportar movimentos térmicos e mecânicos Dispersões são sistemas discretos de partículas em líquido contínuo. Emulsão quanto as partículas são líquidas tem- se uma emulsão Tipos de emulsão óleo em água (o/w) água em óleo (w/o) * Maioria das emulsões alimentícias é do tipo óleo em água (leite) Propriedades Emulsificantes Propriedades Espumante Dispersões são sistemas discretos de partículas em líquido contínuo. Espuma quanto as partículas são gasosa tem-se uma espuma Exemplos: Espuma da cerveja – solução que contém bolhas de gás sorvetes bolos merengues Emulsões e espumas “São sistemas de duas fases imiscíveis entre si e instáveis, a menos que haja substâncias anfifílicas na interface que diminuem a tensão interfacial e evitem a coalescência das gotas dispersas” Coalescência: desestabilização da emulsão , união das gotas dispersas Exemplo de alimentos: leite, a manteiga, maionese, salsichas,sorvetes etc. Propriedades espumantes As espumas alimentícias são dispersões de gotas de gás (ar ou CO2) em fase contínua líquida ou semi-sólida. exemplos: merengue, nata batida e pão Proteínas ajudam na formação e estabilização da fase gasosa dispersa, formando a barreira protetora elástica entre as bolhas de gás capturadas . Distribuição uniforme e tamanho reduzido das bolhas de gás produzem um alimento suave e leve e com maior intensidade de aroma Propriedades Emulsificantes e Espumantes As proteínas possuem a propriedade de estabilizar emulsões e espumas. Fatores: pH força iônica temperatura presença de surfactantes de baixo peso molecular açúcares volume da fase óleo tipo de proteína tipo de equipamento taxa de cisalhamento 05/10/2017 9 Propriedades Emulsificantes e Espumantes pH pH isoelétrico: falta de carga líquida, falta de interações repulsivas promove interações favoráveis de proteína- proteína ajudam a maximizar a carga da proteína na interface Formação de uma película altamente viscoelástica (interações proteína-proteína) contribuindo para estabilidade de emulsão Propriedades Emulsificantes e Espumantes força iônica Temperatura DESNATURAÇÃO tipo de equipamento taxa de cisalhamento Desnaturação parcial das proteínas antes da emulsificação, a qual resulta em insolubilização, costuma melhorar suas propriedades emulsificantes. AUMENTO DA FLEXIBILIDADE MOLECULAR E DA HIDROFOBICIDADE DE SUPERFÍCIE. Propriedades Emulsificantes Surfactantes de baixo peso molecular - difundem-se com rapidez na interface - inibem a adsorção das proteínas em concentrações elevadas Ex. fosfolipídeos (geralmente encontrados em alimentos) - competem com as proteínas pela adsorção na superfície óleo-água Se um surfactante de baixo peso molecular for adicionado a uma emulsão estabilizada por proteína, eles poderão deslocá-la da interface, causando instabilidade na emulsão. Propriedades Emulsificantes e Espumantes Açúcares Adição de sacarose, lactose e outros açúcares a soluções proteicas. Aumenta a estabilidade da espuma – aumento da viscosidade, o que reduz a mobilidade Propriedades Emulsificantes e Espumantes Açucares Diminuição da capacidade de formação de espuma - * aumento da estabilidade da estrutura proteica nas soluções de açúcar; menor capacidade de desdobrar quando da adsorção na interface Redução da capacidade da proteína de reduzir a tensão interfacial, produzir grandes áreas interfaciais e um grande volume de espuma durante o batimento Exemplo: Em produtos de sobremesa do tipo espuma, que contêm açúcar, como merengues, suflês e bolos, é preferível que acrescente o açúcar depois do batimento, quando possível. Isso permitirá a adsorção da proteína e seu desdobramento, formando uma película estável, então, o açúcar acrescentado aumentará a estabilidade da espuma, elevando a viscosidade do fluido. 