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12a aula AS PROVAS NO PROCESSO DO TRABALHO

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CURSO DE DIREITO
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Prof. Marcílio Florêncio Mota
profmarciliomota@hotmail.com
Tema: AS PROVAS NO PROCESSO DO TRABALHO – Parte geral
 
1. Referências legais - Arts. 818 a 830 da CLT, 332 a 341 do CPC e Lei n. 5584/1970. 
2. Definição de prova - É o elemento material ou materializado que serve para formar o convencimento do juiz quanto a um fato processual controvertido, relevante e determinado e cuja confirmação é necessária para o julgamento do conflito submetido à jurisdição. Excepcionalmente o direito pode ser objeto de prova. 
3. Objeto da prova: 
3.1. Os fatos - Controvertidos, relevantes e determinados. Controvertidos são os fatos em torno dos quais não há consenso processual ou legal. Em torno deles se estabelece incerteza quanto à sua ocorrência. Relevantes são os fatos processuais importantes para que o juiz preste a jurisdição invocada. Por fim, os fatos determinados são aqueles distintos, diferenciados, individualizados. 
3.2. O direito - Excepcionalmente o municipal, o estadual, estrangeiro e o consuetudinário – art. 337 do CPC. No Processo do Trabalho um direito em especial que reclama prova é aquele constante de contrato coletivo. 
4. Os fatos que independem de prova – art. 334 do CPC 
4.1. Fatos notórios - Fatos notórios são aqueles apreendidos inquestionavelmente por uma parcela considerável de pessoas. São os fatos conhecidos de uma determinada coletividade e que, por isso, por pertencerem à comunidade, independem de prova. 
4.2. Admitidos, no processo, como incontroversos - Essa admissão processual de incontrovérsia decorre, por exemplo, da revelia, quando não for o caso do art. 320 do CPC, mas pode ocorrer em torno de um documento que não foi impugnado. 
4.3. Afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária - A confissão é a admissão pela parte de um fato prejudicial ao seu interesse e favorável ao seu adversário. Os fatos podem ser objeto de confissão judicial ou extrajudicial, sendo a primeira espontânea ou provocada e a segunda por escrito ou de forma verbal. Em havendo confissão, não haverá necessidade de prova do fato. 
4.4. Em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade - O legislador adota a presunção de veracidade como técnica de decisão e as presunções podem ser absolutas e relativas, sendo mais comuns as presunções relativas. Essa técnica é prevista, por exemplo, quando o réu não se manifesta especificadamente sobre os fatos alegados pelo autor – art. 302 do CPC. 
5. O ônus da prova - É o encargo que a lei impõe à parte para a prova de fatos que alegou no processo. O art. 818 da CLT versa sobre o ônus da prova, disposição legal que é aclarada pela regra do art. 333 do CPC. 
5.1. Autor - Incumbe o ônus da prova dos fatos constitutivos de seus direitos. Assim, por exemplo, se o trabalhador alega que trabalhou e o pretenso empregador negar o trabalho, cabe ao autor provar o trabalho. 
5.2. Réu - Compete ao réu, por sua vez, a prova dos fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do autor. Destarte, por exemplo, se o empregado alega trabalho em horas extras e o empregador alega o pagamento das horas extras cabe a ele a prova dos pagamentos que defende, porque o pagamento é fato extintivo do direito de horas extras. 
5.3. A inversão do ônus da prova - O processo do trabalho prevê a inversão do ônus da prova. Inversão do ônus é a atribuição da prova a quem de antemão não teria essa incumbência. Caso clássico é aquele que consta na regra do § 2º do art. 74 da CLT Súmula 338 do c. TST. 
5.4. A distribuição dinâmica do ônus da prova - Corrente de pensamento propugna que o ônus da prova deve recair sobre o litigante que possua mais capacidade de produzir a prova. Essa corrente de pensamento se opõe à distribuição do ônus da prova como prevista na legislação, denominada de distribuição estática do ônus da prova. Ela está prevista atualmente no inciso VIII do art. 6º do CDC:
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
	O novo CPC prevê a distribuição dinâmica do ônus da prova no art. 358:
Art. 358. Considerando as circunstâncias da causa e as peculiaridades do fato a ser provado, o juiz poderá, em decisão fundamentada, observado o contraditório, distribuir de modo diverso o ônus da prova, impondo-o à parte que estiver em melhores condições de produzi-la.
