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Mapeamento Geomorfologico de São Francisco do Sul

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ 
ANTÔNIO ALCIR DA SILVA ARRUDA 
HENRIQUE REISDORFER LEITE 
STÉPHANI GIOPPO 
Mapeamento Geomorfológico da Ilha de São 
Francisco do Sul 
Curitiba 
2017 
2 
 
ANTÔNIO ALCIR DA SILVA ARRUDA 
HENRIQUE REISDORFER LEITE 
STÉPHANI GIOPPO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mapeamento Geomorfológico da Ilha de São Francisco do Sul 
Trabalho acadêmico apresentado à disciplina de 
Mapeamento Geomorfológico de código GB-097 do 
curso de Graduação em Geografia da Universidade 
Federal do Paraná. 
Professor: Dr. Fabiano Antonio de Oliveira 
 
 
 
 
 
 
Curitiba 
2017 
 
3 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 4 
2 MAPEAMENTO GEOMORFOLÓGICO .......................................................... 6 
3 CARTOGRAFIA GEOMORFOLÓGICA ......................................................... 7 
3.1 Histórico da Cartografia Geomorfológica ........................................................ 9 
3.2 Legendas Geomorfológicas .......................................................................... 11 
4 MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................... 13 
4.1 Simbologia .................................................................................................... 13 
4.2 Análise Crítica do Mapa ................................................................................ 15 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................... 16 
 REFERÊNCIAS ............................................................................................. 17 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 Os estudos geomorfológicos possuem grande relevância no escopo das 
geociências, pois estão relacionados à caracterização do ambiente, procurando 
descrever e diagnosticar as formas de relevo, a partir da identificação e 
compreensão dos processos morfogenéticos. A partir desses estudos, é possível 
entender as condições gerais da dinâmica da paisagem. Esse entendimento 
contribui para o desenvolvimento de prognósticos e interpretações das condições 
ambientais (ROSS, 1991; SANTOS et al, 2006). 
 Como parte da organização e espacialização de dados referentes aos 
estudos em Geomorfologia, a Cartografia se faz de instrumento que representa os 
elementos presentes na área de estudo. 
Troppmair(1972) relata a questão da representação cartográfica, que pode 
ser a partir de formas isoladas do relevo, ou a partir de elementos do relevo. 
Enquanto no primeiro caso a representação seria da forma toda através de um 
símbolo (cor, letra, símbolo, etc.), para o segundo, cada elemento da forma recebe 
uma informação diferenciada (também através de cores ou 
símbolos gráficos). Mesmo no nível de tratamento genético esta distinção é feita, 
pois enquanto para no primeiro tipo de tratamento as formas recebem uma 
denominação de caráter genético, como, por exemplo, planície “fluvial”, “marinha”, 
“lacustre”, para o segundo caso o tratamento é diferenciado, pois se uma forma 
compõe-se de vários elementos, podem ocorrer gêneses diversas. 
Essa questão, porém, parece muito mais uma dependência da escala de 
tratamento e material utilizado, do que da metodologia empregada. 
Segundo Aranha (2011), a cartografia geomorfológica é considerada, um 
ramo da cartografia temática que possui representação tipológica (qualitativa), 
portanto devendo usar na representação dos mapas variáveis visuais com a 
propriedade perceptiva voltada então para o qualitativo que sugere possibilitar uma 
relação de caracterização entre diversidade e similaridade entre as formas de 
relevo. 
Os mapas produzidos com as variáveis visuais através de formas, cores e 
texturas apresentam-se como documentos cartográficos visualmente simplificados 
em função da informação não ser diretamente expressa no mapa. A 
5 
 
complexidade da legibilidade e comunicação da informação está expressa nas 
legendas que deverá informar para cada cor, textura, mancha utilizada a forma de 
relevo que se quer abstrair da paisagem, tais como declividades, altitudes, 
densidades e distribuição dos elementos geomorfológicos entre outros. 
 Assim o mapa visualmente simples exigirá que o usuário construa uma 
imagem a partir das informações contempladas na legenda, onde as variáveis 
visuais são usadas para essa construção. Reforçando o conceito da construção de 
imagem é exigência ainda que o usuário do mapa tenha conhecimento da ciência 
geomorfológica para que seja capaz de interpretar a legenda do documento 
cartográfico, pois se trata-se de um mapa temático de interpretação cartográfica 
onde se “lê” e não um mapa para a população que apenas “vê” o mapa. 
 
