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Aula 01 48

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DIREITO DO CONSUMIDOR - XXIII EXAME DA 
OAB 
Teoria e Questões 
 
 
Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 29 
 
 
 
$8/$��� 
Direito do Consumidor ± XXIII Exame da 
OAB 
 
1 ± Princípios do Direito do Consumidor ....................................................... 4 
1.1 ± Princípio do protecionismo do consumidor ......................................... 4 
1.2 ± Princípio da Vulnerabilidade do consumidor ....................................... 4 
1.3 ± Princípio da Hipossuficiência ............................................................ 5 
1.4 ± Princípio da Boa-fé objetiva ............................................................. 6 
1.5 ± Princípio da Transparência ou Confiança ........................................... 6 
1.6 ± Princípio da Função Social do Contrato ............................................. 7 
1.7 ± Princípio da Equivalência Negocial .................................................... 9 
1.8 ± Princípio da Reparação Integral do Dano ........................................... 9 
2 ±Política Nacional das Relações de Consumo ............................................. 9 
3 ± Direitos Básicos do Consumidor .......................................................... 12 
4- Da qualidade de Produtos e Serviços, da prevenção e reparação dos Danos 15 
5 - Sanções Administrativas. .................................................................... 16 
6 - Infrações Penais. ............................................................................... 19 
7 - Sistema Nacional de Defesa do Consumidor. ......................................... 21 
8 ± Bibliografia ....................................................................................... 22 
9 ± Resumo ........................................................................................... 22 
10 ± Jurisprudência Correlata ................................................................... 24 
11 ± Questões ........................................................................................ 25 
a) Questões Objetivas ....................................................................... 25 
b) Gabaritos .................................................................................... 28 
c) Comentários ................................................................................ 28 
12 - Considerações Finais ........................................................................ 30 
 
DIREITO DO CONSUMIDOR - XXIII EXAME DA 
OAB 
Teoria e Questões 
 
 
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$8/$������$35(6(17$d­2 
Olá meus amigos, tudo bem? 
 
Firmes nos estudos? 
 
Vamos seguir com mais uma aula. 
 
Dentro do nosso compromisso em apontar de forma objetiva os itens com 
maior probabilidade de incidência na prova da OAB, destaco a parte dos Princípios 
como a mais importante desta aula. Os demais itens, por não ser possível 
esgotarmos, sem uma análise da legislação, irei tentar apontar alguns destaques 
na própria lei, dada a maior incidência em provas do próprio texto legal. 
 
Deixarei abaixo meus contatos para quaisquer dúvidas ou sugestões. 
Estou à disposição dos senhores. 
Grande abraço, 
 
(61) 99186-9102 
contato@imaciel.com.br 
Igor Maciel (https://www.facebook.com/igor.maciel.1420) 
@igormouramaciel 
 
Igor Maciel 
 
 
 
DIREITO DO CONSUMIDOR - XXIII EXAME DA 
OAB 
Teoria e Questões 
 
 
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1 ± Princípios do Direito do Consumidor 
 
 O artigo 4º do CDC, que institui a Política Nacional das Relações de 
Consumo identificamos a preocupação do legislador em orientar os princípios e 
direcionamento que devem conduzir a relação consumerista, senão vejamos: 
 
Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento 
das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, 
a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, 
bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os 
seguintes princípios: 
 
 Percebe-se que a preocupação com as necessidades dos consumidores, 
com a sua dignidade, saúde e segurança, bem como a melhoria da sua qualidade 
de vida são o norte que está impregnado no CDC. 
 Adotando neste curso a classificação utilizada por Flávio Tartuce (2016), 
identificamos os seguintes princípios: 
 
1.1 ± Princípio do protecionismo do consumidor 
 
 Consubstanciado no artigo 1º, do CDC e previsto nos artigos 5º, XXXII e 
170, III, da CF, bem como no artigo 48, do ADCT, o princípio do protecionismo 
estabelece que o CDC é uma norma cogente de ordem pública e interesse social 
e que deve ser observada por todos na proteção do consumidor. 
 Além disso, um dos fundamentos da ordem econômica brasileira é 
exatamente a proteção ao consumidor. 
 
Art. 1° O presente código estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, 
de ordem pública e interesse social, nos termos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170, 
inciso V, da Constituição Federal e art. 48 de suas Disposições Transitórias. 
 
1.2 ± Princípio da Vulnerabilidade do consumidor 
 
 O reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor pode ser presumida 
ante o fato de ser este destinatário final dos produtos e serviços disponibilizados 
pelo fornecedor no mercado de consumo. Trata-se de um princípio do direito 
consumerista previsto no artigo 4º, inciso I, do CDC: 
 
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Art. 4º. I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de 
consumo; 
 
 O reconhecimento da vulnerabilidade decorre do princípio constitucional da 
isonomia que confere tratamento desigual aos desiguais. Para Leandro Lages 
(2014, pg. 57): 
 
Como o consumidor é inferior ao fornecedor em virtude da sua reconhecida 
vulnerabilidade, é possível dispensar um tratamento desigual em favor do 
consumidor com o objetivo de equilibrar a relação jurídica de consumo. 
 
 Três são os tipos de vulnerabilidade: 
 
a) Técnica ± quanto a conhecimentos acerca das características e utilidade 
do produto ou serviço adquirido; 
 
b) Jurídica ± decorrente da inexperiência do consumidor quanto ao mercado 
e da ausência de assessoria jurídica e contábil quanto aos termos da 
contratação; 
 
c) Fática ± decorrente das circunstâncias de fato que levam o fornecedor a 
ser superior financeira, social e culturalmente; 
 
1.3 ± Princípio da Hipossuficiência 
 
Diferenciando os institutos da vulnerabilidade e da hipossuficiência, 
Leandro Lages afirma que (2014, pg. 58): 
 
A vulnerabilidade independe da condição social, cultural ou econômica do 
consumidor, caracteriza-se pelo fato de o consumidor desconhecer as técnicas de 
produção. O consumidor hipossuficiente, além de desconhecer as técnicas de 
produção, tem a sua situação agravada em virtude de fatores econômicos, sociais 
e culturais, justificando a concessão de direitos e garantias extras, como a inversão 
do ônus da prova. 
 
