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Mary Parker Follet

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Mary Parker Follett
 Mary Parker Follet foi uma escritora norte-americana que nasceu no dia 3 de setembro de 1868, em Quincy, no Massschusetts. Possuiu uma vida árdua, especialmente porque era a filha mais velha e teve que estar à frente de sua família quando seu pai morreu. A mãe de Mary Follet era inválida e, por conta de todos esses problemas, teve uma infância conturbada.
 Frequentou a Thayer Academy, em Baintree, e a Society for the Collegiate Instruction of Women, em Cambridge, uma dependência filiada à Harvard University, que dava às mulheres a oportunidade de serem instruídas por professores de Harvard. Depois de algum tempo, foi para o exterior e passou um ano no Newnham College, em Cambridge, Inglaterra. Follet graduou-se pelo Radcliffe College, em 1898, em filosofia, administração pública, direito e economia, como primeira aluna, ou seja, a melhor de todas.
 Em 1896, ainda uma estudante universitária, publicou um estudo intitulado The Speaker of the House of Representatives, no qual detalhava o complicado funcionamento do processo legislativo e os métodos utilizados pelos relatores do Congresso americano para exercer seu poder e influência. Nesse estudo Follett exibiu, pela primeira vez, a dupla abordagem que mais tarde aplicaria em todos os seus trabalhos: estudo meticuloso de registros e documentos combinado ao contato pessoal com os indivíduos envolvidos, a fim de verificar, em primeira mão, seus pensamentos, sentimentos e atitudes.
  Seu círculo social incluía grande parte dos escritores, filósofos, juristas e políticos progressistas, bem como a aristocracia de Boston na época.  Fluente no alemão e no francês, manteve-se atualizada com os progressos de ambos os lados do Atlântico nas ciências físicas e sociais. Follett era uma verdadeira democrata e respeitava todos os indivíduos, não obstante seu lugar na sociedade.
Como cientista política, assistente social nos anos 20, afirmava que ninguém pode nos dar a democracia, devemos aprender a democracia. Ela dizia que ser democrata é aprender como viver com outros seres humanos. Para ela o indivíduo não é parte do todo, nem uma peça na máquina, nem tampouco um órgão dentro de um organismo; é de um ponto de vista do todo, ele mesmo. 
Follet, infelizmente, foi ignorada por grande parte dos intelectuais que viveram a sua época, principalmente porque era mulher e, também, porque desde a década de 1940, era considerada como uma subversiva. Alguns escritores tiveram a impressão de que ela era marxista, por causa de sua ênfase na importância da coletividade. Porém, mesmo com tanto preconceito no inicio dos anos 50, outras pessoas souberam reconhecer o trabalho da escritora e fundaram a Associação Follet, com o intuito de estudar o seu legado.
  Follet foi ativa no trabalho social, no qual foi administradora efetiva, iniciando projetos e conseguindo que fossem aceitos e implementados. Em Boston destacou-se como educadora e organizadora de serviços comunitários. Onde estabeleceu cursos noturnos e centros juvenis de recreação.
O livro entitulado "The New State: Group Organization the Solution of Popular Government" foi publicado no ano de 1918, onde Follet desenvolveu suas ideias e teorias sobre a democracia e o poder democrático. Mary Parker não foi apenas uma escritora, ela foi uma mulher que esteve à frente do seu tempo. De um modo geral, Follett estava defendendo a substituição de instituições burocráticas por networks – redes, em português - nas quais as próprias pessoas analisariam seus problemas e, então, produziriam e implementariam sua próprias soluções. Isso seria a verdadeira democracia, cada indivíduo tendo parte no processo de tomada de decisão e aceitando a responsabilidade pessoal pelo resultado. Suas ideias foram tão avançadas que ainda hoje são consideradas futuristas e ela esta sendo nomeada mundialmente como a profeta do gerenciamento.
Foi com este livro que Mary Parker Follet pode ter, finalmente, o seu reconhecimento no mundo inteiro. A partir desse momento, a escritora recebeu convite para diversas palestras e, inclusive, para representar as pessoas em audiências de conciliação, nos tribunais públicos e outros órgãos oficiais. Depois dessa experiência, a escritora resolveu cambiar para as políticas de relações industriais. No ano de 1924 publicou o livro chamado Creative Experience, baseado em seus interesses para os negócios e a indústria.
