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(Resumo) Introdução ao estudo da anatomia

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08/05/2017 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA
http://www.sogab.com.br/floresdias/introducaoanatomia.htm 1/19
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA
Ezequiel Rubinstein
CONCEITO DE ANATOMIA
No  seu  conceito  mais  amplo,  a  Anatomia  é  a  ciência  que  estuda,  macro  e  microscopicamente,  a  constituição  e  o
desenvolvimento dos seres organizados.
Um excelente e amplo conceito de Anatomia foi proposto em 1981 pela American Association of Anatomists: anatomia
é  a  análise  da  estrutura  biológica,  sua  correlação  com  a  função  e  com  as  modulações  de  estrutura  em  resposta  a
fatores temporais, genéticos e ambientais. Tem como metas principais a compreensão dos princípios arquitetônicos da
construção dos organismos vivos, a descoberta da base estrutural do funcionamento das várias partes e a compreensão
dos mecanismos formativos envolvidos no desenvolvimento destas. A amplitude da anatomia compreende, em termos
temporais,  desde  o  estudo  das  mudanças  a  longo  prazo  da  estrutura,  no  curso  de  evolução,  passando  pelas  das
mudanças  de  duração  intermediária  em  desenvolvimento,  crescimento  e  envelhecimento;  até  as  mudanças  de  curto
prazo, associadas com fases diferentes de atividade funcional normal. Em termos do tamanho da estrutura estudada vai
desde  todo  um  sistema  biológico,  passando  por  organismos  inteiros  e/ou  seus  órgãos  até  as  organelas  celulares  e
macromoléculas.
A palavra Anatomia é derivada do grego anatome (ana = através de;  tome = corte). Dissecação deriva do  latim  (dis =
separar;  secare  =  cortar)  e  é  equivalente  etimologicamente  a  anatomia.  Contudo,  atualmente,  Anatomia  é  a  ciência,
enquanto dissecar é um dos métodos desta ciência.
Seu estudo tem uma longa e interessante história, desde os primórdios da civilização humana. Inicialmente limitada ao
observável  a  olho  nu  e  pela  manipulação  dos  corpos,  expandiu­se,  ao  longo  do  tempo,  graças  a  aquisição  de
tecnologias inovadoras.
Atualmente, a Anatomia pode ser subdividida em três grandes grupos: Anatomia macroscópica, Anatomia microscópica
e Anatomia do desenvolvimento.
A Anatomia Macroscópica é o estudo das estruturas observáveis a olho nu, utilizando ou não recursos tecnológicos os
mais  variáveis  possíveis,  enquanto  a  Anatomia  Microscópica  é  aquela  relacionada  com  as  estruturas  corporais
invisíveis  a  olho  nu  e  requer  o  uso  de  instrumental  para  ampliação,  como  lupas, microscópios  ópticos  e  eletrônicos.
Este grupo é dividido em Citologia  (estudo da célula) e Histologia  (estudo dos  tecidos e de como estes  se organizam
para a formação de órgãos).
A Anatomia do desenvolvimento estuda o desenvolvimento do indivíduo a partir do ovo fertilizado até a forma adulta. Ela
engloba a Embriologia que é o estudo do desenvolvimento até o nascimento.
Embora não sejam estanques, a complexidade destes grupos torna necessária a existência de estudos específicos.
NORMAL E VARIAÇÃO ANATÔMICA
Normal,  para  o  anatomista,  é  o  estatisticamente  mais  comum,  ou  seja,  o  que  é  encontrado  na  maioria  dos  casos.
Variação  anatômica  é  qualquer  fuga  do  padrão  sem  prejuízo  da  função.  Assim,  a  artéria  braquial  mais  comumente
divide­se  na  fossa  cubital.  Este  é  o  padrão.  Entretanto,  em  alguns  indivíduos  esta  divisão  ocorre  ao  nível  da  axila.
Como não existe perda funcional esta é uma variação.
Quando ocorre prejuízo funcional trata­se de uma anomalia e não de uma variação. Se a anomalia for tão acentuada que
deforme profundamente a construção do corpo, sendo, em geral, incompatível com a vida, é uma monstruosidade.
NOMENCLATURA ANATÔMICA
Como  toda  ciência,  a  Anatomia  tem  sua  linguagem  própria.  Ao  conjunto  de  termos  empregados  para  designar  e
descrever  o  organismo  ou  suas  partes  dá­se  o  nome  de  Nomenclatura  Anatômica.  Com  o  extraordinário  acúmulo  de
conhecimentos  no  final  do  século  passado,  graças  aos  trabalhos  de  importantes  “escolas  anatômicas”  (sobretudo  na
Itália,  França,  Inglaterra  e  Alemanha),  as  mesmas  estruturas  do  corpo  humano  recebiam  denominações  diferentes
nestes centros de estudos e pesquisas. Em razão desta falta de metodologia e de  inevitáveis arbitrariedades, mais de
20 000 termos anatômicos chegaram a ser consignados (hoje reduzidos a poucos mais de 5 000). A primeira  tentativa
de  uniformizar  e  criar  uma  nomenclatura  anatômica  internacional  ocorreu  em  1895.  Em  sucessivos  congressos  de
Anatomia  em  1933,  1936  e  1950  foram  feitas  revisões  e  finalmente  em  1955,  em  Paris,  foi  aprovada  oficialmente  a
Nomenclatura  Anatômica,  conhecida  sob  a  sigla  de P.N.A.  (Paris Nomina Anatomica). Revisões  subseqüentes  foram
feitas em 1960, 1965 e 1970, visto que a nomenclatura anatômica tem caráter dinâmico, podendo ser sempre criticada e
modificada,  desde  que  haja  razões  suficientes  para  as  modificações  e  que  estas  sejam  aprovadas  em  Congressos
Internacionais  de Anatomia  .  A  língua  oficialmente  adotada  é  o  latim  (por  ser  “língua morta”),  porém  cada  país  pode
traduzi­la para seu próprio vernáculo. Ao designar uma estrutura do organismo, a nomenclatura procura utilizar  termos
08/05/2017 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA
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que não  sejam apenas  sinais  para a memória, mas  tragam  também alguma  informação ou descrição  sobre a  referida
estrutura.  Dentro  deste  princípio,  foram  abolidos  os  epônimos  (nome  de  pessoas  para  designar  coisas)  e  os  termos
indicam:  a  forma  (músculo  trapézio);  a  sua  posição  ou  situação  (nervo mediano);  o  seu  trajeto  (artéria  circunflexa  da
escápula);  as  suas  conexões ou  inter­relações  (ligamento  sacroilíaco);  a  sua  relação  com  o  esqueleto  (artéria  radial);
sua função (m. levantador da escápula); critério misto (m. flexor superficial dos dedos – função e situação). Entretanto,
há nomes impróprios ou não muito lógicos que foram conservados, porque estão consagrados pelo uso.
POSIÇÃO ANATÔMICA
Para evitar o uso de  termos diferentes nas descrições anatômicas,  considerando­se que a posição pode ser  variável,
optou­se por uma posição padrão, denominada posição de descrição anatômica  (posição anatômica). Deste modo, os
anatomistas,  quando  escrevem  seus  textos,  referem­se  ao  objeto  de  descrição  considerando  o  indivíduo  como  se
estivesse sempre na posição padronizada.
Nela o indivíduo está em posição ereta (em pé, posição ortostática ou bípede), com a face voltada para a frente, o olhar
dirigido para o horizonte, membros superiores estendidos, aplicados ao  tronco e  com as  palmas  voltadas  para  frente,
membros inferiores unidos, com as pontas dos pés dirigidas para frente.
DIVISÃO DO CORPO HUMANO
O corpo humano divide­se em cabeça, pescoço,  tronco e membros. A cabeça corresponde à extremidade superior do
corpo estando unida ao tronco por uma porção estreitada, o pescoço. O tronco compreende o tórax e o abdome com as
respectivas cavidades  torácica e abdominal; a cavidade abdominal prolonga­se  inferiormente na cavidade pélvica. Dos
membros, dois são superiores ou  torácicos e dois  inferiores ou pélvicos. Cada membro apresenta uma  raiz,  pela qual
está ligada ao tronco, e uma parte livre.
PLANOS DE DELIMITAÇÃO E SECÇÃO DO CORPO HUMANO
Na posição anatômica o corpo humano pode ser delimitado por planos tangentes à sua superfície, os quais, com suas
intersecções, determinam a formação de um sólido geométrico, um paralelepípedo.
Tem­se assim, para as faces desse sólido, os seguintes planos correspondentes: dois planos verticais, um tangente ao
ventre – plano ventral ou anterior – e outro   ao dorso – plano dorsal ou posterior. Estes e outros a eles   paralelos são
também designados como planos frontais, por seremparalelos à  “fronte”; dois planos verticais  tangentes aos  lados do
corpo – planos  laterais direito e esquerdo   e,  finalmente, dois planos horizontais, um tangente à cabeça – plano cranial ou
superior – e outro à planta dos pés – plano podálico – (de podos = pé) ou inferior.
O tronco isolado é limitado,  inferiormente, pelo plano horizontal que tangencia o vértice do cóccix, ou seja, o osso que
no homem é o vestígio da cauda de outros animais. Por esta razão, este plano é denominado caudal.
Os  planos  descritos  são  de  delimitação.  É  possível  traçar  também  planos  de  secção:  o  plano  que  divide  o  corpo
humano  em metades  direita  e  esquerda  é  denominado mediano.  Toda  secção  do  corpo  feita  por  planos  paralelos  ao
mediano  é  uma  secção  sagital  (corte  sagital)  e  os  planos  de  secção  são  também  chamados  sagitais;  os  planos  de
secção que são paralelos aos planos ventral e dorsal são ditos frontais e a secção é também denominada frontal  (corte
frontal);  os  planos  de  secção  que  são  paralelos  aos  planos  cranial,  podálico  e  caudal  são  horizontais.  A  secção  é
denominada transversal.
TERMOS DE POSIÇÃO E DIREÇÃO
A situação e a posição das estruturas anatômicas são indicadas em função dos planos de delimitação e secção.
Assim,  duas  estruturas  dispostas  em  um  plano  frontal  serão  chamadas  de  medial  e  lateral  conforme  estejam,
respectivamente, mais próxima ou mais distante do plano mediano do corpo.
Duas  estruturas  localizadas  em  um  plano  sagital  serão  chamadas  de  anterior  (ou  ventral)  e  posterior  (ou  dorsal)
conforme estejam, respectivamente, mais próxima ou mais distante do plano anterior.