 
Assim, todo consumidor é vulnerável, mas 
nem todo consumidor é hipossuficiente. 
(Tartuce, 2016, pg. 37). 
 
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 Trata-se, pois, de princípio previsto no artigo 6º, inciso VIII, do CDC e que 
estabelece como instrumento facilitador da defesa do consumidor em juízo a 
inversão doônus da prova: 
 
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: 
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da 
prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a 
alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de 
experiências; 
 
1.4 ± Princípio da Boa-fé objetiva 
 
 Já o princípio da boa-fé objetiva está previsto no inciso III, do artigo 4º, do 
CDC, segundo o qual: 
 
Art. 4º. 
III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e 
compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de 
desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos 
quais se funda a ordem econômica (art. 170, da Constituição Federal), sempre com 
base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores; 
 
 Para Flávio Tartuce (2016, pg. 42): 
 
A boa-fé objetiva traz a ideia de equilíbrio negocial, que, na ótica do Direito do 
Consumidor, deve ser mantido em todos os momentos pelos quais passa o negócio 
jurídico. 
 
1.5 ± Princípio da Transparência ou Confiança 
 
 Dentre os princípios do direito do consumidor está o da tutela da 
informação, que possui no mundo jurídico duas faces: o dever de informar e o 
dever de ser informado. 
 De acordo com o caput do artigo 4º, do CDC, é diretriz do direito do 
consumidor a transparência e harmonia nas relações de consumo: 
 
Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento 
das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, 
a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, 
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bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os 
seguintes princípios: (Redação dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995) 
 
 Por outro lado, o artigo 6º, inciso III, estabelece que a informação clara e 
adequada sobre os produtos e serviços é direito básico do consumidor: 
 
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: 
III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, 
com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, 
tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem; 
 
 Percebam que tal princípio é tão forte que necessário que o produto informe 
inclusive a quantidade, característica, composição, tributos incidentes e preço, 
bem como os eventuais riscos que apresentem. 
 Além disso, o parágrafo único do artigo 6º, do CDC, estabelece que a 
informação deve ser acessível à pessoa com deficiência, observadas as regras 
dispostas em regulamento: 
 
Parágrafo único. A informação de que trata o inciso III do caput deste artigo deve 
ser acessível à pessoa com deficiência, observado o disposto em regulamento. 
 
1.6 ± Princípio da Função Social do Contrato 
 
 Tradicionalmente, o direito civil prega a ideia da força obrigatória dos 
contratos (pacta sunt servanda). 
Contudo, no direito do consumidor, há que se analisar a função social do 
contrato, não podendo se aceitar cláusulas draconianas e prejudiciais aos 
consumidores, naturalmente vulneráveis ante os fornecedores. 
Assim, em oposição a esta força obrigatória dos contratos, tem-se a Teoria 
da Imprevisão, consubstanciada na cláusula rebus sic standibus, segundo a qual 
é possível se relativizar a força obrigatória dos contratos na esfera do Direito do 
Consumidor. 
Trata-se, inclusive de direito básico previsto no artigo 6º, inciso V, do CDC: 
 
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: 
V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações 
desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem 
excessivamente onerosas; 
 
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 Para Flávio Tartuce (2016, pg. 52): 
 
O objetivo principal da função social dos contratos é tentar equilibrar uma situação 
que sempre foi díspar, em que o consumidor sempre foi vítima das abusividades da 
outra parte da relação de consumo. 
 
 A FGV, inclusive, já cobrou este dispositivo no IV Exame de Ordem 
Unificado: 
 
 
 
IV EXAME DE ORDEM - FGV 
Analisando o artigo 6º, V, do Código de Defesa do Consumidor, que prescreve: 
³6mR�GLUHLWRV�EiVLFRV�GR�FRQVXPLGRU��9�± a modificação das cláusulas contratuais 
que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos 
VXSHUYHQLHQWHV�TXH�DV� WRUQHP�H[FHVVLYDPHQWH� RQHURVDV´��assinale a alternativa 
correta. 
A) Não traduz a relativização do princípio contratual da autonomia da vontade das 
partes. 
B) Almeja, em análise sistemática, precipuamente, a resolução do contrato firmado 
entre consumidor e fornecedor. 
C) Admite a incidência da cláusula rebus sic stantibus. 
D) Exige a imprevisibilidade do fato superveniente. 
COMENTÁRIOS 
Alternativa correta, letra C. 
 
O artigo 6º, inciso V, do CDC admite a incidência da cláusula rebus sic standibus 
nos contratos de consumo em flagrante oposição à força obrigatória dos contratos. 
Assim, uma vez que se traduz na relativização do da força do contrato e da 
autonomia da voQWDGH�GDV�SDUWHV��D�DOWHUQDWLYD�³$´�HVWi�HUUDGD� 
 
-i�R�HUUR�GD�OHWUD�³%´�HVWi�HP�DILUPDU�TXH�R�GLVSRVLWLYR�OHJDO�H[LJH�D�UHVROXomR�GR�
contrato, quando na verdade o dispositivo apenas pretende a modificação ou 
revisão da cláusula prejudicial ao consumidor. 
 
3RU�ILP��D�OHWUD�³'´�HVWi�HUUDGD��XPD�YH]�TXH�R�GLVSRVLWLYR�SRGH�VHU�DSOLFDGR�WDQWR�
a cláusulas que estabeleçam prestações desproporcionais, independente do 
momento em que tais prestações se verifiquem, como para cláusulas que se tornem 
excessivamente onerosas, em razão de fato superveniente. 
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1.7 ± Princípio da Equivalência Negocial 
 
 De acordo com este princípio, deve ser garantido ao consumidor a 
igualdade de condições no momento da contratação com o fornecedor. Trata-se 
de princípio previsto como direito básico do consumidor no inciso II, do artigo 6º, 
do CDC: 
 
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: 
 
II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços, 
asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações; 
 
1.8 ± Princípio da Reparação Integral do Dano 
 
 Há ainda o princípio da reparação integral do dano, previsto no artigo 6º, 
inciso VI, como direito básico do consumidor: 
 
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: 
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, 
coletivos e difusos; 
 
 Segundo Flávio Tartuce (2016, pg. 63): 
 
Tal regramento assegura aos consumidores as efetivas prevenção e reparação de 
todos os danos suportados, sejam eles materiais ou morais, individuais, coletivos 
ou difusos. 
 
