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EXERCÍCIOS RESISTIDOS Centro Universitário Metodista IPA Cinesioterapia Exercícios Resistidos Kisner ; Colby, 2005 - Qualquer forma de exercício ativo no qual uma contração muscular dinâmica (concêntricas e excêntricas) ou estática (isometria) é resistida por força externa aplicada manual ou mecanicamente. Fatores que podem influenciar o exercício: • Patologia de base, extensão e gravidade do comprometimento da função muscular; • Estágio de regeneração dos tecidos; • Idade e preparo físico do paciente, habilidade em cooperar e aprender a realizar o exercício. Benefícios : - Aumenta a capacidade de produção de força do músculo; - Aumenta a resistência à fadiga muscular; - Aumenta a resistência dos tecidos não-contráteis (tecido conjuntivo – tendões, ligamentos, tecido conjuntivo intramuscular); - Contribui para maior densidade mineral óssea ou menor desmineralização; - Reduz o risco de lesão de tecidos moles; - Diminui a sobrecarga nas articulações; - Favorece a melhora do equilíbrio; - Facilita as atividades cotidianas (qualidade vida); - Favorece a sensação de bem-estar físico. Kisner; Colby, 2005 Objetivo principal: Aumento da capacidade de produção de força muscular como resultado de adaptações neurais e da hipertrofia. Adaptações neurais: aprendizado motor, melhora na coordenação, aumento do recrutamento de unidades motoras, assim como aumento da velocidade e sincronização dos disparos. Hipertrofia: aumento no tamanho da fibra muscular por decorrência de treinamento de intensidade moderada a alta (aumento de síntese de proteínas – actina e miosina, diminuição da degradação de proteínas, melhor captação de aminoácidos). Kisner ; Colby, 2005 Força muscular – maior força mensurável que pode ser exercida por um músculo ou grupo muscular para vencer uma resistência durante um esforço máximo. Força funcional – habilidade do sistema neuromuscular de produzir, reduzir ou controlar forças, de modo suave e coordenado, durante atividades funcionais. Uma força muscular insuficiente pode contribuir para as perdas funcionais. Kisner ; Colby, 2005 Tipos de fibras musculares: Tipo I – lenta e resistente à fadiga Tipo IIA – rápida e resistente à fadiga Tipo IIB – rápida e suscetível à fadiga Rocha, Stocchero, Sant’Anna, 2012. Potência É o trabalho (força x distância) produzido pelo músculo em unidade de tempo (força x distância/tempo). Resistência muscular à fadiga Habilidade do músculo para se contrair repetidamente contra uma carga por um longo período de tempo. Ao contrário do treinamento de força, a adaptação a treinamentos de resistência ocorre mediante aumentos na capacidade oxidativa e metabólica, o que permite o melhor transporte e uso de oxigênio. Kisner ; Colby, 2005 Princípios: * PRINCÍPIO DA SOBRECARGA: - As adaptações ocorrem somente quando as demandas impostas pelo treinamento são superiores às usualmente impostas a um determinado tecido. -Segundo o princípio da sobrecarga temos de submeter os tecidos a uma sobrecarga um pouco mais elevada do que aquela que o sistema já está acostumado a suportar. -Se objetivo for força, maior carga; mas se objetivo for resistência, maior número de repetições. * PRINCÍPIO DA PROGRESSÃO: - Toda sobrecarga deixa de ser uma sobrecarga após a adaptação dos tecidos. O aumento gradativo da carga é chamado de progressão. (FLECK; KRAEMER, 2002). Princípios: * PRINCÍPIO DA ADAPTAÇÃO/ ESPECIFICIDADE: A adaptação é definida como um conjunto de alterações em resposta a um programa de treinamento. Sugere-se que o treinamento seja construído alinhado a especificidade do que se prescreve/busca para o paciente. * PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIDADE: Toda adaptação é individual e depende de uma série de fatores como herança genética, idade e história pessoal. Uma mesma sobrecarga pode causar, por exemplo, níveis diferentes de microlesão em diferentes indivíduos. (FLECK ; KRAEMER, 2002). Tipos exercícios resistidos: # CARGA “FIXA” # CARGA VARIÁVEL Tipos exercícios resistidos: # RESISTÊNCIA MANUAL POSIÇÃO DURANTE O EXERCÍCIO - COMO AS FORÇAS OCORREM DURANTE O MOVIMENTO HUMANO # CADEIA CINÉTICA ABERTA # CADEIA CINÉTICA FECHADA Kisner ; Colby, 2005 Variáveis do exercício resistido: - Alinhamento e estabilização; - Intensidade/ carga