Ilha de São Francisco do Sul 
 
 A Ilha de São Francisco do Sul está localizada no município de São 
Francisco do Sul, ao norte do litoral de Santa Catarina. Limita-se ao sul com os 
municípios de Araquari e Balneário Barra do Sul, ao norte com os municípios de 
Itapoá e Garuva, a oeste com Joinville e a leste com o Oceano Atlântico. Faz parte 
da microrregião geográfica de Joinville, e está entre os paralelos 26°7’43 e 
26°27’22’’ de latitude sul e os meridianos 48°29’35’’ e 48°47’6’’ de longitude oeste. 
Sua população, segundo dados do IBGE em 2017, é de 50.701 habitantes e área é 
de 498,646 Km². 
Segundo o site do IBGE: 
“São Francisco do Sul é a terceira localidade mais antiga do Brasil, sua 
ocupação remonta a época dos descobrimentos. Foi descoberta em 1504 
por franceses, mais especificamente pela Expedição de Binot Paulmier de 
Gonneville. Em 1641, Gabriel de Lara, "Alcaide mór, Capitão mór, 
Povoador da villa de Nossa Senhora do Rosário da Capitania de 
Paranaguá", com portugueses e vicentistas, procedentes de Paranaguá, 
fundou a 3 de dezembro a villa de Nossa Senhora da Graça do Rio São 
Francisco. Em 1658, Manoel Lourenço de Andrade, acompanhado por 
casais portugueses e paulistas, chegou a São Francisco, com plenos 
poderes, concedidos pelo Marquez de Cascaes, para povoar a terra, 
repartindo-a entre a sua comitiva e os que fossem chegando. Já em em 
1660 obteve autonomia municipal, quando foi elevada a categoria de vila. 
Finalmente em 1847 é elevada a categoria de cidade” 
 
 
 
6 
 
2 MAPEAMENTO GEOMORFOLÓGICO 
 
 Considerando-se que o relevo constitui um elemento importante na 
organização das paisagens ainda preservadas ou mesmo daquelas que já foram 
modificadas pela ação humana. Nesse trabalho, torna-se necessário compreender 
a dinâmica bem como as transformações que ocorrem na superfície do relevo. 
Esse entendimento ocorre quando é realizado um mapeamento das diversas 
formas de relevo na superfície da terra. A ciência que vai estudar essas 
modificações é denominada de geomorfologia. 
 Segundo Joly (1977), a geomorfologia é o ramo da geografia física, que se 
ocupa com o estudo das formas do relevo terrestre, de sua gênese, 
de sua evolução no tempo e de suas relações dentro do espaço. 
Para representar as caracteristicas morfométricas, morfográficas, morfogenética e 
morfocronológico da paisagem, utiliza-se de ferramentas da semiologia gráfica para 
esta forma de representação. Essa técnica é definida como sendo mapeamento 
geomorfológico. 
O mapeamento de geomorfologia não possui uma padronização de 
metodologia. Ross (1991) reconhece o problema da padronização da 
representação cartográfica como a mais problemática. O mapeamento de 
geomorfologia, ao contrário de outros mapas temáticos, ainda não conseguiuuma 
uniformização satisfatória de representação que atenda aos anseios dos estudos 
geomorfológicos. 
Para Sopchak (2012) 
 
“Diferentes mapeadores utilizando uma mesma base de dados 
podem chegar a resultados diferentes, ora por divergências no 
conceito, ora por divergências de metodologia e em alguns casos 
divergem no resultado mesmo aplicando o mesmo conceito e 
metodologia” (SOPCHAKI, 2012, p.1) 
 
Para Argento (2003), existem lacunas e conflitos no processo de produção 
dos mapeamentos de bases geomorfológicas, com a dificuldade na obtenção de 
critérios metodológicos e até mesmo conceituais de forma padronizada para 
elaboração dos mapas morfológicos. 
 