Para estruturas dispostas longitudinalmente, os termos são superior (ou cranial) para a mais próxima ao plano cranial e
inferior (ou caudal) para a mais distante deste plano.
Para  estruturas  dispostas  longitudinalmente  nos  membros  emprega­se,  comumente,  os  termos  proximal  e  distal
referindo­se  às  estruturas  respectivamente  mais  próxima  e  mais  distante  da  raiz  do  membro.  Para  o  tubo  digestivo
emprega­se os termos oral e aboral, referindo­se às estruturas respectivamente mais próxima e mais distante da boca.
Uma  terceira  estrutura  situada  entre  uma  lateral  e  outra medial  é  chamada  de  intermédia.  Nos  outros  casos  (terceira
estrutura situada  entre  uma anterior  e  outra  posterior,  ou  entre  uma  superior  e  outra  inferior,  ou  entre  uma  proximal  e
outra distal ou ainda uma oral e outra aboral) é denominada de média.
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Estruturas  situadas ao  longo do plano mediano são denominadas  de medianas,  sendo este  um  conceito  absoluto,  ou
seja, uma estrutura mediana será sempre mediana, enquanto os outros termos de posição e direção são relativos, pois
baseiam­se na comparação da posição de uma estrutura em relação a posição de outra
SISTEMA ESQUELÉTICO
O  Sistema  esquelético  (ou  esqueleto)  humano  consiste  em  um  conjunto  de  ossos,  cartilagens  e  ligamentos  que  se
interligam para  formar o arcabouço do corpo e desempenhar várias  funções,  tais como: proteção  (para órgãos como o
coração, pulmões e sistema nervoso central); sustentação e conformação do corpo; local de armazenamento de cálcio e
fósforo (durante a gravidez a calcificação fetal se faz, em grande parte, pela reabsorção destes elementos armazenados
no  organismo  materno);  sistema  de  alavancas  que  movimentadas  pelos  músculos  permitem  os  deslocamentos  do
corpo, no todo ou em parte e, finalmente, local de produção de várias células do sangue.
O sistema esquelético pode ser dividido em duas grandes porções: uma mediana, formando o eixo do corpo, composta
pelos  ossos  da  cabeça,  pescoço  e  tronco,  o  esqueleto  axial;  outra,  apensa  a  esta,  forma  os membros  e  constitui  o
esqueleto  apendicular.  A  união  entre  estas  duas  porções  se  faz  por  meio  de  cinturas:  escapular  (ou  torácica),
constituída pela escápula e clavícula e pélvica constituída pelos ossos do quadril.
No adulto existem 206 ossos, distribuídos conforme mostra a  tabela 2. Este número varia de acordo com a  idade  (do
nascimento a senilidade há uma redução do número de ossos), fatores individuais e critérios de contagem.
CLASSIFICAÇÃO DOS OSSOS
Há várias maneiras de classificar os ossos. Uma delas é classificá­los por  sua posição  topográfica,  reconhecendo­se
ossos axiais (que pertencem ao esqueleto axial) e apendiculares (que fazem parte do esqueleto apendicular). Entretanto,
a  classificação  mais  difundida  é  aquela  que  leva  em  consideração  a  forma  dos  ossos,  classificando­os  segundo  a
relação  entre  suas  dimensões  lineares  (comprimento,  largura  ou  espessura),  em  ossos  longos,  curtos,  laminares  e
irregulares.
osso longo: seu comprimento  é consideravelmente maior que a largura e a espessura. Consiste em um corpo ou
diáfise e duas extremidades  ou  epífises. A  diáfise  apresenta,  em  seu  interior,  uma  cavidade,  o  canal medular,
que aloja a medula óssea. Exemplos  típicos são os ossos do esqueleto apendicular:  fêmur, úmero,  rádio, ulna,
tíbia, fíbula, falanges.
osso  laminar:  seu  comprimento  e  sua  largura  são  equivalentes,  predominando  sobre  a  espessura.  Ossos  do
crânio,  como  o  parietal,  frontal,  occipital  e  outros  como  a  escápula  e  o  osso  do  quadril,  são  exemplos  bem
demonstrativos. São também chamados (impropriamente) de ossos planos.
osso curto: apresenta equivalência das três dimensões. Os ossos do carpo e do tarso são excelentes exemplos.
osso  irregular:  apresenta  uma  morfologia  complexa  não  encontrando  correspondência  em  formas  geométricas
conhecidas. As vértebras e osso temporal são exemplos marcantes
Estas  quatro  categorias  são  as  categorias  principais  de  se  classificar  um  osso  quanto  à  sua  forma.  Elas,  contudo,
podem ser complementadas por duas outras:
osso pneumático: apresenta uma ou mais cavidades, de volume variável,  revestidas de mucosa e contendo ar.
Estas  cavidades  recebem  o  nome  de  sinus  ou  seio.  Os  ossos  pneumáticos  estão  situados  no  crânio:  frontal,
maxilar, temporal, etmóide e esfenóide
osso sesamóide que se desenvolve na substância de certos  tendões ou da cápsula  fibrosa que envolve certas
articulações. os primeiros são chamados intratendíneos e os segundos periarticulares. A patela é um exemplo  típico
de osso sesamóide intratendíneo.
Assim,  estas  duas  categorias  adjetivam  as  quatro  principais:  o  osso  frontal,  por  exemplo,  é  um  osso  laminar,  mas
também pneumático;  o maxilar  é  irregular,  mas  também  pneumático,  a  patela  é  um  osso  curto, mas  é,  também  um
sesamóide (por sinal, o maior sesamóide do corpo).
ESTRUTURA DOS OSSOS
O estudo microscópico do  tecido ósseo distingue a substância óssea compacta e a esponjosa. Embora os elementos
constituintes sejam os mesmos nos dois  tipos de substância óssea, eles dispõem­se diferentemente  conforme  o  tipo
considerado e seu aspecto macroscópico também difere. Na substância óssea compacta, as lamínulas de tecido ósseo
encontram­se  fortemente  unidas  umas  às  outras  pelas  suas  faces,  sem  que  haja  espaço  livre  interposto.  Por  esta
razão, este tipo é mais denso e rijo. Na substância óssea esponjosa as lamínulas ósseas, mais irregulares em forma e
tamanho, se arranjam de forma a deixar entre si espaços ou lacunas que se comunicam umas com as outras e que, a
semelhança do canal medular, contém medula Nos ossos longos a diáfise é composta por osso compacto externamente
08/05/2017 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA
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ao  canal  medular,  enquanto  as  epífises  são  compostas  por  osso  esponjosoenvolto  por  uma  fina  camada  de  osso
compacto.
Nos  ossos  planos,  a  substância  esponjosa  situa­se  entre  duas  camadas  de  substância  compacta.  Nos  ossos  da
abóbada craniana, a substância esponjosa é chamada de díploe.
Os ossos curtos são formados por osso esponjoso revestido por osso compacto, como nas epífises dos ossos longos.
PERIÓSTEO
No  vivente  e  no  cadáver  o  osso  se  encontra  sempre  revestido  por  delicada membrana  conjuntiva,  com  exceção  das
superfícies  articulares.  Esta  membrana  é  denominada  periósteo  e  apresenta  dois  folhetos:  um  superficial  e  outro
profundo, este em contato direto com a superfície óssea. A camada profunda é chamada osteogênica pelo fato de suas
células  se  transformarem  em  células  ósseas,  que  são  incorporadas  à  superfície  do  osso,  promovendo  assim  o  seu
espessamento.
Os ossos são altamente vascularizados. As artérias do periósteo penetram no osso, irrigando­o e distribuindo­se na medula
óssea. Por esta razão, desprovido do seu periósteo o osso deixa de ser nutrido e morre.
CARTILAGEM
A  cartilagem  é  uma  forma  de  tecido  de  suporte  firme  e  resistente,  mas  não  tanto  como  o  osso.  Não  tem  vasos
sangüíneos  nem  linfáticos  e  não  recebe  nervos.  Três  tipos  são  conhecidos  ­  cartilagem  hialina,  fibrocartilagem  e
cartilagem elástica.
a cartilagem hialina tem uma aparência translúcida, branco­azulada. É o tipo de mais larga distribuição e aparece
no modelo cartilagíneo dos ossos em desenvolvimento. Ela persiste, na vida adulta,  como cartilagem articular,
nas extremidades dos ossos; como cartilagens costais, da traquéia, do nariz, septo nasal dos brônquios e como
as maiores  cartilagens  da  laringe.  Os  representantes  não­articulares  da  cartilagem  hialina  têm  tendência  a  se
ossificar mais tarde na vida.
a  fibrocartilagem  consiste  em  coleções  densas  de    fibras  colágenas  nas  quais  está  misturada  uma  matriz
cartilagínea. Ela é menos homogênea que a  cartilagem hialina,  porém é mais  resistente e mais  flexível. Ocorre
nos  discos  intervertebrais  e  articulares  e  nas  orlas  glenoidais  de  certas  articulações.  Está  presente  na  sínfise
púbica e cobre tendões onde estes têm relação com ossos.
a  cartilagem  elástica  é  atravessada  por  uma  rica  rede  de  fibras  elásticas,  o  que  lhe  dá,  além  de  uma  aparência
amarelada, a capacidade de retornar rapidamente a sua forma original, quando tracionada ou torcida. A cartilagem
elástica ocorre somente nas partes móveis do ouvido externo, no nariz e na epiglote.
LIGAMENTOS
Um  ligamento é uma  faixa ou corda bem definida de  tecido  fibroso unindo dois ossos. A maioria dos  ligamentos atua
resistindo  ao movimento  de  uma  articulação  em  uma  direção  específica.  Existem  aqueles  que  são  espessamentos
localizados da cápsula da articulação  (ligamentos capsulares), outros que são completamente  isolados da cápsula da
articulação sobre a qual atuam  (ligamentos extracapsulares) e outros, ainda, que estão situados dentro da  articulação
(ligamentos intracapsulares).
Algumas estruturas,  tais como o  ligamento  inguinal e o  ligamento  redondo do  fígado, que  recebem a denominação de
ligamentos  não  o  são  no  sentido  estrito  do  termo.  Também  distantes  deste  sentido  estrito,  recebem  o  nome  de
ligamentos, algumas pregas do peritônio, que contêm vasos sangüíneos e tecido conjuntivo e unem uma víscera a outra
ou a parede do corpo.
