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VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA Prof. Andréa Maria Góes Negrão SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA INSTITUTO DE SAÚDE E PRODUÇÃO ANIMAL – ISPA CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA EIXO TEMÁTICO MEDICINA PREVENTIVA E SAÚDE COLETIVA I DISCIPLINA DE EPIDEMIOLOGIA VETERINÁRIA Representa um conjunto de medidas de profilaxia aplicada a uma determinada população animal de certa área geográfica, após a conquista dos resultados propostos de controle ou erradicação. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA Segundo a OIE, a vigilância em saúde animal representa a soma de todos os recursos, estruturas e procedimentos, organizados com o objetivo de demonstrar a ausência da doença/infecção ou determinar sua emergência e sua distribuição na população animal. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA Garantir a manutenção da situação conquistada Objetivo A Organização Mundial da Saúde Animal, também conhecida pela sigla OIE, é uma organização intergovernamental, com sede em Paris, que sucedeu, em 2003, à antiga Organização Internacional das Epizootias (OIE), que havia sido criada em 1924 por um Acordo Internacional. OIE Coordenar e incentivar, ao nível mundial, a informação, a investigação e a elaboração de normas sanitárias para o controle das epizootias. A OIE coopera estreitamente com outras organizações internacionais, nomeadamente do Sistema das Nações Unidas, e conta com 172 países e territórios membros. A OIE mantém atualizada uma lista com doenças que os países devem obrigatoriamente notificar, se ocorrerem casos em seus territórios. Essas doenças são de grande importância econômica e/ou zoonoses perigosas. OBJETIVOS DA OIE Brucelose (Brucella abortus) - Brucelose (Brucella melitensis) Brucelose (Brucella suis) - Carbúnculo bacteriano (Anthrax) - Cowdriose (heartwater) - Doença de Aujeszky - Doença hemorrágica epizoótica - Encefalite japonesa - Equinococose/hidatidose - Encefalomielite equina do leste - Estomatite vesicular - Febre aftosa - Febre do Nilo Ocidental - Febre do Vale do Rift Febre hemorrágica de Crimea-Congo - Febre Q - Língua azul - Miíase por Chrysomya bezziana - Miíase por Cochliomyia hominivorax - Paratuberculose - Peste bovina (rinderpest) - Raiva - Surra (Trypanossoma evansi) Triquinelose - Tularemia Enfermidades da lista da OIE Atualizado em jan/2013. Enfermidades comuns a várias espécies Anaplasmose bovina Babesiose bovina Campilobacteriose genital bovina Dermatose nodular contagiosa Diarréia viral bovina Encefalopatia espongiforme bovina – (EEB) Leucose bovina enzoótica Pleuropneumonia contagiosa bovina Rinotraqueíte infecciosa bovina/vulvovaginite pustular infecciosa Septicemia hemorrágica Teileriose Tricomonose Tripanosomose (transmitida por tsetsé) Tuberculose bovina Enfermidades da lista da OIE Atualizado em jan/2013. Enfermidades de Bovídeos Anemia infecciosa equina Arterite viral equina Durina/Sífilis (Trypanossoma equiperdum) Encefalomielite equina (do Oeste) Encefalomielite equina venezuelana Gripe equina Metrite contagiosa equina Mormo Peste equina (African horse sickness) Piroplasmose equina Rinopneumonia equina Enfermidades da lista da OIE Atualizado em jan/2013. Enfermidades de Eqüídeos Raiva Aborto enzoótico das ovelhas (clamidiose) Agalaxia contagiosa Artrite -encefalite caprina Enfermidade de Nairobi Epididimite ovina (Brucella ovis) Maedi-visna Peste de pequenos ruminantes Pleuropneumonía contagiosa caprina Scrapie Salmonelosis (S. abortusovis) Varíola ovina e varíola caprina Enfermidades da lista da OIE Atualizado em jan/2013. Enfermidades de Ovinos e Caprinos Raiva Cisticercose suína Encefalomielite por virus Nipah Enfermidade vesicular suína Gastroenterite transmissível Peste suína africana Peste suína clássica Síndrome reprodutiva e respiratória suína (PRRS) Enfermidades da lista da OIE Atualizado em jan/2013. Enfermidades dos Suídeos Doença de Aujeszky Bronquite infecciosa aviária Bursite infecciosa (doença de Gumboro) Clamidiose aviária Doença de Newcastle Hepatite viral do pato Influenza aviária de alta patogenicidade e baixa patogenicidade Laringotraqueíte infecciosa Micoplasmose aviária (M. gallisepticum) Micoplasmose aviária (M. synoviae) Pulorose Rinotraqueíte do peru Tifose aviária Enfermidades da lista da OIE Atualizado em jan/2013. Enfermidades das Aves Enfermidades de Lagomorfos Enfermidade hemorrágica do coelho Mixomatose Enfermidades de Abelhas Acarapisose das abelhas melíferas Infestação das abelhas melíferas pelos ácaros Tropilaelaps Infestação pelo escaravelho das colméias (Aethina tumida) Loque