 Ressalte-se que não apenas a pessoa física pode sofrer dano moral, mas 
também a pessoa jurídica, nos termos da Súmula 227 do Stj: 
 
Súmula 227 ± STJ - A pessoa jurídica pode sofrer dano moral 
 
2 ±Política Nacional das Relações de Consumo 
 
 A Política Nacional das Relações de Consumo trata-se, segundo Leandro 
Lages (2014, pg. 55), de: 
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uma política que representa o conjunto de diretrizes a serem adotadas no sentido 
de consolidar direitos e garantias mínimas ao consumidor, erigindo-as à categoria 
de princípios. 
 
 Assim, o estudo do artigo 4º nada mais é que o estudo dos princípios já 
estudados acima, cabendo ao aluno a leitura minuciosa do dispositivo, 
procurando destacar sempre: 
 
i. Reconhecimento da Vulnerabilidade do Consumidor; 
 
ii. Educação e Informação dos Consumidores e Fornecedores; 
 
iii. Coibição e repressão de abusos praticados no mercado de consumo; 
 
iv. Racionalização e melhoria dos serviços públicos; 
 
Eis o dispositivo legal: 
 
Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento 
das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, 
a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, 
bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os 
seguintes princípios: (Redação dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995) 
 
I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo; 
 
II - ação governamental no sentido de proteger efetivamente o 
consumidor: 
 
a) por iniciativa direta; 
 
b) por incentivos à criação e desenvolvimento de associações 
representativas; 
 
c) pela presença do Estado no mercado de consumo; 
 
d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequados de 
qualidade, segurança, durabilidade e desempenho. 
 
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III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e 
compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de 
desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos 
quais se funda a ordem econômica (art. 170, da Constituição Federal), sempre com 
base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores; 
 
IV - educação e informação de fornecedores e consumidores, quanto aos seus 
direitos e deveres, com vistas à melhoria do mercado de consumo; 
 
V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes de controle de 
qualidade e segurança de produtos e serviços, assim como de mecanismos 
alternativos de solução de conflitos de consumo; 
 
VI - coibição e repressão eficientes de todos os abusos praticados no mercado de 
consumo, inclusive a concorrência desleal e utilização indevida de inventos e 
criações industriais das marcas e nomes comerciais e signos distintivos, que possam 
causar prejuízos aos consumidores; 
 
VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos; 
 
VIII - estudo constante das modificações do mercado de consumo. 
 
 Destaque-se que o inciso II estabelece ações a serem tomadas pelos 
governos no sentido de efetivamente proteger o consumidor, através de iniciativa 
direta, incentivos à criação e desenvolvimento de associações representativas, 
pela presença do Estado no mercado de consumo e pela garantia dos produtos e 
serviços com padrões adequados de qualidade, segurança, durabilidade e 
desempenho. 
 Além disso o artigo 5º, do CDC estabelece os instrumentos para a execução 
da Política Nacional das Relações de Consumo: 
 
Art. 5° Para a execução da Política Nacional das Relações de Consumo, contará o 
poder público com os seguintes instrumentos, entre outros: 
I - manutenção de assistência jurídica, integral e gratuita para o 
consumidor carente; 
 
 O Estado costuma oferecer estes serviços através da Defensoria Pública. 
 
II - instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do Consumidor, no 
âmbito do Ministério Público; 
 
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 Diversos são os PROCONS estaduais criados no seio do Ministério Público. 
 
III - criação de delegacias de polícia especializadas no atendimento de 
consumidores vítimas de infrações penais de consumo; 
 
 Diversas são as DECONS criadas pelo Brasil (Delegacias do Consumidor). 
 
IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas e Varas 
Especializadas para a solução de litígios de consumo; 
 
V - concessão de estímulos à criação e desenvolvimento das Associações 
de Defesa do Consumidor. 
 
3 ± Direitos Básicos do Consumidor 
 
 Os direitos básicos do Consumidor estão previstos no artigo 6º, do CDC e 
a maioria também foi vista no tópico relativo aos princípios. Faremos, então, 
apenas alguns destaques nesta matéria. 
 
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: 
I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas 
no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos; 
 
 O CDC costuma se preocupar muito com a proteção à vida, saúde e 
segurança do consumidor e possui diversas normas protetivas contra os riscos 
provocados por produtos ou serviços perigosos ou nocivos. Trata-se, pois, de um 
direito básico do consumidor a proteção à vida, saúde e segurança. 
 
II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços, 
asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações; 
 
 Trata-se de direito visto juntamente com o Princípio da Equivalência 
Negocial. 
 
III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com 
especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, 
tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem; (Redação 
dada pela Lei nº 12.741, de 2012) Vigência 
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 Este direito básico foi visto quando tratamos do Princípio da transparência 
ou confiança. 
 
IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais 
coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas 
no fornecimento de produtos e serviços; 
 
 O CDC protege, ainda, o consumidor contra a publicidade enganosa e 
abusiva, bem como contra as práticas e cláusulas abusivas insertas nos contratos 
ou impostas no fornecimento de produtos e serviços. Iremos estudar com 
profundidade este tema quando falarmos especificamente das práticas abusivas. 
 
V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações 
desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem 
excessivamente onerosas; 
 
 Visto quando tratamos da função social do contrato, este direito básico 
relativiza a força obrigatória dos contratos (pacta sunt servanda), em benefício 
do consumidor. 
 Poderá, pois, o consumidor: 
 
a) Modificar as cláusulas contratuais que estabeleçam prestações 
desproporcionais, independente do momento em que se verifiquem; ou 
 
b) Rever as cláusulas contratuais em razão de fatos supervenientes que as 
tornem excessivamente onerosas; 
 
 
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, 
coletivos e difusos; 
 
 Trata-se de direito básico visto quando da análise do Princípio da Reparação 
Integral do Dano. 
 
VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou 
reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, 
assegurada a proteção Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados; 
 
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 Decorre este direito do próprio acesso à justiça e da instalação das 
Defensorias Públicas com assistência jurídica gratuita, instrumentos da execução 
da Política Nacional das Relações de Consumo. 
 
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da 
prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a 
alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de 
experiências; 
 
 Este direito básico foi visto quando tratamos do Princípio da Hipossuficiência 
e do Princípio da Vulnerabilidade. 
 
X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral. 
 
 O CDC estabeleceu como direito básico do consumidor a eficaz e adequada 
prestação e serviços públicos em geral (serviços de água, esgoto, energia, gás, 
transporte público, etc). 
 
 Por fim, o artigo 7º, do CDC, estabelece que os direitos previstos no Código 
não são exaustivos e não excluem outros decorrentes de tratados ou convenções 
internacionais, bem como outros diplomas normativos. 
 
Art. 7° Os direitos previstos neste código não excluem outros decorrentes de 
tratados ou convenções internacionais de que o Brasil seja signatário, da legislação 
interna ordinária, de regulamentos expedidos pelas autoridades administrativas 
competentes, bem como dos que derivem dos princípios gerais do direito, analogia, 
costumes e eqüidade. 
 
 E, o parágrafo único do artigo 7º, estabelece a responsabilidade solidária 
de todos os autores das ofensas contra os consumidores: 
 
Parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa, todos responderão 
solidariamente pela reparação dos danos previstos nas normas de 
consumo. 
 
 
 
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4- Da qualidade de Produtos e Serviços, da prevenção 
e reparação dos Danos 
 
 Como decorrência da Política Nacional das Relações de Consumo, o Código 
de Defesa do Consumidor prevê diversos regramentos a serem seguidos pelos 
fornecedores e pelo Estado no que atine à segurança e saúde dos consumidores. 
De acordo com o artigo 8º: 
 
Art. 8° Os produtos e serviços colocados no mercado de consumo não acarretarão 
riscos à saúde ou segurança dos consumidores, exceto os considerados normais e 
previsíveis em decorrência de sua natureza e fruição, obrigando-se os 
fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as informações necessárias e 
adequadas a seu respeito. 
Parágrafo único. Em se tratando de produto industrial, ao fabricante cabe prestar 
as informações a que se refere este artigo, através de impressos apropriados que 
devam acompanhar o produto. 
 
 Segundo Leandro Lages (2014, pg. 78): 
 
não deve o fornecedor introduzir no mercado de consumo qualquer produto ou 
serviço que possa comprometer esse direito, apresentando um grau de 
periculosidade acima do tolerável. Ou seja, admitem-se riscos à saúde e à 
segurança do consumidor, somente quando tais riscos decorrem da normal fruição 
do produto e do serviço e sejam previsíveis pelo consumidor de acordo com suas 
regras de experiência. 
 
 Já o artigo 9º cria outro nível de risco ao produtor que são por sua natureza 
potencialmente nocivos ou perigosos à saúde ou segurança. Estes devem de 
maneira ostensiva e adequada informar suas características: 
 
Art. 9° O fornecedor de produtos e serviços potencialmente nocivos ou perigosos à 
saúde ou segurança deverá informar, de maneira ostensiva e adequada, a 
respeito da sua nocividade ou periculosidade, sem prejuízo da adoção de outras 
medidas cabíveis em cada caso concreto. 
 
 Já o artigo 10 estabelece que o fornecedor não poderá colocar no mercado 
produto ou serviço que sabe ou deveria saber apresentar alto grau de nocividade 
ou periculosidade à saúde ou segurança. 
 Contudo, acaso o fornecedor coloque o produto no mercado e apenas 
posteriormente descobre a sua periculosidade, medidas urgentes deverão ser 
tomadas e estão previstas nos parágrafos do artigo 10: 
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Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no mercado de consumo produto ou 
serviço que sabe ou deveria saber apresentar alto grau de nocividade ou 
periculosidade à saúde ou segurança. 
§ 1° O fornecedor de produtos e serviços que, posteriormente à sua 
introdução no mercado de consumo, tiver conhecimento da periculosidade 
que apresentem, deverá comunicar o fato imediatamente às autoridades 
competentes e aos consumidores, mediante anúncios publicitários. 
§ 2° Os anúncios publicitários a que se refere o parágrafo anterior serão veiculados 
na imprensa, rádio e televisão, às expensas do fornecedor do produto ou serviço. 
§ 3° Sempre que tiverem conhecimento de periculosidade de produtos ou 
serviços à saúde ou segurança dos consumidores, a União, os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios deverão informá-los a respeito. 
 
 Vejam que os próprios fornecedores deverão arcar com os custos de nova 
publicidade informando a nocividade dos produtos, como meio de informar os 
consumidores. 
 
5 - Sanções Administrativas. 
 
 O Código de Defesa do Consumidor prevê em seus artigos 55 a 60 as 
sanções administrativas a serem aplicadas pelos órgãos de controle aos 
fornecedores que descumprirem as determinações do Código. 
 O artigo 55 prevê a possibilidade de edição de resoluções e normas relativas 
à produção e circulação de produtos e serviços: 
 
Art. 55. A União, os Estados e o Distrito Federal, em caráter concorrente e 
nas suas respectivas áreas de atuação administrativa, baixarão normas 
relativas à produção, industrialização, distribuição e consumo de produtos 
e serviços. 
§ 1° A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios fiscalizarão e controlarão 
a produção, industrialização, distribuição, a publicidade de produtos e serviços e o 
mercado de consumo, no interesse da preservação da vida, da saúde, da segurança, 
da informação e do bem-estar do consumidor, baixando as normas que se fizerem 
necessárias. 
§ 2° (Vetado). 
§ 3° Os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal e municipais com atribuições 
para fiscalizar e controlar o mercado de consumo manterão comissões permanentes 
para elaboração, revisão e atualização das normas referidas no § 1°, sendo 
obrigatória a participação dos consumidores e fornecedores. 
§ 4° Os órgãos oficiais poderão expedir notificações aos fornecedores para que, sob 
pena de desobediência, prestem informações sobre questões de interesse do 
consumidor, resguardado o segredo industrial. 
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 Já o artigo 56 prevê as sanções administrativas a serem aplicadas às 
infrações às normas do CDC: 
 