 
7 
 
3 CARTOGRAFIA GEOMORFOLÓGICA 
 
Tricart (1965) considera, primeiramente, a necessidade de base cartográfica 
como principio da representação da carta geomorfológica. 
Para se suprir a ausência de informações morfométricas, pode se utilizar a 
adição curvas de nível nos mapas geomorfológicos, extraídas das cartas 
topográficas, desde que não sobrecarreguem os limites da lisibilidade. A base 
topográfica pode proporciona ainda a adição de outras informações morfométricas, 
como à adoção de duas ou três classes de declividade na representação. 
A importância dos dados estruturais na representação geomorfológica, o que 
não representa uma opinião unânime entre os especialistas. “Os ingleses, por 
exemplo, limitam a geomorfologia a uma cronologia da dissecação, sem se 
ocuparem da estrutura dos processos. Os poloneses negligenciam praticamente a 
geomorfologia estrutural em suas cartas, figurando, sobretudo a ‘cronologia 
denudativa' e os processos associados às formas”. São, portanto dois pontos de 
vistas incompatíveis, “que negligenciam as relações dialéticas entre a estrutura e o 
jogo das forças externas” (Tricart, 1965). 
A cartografia geomorfológica constitui-se em um tipo de mapeamento cuja 
complexidade é inerente ao próprio objeto de representação. O relevo apresenta 
uma diversidade de formas e de gênese, as quais são geradas por complicados 
mecanismos que atuam no presente e que atuaram no passado. Assim, segundo 
Ross (1991) 
 
“...interpretar o relevo não é simplesmente saber identificar 
padrões de formas ou tipos de vertentes e vales, não é 
simplesmente saber descrever o comportamento geométrico das 
formas, mas saber identificá-las e correlacioná-las com os 
processos atuais e pretéritos, responsáveis por tais modelados, e 
com isso estabelecer não só a gênese mas também sua 
cronologia, ainda que relativa”. Desse modo, uma cartografia 
geomorfológica eficiente deve indicar todos estes elementos 
levantados como essenciais para o entendimento do relevo. 
Contudo, representar todas estas informações em um único 
documento constitui-se em uma tarefa difícil de ser executada, 
levando à diversidade de procedimentos técnicos, os quais variam 
de acordo com as características da área pesquisada, a escala de 
trabalho e o objetivo do pesquisador. Desse modo, Argento (1995, 
pg. 366) afirma que “no contexto operacional, os mapeamentos 
geomorfológicos não seguem um padrão pré-definido, tanto em 
nível de escalas adotadas, como quanto à adoção de bases 
taxônomicas a elas aferidas”. (ROSS, 1991, p.17) 
 
8 
 
A escala também é um dos fatores que podem levar a incongruência nos 
mapeamentos geomorfológicos conforme Kohler (2002), a escala é de fundamental 
importância nos mapeamentos de geomorfologia determinando a melhor estratégia 
e técnica de abordagem, também Ross (1991), reforça a importância da escala na 
representação morfológica, no grau de detalhamento para escalas grandes ou da 
generalização da informação em escalas pequenas. Além dos problemas de 
metodologia e escala, ainda existe uma divergência nas simbologias de legendas 
aplicadas nos mapeamentos geomorfológicos, e essa grande diversidade de 
legendas também é provocada por falta de padronização internacional pouco 
discutida nos trabalhos de divulgação científica, portanto, existe a necessidade de 
se produzir mais informação científica dessa natureza na representação 
cartográfica. 
Figura 1 – Representação da comparação de escalas de mapas geomorfológicos. 
 