americana das abelhas melíferas Loque européia das abelhas melíferas Varrosis das abelhas melíferas Outras enfermidades Leishmaniose Varíola do camelo Enfermidade de Peixes Necrose hematopoiética epizoótica Necrose hematopoiética infecciosa Viremia primaveral da carpa Septicemia hemorrágica viral Anemia infecciosa do salmão Síndrome ulcerante epizoótica Girodactilose (Gyrodactylus salaris) Iridovirose da dourada japonesa Herpesvirose da carpa koi Enfermidades de Moluscos Infecção por Bonamia ostreae Infecção por Bonamia exitiosa Infecção por Marteilia refringens Infecção por Perkinsus marinus Infecção por Perkinsus olseni Infecção por Xenohaliotis californiensis Mortalidade viral dos abalones Enfermidades de Crustáceos Síndrome de Taura Doença das manchas brancas Doença da cabeça amarela Necrose hipodérmica hematopoiética infecciosa Praga do caranguejo do rio (Aphanomyces astaci) Mionecrose infecciosa Hepatopancreatite necrosante Doença da cauda branca Enfermidades da lista da OIE Atualizado em jan/2013. Enfermidades de Anfíbios Infecção por Batrachochytrium dendrobatidis Infecção por ranavírus Coleta de dados Processamento dos dados coletados Análise e interpretação dos dados processados Recomendação das medidas de controle apropriadas Promoção das ações de controle indicadas Avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadas Divulgação de informações pertinentes. São funções específicas da vigilância epidemiológica VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA No Brasil existe um sistema de vigilância em saúde animal que foi estabelecido com maior ênfase a partir da década de 60, com objetivo principal de combater e erradicar a febre aftosa. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA O Sistema vem se consolidando a cada ano 1992 Controle Erradicação Zonificação Marco: 1992 Revisão da política e das estratégias de combate à febre aftosa 1992 1. Serviço disperso e frágil 2. Responsabilidade central 3. Baixa capilaridade - resposta baixa 4. Sensibilidade a interferências 5. Mercado pouco exigente 6. Ferramentas limitadas ESTRATÉGIA- CONTROLE 1. Criação de zonas livres 2. Participação da sociedade (responsabilidades compartilhadas) 3. Implantação e manutenção de campanhas de vacinação 4. Manutenção e fortalecimento do serviço veterinário oficial 5. Intensificação das atividades de vigilância sanitária animal 6. Controle e fiscalização da movimentação de animais ESTRATÉGIA - ERRADICAÇÃO 72 ULSAs 56 Postos de fiscalização • 31 postos fixos (16 Interestadual e 15 Intraestadual ) Abrangência da Defesa Sanitária Agropecuária • Ampliação e fortalecimento das estruturas do serviço veterinário oficial; • Aplicaçãode estratégias de educação sanitária e comunicação social; • Inspeção e vistoria a propriedades rurais; • Controle e fiscalização das campanhas de vacinação; • Controle e fiscalização do trânsito de animais; • Atendimentos a suspeitas de doenças dos animais; • Realização de inquéritos e monitoramentos soroepidemiológicos. Atividades da Vigilância Epidemiológica Objetivos do Sistema de Vigilância Veterinária Impedir o ingresso de fontes de infecção e de contaminação; Detectar essas fontes quando elas se estabelecerem em seu território; Notificar sua localização rapidamente às autoridades veterinárias; Coordenar a reação imediata para a total erradicação dessa ameaça aos rebanhos ou para o controle dos focos e o restabelecimento da condição livre das zonas ou compartimentos afetados, dependendo da espécie e do sistema de produção envolvido. Sistema de Vigilância Veterinária Tipos de Vigilância Veterinária Passivo Ativo Vigilância Veterinária Ativa Envolve esforços intensivos para detectar a presença ou comprovar a ausência da doença ou infecção. Envolve o levantamento de dados produzidos especialmente para investigação epidemiológica dos rebanhos, incluindo a busca deliberada e detalhada de evidências da doença na população animal com objetivo de confirmar sua presença ou ausência. Vigilância Veterinária Passiva • Caracteriza as atividades rotineiras envolvendo o atendimento às suspeitas de ocorrência de doenças ou a descrição da população animal de uma região. • Pode representar qualquer uso de informação obtida sem a finalidade específica de vigilância - são situações em que não há programação ou planejamento de uma ação específica em busca de comprovar a ocorrência ou ausência de um determinado evento sanitário. Vigilância Veterinária Ativa •Inspeção a propriedades rurais •Inspeção em abatedouros •Fiscalização dos eventos agropecuários •Inquéritos ou monitoramentos soroepidemiológicos •Fiscalização do trânsito de animais Identificação de áreas de