ARTICULAÇÕES
Articulação ou juntura é a conexão entre duas ou mais peças esqueléticas (ossos ou cartilagens). Essas uniões não só
colocam as  peças  do  esqueleto  em  contato,  como  também  permitem  que  o  crescimento  ósseo  ocorra  e  que  certas
partes do esqueleto mudem de  forma durante o parto. Além disto, capacitam que partes do corpo se movimentem em
resposta a contração muscular.
Embora  apresentem  consideráveis  variações  entre  elas,  as  articulações  possuem  certos  aspectos  estruturais  e
funcionais em comum que permitem classificá­las em três grandes grupos: fibrosas, cartilaginosas e sinoviais. O critério
para esta divisão é o da natureza do elemento que se interpõe às peças que se articulam.
ARTICULAÇÕES FIBROSAS
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As articulações nas quais o elemento que se interpõe às peças que se articulam é o tecido conjuntivo fibroso são ditas
fibrosas (ou sinartroses). O grau de mobilidade delas, sempre pequeno, depende do comprimento das fibras interpostas.
Existem três tipos de articulações fibrosas: sutura, sindesmose e gonfose.
As suturas, que são encontradas somente entre os ossos do crânio, são formadas por várias camadas fibrosas, sendo
a união suficientemente íntima de modo a limitar intensamente os movimentos, embora confiram uma certa elasticidade 
ao crânio. A maneira pela qual as bordas dos ossos articulados entram em contato é variável, reconhecendo­se suturas
planas (união  linear  retilínea  ou  aproximadamente  retilínea),  suturas  escamosas  (união  em  bisel)  e  suturas  serreadas
(união em linha “denteada”). No crânio, a articulação entre os ossos nasais é uma sutura plana; entre os parietais, sutura
denteada; entre o parietal e o temporal, escamosa.
No  crânio  do  feto  e  recém­nascido,  onde  a  ossificação  ainda  é  incompleta,  a  quantidade  de  tecido  conjuntivo  fibroso
interposto é muito maior, explicando a grande separação entre os ossos e uma maior mobilidade. Estas áreas fibrosas
são  denominadas  fontículos  (ou  fontanelas).  São  elas  que  permitem,  no  momento  do  parto,  uma  redução  bastante
apreciável  do  volume  da  cabeça  fetal  pela  sobreposição  dos  ossos  do  crânio.  Esta  redução  de  volume  facilita  a
expulsão do feto para o meio exterior.
Na  idade  avançada  pode  ocorrer  ossificação  do  tecido  interposto  (sinostose),  fazendo  com  que  as  suturas,  pouco  a
pouco, desapareçam e, com elas, a elasticidade do crânio.
Nas  sindesmoses  os  ossos  estão  unidos  por  uma  faixa  de  tecido  fibroso,  relativamente  longa,  formando  ou  um
ligamento  interósseo ou uma membrana  interóssea, nos casos,  respectivamente de menor ou maior  comprimento  das
fibras, o que condiciona um menor ou maior grau de movimentação. Exemplos típicos são a sindesmose tíbio­fibular e a
membrana interóssea radio­ulnar.
Gonfose  é  a  articulação  específica  entre  os  dentes  e  seus  receptáculos,  os  alvéolos  dentários.  O  tecido  fibroso  do
ligamento periodontal segura firmemente o dente no seu alvéolo. A presença de movimentos nesta articulação significa
uma condição patológica.
ARTICULAÇÕES CARTILAGINOSAS
Nas articulações cartilaginosas o tecido que se interpõe é a cartilagem. Quando se trata de cartilagem hialina, temos as
sincondroses; nas sínfises a cartilagem é  fibrosa. Em ambas a mobilidade é reduzida. As sincondroses são  raras e o
exemplo mais típico é a sincondrose esfeno­occipital que pode ser visualizada na base do crânio. Exemplo de sínfise é
a união, no plano mediano, entre as porções púbicas dos ossos do quadril,  constituindo a sínfise púbica. Também as
articulações  que  se  fazem  entre  os  corpos  das  vértebras  podem  ser  consideradas  como  sínfise,  uma  vez  que  se
interpõe entre eles um disco de fibrocartilagem ­ o disco intervertebral.
ARTICULAÇÕES SINOVIAIS
A  mobilidade  exige  livre  deslizamento  de  uma  superfície  óssea  contra  outra  e  isto  é  impossível  quando  entre  elas
interpõe­se um meio de ligação, seja fibroso ou cartilagíneo. Para que haja o grau desejável de movimento, em muitas
articulações,  o  elemento  que  se  interpõe  às  peças  que  se  articulam  é  um  líquido  denominado  sinóvia,  ou  líquido
sinovial.
Além  da  presença  deste  líquido,  as  articulações  sinoviais  possuem  trêsoutras  características  básicas:  cartilagem
articular, cápsula articular e cavidade articular.
a  cartilagem  articular  é  a  cartilagem  do  tipo  hialino  que  reveste  as  superfícies  em  contato  numa  determinada
articulação (superfícies articulares), ou seja, a cartilagem articular é a porção do osso que não  foi  invadida pela
ossificação.  Em  virtude  deste  revestimento  as  superfícies  articulares  se  apresentam  lisas,  polidas  e  de  cor
esbranquiçada.  A  cartilagem  articular  é  avascular  e  não  possui  também  inervação.  Sua  nutrição,  portanto,
principalmente nas áreas mais centrais, é precária, o que torna a regeneração, em caso de lesões, mais difícil e
lenta.
a cápsula articular é uma membrana conjuntiva que envolve a articulação sinovial como um manguito. Apresenta­
se  com  duas  camadas:  a  membrana  fibrosa  (externa)  e  a  membrana  sinovial  (interna).  A  primeira  é  mais
resistente e pode estar reforçada, em alguns pontos, por ligamentos , destinados a aumentar sua resistência. Em
muitas  articulações  sinoviais,  todavia,  existem  ligamentos  independentes  da  cápsula  articular  e  em  algumas,
como na do joelho, aparecem também ligamentos intra­articulares.
cavidade articular é o espaço existente entre as superfícies articulares, estando preenchido pelo líquido sinovial
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Ligamentos e cápsula articular têm por finalidade manter a união entre os ossos, mas além disto,  impedem o movimento
em planos indesejáveis e limitam a amplitude dos movimentos considerados normais.
A membrana sinovial é a mais  interna das camadas da cápsula articular. É abundantemente vascularizada e  inervada,
sendo encarregada da produção da sinóvia  (líquido sinovial), o qual  tem consistência similar a clara do ovo e  tem por
funções lubrificar e nutrir as cartilagens articulares. O volume de líquido sinovial presente em uma articulação é mínimo,
somente o suficiente para revestir delgadamente as superfícies articulares e localiza­se na cavidade articular.
Além destas características, que são comuns a todas articulações sinoviais, em várias delas encontram­se formações
fibrocartilagíneas, interpostas às superfícies articulares, os discos e meniscos, de função discutida: serviriam à melhor
adaptação  das  superfícies  que  se  articulam  (tornando­as  congruentes)  ou  seriam  estruturas  destinadas  a  receber
violentas pressões, agindo como amortecedores. Meniscos, com sua característica forma de meia lua, são encontrados
na articulação do joelho. Discos são encontrados nas articulações esternoclavicular e temporomandibular.
MOVIMENTOS DAS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS
As articulações fibrosas e cartilagíneas tem um mínimo grau de mobilidade. Assim, a verdadeira mobilidade articular é
dada pelas articulações sinoviais. Estes movimentos ocorrem, obrigatoriamente, em torno de um eixo, denominado eixo
de  movimento.  A  direção  destes  eixos  é  ântero­posterior,  látero­lateral  e  longitudinal.  Na  análise  do  movimento
realizado,  a  determinação  do  eixo  de  movimento  é  feita  obedecendo  a  regra,  segundo  a  qual,  a  direção  do  eixo  de
movimento  é  sempre  perpendicular  ao  plano  no  qual  se  realiza  o movimento  em  questão.  Assim,  todo movimento  é
realizado  em  um  plano  determinado  e  o  seu  eixo  de  movimento  é  perpendicular  àquele  plano.  Os  movimentos
executados pelos  segmentos do  corpo  recebem nomes específicos  e  aqui  serão  definidos,  a  seguir,  apenas  os mais
comuns:
flexão e extensão são movimentos angulares, ou seja,  neles ocorre uma diminuição ou um aumento do ângulo
existente entre o segmento que se desloca e aquele que permanece fixo. Quando ocorre a diminuição do ângulo
diz­se que há  flexão;   quando ocorre o aumento,  realizou­se a extensão, exceto para o pé. Neste caso, não se
usa a expressão extensão do pé:  os movimentos  são definidos  como  flexão dorsal  e  flexão plantar  do  pé. Os
movimentos  angulares  de  flexão  e  extensão  ocorrem  em  plano  sagital  e,  seguindo  a  regra,  o  eixo  desses
movimentos é látero­lateral.
adução  e  abdução  que  são movimentos  nos  quais  o  segmento  é  deslocado,  respectivamente,  em  direção  ao
plano mediano  ou  em direção  oposta,  isto  é,  afastando­se  dele.  Para  os  dedos  prevalece  o  plano mediano  do
membro.  Os movimentos  da  adução  e  abdução  desenvolvem­se  em  plano  frontal  e  seu  eixo  de movimento  é
ântero­posterior.
rotação  que  é  o  movimento  em  que  o  segmento  gira  em  torno  de  um  eixo  longitudinal  (vertical).  Assim,  nos
membros, pode­se reconhecer uma rotação medial, quando a  face anterior do membro gira em direção ao plano
mediano do corpo, e uma rotação lateral, no movimento oposto. A rotação é feita em plano horizontal e o eixo de
movimento, perpendicular a este plano é vertical.
circundução, é o resultado do movimento combinatório que inclui a adução, extensão, abdução, flexão e rotação.
Neste  tipo  de movimento,  a  extremidade  distal  do  segmento  descreve  um  círculo  e  o  corpo  do  segmento,  um
cone, cujo vértice é representado pela articulação que se movimenta.
CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL DAS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS
O movimento nas articulações depende, essencialmente, da forma das superfícies que entram em contato e dos meios
de união que podem  limitá­lo. Na dependência destes  fatores as articulações podem realizar movimentos em  torno de
um,  dois  ou  três  eixos.  Este  é  o  critério  adotado  para  classificá­las  funcionalmente.  Quando  uma  articulação  realiza
movimentos apenas em torno de um eixo, diz­se que é mono­axial ou que possui um só grau de liberdade; será bi­axial
a que os realiza em torno de dois eixos (dois graus de  liberdade); e  tri­axial se eles  forem realizados em torno de  três
eixos (três graus de liberdade). Assim, as articulações que só permitem a flexão e extensão, como a do cotovelo, são
mono­axiais;  aquelas  que  realizam extensão,  flexão,  adução  e  abdução,  como a  radio­cárpica  (articulação  do  punho),
são bi­axiais;  finalmente, as que além de  flexão, extensão, abdução e adução, permitem também a rotação, são ditas
tri­axiais, cujos exemplos típicos são as articulações do ombro e do quadril.
CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA DAS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS
O  critério  de  base  para  a  classificação morfológica  das  articulações  sinoviais  é  a  forma  das  superfícies  articulares.
Contudo, às vezes é difícil  fazer esta correlação. Além disto, existem divergências entre anatomistas quanto não só a
classificação  de  determinadas  articulações,  mas  também  quanto  à  denominação  dos  tipos.  De  acordo  com  a
nomenclatura anatômica, os tipos morfológicos de articulações sinoviais são:
plana,  na  qual  as  superfícies  articulares  são  planas  ou  ligeiramente  curvas,  permitindo  deslizamento  de  uma
superfície sobre a outra em qualquer direção. A articulação acromioclavicular  (entre o acrômio  da  escápula  e  a
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clavícula) é um exemplo. Deslizamento existe em  todas as articulações sinoviais mas nas articulações planas
ele é discreto, fazendo com que a amplitude do movimento seja bastante reduzida. Entretanto, deve­se ressaltar
que  pequenos  deslizamentos  entre  vários  ossos  articulados  permitem  apreciável  variedade  e  amplitude  de
movimento. É isto que ocorre, por exemplo, nas articulações entre os ossos curtos do carpo, do tarso e entre os
corpos das vértebras.
gínglimo, ou dobradiça, sendo que os nomes referem­se muito mais ao movimento (flexão e extensão) que elas
realizam do que à forma das superfícies articulares. A articulação do cotovelo é um bom exemplo de gínglimo e a
simples observação mostra como a superfíciearticular do úmero, que entra em contato com a ulna, apresenta­se
em forma de carretel. Todavia, as articulações entre as  falanges  também são do  tipo gínglimo e nelas a  forma
das  superfícies  articulares  não  se  assemelha  a  um  carretel.  Este  é  um  caso  concreto  em  que  o  critério
morfológico não foi rigorosamente obedecido. Realizando apenas flexão e extensão, as articulações sinoviais do
tipo gínglimo são mono­axiais.
trocóide, na qual, as superfícies articulares são segmentos de cilindro e, por esta razão, cilindróides talvez fosse
um termo mais apropriado para designá­las. Estas articulações permitem rotação e seu eixo de movimento, único, é
vertical: são mono­axiais. Um exemplo típico é a articulação radio­ulnar proximal (entre o rádio e a ulna) responsável
pelos movimentos de pronação e supinação do antebraço. Na pronação ocorre uma rotação medial do rádio e, na
supinação, rotação lateral. Na posição de descrição anatômica o antebraço está em supinação.
condilar,  cujas  superfícies  articulares  são  de  forma  elíptica  e  elipsóide  seria  talvez  um  termo mais  adequado.
Estas articulações permitem  flexão,  extensão, abdução e adução, mas não a  rotação. Possuem  dois  eixos  de
movimento,  sendo  portanto  bi­axiais.  A  articulação  radio­cárpica  (ou  do  punho)  é  um  exemplo.  Outros  são  a
articulação temporomandibular e as articulações metacarpofalângicas.
selar, na qual a superfície articular de uma peça esquelética tem a forma de sela, apresentando concavidade num
sentido e convexidade em outro, e se encaixa numa segunda peça onde convexidade e concavidade apresentam­
se no sentido  inverso da primeira. A articulação carpo­metacárpica do polegar é exemplo  típico. É  interessante
notar  que  esta  articulação  permite  flexão,  extensão,  abdução,  adução  e  rotação  (conseqüentemente,  também
circundução)  mas  é  classificada  como  bi­axial.  O  fato  é  justificado  porque  a  rotação  isolada  não  pode  ser
realizada ativamente pelo polegar sendo só possível com a combinação dos outros movimentos.
esferóide, que apresenta superfícies articulares que são segmentos de esferas e se encaixam em receptáculos
ocos. O suporte de uma caneta de mesa, que pode ser movimentado em qualquer direção, é um exemplo  não
anatômico  de  uma  articulação  esferóide.  Este  tipo  de  articulação  permite movimentos  em  torno  de  três  eixos,
sendo portanto, tri­axial. Assim, a articulação do ombro (entre o úmero e a escápula) e a do quadril (entre o osso
do quadril e o fêmur) permitem movimentos de flexão, extensão, adução, abdução, rotação e circundução.
COMPLEXIDADE DE ORGANIZAÇÃO
Quando  apenas  dois  ossos  entram  em  contato  numa  articulação  sinovial  diz­se  que  ela  é  simples  (por  exemplo,  a
articulação do ombro); quando três ou mais ossos participam da articulação ela é denominada composta (a articulação
do cotovelo envolve três ossos: úmero, ulna e rádio).
INERVAÇÃO
As  articulações  sinoviais  são  muito  inervadas.  Os  nervos  são  derivados  dos  que  suprem  a  pele  adjacente  ou  os
músculos que movem as articulações.
As  terminações  nervosas  sensíveis  a  dor  são  numerosas  na  membrana  fibrosa  da  cápsula  e  nos  ligamentos  e  são
sensíveis ao estiramento e à torção destas estruturas. Contudo, o principal tipo de sensibilidade é a propriocepção.
Das terminações proprioceptoras da cápsula ­ fusos neurotendinosos ­ partem impulsos que interpretados no sistema
nervoso central informam sobre a posição relativa dos ossos da articulação, do grau e direção de movimento. As vezes,
essas informações são inconscientes, e atuam em nível de medula espinhal para controle dos músculos que agem
sobre a articulação.
MÚSCULOS
A capacidade de reagir em resposta a uma modificação do meio ambiente constitui uma das propriedades fundamentais
do protoplasma animal. Assim, um ser unicelular em contato com um agente irritante contrai­se no ponto de estímulo e
emite um prolongamento do citoplasma no ponto oposto àquele que  foi estimulado. Diz­se que a célula contraiu­se  ao
ser estimulada, distanciando­se do agente de estímulo; em suma, ocorreu um movimento. Porém, sendo unicelular, ele
deve  realizar  com  uma  única  célula,  um  sem  número  de  atividades:  respiração,  absorção,  excreção  etc.  Nos  seres
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multicelulares,  as  células  diferenciam­se  para  realizar  funções  específicas:  algumas  são  apropriadas  à  respiração,
outras  à  absorção,  etc.  As  chamadas  células  musculares  especializam­se  para  a  contração  e  o  relaxamento.  Estas
células  agrupam­se  em  feixes  para  formar  massas macroscópicas  chamadas músculos,  os  quais  acham­se  fixados
pelas  suas  extremidades.  Assim,  músculos  são  estruturas  que movem  os  segmentos  do  corpo  por  encurtamento  da
distancia que existe entre suas extremidades fixadas, ou seja, por contração. Dentro do aparelho locomotor, constituído
pelos ossos, articulações e músculos, estes últimos são os elementos ativos do movimento. Além de tornar possível o
movimento,  a  musculatura  também mantém  unidas  as  peças  do  esqueleto,  determinando  a  posição  e  a  postura  do
esqueleto.
MÚSCULO ESQUELÉTICO
A célula muscular está normalmente sob o controle do sistema nervoso. Cada músculo possui o seu nervo motor, o qual
divide­se  em  muitos  ramos  para  poder  controlar  todas  as  células  do  músculo.  As  divisões  mais  delicadas,
microscópicas,  destes  ramos  terminam,  em  cada  célula  muscular,  num  mecanismo  especializado  conhecido  como
placa motora. Quando o impulso nervoso passa através do nervo, a placa motora transmite o impulso à célula muscular
determinando a  sua contração. Se o  impulso para a  contração  resulta de  um ato  de  vontade  diz­se  que  o músculo  é
voluntário; se o impulso parte de uma porção do sistema nervoso sobre o qual o indivíduo não tem controle consciente,
diz­se  que  o  músculo  é  involuntário.  Os  músculos  voluntários  distinguem­se  histologicamente  dos  involuntários  por
apresentar  estriações  transversais.  Por  esta  razão  são  estriados,  enquanto  os  involuntários  são  lisos.  O  músculo
cardíaco, por sua vez, assemelha­se ao músculo estriado, histologicamente, mas atua como músculo involuntário, além
de  se  diferenciar  dos  dois    por  uma  série  de  características  que  lhe  são  próprias.  Também  é  possível  distinguir  os
músculos estriados dos lisos pela topografia: os primeiros são esqueléticos, isto é, estão fixados, pelo menos por uma das
extremidades,  ao  esqueleto;  os  últimos  são  viscerais,  isto  é,  são  encontrados  na  parede  das  vísceras  de  diversos
sistemas  do  organismo.  Entretanto, músculos  estriados  são  também encontrados  em  algumas  vísceras,  e músculos
lisos podem estar, excepcionalmente, submetidos ao controle da vontade.
Um  músculo  esquelético  típico  possui  uma  porção  média  e  extremidades.  A  porção  média  é  carnosa,  vermelha  no
vivente e recebe o nome de ventre muscular. Nele predominam as  fibras musculares, sendo, portanto a parte ativa do
músculo,  isto  é,  a  parte  contrátil.  Quando  as  extremidades  são  cilindróides  ou  então  têm  forma  de  fita,  chamam­se
tendões; quando são laminares, recebem a denominação de aponeuroses.
Tanto  tendões  quanto  aponeuroses  são  esbranquiçados  e  brilhantes,  muito  resistentes  e  praticamente  inextensíveis,
constituídos por tecido conjuntivo denso, rico em fibras colágenas. De um modo geral, os músculos se prendem a duas
áreas do corpo, em geral no esqueleto, por  seus  tendões e aponeuroses,  enquanto o  ventre muscular  não se prende,
para que possa contrair­se livremente. Na contração muscular, uma delas permanece fixa e a outra se move. A fixa é a
origem e a móvel é a inserção.Portanto, os conceitos de origem e inserção são dinâmicos, dependendo de que peça se
move e de qual permanece fixa.