Neste modelo didático de mapa geomorfológico representado na figura 1 
são identificados três escalas de representação. Na figura pode ser observado que 
quanto maior for a escala maior será o nível de detalhamento das feições que 
9 
 
surgirão para ser representadas, consequentemente mais complexo se tornará a 
legenda por possuir mais elementos a serem considerados. 
Anderson (1982) confirma este conceito: 
 
“A escala reduz e generaliza a realidade, influenciando na 
quantidade de detalhes que pode se mostrada, e também 
determina se um tipo particular de símbolo é efetivamente visível 
ou não. A escala varia de ponto para ponto no mapa e o grau 
desta variação (às vezes não notável) depende da projeção 
empregada. A expressão gráfica da projeção, por sua vez, é 
controlada por símbolos usados para representar linhas costeiras, 
meridianos e paralelos, divisões políticas, e traços que ajudam o 
usuário como referencial para a localização. Porém, a respeito 
desta interdependência, o elaborador de mapas tem uma 
liberdade considerável na escolha de uma projeção, de uma 
escala e de um jogo de símbolos. Cada um destes três atributos 
requer uma decisão separada. E ainda mais, cada decisão, se não 
for bem feita, poderá causar um menor uso do mapa” 
(ANDERSON, 1982, p.11) 
 
 
3.1 Histórico da Cartografia Geomorfológica 
 
 
As primeiras formas de representação do relevo são os mapas topográficos. 
No século XVIII, começou-se o uso de hachuras e no século XIX, as curvas de 
nível. Assim, foi permitido diferenciar atributos morfológicos e morfográficos do 
relevo, porém não informam sobre origem, processos de evolução e idades das 
formas. 
 Siegfield Passarge desenvolveu princípios para os mapas geomorfológicos 
em 1912. Mostrou um papel positivo, proposição de novos conceitos, linha de 
análise global das formas de relevo, integrando-a uma visão geográfica a paisagem 
e de um novo método de trabalho, baseado na cartografia geomorfológica 
(Klimaszewski, 1963). Suas ideias com pouca repercussão entre os geógrafos da 
época. 
 Na Europa, os geógrafos continuaram limitando-se a descrever as formas e 
tipos de relevo, com pouca ou nenhuma análise de processos. 
 Nos Estados Unidos, os estudos do relevo dominado por uma fisiografia 
descritiva no século XIX e primeiras décadas do século XX. Desenvolveram a 
técnica de representar a paisagem em textos com blocos-diagrama artísticos para 
ilustrar as conclusões do autor. 
10 
 