Ela não se tornou uma consultora em gerenciamento na acepção usual do termo, mas as pessoas de negócios, cada vez mais, solicitavam sua ajuda. Ela investigava problemas específicos em fábricas e organizações. Proferiu palestras sobre assuntos de gerenciamento em conferências de negócios, universidades e diante de outros órgãos profissionais, tanto na Inglaterra quanto na América.
Follett falaceu no dia 18 de dezembro de 1933, em Boston, sete anos depois da morte de sua companheira Isobel Briggs com qual viveu por mais de 30 anos.
Teorias 
Mary Parker Follett deu continuidade aos preceitos da Escola Clássica apregoando a existência de princípios gerais aplicáveis tanto às indústrias como a outras formas de organizações. Mas o fator inovador nos postulados de Follett foi a introdução de variáveis e componentes psicológicos à abordagem da Escola Clássica. Para Follett, a organização apresenta os seguintes aspectos:
Constitui, totalmente, o resultado de uma série de intransigências que levam em conta um número infinito de possibilidades em torno de uma situação específica ou única;
É uma força viva, móvel e fluida;
Representa pessoas que reagem e respondem a estímulos que não podem ser definidos com precisão.
  Assim, os problemas de uma organização constituem fundamentalmente problemas de relações humanas.  O papel da psicologia administrativa deve ser o de reconciliar os indivíduos com a organização. A administração precisa compreender as pessoas, os grupos e a comunidade onde está situada a empresa. O objetivo básico da ação administrativa é obter a integração das pessoas e a coordenação das suas atividades.
Para Follett, uma empresa não é simplesmente uma unidade econômica, mas uma instituição social, sendo parte significativa da sociedade. Ela situava as funções da empresa e o gerenciamento dentro da estrutura social como um todo, enfatizando sua fundamental importância em tornar a sociedade mais justa - seu esforço constante. A sua filosofia da organização pode ser resumida em dois aspectos básicos:
Interpenetração de autoridade ao invés da superautoridade;
Controle sobre fatos mais do que sobre pessoas.
  No que diz respeito à coordenação, Follett enumera quatro "princípios" (a linguagem normativa da teoria clássica) fundamentais da organização:
 Princípio de contato direto - Para melhor coordenação deve-se estreitar os contatos diretos entre as pessoas interessadas e responsáveis, seja no sentido horizontal seja no sentido vertical;
Princípio de planejamento - As pessoas que executam um trabalho devem estar envolvidas nele desde o momento do planejamento e estruturação do programa a ser realizado;
Princípio das relações recíprocas - Todos os elementos de um dado conjunto devem estar mutuamente relacionados;
Princípio do processo contínuo de coordenação - A coordenação é um processo continuado.
Um dos aspectos mais originais da concepção de Follett foi a Lei da Situação: "uma pessoa não deve dar ordens à outra pessoa, mas ambas devem concordar em receber ordens da situação". É a situação concreta que deve governar as ordens a serem dadas e a atenção que as pessoas darão a essas ordens. Esse processo deve estar completamente isento da interferência pessoal dos chefes, sendo a situação real determinante do que é certo ou errado.
Assim, para ela "toda decisão é um momento de um processo" e se torna importante somente dentro do contexto desse processo. Qualquer pessoa dentro da organização é considerada importante na medida em que intervém para tomar uma decisão dentro de um processo geral e não por fazer parte da hierarquia. Essa teoria de Follett modificou oconceito tradicional de liderança. Para ela o líder precisa estar consciente do grupo no qual ele trabalha e deve preocupar-se em obter a melhor contribuição de cada um. O líder deve procurar fortalecer a coesão do grupo no lugar de exprimir o seu poder pessoal. A liderança repousa mais no grupo do que nas características pessoais do líder.
Conflito e Poder - O conflito para Follett é um fato da vida. Em vez de ser escondido ou ignorado, deve ser reconhecido e usado a nosso favor; deve ser visto como a legítima expressão das diferenças. Para ela, sem conflito, sem diferença, não há progresso. Em Creative Experience ela ressalta que "medo da diferença é medo da própria vida. É possível conceber o conflito não necessariamente como uma devastadora explosão de incompatibilidades, mas como um processo normal pelo qual registram-se diferenças socialmente valiosas para o enriquecimento de todos".