§ 1º Sempre que o juiz distribuir o ônus da prova de modo diverso do disposto no art. 357, deverá dar à parte oportunidade para o desempenho adequado do ônus que lhe foi atribuído.
§ 2º A inversão do ônus da prova, determinada expressamente por decisão judicial, não implica alteração das regras referentes aos encargos da respectiva produção.
	5.5. A iniciativa probatória do juiz está no art. 765 da CLT e 130 do CPC.
É o que a doutrina denomina de princípio da livre investigação da prova. O juiz pelo princípio e regras não é um mero espectador dos acontecimentos processuais. Ele pode assumir uma postura ativa na busca da prova necessária ao julgamento da causa.
6. As presunções no processo do trabalho - As presunções de veracidade de fatos no processo civil constituem técnica processual de abreviação de colheita de prova. O processo do trabalho é processo civil especial e utiliza muitas presunções de veracidade com o mesmo objetivo. Não podemos dizer, por isso, que o processo civil ou do trabalho não se preocupa com a verdade real. O certo é dizer que esses processos utilizam técnica que busca abreviar a rápida solução do litígio a partir da consideração do caráter de disponibilidade dos direitos e interesses conflituosos. No processo do trabalho, podemos citar as seguintes presunções: 
6.1. A confissão que decorre da revelia: O art. 844 da CLT dispõe que o réu (reclamado) que não comparece à audiência, ou seja, para a defesa, incide em revelia e confissão quanto aos fatos suscitados pelo reclamante. Resta anotar que a revelia nem sempre faz o reclamado incidir em confissão. O art. 320 do CPC tem aplicação no processo do trabalho. Assim, por exemplo, se a pessoa de direito público não comparece para a defesa é revel, mas não incide em confissão por causa da indisponibilidade dos seus direitos.
6.2. A falta à audiência para depoimento pessoal: A parte que falta à audiência de instrução em que seria ouvida em depoimento pessoal, tendo sido intimada para o depoimento sob pena de confissão, incide na confissão dos fatos articulados por seu adversário, conforme a interpretação da Súmula 74 do c. TST. 
6.3. Os documentos não impugnados: A parte contra quem foi produzido o documento tem o ônus de impugná-lo, se for o caso. A falta de impugnação de um documento gera a presunção de que retrata a verdade sobre o fato que ele pretende provar. 
6.4. Súmula 12: A súmula 12 consagra a interpretação de que os registros consignados na CTPS possuem presunção relativa de veracidade. Assim, a impugnação do registro impõe o ônus da prova ao impugnante. 
7. Destinatários das provas: 
7.1. O juiz - O juiz é o principal destinatário da prova, na medida em que sobre ele pesa o dever da prestação jurisdicional que, por sua vez, carece da prova, no mais das vezes, para a decisão sobre o conflito que lhe foi submetido. 
7.2. As partes - A parte também é destinatária das provas. Ela precisa conhecer a prova para atuar junto ao juízo para a confirmação de sua posição jurídica. 
7.3. O órgão de julgamento do recurso: As questões de fato submetidas ao juízo monocrático são levadas ao Tribunal através do Recurso Ordinário ou do Agravo de Petição. Assim, o órgão de julgamento do recurso também é destinatário da prova. 
8. Os momentos da prova: 
8.1. A propositura da prova: A prova no Processo do Trabalho não precisaser proposta na fase postulatória com a peça inicial e a contestação, como ocorre no Processo Civil comum. A prova pode ser proposta na audiência, no momento da instrução do feito. 
8.2. O deferimento da prova: A prova será produzida quando deferida pelo juiz, que analisa a sua necessidade e utilidade - arts. 765 e 852-D da CLT. E assim o juiz pode indeferir as provas inúteis ou meramente protelatórias.
