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Aula 03 59

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1. JURISDIÇÃO 
O Estado, enquanto poder soberano, exerce três grandes funções: 
Administrativa, legislativa e jurisdicional. A primeira é exercida pelo 
Executivo, a segunda pelo Legislativo e a terceira pelo Judiciário. Nas 
aulas de Direito Constitucional vocês verão que, na verdade, cada um 
dos Poderes da República exerce primordialmente uma função, e 
não exclusivamente. Entretanto, para o nosso estudo, basta que vocês 
saibam isso. 
Dentre estas funções, como eu disse acima, ao Judiciário cabe a 
função jurisdicional. Mas em que consiste a função jurisdicional? Para 
entendermos, vamos à etimologia da palavra. 
Jurisdição deriva do latim, iuris dictio, que significa DIZER O 
DIREITO. Partindo desta premissa, podemos conceituar a Jurisdição 
como: 
A atuação do Estado consistente na aplicação do Direito vigente a 
um caso concreto, resolvendo-o de maneira definitiva, cujo objetivo 
é sanar uma crise jurídica e trazer a paz social. 
 
A finalidade da jurisdição, ou seu escopo, é trazer a paz social. 
Entretanto, essa é sua finalidade social. Ela possui, ainda, pelo menos 
duas outras finalidades. 
A jurisdição possui um escopo jurídico, que é resolver o imbróglio 
jurídico que perdura, dizer quem tem o direito no caso concreto, segundo 
o sistema jurídico vigente. O fortalecimento do senso de democracia 
participativa também se insere nesse escopo da jurisdição, quando 
falamos, por exemplo, da Ação Popular (que também possui previsão 
para o a seara penal). 
Possui também, uma finalidade política, que é a de fortalecer a 
imagem do Estado como entidade soberana, que tem o poder de 
dizer quem está certo e fazer valer essa decisão. 
Por fim, a jurisdição possui um escopo educacional ou 
pedagógico, que, no processo penal, tem por finalidade transmitir à 
população a aplicação prática do Direito, fazendo com que a população se 
torne cada vez mais consciente daquelas condutas que são penalmente 
tuteladas (parte da Doutrina entende como sendo integrante do 
escopo social). 
 
2. DA COMPETÊNCIA 
Conforme estudamos, a Jurisdição é o Poder conferido ao Estado, 
para através dos órgãos Jurisdicionais, dizer, no caso concreto, quem tem 
o Direito. 
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Assim, existem basicamente duas ordens de competência criminal 
em razão da matéria: Comum e especial. A Justiça comum se divide 
em Federal e Estadual. Já a Justiça Especial se divide em Eleitoral 
e Militar. 
Desta maneira, o primeiro passo na fixação da competência é definir 
à qual “Justiça” cabe julgar o fato. 
A Justiça Especial (Eleitoral e Militar) julga somente os crimes que 
sejam eleitorais e militares. Todos os outros crimes são de competência 
da Justiça Comum. Dizemos, assim, que a Justiça comum possui 
competência residual. 
Mas como saber quando um crime será julgado pela Justiça 
Comum Federal e quando será julgado pela Justiça Comum 
Estadual? Nesses casos, somente será competente a Justiça Comum 
Federal se estivermos diante de uma das hipóteses previstas no art. 
109 da Constituição (crimes políticos, crimes em que haja interesse da 
União, suas autarquias ou empresas públicas, etc.). 
Todas as causas que não se enquadrem na competência da Justiça 
Comum Federal, serão de competência da Justiça Comum Estadual. 
Assim, a Justiça comum estadual possui competência duplamente 
residual: 1) primeiro, é residual porque a Justiça Comum é residual em 
relação à Justiça Especial; 2) é residual em relação à Justiça Comum 
Federal. 
Analisando mais especificamente o CPP, verificamos que ele “passa 
batido” pela definição da competência em razão da matéria (que ele 
chama de “natureza da infração”), limitando-se a dizer que esta será 
definida conforme as Leis de Organização Judiciária. Por “Leis de 
Organização Judiciária” entenda-se, atualmente, “Constituição Federal”, 
pois quando do advento do CPP (1941), a definição destas normas era 
mera questão de organização judiciária, e não uma questão de índole 
constitucional como hoje. 
No entanto, o CPP trata de uma hipótese de competência em razão 
da natureza da infração: A competência do Tribunal do Júri. Nos 
termos do art. 74 do CPP: 
Art. 74. A competência pela natureza da infração será regulada pelas leis de 
organização judiciária, salvo a competência privativa do Tribunal do Júri. 
§ 1º Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes previstos nos arts. 
121, §§ 1o e 2o, 122, parágrafo único, 123, 124, 125, 126 e 127 do Código 
Penal, consumados ou tentados. (Redação dada pela Lei nº 263, de 
23.2.1948) 
§ 2o Se, iniciado o processo perante um juiz, houver desclassificação para 
infração da competência de outro, a este será remetido o processo, salvo se 
mais graduada for a jurisdição do primeiro, que, em tal caso, terá sua 
competência prorrogada. 
§ 3o Se o juiz da pronúncia desclassificar a infração para outra atribuída à 
competência de juiz singular, observar-se-á o disposto no art. 410; mas, se a 
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desclassificação for feita pelo próprio Tribunal do Júri, a seu presidente 
caberá proferir a sentença (art. 492, § 2o). 
 
A competência do Tribunal do Júri está prevista, ainda, na 
própria Constituição Federal, em seu art. 5°, XXXVIII, d: 
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a 
lei, assegurados: 
(...) d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; 
 
Mas quais seriam os crimes dolosos contra a vida? Estes são os 
previstos no capítulo I do Título I da parte especial do CP, 
compreendendo os crimes de homicídio, instigação ou induzimento 
ao suicídio, infanticídio e aborto2. 
Com relação a estes crimes, entende-se que a Constituição 
estabeleceu uma cláusula pétrea, ou seja, cláusula que não pode ser 
modificada pelo constituinte derivado. Assim, a Doutrina entende que as 
hipóteses de competência do Tribunal do Júri podem ser ampliadas, mas 
nunca reduzidas! 
 
2.2. Competência em razão da pessoa (ratione personae) 
 
Após definida qual “Justiça” irá julgar o processo, devemos definir a 
competência do órgão Jurisdicional verificando as condições pessoais dos 
acusados. 
Em regra, os processos criminais são julgados pelos órgãos 
jurisdicionais mais baixos, inferiores, quais sejam, os Juízes de primeiro 
grau. No entanto, pode ocorrer de, em determinados casos, considerando 
a presença de determinadas autoridades no polo passivo (acusados), que 
essa competência pertença originariamente aos Tribunais. Essa é a 
chamada prerrogativa de função (vulgarmente conhecida como 
“foro privilegiado”). 
EXEMPLO: O art. 96, III da Constituição Federal estabelece que cabe 
aos Tribunais de Justiça dos Estados e do DF, julgar os Juízes estaduais 
de primeiro grau, bem como os membros do MP que atuem na primeira 
instância, tanto nos crimes comuns quanto nos crimes de 
responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral (hipótese 
na qual serão julgados pelo TRE local): 
Art. 96. Compete privativamente: 
(...) 
III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal e 
Territórios, bem como os membros do Ministério Público, nos crimes comuns e de 
2 Existem, ainda, crimes dolosos contra a vida previstos, por exemplo, na Lei de 
Genocídio (Lei 2.889/56). Neste caso, a competência também será do Tribunal do Júri 
(STF, RE 351.487/RR).!∀#∃∀%& (#&)∃∗∗+,− (∃.,− /010 2 33∀∀∀ ∃3,4∃ !, &,5
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E se o acusado começa o processo sem foro por prerrogativa 
de função e, posteriormente, passa a ter foro por prerrogativa de 
função? Qual a solução? O STF firmou entendimento no sentido de que 
a competência, nesse caso, se desloca para o órgão jurisdicional 
competente em razão do foro por prerrogativa de função, ainda que o 
processo já esteja em fase recursal.6 
EXEMPLO: José está respondendo a processo por crime de corrupção 
passiva, no Juízo de primeira instância da comarca do Rio de Janeiro. 
Contudo, durante o processo, José é diplomado Deputado Federal. Neste 
caso, a competência para processar e julgar o delito passa a ser do STF, 
6 (...) Manifestando-se a prerrogativa de foro após a sentença proferida pelo juízo de 
primeiro grau e pendente de julgamento a apelação, passa a causa à jurisdição do STF, 
para aqui ter seu prosseguimento a partir do estado em que se encontra, legítimos os 
atos anteriormente nela praticados. 3. Nesses casos, o julgamento da apelação pelo Supremo 
Tribunal Federal deve observar, inclusive quanto às sustentações orais (ordem de apresentação e 
tempo de duração), o regime próprio dos recursos (e não o das ações penais originárias). (...) (AP 
563, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, julgado em 21/10/2014, DJe-234 
DIVULG 27-11-2014 PUBLIC 28-11-2014 EMENT VOL-02760-01 PP-00001) 
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que é o órgão jurisdicional competente para processar e julgar os 
deputados federais nas infrações penais comuns. 
 