do exercício; - Repetições e séries; - Frequência; - Duração. * Determinação da CARGA do exercício - desafiador para resistência manual e para escolha subjetiva da carga - sensação subjetiva ou determinação de forma quantitativa - Possibilidades: 1) medida da força através de dinamômetro Kisner ; Colby, 2005 2) Estimativa de força máxima através do teste de RM (repetição máxima): * diversos protocolos para determinação da RM Protocolo 1 para teste de 1-RM: * Aquecimento. * 3-5 repetições com uma resistência baixa para acostumar-se ao movimento. * Repouso de 3 a 5 minutos. * Aumentar a carga cautelosamente e repetir o movimento. Se o levantamento for realizado, o testado deverá descansar por 3 minutos antes de tentar um peso mais elevado. Seguir este procedimento até que ocorra impossibilidade de realizar o movimento completo. * Se o máximo não for alcançado em 5 tentativas, descansar por 15 minutos antes de tentar novamente. * Registrar o valor para 1-RM como o máximo peso levantado para a última tentativa com sucesso. OBS: cuidado com teste de 1RM em pacientes com DOR!! Kisner ; Colby, 2005 2) Estimativa de força máxima através do teste de RM (repetição máxima) Protocolo 2 para teste de 1-RM: * Aquecimento. * 3-5 repetições com uma resistência baixa para acostumar-se ao movimento. * Repouso de 5 minutos. * Estipular a carga que será utilizada para a repetição do movimento por dez vezes. Se o levantamento for realizado sem chegar na fadiga, aplica-se o cálculo de conversão. • Se a carga levantada for de 12kg por dez repetições (10RM), parte-se do cálculo que 10RM é aproximadamente 75% de 1RM. Portanto, neste caso 1RM= 16kg. 75% - 12 100% - X Kisner ; Colby, 2005 Variáveis do exercício resistido: - Alinhamento e estabilização; - Intensidade/ carga do exercício; - Repetições e séries; - Frequência; - Duração. Adultos saudáveis não treinados: • 60% da RM - 15 repetições (1 a 6 séries); • 70 a 80% da RM – 10 repetições (1 a 6 séries); • 90% da RM – 4 a 5 repetições (1 a 6 séries). Pacientes com déficits significativos de força e/ou de resistência a fadiga – 30 a 50% da RM. Para melhorar a força muscular: Utilizar carga máxima que cause fadiga após 6 a 12 repetições em duas ou três séries. Para melhorar a resistência muscular à fadiga: Com carga submáxima com 40 a 50 repetições em três a cinco séries. Kisner ; Colby, 2005 Variáveis do exercício resistido: - Alinhamento e estabilização; - Intensidade/ carga do exercício; - Repetições e séries; - Frequência; - Duração. Em situações de pós-operatório, por exemplo, com sequela de perda de força muscular – treinamentos com baixa intensidade e repetição – podem ser realizados diariamente, várias vezes ao dia. Já havendo ganho de alguma força, com o aumento da intensidade e repetição, sugere-se que se trabalhe em dias alternados. Para manutenção dos ganhos, sugere-se duas vezes na semana. Crianças e idosos – sugere-se duas a três vezes por semana. Atletas – até seis dias por semana.Kisner ; Colby, 2005 A duração pode ser de 1 a 2 meses – foco no retorno da função. Duração para toda a vida – manutenção da função alcançada. Após 2 a 3 semanas – adaptações neurais. Após 6 a 12 semanas – hipertrofia/ aumento de vascularização. Kisner ; Colby, 2005 Sugestões de referências que não constam no plano de ensino: Enoka RM. Bases neuromecânicas da cinesiologia. 2ª ed. São Paulo: Manole, 2000. Fleck SJ, Kraemer WJ. Fundamentos do Treinamento de Força Muscular. 2ª ed. Artmed, 2002. Cabral CMN, Melim AMO, Sacco ICN, Marques AP. Fisioterapia em pacientes com síndrome fêmoro-patelar: comparação de exercícios em cadeia cinética aberta e fechada. Acta Ortop Bras, 16(3): 180-185, 2008. Lima GCS, Barboza EM, Alfieri FM. Análise da funcionalidade e da dor de indivíduos portadores de síndrome do impacto submentidos à intervenção fisioterapêutica. Fisioterapia e Movimento, 20(1): 61-69, 2007. Rocha CSS, Baroni BM, Lanferdini FJ, Freitas CR, Frasson VB, Vaz MA. Specificity of strength gains after 12 weeks of isokinetic eccentric training in healthy men. Isokinetics and Exercise Science, 19: 221-226, 2011. Rocha, C; Stocchero, C; Sant’Anna, M. Cinesiologia: Guia prático para estudantes. Porto Alegre: Centro Universitário Metodista IPA/ EDIPUCRS, 2012.
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