8.3. A produção da prova: A prova deve ser produzida após a fase postulatória, depois da defesa do réu, quando fixado os limites da lide. Ocorre, entretanto, que situações excepcionais podem determinar a produção da prova antes desse momento natural. Isso ocorre quando a prova estiver correndo risco de perecimento, quando, então, temos a oportunidade para a produção antecipada da prova - arts. 846 a 851 do CPC. Relativamente ao lugar, a prova deve ser produzida no juízo que julgará o caso, perante o juiz condutor do processo – art. 336 do CPC. A prova pode ser colhida noutro lugar, na hipótese do Parágrafo único do art. 336 do CPC, ou por meio de carta precatória ou rogatória. 
8.4. A avaliação da prova: A prova é avaliada no julgamento da causa.
9. A prova emprestada: A prova emprestada é a prova produzida em outro processo e trazida aos autos por iniciativa do juiz ou das partes. Essa prova pode consistir em cópias de documentos, de termos de audiência em que foram ouvidas as partes e testemunhas e cópia de laudo pericial. Ela pode não dispensar, a critério do juiz do processo, a produção de prova específica nos autos. A prova emprestada tem a vantagem de abreviar a tramitação do processo e por ser econômica, na medida em que, no caso da prova pericial, não haverá necessidade do pagamento de honorários periciais a perito designado para o caso em que veio a prova emprestada. No Substitutivo de CPC aprovado pelo Senado...Art. 356. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório.
10. A prova antecipada (prova ad perpetuam rei memoriam): A prova antecipada, para perpetuar a memória das coisas, é em virtude do risco do seu perecimento. Pode ocorrer, por exemplo, no caso da ouvida de parte ou testemunha que esteja para viajar ou mesmo enferma com risco de agravamento do estado de saúde. No caso da prova pericial, pode ocorrer quando for o caso de iminência da desativação de um setor de uma fábrica com a necessidade de levantamento de informações sobre ruídos das máquinas etc. Esta prova é produzida por força do que estatuem os arts. 846 a 851 do CPC. 
11. A valoração da prova 
11.1. O sistema do livre convencimento racional: O juiz tem ampla liberdade na apreciação da prova, conforme estatuem os arts. 765 e 852-D da CLT e art. 131 do CPC, o que equivale a dizer que ele não está vinculado a um sistema tarifário que o vincule previamente a um valor para prova em detrimento de prova. Assim, em nosso sistema, não há prova que prevaleça sobre prova. O sistema do livre convencimento não libera o juiz para decidir do jeito que ele quiser, discricionariamente, mas a ele impõe a fundamentação da decisão e a sua vinculação às provas produzidas nos autos. 
11.2. O princípio da identidade física do juiz: O princípio da identidade física do juiz proclama que o juiz que colhe a prova deve ser o que haverá de proferir a decisão, posto que a isso esteja mais habilitado em face do contato imediato com as partes e as testemunhas. Esse princípio é previsto expressamente no art. 132 do CPC. O TST estabeleceu, porém, que ele não tem aplicação no Processo do Trabalho – Súmula n. 136 do c. TST. A posição do TST tem base em que no processo do trabalho funcionam muitos juízes substitutos, que estão em constantes deslocamentos. Assim, prevalecendo o princípio no processo do trabalho os substitutos sairiam de cada Vara com os processos por eles instruídos, o que prejudicaria a solução breve dos conflitos.
12. A prova ilícita: É a prova por meio ilícito ou obtida ilicitamente, ainda que a prova em si seja por meio que o direito admite. O princípio que vigora em torno dos meios de prova é que todos são admitidos como prova. O problema da prova ilícita recai mais quanto ao modo de sua obtenção. Assim, podemos citar como exemplos de provas ilícitas a gravação obtida unilateralmente ou sem autorização judicial, os documentos furtados ou objeto de apropriação. O § 3º do art. 852-H da CLT
§ 3º Só será deferida intimação de testemunha que, comprovadamente convidada, deixar de comparecer.

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