CUIDADO! EXCEÇÃO! Se já foi iniciado o julgamento da apelação, 
eventual superveniência do foro por prerrogativa de função não desloca a 
competência.7 
 
Mas, e se ao invés de o acusado passar a ter foro privilegiado, 
ele DEIXAR de ter foro privilegiado? Neste caso, o STF entende que: 
REGRA - A competência também se desloca, ou seja, o 
Tribunal deixa de ser competente e o processo vai para a 
primeira instância. 
Exceção – Se o julgamento já se iniciou, o Tribunal continua 
competente. 
Exceção MASTER – Se, embora não tendo se iniciado o 
julgamento (mas após a instrução processual), o acusado 
RENUNCIA ao cargo para “fugir” do julgamento pelo Tribunal, o 
Tribunal continua competente, pois adotar entendimento 
contrário seria privilegiar a fraude processual.8 
 
2.2.1. Conflito aparente entre a competência de foro por 
prerrogativa de função e a competência do Tribunal do Júri 
 
CUIDADO! No aparente conflito de competências entre o Tribunal do 
Júri e a competência de foro por prerrogativa de função, qual 
prevalece? Depende. 
Se a competência de foro por prerrogativa de função está prevista na 
CF/88, ela prevalece sobre a competência do Júri. 
7 (...) Proferido o primeiro voto em julgamento de apelação criminal por Tribunal de 
Justiça, o exercício superveniente de mandato parlamentar pelo réu, antes da conclusão 
do julgamento, não tem o condão de deslocar a competência para o Supremo Tribunal 
Federal. (...) 
(AP 634 QO, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 06/02/2014, 
ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-213 DIVULG 29-10-2014 PUBLIC 30-10-2014) 
8 (...) A Turma, por maioria de votos, já decidiu que a renúncia de parlamentar, após o 
final da instrução, não acarreta a perda de competência do Supremo Tribunal Federal. 
Precedente: AP 606-QO, Rel. Min. Luís Roberto Barroso (Sessão de 07.10.2014). (...) (AP 568, 
Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em 14/04/2015, ACÓRDÃO 
ELETRÔNICO DJe-091 DIVULG 15-05-2015 PUBLIC 18-05-2015) 
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Contudo, se estiver prevista apenas na Constituição Estadual, prevalece a 
competência do Tribunal do Júri, conforme súmula 721 do STF, que foi 
convertida na súmula vinculante 45: 
"A competência constitucional do tribunal do júri prevalece sobre o foro 
por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente 
pela Constituição estadual" 
 
EXEMPLO: Paulo é Juiz de Direito e pratica um homicídio doloso. Neste 
caso, no aparente conflito entre a competência constitucional do TJ para 
processar e julgar Paulo (foro por prerrogativa de função) e a 
competência do Tribunal do Júri (crime doloso contra a vida), prevalece a 
competência de foro por prerrogativa de função, eis que esta prerrogativa 
de foro está prevista na Constituição Federal. 
EXEMPLO 2: Júlio é Secretario Estadual de Fazenda em determinado 
estado XYZ, e pratica um homicídio doloso. No estado XYZ os Secretários 
possuem foro por prerrogativa de função perante o TJ (só está previsto 
isso na Constituição ESTADUAL, não na Federal). Neste caso, no aparente 
conflito entre a competência do TJ para processar e julgar Júlio (foro por 
prerrogativa de função NÃO PREVISTO NA CF/88), e a competência do 
Tribunal do Júri (crime doloso contra a vida), prevalece a competência de 
do Tribunal do Júri, eis que a competência do Júri está prevista na CF/88 
e a competência por prerrogativa de função (neste caso) não. 
 
OBS.: Os deputados estaduais possuem prerrogativa de foro perante o 
TJ. Isso não está previsto expressamente na CF/88, mas entende-se que 
está IMPLÍCITO, pelo princípio da SIMETRIA. Assim, caso um deputado 
estadual cometa crime doloso contra a vida, prevalecerá a competência 
de foro por prerrogativa de função. 
 
2.3. Competência Territorial (ratione loci) 
 
2.3.1. Em razão do local da infração 
A terceira e última fase para a definição da competência para 
julgamento de um processo criminal, compreende a análise do local 
de ocorrência da infração (ou, em alguns casos, o local do domicílio do 
réu), que irá determinar em que base territorial será o processo julgado 
(comarca, na Justiça Estadual, e Seção Judiciária, quando for da 
competência da Justiça Federal). 
Para definirmos a competência territorial devemos, 
primeiramente, saber onde o crime foi praticado. Mas, para isso, 
precisamos saber qual o critério para definição do “lugar do crime”. 
Nos crimes plurilocais, aplica-se, em regra, a teoria do 
resultado, considerando-se como local do crime o lugar onde o 
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!∀#∃%&∋()( +∀),−# ΗΗΗΑ6;>10>6Ι7092=9Β1;2;Α92<Αϑ1 ∀#∃%&∋ ΚΦ () ΛΛresultado se consuma9. A exceção são os crimes plurilocais contra 
a vida, onde se aplica a teoria da atividade.10 
Existem ainda alguns regramentos específicos, como nos crimes 
de competência dos Juizados Especiais e nos atos infracionais, em que se 
aplica a teoria da atividade, e nos crimes falimentares, em que se 
considera lugar do crime o local em que foi decretada a falência. Assim: 
 
 Crimes plurilocais comuns Teoria do resultado 
Crimes plurilocais contra a vida Teoria da atividade 
Juizados Especiais Teoria da atividade 
Crimes falimentares Local onde foi decretada a 
falência 
Atos infracionais Teoria da atividade 
 
Além disso, temos: 
Crime praticado no exterior e consumado no exterior - 
Na capital do estado em que o réu (acusado), no Brasil, tenha 
fixado seu último domicílio, ou, caso nunca tenha sido 
domiciliado no Brasil, na capital federal. 
Crime praticado a bordo de aeronaves ou embarcações, 
mas, por determinação da Lei Penal, estejam sujeitos à 
Lei Brasileira - No local em que primeiro aportar ou 
pousar a embarcação ou aeronave, ou, ainda, no último 
local em que tenha aportado ou pousado.11 
9 Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, 
ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução. 
§ 1o Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, a 
competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de 
execução. 
§ 2o Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será competente o 
juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu 
resultado. 
§ 3o Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a 
jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições, a 
competência firmar-se-á pela prevenção. 
Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas ou 
mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção. 
10 Trata-se de entendimento jurisprudencial consolidado, para facilitar a produção probatória, na 
busca pela verdade real. Ver, por todos, NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 209 
11 Art. 88. No processo por crimes praticados fora do território brasileiro, será competente o juízo 
da Capital do Estado onde houver por último residido o acusado. Se este nunca tiver residido no 
Brasil, será competente o juízo da Capital da República. 
Art. 89. Os crimes cometidos em qualquer embarcação nas águas territoriais da República, ou nos 
rios e lagos fronteiriços, bem como a bordo de embarcações nacionais, em alto-mar, serão 
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No caso de o crime não se consumar, sendo, portanto, 
um crime tentado (art. 14, II do CP) - Nessa hipótese, 
aplica-se o disposto art. 70, segunda parte, do CPP, 
considerando-se como lugar do crime o local onde 
ocorreu o último ato de execução. 
 
O § 3° e o art. 71 tratam do fenômeno da prevenção. O que isso 
significa? Quando dois ou mais órgãos jurisdicionais são competentes 
para apreciar determinada demanda, a competência será fixada naquele 
que primeiro atuar no caso. Assim, a competência será fixada naquele 
Juízo que primeiro praticar algum ato no processo ou algum ato 
pré-processual (prisão pré-processual, por exemplo), relativo ao 
processo. Essa é a definição de competência fixada por prevenção. 
Nos termos do art. 83 do CPP: 
Art. 83. Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, 
concorrendo dois ou mais juízes igualmente competentes ou com jurisdição 
cumulativa, um deles tiver antecedido aos outros na prática de algum ato do 
processo ou de medida a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento da 
denúncia ou da queixa (arts. 70, § 3o, 71, 72, § 2o, e 78, II, c). 
Se dois ou mais Juízes, na mesma comarca, forem competentes para 
julgar a demanda, a competência será fixada pelo critério da 
distribuição, ou seja, a competência será fixada naquele órgão 
jurisdicional ao qual fora distribuída a ação penal. Nos termos do art. 75 
do CPP: 
Art. 75. A precedência da distribuição fixará a competência quando, na 
mesma circunscrição judiciária, houver mais de um juiz igualmente 
competente. 
Parágrafo único. A distribuição realizada para o efeito da concessão de fiança 
ou da decretação de prisão preventiva ou de qualquer diligência anterior à 
denúncia ou queixa prevenirá a da ação penal. 
 