05/10/2017 10 Propriedades Espumantes Lipídeos Presentes em concentrações > 0,5% - Diminuem as propriedades das proteínas de estabilizar a espuma - Adsorvem rapidamente na interface ar-água, inibindo a adsorção das proteínas durante a formação de espuma Exemplos: Os isolados proteicos de soja livre de lipídeos, bem como as proteínas da soja e as proteínas do ovo sem gema, mostram melhores propriedades de formação de espuma do que as preparações contaminadas por lipídeos Propriedades Espumantes Concentração proteica Quanto maior a concentração de proteína, mais firme será a espuma * Firmeza deve-se do pequeno tamanho da bolha e da alta viscosidade Estabilidade da espuma- aumenta conforme a concentração de proteína * Aumento da viscosidade Propriedades Espumantes Batimento - Velocidade moderada: espumas com bolhas de tamanho pequeno, pois a ação de cisalhamento resulta em desnaturação parcial da proteína antes que ocorra a adsorção - Velocidade alta, alta taxa de cisalhamento diminui o poder de formação de espuma por causa de desnaturação extensa, agregação e precipitação das proteínas Fixação de aroma As proteínas em si são inodoras. Podem-se ligar a compostos de aroma e, dessa forma, afetar as propriedades sensoriais dos alimentos. Aspectos indesejável Ex. Sementes oleaginosas: Odores indesejáveis (off- flavors) – resultado de aldeídos, cetonas e alcoois gerados pela oxidação de ácidos graxos insaturados. Esses compostos ligam-se às proteínas e produzem odores indesejáveis característicos. Fixação de aroma Aspectos desejável Carregadores ou modificadores de aroma em alimentos. Ex. Produtos análogos da carne que contêm proteínas vegetais. A imitação bem-sucedida de um aroma semelhante à carne é essencial para sua aceitação. Fixação de aroma Proteína funcione como bom carregador de aroma: - ligar-se estreitamente aos aromas - retê-los durante o processamento - liberá-los durante a mastigação do alimento 05/10/2017 11 ViscosidadeA viscosidade de uma solução se relaciona a sua resistência ao fluxo quando uma força é aplicada Relacionada com o diâmetro aparente das moléculas dispersas (orientação do seu eixo na direção do fluxo) Fatores que afetam a viscosidade: - interação das moléculas proteína-água (inchamento das moléculas) - interações proteína-proteína (influem no tamanho dos agregados) pH Temperatura Concentração protéica e salina Gelificação Consiste na formação de uma rede protéica ordenada a partir de proteínas previamente desnaturadas, capaz de aprisionar água Importante: produtos lácteos, produtos de carne, gelatinas, massa de pão. Influi em outras propriedades funcionais: absorção de água formação e a estabilização de espumas e emulsões “ Para que se forme o gel protéico, é necessário que haja desnaturação e agregação posterior de forma ordenada, em que predominem as interações proteína-proteína” Formação do gel: Desnaturação protéica: tratamento térmico, hidrólise enzimática, acidificação ou alcalinização Separação das moléculas proteicas: • na proteína nativa, os grupos hidrófobos estão voltados para o interior da molécula. • durante a separação ficam descobertos, fato que potencializa as interações entre proteínas. Interação proteína-proteína Agregação posterior Texturização Transformação de uma proteína do estado globular para uma estrutura física fibrosa que tem características sensoriais semelhantes à carne. Propriedades funcionais: mastigabilidade, elasticidade, maciez e suculência Principalmente realizada em proteínas vegetais, por 02 métodos: Texturização por formação de fibras (spun-fiber) – Exemplo: Tofu; Texturização por extrusão – Proteína texturizada de soja por extrusão; (Páginas 234 e 235 do Fennema) Formação de Massa Massa visco elástica resultante da mistura de trigo e água. Principal proteínas envolvidas: Glutenina e Gliadina A viscosidade está relacionada com as reação de intercâmbio sulfidril-dissulfeto (SH e S-S). Qualidade dos pães – propriedades do Glutén, ou seja, na proporção de Gliadinas e Gluteninas. α, β, γ e ω Gliadinas – não contribuem significativamente para viscoelasticidade da massa; Gluteninas divididas em APM e BPM (alto peso molecular > 90000 e baixo peso molecular < 90000) – formam milhões de ligações cruzadas dissulfeto, responsáveis pela elasticidade da massa. 