Art. 56. As infrações das normas de defesa do consumidor ficam sujeitas, conforme 
o caso, às seguintes sanções administrativas, sem prejuízo das de natureza civil, 
penal e das definidas em normas específicas: 
I - multa; 
II - apreensão do produto; 
III - inutilização do produto; 
IV - cassação do registro do produto junto ao órgão competente; 
V - proibição de fabricação do produto; 
VI - suspensão de fornecimento de produtos ou serviço; 
VII - suspensão temporária de atividade; 
VIII - revogação de concessão ou permissão de uso; 
IX - cassação de licença do estabelecimento ou de atividade; 
X - interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra ou de atividade; 
XI - intervenção administrativa;XII - imposição de contrapropaganda. 
Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo serão aplicadas pela autoridade 
administrativa, no âmbito de sua atribuição, podendo ser aplicadas 
cumulativamente, inclusive por medida cautelar, antecedente ou incidente de 
procedimento administrativo. 
 
 Quanto à pena de multa aplicada aos fornecedores, esta deve ser revestida 
a um Fundo a ser criado para proteção e defesa dos consumidores, conforme 
inteligência do artigo 57 do CDC c/c o artigo 13, da Lei 7.347/85: 
 
CDC 
Art. 57. A pena de multa, graduada de acordo com a gravidade da infração, a 
vantagem auferida e a condição econômica do fornecedor, será aplicada mediante 
procedimento administrativo, revertendo para o Fundo de que trata a Lei nº 7.347, 
de 24 de julho de 1985, os valores cabíveis à União, ou para os Fundos estaduais 
ou municipais de proteção ao consumidor nos demais casos. 
Parágrafo único. A multa será em montante não inferior a duzentas e não superior 
a três milhões de vezes o valor da Unidade Fiscal de Referência (Ufir), ou índice 
equivalente que venha a substituí-lo 
 
Lei 7.347/85. 
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Art. 13. Havendo condenação em dinheiro, a indenização pelo dano causado 
reverterá a um fundo gerido por um Conselho Federal ou por Conselhos Estaduais 
de que participarão necessariamente o Ministério Público e representantes da 
comunidade, sendo seus recursos destinados à reconstituição dos bens lesados. 
 
 Os artigos 58 e 59 exigem a instauração de procedimento administrativo 
com direito ao contraditório e ampla defesa para aplicação das penas de 
apreensão de inutilização dos produtos, de proibição de fabricação, dentre 
outras: 
 
Art. 58. As penas de apreensão, de inutilização de produtos, de proibição de 
fabricação de produtos, de suspensão do fornecimento de produto ou serviço, de 
cassação do registro do produto e revogação da concessão ou permissão de uso 
serão aplicadas pela administração, mediante procedimento administrativo, 
assegurada ampla defesa, quando forem constatados vícios de quantidade ou de 
qualidade por inadequação ou insegurança do produto ou serviço. 
 
Art. 59. As penas de cassação de alvará de licença, de interdição e de suspensão 
temporária da atividade, bem como a de intervenção administrativa, serão 
aplicadas mediante procedimento administrativo, assegurada ampla defesa, 
quando o fornecedor reincidir na prática das infrações de maior gravidade previstas 
neste código e na legislação de consumo. 
§ 1° A pena de cassação da concessão será aplicada à concessionária de serviço 
público, quando violar obrigação legal ou contratual. 
§ 2° A pena de intervenção administrativa será aplicada sempre que as 
circunstâncias de fato desaconselharem a cassação de licença, a interdição ou 
suspensão da atividade. 
§ 3° Pendendo ação judicial na qual se discuta a imposição de penalidade 
administrativa, não haverá reincidência até o trânsito em julgado da sentença. 
 
Por fim, o artigo 60 prevê a possibilidade de o fornecedor veicular 
contrapropaganda como penalidade por prática de publicidade enganosa ou 
abusiva, sempre às suas expensas. 
 
Art. 60. A imposição de contrapropaganda será cominada quando o fornecedor 
incorrer na prática de publicidade enganosa ou abusiva, nos termos do art. 36 e 
seus parágrafos, sempre às expensas do infrator. 
§ 1º A contrapropaganda será divulgada pelo responsável da mesma forma, 
freqüência e dimensão e, preferencialmente no mesmo veículo, local, espaço e 
horário, de forma capaz de desfazer o malefício da publicidade enganosa ou 
abusiva. 
 
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6 - Infrações Penais. 
 
 O CDC prevê, ainda, algumas infrações penais em seus artigos 61 a 80, 
quase sempre relacionados a crimes contra a saúde e segurança do consumidor 
ou a abusividade das publicidades. Tendo em vista a baixa incidência deste tema 
em Exames da OAB, destacaremos apenas alguns trechos: 
 
Art. 61. Constituem crimes contra as relações de consumo previstas neste código, 
sem prejuízo do disposto no Código Penal e leis especiais, as condutas tipificadas 
nos artigos seguintes. 
Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou 
periculosidade de produtos, nas embalagens, nos invólucros, recipientes 
ou publicidade: 
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa. 
§ 1° Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de alertar, mediante recomendações 
escritas ostensivas, sobre a periculosidade do serviço a ser prestado. 
§ 2° Se o crime é culposo: 
Pena Detenção de um a seis meses ou multa. 
 
Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade competente e aos consumidores a 
nocividade ou periculosidade de produtos cujo conhecimento seja posterior à sua 
colocação no mercado: 
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa. 
Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de retirar do mercado, 
imediatamente quando determinado pela autoridade competente, os produtos 
nocivos ou perigosos, na forma deste artigo. 
 