Entretanto, conforme disse a vocês, tanto o critério da prevenção 
quanto o critério da distribuição não passam de critérios de 
consolidação da competência territorial, pois a competência daquele 
Juiz já existia antes da prevenção ou distribuição, tendo apenas se 
consolidado quando da ocorrência de um destes fenômenos. 
processados e julgados pela justiça do primeiro porto brasileiro em que tocar a embarcação, após 
o crime, ou, quando se afastar do País, pela do último em que houver tocado. 
Art. 90. Os crimes praticados a bordo de aeronave nacional, dentro do espaço aéreo 
correspondente ao território brasileiro, ou ao alto-mar, ou a bordo de aeronave estrangeira, dentro 
do espaço aéreo correspondente ao território nacional, serão processados e julgados pela justiça 
da comarca em cujo território se verificar o pouso após o crime, ou pela da comarca de onde 
houver partido a aeronave. 
Art. 91. Quando incerta e não se determinar de acordo com as normas estabelecidas nos arts. 89 
e 90, a competência se firmará pela prevenção. (Redação dada pela Lei nº 4.893, de 9.12.1965) 
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(FGV - 2015 - OAB - XVIII EXAME DE ORDEM) 
Estando preso e cumprindo pena na cidade de Campos, interior do 
estado do Rio de Janeiro, Paulo efetua ligacΣão telefΤnica para a 
casa de Maria, localizada na cidade de Niterói, no mesmo Estado, 
anunciando o falso sequestro do filho desta e exigindo o depósito 
da quantia de R$ 2.000,00 (dois mil reais), a ser efetuado em 
conta bancária na cidade do Rio de Janeiro. Maria, atemorizada, 
efetua a transfere Υncia do respectivo valor, no mesmo dia, de sua 
conta-corrente de uma agência bancária situada em São Gonςalo. 
Descoberto o fato e denunciado pelo crime de extorsão, assinale a 
opc Σão que indica o juízo competente para o julgamento. 
A) Vara Criminal de Campos. 
B) Vara Criminal de Niterói. 
C) Vara Criminal de São GoncΣalo. 
D) Vara Criminal do Rio de Janeiro. 
COMENTÁRIOS: O crime de extorsão é considerado formal, ou seja, 
consuma-se independentemente da obtenção da vantagem indevida. 
Assim, a consumação de tal delito ocorre no momento e no local em que 
a violência ou grave ameaça é exercida contra a vítima. Neste caso, a 
grave ameaça ocorreu em Niterói (local em que a vítima recebeu a 
ligação). Neste momento o delito do art. 158 do CP restou consumado. 
A competência, portanto, será da Vara Criminal de Niterói, nos termos do 
art. 70 do CPP. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
 
2.3.2. Em razão do domicílio do réu 
Existem casos em que a competência territorial poderá ser fixada 
levando-se em conta o domicílio do réu. Vejamos12: 
Não sendo conhecido o lugar da infração – Será regulada 
pelo lugar do domicílio ou residência do réu. 
Se o réu tiver mais de uma residência – Prevenção. 
12 Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio ou 
residência do réu. 
§ 1o Se o réu tiver mais de uma residência, a competência firmar-se-á pelaprevenção. 
§ 2o Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro, será competente o juiz 
que primeiro tomar conhecimento do fato. 
Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro de domicílio ou 
da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração. 
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Se o réu não tiver residência ou for ignorado seu 
paradeiro - juiz que primeiro tomar conhecimento do fato. 
Se for hipótese de crime de ação exclusivamente privada 
– Poderá o querelante escolher ajuizar a queixa no lugar do 
domicílio ou residência do réu, ainda que conhecido o lugar 
da infração. 
 
Gostaria de chamar a atenção de vocês para um 
fato: O art. 73 fala em “casos de exclusiva ação privada”. Assim, no 
caso de ação penal privada subsidiária da pública, não pode o 
querelante optar pela comarca do domicílio do réu em detrimento 
da comarca do local da infração, caso este local seja conhecido, 
pois esta ação não é exclusivamente privada, mas, na verdade, é pública. 
Muito cuidado com isso!! 
 
(FGV – 2011 – OAB – EXAME DE ORDEM) 
Quando se tratar de acusação relativa à prática de infração penal 
de menor potencial ofensivo, cometida por estudante de direito, a 
competência jurisdicional será determinada pelo (a) 
a) natureza da infração praticada e pelo local em que tiver se 
consumado o delito. 
b) local em que tiver se consumado o delito. 
c) natureza da infração praticada. 
d) natureza da infração praticada e pela prevenção. 
COMENTÁRIOS: A competência, nestes casos, é determinada pela 
natureza da infração praticada (se federal, estadual, etc.), bem como pelo 
local em que for PRATICADA a infração penal, nos termos do art. 63 da 
Lei 9.099/95. A Lei dos Juizados adotou expressamente a teoria da 
ATIVIDADE para fins de fixação da competência ratione locii. 
Assim, nenhuma das alternativas está completa, mas a letra C é a menos 
errada, já que não traz nenhuma informação incorreta, ainda que deixe 
de trazer outras informações relevantes. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 
 
 
2.4. Da Conexão e da Continência 
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A conexão e a continência são fenômenos que importam na 
modificação da competência previamente estabelecida. 
A conexão está prevista no art. 76 do CPP: 
Art. 76. A competência será determinada pela conexão: 
I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao 
mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em 
concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas 
contra as outras; 
II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou 
ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a 
qualquer delas; 
III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias 
elementares influir na prova de outra infração. 
 
A Doutrina, em sua maioria, classifica a conexão em13: 
• Intersubjetiva por simultaneidade ocasional (art. 76, I do 
CPP) – Ocorre quando pessoas diversas cometem infrações 
diversas no mesmo local, na mesma época, mas desde que não 
estejam ligadas por nenhum vínculo subjetivo. 
• Intersubjetiva por concurso (art. 76, I do CPP) – Nesta 
hipótese não importa o local e o momento da infração, desde 
que os agentes tenham atuado em concurso de pessoas. 
Assim, exige-se para esta hipótese de conexão que os agentes 
tenham agido unidos por um vínculo subjetivo, uma comunhão 
de esforços para a prática das infrações penais. 
• Intersubjetiva por reciprocidade (art. 76, I do CPP) – 
Traduz a hipótese de conexão de infrações praticadas no 
mesmo tempo e no mesmo lugar, mas os agentes praticaram 
as infrações uns contra os outros. Exemplo: Dois crimes de 
lesões corporais praticados reciprocamente entre fulano e 
beltrano. 
• Conexão objetiva teleológica (art. 76, II do CPP) – Uma 
infração deve ter sido praticada para “facilitar” a outra. Assim, 
imaginem que um assassino tenha espancado um vigia para 
entrar na casa e assassinar o dono da residência. 
• Conexão objetiva consequencial (art. 76, II do CPP) – 
Nesta hipótese uma infração é cometida para ocultar a outra, 
ou, ainda para garantir a impunidade do infrator ou garantir a 
vantagem da outra infração. Imaginem o caso de alguém que 
comete homicídio e, logo após, mata também a única 
testemunha, para garantir que ninguém poderá provar sua 
culpa, garantindo, assim, a impunidade do fato. 
• Conexão instrumental (art. 76, III do CPP) – Exige-se, nesse 
caso, que a prova da ocorrência de uma infração e de sua 
13 NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 241/243 
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autoria influencie na caracterização da outra infração. Exemplo 
clássico é a conexão entre o crime de furto e de receptação, no 
qual a prova da existência do furto, e de sua autoria, influencia 
na caracterização do crime de receptação. 
 
A continência, por sua vez, está prevista no art. 77 do CP; 
Art. 77. A competência será determinada pela continência quando: 
I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração; 
II - no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51, § 1o, 
53, segunda parte, e 54 do Código Penal. 
 
Os mencionados arts. 51, § 1°, 53 e 54 do CP, referiam-se ao texto 
original da parte geral do Código penal, que foi totalmente alterado pela 
Lei 7.209/84. Assim, atualmente, estes dispositivos se referem às 
hipóteses de concurso formal e suas aplicações no caso de erro na 
execução (aberratio ictus e aberratio delicti), atualmente previstos nos 
arts. 70, 73 e 74 do CP. 
Assim, por questões didáticas, a doutrina divide a continência 
em: 
• Continência por cumulação subjetiva (art. 77, I do CPP) – 
É o caso no qual duas ou mais pessoas são acusadas pela 
mesma infração (concurso de pessoas). Diferentemente da 
hipótese de conexão, aqui há apenas um fato criminoso, e não 
vários.14 
• Continência por concurso formal (art. 77, II do CP, c/c art. 
70 do CP) – Aqui, mediante uma só conduta, o agente pratica 
dois ou mais crimes, sem que tenha tido a intenção de praticá-
los. 
 