05/10/2017 12 PROTEÍNAS da soja Solubilidade propriedades emulsificantes Propriedades Espumantes Gelificantes PROTEÍNAS da clara e da gema de ovo Solubilidade Propriedades emulsificantes Propriedades Espumantes propriedades de gelificação/coagulação Proteínas Funcionais Hidrolisados proteicos (HP) - produzidos por proteases, propriedades funcionais dependente do tipo de enzima. - Melhor solubilidade, dispersabilidade, formação de espuma e emulsificação. - Depende do DH (degree of hydrolysis) > maior DH maior solubilidade (consequentemente > emulsificante e espuma) - Ótima emulsão e formação de espuma até 10% DH, > que 10% diminui capacidade emulsificante (peptídeos pequenos não formam camada vicoelastica coesiva na interfase). HP não formam géis, exceção Gelatina (HP do colágeno) > média do peso dos polipeptídios > força do gel, < 20000 Da, não forma gel. Proteínas Funcionais Hidrolisados proteicos (HP) - Diminuem alergenicidade – caseína com DH de 55%, diminue alercenicidade em 50% - Peptidios amargos – gerados na hidrolise da proteínas, amargo relacionado à hidrofobicidade. > hidrofobicidade > amargor Proteínas Funcionais ATIVIDADE EXTRACLASSE Quais são as propriedade funcionais das proteínas do Soro de leite, Caseína, Glúten, Isolado proteico de soja, WPC, WPI e Concentrado proteico de soja? Citar algumas aplicações ou alimentos elaborados com essas proteínas. Proteínas Funcionais Alterações físicas, químicas e nutricionais: Alteração na qualidade nutricional e formação de compostos tóxicos - Tratamentos térmicos moderados – inativação de enzimas e fatores antinutricionais (lectinas, inibidor tripsina) - Alterações na composição durante extração e o fracionamento de proteínas alimentares – isolado de soja, WPC - Alterações químicas dos aminoácidos Proteínas e o Processamento Alterações químicas dos aminoácidos - Racemização – L aas para D aas - Diminui a digestibilidade da proteína e a perda de aas essenciais - Temperaturas acima de 200°C em pH alcalino e hidrolise ácida; - A pirolise de aas em levam a formação compostos cancerigênicos/mutagênicos (carne grelhada); - Temperaturas de 190 a 200° - mutagênicos conhecidos como compostos imidazol quinolinas IQ Proteínas e o Processamento 05/10/2017 13 Alterações químicas dos aminoácidos - Ligações Cruzadas como pontes dissulfeto em proteínas globulares e tipo di-tritirosina em proteínas fibrosas como queratina, elastina. - Processamento, pH alcalino, induz as ligações cruzadas; - Reduzem a digestibilidade e a biodisponibilidade dos aas; - Lisinoalanina – absorvida mas não hidrolisada reduz a biodisponibilidade da lisina - nefrotoxidade em ratos - Encontrada em vários alimentos processados – maior pH maior teor de lisinoalanina, altas temperaturas em pH neutro – via DHA residuo de desidroalanina reativa. Proteínas e o Processamento Efeito de agentes oxidantes - Peróxido de hidrogênio ou peróxido de benzoíla (bactericidas em leite, clareadores de farinha ou isolados proteicos e desintoxicação de tortas de leguminosas) - Outros agentes oxidantes adicionados; - Causam oxidação de radicais e a polimerização das proteínas; - Princiapais aas oxidados Met, Cys, Trp e His. - Diminui o valor biologico da