Estes conceitos, que são genéricos, admitem algumas exceções,  tais como: os tendões ou aponeuroses nem sempre
se  prendem  ao  esqueleto,  podendo  fazê­lo  em  outros  elementos  (cartilagem,  cápsulas  articulares,  septos
intermusculares, derme, tendão de outro músculo etc.); em um grande número de músculos, as fibras dos tendões têm
dimensões  tão reduzidas que se  tem a  impressão de que o ventre muscular se prende diretamente no osso;   em uns
poucos músculos, aparecem tendões interpostos a ventres de um mesmo músculo, e esses tendões não servem para
fixação no esqueleto.
A fáscia muscular é uma lâmina de tecido conjuntivo que envolve cada músculo. A espessura da fáscia muscular varia
de músculo para músculo, dependendo de sua  função. Às vezes a fáscia muscular é muito espessada e pode contribuir
para prender o músculo ao esqueleto.
Para  que  os  músculos  possam  exercer  eficientemente  um  trabalho  de  tração  ao  se  contrair,  é  necessário  que  eles
estejam  dentro  de  uma  bainha  elástica  de  contenção,  papel  executado  pela  fáscia  muscular.  Outra  função
desempenhada pelas fáscias é permitir o fácil deslizamento dos músculos entre si.
Em algumas regiões do corpo as fáscias musculares vão além de serem somente envoltórios musculares. Assim, nos
membros, além de cada músculo  ser  envolvido  por  sua  fáscia,  todo  o  conjunto muscular  também é  envolto  por  uma
fáscia mais espessa, da qual partem prolongamentos que vão se fixar nos ossos, separando grupos musculares. Estes
prolongamentos  são  chamados  de  septos  intermusculares.  A  fáscia  muscular  que  envolve  os  músculos  da  parede
abdominal apresenta setores ocupados por músculos e setores desocupados.
CLASSIFICAÇÃO  MORFOLÓGICA DOS MÚSCULOS ESQUELÉTICOS
Os músculos são classificados de várias formas. As mais comumente empregadas são as que o  fazem em relação à
forma do músculo e ao arranjo de suas fibras e às extremidades e ao ventre muscular
A  função do músculo condiciona sua  forma e arranjo de  suas  fibras.  como as  funções dos músculos  são múltiplas e
variadas, também o são sua morfologia e arranjo de suas fibras. De um modo geral e amplo, os músculos têm as fibras
dispostas paralelas ou  oblíquas à direção de tração exercida pelo músculo.
08/05/2017 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA
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A  disposição  paralela  das  fibras  pode  ser  encontrada  tanto  em  músculos  nos  quais  predomina  o  comprimento  ­
músculos  longos­,  quanto  em  músculos  nos  quais  comprimento  e  largura  se  equivalem  ­  músculos  largos  ­.  Nos
músculos longos é muito comum notar­se uma convergência das fibras musculares em direção aos tendões de origem e
inserção,  de  tal  modo  que  na  parte  média  o  músculo  tem  maior  diâmetro  que  nas  extremidades  e  por  seu  aspecto
característico é denominado fusiforme. Músculos fusiformes são muito freqüentes nos membros. Nos músculos largos,
as fibras podem convergir para um tendão em uma das extremidades, tomando o aspecto de leque.
Músculos cujas  fibras são oblíquas em relação aos  tendões denominam­se penados, porque esta disposição  lembra a
das  barbas  de  uma  pena.  Se  os  feixes  musculares  se  prendem  numa  só  borda  do  tendão  fala­se  em  músculo
unipenado, se os feixes se prendem nas duas bordas do tendão, será bipenado.
Quando os músculos se originam por mais de um tendão, diz­se que apresentam mais de uma cabeça de origem. São
então classificados como músculos bíceps, tríceps ou quadríceps, conforme apresentam 2, 3 ou 4 cabeças de origem.
Exemplos clássicos são encontrados na musculatura dos membros e a nomenclatura acompanha a  classificação: m.
bíceps braquial, m. tríceps da perna, m. quadríceps da coxa.
Do mesmo modo, os músculos podem inserir­se  por mais de um tendão. Quando há dois tendões, são bicaudados; três
ou mais, policaudados.
Alguns  músculos  apresentam  mais  de  um  ventre  muscular,  com  tendões  intermediários  situados  entre  eles.  São
digástricos os músculos que apresentam dois ventres e poligástricos os que apresentam maior número de ventres.
CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL DOS MÚSCULOS ESQUELÉTICOS
Quando um músculo é o agente principal na execução de um movimento ele é um agonista. Quando um músculo  se
opõe ao  trabalho de um agonista, é um antagonista. Quando atua no sentido de eliminar algum movimento  indesejado
que poderia ser produzido pelo agonista é um sinergista. Assim, o músculo braquial quando se contrai é o agente ativo
na  flexão  do  antebraço,  sendo  pois  um  agonista.  O  músculo  tríceps  braquial,  que  opõe­se  a  este  movimento,
retardando­o,  para  que  ele  não  ocorra  bruscamente,  atua  como  um  antagonista.  Na  flexão  dos  dedos,  os  músculos
flexores dos dedos são os agonistas. Como os tendões de inserção destes músculos cruzam a articulação do punho, a
tendência natural é provocar também a flexão da mão. Isto não ocorre porque outros músculos, como os extensores do
carpo,  se  contraem  e  desta  forma  estabilizam  a  articulação  do  punho,  impedindo  o movimento  indesejado  e  atuando
assim como sinergistas.
Os músculos que  fixam um segmento do corpo para permitir um apoio básico nos movimentos executados por outros
músculos são chamados de fixadores ou posturais, como ocorre na contração dos músculos abdominais para permitir a
flexão  do  braço  contra  resistência.  Alguns  anatomistas  consideram  os  sinergistas  como  uma  subcategoria  dos
fixadores.  Independente de sutilezas conceituais, é  importante notar que estes conceitos são  dinâmicos,  ou  seja,  um
músculo que em determinado momento é agonista em outro pode ser antagonista ou fixador ou sinergista.
MECÂNICA MUSCULAR
A contração do  ventre muscular  vai  produzir  um  trabalho mecânico,  em geral  representado  pelo  deslocamento  de  um
segmento do corpo. Ao contrair­se o ventre muscular, há um encurtamento do comprimento do músculo e conseqüente
deslocamento da peça esquelética.
O  trabalho  realizado  por  um  músculo  depende  da  potência  do  músculo  e  da  amplitude  de  contração  do  mesmo.  A
amplitude de contração depende do comprimento das fibras musculares. Assim, um músculo longo tem o mais alto grau
de encurtamento. A potência  (ou  força) é  função do número de  fibras que se contraem e número de  fibras contido em
uma secção transversal do músculo, o que é medido em ângulo reto com o eixo maior dos fascículos musculares e não
com o eixo maior do músculo como um todo.
Desta forma, o que um músculo penado perde em amplitude de contração, ganha em força.
Como  foi  anteriormente  dito,  o  trabalho  do  músculo  se  manifesta  pelo  deslocamento  de  um  (ou  mais)  osso(s).  Os
músculos agem sobre os ossos como potências sobre braços de alavancas. No caso da musculatura cardíaca  e  dos
músculos  lisos,  geralmente  situadas  nas  paredes  de  vísceras  ocas  ou  tubulares,  também  se  produz  um  trabalho:  a
contração da musculatura destes órgãos reduz seu volume ou seu diâmetro e desta forma vai expelir ou impulsionar seu
conteúdo.
A  célula  muscular  obedece  a  chamada  lei  do  tudo  ou  nada,  ou  seja,  ou  está  completamente  contraída  ou  está
totalmente relaxada. Assim, a quantidade de fibras musculares que vai estar envolvida com o trabalho de um músculo,
ao mesmo tempo, vai depender de quantas unidades motoras ele possua. Denomina­se unidade motora ao conjunto de
fibras de um músculo  supridas  pelo mesmo neurônio. Desta  forma  um músculo  com poucas  unidades motoras  é  um
músculo de movimentos mais grosseiros, enquanto aquele que possui muitas unidades motoras é capaz de movimentos
de alta precisão e delicadeza.
SISTEMA CIRCULATÓRIO
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O sistema circulatório é dividido em sistema circulatório sangüíneo, com as funções de levar oxigênio e nutrientes aos
tecidos  e  deles  trazer  seus  produtos,  que  serão  redistribuídos  a  outros  órgãos  e  tecidos  e  seus  resíduos,  que  serão
eliminados  (ver  sistema  urinário)  e  em  sistema  circulatório  linfático,  que  transporta  para  a  circulação  sangüínea  o
excesso de líquido intersticial, bem como substâncias de grande tamanho, incapazes de passar diretamente dos tecidos
para aquela. Além disto ajuda na defesa do organismo contra o ataque de microrganismos.
Em síntese o  sistema circulatório  pode  ser  dividido  em:  sistema  sangüíneo  composto  por  artérias,  veias,  capilares  e
coração  e  cujo  fluido  é  o  sangue  e  em  sistema  linfático,  formado  por  vasos  linfáticos,  linfonodos,  tonsilas  e  órgãos
hemopoiéticos e cujo fluido é a linfa.
SISTEMA CIRCULATÓRIO SANGÜÍNEO
O  sistema  circulatório  sangüíneo  é  formado  por  um  circuito  fechado  de  tubos  (artérias,  capilares  e  veias)  dentro  dos
quais circula o sangue e por um órgão central, o coração, que atua como bomba aspirante­premente.
ARTÉRIAS
As artérias são os vasos que transportam o sangue centrifugamente ao coração. Distribuem­se por praticamente todo o
corpo,  iniciando por grandes  troncos que vão se  ramificando progressivamente. Estes  ramos podem ser  colaterais  ou
terminais.  Quando  uma  artéria  dá  ramos  e  deixa  de  existir  por  causa  desta  divisão,  diz­se  que  estes  ramos  são
terminais. Quando a artéria emite ramos e continua a existir, estes ramos são chamados de colaterais. Estes, que são a
grande maioria dos ramos arteriais, se separam do tronco arterial mais comumente em ângulo agudo, mas podem fazê­
lo em ângulo  reto ou, mais  raramente, em ângulo obtuso. Estes  seguem um  trajeto  retrógrado e  são denominados de
recorrentes.
CAPILARES
As artérias se ramificam e se tornam, progressivamente, menos calibrosas e com as paredes mais finas, até chegarem aos capilares,
que são de dimensões microscópicas e cujas paredes são uma simples camada de células (endotélio). Sua distribuição é quase
universal no corpo, sendo rara sua ausência, como ocorre na epiderme, na cartilagem hialina, na córnea e no cristalino. É ao nível dos
capilares, graças a aberturas existentes entre células endoteliais vizinhas( poros capilares), que ocorrem as trocas entre o sangue e os
tecidos. Estas aberturas variam de dimensões de tecido para tecido.