As hipóteses de continência e conexão podem ser melhor explicadas 
através do gráfico abaixo: 
 
14 NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 244 
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NÃO VIOLA AS GARANTIAS DO JUIZ NATURAL, DA AMPLA DEFESA E DO DEVIDO 
PROCESSO LEGAL A ATRAÇÃO POR CONTINÊNCIA OU CONEXÃO DO PROCESSO DO 
CO-RÉU AO FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO DE UM DOS DENUNCIADOS. 
 
2.6. Separação de processos em hipóteses de conexão e 
continência 
Embora a regra seja a de que, havendo conexão ou continência, 
todos os processos conexos ou continentes sejam julgados pelo mesmo 
órgão jurisdicional, existem algumas exceções, ou seja, existem 
casos em que mesmo ocorrendo conexão ou continência, não 
haverá reunião de processos. Estas hipóteses estão previstas no art. 
79 do CPP. Vamos analisar as hipóteses isoladamente: 
• Concurso entre a Jurisdição comum e militar – A única 
ressalva que deve ser feita é a de que, no caso de militar que 
comete crime doloso contra a vida de um civil, responde 
perante o Tribunal do Júri, e não perante a Justiça Militar,nos 
termos do art. 82, § 2° do Código de Processo Penal Militar – 
CPPM. 
• Concurso entre crime e infração de competência do 
Juizado da Infância e da Juventude – Nestas hipóteses (por 
exemplo, um crime cometido em concurso de pessoas por um 
menor, que responde perante o ECA, e um adulto), não pode 
haver reunião de processos. 
• Insanidade mental de um dos corréus (art. 152 do CPP) – 
Nesse caso, havendo a insanidade mental do correu sido 
regularmente apurada em incidente de insanidade mental, os 
processos devem ser separados, pois o processo, em relação 
ao correu declarado mentalmente insano, será suspenso, nos 
termos do art. 152 do CPP. Frise-se que essa insanidade 
mental do réu deve ser posterior ao fato criminoso (art. 151 do 
CPP). 
• Impossibilidade de formação do conselho de sentença no 
Tribunal do Júri – Embora o § 2° do art. 79 mencione o “art. 
461”, com as alterações promovidas pela Lei 11.689/08, vocês 
devem entender como “art. 469, § 1° do CPP”. Este artigo trata 
da impossibilidade de, no julgamento pelo Tribunal do Júri, 
formar-se o conselho de sentença (mínimo de sete jurados), 
em razão das recusas legalmente permitidas realizadas pelos 
advogados dos acusados. Assim, se houver, no Tribunal do 
Júri, dois ou mais réus, e sendo diferentes os advogados, as 
recusas aos Jurados (Direito de recusar algum jurado) 
impossibilitarem a formação do conselho de sentença, o 
processo deverá ser desmembrado. 
• Separação facultativa quando os fatos criminosos 
tenham sido praticados em circunstâncias de tempo e 
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lugar diferentes, ou o Juiz entender que a reunião de 
processos pode ser prejudicial ao Julgamento da causa 
ou puder implicar em retardamento do processo (art. 80 
do CPP) – O importante é saber que, nestas hipóteses, a 
separação dos processos é discricionária, ou seja, o Juiz pode, 
ou não, a seu critério, decidir pela separação dos processos. 
 
ATENÇÃO! Existe uma outra hipótese de separação de processos, no 
entendimento jurisprudencial. No caso de CRIMES DOLOSOS contra a 
vida praticados em concurso de pessoas, quando um dos 
acusados possui foro por prerrogativa de função fixado na 
Constituição Federal, ao invés de todos os acusados serem julgados 
perante o Tribunal (em razão da prerrogativa de foro de um dos 
comparsas), haverá a separação dos processos, de forma que o 
detentor de prerrogativa de foro será julgado perante o Tribunal 
respectivo e os demais pelo Tribunal do Júri. 
EXEMPLO: José e Valter são contratados por Ricardo Albuquerque, 
deputado federal, para matarem Lúcio, desafeto de Ricardo. José e Valter 
executam o crime. No caso em tela, Ricardo de Albuquerque possui foro 
privilegiado (como é deputado federal, a Constituição prevê que cabe ao 
STF julgá-lo nos crimes comuns), mas os demais não possuem. Neste 
caso, Ricardo será julgado pelo STF e os demais serão julgados pelo 
Tribunal do Júri. 
Por que, neste caso, não há atração por continência? Não há 
porque as regras de continência são infraconstitucionais, e tanto a 
competência do Júri quanto a do STF (por prerrogativa de função) estão 
previstas na própria Constituição Federal. Assim, normas 
infraconstitucionais não podem se sobrepor a normas de índole 
constitucional. 
 
O art. 81 trata da hipótese de perpetuação da competência. 
Vejamos: 
Art. 81. Verificada a reunião dos processos por conexão ou continência, ainda 
que no processo da sua competência própria venha o juiz ou tribunal a 
proferir sentença absolutória ou que desclassifique a infração para outra que 
não se inclua na sua competência, continuará competente em relação aos 
demais processos. 
Parágrafo único. Reconhecida inicialmente ao júri a competência por conexão 
ou continência, o juiz, se vier a desclassificar a infração ou impronunciar ou 
absolver o acusado, de maneira que exclua a competência do júri, remeterá o 
processo ao juízo competente. 
 
O art. 81 diz, em resumo, o seguinte: Se um Juiz recebe dois 
processos (reunidos por conexão ou continência), e no processo de sua 
competência originária (e não aquele que lhe foi remetido em razão da 
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conexão ou continência) ele profere sentença absolutória ou desclassifica 
o fato para outro crime, que não seja de sua competência, mesmo assim 
ele continua competente para julgar o processo recebido pela 
conexão. 
O § 1°, por sua vez, estabelece uma exceção à regra. Se houver 
reunião de processos para julgamento pelo Tribunal do Júri, havendo 
desclassificação, absolvição sumária ou impronúncia, deverá o Juiz 
remeter o processo conexo ao Juízo competente (que não era o Tribunal 
do Júri).15 
O art. 82, por fim, estabelece que, no caso de haver conexão ou 
continência, mas terem sido instaurados processos em Juízos diversos, o 
Juiz cuja competência é prevalente poderá avocar (trazer para si) o 
julgamento dos demais processos, a qualquer tempo, salvo se já houver 
sentença definitiva naqueles (já tiverem transitado em julgado). Se já 
tiver ocorrido o trânsito em julgado, os processos serão reunidos 
posteriormente para fins de execução de pena. 
 
2.7. Competência penal do STF, do STJ, doa TRFs, dos Juízes 
Federais e dos Juizados Especiais Criminais Federais 
Conforme estudamos, a competência nada mais é que uma divisão 
funcional para o exercício legítimo da Jurisdição. As normas que definem 
a competência estão previstas em diversos diplomas legislativos, dentre 
eles, a própria Constituição. 
Vamos estudar, mais detalhadamente agora, a competência criminal 
de cada um dos órgãos do Judiciário citados: 
 
2.7.1. Da competência criminal do STF 
A competência criminal do STF está prevista no art. 102 da CF-88. 
Segundo consta na CF/88, a competência criminal do STF pode ser de 
duas ordens: Originária e Recursal. 
A competência originária está prevista no inciso I do art. 102, e 
engloba as seguintes situações: 
• Nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o 
Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus 
próprios Ministros e o Procurador-Geral da República. 
• Nas infrações penais comuns e nos crimes de 
responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes 
da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o 
disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os 
do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão 
diplomática de caráter permanente. 
15 Isso não ocorrerá se a desclassificação ocorrer apenas no momento da quesitação 
formulada aos jurados (art. 492, §1º do CPP). 
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• O "habeas-corpus", sendo paciente qualquer das pessoas 
referidas nas alíneas anteriores (Presidente, Vice, Membros 
do Congresso, Ministros do STF, dos Tribunais Superiores, PGR, 
ministros do TCU, Ministros de Estado, Comandantes das 
Forças Armadas e chefes de missão diplomática de caráter 
permanente). 
• O habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior 
ou quando o coator ou o paciente for autoridade ou 
funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à 
jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de 
crime sujeito à mesma jurisdição em uma única 
instância. 
• A revisão criminal de seus próprios julgados; 
• A execução de sentença nas causas de sua competência 
originária, facultada a delegação de atribuições para a prática 
de atos processuais. 
 