proteínas, aas oxidados não disponíveis Proteínas e o Processamento Outras reações químicas que diminuem a qualidade nutricional das proteínas Reações carbonila-amina (Reações de Maillard); Reações com Lipídeos (oxidação dos lipídeos, radicais livres que reagem com as Ptns diminuindo biodisponibilidade de aas e digestibilidade); Reações com polifenóies (quinonas reagem com o grupo amino ou SH, diminuindo digestibilidade e biodisponibilidade das Ptns) Reações com nitritos (para melhorar a cor e inibir bactérias, mas forma N-nitrosamina compostos mais carcinogênico nos alimentos) Outras Reações: com solventes halogenados (compostos tóxicos), Sulfitos (derivados S-sulfonados, afeta propriedade funcional das Ptns) Proteínas e o Processamento Proteínas da soja e o Processamento Representação estrutural dos 20 aminoácidos responsáveis pela composição das moléculas protéicas dos seres vivos: Continuação.... 05/10/2017 14 Representação estrutural dos 20 aminoácidos responsáveis pela composição das moléculas protéicas dos seres vivos: a) Proteínas da carne: miosina; actina; colágeno; tripsina. b) Proteínas do leite: caseína; lactoalbumina; lactoglobulina. c) Proteínas do ovo: clara (ovalbumina (50%); conalbumina; avidina; etc.). gema (lipovitelina, fosfovitina, livitina). d) Proteínas do trigo: prolamina (gliadina); glutelina (glutenina). Formam com água uma substância elástica e aderente insolúvel em água: glúten - utilizado para dar textura em massas e pães. Proteínas importantes em Alimentos • Consumo médio de proteína no Brasil: 58,2 g.hab-1.dia-1• Recomendações da OMS (g de proteína.hab-1dia-1) Crianças (0 – 10 anos) 15 – 30 Mulheres adultas (60 kg) 48 Homens adultos (70 kg) 58 Recomendações Nutricionais Fontes e consumo per capita médio de proteínas nas principais capitais brasileiras: Alimento Consumo Kg.ano-1.hab.-1 Proteína (%) Kg prot. ano-1.hab.-1 Arroz Feijão Pescado Aves Carnes Leite e derivados Farinha mandioca Frutas, hortaliças e outros Total 27,8 10,0 3,0 17,5 28,1 98 4,0 75,0 8 20 20 – 24 20 15 – 25 3,6 2 <1 (0,5) 2,2 2,0 0,7 3,5 5,6 3,5 0,1 3,7 21,3 PROTEÍNA (%) CLASSIFICAÇÃO ALIMENTOS 30-44 incompleta soja 20-25 incompleta feijão 6-10 incompleta arroz 8-1 1 incompleta milho 8-15 incompleta trigo 3,5 completa leite de vaca 12 completa ovos de galinha 15-25 completa carne de mamífero 18-20 completa carne de galinha 20-35 incompleta amendoim 20-24 completa crustáceos e peixes Teor de proteína em alimentos e sua classificação como fonte de aminoácidos essenciais para a nutrição humana: Recomendações Nutricionais • Para garantir que a quantidade de ptnas ingerida irá satisfazer às necessidades recomendadas: necessário ingerir quantidade adequada de CHO e lipídios. • Atendendo às necessidades energéticas do indivíduo, impede-se que ptnas sirvam como substrato energético para o organismo e sejam desviadas de suas funções metabólicas. • Na alimentação, é fundamental considerar a quantidade e qualidade da ptn ingerida (qualidade nutricional da ptn determinada pela qualidade e quantidade dos seus aa constituintes, que estão disponíveis no organismo para absorção). 05/10/2017 15 Recomendações Nutricionais • Proteína de alto VB: contem todos os aminoácidos essenciais em proporções adequadas • Valor nutricional de uma proteína: estimado através da comparação do seu perfil de aa, com um padrão de referência recomendado pela FAO (Food and Agriculture Organization). Recomendações Nutricionais Aminoácidos essenciais Padrão FAO/WHO (mg aa/g ptn) Fenilalanina + tirosina 63 Histidina 19 Isoleucina 28 Leucina 66 Lisina 58 Metionina + cistina 25 Treonina 34 Triptofano 11 Valina 35 Padrão da FAO para crianças de 2 a 5 anos de idade:
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