VEIAS
As veias são os vasos que  transportam o sangue centripetamente ao  coração. Sua  formação  lembra a  formação dos
rios:  afluentes  vão  confluindo no  leito  principal  e  o  caudal  deste  torna­se progressivamente mais  volumoso.  As  veias
recebem numerosas tributárias e seu calibre aumenta à medida que se aproximam do coração, exatamente o oposto do
que ocorre com as artérias, nas quais o calibre vai diminuindo à medida que emitem ramos e se afastam do coração. De
acordo com sua localização em relação às camadas do corpo, as veias são classificadas em superficiais e profundas.
Estas  podem  ser  solitárias.  ou  seja,  não  acompanham  artérias  ou  ,  o  que  é  mais  comum,  satélites,  quando
acompanham  as  artérias.  Neste  caso  são,  geralmente,  em  número  de  duas  para  cada  artéria.  As  veias  superficiais
possuem trajeto independente do das artérias e se comunicam com as profundas por inúmeras anastomoses. Na superfície interna
de muitas veias existem pregas membranosas, de forma semilunar, geralmente aos pares, denominadas válvulas, as quais
,  por  direcionarem  o  fluxo  sangüíneo,  contrabalançam  a  ação  da  gravidade,  desfavorável  à  circulação  nas  veias  de
trajeto  ascendente.  Assim,  nas  veias  dos  membros  as  válvulas  são  comuns,  enquanto  na  cabeça  e  pescoço  são
ausentes ou vestigiais.
CORAÇÃO
O coração, localizado no mediastino torácico ( porção mediana do tórax, compreendida entre as cavidades pulmonares é
um órgão muscular oco que  funciona como uma bomba contrátil­propulsora. O  tecido muscular que  forma o coração é
de  tipo  especial,  tecido  muscular  estriado  cardíaco,  e  constitui  sua  camada  média,  o  miocárdio.  Este  é  revestido
internamente por endotélio, o qual é contínuo com a camada íntima dos vasos que chegam ou saem do coração. Esta
camada  interna  é  o  endocárdio.  Externamente  ao  miocárdio,  há  uma  serosa  revestindo­o,  denominada  epicárdio.  A
cavidade do coração é subdividida em quatro câmaras: duas à direita, o átrio e o ventrículo direitos e duas à esquerda, o
átrio  e  o  ventrículo  esquerdos.  O  átrio  direito  se  comunica  com  o  ventrículo  direito  através  do  óstio  atrioventricular
direito, no qual existe um dispositivo direcionador do fluxo, a valva tricúspide. O mesmo ocorre à esquerda, através do
óstio  atrioventricular  esquerdo,  cujo  dispositivo  direcionador  de  fluxo  é  a  valva  mitral.  As  cavidades  direitas  são
separadas das esquerdas pelos septos interatrial e interventricular.
Ao átrio direito, através das veias cavas inferior e superior chega o sangue venoso do corpo (com baixa pressão de O2 e
alta  pressão  de  CO2).  Ele  passa  ao  ventrículo  direito  através  do  óstio  atrioventricular  direito  e  deste  vai  ao  tronco
pulmonar  e  daí,  através  das  artérias  pulmonares  direita  e  esquerda,  dirige­se  aos  pulmões,  onde  ocorrerá  a  troca
gasosa, com CO2 sendo  liberado dos capilares pulmonares para o meio ambiente e com O2  sendo absorvido do meio
ambiente para os capilares pulmonares. Estes capilares confluem e, progressivamente, se formam as veias pulmonares
que  levam sangue  rico em O2  para o átrio esquerdo. Deste,  o  sangue passa  ao  ventrículo  esquerdo  através  do  óstio
atrioventricular esquerdo e daí vai para a artéria aorta, que inicia sua distribuição pelo corpo.
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O  trajeto  ventrículo  esquerdo    aorta    artérias  de  calibres  progressivamente  menores  capilares    veias  de
calibres progressivamente maiores   veias cavas superior e inferior   átrio direito,  é chamado de grande circulação ou
circulação sistêmica.
O  trajeto ventrículo direito    tronco pulmonar   artérias  pulmonares  direita  e  esquerda,  com  redução progressiva  de
calibre   capilares pulmonares   veias pulmonares com aumento progressivo de calibre   átrio esquerdo,  é chamado
de pequena circulação ou circulação pulmonar.
PERICÁRDIO
Envolvendo o coração, separando­o dos outros órgãos do tórax e limitando sua distensão existe um saco fibro­seroso, o
pericárdio. Ele é constituído por uma camada externa fibrosa, o pericárdio  fibroso e por uma camada  interna serosa, o
pericárdio  seroso.  Este  possui  uma  lâmina  parietal,  aderente  ao  pericárdio  fibroso  e  uma  lâmina  serosa,  aderente  ao
miocárdio, ou seja, a lâmina serosa é o epicárdio.
SISTEMA CIRCULATÓRIO LINFÁTICO
O  sistema  linfático  é  formado  por  vasos  linfáticos  e  linfonodos  situados  ao  longo  do  trajeto  dos  vasos.  Estes  atuam
basicamente  como um sistema auxiliar  de drenagem, pois nem  todas as moléculas do  líquido  tecidual passam para os
capilares  sangüíneos,  em  especial  as  de  grande  tamanho,  que  são  recolhidas  em  capilares  especiais,  os  capilares
linfáticos,  de  fundo  cego,  de  onde  a  linfa  segue  para  os  vasos  linfáticos  e  destes  para  os  troncos  linfáticos,  os mais
volumosos,  que  por  sua  vez  lançam  a  linfa  em  veias  de  médio  ou  grande  calibre.  Por  serem  capazes  de  absorver
estruturas  de maior  calibre,  os  capilares  linfáticos  podem  captar  também  restos  de  células  normais  ou  inflamatórias  e
bactérias.
Para evitar que estas substâncias estranhas ao organismo penetrem na circulaçãosangüínea e se disseminem por todo
o corpo existem ao longo dos vasos linfáticos estruturas denominadas linfonodos, que atuam como uma barreira ou filtro
contra  estes  agentes  agressores.  Os  linfonodos  são,  portanto,  elementos  de  defesa  do  organismo  e  para  tanto
produzem  glóbulos  brancos,  principalmente  linfócitos.  Os  linfonodos  variam  muito  em  forma,  tamanho  e  coloração,
ocorrendo geralmente em grupos, embora possam apresentar­se isolados. Como resposta a uma inflamação, o linfonodo
pode  intumescer­se  e  tornar­se  doloroso,  fenômeno  conhecido  tecnicamente  como  linfadenite  ou  popularmente  como
íngua. As tonsilas são órgãos linfóides situados na orofaringe compostos por linfonodos parcialmente encapsulados.
SISTEMA NERVOSO
As  funções  orgânicas,  bem  como  a  integração  ao  meio  ambiente  estão  na  dependência  de  um  sistema  especial
denominado  sistema  nervoso.  Isto  significa  que  este  sistema  não  só  controla  e  coordena  as  funções  de  todos  os
sistemas  do  organismo  como  também,  ao  receber  os  devidos  estímulos,  é  capaz  de  interpretá­los  e  desencadear
respostas  adequadas  a  eles. Desta  forma, muitas  funções  do  sistema  nervoso  dependem  da  vontade  (caminhar,  por
exemplo, é um ato voluntário) e muitas outras ocorrem sem que se tenha consciência delas (a secreção de saliva, por
exemplo, ocorre independentemente da vontade).
O  sistema  nervoso  é  dividido  em  duas  partes  fundamentais  que  são  o  sistema  nervoso  central  (SNC)  e  o  sistema
nervoso periférico. O sistema nervoso central é a porção de recepção de estímulos, de comando e desencadeadora de
respostas,  sendo  formado  pelo  encéfalo  e  pela medula  espinhal.  A  porção  periférica  está  constituída  pelas  vias  que
conduzem os estímulos ao sistema nervoso central ou que levam até aos órgãos efetuadores as ordens emanadas da
porção central, sendo formado pelos nervos cranianos e espinhais, pelos gânglios e pelas terminações nervosas.
SISTEMA NERVOSO CENTRAL
O sistema nervoso central é  formado pelo encéfalo e pela medula espinhal, protegidos, respectivamente. pelo crânio e
pela coluna vertebral Esta proteção é reforçada pela presença de lâminas de tecido conjuntivo, as meninges. Elas são,
de fora para dentro: dura­máter, aracnóide e pia­máter. A dura­máter é a mais espessa delas, sendo que no crânio está
associada ao periósteo da face interna dos ossos, enquanto entre ela e a coluna vertebral existe um espaço, o espaço
extradural (ou epidural). A pia­máter é a mais fina e está intimamente aplicada ao encéfalo e a medula espinhal. Entre a
dura  e  a  pia­máter  está  a  aracnóide,  da  qual  partem  fibras  delicadas  que  vão  a  pia­máter,  formando  uma  rede
semelhante a uma teia de aranha. A aracnóide é separada da dura­máter por um espaço capilar, o espaço subdural e da
pia­máter pelo espaço subaracnóideo, onde circula o líquido cérebro­espinhal ou líquor, o qual funciona como absorvente
de choques.
O  encéfalo  é  dividido  em  cérebro,  cerebelo,  mesencéfalo,  ponte  e  bulbo,  sendo  estes  três  últimos  conhecidos  em
conjunto como  tronco encefálico. A maior parte do encéfalo corresponde ao cérebro, constituído por duas massas, os
hemisférios cerebrais, unidos por uma ponte de  fibras nervosas, o corpo caloso e separados por uma  lâmina de dura­
máter,  a  foice  do  cérebro.  Na  superfície  dos  hemisférios  existem  depressões,  os  sulcos  que  delimitam  giros.  Os
hemisférios podem ser divididos em  lobos, correspondendo cada um aos ossos do crânio com que guardam relações,
existindo,  portanto,  os  lobos  frontal,  occipital,  temporal  e  parietal.  O  cérebro  responde  pelas  funções  nervosas mais
elevadas,  contendo  centros  para  interpretação  de  estímulos  bem  como  centros  que  iniciam movimentos musculares.
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Ele  armazena  informações  e  é  responsável  também  por  processos  psíquicos  altamente  elaborados,  determinando  a
inteligência  e  a  personalidade.  O  cerebelo  atua,  basicamente,  como  coordenador  dos  movimentos  da  musculatura
esquelética  e  na  manutenção  do  equilíbrio.  O  tronco  encefálico,  além  de  ser  a  origem  de  dez  dos  doze  nervos
cranianos, é sede de várias funções ligadas ao controle das atividades involuntárias e das emoções.