CUIDADOMASTER! O Presidente do Banco Central e o Advogado-Geral 
da União possuem status de Ministros de Estado. 
 
Na competência originária o processo criminal começa diretamente 
no STF, sem passar antes por qualquer outro órgão do Judiciário. 
A competência para a execução dos seus próprios julgados e para 
julgar a revisão criminal de seus próprios julgados são competências 
lógicas, pois, considerando ser o STF o Tribunal Máximo do país, não faria 
sentido submeter a Revisão Criminal, por exemplo, a outro órgão do 
Judiciário. 
As hipóteses de competência constitucional originária do STF são, na 
verdade, TODAS POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO, sendo, portanto, 
ratione personae. 
A primeira hipótese trata dos crimes comuns praticados pelo: 
! Presidente da República 
! Vice-Presidente da República 
! Membro do Congresso Nacional 
! Ministros do STF 
! Procurador-Geral da República 
 
Estas são as cinco “figuras” que possuem prerrogativa de função, 
devendo ser julgadas, por crimes comuns, no STF. Mas, e quem as 
julga no caso de crimes de responsabilidade? A resposta está no art. 
52, I e II da Constituição, que prevê a competência do SENADO 
FEDERAL. 
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A segunda hipótese de competência criminal originária do STF se 
refere aos crimes comuns e aos crimes de responsabilidade praticados por 
algumas autoridades. Vejamos: 
! Ministros de Estado (ressalvado o disposto no art. 52, I) 
! Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica 
(ressalvado o disposto no art. 52, I) 
! Membros dos Tribunais Superiores (STM, TST, TSE, STJ) 
! Membros do Tribunal de Contas da União 
! Chefes de missão diplomática de caráter permanente 
 
Mas o que seria essa ressalva do artigo 52, I da Constituição? 
Essa ressalva se refere à possibilidade de o crime de responsabilidade 
praticado por qualquer destas pessoas ser CONEXO com um crime de 
responsabilidade praticado pelo Presidente ou pelo Vice-Presidente da 
República. Neste caso, a competência para julgamento do crime de 
responsabilidade praticado por alguma destas figurinhas não será do STF, 
mas do SENADO FEDERAL. 
Por fim, há ainda a competência originária do STF para processo e 
julgamento das ações de Habeas Corpus. 
Primeiramente, devemos ter em mente que o HC não é um recurso, 
mas uma ação autônoma, ou seja, um processo autônomo. 
Existem três figuras específicas no HC. São elas: 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2.7.3. Competência Criminal da Justiça Federal (Juízes, TRFs e 
Juizados Especiais Federais) 
A competência criminal da Justiça Federal é também definida na 
Constituição17, possuindo algumas regras de competência ratione 
personae e outras de competência ratione materiae. 
No caso do inciso IV do art. 109, temos duas hipóteses: 
a) Crimes políticos – Praticados com motivação política (art. 2° da 
Lei 7.170/83 – NÃO PRECISA LER A LEI!). 
b) Crimes praticados contra bens, interesses e serviços da 
União, suas autarquias e empresas públicas – Nesse caso, serão 
julgadas pela Justiça Federal (Juízes de primeiro grau) as condutas 
delituosas que ofendam a União, suas autarquias ou empresas públicas. 
Imaginem um roubo a uma repartição federal, ou um homicídio praticado 
contra um agente da Polícia Federal em serviço. Por ofenderem bens 
jurídicos da União, serão julgados pela Justiça Federal. 
Temos, ainda, as seguintes hipóteses de julgamento de ações penais, 
previstas nos incisos V, VI, IX e X: 
! Crimes previstos em tratado ou convenção internacional, 
quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou 
devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente 
! Crimes contra a organização do trabalho e, nos casos 
determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem 
econômico-financeira 
! Crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada 
a competência da Justiça Militar 
! Crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro; 
! Crimes envolvendo disputas sobre direitos indígenas 
 
Em todas estas cinco hipóteses, a competência para julgamento será 
da Justiça Federal (em regra, de primeiro grau). 
Mas, e quando será competente o TRF? A competência do TRF 
está prevista no art. 108 da Constituição. O TRF possui, assim como o 
STF e o STJ, tanto competência originária quanto recursal. 
A competência criminal originária dos TRFs se dará em apenas duas 
hipóteses. 
No caso de Crimes comuns e de responsabilidade, o TRF terá 
competência originária para processar e julgar: 
" Juízes federais, Juízes do Trabalho e da Justiça Militar 
Federalizada 
" Membros do Ministério Público da União. 
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!∀#∃%&∋()( +∀),−# ΗΗΗΑ6;>10>6Ι7092=9Β1;2;Α92<Αϑ1 ∀#∃%&∋ ΜΝ () ΛΛ
 
OBS.: Ressalvada a competência da Justiça Eleitoral. 
EXEMPLO: Paulo é Juiz Federal no Rio de Janeiro, vinculado ao TRF2. 
Paulo comete um crime de estelionato (competência, em tese, da 
Justiça Estadual). Neste caso, Paulo será julgado pelo TRF2, mesmo em 
se tratando de crime estadual (não é crime federal). Caso Paulo tivesse 
praticado um crime ELEITORAL, o TRF NÃO teria competência para 
julgá-lo. Neste caso, a competência seria da Justiça Eleitoral (TRE). 
 
Na hipótese de Revisão Criminal o TRF será competente para 
apreciar as revisões criminais interpostas contra os seus próprios julgados 
e contra os julgados dos Juízes Federais que a ele estiverem vinculados. 
Além destas, o TRF terá competência para processar e julgar os 
HCs quando a autoridade coatora for JUIZ FEDERAL a ele vinculado 
ou TURMA RECURSAL18 a ele vinculada. 
Por fim, o TRF tem ainda competência criminal recursal, que será 
exercida no julgamento dos recursos interpostos contra as decisões 
proferidas por Juízes Federais de primeira instância. 
Por fim, a competência criminal dos Juizados Especiais 
Federais está explicitada no art. 2° da Lei 10.259/01: 
Art. 2o Compete ao Juizado Especial Federal Criminal processar e julgar os 
feitos de competência da Justiça Federal relativos às infrações de menor 
potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexão e continência. (Redação 
dada pela Lei nº 11.313, de 2006) 
 
Mas o que seriam as causas de menor potencial ofensivo? As 
contravenções penais (todas) e os crimes cuja pena máxima não 
ultrapasse dois anos de privação da liberdade. 
Assim, como a JUSTIÇA FEDERAL NÃO TEM COMPETÊNCIA 
PARA JULGAR CONTRAVENÇÕES PENAIS, conforme previsão do art. 
109, IV da Constituição, podemos entender que a competência criminal 
dos Juizados Especiais Federais Criminais está atrelada aos crimes de 
competência da Justiça Federal aos quais a Lei comine pena máxima NÃO 
SUPERIOR A DOIS ANOS (Isso inclui dois anos), cumulada ou não com 
multa. 
EXEMPLO: Crime de desacato praticado contra funcionário público 
federal será da competência do Juizado Especial Federal Criminal, já que 
se trata de crime federal ao qual a lei comina pena máxima não superior 
a dois anos. Vejamos: 
Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em 
razão dela: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. 
18 RHC 30946 / MG 
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(12≅Α #6=0= ,10ΒΧ2 ∆ ,ΒΕ0 ΦΓ
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Esta, portanto, é a regrade fixação da competência dos Juizados 
Especiais Criminais Federais. 
 
2.7.4. Pontos polêmicos 
Reuni no quadrinho abaixo alguns pontos polêmicos que talvez 
possam ser objeto de questionamento na prova de vocês: 
 
! No caso de julgamento de crime político (da competência dos 
Juízes Federais de primeiro grau), caso haja recurso, o RECURSO 
ORDINÁRIO É DIRETO PARA O STF! 
! O STF e o STJ entendem que todo crime que viole os direitos 
fundamentais dos Trabalhadores são considerados “crimes contra 
a organização do Trabalho”, estejam ou não no capítulo “Dos 
Crimes contra a Organização do Trabalho”, previsto no Código 
Penal. 
! O STF e o STJ entendem que a competência para julgamento dos 
crimes que versem sobre direitos indígenas só é da Justiça 
Federal quando estejam ligados às questões da comunidade 
indígena, e não qualquer crime praticado por indígena. Ex.: Um 
indígena sai da tribo e vai para a cidade. Lá, furta uma bolsa. 
Esse crime nada tem a ver com a comunidade indígena, sua 
cultura, terras. Nesse caso, a competência é da Justiça Estadual. 
Agora imagine um caso em que há uma chacina praticada por 
fazendeiros de uma região, na qual foi dizimada uma população 
indígena, como retaliação pela ocupação das terras. Nesse caso, é 
nítida a competência da Justiça Federal. 
 