maior risco e dos municípios de maior representatividade Identificação de propriedades ou regiões com maior característica para introdução e manutenção do agente Vigilância Veterinária Passiva Atendimento a notificações de suspeitas de ocorrência de doenças Preparação e participação da comunidade Perspectivas de avanço na erradicação e na prevenção da doença em todo o território nacional nos próximos anos VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA Conjunto de ações conduzidas até o momento Evolução da condição sanitária em grande parte do país, representada pela implantação e manutenção de zona livre de febre aftosa Considera-se notificação imediata/caráter emergencial: Aparecimento de suspeita/foco de uma doença da Lista da OIE pela primeira vez no País Reaparecimento de suspeita/foco de uma doença da Lista da OIE no país após ter-se declarado livre da mesma; Aparição, pela primeira vez no país, de qualquer nova cepa de um agente patogênico da Lista da OIE; Mudanças repentinas e inesperadas na distribuição, incidência, morbidade ou mortalidade de uma doença da Lista da OIE que já ocorre em um país, zona ou compartimento; Qualquer doença emergente, com um índice de morbidade ou mortalidade importante, ou com possibilidades de ser uma zoonose; Mudanças observadas na epidemiologia de uma doença da Lista da OIE (mudança de hospedeiro, de patogenicidade ou de cepa, etc), especialmente se podem ter repercussões zoonóticas. Notificação de Seguimento Visam o registro das visitas complementares (intermediárias ou de encerramento) do médico veterinário oficial a suspeitas/focos de doenças nos animais que são de notificação obrigatória ao MAPA Notificações Semanais As unidades federativas registram ocorrências de suspeitas de doenças no Sistema Continental de Vigilância Epidemiológica (SivCont). Semanalmente, é realizado o encerramento da semana sendo registrada a cobertura da informação (quantidade de unidades informantes em relação às unidades existentes). Notificações Mensais Informe mensal sobre ocorrência e diagnóstico de Brucelose Informe mensal de ocorrência e diagnóstico de Tuberculose Informe mensal de Anemia Infecciosa Eqüina Informe mensal de Mormo Informe mensal sobre Raiva Informe mensal sobre ocorrência de doenças das aves e vacinação Informe mensal sobre a vacinação contra a Brucelose Notificações Anuais As informações anuais referem-se à estrutura do Serviço Veterinário Oficial (recursos humanos e físicos, laboratórios de referência nacional, tipos de provas diagnósticas realizadas no país, etc) e ao sistema pecuário nacional (número de propriedades, população animal por espécie, número de animais vacinados, Produção e exportação de vacinas, etc). Sistema de Informação Nacional Sistema de Informação Internacional Sistema Continental de Vigilância Epidemiológica VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA No Brasil, o gerenciamento do sistema de informação zoossanitária do MAPA compreende: Sistema de Informação Nacional Notificação imediata de suspeitas ou casos de doenças; Notificações de seguimento; Notificações semanais; Comunicações mensais; Comunicações semestrais e anual. A Divisão de Epidemiologia recebe, compila e envia informações epidemiológicas com as seguintes periodicidades, a depender do caráter da informação: Após análise, as informações são rotineiramente enviadas por meio de boletins e informes para os serviços veterinários oficiais das Unidades da Federação, universidades, outras instituições públicas, entre outros. Sistema de Informação Internacional Notificações imediatas; Notificações semanais; Notificação mensal – informe internacional; Notificação semestral e anual. Para doenças de caráter emergencial é realizada comunicação imediata à OIE através do sistema WAHIS, quando da confirmação de ocorrência de doença da Lista da OIE que atenda aos critérios de notificação imediata . Síndromes vesiculares - Febre Aftosa e Estomatite Vesicular Síndrome hemorrágica dos suídeos - Peste Suína Clássica e Africana Síndrome s Nervosas - Raiva, Encefalomielite Eqüina, Encefalopatia Espongiforme Bovina (exótica no país) Sídromes respiratória e nervosa das aves - doença de Newcastle e Influenza Aviária. Sistema Continental de Vigilância Epidemiológica O Sistema Continental de Vigilância Epidemiológica (SivCont) é um sistema informatizado desenvolvido pelo Centro Pan-Americano de Febre Aftosa (PANAFTOSA), visando o registro de dados sobre atendimentos a suspeitas de: Demonstrar as atividades de vigilância dos países da América do Sul, Central e México na detecção das doenças alvo de cada síndrome.
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