A medula espinhal é formada por trinta e um segmentos, cada um dos quais dá origem a um par de nervos espinhais.
Ela atua como um caminho pelo qual passam impulsos que vão ou vem do encéfalo para várias partes do corpo.
A observação atenta de um corte de qualquer área do SNC permite reconhecer áreas claras e escuras que representam,
respectivamente,  o  que  se  chama  de  substância  branca  e  substância  cinzenta.  A  primeira  está  constituída,
predominantemente, por  fibras nervosas mielínicas e a  segunda por  corpos de neurônios. No cérebro e no  cerebelo a
estrutura  geral  é  a  mesma:  uma  massa  de  substância  branca,  revestida  externamente  por  uma  fina  camada  de
substância  cinzenta  e  tendo  no  centro massas  de  substância  cinzenta  constituindo  os  núcleos  (acúmulos  de  corpos
neuronais dentro do SNC). Na medula, a substância cinzenta  forma um eixo central contínuo envolvido por substância
branca,  enquanto  no  tronco  encefálico  a  substância  cinzenta  central  não  é  contínua,  apresentando­se  fragmentada,
formando núcleos.
SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO
O  sistema  nervoso  periférico  é  composto  por  terminações  nervosas,  gânglios  e  nervos.  Estes  são  cordões
esbranquiçados  formados  por  fibras  nervosas  unidas  por  tecido  conjuntivo  e  que  têm  por  função  levar  (ou  trazer)
impulsos ao (do) SNC. As fibras que levam impulsos ao SNC são chamadas de aferentes ou sensitivas, enquanto que
as  que  trazem  impulsos  do  SNC  são  as  aferentes  ou  motoras.  Os  nervos  são  divididos  em  dois  grupos:  nervos
cranianos e nervos espinhais.
NERVOS ESPINHAIS
O nervo espinhal é  formado pela  fusão de duas raízes: uma ventral e outra dorsal. A raiz ventral possui apenas  fibras
motoras (eferentes), cujos corpos celulares estão situados na coluna anterior da substância cinzenta da medula. A raiz
dorsal  possui  fibras  sensitivas  (aferentes)  cujos  corpos  celulares  estão  no  gânglio  sensitivo  da  raiz  dorsal,  que  se
apresenta como uma porção dilatada da própria raiz. Como o nervo espinhal é  formado pela fusão destas raízes, ele é
sempre misto, ou seja tem fibras aferentes e eferentes. Logo após sua formação pela fusão das raízes ventral e dorsal
o nervo espinhal se divide em dois ramos: ramo dorsal, menos calibroso e que inerva a pele e os músculos do dorso e
ramo ventral, mais calibroso e que inerva os membros e a porção ântero­lateral do tronco.
Os  ramos  ventrais  que  inervam os membros  se  anastomosam  amplamente  formando  os  plexos,  dos  quais  emergem
nervos  terminais,  de  tal  forma que  cada  ramo  ventral  contribui  para  formar  vários  nervos  e  cada  nervo  contem  fibras
provenientes  de  diversos  ramos  ventrais.  Já  no  tronco  não  há  a  formação  dos  plexos;  cada  ramo  ventral  segue  seu
curso isolado.
NERVOS CRANIANOS
Os nervos cranianos são doze pares de nervos que fazem conexão com o encéfalo. Os dois primeiros têm conexão com o cérebro
e os demais com o tronco encefálico. Os nervos cranianos são mais complexos que os espinhais, havendo acentuada variação
quanto aos seus componentes funcionais. Alguns possuem um gânglio, outros tem mais de um e outros, ainda, não  tem
nenhum.  Também  não  são  obrigatoriamente  mistos  como  os  nervos  espinhais.  Os  nervos  cranianos  recebem
denominações próprias, bem como também são numerados em seqüência crânio­caudal, o que é mostrado na tabela 3,
juntamente com suas respectivas funções
TERMINAÇÕESNERVOSAS E GÂNGLIOS
As terminações nervosas existem na extremidade de fibras sensitivas e motoras. Nestas últimas, o exemplo mais típico
é a placa motora. Nas primeiras, as terminações nervosas são estruturas especializadas para receber estímulos físicos
ou químicos na  superfície ou no  interior  do  corpo. Assim,  os  cones  e  bastonetes  da  retina  são  estimulados  somente
pelos  raios  luminosos;  os  receptores  do  ouvido  apenas  por  ondas  sonoras;  os  gustativos  por  substâncias  químicas
capazes  de  determinar  as  sensações  de  doce,  azedo,  amargo,  etc.;  na  pele  e  nas  mucosas  existem  receptores
especializados  para  os  agentes  causadores  de  calor,  frio,  pressão  e  tato,  enquanto  as  sensações  dolorosas  são
captadas por terminações nervosas livres, isto é, não há uma estrutura especializada para este tipo de estímulo.
Enquanto acúmulos de neurônios dentro do SNC são chamados de núcleos, fora do SNC são  chamados de gânglios  e  se
apresentam, em geral, como uma dilatação.
Do  ponto  de  vista  funcional  pode­se  dividir  o  sistema  nervoso  em SN  somático  e  SN  visceral.  Este  é  o  conjunto  de
estruturas  nervosas,  centrais  e  periféricas,  que  se  ocupam  do  controle  do  meio  interno,  enquanto  o  SN  somático,
também  formado por  estruturas  centrais  e  periféricas,  têm  por  função  a  interação  do  organismo  com o meio  externo.
Assim, de uma forma geral, pode­se afirmar que o SN somático cuida das atividades voluntárias enquanto o SN visceral
o faz das involuntárias.
SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO
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SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO
Tanto o SN somático quanto o SN visceral possuem uma parte aferente e outra eferente. Denomina­se sistema nervoso
autônomo (SNA) a parte eferente do SN visceral. O SNA por sua vez é dividido em duas partes: o sistema simpático e o
sistema  parassimpático.  O  simpático  estimula  as  atividades  que  ocorrem  em  situações  de  emergência  ou  tensão,
enquanto  o  parassimpático  é  mais  ativo  nas  condições  comuns  da  vida,  estimulando  atividades  que  restauram  e
conservam a energia corporal. O simpático  tem origens nas regiões  torácica e  lombar da medula espinhal, enquanto o
parassimpático  as  tem  porções  no  tronco  encefálico  e  nos  segmentos  sacrais  da medula  espinhal.  Ambos  possuem
fibras  pré­ganglionares  que  fazem  conexões  com  gânglios  (acúmulo  de  neurônios  fora  do  SNC)  e  dos  quais  partem
fibras pós­ganglionares que vão até os órgãos efetuadores; contudo as fibras pré­ganglionares simpáticas são curtas e
as pós­ganglionares são longas, enquanto no parassimpático ocorre o contrário. Existem várias outras diferenças, como
no tipo dos mediadores químicos, que fogem ao objetivo deste tópico.
SISTEMA RESPIRATÓRIO
O sistema respiratório contem os tubos que transportam o ar do meio externo aos pulmões e vice­versa e os alvéolos
dos pulmões,  onde  ocorrem as  trocas  gasosas. Respiração  é  o  processo  pelo  qual  gases  são  trocados  entre  o meio
ambiente e as células do corpo.
ÓRGÃOS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO
O nariz, formado por ossos e cartilagens, apresenta duas aberturas, as narinas, que permitem a entrada do ar.
A cavidade nasal é o espaço situado posteriormente ao nariz e é dividida medianamente pelo septo nasal. As paredes
laterais da cavidade nasal apresentam saliências, as conchas nasais, que aumentam a superfície de contato entre o ar
e a mucosa da cavidade nasal. Esta mucosa filtra, aquece e umedifica o ar inspirado.
Os  seios  paranasais  são  cavidades  existentes  em  alguns  ossos  do  crânio  e  que  se  abrem  na  cavidade  nasal.  Seu
revestimento é contínuo e idêntico ao da cavidade nasal. Além de reduzirem o peso do crânio, apresentam as mesmas
funções da cavidade nasal.
A  faringe apresenta  três partes: naso, oro e  laringofaringe. Destas  três, a nasofaringe é, exclusivamente, via aérea. A
laringofaringe é somente via digestiva e a oro  faringe é um caminho comum ao ar e aos alimentos. Da orofaringe o ar
inspirado vai para a laringe.
A laringe, atua como passagem de ar e ajuda a evitar, através do reflexo da tosse, que corpos estranhos penetrem na
traquéia.  Além  disto  ela  contem  as  pregas  vocais  (errônea  e  popularmente  chamadas  de  cordas  vocais),  saliências
músculo­ligamentares em sua luz, que produzem os sons básicos da fala, por vibrarem com a passagem do ar durante
a expiração. A movimentação das pregas vocais as leva a maior ou menor tensão ( o que regula se os sons serão mais
ou menos agudos) e a uma maior ou menor aproximação mediana (o que produz sons mais ou menos intensos).
A  traquéia  além  de  servir  de  passagem  de  ar  também  ajuda  a  aquecê­lo  e  a  umedificá­lo.  Termina  dividindo­se  em
brônquios principais direito e esquerdo.
Os brônquios se ramificam progressivamente, formando a árvore bronquial, que leva o ar da traquéia aos alvéolos pulmonares.
Os pulmões são formados pelo conjunto dos alvéolos, da maior parte da árvore bronquial e de tecidos de sustentação.
INSPIRAÇÃO E EXPIRAÇÃO
A  inspiração  (entrada  do  ar)  e  a  expiração  (saída  do  ar)  são  acompanhadas  de  alterações  dos  diâmetros  da  caixa
torácica.
Para que a  inspiração ocorra é necessário que o  tórax se expanda,  reduzindo assim a pressão dentro dele, o que vai
permitir  a  expansão  dos  tecidos  pulmonares  e  a  sucção  do  ar  do meio  ambiente.  Esta  expansão  do  tórax  ocorre  no
diâmetro  crânio­podálico  as  custas  da  contração  e  conseqüente  abaixamento  (em  direção  ao  abdome)  do  músculo
diafragma,  constituindo  o  principal  movimento  inspiratório.  Os  diâmetros  látero­lateral  e  ântero­posterior  aumentam
devido movimentos das costelas.