 Aqui o CDC penaliza a omissão de informações quanto à saúde e segurança 
dos consumidores em, tal qual previsto nos artigos 8, 9 e 10 (da qualidade de 
produtos e serviços). 
 Além disso, a execução de serviço de alto grau de periculosidade quando 
autoridade competente determinou a sua não execução também é crime, 
conforme disposto no artigo 65, do CDC: 
 
Art. 65. Executar serviço de alto grau de periculosidade, contrariando determinação 
de autoridade competente: 
Pena Detenção de seis meses a dois anos e multa. 
Parágrafo único. As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das 
correspondentes à lesão corporal e à morte. 
 
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 Quanto ao direito de informação e à publicidade enganosa, os artigos 66, 
67 e 68, estabelecem os seguintes crimes: 
 
Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a 
natureza, característica, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, 
durabilidade, preço ou garantia de produtos ou serviços: 
Pena - Detenção de três meses a um ano e multa. 
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a oferta. 
§ 2º Se o crime é culposo; 
Pena Detenção de um a seis meses ou multa. 
Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser enganosa ou 
abusiva: 
Pena Detenção de três meses a um ano e multa. 
Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser capaz de 
induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa a sua saúde 
ou segurança: 
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa: 
 
 Destaque-se, ainda, que o artigo 76 estabelece as circunstâncias 
agravantes dos crimes previstos no CDC, onde se destaca o inciso ,9��DOtQHD�³D´��
o crime é agravado quando cometido contra pessoa cuja condição econômico-
social seja manifestamente superior à da vítima (hipossuficiência). 
 
Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados neste código: 
 I - serem cometidos em época de grave crise econômica ou por ocasião de 
calamidade; 
II - ocasionarem grave dano individual ou coletivo; 
III - dissimular-se a natureza ilícita do procedimento; 
IV - quando cometidos: 
a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição econômico-social seja 
manifestamente superior à da vítima; 
b) em detrimento de operárioou rurícola; de menor de dezoito ou maior de sessenta 
anos ou de pessoas portadoras de deficiência mental interditadas ou não; 
V - serem praticados em operações que envolvam alimentos, medicamentos ou 
quaisquer outros produtos ou serviços essenciais. 
 
 
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7 - Sistema Nacional de Defesa do Consumidor. 
 
 Por fim, o CDC estabelece que o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor 
é formado por órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal e municipais, além 
das entidades privadas de defesa do consumidor. 
 
Art. 105. Integram o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (SNDC), os órgãos 
federais, estaduais, do Distrito Federal e municipais e as entidades privadas de 
defesa do consumidor. 
 
 Tal sistema é coordenado pelo Departamento Nacional de Defesa do 
Consumidor, conforme previsto no artigo 106: 
 
Art. 106. O Departamento Nacional de Defesa do Consumidor, da Secretaria 
Nacional de Direito Econômico (MJ), ou órgão federal que venha substituí-lo, é 
organismo de coordenação da política do Sistema Nacional de Defesa do 
Consumidor, cabendo-lhe: 
I - planejar, elaborar, propor, coordenar e executar a política nacional de proteção 
ao consumidor; 
II - receber, analisar, avaliar e encaminhar consultas, denúncias ou sugestões 
apresentadas por entidades representativas ou pessoas jurídicas de direito público 
ou privado; 
III - prestar aos consumidores orientação permanente sobre seus direitos e 
garantias; 
IV - informar, conscientizar e motivar o consumidor através dos diferentes meios 
de comunicação; 
V - solicitar à polícia judiciária a instauração de inquérito policial para a apreciação 
de delito contra os consumidores, nos termos da legislação vigente; 
VI - representar ao Ministério Público competente para fins de adoção de medidas 
processuais no âmbito de suas atribuições; 
VII - levar ao conhecimento dos órgãos competentes as infrações de ordem 
administrativa que violarem os interesses difusos, coletivos, ou individuais dos 
consumidores; 
VIII - solicitar o concurso de órgãos e entidades da União, Estados, do Distrito 
Federal e Municípios, bem como auxiliar a fiscalização de preços, abastecimento, 
quantidade e segurança de bens e serviços; 
IX - incentivar, inclusive com recursos financeiros e outros programas especiais, a 
formação de entidades de defesa do consumidor pela população e pelos órgãos 
públicos estaduais e municipais; 
X, XI e XII - (Vetado). 
XIII - desenvolver outras atividades compatíveis com suas finalidades. 
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Parágrafo único. Para a consecução de seus objetivos, o Departamento Nacional de 
Defesa do Consumidor poderá solicitar o concurso de órgãos e entidades de notória 
especialização técnico-científica. 
 
8 ± Bibliografia 
 
LAGES, Leandro Cardoso. Direito do consumidor: a lei, a jurisprudência e o 
cotidiano. Rio de Janeiro: Editora Lumen Juris, 2014. 
 
TARTUCE, Flávio. Manual de direito do consumidor: direito material e 
processual. Flávio Tartuce, Daniel Amorim, Assumpção Neves. 5ª Edição. Rio de 
Janeiro: Forense. São Paulo: Método, 2016. 
 
9 ± Resumo 
 
1. O artigo 4º do CDC institui a Política Nacional das Relações de Consumo, 
onde é possível identificamos a preocupação do legislador em orientar os 
princípios e o direcionamento que devem conduzir a relação consumerista. 
 
2. São princípios do Direito do Consumidor: 
 
2.1 ± Princípio do protecionismo do consumidor 
 
2.2 ± Princípio da Vulnerabilidade do consumidor, sendo certo que três são 
os tipos de vulnerabilidade: 
 
a) Técnica ± quanto a conhecimentos acerca das características e 
utilidade do produto ou serviço adquirido; 
 
b) Jurídica ± decorrente da inexperiência do consumidor quanto ao 
mercado e da ausência de assessoria jurídica e contábil quanto aos 
termos da contratação; 
 
c) Fática ± decorrente das circunstâncias de fato que levam o 
fornecedor a ser superior financeira, social e culturalmente; 
 
2.3 ± Princípio da Hipossuficiência 
 
Diferenciando a vulnerabilidade da hipossuficiência, a doutrina afirma 
que a vulnerabilidade independe da condição social, cultural ou 
econômica do consumidor, caracteriza-se pelo fato de o consumidor 
desconhecer as técnicas de produção. 
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O consumidor hipossuficiente, além de desconhecer as técnicas de 
produção, tem a sua situação agravada em virtude de fatores 
econômicos, sociais e culturais, justificando a concessão de direitos e 
garantias extras, como a inversão do ônus da prova. 
 