Follett usava o conceito de grupo com o significado de associação entre pessoas, sob a lei da interpenetração. Para Follett, em sua natureza, todas as instituições estão latentes e, necessariamente, devem ser adaptadas a essa natureza. Segundo ela, o ser humano, não as coisas, deve ser o ponto de partida para o futuro. Um cidadão é alguém que ajuda a realizar o propósito para que esta nação exista. Follett afirma que o cidadão deve também ajudar a criar o propósito.
Follett trata dos seguintes assuntos: Como liderar conflitos? É possível prever conflitos? O que são conflitos construtivos?
Follet foi a primeira estudiosa a introduzir o conceito de circularidade na interação dos seres humanos. E o que é a resposta circular? Ela afirma que as relações entre as pessoas estão em constante modificação, que o simples contato entre duas pessoas que se relacionam já altera a forma como cada uma vê uma questão. Ela propõe que há influências recíprocas e que cada nova percepção ao ser recebida irá alterar a forma como pensa, num ciclo contínuo.
E o que é o conflito construtivo? Follett afirma que existem três soluções possíveis para um conflito, seja ele percebido a priori – que é o chamado conflito construtivo – ou a posteriori – que é o conflito danoso. Follett afirma que as divergências são importantes porque revelam uma diferença de opinião que cedo ou tarde se manifestará, de forma danosa ou não. Quais são as três soluções? 
A primeira solução seria a DOMINAÇÃO onde somente um dos lados terá suas exigências atendidas, e assim, o conflito será sufocado. A segunda solução diz que os dois lados cederão e um meio-termo será adotado como solução. A CONCILIAÇÃO é uma alternativa nociva já que nenhum dos lados tem suas reivindicações plenamente atendidas. A terceira solução é a solução ideal proposta por ela, que é a INTEGRAÇÃO, que parte do pressuposto que o conflito existe porque demandas não são atendidas, e essas demandas não devem ser suprimidas, e sim supridas. 
Para lidar com o conflito e torná-lo construtivo, Follett adverte contra a dominação, a manipulação ou a conciliação, uma vez que tais abordagens conseguem apenas uma breve trégua; o conflito continuará de forma subjacente e irá, fatalmente, voltar à tona e, possivelmente, de uma forma mais hostil. Ela sugere a integração como a maneira pela qual podemos lidar mais produtivamente com o conflito, com a diferença. E indica o método pelo qual a integração pode ser obtida: "a primeira regra para se obter a integração é colocar suas cartas na mesa, enfrentar a verdadeira questão, revelar o conflito, trazer a coisa toda às claras." O conflito deve ser tratado como um problema comum e trabalhado em conjunto para se encontrar uma solução. As próprias partes envolvidas devem encontrar sua própria solução. Assim, a integração pode ser alcançada através da participação na tomada de decisões, com base no conhecimento funcional que cada parte pode oferecer a uma questão. Follett adverte ainda que é ingênuo presumir que a integração é sempre possível. Entretanto, sustenta que é muitas vezes viável e válida a tentativa.
Sobre a questão do poder, Follet insiste em que se reconsidere o tradicional modelo "poder-sobre" e sugere um modelo alternativo, o do "poder-com", uma abordagem natural e mais produtiva do que qualquer sistema baseado somente no controle. O "poder-com" origina-se da união de poderes individuais. Cada membro de um grupo pode ter poder exclusivo e soberano derivado da combinação de conhecimento, experiência e habilidade específicos a ele. E a função do gerente, segundo Follett, é ajudar os membros do grupo a perceber que têm esse poder; unificar esses poderes individuais em um poder total do grupo; e tornar cada indivíduo responsável por ajustar sua contribuição para que se ajuste à tarefa como um todo.
Obras de Mary Parker Follet
The New State: Group Organization the Solution of Popular Government – Lançado em 1918;
Creative Experience – Lançado em 1924;
Profeta do Gerenciamento – (Harvard Business School, 1994)
Seus ensaios principais foram reunidos num livro e publicados após sua morte, sob o título Dynamic Administration (Londres, 1941 e Nova York, 1942).
Frases de Mary Paker Follet
No entanto, aos que conhecem o seu trabalho e as suas obras, sabem que Mary Paker Follet contribuiu muito para a sociedade, com escritos inigualáveis, principalmente sobre liderança.
"O lider mais bem-sucedido é aquele que tem uma visão do que ainda não foi realizado."
"Ouvimos repetidas vezes no passado: 'Um líder não é feito. Ele nasce líder."
"A responsabilidade é a maior incentivadora do desenvolvimento dos homens."
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