A expiração, ao contrário da  inspiração, que sempre envolve gasto energético,  quando  feita  de  forma  tranqüila,  o  que
ocorre habitualmente, é passiva, sem gasto de energia, pois é feita às custas da energia potencial acumulada nas fibras
elásticas pulmonares, distendidas durante a  inspiração (como uma borracha estirada volta a seu  tamanho original sem
ser preciso empregar energia).
SISTEMA DIGESTIVO
Digestão  é  o  processo  de  transformar  os  alimentos  em  formas  possíveis  de  serem  absorvidas  pelo  organismo.  O
sistema digestivo,  que  realiza  esta  tarefa,  é  composto  pelo  canal  alimentar  ou  tubo  digestivo  e  por  várias  glândulas
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anexas.
CANAL ALIMENTAR
A boca está adaptada a receber os alimentos e  iniciar o processo de digestão. Também atua como órgão da fala e do
prazer. As bochechas são seu limite lateral, enquanto que os lábios a delimitam superior e inferiormente. Os lábios são
muito  móveis  e  possuem  grande  variedade  e  quantidade  de  receptores  sensitivos,  utilizados  para  analisar  as
características do alimento.
A língua é, basicamente, uma estrutura muscular revestida por mucosa que atua misturando o alimento com a saliva e
encaminhando­o  à  faringe.  A  superfície  irregular  da  língua,  além  de  facilitar  a  movimentação  dos  alimentos  também
apresenta receptores gustativos.
O  palato  forma  o  teto  da  cavidade  bucal  e  apresenta duas partes,  o  palato duro, ósseo  e  o  palato  mole,  muscular.
Este se move e ajuda a ocluir a comunicação com a cavidade nasal durante a passagem dos alimentos em direção à
faringe.
Os  dentes  (vinte,  primariamente  e  trinta  e  dois,  secundariamente)  atuam  cortando  o  alimento  em  pedaços  pequenos,
aumentando assim a área exposta às ações digestivas.
A faringe e esôfago atuam, somente, como tubos condutores, levando o alimento da boca até ao estômago. A faringe é
dividida  em  nasofaringe,  orofaringe  e  laringofaringe.Destas  três,  a  nasofaringe  é,  exclusivamente,  via  aérea.  A
laringofaringe é  somente  via digestiva e a oro  faringe é um caminho  comum ao ar  e  aos alimentos. A deglutição dos
alimentos  se  inicia  com  eles  sendo  misturados  com  a  saliva,  na  boca,  e  empurrados  para  a  orofaringe.  A  seguir,
reflexos involuntários encaminham o alimento até ao esôfago, do qual é encaminhado ao estômago.
O  estômago  recebe  os  alimentos,  mistura­os  com  o  suco  gástrico,  absorve­os  (limitadamente)  e  os  encaminha  ao
intestino delgado.
O  intestino  delgado,  composto  de  três  partes  (duodeno,  jejuno  e  ílio)  mede,  no  vivo,  cerca  de  3  a  4  metros  de
comprimento. Após a morte,  pela perda do  tônus muscular,  pode atingir  até 7 metros. Ele  recebe o bolo alimentar do
estômago, mistura­o com secreções provenientes do pâncreas, da vesícula biliar e dele mesmo e completa o processo
de digestão, absorvendo seus produtos e encaminhando seus resíduos ao intestino grosso.
O  intestino grosso,  formado pelo ceco, pelos colos ascendente,  transverso, descendente e sigmóide, pelo  reto e pelo
canal anal, recebe os resíduos da digestão vindos do intestino delgado, reabsorve a água e os eletrólitos neles contidos
e forma e estoca as fezes. Estas consistem de material não digerido, água, eletrólitos, secreções mucosas e bactérias.
GLÂNDULAS ANEXAS
As glândulas salivares secretam a saliva, a qual umedece os alimentos,  facilita a mastigação, possibilita a gustação,
inicia a digestão e ajuda a limpar a língua. Existem três pares de glândulas salivares maiores (parótida, submandibular e
sublingual) e um número variável de glândulas salivares menores disseminadas pela cavidade oral.
O pâncreas,  estreitamente  relacionado  com  o  duodeno,  produz  o  suco    pancreático,  Além  disto,  tem  ações  como
glândula endócrina, produzindo dois hormônios, a insulina e o glucagon, que atuam no metabolismo dos açucares.
O fígado é a maior glândula do corpo humano. Além de produzir diversas substâncias fundamentais para a vida, ele atua
na digestão através da produção da bile, a qual é armazenada, concentrada e excretada pela vesícula biliar.
SISTEMA URINÁRIO
O sistema urinário é constituído pelos rins, que removem substâncias do sangue, formam a urina e auxiliam a regulação
de diversos  processos  corporais;  pelos  ureteres,  estruturas  tubulares  que  transportam  a  urina  dos  rins  até  a  bexiga.
Esta atua como reservatório de urina. Quando cheia, esvazia­se para o exterior através de um tubo, a uretra.
Os rins são órgãos pares, situados um de cada lado da coluna vertebral, na parte mais superior da parede posterior do
abdome. Eles atuam removendo resíduos metabólicos do sangue, bem como regulando o volume e a composição dos
líquidos corporais.
A  unidade  funcional  do  rim  é  o  nefron  (em  cada  rim  existem  cerca  de  um  milhão),  de  dimensões  microscópicas  e
composto pelo corpúsculo renal (formado pelo glomérulo e pela cápsula do glomérulo) e pelos túbulos renais.
O  glomérulo  renal  é  formado  por  um  aglomerado  de  capilares,  através  dos  quais  ocorre  a  filtração  do  sangue.  Este
filtrado é  recolhido  pelos  túbulos  renais  e,  a  nível  destes,  ocorre  a  reabsorção  de  algumas  substâncias,  bem como a
eliminação  de  outras.  O  que  fica  é  a  urina.  A  última  parte  dos  túbulos  é  o  chamado  ducto  coletor.  Estes
progressivamente vão confluindo entre si até desaguarem na pelve renal, que se continua no ureter.
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Os capilares que formam os glomérulos renais  tem uma característica própria: eles se  interpõem entre duas artérias e
não, como é comum, entre uma artéria e uma veia.  Isto ocorre, porque o sangue após ser  filtrado vai nutrir os  tecidos
renais,  sendo  necessário  para  tal  a  disposição  habitual.  Em  resumo,  no  rim  as  coisas  acontecem  assim:  artéria 
capilares glomerulares   artéria   capilares comuns   veia.
 
TABELA 1 ­ SISTEMAS ORGÂNICOS, SEUS PRINCIPAIS ÓRGÃOS E FUNÇÕES
SISTEMA PRINCIPAIS ÓRGÃOS PRINCIPAIS FUNÇÕES
TEGUMENTAR (pele e
tela subcutânea)
Pele, cabelo, unhas,
glândulas sudoríparas e
sebáceas
Protege tecidos subjacentes, regula a
temperatura corporal, atua como reserva
nutricional, contém terminações sensitivas
ESQUELÉTICO
Ossos, ligamentos,
cartilagens
Sustenta e protege as partes moles, serve de
fixação aos músculos, produz células do
sangue, estoca sais inorgânicos
ARTICULAR
Articulações fibrosas,
cartilaginosas e
sinoviais
Unem peças esqueléticas, fixando­as ou
permitindo que ocorra sua movimentação
MUSCULAR Músculos e fáscias
Produzem movimentos, mantém a postura,
produzem os batimentos cardíacos
CIRCULATÓRIO    
sangüíneo
Coração, artérias, veias
e capilares
 
Move o sangue através dos vasos sangüíneos
e distribuem substâncias por todo o corpo
 
linfático
Vasos linfáticos,
linfonodos, timo, baço
Traz de volta ao sangue os líquidos tissulares,
absorve e transporta estruturas de maior
volume, defende o organismo contra infecções
NERVOSO
Cérebro, medula espinhal,
nervos, gânglios,
terminações sensitivas
Detecta alterações, recebe e interpreta
informações, estimula músculos e glândulas
SENSORIAL
Órgãos da visão,
audição, equilíbrio,
olfação e gustação
Fornecem informações complexas,
provenientes dos meios externo e interno ao
sistema nervoso
ENDÓCRINO Glândulas que secretam Controla as atividades metabólicas do
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hormônios (hipófise,
tireóide, paratireóide,
pâncreas, adrenal,
gônadas, pineal)
organismo
DIGESTIVO
Boca, língua, dentes,
glândulas salivares, faringe,
esôfago, estômago,  fígado,
vesícula biliar, pâncreas,
intestinos delgado e grosso
Recebe, quebra e absorve os alimentos,
elimina o material não absorvido
RESPIRATÓRIO
Cavidade nasal, faringe,
laringe, traquéia,
brônquios, pulmões
Inspira e expira o ar, promove a troca de gases
entre o sangue e o ar
URINÁRIO
Rins, ureteres, bexiga
urinária, uretra
Remove os resíduos do sangue, mantêm o
equilíbrio de água e eletrólitos, armazena e
transporta urina
REPRODUTOR
MASCULINO
testículo, epidídimo, ducto
deferente, vesícula
seminal, próstata,
glândulas bulbo­uretrais
uretra, pênis
Produz e sustenta os espermatozóides;
transfere­os para o sistema reprodutor feminino
REPRODUTOR
FEMININO
ovários, tubas uterinas,
útero, vagina, clitóris,
vulva
Produz e sustenta os óvulos, recebe e transporta
os espermatozóides, sustenta o desenvolvimento
do embrião, atua no processo de nascimento
   
TABELA 2 – DISTRIBUIÇÃO E NÚMERO DOS OSSOS DO CORPO
LOCALIZAÇÃO NÚMERO
ESQUELETO AXIAL  
Crânio e hióide 29
Vértebras 26
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Costelas e esterno 25
TOTAL 80
ESQUELETO APENDICULAR  
Membro superior e cintura escapular 64
Membro inferior e cintura pélvica 62
TOTAL 126
TOTAL GERAL 206
 
TABELA 3  ­ NERVOS CRANIANOS E SUAS FUNÇÕES
NERVO TIPO FUNÇÃO
I ­ OLFATÓRIO sensitivo
Fibras sensitivas transmitem impulsos relacionados
ao sentido do olfato
II ­ ÓPTICO sensitivo
Fibras sensitivas transmitem impulsos relacionados
à visão
III ­ OCULOMOTOR
principalmente
motor
Fibras motoras transmitem impulsos que elevam as
pálpebras, movem os olhos, ajustam a quantidade
de luz que penetra no olho e foca o cristalino.
Algumas fibras sensitivas transmitem impulsos
relacionados as condições dos músculos
IV ­ TROCLEAR
principalmente
motor
Fibras

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