 No período pós-guerra houve uma demanda dos planejadores, engenheiros, 
agrônomos e outros especialistas de documentos mais precisos e úteis. Assim, 
com o auxilio da fotografia aérea no desenvolvimento de estudos detalhados do 
relevo e do modelado e das relações entre embasamento, clima e gênese das 
formas. A partir da década de 1950, a cartografia geomorfológica foi adotada como 
método para pesquisa básica de geomorfologia. Sustentou o desenvolvimento da 
disciplina enquanto corpo teórico e conhecimento aplicado a questões práticas. 
 No Congresso da UGI (União Geomorfológica Internacional), em 1956 no 
Rio de Janeiro, reconheceram-se a importância das cartas geomorfológicas 
detalhadas, propostas por Klimaszewski. 
No Congresso de 1960, mostrou a diversidade de conteúdos e formas de 
representação entre os sistemas desenvolvidos; as concepções diversas e 
princípios independentes para a construção das cartas geomorfológicas; percebeu-
se a necessidade de propor e discutir os princípios gerais unificadores para a 
elaboraçãode mapas comparáveis entre si; e criou-se uma subcomissão de 
Cartografia Geomorfológica. A aplicação universal e uniforme dos princípios de 
uma legenda única para mapear áreas com histórias geológicas e climáticas 
diversas eram e hoje, continuam sendo restritas. 
No Congresso de 1968, foi proposta uma legenda de aplicação mundial com 570 
símbolos diferentes apresentadas nos idiomas: inglês, francês, alemão, polonês e 
russo. Foram a apresentados mapas com informações sobre a distribuição e 
correlação de formas, incluindo dados morfológicos, morfométricos, morfogenéticos 
e morfocronológicos. 
 Mescerjakov, Gerassimov e Mescherikov em 1968, propuseram a utilização 
da base conceitual de Penck (processos endogenéticos, exogenéticos, e os 
produtos resultantes de ambos) para a análise e classificação do relevo, sugerindo 
os conceitos de morfotectura, morfoestrutura e morfoescultura, fundamentados no 
resultado de interação das forças endógenas, como um novo instrumento de 
análise geomorfológica. E também, o ordenamento dos fatos geomorfológicos em 
uma taxonomia hierarquizada. 
 No Brasil, por muitos anos, a maior parte da produção científica tendia para 
as raízes anglo-americanas, seguidoras do davisiano (IBGE,2009). 
 Após o Congresso da UGI de 1956, as propostas de raízes germânicas 
passaram a ser absorvidas no meio cientifico brasileiro. Assim, a base conceitual 
11 
 
de Mescerjakov e Gerassimov, com base na linha germânica, é incorporada à 
concepção teórica e metodológica do Projeto Radam. 
O Projeto Radam é uma base metodológica para grande parte da produção de 
cartografia geomorfológica brasileira a partir da década de 1970. 
 
3.2 Legendas Geomorfológicas 
 
Os documentos cartográficos elaborados apresentam grande complexidade 
para a publicação devido à intensa utilização de cores texturas e formas além da 
complexidade da legenda simbolizada graficamente que necessita ser apresentada 
imitando com a maior fidelidade possível à realidade. Essas legendas devem se 
preocupar com as variáveis visuais de cores, texturas, tamanho, formas e outras. 
O mapa deve conter um sistema coerente de sinais através do qual é 
possível comunicar a identidade das feições encontradas no território e suas 
relações espaciais. A legenda é a chave para entender a informação no mapa, 
portanto, deve ser cuidadosamente desenhado tendo em conta as características 
dos conceitos representados (estrutura hierárquica, associação) e sua codificação 
gráfica (sistema de sinais de representação). (MONNÉ, 1997). 
O usuário ou desenvolvedor de um mapa deve começar por refletir sobre o 
mecanismo da percepção visual. Compreender a imagem visualizada e estruturá-la 
mentalmente em um esquema global de elementos essenciais. A observação visual 
é o instrumento que escolhe os detalhes das feições a serem cartografadas. 
Segundo MONNÉ, 1997, apenas pontos e linhas podem de forma adequada 
constituir a representação de um mapa que determinará a identidade da feição 
selecionada em um territorio que também será percebido como um relevo completo 
e integrado. Em contrapartida uma informação copiosa e rigorosa sem aplicação de 
uma adequada sintaxe e codificação dos sinais, pode resultar em um mapa 
inexpressivo, ambíguo ou confuso, portanto é necessário muita atenção e noção de 
aplicação de simbologia aderente e concatenada, de forma a imitar a forma natural 
da superfície cartografada. 
 