(FGV - 2012 - OAB - VIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO) 
Paulo reside na cidade “Y” e lá resolveu falsificar seu passaporte. 
Após a falsificação, pegou sua moto e viajou até a cidade “Z”, com 
o intuito de chegar ao Paraguai. Passou pela cidade “W” e pela 
cidade “K”, onde foi parado pela Polícia Militar. Paulo se 
identificou ao policial usando o documento falsificado e este, 
percebendo a fraude, encaminhou Paulo à delegacia. O Parquet 
denunciou Paulo pela prática do crime de uso de documento falso. 
Assinale a afirmativa que indica o órgão competente para 
julgamento. 
A) Justiça Estadual da cidade “Y”. 
B) Justiça Federal da cidade “K”. 
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(12≅Α #6=0= ,10ΒΧ2 ∆ ,ΒΕ0 ΦΓ
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C) Justiça Federal da cidade “Y”. 
D) Justiça Estadual da cidade “K”. 
COMENTÁRIOS: O delito em questão é o delito de uso de documento 
falso, previsto no art. 304 do CP. Quanto à base territorial, a 
jurisprudência entende que é competente o Juízo do local em que ocorreu 
a utilização do documento falso, no caso, a cidade “K”. 
Como o documento falsificado é o passaporte, que é um documento 
relacionado à fiscalização de fronteiras, há o interesse da União na causa, 
de forma que a competência ratione materiae será da Justiça Federal. Não 
se trata, apenas de “documento emitido por órgão federal” (Polícia 
Federal), pois o STJ entende que importa a autoridade perante quem é 
apresentado o documento, e não o órgão que emitiu o documento 
falsificado. No caso em tela, temos todo um contexto de interesse da 
União, que envolve a fiscalização das fronteiras nacionais, por isso, 
embora apresentado o documento perante a autoridade estadual (PM), 
teremos competência da Justiça Federal. 
Logo, teremos que o Juízo competente será a Justiça Federal da cidade K. 
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
(FGV – 2010 – OAB – III EXAME UNIFICADO) 
Tendo como referência a competência ratione personae, assinale a 
alternativa correta. 
(A) Caio, vereador de um determinado município, pratica um 
crime comum previsto na parte especial do Código Penal. Será, 
pois, julgado no Tribunal de Justiça do Estado onde exerce suas 
funções, uma vez que goza do foro por prerrogativa de função. 
(B) Tício, juiz estadual, pratica um crime eleitoral. Por ter foro por 
prerrogativa de função, será julgado no Tribunal de Justiça do 
Estado onde exerce suas atividades. 
(C) Mévio é governador do Distrito Federal e pratica um crime 
comum. Por uma questão de competência originária decorrente da 
prerrogativa de função, será julgado pelo Superior Tribunal de 
Justiça. 
(D) Terêncio é prefeito e pratica um crime comum, devendo ser 
julgado pelo Tribunal de Justiça do respectivo Estado. Segundo 
entendimento do STF, a situação não se alteraria se o crime 
praticado por Terêncio fosse um crime eleitoral. 
COMENTÁRIOS: Para resolvermos esta questão devemos saber o 
seguinte: No conflito entre a competência da Justiça especial e a Justiça 
comum, ainda que se trate de foro por prerrogativa de função, prevalece 
a competência da Justiça especial, nos termos do art. 78, IV do CPP. 
Além disso, os vereadores não possuem prerrogativa de foro perante o TJ 
local. 
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(12≅Α #6=0= ,10ΒΧ2 ∆ ,ΒΕ0 ΦΓ
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Por fim, o Governador de estado possui foro especial por prerrogativa de 
função, devendo ser julgado, nos crimes comuns, perante o STJ, nos 
termos do art. 105, I, a da Constituição. 
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 
 
(FGV - 2014 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - XIII - 
PRIMEIRA FASE) 
Carolina, voltando do Paraguai com diversas mercadorias que 
configurariam o crime de contrabando, entra no país pela cidade 
de Foz do Iguaçu (PR). Em lá chegando, compra uma passagem de 
ônibus para a cidade de São Paulo e segue, posteriormente, para o 
Rio de Janeiro, sua cidade natal, quando é surpreendida por 
policiais federais que participavam de uma operação de rotina na 
rodoviária. Os policiais, então, apreendem as mercadorias e 
conduzem Carolina à Delegacia Policial. 
Na hipótese, assinale a alternativa que indica o órgão competente 
para proceder ao julgamento de Carolina. 
a) A Justiça Federal de Foz de Iguaçu. 
b) A Justiça Federal do Rio de Janeiro. 
c) A Justiça Federal de São Paulo. 
d) Qualquer das anteriores, independentemente da regra da 
prevenção 
COMENTÁRIOS: Para resolvermos esta questão, basta utilizarmos o 
verbete nº 151 do STJ: 
A COMPETENCIA PARA O PROCESSO E JULGAMENTO POR CRIME DE 
CONTRABANDO OU DESCAMINHO DEFINE-SE PELA PREVENÇÃO DO JUIZO 
FEDERAL DO LUGAR DA APREENSÃO DOS BENS. 
Assim, a competência para o processo será da Justiça Federal do Rio de 
Janeiro. 
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
 
(FGV - 2012 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - VI - 
PRIMEIRA FASE) 
A Constituição do Estado X estabeleceu foro por prerrogativa de 
função aos prefeitos de todos os seus Municípios, estabelecendo 
que “os prefeitos serão julgados pelo Tribunal de Justiça”. José, 
Prefeito do Município Y, pertencente ao Estado X, está sendo 
acusado da prática de corrupção ativa em face de um policial 
rodoviário federal. 
Com base na situação acima, o órgão competente para o 
julgamento de José é 
a) a Justiça Estadual de 1ª Instância. 
b) o Tribunal de Justiça. 
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c) o Tribunal Regional Federal. 
d) a Justiça Federal de 1ª Instância. 
COMENTÁRIOS: No caso em tela a competência para o processo e 
julgamento do delito será da Justiça Federal de segunda instância, ou 
seja, o TRF. 
Isso porque, embora a prerrogativa de foro esteja prevista apenas na 
Constituição estadual, não há choque com a competência do Júri. 
Quando se diz que o TJ tem competência para julgar os Prefeitos, isso se 
restringe aos crimes comuns, não abrange os crimes federais e eleitorais, 
que serão da competência do TRF e do TRE, respectivamente. Vejamos a 
súmula 702 do STF: 
SÚMULA 702, STF: A COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA PARA JULGAR 
PREFEITOS RESTRINGE-SE AOS CRIMES DE COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA 
COMUM ESTADUAL; NOS DEMAIS CASOS, A COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA 
CABERÁAO RESPECTIVO TRIBUNAL DE SEGUNDO GRAU. 
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 
 
(FGV – 2015 – OAB – XVI EXAME DE ORDEM) 
Juan da Silva foi autor de uma contravenção penal, em detrimento 
dos interesses da Caixa Econômica Federal, empresa pública. 
Praticou, ainda, outra contravenção em conexão, dessa vez em 
detrimento dos bens do Banco do Brasil, sociedade de economia 
mista. 
Dessa forma, para julgá-lo será competente 
a) a Justiça Estadual, pelas duas infrações. 
b) a Justiça Federal, no caso da contravenção praticada em 
detrimento da Caixa Econômica Federal, e Justiça Estadual, no 
caso da infração em detrimento do Banco do Brasil. 
c) a Justiça Federal, pelas duas infrações. 
d) a Justiça Federal, no caso de contravenção praticada em 
detrimento do Banco do Brasil, e Justiça Estadual pela infração em 
detrimento da Caixa Econômica Federal. 
COMENTÁRIOS: Em ambos os casos será competente a Justiça Estadual. 
Isto porque a Justiça Federal não tem competência para o julgamento de 
contravenções penais, nos termos do art. 109, IV da Constituição Federal. 
Além disso, em relação à segunda infração penal, não há competência da 
Justiça Federal porque o Banco do Brasil é uma sociedade de economia 
mista, não uma empresa pública federal, como a CEF. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A. 
 