2.4 ± Princípio da Boa-fé objetiva 
 
2.5 ± Princípio da Transparência ou Confiança 
 
2.6 ± Princípio da Função Social do Contrato 
 
Em oposição à regra da força obrigatória dos contratos (pacta sunt 
servandae), tem-se a Teoria da Imprevisão, consubstanciada na 
cláusula rebus sic standibus, segundo a qual é possível se relativizar 
a força obrigatória dos contratos na esfera do Direito do Consumidor, 
para lhe conferir uma maior proteção. 
 
Trata-se de direito básico do consumidor consubstanciado no artigo 
6º, inciso V, do CDC: 
 
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: 
 
V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam 
prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos 
supervenientes que as tornem excessivamente onerosas; 
 
2.7 ± Princípio da Equivalência Negocial 
 
2.8 ± Princípio da Reparação Integral do Dano 
 
Tal regramento assegura aos consumidores as efetivas prevenção e 
reparação de todos os danos suportados, sejam eles materiais ou 
morais, individuais, coletivos ou difusos. 
 
Destaca-se a Súmula 227, do STJ: 
Súmula 227 ± STJ - A pessoa jurídica pode sofrer dano moral 
 
3. A Política Nacional das Relações de Consumo trata-se de uma política que 
representa o conjunto de diretrizes a serem adotadas no sentido de 
consolidar direitos e garantias mínimas ao consumidor, erigindo-as à 
categoria de princípios. 
 
4. Quanto aos direitos básicos do consumidor, destacamos: 
 
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: 
 
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IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos 
comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e 
cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e 
serviços; 
 
V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam 
prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos 
supervenientes que as tornem excessivamente onerosas; 
 
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão 
do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério 
do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, 
segundo as regras ordinárias de experiências; 
 
5. Quanto à qualidade dos produtos e serviços, não deve o fornecedor 
introduzir no mercado de consumo qualquer produto ou serviço que possa 
comprometer esse direito, apresentando um grau de periculosidade acima 
do tolerável. 
 
6. Ou seja, admitem-se riscos à saúde e à segurança do consumidor, somente 
quando tais riscos decorrem da normal fruição do produto e do serviço e 
sejam previsíveis pelo consumidor de acordo com suas regras de 
experiência.7. Contudo, acaso o fornecedor coloque o produto no mercado e apenas 
posteriormente descobre a sua periculosidade, medidas urgentes deverão 
ser tomadas, como a comunicação do fato às autoridades e a produção de 
anúncios publicitários às expensas do fornecedor para informar os 
consumidores sobre a lesividade de tal produto. 
 
8. O CDC prevê, ainda, infrações administrativas e penais para quem 
descumprir as determinações protetivas do Código. 
 
9. Por fim, o CDC estabelece que o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor 
é formado por órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal e municipais, 
além das entidades privadas de defesa do consumidor. 
 
10 ± Jurisprudência Correlata 
 
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
Súmula 227 ± STJ - A pessoa jurídica pode sofrer dano moral. 
 