12 
 
 
Figura 2 - Sistemas de legendas das cartas geomorfológicas (CUNHA et al., 2003) 
 
As legendas podem assumir muitas propostas, na figura 2 verifica-se um 
exemplo proposto por Tricart (1965) em comparação com um exemplo proposto por 
vestappen & Zuidam (1975). 
As propostas de legendas apresentam aspectos que podem ser utilizados a 
depender das condições de trabalho, das características da área e principalmente 
13 
 
da escala adotada para o mapa. Desse modo, não se pode afirmar que existe uma 
proposta mais correta que outra; para cada situação, ou até mesmo dentro de uma 
mesma carta, existem aspectos vantajosos de ambas as propostas que podem ser 
utilizados, dependendo do objetivo da pesquisa e também da escala de 
mapeamento. 
 
4 MATERIAIS E MÉTODOS 
 
Inicialmente foi selecionado o mapa geológico da ilha de São Francisco do 
Sul elaborado na tese de VIEIRA (2015), para servir de base para o mapeamento 
morfológico, o qual foi georreferenciado e vetorizado no software ArcMap. Algumas 
das feições foram atualizadas. A vetorização foi realizada em escala 1:4000, com 
auxílio de imagens orbitais disponibilizadas na ferramenta de basemap do ArcMap. 
No site da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável de Santa Catarina 
(sigsc.sds.sc.gov.br/) foi baixada a base cartográfica de hidrografia e curvas de 
nível para serem aplicado como camada de auxílio para o mapeamento. Devido 
aos problemas na base de dados de cartografia hidrográfica foi necessário fazer 
correções na direção de vetorização do fluxos dos canais. Foi executado uma 
atualização da base cartografia relativa à hidrografia excluindo-se alguns trechos 
de canais considerado como erros de confecção na base de dados. Além disso, um 
Modelo Digital de Terreno foi elaborado com base nas curvas de nível para auxiliar 
na interpretação de feições e também para servir de fundo junto com a geologia. 
Foi realizado a identificação dos pontos visitados pela equipe na ilha e 
definido as coordenadas geográficas visando a plotagem sobre o mapa. 
Em seguida, foi iniciado a identificação das feições, foi realizada a 
vetorização de cada feição identificada usando como base a observação via 
imagem de satélite disponibilizadas pelo bing com base no mapeamento geológico 
da ilha, o qual foi utilizado como fundo. 
 
4.1 Simbologia 
 
A escolha da simbologia se deu com base nos mapeamentos 
disponibilizados pelo professor da disciplina, além de outros mapas encontrados na 
internet. Nenhuma das propostas de mapeamento foi adotada em sua totalidade 
14 
 
por dificuldades de adequar elas à área de estudo, portanto foram utilizados 
elementos de várias propostas. 
A informação de fundo é a informação geológica, para sua simbologia 
foram selecionados grupos de cores, conforme a figura abaixo: 
 
 
Figura 3 – Recorte da legenda que representa as informações morfocronológicas. 
 
 Foram utilizados tons de amarelo para depósitos marinhos, azul para 
depósitos lagunares, vermelho e marrom para as áreas do cristalino e verde para 
os depósitos paludiais. Os depósitos eólicos foram representados em branco e, se 
estavam cobertos por vegetação, foram representados com uma textura de pontos 
em verde. 
Foi adotada uma proposta dos mapeamentos chineses para a representação 
em perfil de como essas formas se apresentam no terreno. As informações 
morfológicas foram separadas em três tipos: 
 
 
15 
 
 
Figura 4 – Recorte da legenda representando os elementos morfológicos 
 
Terraços – Os terraços (patamares) foram representados como linhas cortadas por 
linhas perpendiculares menores, em diferentes cores, juntamente com a 
representação de como eles ficam no terreno, no intuito de mostrar que tipo de 
depósito está acima e que tipo de depósito está abaixo. 
Outras Formas – As antigas linhas de praia (Cordões litorâneos/beach ridges) 
foram representadas por uma linha continha preta. Esse tipo de representação se 
demonstrou bem comum nos diversos mapeamentos consultados. 
Formas do Cristalino – Formas características do relevo cristalino: Cristas 
(Sequências de topos de morros), foi utilizado um símbolo em formato de ‘}’ 
contínuo, tentado remeter a forma das cristas. Quanto às formaspredominantes 
das vertentes, foram usados os símbolos ‘<’ para vertentes côncavas e ‘)’ para 
vertentes convexas. 
Além disso, foram mapeadas as áreas urbanas, que foram representadas 
por uma textura em tons de cinza e também os pontos de visita em campo. 
 