(FGV – 2015 – OAB – XVII EXAME DA OAB) 
Durante 35 anos, Ricardo exerceu a função de juiz de direito junto 
ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Contudo, no ano de 2012, 
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decidiu se aposentar e passou a morar em Florianópolis, Santa 
Catarina. No dia 22/01/2015, travou uma discussão com seu 
vizinho e acabou por ser autor de um crime de lesão corporal 
seguida de morte, consumado na cidade em que reside. 
Oferecida a denúncia, de acordo com a jurisprudência majoritária 
dos Tribunais Superiores, será competente para julgar Ricardo 
a) o Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais. 
b) uma das Varas Criminais de Florianópolis. 
c) o Tribunal de Justiça de Santa Catarina. 
d) o Tribunal do Júri de Florianópolis. 
COMENTÁRIOS: O foro por prerrogativa de função dos Juízes só vigora 
quando os magistrados estão em atividade. Uma vez aposentados não há 
que se falar em foro por prerrogativa de função. Assim, e considerando-se 
que a lesão corporal seguida de morte não é um crime doloso contra a 
vida (o resultado morte ocorre por culpa, não por dolo), Ricardo será 
julgado por uma das Varas Criminais de Florianópolis. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
 
(FGV – 2012 – OAB – EXAME DE ORDEM) 
A Constituição do Estado “X” estabeleceu foro por prerrogativa de 
função aos Prefeitos de todos os seus Municípios, estabelecendo 
que “os prefeitos serão julgados pelo Tribunal de Justiça". 
José, Prefeito do Município “Y”, pertencente ao Estado “X”, mata 
João, amante de sua esposa. Pergunta-se, qual o órgão 
competente para o Julgamento de José? 
a) Justiça Estadual de 1ª Instância; 
b) Tribunal de Justiça; 
c) Tribunal Regional Federal; 
d) Justiça Federal de 1ª Instância. 
COMENTÁRIOS: Aqui temos um conflito entre a competência 
constitucional do júri e a competência de foro por prerrogativa de função. 
Ocorre que a competência do júri não pode ser afastada por prerrogativa 
de função prevista exclusivamente na Constituição estadual. Contudo, a 
competência dos TJs para julgar os prefeitos está prevista também na 
Constituição Federal (art. 29, X). Temos um caso, portanto, em que a 
própria Constituição Federal excepciona a competência do Júri. 
Competente, portanto, neste caso específico, seria o Tribunal de Justiça. 
A Banca, originalmente, deu a alternativa A como correta. 
Posteriormente, anulou a questão. 
Assim, a questão foi ANULADA. 
 
(FGV – 2012 – OAB – EXAME DE ORDEM) 
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A Justiça Brasileira recebeu Carta Rogatória encaminhada pelo 
Ministério das Relações Exteriores a pedido da Embaixada da 
Romênia, com o fim de verificar a possível ocorrência de crime de 
lavagem de dinheiro do empresário brasileiro Z. A quem compete 
a execução da Carta Rogatória? 
a) Aos Juízes Federais. 
b) Ao Superior Tribunal de Justiça. 
c) Aos Juízes Estaduais. 
d) Ao Supremo Tribunal Federal. 
COMENTÁRIOS: Embora quem conceda o “exequatur” à carta rogatória 
seja o STJ, a execução da carta compete aos Juízes Federais de primeira 
instância, nos termos do art. 109, X da Constituição Federal: 
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
(...) X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a 
execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, 
após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a 
respectiva opção, e à naturalização; 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A. 
 
3. RESUMO 
 
JURISDIÇÃO 
Conceito - A atuação do Estado consistente na aplicação do Direito 
vigente a um caso concreto, resolvendo-o de maneira definitiva, cujo 
objetivo é sanar uma crise jurídica e trazer a paz social. 
Finalidades 
• Social – Trazer a paz social. 
• Jurídica - Resolver o imbróglio jurídico que perdura, dizer 
quem tem o direito no caso concreto, segundo o sistema jurídico 
vigente. 
• Política - fortalecer a imagem do Estado como entidade 
soberana, que tem o poder de dizer quem está certo e fazer valer 
essa decisão. 
• Educacional (ou pedagógica) - Transmitir à população a 
aplicação prática do Direito, fazendo com que a população se torne 
cada vez mais consciente daquelas condutas que são penalmente 
tuteladas 
 
COMPETÊNCIA 
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Não sendo conhecido o lugar da infração – Será regulada 
pelo lugar do domicílio ou residência do réu. 
Se o réu tiver mais de uma residência – Prevenção. 
Se o réu não tiver residência ou for ignorado seu 
paradeiro - juiz que primeiro tomar conhecimento do fato. 
Se for hipótese de crime de ação exclusivamente privada 
– Poderá o querelante escolher ajuizar a queixa no lugar do 
domicílio ou residência do réu, ainda que conhecido o lugar 
da infração. 
 
 
Conexão 
• Intersubjetiva por simultaneidade ocasional – pessoas 
diversas cometem infrações diversas no mesmo local, na 
mesma época, mas desde que não estejam ligadas por nenhum 
vínculo subjetivo. 
• Intersubjetiva por concurso – Na hipótese de concurso de 
pessoas. 
• Intersubjetiva por reciprocidade – Infrações praticadas no 
mesmo tempo e no mesmo lugar, mas os agentes praticaram 
as infrações uns contra os outros. 
• Conexão objetiva teleológica – Uma infração deve ter sido 
praticada para “facilitar” a outra. 
• Conexão objetiva consequencial – Nesta hipótese uma 
infração é cometida para ocultar a outra, ou, ainda para 
garantir a impunidade do infrator ou garantir a vantagem da 
outra infração. 
• Conexão instrumental – A prova da ocorrência de uma 
infração e de sua autoria influencie na caracterização da outra 
infração. 
 
Continência 
• Continência por cumulação subjetiva – É o caso no qual 
duas ou mais pessoas são acusadas pela mesma infração 
(concurso de pessoas). 
• Continência por concurso formal – Mediante uma só 
conduta o agente pratica dois ou mais crimes. 
 
Regras aplicáveis nos casos de determinação da competência pela 
conexão ou continência!∀#∃∀%& (#&)∃∗∗+,− (∃.,− /010 2 33∀∀∀ ∃3,4∃ !, &,5
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" Um crime de competência do Tribunal do Júri e outro crime, 
de competência do Juízo comum – Competência do Júri para 
ambos. 
" Crimes de competência de Juízos de mesma categoria - 
Primeiro se utiliza o critério de fixação da competência territorial 
com base na local em que ocorreu o crime que possuir pena mais 
grave. Se as penas forem idênticas, utiliza-se o critério do lugar 
onde ocorreu o maior número de infrações penais. Caso as 
penas sejam idênticas e tenha sido cometido o mesmo número de 
infrações penais, ou, ainda, em qualquer outro caso, aplica-se a 
fixação da competência pela prevenção. 
" Crimes de competência de Juízos de graus diferentes - 
A competência será fixada no órgão de Jurisdição superior (Ex.: Um 
Tribunal Superior e um Juiz singular). 
" Um crime de competência da Justiça Comum e outro 
da Justiça Especial – Competência será fixada na Justiça Especial 
(Ex.: crime eleitoral conexo com crime comum). 
OBS.: “NÃO VIOLA AS GARANTIAS DO JUIZ NATURAL, DA AMPLA DEFESA 
E DO DEVIDO PROCESSO LEGAL A ATRAÇÃO POR CONTINÊNCIA OU 
CONEXÃO DO PROCESSO DO CO-RÉU AO FORO POR PRERROGATIVA DE 
FUNÇÃO DE UM DOS DENUNCIADOS.” – SÚMULA 704 do STF 
 
Separação dos processos nos casos de conexão ou continência 
A reunião dos processos, nestes casos, é a regra. Contudo, existem 
exceções, hipóteses nas quais haverá o desmembramento dos processos: 
• Concurso entre a Jurisdição comum e militar 
• Concurso entre crime e infração de competência do 
Juizado da Infância e da Juventude 
• Insanidade mental de um dos corréus – Os processos 
devem ser separados, pois o processo, em relação ao correu 
declarado mentalmente insano, será suspenso. Só se aplica 
no caso de insanidade posterior ao fato criminoso. 
• Impossibilidade de formação do conselho de sentença no 
Tribunal do Júri – Se houver, no Tribunal do Júri, dois ou 
mais réus, e sendo diferentes os advogados, as recusas aos 
Jurados (Direito de recusar algum jurado) impossibilitarem a 
formação do conselho de sentença, o processo deverá ser 
desmembrado. 
• Separação facultativa quando os fatos criminosos tenham 
sido praticados em circunstâncias de tempo e lugar diferentes, 
ou o Juiz entender que a reunião de processos pode ser 
prejudicial ao Julgamento da causa ou puder implicar em 
retardamento do processo 
• Crime doloso contra a vida praticado em concurso de 
agentes quando um dos acusados possui foro por 
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contra os julgados dos Juízes Federais que a ele estiverem 
vinculados. 
" Habeas Corpus - quando a autoridade coatora for JUIZ 
FEDERAL a ele vinculado ou TURMA RECURSAL a ele vinculada. 
Recursal 
Julgamento dos recursos interpostos contra as decisões proferidas por 
Juízes Federais de primeira instância. 
 