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11 ± Questões 
 
a) Questões Objetivas 
QUESTÃO 01 ± IV EXAME DE ORDEM - FGV 
No âmbito do Código de Defesa do Consumidor, em relação ao princípio da boa-fé 
objetiva, é correto afirmar que 
A) sua aplicação se restringe aos contratos de consumo. 
B) para a caracterização de sua violação imprescindível se faz a análise do caráter 
volitivo das partes. 
C) não se aplica à fase pré-contratual. 
D) importa em reconhecimento de um direito a cumprir em favor do titular passivo 
da obrigação. 
QUESTÃO 02 ± XX EXAME DE ORDEM - FGV 
Heitor agraciou cinco funcionários de uma de suas sociedades empresárias, situada 
no Rio Grande do Sul, com uma viagem para curso de treinamento profissional 
realizado em determinado sábado, de 9h às 15h, numa cidade do Uruguai, há cerca 
de 50 minutos de voo. Heitor custeou as passagens aéreas, translado e alimentação 
dos cinco funcionários com sua própria renda, integralmente desvinculada da 
atividade empresária. Ocorre que houve atraso no voo sem qualquer justificativa 
prestada pela companhia aérea. Às 14h, sem previsão de saída do voo, todos 
desistiram do embarque e perderam o curso de treinamento. Nesse contexto é 
correto afirmar que, 
A) por se tratar de transporte aéreo internacional, para o pedido de danos 
extrapatrimoniais não há incidência do Código de Defesa do Consumidor e nem do 
Código Civil, que regula apenas Contrato de Transporte em território nacional, 
prevalecendo unicamente as Normas Internacionais. 
B) ao caso, aplica-se a norma consumerista, sendo que apenas Heitor é consumidor 
por ter custeado a viagem com seus recursos, mas, como ele tem boas condições 
financeiras, por esse motivo, é consumidor não enquadrado em condição de 
vulnerabilidade, como tutela o Código de Defesa do Consumidor. 
C) embora se trate de transporte aéreo internacional, há incidência plena do Código 
de Defesa do Consumidor para o pedido de danos extrapatrimoniais, em detrimento 
das normas internacionais e, apesar de Heitor ter boas condições financeiras, 
enquadra-se na condição de vulnerabilidade, assim como os seus funcionários, para 
o pleito de reparação. 
D) por se tratar de relação de Contrato de Transporte previsto expressamente no 
Código Civil, afasta-se a incidência do Código de Defesa do Consumidor e, por ter 
ocorrido o dano em território brasileiro, afastam-se as normas internacionais, 
sendo, portanto, hipótese de responsabilidade civil pautada na comprovação de 
culpa da companhia aérea pelo evento danoso. 
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QUESTÃO 03 ± XII EXAME DE ORDEM - FGV 
Maria e Manoel, casados, pais dos gêmeos Gabriel e Thiago que têm apenas três 
meses de vida, residem há seis meses no Condomínio Vila Feliz. O fornecimento do 
serviço de energia elétrica na cidade onde moram é prestado por um única 
concessionária, a Companhia de Eletricidade Luz S.A. Há uma semana, o casal vem 
sofrendo com as contínuas e injustificadas interrupções na prestação do serviço 
pela concessionária, o que já acarretou a queima do aparelho de televisão e da 
geladeira, com a perda de todos os alimentos nela contidos. O casal pretende ser 
indenizado. Nesse caso, à luz do princípio da vulnerabilidade previsto no Código de 
Proteção e Defesa do Consumidor, assinale a afirmativa correta. 
A) Prevalece o entendimento jurisprudencial no sentido de que a vulnerabilidade no 
Código do Consumidor é sempre presumida, tanto para o consumidor pessoa física, 
Maria e Manoel, quanto para a pessoa jurídica, no caso, o Condomínio Vila Feliz, 
tendo ambos direitos básicos à indenização e à inversão judicial automática do ônus 
da prova. 
B) A doutrina consumerista dominante considera a vulnerabilidade um conceito 
jurídico indeterminado, plurissignificativo, sendo correto afirmar que, no caso em 
questão, está configurada a vulnerabilidade fática do casal diante da 
concessionária, havendo direito básico à indenização pela interrupção imotivada do 
serviço público essencial. 
C) É dominante o entendimento no sentido de que a vulnerabilidade nas relações 
de consumo é sinônimo exato de hipossuficiência econômica do consumidor. Logo, 
basta ao casal Maria e Manoel demonstrá-la para receber a integral proteção das 
normas consumeristas e o consequente direito básico à inversão automática do 
ônus da prova e a ampla indenização pelos danos sofridos. 
D) A vulnerabilidade nas relações de consumo se divide em apenas duas espécies: 
a jurídica ou científica e a técnica. Aquela representa a falta de conhecimentos 
jurídicos ou outros pertinentes à contabilidade e à economia, e esta, à ausência de 
conhecimentos específicos sobre o serviço oferecido, sendo que sua verificação é 
requisito legal para inversão do ônus da prova a favor do casal e do consequente 
direito à indenização. 
QUESTÃO 04 ± VIII EXAME DE ORDEM - FGV 
Determinado consumidor, ao mastigar uma fatia de pão com geleia, encontrou um 
elemento rígido, o que lhe causou intenso desconforto e a quebra parcial de um dos 
dentes. Em razão do fato, ingressou com medida judicial em face do mercado que 
vendeu a geleia, a fim de ser reparado. No curso do processo, a perícia constatou 
que o elemento encontrado era uma pequena porção de açúcar cristalizado, não 
oferecendo risco à saúde do autor. Diante desta narrativa, assinale a afirmativa 
correta. 
A) O fabricante e o fornecedor do serviço devem ser excluídos de responsabilidade, 
visto que o material não ofereceu qualquer risco à integridade física do consumidor, 
não merecendo reparação. 
B) O elemento rígido não característico do produto, ainda que não o tornasse 
impróprio para o consumo, violou padrões de segurança, já que houve dano 
comprovado pelo consumidor. 
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C) A responsabilidade do fornecedor depende de apuração de culpa e, portanto, 
não tendo o comerciante agido de modo a causar voluntariamente o evento, não 
deve responder pelo resultado. 
D) O comerciante não deve ser condenado e sequer caberia qualquer medida contra 
o fabricante, posto que não há fato ou vício do produto, motivo pelo qual não deve 
ser responsabilizado pelo alegado defeito. 
 
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QUESTÃO 02 ± XX EXAME DE ORDEM - FGV 
Alternativa correta, letra C. 
 
Este item é o que melhor se adequa quanto ao âmbito de aplicação do CDC e ao 
conceito de vulnerabilidade técnica ou fática. 
 
Em verdade, ao caso em epígrafeaplica-se o Código de Defesa do Consumidor e 
tanto Heitor como os seus funcionários serão considerados consumidores, seja 
individualmente seja por equiparação. 
QUESTÃO 03 ± XII EXAME DE ORDEM - FGV 
Alternativa correta, letra B. 
 
De fato a vulnerabilidade prevista no CDC não é presumida, havendo que se analisar 
o caso concreto. Além disso, trata-se de conceito plurissignificativo, podendo 
comportar a vulnerabilidade técnica, fática ou jurídica. 
Por fim, não se pode considerar a vulnerabilidade como sinônimo exato de 
hipossuficiência, eis que conforme tratado no Item 01 desta aula, a doutrina 
reconhece diferenças significativas entre os institutos. 
QUESTÃO 04 ± VIII EXAME DE ORDEM - FGV 
Alternativa correta, letra B. 
 
No caso apresentado, apesar de não apresentar risco ao consumidor, efetivamente 
o produto o causou um dano. Assim, a alternativa B apresenta a melhor resposta, 
eis que claramente o item violou padrões de segurança. 
 
A alternativa A está errada, uma vez que devem sim fabricante e fornecedor 
responder pelos danos causados ao consumidor, independente da existência de dolo 
ou culpa, dada a responsabilidade civil objetiva aplicável ao caso. 
 
Por esta razão, tem-se como falsas as alternativas C e D. 
 
 
DIREITO DO CONSUMIDOR - XXIII EXAME DA 
OAB 
Teoria e Questões 
 
 
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12 - Considerações Finais 
 
 Meus amigos, chegamos ao final de mais uma aula. 
 Tentaremos manter este foco nos nossos próximos encontros. 
Pontos objetivos, diretos, mas abrangendo o máximo de informações 
possível. 
 Espero que vocês tenham gostado e os aguardo na próxima aula. 
 Quaisquer dúvidas, críticas ou sugestões, estou à disposição dos senhores 
nos canais do curso ou nos seguintes contatos: 
 
(61) 99186-9102 
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@igormouramaciel 
 
 
Grande abraço, 
 
Igor Maciel

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