4.2 Análise Crítica do Mapa 
 
 Observa-se que a ação do mar é a que mais tem influência na configuração 
morfológica da ilha, seja diretamente nas praias, ou indiretamente através do 
complexo lagunar do Acaraí e também através dos manguezais. A presença dos 
cordões litorâneos e também de um grande depósito marinho pleistocênico 
também demonstra que essa dinâmica se manteve por um bom tempo. Boa parte 
dos terraços identificados na Ilha ajudam a tentativa de se recriar essa história, no 
sentido de que eles se apresentam como as bordas dos diferentes depósitos. 
 Os cordões litorâneos também parecem ter uma espécie de “controle 
estrutural” sobre parte da hidrografia da ilha, visto o padrão de drenagem em forma 
de treliça, similar a uma região de dobras (em escala menor e com material muito 
menos resistente). 
16 
 
 A região do cristalino também se apresenta de forma significativa na ilha. 
Inclusive, foi observando em campo que as áreas denominadas de depósitos 
colúvio-aluvionares representam as áreas agricultáveis da Ilha, visto a maior 
concentração de cultivos nessa região. Esta área também está sujeita a ação 
antrópica com atividades de mineração e plantio de eucalipto, o que intensifica os 
processos denudacionais juntamente com o alto gradiente topográfico de alguns 
morros. Podem ser identificados processos de movimento de massa e 
voçorocamento nos morros ao longo da ilha. 
 As áreas de dunas estão em sua maioria coberta por vegetação nativa, o 
que indica certa estabilidade morfológica da região. Essas dunas podem ser úteis 
para identificar a direção predominante do vento em sua formação. Diretamente à 
frente delas estão as dunas frontais, servindo de transição para as praias. 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Em suma, ratifica-se a importância da simbologia em mapas como este, 
posto a complexidade e a riqueza desse tipo de mapeamento, além do fato de que 
a área de estudo pode mudar completamente a forma como determinadas 
propostas podem aparecer. Isso dificulta mais ainda a padronização dos formatos 
de mapeamento geomorfológico. Como por exemplo, fora observado que se 
utilizasse a informação de declividade como fundo do mapa ao invés da geologia, 
as cores/texturas ficariam todas concentradas em uma região (cristalino) e todo o 
resto do mapa ficaria uniforme, ou seja, não adiantaria mapear toda a ilha se a 
única informação de fundo relevante ficaria concentrada em uma área só. Por isso 
a escolha da geologia como fundo. 
 
 
 
 
 
 
17 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
ANDERSON, P. Princípios de Cartografia Básica. VOLUME No. 1 (Capitulos 1 a 
7) da Série PRINCÍPIOS DE CARTOGRAFÍA. 1982. Disponível em:< 
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3344668/mod_resource/content/1/ANDERS
ON%2C%20P.%20Princ%C3%ADpios%20de%20Cartografia%20B%C3%A1sica.p
df>. Acesso em: 14/11/2017. 
 
 
ARANHA, R.D. Estudo morfológico da bacia do Ribeirão do Baú – São Bento 
do Sapucai – SP. Universidade de São Paulo, Departamento de Geografia. 
Programa de pós graduação em Geografia física. São Paulo. 2011. 
 
 
ARGENTO, M. S. F. Mapeamento Geomorfológico. In: GUERRA, A. J. T.; 
CUNHA, C. M. L., MENDES, I. A., & SANCHEZ, M. C. A Cartografia do Relevo: 
Uma Análise Comparativa de Técnicas para a Gestão Ambiental. 
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