COMPETÊNCIA CRIMINAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS 
FEDERAIS 
Infrações de menor potencial ofensivo – Crimes FEDERAIS cuja 
pena máxima não seja superior a dois anos. OBS.: As contravenções 
penais são infrações penais de menor potencial ofensivo, mas a Justiça 
Federal não tem competência para julgar contravenções penais. 
 
Bons estudos! 
Prof. Renan Araujo 
 
4. EXERCÍCIOS DA AULA 
 
01. (FGV - 2012 - OAB - VIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO) 
Paulo reside na cidade “Y” e lá resolveu falsificar seu passaporte. Após a 
falsificação, pegou sua moto e viajou até a cidade “Z”, com o intuito de 
chegar ao Paraguai. Passou pela cidade “W” e pela cidade “K”, onde foi 
parado pela Polícia Militar. Paulo se identificou ao policial usando o 
documento falsificado e este, percebendo a fraude, encaminhou Paulo à 
delegacia. O Parquet denunciou Paulo pela prática do crime de uso de 
documento falso. Assinale a afirmativa que indica o órgão competente 
para julgamento. 
A) Justiça Estadual da cidade “Y”. 
B) Justiça Federal da cidade “K”. 
C) Justiça Federal da cidade “Y”. 
D) Justiça Estadual da cidade “K”. 
 
02. (FGV – 2010 – OAB – III EXAME UNIFICADO) 
Tendo como referência a competência ratione personae, assinale a 
alternativa correta. 
(A) Caio, vereador de um determinado município, pratica um crime 
comum previsto na parte especial do Código Penal. Será, pois, julgado no 
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(12≅Α #6=0= ,10ΒΧ2 ∆ ,ΒΕ0 ΦΓ
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Tribunal de Justiça do Estado onde exerce suas funções, uma vez que 
goza do foro por prerrogativa de função. 
(B) Tício, juiz estadual, pratica um crime eleitoral. Por ter foro por 
prerrogativa de função, será julgado no Tribunal de Justiça do Estado 
onde exerce suas atividades. 
(C) Mévio é governador do Distrito Federal e pratica um crime comum. 
Por uma questão de competência originária decorrente da prerrogativa de 
função, será julgado pelo Superior Tribunal de Justiça. 
(D) Terêncio é prefeito e pratica um crime comum, devendo ser julgado 
pelo Tribunal de Justiça do respectivo Estado. Segundo entendimento do 
STF, a situação não se alteraria se o crime praticado por Terêncio fosse 
um crime eleitoral. 
 
 
03. (FGV - 2014 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - XIII - 
PRIMEIRA FASE) 
Carolina, voltando do Paraguai com diversas mercadorias que 
configurariam o crime de contrabando, entra no país pela cidade de Foz 
do Iguaçu (PR). Em lá chegando, compra uma passagem de ônibus para a 
cidade de São Paulo e segue, posteriormente, para o Rio de Janeiro, sua 
cidade natal, quando é surpreendida por policiais federais que 
participavam de uma operação de rotina na rodoviária. Os policiais, 
então, apreendem as mercadorias e conduzem Carolina à Delegacia 
Policial. 
Na hipótese, assinale a alternativa que indica o órgão competente para 
proceder ao julgamento de Carolina. 
a) A Justiça Federal de Foz de Iguaçu. 
b) A Justiça Federal do Rio de Janeiro. 
c) A Justiça Federal de São Paulo. 
d) Qualquer das anteriores, independentemente da regra da prevenção 
 
04. (FGV - 2012 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - VI - 
PRIMEIRA FASE) 
A Constituição do Estado X estabeleceu foro por prerrogativa de função 
aos prefeitos de todos os seus Municípios, estabelecendo que “os prefeitos 
serão julgados pelo Tribunal de Justiça”. José, Prefeito do Município Y, 
pertencente ao Estado X, está sendo acusado da prática de corrupção 
ativa em face de um policial rodoviário federal. 
Com base na situação acima, o órgão competente para o julgamento de 
José é 
a) a Justiça Estadual de 1ª Instância. 
b) o Tribunal de Justiça. 
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c) o Tribunal Regional Federal. 
d) a Justiça Federal de 1ª Instância. 
 
 
05. (FGV – 2011 – OAB – EXAME DE ORDEM) 
Quando se tratar de acusação relativa à prática de infração penal de 
menor potencial ofensivo, cometida por estudante de direito, a 
competência jurisdicional será determinada pelo (a) 
a) natureza da infração praticada e pelo local em que tiver se consumado 
o delito. 
b) local em que tiver se consumado o delito. 
c) natureza da infração praticada. 
d) natureza da infração praticada e pela prevenção. 
 
06. (FGV – 2015 – OAB – XVI EXAME DE ORDEM) 
Juan da Silva foi autor de uma contravenção penal, em detrimento dos 
interesses da Caixa Econômica Federal, empresa pública. Praticou, ainda, 
outra contravenção emconexão, dessa vez em detrimento dos bens do 
Banco do Brasil, sociedade de economia mista. 
Dessa forma, para julgá-lo será competente 
a) a Justiça Estadual, pelas duas infrações. 
b) a Justiça Federal, no caso da contravenção praticada em detrimento da 
Caixa Econômica Federal, e Justiça Estadual, no caso da infração em 
detrimento do Banco do Brasil. 
c) a Justiça Federal, pelas duas infrações. 
d) a Justiça Federal, no caso de contravenção praticada em detrimento do 
Banco do Brasil, e Justiça Estadual pela infração em detrimento da Caixa 
Econômica Federal. 
 
07. (FGV – 2015 – OAB – XVII EXAME DA OAB) 
Durante 35 anos, Ricardo exerceu a função de juiz de direito junto ao 
Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Contudo, no ano de 2012, decidiu se 
aposentar e passou a morar em Florianópolis, Santa Catarina. No dia 
22/01/2015, travou uma discussão com seu vizinho e acabou por ser 
autor de um crime de lesão corporal seguida de morte, consumado na 
cidade em que reside. 
Oferecida a denúncia, de acordo com a jurisprudência majoritária dos 
Tribunais Superiores, será competente para julgar Ricardo 
a) o Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais. 
b) uma das Varas Criminais de Florianópolis. 
c) o Tribunal de Justiça de Santa Catarina. 
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d) o Tribunal do Júri de Florianópolis. 
 
08. (FGV – 2012 – OAB – EXAME DE ORDEM) 
A Constituição do Estado “X” estabeleceu foro por prerrogativa de função 
aos Prefeitos de todos os seus Municípios, estabelecendo que “os 
prefeitos serão julgados pelo Tribunal de Justiça". José, Prefeito do 
Município “Y”, pertencente ao Estado “X”, mata João, amante de sua 
esposa. Pergunta-se, qual o órgão competente para o Julgamento de 
José? 
a) Justiça Estadual de 1ª Instância; 
b) Tribunal de Justiça; 
c) Tribunal Regional Federal; 
d) Justiça Federal de 1ª Instância. 
 
09. (FGV – 2012 – OAB – EXAME DE ORDEM) 
A Justiça Brasileira recebeu Carta Rogatória encaminhada pelo Ministério 
das Relações Exteriores a pedido da Embaixada da Romênia, com o fim 
de verificar a possível ocorrência de crime de lavagem de dinheiro do 
empresário brasileiro Z. A quem compete a execução da Carta Rogatória? 
a) Aos Juízes Federais. 
b) Ao Superior Tribunal de Justiça. 
c) Aos Juízes Estaduais. 
d) Ao Supremo Tribunal Federal. 
 
10. (FGV - 2015 - OAB - XVIII EXAME DE ORDEM) 
Estando preso e cumprindo pena na cidade de Campos, interior do estado 
do Rio de Janeiro, Paulo efetua ligac6ão telef7nica para a casa de Maria, 
localizada na cidade de Niterói, no mesmo Estado, anunciando o falso 
sequestro do filho desta e exigindo o depósito da quantia de R$ 2.000,00 
(dois mil reais), a ser efetuado em conta bancária na cidade do Rio de 
Janeiro. Maria, atemorizada, efetua a transfere8ncia do respectivo valor, 
no mesmo dia, de sua conta-corrente de uma ag9ncia bancária situada 
em São Gon:alo. 
Descoberto o fato e denunciado pelo crime de extorsão, assinale a opc6ão 
que indica o juízo competente para o julgamento. 
A) Vara Criminal de Campos. 
B) Vara Criminal de Niterói. 
C) Vara Criminal de São Gonc6alo. 
D) Vara Criminal do Rio de Janeiro. 
 
 
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5. GABARITO 
 
1. ALTERNATIVA B 
2. ALTERNATIVA C 
3. ALTERNATIVA B 
4. ALTERNATIVA C 
5. ALTERNATIVA C 
6. ALTERNATIVA A 
7. ALTERNATIVA B 
8. ANULADA 
9. ALTERNATIVA A 
10. ALTERNATIVA B

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