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Resumo do artigo "Democracia – uma discussão em torno de seus significados" de Sofia Respuela

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Democracia – uma discussão em torno de seus significados
Sofia Respuela
O objetivo central do texto é abordar a democracia em sua evolução histórica e fazer uma compilação crítica a respeito dos diversos debates que surgem em torno do assunto, até se chegar numa conclusão de como a questão e as experiências democráticas são vistas hoje.
Inicialmente, descreve a democracia clássica – a intensa participação dos cidadãos na vida política, a obrigação da participação, a relação entre existência e política. “En este mundo griego no existe la división entre lo público y lo privado”. Em seguida uma abordagem crítica de Platão e Aristóteles da democracia de sua época, e a teoria das formas boas e más de governo.
O “por do sol” da Idade Média: Com o fim do Império Romano, verifica-se o predomínio de visões metafísicas que levam os indivíduos a se submeter à ordem divina, comandada pela Igreja. Ressurgem teorias democráticas com a “tradição do pensamento romano-medieval” aristotélico que admite que o poder emana do povo – retomando, assim, o conceito de coisa pública (res publica) – pensamento que finalmente rompe com o medievo em Maquiavel. Assim, delimita-se duas versões do republicanismo: uma aristocrática, que limita a função do povo a eleger os governantes, e outra democrática, que teme que os interesses de grupos e oligarquias prevaleçam. A proposta é a saída elaborada por Montesquieu: a divisão dos poderes. 
A visão política se adapta ao advento do liberalismo, seguindo seus moldes; a partir do século XVII a “democracia moderna é a democracia liberal”. Preocupado em limitar o poder estatal e dar espaço às liberdades individuais, o liberalismo cria uma série de conceitos como a representação (parlamentar), o governo constitucional, entre outros. A sociedade passa a ser considerada produto da vontade dos homens, que são iguais e livres e criam conjuntamente o sistema político e a sociedade civil – sendo este o novo fundamento da democracia (contratualismo). Surgem aí os conceitos de liberdade negativa (que seria então uma determinada proibição) e governo representativo – que é a democracia por outro modo que não o direto.
No pensamento contemporâneo, a democracia assume definições múltiplas e de difícil consenso. Para Weber e Schumpter, a democracia é como um mercado competitivo, a despeito do conceito de democracia clássica. Já Dahl estabelece a existência de poliarquias – lideranças com controle de não líderes sobre líderes. Os críticos da teoria de Dahl propõem que a democracia resgata os valores e retoma ideais de participação e igualdade.
Os valores e a tradição política têm sido requisito freqüente listado por diferentes escolas para o êxito democrático, o que procede na teoria política moderna. Aliás, os componentes estruturais do Estado moderno em regra fundamentam a democracia, limitando e mitigando conflitos de classes e equilibrando o poder, permitindo a pacificação social – mas essa regra não é absoluta. A crise do Estado do bem estar social e o surgimento de novas características de mercado modificaram o cenário em que se desenvolvia essas democracias e colocarão à prova a capacidade de modificação e adaptação.

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